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ROTEIRO DE ESTUDO

CONTABILIDADE GERAL

CURSO SEQUENCIAL

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Profª. Edna Marcia Jabour Zambon


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I) INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE.

1. CONTABILIDADE INÍCIO E EVOLUÇÃO


1.1 Inícios Contábeis (+/- 4.000 a. c )
1.2 Frei Luca Pacioli em 1494 (Partidas Dobradas
1.3 Escola Italiana
1.4 Escola Americana (Escola Contábil Norte Americana – 1920)

2.CONTABILIDADE
2.1.DEFINIÇÃO:
“Ë uma metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e
interpretar os fenômenos que afetam as situações Patrimoniais, Financeiras e Econômicas
de qualquer entre, seja pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresas ou
mesmo, pessoa jurídica de direito público”. (Sérgio Iudícibus)

2.2.OBJETO:
É o Patrimônio das entidades econômico-administrativas.

2.3.FINALIDADE:
A contabilidade presta-se as seguintes finalidades básicas na empresa: controle e
planejamento para tomada de decisões.

2.4.OBJETIVOS:
A contabilidade tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir, conferir e interpretar
os fenômenos de natureza econômico-financeiro que afetam a empresa.
• Captar: informações, documentos (Base de dados)
• Registrar: fatos
• Acumular: registros
• Resumir: contas
• Conferir: registros e contas
• Interpretar: demonstrativos.

2.5. TÉCNICAS:
A contabilidade utiliza as seguintes técnicas essenciais:
• Registro dos fatos: escrituração
• Demonstração expositiva dos fatos: demonstrações contábeis
• Confirmação dos registros e demonstrações: auditoria
• Análise e interpretação dos demonstrativos: análise de balanços.
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2.6 PROCESSO CONTÁBIL PARA TOMADA DE DECISÃO:

FATOS OU EVENTOS DEMONSTRAÇÕES INFORMAÇÕES


Processo Análise
ECONÔMICOS FINANCEIRAS = FINANCEIRAS
Contábil
FINANCEIROS DADOS PARA TOMADA

DE DECISÕES

2.6.FUNÇÃO DO CONTADOR:
Sua função em especial, é a de gerente da informação contábil. Ele é responsável pela
obtenção, classificação e preparo de relatórios contábeis, visando fornecer a todos os
demais usuários internos, como por exemplo, os gerentes, base para a tomada de decisão e
manter os usuários externos, tais como, credores, governo, acionistas, clientes, etc.,
adequadamente informados.

2.7 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADOR:


(p.31 livro contabilidade empresarial)

2.8. TIPO DE INFORMAÇÕES:


Contabilidade Financeira: “é a contabilidade geral, necessária a todas as empresas.
Fornece informações básicas aos seus usuários e é obrigatória conforme legislação
comercial”. (Iudícibus, 1999, p.44).
Contabilidade de Custos: “está voltada para o cálculo, interpretação e controle dos custos
dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela empresa”.
(Iudícibus, 1999, p.44).
Contabilidade Gerencial: “voltada para fins internos, procura suprir os gerentes de um
elenco maior de informações, exclusivamente para a tomada de decisões. Diferencia-se das
contabilidades já abordadas, pois não se prende aos princípios fundamentais da
Contabilidade. O profissional que exerce a Contabilidade Gerencial também é chamado de
Controller.

2.9. TIPOS DE USUÁRIOS: INTERNO E EXTERNO.

2.10. ORGANOGRAMA DE UMA EMPRESA INFORMATIZADA


(ANEXO 1)
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II) TRIBUTAÇÃO RECEITA FEDERAL


Formas de tributação apresentados pela Legislação do Imposto de Renda:
1) Lucro Presumido
2) Lucro Real
3) SIMPLES

1. Lucro Presumido: as empresas têm como base de cálculo a Receita Bruta (Vendas com
N.F.) ocorridas no fato gerador.
1.1 Impostos existentes:
• PIS: 0,65% s/ receita bruta.
• COFINS: 3% s/ receita bruta
• ISS: 5% sobre a receita de serviço
• CONTRIBUIÇÃO SOCIAL: 8% a fatos geradores ocorridos de 1ºde janeiro a 30/04/99,
12% fatos geradores ocorridos de 1º/05/99 a 31/01/2000 e 9% aos fatos geradores
ocorridos no período de 1º/02/2000 a 31/12/2002. (a base de cálculo é 12% s/a receita
bruta)
• IMPOSTO DE RENDA – no IR houve uma divisão para as alíquotas em cada setor.
Observe a seguir as alíquotas.
• Posto de Gasolina: a base de cálculo é de 1,6%, com o IR de 15%.
• Comércio: a base de cálculo é de 8%, com o IR de 15%.
• Prestação de Serviços: a base de cálculo é de 16%, com o IR de 15%.
• Sociedades de Profissionais: a base de cálculo é de 32%, com o IR de 15%.

1.2 Exemplo Prático:


Venda de uma empresa comercial: R$ 15.000,00
PIS = 97,50

COFINS = 450,00

IR: Base de cálculo: 8% de 15.000,00 = 1.200,00


Alíquota do imposto 15% de 1.200,00 = 180,00

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL = Base de Cálculo: 12% de15.000,00 = 1.800,00


Alíquota do imposto: 9% de 1.800,00 = 162,00

2. Lucro Real: o Lucro Real tem 3 bases de cálculo, sendo que uma destas é para o PIS e
COFINS, outra para o Imposto de Renda e a última para Contribuição
Social.
2.1 Particularidades de Cada Base de Cálculo
2.1.1 PIS e COFINS: Funciona como no Lucro Presumido
2.1.2 IMPOSTO DE RENDA: é calculado com a alíquota de 15% sobre o Lucro Real
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(apurado no livro chamado LALUR).


2.1.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL: é calculado com a alíquota de 9% sobre o Lucro Real.

Exemplo:
Empresa Comercial: Vendas: 20.000,00
Despesas: 12.000,00

PIS: 20.000,00 x 0,65% = 130,00


COFINS: 20.000,00 X 3% = 600,00

IR: VENDAS – DESPESAS – PIS – COFINS = LUCRO


20.000,00 – 12.000,00 – 130,00 – 600,00 = 7.270,00
IR = 7.270,00 X 15% = 1.090,50

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL = 7.270,00 x 9% = 654,30

3. SIMPLES: é uma forma de tributação para as Micro (ME) e Pequenas Empresas (EPP).
Para as empresas se enquadrarem nesta forma de tributação ela deverá obedecer a
algumas normas, como por exemplo a Receita Anual e o Objeto Social da (fim da
empresa).

3.1. Podem optar pelo SIMPLES:


• as ME com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00 ou no caso de início de
atividades, ao limite proporcional correspondente ao resultado da multiplicação de R$
10.000,00 pelo número de meses de atividades no ano.
• EPP com recita bruta anual não superior a R$ 1.200.000,00 ou no caso de início de
atividades, ao limite proporcional correspondente ao resultado da multiplicação de R$
100.000,00 pelo número de meses de atividades no ano.

3.2. O SIMPLES engloba os seguintes impostos:


• PIS
• COFINS
• CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
• IMPOSTO DE RENDA
• INSS
• ISS: se o Município da localização da empresa houver aderido ao SIMPLES
• ICMS: se a Unidade Federada da localização da empresa houver aderido ao SIMPLES

3.3 Tabela para Cálculo só de Impostos e Contribuições Federais Unificados.


(pegar da IOB p.22)

Exemplo:
1) ME com faturamento anual de R$ 95.000,00 que tenha vendido no mês R$ 30.000,00.
Alíquota de:
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2) EPP com faturamento anual de R$ 750.000,00 que tenha vendido no mês R$ 60.000,00.
Alíquota de:

III) RELATÓRIOS CONTÁBEIS E GERENCIAIS

Introdução: é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade.


Objetiva relatar às pessoas que se utilizam da contabilidade os principais fatos
registrados pela contabilidade em determinado período.

Demonstrações Financeiras: entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as


demonstrações financeiras (terminologia utilizada pela Lei das S.A. ), ou
demonstrações contábeis (terminologia preferida pelos contadores mais
conservadores).
A Lei das S.A., art.176 estabelece que, ao fim de cada período social (12 meses), a
diretoria fará elaborar ( e deverá publicar), com base na escrituração contábil, as
demonstrações financeiras ou contábeis relacionadas a seguir:
• Balanço Patrimonial (reflete a posição financeira em determinado momento da
empresa)
• Demonstração do Resultado do Exercício (é a apresentação em forma resumida,
das operações realizadas pela empresa, durante, o exercício social, demonstradas de
forma a destacar o resultado líquido do período).
• Demonstração e Lucros ou Prejuízos Acumulados (evidencia a distribuição
ocorrida no saldo da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados).
• Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (explica a variação do
Capital Circulante Líquido, ocorrida de um ano para p/o outro. Ajuda-nos a
compreender como e porque a posição financeira mudou de um exercício p/o outro.

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos


valores correspondente das demonstrações do exercício anterior.

Além das demonstrações financeiras relacionadas, temos as notas explicativas, que são
complementos àquelas demonstrações. As notas explicativas são dispostas no rodapé (na
parte abaixo) das demonstrações financeiras.

Obs: As S/A de capital aberto são obrigadas a publicarem suas demonstrações com o
parecer da Auditoria Externa, que pode ser feito por pessoa física ou empresa de auditoria.

Todas as empresas sujeitas à escrituração contábil regular devem elaborar:


• Balanço Patrimonial
• Demonstração do Resultado do Exercício
• DLPA ou DMPL.

Obs: A DMPL não é obrigatória para as S/A pela Lei 6.404/76, porem pela Instrução
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Normativa da CVM nº. 59/86, ela é obrigatória para as S/A de Capital Aberto.

Obs: O Imposto de Renda exige escrituração contábil completa somente para as pessoas
jurídicas tributadas pelo Lucro Real, dispensando tal escrituração às empresas tributadas
pelo Lucro Presumido, porem ao se tratar de empresa comercial, deve esta também manter
a escrituração completa para atender ao Código Comercial.

IV) BALANÇO PATRIMONIAL: Uma Introdução.


1) Equação Fundamental do Patrimônio:

ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2) Representação Gráfica:
O Balanço Patrimonial é constituído de duas colunas: a coluna do lado direito é
denominada de PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO. A coluna do lado esquerdo
é denominada ATIVO. Isto é mera convenção. Vejamos graficamente:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
LADO ESQUERDO LADO DIREITO

3) Ativo:
3.1.Conceito: são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliados em
dinheiro, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa.
3.2.Bem tangível e intangível.
3.3.Nomenclatura: a receber, a compensar, cliente.

4) Configuração dos Estados Patrimoniais:

a) ATIVO > PASSIVO EXIGÍVEL = SITUAÇÃO LÍQUIDA POSITIVA, ATIVA,


SUPERAVITÁRIA.

b) ATIVO < PASSIVO EXIGÍVEL = SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA,


PASSIVA, DEFICITÁRIA OU PASSIVO A DESCOBERTO.

c) ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL = SITUAÇÃO LÍQUIDA NULA OU


INEXISTENTE.

5) Passivo e Patrimônio Líquido:


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5.1. Passivo Exigível: evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com
terceiros. O Passivo é obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida
vencer será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso ser mais adequado
denominá-lo Passivo Exigível.

5.2. Nomenclatura: a pagar, a recolher, fornecedor.

3.2) Patrimônio Líquido: evidencia recursos dos proprietários aplicados no


empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a primeira aplicação) é
denominada, contabilmente, Capital. O PL, também pode crescer não apenas com o
acréscimo de Capital, mas também com os Lucros, que são os rendimentos do
capital aplicado.

OBS: O Passivo também é chamado de Capital de Terceiros e Passivo Exigível. E o


Patrimônio Líquido também é chamado de Capital Próprio, Passivo Não Exigível e
Situação Líquida.

V) BALANÇO PATRIMONIAL: GRUPO DE CONTAS

1) JUSTIFICATIVAS

Para facilitar a análise e interpretação do Balanço Patrimonial, suas contas são


agrupadas de forma homogênea, isto é, com as mesmas características. Ex: poderíamos
agrupar as contas Caixa e Bancos (depósito que a empresa tem nos Bancos), em um único
grupo denominado Disponível (dinheiro à disposição da empresa).

Duas regras básicas orientam a distribuição de contas no B.P.


• PRAZO – Em contabilidade CURTO PRAZO significa normalmente o período de até
um ano ou 12 meses contados a partir da data do Balanço Patrimonial. LONGO
PRAZO, (superior a um ano ou 12 meses contados a partir da data do B.P., ou superior
ao Clico Operacional da empresa quando este for superior a um ano).
• GRAU DE LIQUIDEZ DECRESCENTE – os itens de maior liquidez são classificados
em primeiro plano. Os de menor liquidez aparecem em último lugar, no ATIVO; as
contas no PASSIVO estão classificadas em ordem crescente do grau de exigibilidade
(prazo de vencimento das obrigações).

Obs: Conceito de Ciclo Operacional: é o período de tempo que vai desde aquisição das
matérias – primas, mercadorias ou serviços prestados até o recebimento do valor das
vendas.
Regra geral: Considera-se Curto Prazo o período de 12 meses ou o Ciclo Operacional,
valendo o maior.

A Lei 6.404/76 no seu art.176, parágrafo único diz o seguinte: “Na Cia em que o Ciclo
Operacional tiver duração maior que o exercício social (1 ano), a classificação no
Circulante ou Longo Prazo terá por base o prazo desse Ciclo.
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2) ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL:


ATIVO:
• Circulante – itens que já são dinheiro ou que serão transformados em dinheiro
rapidamente (curto prazo – no máximo um ano). O Ativo Circulante também é
conhecido como Ativo Corrente ou Capital de Giro.

• Realizável a Longo Prazo – Espera-se muito tempo para receber, (+ de um ano).

• Permanente – Normalmente não se vende, não se recebe, mas são utilizados como meio
de consecução dos objetivos operacionais da empresa. Poderíamos dizer que,
praticamente são itens sem nenhuma liquidez.
Está dividido em:
Investimentos
Imobilizado
Diferido

PASSIVO:
• Circulante: paga-se rapidamente, (no máximo um ano).

• Exigível a Longo Prazo – demora-se muito tempo para pagar, (+ de um ano).

• Resultado de Exercício Futuro: Abriga Receitas já recebidas que efetivamente devem


ser reconhecidas em resultados em anos futuros, daí a sua intitulação, sendo que já
devem estar deduzidas dos custos e despesas decorrentes, incorridas ou a incorrer .Só
poderão fazer parte deste grupo os valores recebidos que não serão em hipótese alguma,
devolvidos pela empresa nem representam obrigações qualquer de sua parte de entregar
bens ou serviços, além disso, esses recebimentos devem referir-se a transações que
afetarão o Patrimônio nos exercícios seguintes.
Ex: Aluguel recebido antecipadamente,
Recebimento de uma comissão.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
• Não precisa pagar enquanto a empresa estiver em continuidade, (não exigível).
O P.L. será formado pelas contas:
Capital Social
Reservas de Lucro
Reservas de Capital
Reservas de Reavaliação
Lucros ou Prejuízos Acumulados.
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CAPITAL SOCIAL:

É todo investimento realizado na empresa pelos seus proprietários, sendo por ações ou
quotas. Os investimentos se referem, também, a parte de lucro e outras reservas não
distribuídas e incorporadas ao capital.

- Capital Subscrito: é aquele comprometido (assinado) pelos sócios ou acionistas.

- Capital Realizado (Integralizado): é a entrega dos recursos correspondente ao Capital


Subscrito.

- Capital a Integralizar: é a parte do Capital Subscrito que ainda não foi entregue a
empresa.

- Capital Autorizado: Denomina-se Capital Autorizado em valor ou em número de ações,


pelo qual o Estatuto autoriza o Conselho da Administração a aumentar o Capital Social,
independentemente de reforma estatutária.

DIFERENÇA ENTRE PROVISÃO E RESERVAS

PROVISÃO:
Há basicamente dois tipos de provisão:
1) Redução do Ativo – são expectativas de perdas de ativos.
Ex: Provisão para Devedores Duvidosos

2) Aumento de Passivo – são desembolsos que certamente ocorrerão no


Futuro, uma vez que o fato gerado já ocorreu.
Ex: Provisão de Férias e 13º salários.

RESERVAS: São acréscimos ao PL que, quase sempre, são utilizados para aumento de
Capital.

V) ANÁLISE DE BALANÇOS

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)


Também conhecido como Capital de Giro Próprio.
CCL = AC – PC, ou seja, é a parte do Ativo Circulante que não está
comprometido com o Passivo Circulante, representa a saúde da empresa.
EX: AC = 1.000
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PC = 600
CCL = 400 Este valor não está comprometido com a dívida da empresa.

Obs: Muitas vezes, mesmo que o AC seja maior que o PC a empresa está com dificuldades
em pagar suas dívidas, pois os títulos estão vencendo com maior rapidez do que os valores
que se transformam em dinheiro. Isto é, os recebimentos ocorrem de forma mais lenta.
Quando isto ocorre a empresa recorre a empréstimos, descontos de duplicatas, etc. no
sentido de reforçar o seu Capital de Giro.

VII) DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

Enquanto se pode pensar no Balanço Patrimonial como um instantâneo no


tempo, a DRE apresenta as operações durante um período de tempo, por exemplo, durante
o ano civil (12 meses) , fechando este demonstrativo em 31 de dezembro do ano calendário.
Porem é comum o preparo de demonstrações mensais para uso da administração e
demonstrações trimestrais a serem colocadas à disposição dos acionistas da empresas de
capital aberto.
O artigo 187 da Lei 6.404/76 apresenta a forma em que deve ser feita a DRE,
(vertical).
• 1º.do art.187 da referida Lei, diz o seguinte:
a) “as receitas e os rendimentos ganhos no período,
independentemente de sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos”.

No fim deste demonstrativo são apresentados os lucros e os dividendos por


ação. O lucro por ação é chamado de “bottom line” (última linha), indicando que, de
todos os itens na DRE este é o mais importante.
Para fins de planejamento e controle, a administração geralmente faz
previsões de DRE mensais (ou talvez trimestrais) e então compara os resultados
reais com as demonstrações projetadas. Se as receitas estiverem abaixo e os custos
acima dos níveis previstos, então a administração precisa tomar medidas corretivas
antes que o problema se torne sério demais.

1.Receita Operacional Bruta:


Compreende as receitas das atividades principais da empresa.
Nela, estão incluídos todos os impostos cobrados do comprador, que são
incluídos no preço de venda. Ex: ICMS, ISS, PIS, COFINS, exceto o IPI, que é um imposto
por fora.
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Não estão excluídas as devoluções de mercadorias ou produtos e os


abatimentos concedidos aos clientes.
O objetivo de informar a Receita Bruta, incluindo impostos, devoluções é
mostrar ao usuário externo, dados que serão valiosos para uma análise de indicadores de
eficiência ou dos departamentos de produção e venda.

2.Deduções da Receita Bruta:


Correspondem as parcelas que, embora integrantes da receita bruta, com elas
a empresa não pode contar para cobrir as suas despesas e gerar o seu lucro.
a) Vendas Canceladas: são mercadorias em desacordo com o pedido, cujo
comprador sentindo-se prejudicado, efetua a devolu-
ção parcial ou total das mercadorias.

b) Descontos Incondicionais (Descontos Comerciais):ocorre antes da venda


por isso independem de qualquer fato que venha a ocorrer
futuramente.
Obs: Os Descontos Comerciais não devem ser confundidos com os Descontos Financeiros,
uma vez que este ocorre após a venda, por antecipação de pagamento e devem ser
classificados no grupo de Despesas Financeiras.

c) Abatimentos: muitas vezes o comprador quer devolver as mercadorias por


alguma insatisfação, então a Empresa que vendeu tal
mercadoria dá um abatimento no preço da venda e o cliente
não devolve a mercadoria.

d) Impostos incidentes s/venda: são os tributos contidos no preço da


mercadoria, produtos ou serviços. Ex: ICMS, ISS,
COFINS, PIS, IPI.

3.Receita Operacional Líquida: (1-2)


É obtida pela diferença entre receita operacional bruta e as deduções de
vendas.

4.Custos Operacionais:
Custos das Mercadorias Vendidas, Produtos e Serviços.

5.Resultado Operacional Bruto (lucro ou prejuízo): (3-4)


Vamos falar do lucro.
É o lucro resultante da atividade operacional da empresa, Lucro Operacional
Bruto.
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6.Despesas Operacionais:
São as necessidades para vender os produtos, administrar a empresa e
financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da
atividade operacional da empresa.

a) Despesas com Vendas: representam os gastos de promoção, colocação e


distribuição dos produtos da empresa.
São despesas com pessoal na área de venda,
comissões s/vendas, propaganda e publicidade,
marketing, prov.p/devedores duvidosos, etc.

b) Despesas Administrativas: são aquelas necessárias para administrar(gerir)


a empresa. De maneira geral, são gastos nos
escritórios visando à direção ou à gestão da
empresa. Ex: honorários administrativos,
salários e encargos sociais do pessoal administ.
aluguéis de escritórios, material de escritório,
seguro de escritório, depreciação de móveis e
utensílios.

c) Despesas Financeiras: são as remunerações dos capitais de terceiros, tais


como: juros pagos ou incorridos, comissões bancá-
rias, descontos concedidos, juros de mora pagos, etc.

d) Outras Despesas Operacionais: este subgrupo, é utilizado para despesas


operacionais não enquadradas no grupo
de vendas, administrativas e financeiras.
Ex: IPVA, IPTU, multas fiscais.

7.Outras Receitas Operacionais:


Neste grupo incluímos, outras receitas de caráter eventual, ou não, tais
como: lucros de participações em outras sociedades, receitas de juros, descontos obtidos.

8.Resultado Operacional Líquido: (5-6+7)


Compreende a soma do resultado operacional bruto, com as outras receitas
operacionais, subtraindo-se as despesas operacionais e as outras despesas operacionais.
Desta forma, obtêm-se o resultado líquido das operações da empresa, tanto nas atividades
principais como nas acessórias.

9.Receitas Não Operacionais:


São receitas não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio
principal da empresa. Normalmente trata-se de ganho de capital. São os lucros referente a
venda de ativo imobilizado ou com investimentos de natureza permanente.
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10.Despesas Não Operacionais:


Corresponde ao evento econômico diminutivo do patrimônio líquido, não
associado com a atividade principal da empresa. Como casos comuns desse tipo de receita
temos as despesas de capital, correspondente a transações com imobilizados ou com
investimentos e natureza permanente, desde que não relacionadas com a atividade principal
da empresa.

11.Resultado do Exercício Antes da Provisão p/ o Imposto de Renda: (8+9-10)


É o Resultado Operacional + Receitas Não Operacionais – Despesas Não
Operacionais.

12.Provisão para Contribuição Social:


8% sobre o Resultado Contábil ajustados pelas adições, exclusões e
compensações previstas ou autorizadas pela legislação aplicada a Contribuição Social. Esse
Resultado não se confunde com aquele apurado no LALUR que é a base de cálculo do
imposto de renda.

13.Provisão para Imposto de Renda:


A base de cálculo para o imposto de renda não é exatamente o lucro apurado
pela Contabilidade, mas aquele lucro ajustado às disposições da legislação do imposto de
renda que será denominado Lucro Real (Lucro Tributável).
Tais ajuste são feitos no LALUR ( Livro de Apuração do Lucro Real).

14.Resultado do Exercício Após o Imposto de Renda: (11-12-13)

15.Participações:
Após a apuração do “Lucro Após o Imposto de Renda” deduziremos as
Participações previstas no estatuto, são elas:

a) Debêntures: poderá assegurar ao seu titular, além de juros e correção


monetária, participação nos lucros da Cia.(dedutível p/ IR).

b)Empregados e Administradores: é um complemento a remuneração.


normalmente é definido no estatuto ou contrato social
um percentual s/ os lucros. A Part.Empregados é dutitível
p/ IR, a de Administradores não.

b) Partes Beneficiárias: os titulares destes títulos terão direito a participação


prevista em estatuto nos lucros anuais, não são dedutíveis p/IR.

c) Doações: são as doações às contituições de fundações com a finalidade de


assistir seu quadro de funcionários, às previdências, no sentido
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de complementar aposentadoria, etc. É duditível p/ IR.

16.Lucro Líquido do Exercício: (14-15)


Após deduzidas do resultado as participações o que remanescer será o lucro
líquido à disposição dos proprietários da empresa.

17.Lucro Líquido por Ação do Capital:


As sociedades anônimas encerram a DRE com o Lucro ou Prejuízo por Ação
do Capital Social, cuja determinação é obtida pela divisão do lucro líquido do exercício
pela quantidade de ações representativas do capital realizado.

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

1.RECEITA OPERACIONAL BRUTA


VENDAS DE PRODUTOS
VENDAS DE MERCADORIAS
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

2.DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA


VENDAS CANCELADAS
ABATIMENTOS E DESCONTOS – INCONDICIONAIS
IMPOSTOS S/VENDAS E SERVIÇOS

3.RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2)

4.CUSTOS OPERACIONAIS
CUSTO DO PRODUTOS VENDIDOS
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
CUTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS

5.LUCRO OPERACIONAL BRUTO (3-4)

6.DESPESAS OPERACIONAIS
DESPESAS COM VENDAS
Despesas com Pessoal
Comissões com Vendas
Viagens e Representações
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DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesas com Pessoal
Honorários da Administração
Impostos e Taxas

DESPESAS FINANCEIRAS
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias
Outras Despesas Operacionais

7. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

8.LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (5-6+7)

9.RECEITAS NÃO OPERACIONAIS

10. (-)DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

11. + SALDO DA CORREÇÃO MONETÁRIA

12.RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA PROVISÃO PARA IMPOSTO DE


RENDA (8+9-10)

13.PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

14.PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA

15.RESUL. DO EXERC. APÓS O IMPOSTO DE RENDA (11-12-13-14)

16.PARTICIPAÇÕES

Debêntures
Empregados
Administradores
Partes Beneficiárias
Contribuições p/ Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de
Empregados

17.LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (15-16)

18.LUCRO LÍQUIDO POR AÇÕES DO CAPITAL

VIII) CONTAS
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CONCEITO: é o nome técnico que identifica um componente Patrimonial (Bem, Direito,


Obrigação ou Patrimônio Líquido) ou um componente de Resultado
(Despesa, Custo ou Receita).

CLASSIFICAÇÃO DA CONTAS:
• PATRIMONIAL: Contas do Balanço Patrimonial
• De RESULTADO ou EXTRAPATRIMONIAIS: Receita, Despesa ou Custo.

FUNÇÃO DAS CONTAS: razão da sua existência, para que serve.

PLANO DE CONTAS: é o conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as


tarefas de Contabilidade, objetivando a uniformização dos
registros contábeis.

CÓDIGO E GRAU DA CONTA: é composto por um ou mais algarismos utilizados para


identificar cada uma das contas que
compõem o Plano de Contas.

IX) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

1 . CONCEITO
A Escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro, em livros
próprios de todos os fatos administrativos resultantes da gestão do patrimônio da entidade.

PROCESSO CONTÁBIL

DOCUMENTOS

DIÁRIO

RAZÃO

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


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2. ATOS E FATOS CONTÁBEIS


2.1.Atos Administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não
provocam alterações no Patrimônio. Ex: admissão de empregado, assinatura de contratos de
compra e venda.

2.2.Fatos Administrativos são aqueles que provocam modificações no


patrimônio, sendo, portanto, objeto de contabilização através das Contas Patrimoniais ou de
Resultado, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido.

3. Livros de Escrituração:
a) Principais – Diário: é obrigatório por Lei para todas as empresas Registra os fatos
contábeis em partidas dobradas na ordem rigorosamente cronológica do dia, mês e ano.
Razão: consiste no agrupamento de contas de mesma natureza. O registro é
feito em contas individualizadas tendo assim um controle por conta.

b) Auxiliares – utilizados para registros específicos, como os livros Caixa.


Obs: Os livros são Sistemáticos, ou seja, destinados ao registro de eventos da
mesma natureza com exceção do livro Diário.

4. Método da Partidas Dobradas:


O princípio fundamental do método universalmente aceito, é que o registro
de qualquer operação implica que a um débito em uma ou mais contas deve corresponder
um crédito equivalente, em uma ou mais contas de forma que a soma dos valores debitados
seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou, simplificando: Não há débito sem
crédito correspondente, débito = crédito, ou origens = aplicações.
Por meio desse método, os eventos são registrados inicialmente no livro
Diário e posteriormente, no livro Razão.

4.1. Quadro resumo do mecanismo do Débito e do Crédito:


N A T U R E Z A PARA O SALDO
DAS CONTAS Do saldo aumentar diminuir
Ativo = bens e direitos D D C
Passivo = obrigações c/ terceiros C C D
Patrimônio Líquido C C D
Receitas C C D
Despesas e Custos D D C
Contas Retificadoras do Ativo C C D
Contas Retificadoras do Passivo D D C
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Obs: O Saldo da conta é a diferença entre os valores lançados a débito e os valores lançados
a crédito na respectiva conta.

X) LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
1.Conceito: é o meio pelo qual se processa a escrituração contábil. É a forma
mercantil de se processar o registro dos fatos no livro Diário.
2.Elementos Essenciais do Lançamento
• local e data do registro,
• nome da conta ou contas a serem debitadas ou creditadas,
• histórico da operação,
• valor do lançamento.
Ex: Integralização do Capital Social em dinheiro no valor de 10.000,00
Vitória, 28 de junho de 1999.
Banco
a Capital Social
Integralização do Capital pelos sócios José da Silva e Helena Braga, sendo 55%
do Capital pertencente a José Silva e 45% a Helena Braga.
10.000,00

3. Fórmulas de Lançamentos:
• Primeira fórmula – uma conta a débito e uma conta a crédito.
• Segunda fórmula – uma só conta a débito e mais de uma a crédito.
• Terceira fórmula – mais de uma conta a débito e uma só a crédito.
• Quarta fórmula – mais de uma conta a débito e mais de uma conta a crédito.

Obs: os lançamento de Quarta fórmula são pouco inteligíveis, devendo se desdobrados em


outras fórmulas.

.
Fatos Administrativos possíveis:
• Fatos Permutativos ente elementos Ativos – Ex: compra ou venda à vista, transferências
de contas do Ativo Realizável a Longo Prazo para o Ativo Circulante.
• Fatos Permutativos entre elementos Passivos – transferências do Passivo Exigível para
o Circulante.
• Fatos Permutativos entre elementos Ativos e Passivos, acarretando aumento no
Patrimônio. Envolvem contas do Ativo e Passivo ao mesmo tempo acarretando aumento
no Patrimônio sem alterar o P.L. Ex: Compra a prazo.
• Fatos Permutativos entre elementos do Ativo e Passivo, acarretando diminuição no
Patrimônio. Envolvem, também, ao mesmo tempo contas do Ativo e do Passivo
acarretando diminuição no Patrimônio sem interferir no P.L. Ex: Pagamento da
obrigações.
• Fatos Modificativos aumentativos: envolvem contas patrimonial e uma ou mais contas
de receita. Os mais comuns são os que representam recebimento de receita no momento
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da ocorrência do fato gerador.


• Fatos Modificativos diminutivos: envolvem uma conta patrimonial e uma ou mais
contas de despesa. Os mais comuns são os que representam pagamentos de despesas na
data da ocorrência do fato gerador.
• Fatos Mistos aumentativos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais
contas de receita. Ex: venda de bens com lucro, recebimento de duplicatas com juros.
• Fatos Mistos diminutivos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais
contas de despesas. Ex: vendas de bens com prejuízo, recebimentos de direitos com
descontos.

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