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Índice
Introdução........................................................................................................................................1
Tema................................................................................................................................................1
Objectivos do Trabalho....................................................................................................................1
Economia Informal..........................................................................................................................3
Hipóteses..........................................................................................................................................4
Método Qualitativo..........................................................................................................................5
Entrevista.........................................................................................................................................5
Cronograma de Actividades............................................................................................................9
Referências Bibliográficas.............................................................................................................10
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Amílcar Magaço
Introdução
O trabalho tem em vista apresentar de forma simples e crítica algumas das questões centrais que
se coloca em torno da Motivações da Migração Rural/Urbano na Cidade de Maputo: Caso de
Mercado Estrela. O trabalho está organizado em três (3) secções principais: na primeira fase
temos o tema, objectivos, metodologia e hipóteses.
Objectivos do Trabalho
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Amílcar Magaço
1) Pelo facto de não apresentarem, como aqueles componentes uma dimensão biológica;
Porem, não há ainda uma definição universal de migração, pois, o conceito aplica-se somente no
caso de uma população relativamente sedentária (United Nations, 1994). Na óptica de Oucho
(2001) a migração é uma forma de mobilidade espacial da população entre uma unidade
geográfica e outra caracterizada por uma mudança de residência. Neste sentido, a migração
interna é a mobilidade residencial de uma unidade para outra dentro do mesmo país. No presente
trabalho usar-se-á a noção de migração como a deslocação das pessoas de uma província para
outra.
Quanto aos factores que levam a migração, importa salientar que os factores podem ser de
carácter económico, social, demográficos, ecológico e ambiental, no rol destes vários factores os
de carácter económico são os mais predominantes (Zlotnik, 1999). Em África, várias formas de
movimentos de população surgem por razões políticas, económicas e religiosas, assim como em
resposta a factores demográficos, sendo por isso, um aspecto social e histórico fundamental na
vida dos africanos, e, a história da migração africana é antiga tal como a história do continente
(Adepoju 1980). De acordo com Muanamoha (1995), em Moçambique, os movimentos
migratórios tem sido grandemente influenciados nos últimos tempos, por factores conjunturais,
tais como, situações de guerra, secas prolongadas, inundações e a procura de ensinos secundários
e universitários. Estas situações, aliada a degradação das condições de vida em grande parte das
zonas rurais intensificam a migração da população do campo para cidade.
Segundo United Nations (1873), a migração através dos seus efeitos no tamanho e estrutura da
população pode influenciar o crescimento da economia e os níveis de vida nos locais de partida e
de destino. Isso inclui efeitos sobre a força de trabalho, o emprego, o sub-emprego os níveis
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Amílcar Magaço
salariais dos migrantes. Segundo Adepoju (1991), em África o desemprego é o mais problema
criado pela migração que se reflecte nas dimensões económica, social, política e ambiental nos
locais de chegada. Esta migração envolve alteração no ciclo de vida das pessoas que estão
dependentes da direcção dos movimentos e a duração de residências em cada lugar.
Economia Informal
Segundo Francisco e Paulo (2006:19-20), a economia informal pode ser maior ou menor,
dependendo dos conceitos operacionais e dos métodos utilizados na análise e investigação. Se a
definição operacional tem como critério de referência, o registo contabilístico, estatístico ou legal
das actividades económicas, o universo da economia informal apresenta-se diferente do que
aconteceria se o critério fosse a dinâmica económica num sentido mais amplo. Por exemplo, se
uma empresa possui licença para operar e paga imposto, ela é considerada formal, do ponto de
vista das estatísticas oficiais, mas do ponto de vista da dinâmica económica, pode ser informal e
actuar informalmente, mesmo pagando imposto. Neste caso, o informal inclui o não-organizado,
ausência de registo. A operação não visa lucro e funciona por motivos de sobrevivência. De igual
modo, também é informal os operadores visando o lucro, mas que não cumprem com as
obrigações fiscais, vendendo combustível adulterado, ou/e comprando e revendendo mercadorias
roubadas.
Para efeitos do presente estudo, usaremos o conceito de economia informal entendido como
“todo o conjunto de actividades e práticas económicas legais realizadas por agentes económicos
total ou parcialmente ilegais” (Feliciano, 2004; Feliciano et al., 2005: 2 apud Francisco e Paulo
2006). Segundo OIT (2002, in Feliciano et al., 2005: 2) cit. Por Francisco e Paulo (2006), esta
definição operacional inspira-se na perspectiva, segundo a qual o conceito de economia informal
contempla “todas as actividades económicas de trabalhadores e unidades económicas que não
estão cobertas – pela legislação ou pela prática – pelas disposições oficiais que as enquadram,
regulamentam e disciplinam; estão excluídas do seu campo, as actividades ilícitas, delituosas e
criminosas (tráfico de armas e droga, contrabando, etc.) ”.
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Amílcar Magaço
De acordo com Maia (2002:54), a noção de redes de relações sociais remete-nos para o conjunto
de configurações sociais que os indivíduos, cujo percurso o investigador observa, são capazes de
observar. O número e o tipo de relacionamento serão factores que permitem estudar os
indivíduos e os grupos a partir de um conjunto de categoriais e relações aos mais diversos
aspectos. Quer-se apenas chamar atenção para a importância das relações de redes sociais, de
carácter familiar e comunitário, nos processos migratórios e nas condições dos migrantes, tanto
em relação a sociedade de acolhimento como em relação as sociedades de origem.
Noção de redes de relações sociais remete-nos para novas leituras sobre os percursos
migratórios: permite superar a análise migratória feita em exclusivo a partir de um espaço a que
os migrantes se encontram ligados, de origem e de acolhimento (Idem).
Hipóteses
A pesquisa foi produzida com base num estudo de carácter exploratório, privilegiando a
metodologia qualitativa. Segundo Minayo (1987), a opção metodologia em causa permite o
pesquisador aprofundar o universo simbólico do objecto do estudo, permite captar sentidos e
valores que cerceiam o objecto de estudo.
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Amílcar Magaço
Método Qualitativo
Revisão de Literatura
Entrevista
O presente trabalho objectiva verificar a realidade social da temática das relações de migração
campo-cidade num contexto urbano, expondo de uma forma clara o papel desempenhado pelos
diferentes actores das associações de imigrantes e do tecido social moçambicano e ainda suscitar
algumas questões que muitas vezes se evitam falar na sociedade moçambicana, como
regionalismo, tribalismo, a influência dos grupos étnicos nos poderes políticos, ou ainda os
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Amílcar Magaço
sentimentos que os indivíduos nutrem entre si face ao que é diferente. Neste diapasão o estudo é
relevante na área da antropologia no sentido que o mesmo vem explorar a dialéctica da
representação de “nos” e os “outros” ou seja a noção da alteridade. Dialéctica está que leva a
atitudes como a xenofobia e descriminação do emigrante ou atribuição da culpabilidade das
coisas nefastas (exemplo o desemprego) a outro, neste caso ao imigrante.
O presente trabalho foi realizado na cidade do Maputo, em que o processo de pesquisa empírica,
que durou cerca de 4 semanas no bairro central, na Avenida Alberto Litule, circunscrito no
Mercado do Estrela.
O Mercado do Estrela é caracterizado por ser pequeno, isto quanto a sua extensão territorial. O
mesmo é composto por dois lados comerciais, uma de fora e outra de dentro, em que cada um
desses sítios é caracterizado por um certo tipo de produtos comerciais. Do lado de fora
encontramos os bares, vendedores de bebidas, carros, telemóvel, aparelhagens, DVD´s, vídeos,
game´s, electrodomésticos, mobiliários e diversos acessórios dos produtos electrónicos e
tecnológicos. Na parte interior do mercado encontramos os vendedores de roupas, sapatos,
cereais, comidas confeccionadas para as refeições e várias outras actividades informais.
Sendo assim o pequeno mercado torna-se num grande mercado pelo numero de comerciantes que
lá se encontram a comercializar os seus produtos.
Importa reter que o nosso estudo não se circunscreve apenas no Mercado do Estrela, como foi
inicialmente proposto neste trabalho. Conduzidos pela observação no terreno, tivemos que traçar
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Amílcar Magaço
novas fronteiras, no sentido em que fomos observando que arredores do mercado estrela a quase
100 metros é possível verificarmos também alguns comerciantes imigrantes praticando suas
actividades informais.
No Mercado Estrela o comércio é praticado todos os dias das 6 horas as 20h em especial de
segunda a sábado, tendo no domingo um ambiente fraco. Aqui, homens e mulheres de diferentes
estratos sociais, provenientes de diversos bairros da cidade de Maputo, encontram-se neste
mercado para mais uma jornada de trabalho.
Os vendedores que se encontram de lado de fora compostos maioritariamente por homens, são
por sua maior parte provenientes das províncias de Nampula, Zambézia, e uma pequena parte de
Cabo Delegado e Maputo.
Sendo que as grandes formas de atrair os clientes é a exposição dos seus produtos,
principalmente dos telemóveis. Este grupo de vendedores tem os preços aparentemente baixos
que variam de acordo com a marca, tecnologia e capacidade dos telefones, o mesmo acontece
com os carros, as aparelhagens e os acessórios desses matériais.
As causas que fazem com que estes vendedores deixem as suas províncias de origem são várias,
estas giram em tornos da pobreza, guerras, curiosidade e a procura de novas oportunidades de
crescer no ramo comercial. Como testemunhava um dos nossos entrevistados provenientes de
Nampula:
As razões que mi levou a vir a Maputo fazer negócio foi, o facto de tentar melhorar as
dificuldades da vida e ter um tio que já vivia cá a bastante tempo. Vim com ele que
estava em Nampula de ferias… No inicio comecei a vender sapatos aqui mesmo no
mercado, depôs juntei dinheiro e entrei neste negócio de telefones celular com meu
primo (28 anos, solteiro).
Deste trecho, podemos aferir que neste local encontramos negociantes que estão nesta actividade
comercial por falta de alternativa de combate a pobreza. Deste modo a condição sócio-
económico obrigou-os a emigrar e a praticar actividades informais.
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Amílcar Magaço
Por sua vez, na parte interior do mercado encontramos comerciantes que são maioritariamente
mulheres vindas de Inhambane, Gaza e Zambézia, uma pequena parte vem província do Maputo.
Sendo que a maior parte destas praticam a venda de cereais e alimentos confeccionados.
À luz dos resultados do trabalho de campo realizado pelo grupo, constata-se que os negociantes
que vendem neste local na sua maioria são moradores das zonas sub-urbanas da cidade de
Maputo, nomeadamente dos bairro de Maxaquene, Polana-Caniço, Jardim, Mafalala,
Chamanculo, Aeroporto, Benfica e Mozal. E outros provem de bairros localizados no centro da
cidade, bairros como ;Malhangalene.
Quanto as idades, a sua frequência esta entre os 20 aos 50 anos, sendo que a maioria dos
entrevistados têm a idade de 20 aos 40 anos. Alguns destes já fixaram as residências em Maputo
visto que já estão cá a muito tempo, são casados com mulheres Changanas ou Chope e tem ate
filhos. Vejamos os depoimentos de um entrevistado proveniente de Nampula:
Eu… sai de Nampula a muito mas muito tempo, lá para 1987. Deixei a profissão de
professor primário porque o Estado não pagava bem e eu já estava a 1 ano sem salário.
Vim para aqui, comecei com venda de cassetes de músicas e filmes, agora vendo discos
de músicas, filmes, vídeo game como estão a ver nem… agora estou aqui, faço meu
negocio, já tenho esposa que é da que e 4 filhos. (48 anos, casado).
Alguns destes migrantes são refugiados de guerra, fome, seca que procuraram auxílio na capital
do país (Maputo).
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Amílcar Magaço
Cronograma de Actividades
SEMANAS
ACTIVIDADES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
Levantamento de literatura X X
Montagem do projecto X
Colecta de dados X X X
Tratamento de dados X X
Elaboração do relatório final X
Revisão do texto X X
Entrega do trabalho X
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Amílcar Magaço
Referências Bibliográficas
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