Professional Documents
Culture Documents
INTRODUÇÃO
No começo do século XX, muitas formas de cultivo de peixes foram estabelecidas, como
por exemplo, o policultivo de carpas na China, monocultivo da carpa na Europa, cultivo da
tilápia na África e salmonídeos na América do Norte e Europa Ocidental. Com exceção do
cultivo de salmonídeos, estas formas de aquacultura eram geralmente extensivas, onde os
nutrientes colocados no sistema eram limitados ao uso de fertilizantes e alimentos não
processados, e o rendimento era muito baixo. Os maiores avanços da aquacultura têm ocorrido
no final do século XX, com a exploração comercial de novas espécies e uso de técnicas mais
aprimoradas, principalmente no que diz respeito ao manejo nutricional.
Os peixes precisam consumir proteínas, minerais, vitaminas e uma fonte de energia.
Esses nutrientes podem ser provenientes de outros organismos aquáticos ou alimento natural
ou ainda, de rações preparadas. Se os peixes são mantidos em confinamento (cultivo
intensivo) onde os alimentos naturais não estão presentes ou são pouco abundantes, como por
exemplo, em “raceways” e tanques-rede, a dieta deve ser nutricionalmente adequada.
Entretanto, em ambientes de cultivo onde os peixes têm acesso ao alimento natural, o alimento
usado não precisa, necessariamente, conter todos os nutrientes essenciais.
A produção de uma dieta nutricionalmente balanceada para peixes exige esforços de
pesquisa, controle de qualidade e avaliação biológica. Uma nutrição deficiente prejudica a
produtividade e pode resultar em quadro de debilidade sanitária, resultando em doença. O
problema de um baixo desempenho em estádio inicial, e uma possível correção no programa
nutricional, ficará a cargo da habilidade do piscicultor.
A dieta mal formulada influencia negativamente a saúde do animal pela indução de
deficiências nutricionais, e/ou toxicoses, e por provocar diminuição na eficiência do sistema
imunológico, além de poder prejudicar a qualidade do produto final. Por outro lado, uma dieta
bem balanceada proporciona adequado crescimento e estado sanitário, condições adequadas
para reprodução e capacidade de se adequar às condições adversas do ambiente. Além disso,
os custos relacionados à alimentação são responsáveis por 50 a 70% dos custos totais da
produção, por isso é de fundamental importância que o manejo alimentar e nutricional dos
peixes seja feito de maneira bastante criteriosa.
2
O sucesso de uma criação comercial é medido pelo seu lucro, que por sua vez depende
da produtividade, do preço de mercado e do custo de produção. Estes serão afetados por
inúmeros fatores, os quais os mais importantes estão escritos a seguir.
4
3.1. Espécie
Os peixes apresentam respostas diferenciadas quanto aos fatores de desempenho, devido
à habilidade das espécies em aproveitar o alimento fornecido ou existente no meio. Os peixes
que aproveitam alimento natural, as espécies filtradoras (tilápias e carpas chinesas, por
exemplo), podem apresentar melhores respostas de conversão alimentar, quando existe
disponibilidade de alimento natural, comparados com espécies onívoras e carnívoras.
Os valores de conversão alimentar também podem diferir entre espécies em relação à
disponibilidade de nutrientes na ração. As espécies carnívoras, como os salmonídeos, têm
maior dificuldade em aproveitar dietas com elevados níveis de carboidratos na composição da
ração do que as espécies onívoras. Além disso, algumas espécies de peixes têm como
característica não apresentarem estômago, como a carpa comum e, consequentemente, as
respostas em termos de digestibilidade do alimento são inferiores aos peixes que apresentam
estômago funcional, devido à digestão ácida que ocorre nesta porção do trato digestivo.
3.2. Idade/tamanho
Diferentes valores de conversão alimentar podem ser observados dentro de uma mesma
espécie relacionados à idade ou tamanho do peixe. Peixes menores apresentam maior taxa de
crescimento comparado a peixes maiores, além disso, quanto menor o peixe, menor a taxa de
manutenção, o que explica o fato destes apresentarem melhores valores de conversão
alimentar.
3.3. Sexo
Para algumas espécies existem respostas diferenciadas em função da característica
sexual. As tilápias apresentam maturidade sexual antes de atingirem tamanho comercial e,
além disso, têm alta prolificidade, com desovas parciais, por isso os fatores de conversão
alimentar podem ser reduzidos devido à reprodução. No caso das tilápias são as fêmeas que
apresentam o cuidado parental com ovos e larvas, outras espécies não apresentam diferenças
significativas no crescimento e consumo de alimento em função do sexo e, portanto, nos
índices de conversão alimentar.
5
de crescer com 500 g. Portanto, a capacidade de suporte deste sistema em especial é de 2000
kg/ha.
sal ou mesmo areia. A maior quantidade das farinhas produzidas no Brasil tem como base os
resíduos do processamento de sardinha.
Farinha de peixe feita a partir de peixe inteiro contém 60 a 80% de PB, a qual 80 a 95%
é digerível pelo peixe. Esta também contém 1 a 2,5% de ácidos graxos do tipo ω3 altamente
insaturadoss, os quais são essenciais na dieta para a maioria das espécies. Farinha de peixe
produzida a partir de subprodutos de processamento apresenta qualidade inferior em relação a
farinha de peixe processada a partir de peixe inteiro em relação ao conteúdo e a qualidade da
proteína. Além disso, pode conter teores de cálcio de até 8,5%, causando problemas, como por
exemplo, inibição da absorção de outros nutrientes como o zinco e fósforo.
O zinco é exigido para crescimento e desenvolvimento. Dietas comerciais contém
ingredientes que são fontes relativamente ricas em zinco. Entretanto, para os peixes, a
biodisponibilidade do zinco nestes ingredientes são geralmente baixas, tornando-se essencial à
suplementação às rações. A biodisponibilidade do zinco em várias farinhas de peixe têm sido
encontradas sendo inversamente relacionada ao conteúdo de fosfato tricálcico e geralmente
menores nas farinhas brancas (comuns no Brasil), as quais contém os maiores níveis de fosfato
tricálcico.
4.3.1. Milho
O milho é um ingrediente altamente difundido na formulação de rações, possuindo de 8
a 9% de P.B. É importante fonte de vitamina A, porém apresenta deficiência em triptofano e
lisina, e quando administrado como única fonte na dieta pode acarretar excesso de gordura e
piora nas características organolépticas. O grão de milho destinado ao consumo animal deve
ser isento de fungos, micotoxinas, sementes tóxicas e resíduos de pesticidas.
4.3.2. Sorgo
O sorgo com baixo teor de tanino (0,1%) pode substituir em até 90% o milho na
formulação de rações para peixes. O sorgo pode ser cultivado em solos mais fracos e possui
8,5 a 9% de P.B., é pobre em vitamina A e deficiente em lisina e metionina. O grão de sorgo
destinado ao consumo animal também deve ser isento de fungos, micotoxinas, sementes
tóxicas e resíduos de pesticidas, contendo no máximo 1,0% de taninos, expresso em ácido
tânico.
Tabela 2. Composição e valor nutritivo de ingredientes para formulação de rações de peixes (expressos em porcentagem da proteína).
Ingredientes vegetais Ingredientes animais
Nutriente Milho Sorgo Arroz Trigo Soja Algodão Protenose Amendoim Peixe Carne e ossos Sangue Vísceras Penas
P.B. 8,5 8,8 12,8 16,0 45,0 38,0 58,0 48,0 55,0 40,0 72,0 59,0 82,0
ED(kcal/kg) 2200 2200 2500 2700 3010 3100 4260 3370 4100 3000 3200 3500 3200
Arg 5,06 3,73 4,92 5,76 7,57 9,64 3,33 12,25 5,92 6,74 4,20 6,80 6,78
Hys 3,06 2,22 1,33 2,41 2,66 2,02 2,16 2,77 2,25 1,92 5,76 1,83 0,74
Iso 4,12 4,76 2,73 3,94 4,53 2,79 4,18 3,66 4,12 2,86 1,09 3,85 4,38
Leu 14,24 12,92 5,47 6,35 7,79 4,37 16,80 6,92 6,95 6,00 13,13 6,88 7,97
Lys 2,94 2,83 4,06 3,94 6,36 4,59 1,83 3,56 7,32 5,34 8,35 5,13 2,20
Met 2,00 2,42 1,56 1,06 1,27 1,21 2,69 1,02 2,71 1,30 1,21 1,84 0,66
Phe 5,65 4,85 3,36 3,77 4,96 5,10 6,52 5,18 4,20 3,40 6,64 3,52 4,54
Thr 4,12 3,43 2,66 3,18 3,97 2,48 3,41 3,47 4,50 3,30 4,22 1,57 4,55
Trp 0,94 1,01 0,78 1,18 1,43 1,02 0,71 1,00 1,19 0,60 1,17 0,77 0,62
Val 5,18 5,25 5,63 4,41 4,51 4,08 5,09 3,91 6,67 4,90 8,39 4,79 7,78
Tabela 3. Composição mineral e valor nutritivo de ingredientes para formulação de rações de peixes.
Ingredientes vegetais Ingredientes animais
Nutriente Unidades Milho Sorgo Arroz Trigo Soja Algodão Protenose Amendoim Peixe Carne e ossos Sangue Vísceras Penas
P disp. (%) 0,07 0,07 0,07 0,33 0,19 0,35 0,11 0,18 1,73 3,21 0,30 1,28 0,46
Ca (%) 0,03 0,03 0,03 0,13 0,30 0,17 0,07 0,27 5,20 9,40 0,41 3,51 0,25
Mg (%) 0,11 0,13 0,11 0,57 0,29 0,41 0,07 0,27 0,15 1,13 0,15 0,18 0,20
Cu (mg/kg) 3,50 10,00 13,00 11,00 23,00 19,00 26,00 15,00 5,90 1,50 8,20 14,10 6,40
Fe (mg/kg) 33 48,00 - 145,00 140,00 208,00 229,00 142,00 181,00 508,00 2769,00 442,00 74,00
I (mg/kg) 0,05 0,02 0,04 0,08 0,15 0,10 0,80 0,40 2,00 - 0,80 - -
Mn (mg/kg) 5,7 15,80 18,00 115,00 31,00 21,00 6,30 26,70 12,40 12,50 6,40 11,00 12,50
Se (mg/kg) 0,07 0,20 0,27 0,64 0,10 0,06 0,83 - 1,62 0,25 - 0,78 0,82
Zn (mg/kg) 19,00 17,00 17,00 95,00 52,00 61,00 31,00 20,00 120,00 89,00 306,00 121,00 68,00
16
Tabela 4. Composição vitamínica e valor nutritivo de ingredientes para formulação de rações de peixes.
Ingredientes vegetais Ingredientes animais
Nutriente Unidades Milho Sorgo Arroz Trigo Soja Algodão Protenose Amendoim Peixe Carne e ossos Sangue Vísceras Penas
Tiamina (mg/kg) 3,70 4,10 1,40 14,20 6,00 6,60 0,30 5,70 1,70 0,20 0,30 0,20 0,10
Riboflavina (mg/kg) 1,10 1,10 0,40 2,00 2,90 3,30 2,00 9,10 9,10 4,50 2,90 10,50 20,00
Piridoxina (mg/kg) 4,69 4,70 - 8,00 6,00 7,00 6,90 6,38 5,92 8,74 4,45 4,41 2,98
Vit. B12 (mg/kg) - - - - - - 123,00 217,00 13,00 301,20 83,30
Ác. pantotênico (mg/kg) 5,10 11,00 3,30 17,80 16,30 13,70 3,50 46,60 9,90 4,40 3,20 11,10 8,90
Niacina (mg/kg) 23,00 37,00 23,00 95,00 28,00 41,00 60,00 178,00 59,00 51,00 22,00 47,00 21,00
Colina (mg/kg) 504,00 638,00 878,00 1247,00 2609,0 2764,00 352,00 1896,00 3112,0 2,136 600,00 6029,00 895,00
0 0
Biotina (mg/kg) 0,07 0,23 0,08 0,24 0,32 0,97 0,19 0,33 0,08 0,14 0,28 0,09 0,04
Ác. fólico (mg/kg) 0,30 0,20 0,20 1,20 0,60 1,40 0,30 0,70 0,35 0,50 0,40 0,51 0,22
Mioinositol (mg/kg)
Vit. C (mg/kg)
Vit. A U.I. 5000 616,00 385,00 374,00 330,00 330,00
Vit. D U.I.
Vit. E (mg/kg) 20,90 12,10 14,50 23,90 2,40 16,00 23,40 2,90 89,00 1,10 2,20
Vit. K (mg/kg)
Fonte: NRC (1993)
17
5. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
5.1. Proteína
Os peixes exigem maiores porcentagens de proteína dietética do que outros animais,
como mostra a tabela 2. Rações completas para peixes devem conter entre 28 a 50% de
proteína bruta, em função da fase de desenvolvimento, do ambiente e da espécie cultivada.
Rações de frangos e suínos contêm 18 a 23%, ou 14 a 16%, respectivamente. Esta aparente
maior exigência de proteína na dieta é explicada pelo fato dos peixes demandarem menor
consumo de energia, principalmente pelo fato de não precisarem regular a temperatura
corporal, como no caso de aves e mamíferos. Além disso, excreção e locomoção em
ambiente aquático demandam menor gasto de energia.
* E = estimado.
Fonte: N.R.C. (1993).
5.2. Energia
A energia exigida pelos peixes é menor que a exigida por animais de sangue quente,
porque os peixes não necessitam manter a temperatura corporal constante, despendendo
menos energia para a atividade muscular e para manter a posição na água do que os animais
na terra, bem como gastam menos energia para excretar produtos nitrogenados do que
animais homeotérmicos. Cerca de 90% do nitrogênio excretado pelos peixes está na forma
de amônia, demandando um gasto de energia muito pequeno em relação à excreção de uréia
ou ácido úrico em animais homeotérmicos.
Para salmonídeos, proteínas e lipídeos são os principais combustíveis, enquanto
carboidratos, principalmente amido de plantas, são pouco utilizados como fonte de energia.
Peixes de água quente, como bagre do canal, carpa e tilápia, podem utilizar amido melhor
do que peixes de água fria, pois o calor aumenta a digestão do amido pelo peixe.
A quantidade ótima de energia metabolizável por grama de proteína é de 6 a 8 kcal.
Para bagre do canal em crescimento, a relação adequada entre energia digestível e proteína
19
está em torno de 9,6. Já para carpa, o valor ótimo encontrado foi de 8 kcal/g e para tilápia
do Nilo, o valor é de 8,3 kcal/g, com 36% de proteína na dieta.
5.4. Vitaminas
Em ambiente natural, os peixes, raramente, mostram sinais de deficiências
nutricionais, principalmente vitamínicas, porque o alimento natural contém teores razoáveis
destes nutrientes. Os peixes exigem 15 vitaminas essenciais, sendo quatro lipossolúveis e
11 hidrossolúveis: vitamina A, D, E (alfa-tocoferol), K, colina, niacina, riboflavina,
piridoxina, tiamina, ácido pantotênico, ácido fólico, vitamina C (ácido ascórbico), biotina,
cobalamina e inositol. As quantidades mínimas necessárias estão presentes na tabela 7,
entretanto, nem todas são exigidas por todos os peixes. Por exemplo, trutas exigem todas as
vitaminas, mas o bagre do canal não exige inositol. Em adição, algumas vitaminas do
complexo B são sintetizadas por bactérias intestinais em peixes de água quente, como em
carpa e tilápia.
Rações comerciais para o cultivo intensivo são suplementadas com todas as vitaminas
exceto inositol e biotina, os quais são usualmente encontrados em quantidades suficientes
nos ingredientes da ração. As bactérias intestinais de bagre do canal alimentados com dietas
que contenham cobalto podem sintetizar quantidades significantes de vitamina B12. A
exigência da tilápia do Nilo é diferente porque o trato digestivo é mais longo que o do
bagre do canal, e assim há uma taxa maior de síntese intestinal. Com isso, a suplementação
20
* E = estimado.
Fonte: N.R.C. (1993).
5.5. Minerais
Minerais são exigidos pelos peixes para várias funções de osmorregulação e
metabolismo. As necessidades minerais dos peixes são difíceis de serem estudadas, porque
muitos são exigidos em quantidades reduzidas e, além disso, os peixes podem absorver os
minerais tanto do alimento como da água, através das brânquias. Na maioria das dietas para
salmonídeos, os minerais são fornecidos pela farinha de peixe, a qual é também a maior
fonte de proteína. Entretanto, dietas que contêm proteína de origem vegetal devem ser
suplementadas cuidadosamente com uma mistura balanceada de macro e microminerais. Os
minerais exigidos são cálcio, fósforo, sódio, potássio, magnésio, ferro, cobre, zinco,
manganês, cobalto, selênio, iodo e flúor, nas quantidades indicadas na Tabela 8.
21
* E = estimado.
Fonte: N.R.C. (1993).
7. MANEJO DA ALIMENTAÇÃO
7.1. Reprodutores
Assim como em aves e mamíferos, a nutrição e alimentação dos reprodutores de
peixes afetam o desempenho reprodutivo, no que se refere à fecundidade, taxa de eclosão e
sobrevivência das larvas. Por isso, o manejo alimentar e nutricional de reprodutores deve
ser cuidadoso, de modo a se obter produção contínua de larvas e alevinos além de altas
taxas de sobrevivência e crescimento das larvas.
O manejo de reprodutores deve ser diferenciado de acordo com a duração do ciclo
reprodutivo de cada espécie. Assim, reprodutores com ciclo de duração anual, como pacu,
tambaqui, truta arco-íris, matrinxã entre outros, podem receber dietas com maiores
quantidades de energia e menores níveis de proteína que as rações convencionais usadas na
alevinagem e engorda. No entanto, espécies com mais de um ciclo de reprodução durante o
ano, como a tilápia, devem receber rações com maiores teores de proteína (entre 28 e 35%)
e energia na dieta, de modo a restabelecer seu estado nutricional a tempo para início do
ciclo subsequente.
Além disso, as dietas de reprodutores podem conter maior nível de carboidrato, já que
com a aproximação do período reprodutivo, o consumo de alimento e o crescimento
praticamente cessam. Por outro lado, deficiências em ácidos graxos essenciais podem
prejudicar a performance reprodutiva, as quais podem ser corrigidas com adição de ácido
linoléico, para espécies como pacu e tilápias, ou de ácidos graxos essenciais altamente
insaturadoss da série ω3, por exemplo, para truta arco-íris.
As vitaminas são importantes na nutrição de reprodutores. O ácido ascórbico
(vitamina C) é transferido para as larvas através do vitelo e desempenha importante papel
fisiológico no desenvolvimento embrionário e larval. A suplementação de dietas para
reprodutores de tilápia, por exemplo, aumentou a viabilidade do esperma de machos e
melhorou a taxa de eclosão e reduziu a ocorrência de deformidades nas larvas. Do mesmo
24
7.2. Pós-larvas
A nutrição e alimentação nas primeiras fases de vida da larva são essenciais para
obtenção de alevinos saudáveis, com crescimento rápido e boas taxas de sobrevivência.
Nesta fase de vida o peixe é bastante suscetível às condições adversas do meio. A primeira
alimentação deve acontecer logo após a abertura da boca e enchimento da bexiga natatória,
fase em que as reservas vitelínicas estão praticamente esgotadas.
Larvas de bagre do canal, tilápia, truta e salmão aceitam arraçoamento na primeira
alimentação e o alimento artificial deve ser de alta palatabilidade, com altos níveis de
proteína bruta (40 a 50%) e com 8 a 9 kcal de energia digestível para cada grama de
proteína bruta. As suplementações vitamínica e mineral devem ser reforçadas, em torno de
quatro a cinco vezes as quantidades usuais, para compensar as perdas de nutrientes por
lixiviação na água.
As taxas de alimentação devem variar de 20 a 30% da biomassa diária, distribuídas
em quatro a seis refeições por dia, tornando o arraçoamento trabalhoso e oneroso, o que
justificaria a utilização de alimentadores automáticos. No arraçoamento manual, a ração
farelada pode ser despejada em anéis flutuantes, que impossibilitem a dispersão da ração,
os quais devem ocupar uma área mínima de 20% da superfície total do tanque de
larvicultura.
25
Larvas que ainda não apresentam o trato digestivo completamente formado, como no
caso do matrinxã, piracanjuba, pacu, tambaqui, curimbatá, entre outros, bem como larvas
de peixes carnívoros como o pintado, tucunaré, “black bass”, que apresentam o trato
digestivo bem formado, devem ser alimentadas com organismos naturais, constituintes do
plâncton. Atualmente, conhece-se o processo de cultivo artificial de rotíferos, cladóceros e
copépodos, os quais têm alto valor nutricional para larvas de peixes dependendo do local
em que foi cultivado. Náuplios de Artemia salina também podem ser produzidos em larga
escala para alimentação de larvas de algumas espécies.
O sucesso da larvicultura, fase que apresenta duração de 20 a 30 dias, irá depender de
fatores como, tipo, quantidade e manutenção do zooplâncton disponível nos viveiros, da
densidade de larvas estocadas e de parâmetros da qualidade da água, como pH, amônia,
alcalinidade e dureza total e oxigênio dissolvido. A eliminação de insetos (ninfas de
odonata, remadores e baratas d’água) e peixes indesejáveis (permanecem nos viveiros após
a despesca) é de fundamental importância para a sobrevivência das pós-larvas. Para tanto,
faz-se necessário a utilização de cal sobre toda a superfície das poças no fundo dos viveiros,
na concentração de 200 g de cal/m2. Águas que apresentam valores superiores a 30 mg de
CaCO3/L dispensam a aplicação de calcário, o que resulta em economia de tempo de
dinheiro para o produtor de alevinos. A calagem melhora a disponibilidade de nutrientes
para o fitoplâncton, ajuda a manter o pH da água mais estável e fornece cálcio para o
desenvolvimento normal do zooplâncton. A aplicação do calcário deve ser feita no fundo e
nas laterais do tanque quando este está seco ou pode ser aplicado com o viveiro já sendo
enchido. O mais recomendado é a utilização do calcário dolomítico (contém cálcio e
magnésio), com granulometria fina (PRNT acima de 90% conforme indicado na
embalagem). A aplicação de cal hidratada e cal virgem faz o pH da água subir rapidamente
para níveis letais para as pós-larvas e alevinos. Pós larvas são extremamente sensíveis a pH
acima de 9 nos primeiros dias de vida.
As larvas de matrinxã e piracanjuba tem demonstrado preferência alimentar por
crustáceos zooplanctônicos, principalmente os cladóceros, além de larvas de insetos
aquáticos. Após 7 a 10 dias do abastecimento dos viveiros e estes terem sido adubados,
ocorre pico de alimentos adequados, ou seja, os cladóceros, este momento é o ideal para a
estocagem das larvas. Em seguida, é muito importante manter um programa de fertilização
26
É preciso atentar para o fato de que esta Tabela não é válida para outras espécies cuja
abertura de boca é menor, e consequentemente, necessitariam de tamanho de partícula
menor do que o referido a salmonídeos.
A intensa lixiviação dos nutrientes das rações na água pode ser reduzida pela
microencapsulação, que consiste no recobrimento das partículas da ração para diminuir a
segregação. Para microencapsulação pode-se utilizar gelatina, carboximetilcelulose ou
carragena, sendo que esta última deve ser evitada devido aos problemas de digestão. A
gelatina pode ser preparada normalmente, misturada na ração e após deve-se realizar a
secagem e trituração, podendo promover maior flutuabilidade da ração na água.
derivar para as margens dos viveiros, em locais de difícil acesso. Algumas espécies
apresentam distinta hierarquia populacional, onde os peixes maiores impedem o acesso dos
menores ao alimento. Por isso, a distribuição do alimento deve ser feita em toda a
superfície do viveiro, a fim de proporcionar que os peixes dominados também tenham
acesso ao alimento, reduzindo o problema de heterogeneidade no crescimento,
característico de algumas espécies como pac, tambaqui e catfish americano.
A frequência de alimentação é importante. O bagre do canal cresce bem com uma a
duas refeições por dia, enquanto que as tilápias necessitam de duas a três refeições diárias.
Peixes alimentados sete dias por semana, apresentam crescimento adicional de 19% e um
consumo de ração 17% superior aos peixes recebendo arraçoamento seis dias por semana.
O horário de alimentação é baseado na atividade metabólica do peixe e nos níveis de
oxigênio da água. Os peixes apresentam maior consumo nos horários mais quentes do dia.
O fornecimento de alimento deve ser feito quando a saturação de oxigênio dissolvido na
água for maior que 60%, como citado anteriormente, pois, abaixo deste valor o peixe pode
estar desperdiçando alimento ou ter um consumo reduzido e, em condições extremas a
qualidade da água pode ser bastante prejudicada. O pico de consumo de oxigênio ocorre
duas a três horas após a alimentação, por isso o fornecimento de alimento ao anoitecer pode
ser prejudicial, salvo quando as condições de oxigênio dissolvido são adequadas.
No verão, logo pela manhã, os viveiros apresentam baixos níveis de oxigênio
dissolvido e ao final da tarde a água apresenta níveis de pH e temperatura mais elevados,
potencializando os problemas de toxidez por amônia, o que pode reduzir o consumo dos
peixes. Sob tais condições, os peixes se alimentam melhor nos períodos diurnos. Durante as
outras estações do ano deve-se realizar o arraçoamento dos peixes nos períodos mais
quentes do dia, ou seja, no meio do dia ou ao final da tarde.
Os níveis de proteína exigidos pelas tilápias, bagre do canal e carpas variam de 28 a
32%. Em sistemas de cultivo menos intensivos pode-se fornecer dietas com níveis de 28%
de proteína bruta, já que os peixes poderão aproveitar o alimento natural presente nos
viveiros. Em sistemas intensificados o nível de proteína bruta deve ser de no mínimo 32%.
Níveis superiores a este não têm apresentado resultados para bagre do canal, tilápias e
carpas. Já para peixes carnívoros, os níveis de PB devem ser de no mínimo 40% e a relação
energia digestível:proteína deve ser de 9 a 11 kcal/g de proteína.
29
A forma de arraçoamento pode ser manual onde o produtor pode verificar o consumo
alimentar, a sanidade e eventuais problemas que possam vir a ocorrer com os peixes. Outra
forma de arraçoamento é a utilização de alimentadores mecânicos, que podem ser montados
sobre “traillers” ou caminhonetes, e lançam a ração para o interior do tanque. Existem ainda
os alimentadores automáticos que funcionam através de um dispositivo de tempo
fornecendo ração em intervalos regulares, e os alimentadores por demanda, onde os
próprios peixes acionam o sistema, fazendo com que o alimento seja despejado no tanque.
A desvantagem do uso destes tipos de alimentadores envolve a impossibilidade de
observação dos peixes, podendo, muitas vezes causar desperdício de alimento.
do apetite. O ácido tânico, presente no sorgo, pode diminuir a palatabilidade das rações
quando na formulação da mesma é utilizada variedade de sorgo com alto tanino.
Os resíduos de pesticidas: quando presentes nos ingredientes da ração, podem causar
necrose e hemorragia do fígado e rim, ocasionando rápida mortalidade dos peixes. Alguns
antibióticos e quimioterápicos, quando incorporados a ração e em dosagens exageradas,
podem promover efeitos patológicos, como degeneração do tubo renal proximal, além de
necrose hepática.
9.1. Temperatura
Em altas temperaturas, quando a exigência em energia para manutenção é maior, os
peixes não são capazes de consumir níveis de energia suficientes para acumular lipídio no
corpo. Por isso peixes com altos níveis de lipídio no corpo são aqueles alimentados à
vontade em baixas temperaturas. Conforme aumenta a temperatura, a taxa metabólica
padrão, medida pelo consumo de oxigênio (mg de O2/kg/h), também aumenta, levando a
um incremento proporcional da dieta a ser utilizada para manutenção.
bruta. As principais fontes de energia em dietas para peixes são carboidratos, lipídios e
proteínas. Os carboidratos são importantes na alimentação de carpas, devido a excelente
digestibilidade do amido por esta espécie (não apresenta digestão ácida). Já em dietas de
peixes carnívoros, as principais fontes de energia são os lipídios e proteínas.
Altos níveis de gordura na dieta, especialmente na ausência de adequado conteúdo de
proteína, produzem quantidades maiores de gordura abdominal e muscular, ou seja, os
peixes usam a energia adicional para acúmulo de gordura ao invés de ganho de proteína. Se
rendimento e qualidade do produto final forem considerados, níveis maiores de proteína na
ração e portanto, menor relação ED/proteína seriam recomendados.
Brett, J.R. and T.D.D Groves. 1979. Physiological energetics. In: HOAR, W.S.; RANDALL, D.J.; BRETT,
J.R. Fish Physiology, VIII. New York, NY: Academic Press, p 280-352.
Bromley, P.J. 1980. Effect of dietary protein, lipid and energy content on the growth of turbot
(Scophthalmus maximus L.). Aquaculture, v.19, n.4, p.359-369.
Brown, E.E.; J.B. Gratzek. 1980. Fish Farming Handbook. Van Nostrand Reinhold Company New York.
391 p.
Brown, P.B., W.H. Neill and E. H. Robinson. 1990. Preliminary evaluation of whole body energy changes as
a method of estimating maintenance energy needs of fish. J. Fish Biol. 36: 107.
Burtle, G.J. 1990. Body composition of farm-raised catfish can be controlled by attention to nutrition.
Feedstuffs, v.62, n.5, p.68-71.
Cho, C.Y.; S.J Slinger and H.S. Bayley. 1976. Influence of level and type of dietary protein, and of level of
feeding on feed utilization by rainbow trout. J. Nutrition. v. 106, n.11, p. 1547-1556.
Cho, C.Y. 1990. Fish nutrition, feeds, and feeding: with special emphasis on salmonid aquaculture. Food
Reviews Internacional 6(3):333-357.
Conrad, K.M.; M.G. Mast and J.H. Macneil. 1994. Performance, composition, and sensory quality of adult
channel catfish (Ictalurus punctatus), fed a dried waste egg product. International Journal of Food
Science and Technology, v.29, n.1, p. 9-18.
Davis, A. and D.M. Gatlin. 1991. Dietary mineral requeriments of fish and shrimp. 49-67 In: Akyama,
D.M.;R.K.H.Tan. “ Proceedings of the Aquaculture Feed Processing and Nutrition Workshop
September 19-25.” American Soybean Association
Durve, V.S. and R.T Lovell. 1982. Vitamin C and disease resistance in channel catfish (Ictalurus punctatus).
Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences.
EMBRAPA. 1991. Tabela de composição química e valores energéticos para suínos e aves. 3a edição.
Concórdia. 97p.
Gatlin, D.M. III, W. E. Poe and R.P. Wilson. 1986. Protein and energy requirement of fingerling channel
catfish for maintenance and and maximum growth. J. Nutr. 116:2121.
Ghittino, P. 1989. Nutrition and fish diseases. In: Halver, J.E. Fish Nutrition. School of fisheries University
of Washington, Seattle-Washington Academic Press. 798 p.
Gomes, E.F., P. Rema and S.J. Kaushik. 1995. Replacement of fish meal by plant proteins in the diet of
rainbow trout (Oncorhynchus mykiss): digestibility and growth performance. Aquaculture, 130 p.177-
86.
Goswami,U.C.; N.K. Dutta. 1991. Vitamin A-deficient diet and its effects on certain haematological
parameters of Heteropneustes fossilis a 3-4-dehydroretinol rich freshwater fish. International Journal for
Vitamin and Nutrition Research., 61: 3, 205-09
Halver, J.E. 1989. The vitamins. In: Halver, J.E. Fish Nutrition. School of fisheries University of
Washington, Seattle-Washington Academic Press. 798 p.
Hepher, B. 1988. Nutrition of pond fishes. Cambridge University Press. 388 p.
Hepher, B. and Y. Pruginin. 1981. Commercial fish farming. John Wiley and Sons Inc. 261 p.
40
Hepher, B. and S. Sandbank. 1984. The effect of phosphorus supplementation to common carp diets on fish
growth. Aquaculture 36: 4, p. 323 - 32.
Hidalgo, F.; E. Alliot and H. Thebault. 1987. Influence of water temperature on food intake, food efficiency
and gross composition of juvenile sea bass, Dicentrarchus labrax. Aquaculture, v.64, p.199-207.
Hildebrand, M. 1995. Análise da estrutura dos vetebrados. 700p. Ed. Atheneu. São Paulo.
Hillestead, M.and F.Johnsen. 1994. High-energy/low protein diets for Atlantic salmon: effects on growth,
nutrient retention and slaughter quality. Aquaculture, v.124, n.1-4, p.109-116.
Hung, S.S.O.; F.S. Conte and E.F. Hallen. 1993. Effects of feeding rates on growth, body composition and
nutrient metabolism in striped bass (Morone saxatilis) fingerlings. Aquaculture, v.112, n.4, p. 349-361.
Jantrarotai, W.; R.T. Lovell and J.M. Grizzle. 1990. Acute toxicity of aflatoxina B1 to channel catfish.
Journal of aquatic animal health December 2 237-47
Lall, S.P. 1989. The minerals. In: Halver, J.E. Fish Nutrition. School of fisheries University of Washington,
Seattle-Washington Academic Press. 798 p.
Lee, D.J. and G.B. Putnam. 1973. The response of rainbow trout to varying protein/energy ratios in a test
diet. J. Nutr., v.103, n.11, p.916-22.
Li, Y. and R.T. Lovell. 1984. Elevated levels of dietary ascorbic acid increase immune responses in channel
catfish. J. Nutr. 115:123-31.
Lim, C. and W. Dominy. 1991. Utilization of plant proteins by warmwater fish. The use of soy products and
other plant protein supplements in aquaculture feeds. In: Proceedings of the aquaculture feed processing
and nutrition workshop. A. S. A. 163-72.
Lim, C. 1989. Practical feeding - Tilapias. p. 163 - 83. In: Lovell, R. T. Nutrition and feeding of fish. New
York: Van Nostrand Reinhold.
Lima, F.R.; C.X. Mendonça Jr.; J.C. Alvarez; G. Ratti; S.L.R. Lenharo and J.M.F. Grazillo. 1995. Chemical
and physical evaluations of comercial dicalcium phosphates as sources of phosphorus in animal
nutrition. Poultry Science, 74. p. 1659 - 70.
Lovell, R. T. 1975. Nutritional deficiencies in intensively cultured catfish. Pages: 721 - 31 In: W. E. Ribelin
and G. Migaki, editors. The Pathology of Fishes. The University of Wisconsin Press, Madison, WI,
USA.
Lovell, R. T. 1981. Cottonseed meal in fish feeds. Feedstuffs, 53 (52): 28 - 9.
Lovell, R.T. 1982. Satiation feeding — Its significance in research. Aquaculture Magazine, p.44-45,
maio/jun.,
Lovell, R.T. 1984 “Elevated levels of Vitamin C increase disease resistence In channel catfish.” Highlights of
Agricultural Research 29 (1)
Lovell, R. T. 1984 Microbial toxins in fish feeds Aquaculture Magazine, Nov-Dec 10 (6A) 34-6
Lovell, R.T. 1984. The yellow fat problem in fish flesh. Aquaculture Magazine 10 (4): 39-40.
Lovell, R.T. 1986. Weight gain versus protein gain for evaluating fish feeds. Aquaculture Magazine, p. 45-7.
41
Lovell, R.T. 1988. Use of soybean products in diets for aquaculture species: Revised. p. 335 - 61 In
American Soybean Association, editor. Proceedings of the People’s Republic of China Aquaculture and
Feed Workshop.
Lovell, R.T. 1989. Practical feeding - Channel Catfish. In: Lovell, R.T. Nutrition and feeding of fish. New
York: Van Nostrand Reinhold, 145-62.
Lovell, R. T. 1989. Nutrition and feeding of fish. Van Nostrand Reinhold, New York. 260p.
Lovell, R. T. 1991. Nutrition of aquaculture species. J. Anim. Sci. 69: 4193-200.
Lovell, R. T. 1991. Use of soybean products in diets for aquaculture species: Revised. The use of soy products
and other plant protein supplements in aquaculture feeds. In: Proceedings of the aquaculture feed
processing and nutrition workshop. A. S. A. 17
Lovell, R.T. and Lisuwan, T. 1982. Intestinal synthesis and dietary nonessentiality of vitamin B12 for
Tilapia nilotica. Department of Fisheries and Allied Aquacultures 111:485-490.
Mangalik, A. 1986. Dietary energy requirements for channel catfish. Ph.D. Dissertation, Auburn University,
Auburn, Al.
Masser, M.P. 1986. Effects of temperature and dietary energy/protein ratio on growth of channel catfish.
Ph.D. Dissertation. Texas A&M University, College Station, TX.
Messager,J.L.; G. Stephan; C. Quentel; F.B. Laurencin 1992. Effects of dietary oxidized fish oil and
antioxidant deficiency on histopathology, haematology, tissue and plasma biochemistry of sea bass
Dicentrarchus labrax. Aquatic Living Resources 5: 3, 2
Miller, E.R. 1990. In: Thacker, P.A.T. e R.N. Kirkwood (ed.). Nontraditional feed sources for use In swine
production. Butterworths, Boston, p.53-9.
Mitaru, B.N.; R.D. Reichert and.R. Blair 1983 Improvement of the nutritive value of high tannin sorghums for
boiler chickens by high moisture storage (reconstitution). Poultry Science 62, pg. 2065 - 72.
Mohsen, A.A.; Lovell R.T. 1990. Partial substitution of soybean meal with animal protein sources in diets
for channel catfish. Aquaculture, v.90, n.3/4, p.303-12.
Morales, A.E., G. Cardenete, M. de la Higuera and A. Sanz. 1994. Effects of dietary protein source on
growth, feed conversion and energy uitlization in rainbow trout, Oncorhynchus mykiss. Aquaculture,
124 p.117-26.
Morrison, F.B. 1959. Feeds and feeding. A handbook for the student and stockman. Clinton, Iowa. The
Morrison publishing company. p. 1165.
Mugrditchian, D.S.; R.W. Hardy and W.T. Iwaoka. 1981. Linseed oil and animal fat as alternative lipid
sources in dry diets for chinook salmon (Oncorhynchus tshawytscha). Aquaculture, v.25, p.161-172.
National Research Council. 1983. Nutrient Requirements of Warmwater Fishes and Shellfishes. National
Academy of Sciences. Washington D.C. 102 p.
National Research Council. 1993. Nutrient Requirement of Fish. National Academy Press. Washington D.C.
114 p.
Otubusin, S.O. 1987. Effects of different levels of blood meal in pelleted feeds on tilapia, Oreochromis
niloticus, production in floating bamboo net-cages.Aquaculture, v.65; n.3/4; p.263-6.
42
Sell, D.R.; J.C. Rogler and W.R. Featherston. 1983. The effects of sorghum tannin and protein level on the
performance of laying hens maintained in two temperature environmentes. Poultry Science 62, p. 2420 -
8.
Shearer, K.D. 1994. Factors affecting the proximate composition of cultured fishes with enphasis on
salmonids. Aquaculture, 119, p.63-88.
Smith, L.S. 1980. Digestion in teleost fishes. In: ONU-UNDP/FAO (ADCP/REP/80/11), 1979, Seattle -
WA. Fish Feed Technology. p. 3-18. Rome, Italy.
Spanhof, L. and H. Plantikow. 1983. Studies on carbohydrate digestion in rainbow trout. Aquaculture, 30, p.
95-108.
Steffens, W. 1989. Principles of fish nutrition. 348 p. Ed. Ellis Horwood Ltda.
Stoorebakken, T.and E. Austreng. 1987. Ration level for salmonids I. Growth, survival, body composition,
and feed conversion in Atlantic salmon fry and fingerlings. Aquaculture,.60, p.189-206.
Stoorebakken, T.and E. Austreng. 1987. Ration level for salmonids II. Growth, feed intake, protein
digestibility, body composition, and feed conversion in rainbow trout weighing 0,5-1,0 kg. Aquaculture,
60, , p.207-21.
Tacon, A.G.J. 1991. Vitamin Nutrition in Shrimp and Fish.” 10-41 In: Akyama, D.M.;R.K.H.Tan.
Proceedings of the Aquaculture Feed Processing and Nutrition Workshop. September 19-25. American
Soybean Association
Taneja,S.K.; P.Arya and P. Jyoti. 1990. Effect of transitory dietary zinc deficiency on vitellogenesis of fish
Colisa fasciata. Indian Journal of Experimental Biology 28 p.1066-70.
Teeter, R.G.; S. Sarani; M.O. Smith and C.A. Hibberd. 1986. Detoxification of high tannin sorghum grains.
Poultry Science 65, p. 67 - 71.
Viola,S.; Y.Arieli and G. Zohar. 1988. Animal protein free feeds for hybrid tilapia (Oreochromis niloticus X
O. aureus) in intensive culture. Aquaculture 75 , p. 115 - 25.
Warren J.W. 1991. Diseases of nutritional hatchery fish. 6th Edition.
Wilson, R. P. 1995. Fish feed formulation and processing. In: Anais do Simpósio Internacional sobre
Nutrição de Peixes e Crustáceos, 53 - 68. Campos do Jordão.
Winfree, R.A. and R.R. Stickney. 1981. Effects of dietary protein and energy on growth, feed conversion
efficiency and body composition of Tilapia aurea. J.Nutr.,.11, p.1001-12.
Wu, Y.V.; R. Rosati; D.J. Sessa and P. Brown. 1995 .Evaluation of corn gluten meal as a protein source in
tilapia diets. J. Agric. Food Chem.,43 p.1585-8.
Wu, Y.V.; R. Rosati; D.J. Sessa and P. Brown. 1995. Utilization of corn gluten feed by Nile tilapia. The
Progressive Fish Culturist, 57 p.305-9.
Yong, W.; T. Takeuchi and T. Watanabe. 1989. Relationship between digestible energy contents and energy
to protein ratio in Oreochromis niloticus diets. Nippon Suisan Gakkaishi 55: 869.
Zeitler, M.H.; M. Kirchgessner and F. J. Sghwarz. 1984. Effects of different protein and energy supplies on
carcass composition of carp (Cyprinus carpio L.). Aquaculture,.36, p.37-48.