You are on page 1of 7

Atenção: Os exercícios que se seguem foram retirados do sítio (Blog) da FMU – São Paulo

Exercícios – Coesão e Coerência

Questão 01

a) O trecho transcrito que segue pode provocar risos no leitor. A que se deve esse efeito cômico do
texto?
b) Comente sua resposta buscando elementos (frases, palavras, paradoxos, etc) do próprio texto que
justifiquem sua explicação.

“Diário de um Louco”

Era noite e o sol raiava no horizonte. Estava eu andando parado e sentado numa pedra de
algodão.
Longe dali e bem perto, havia um bosque sem árvores, onde os passarinhos pastavam,
vacas pulavam de galho em galho e os elefantes tomavam sol à sombra de um pé de alface. Mais à
direita, seguindo pela esquerda, havia um lago com solo pedregoso, no qual os peixinhos nadavam e
aos poucos morriam afogados.
Resolvi voltar pra casa e entrei pela porta da frente, que ficava nos fundos. Entrei sem sair
do meu quarto, onde deitei o paletó na cama e pendurei-o no cabide. Passei a noite em claro, pois
esqueci a luz acesa.
Almocei no banheiro e, assim que terminei o almoço, senti um gosto horrível na boca, e
concluí que havia almoçado um guardanapo e limpado a boca com o bife.
Fui rápido e vagarosamente para o jardim onde, na falta de flores, substituí-as por canetas bic e
encontrei um papel em branco onde estava escrito (...)

Autor Anônimo

Questão 02

Uma pessoa está sendo acusada de homicídio. Ao ser presa, faz a seguinte declaração:

“Podem acusar-me: estou com a consciência tranqüila”.

Os dois pontos poderiam ser substituídos por uma conjunção, o que foi feito nas frases abaixo.
Selecione aquelas que você acha que fazem sentido, levando em consideração o contexto em que
ela foi dita e tentando justificar suas escolhas.

a) Podem acusar-me, porque estou com a consciência tranqüila.


b) Podem acusar-me, mas estou com a consciência tranqüila.
c) Podem acusar-me, portanto estou com a consciência tranqüila.
d) Podem acusar-me, e estou com a consciência tranqüila.
e) Podem acusar-me, ou estou com a consciência tranqüila.

Questão 03

Oi Dinho!

Tudo bem? Como está aí, já se acostumou? Estou com saudades. Não te mandei nada por e-mail
porque estou sem internet, mas assim que der eu mando algo, viu? E aí, estudando muito? Aqui tá
bem puxado, mas estou amando o curso. Estou tendo muitos trabalhos para fazer, mas os resultados
têm me deixado feliz! Cada vez tenho mais certeza de que era este o meu “destino”.
E os três reis magos? Ainda se falam? Eu fiquei sabendo de cada história das férias... é verdade o
que falaram sobre a barraquinha de churros? Olhe lá, hein! Pode ter certeza de que todos aqui estão
sentindo tua falta... Você vem pra cá no feriado? Se vier nos avise para podermos nos ver. Agora que
você e a Nica foram embora, sobraram poucas pessoas para bater um papo um pouco mais
interessante... Só consigo isto com o Juan e com o Roger. Pois é, eu continuo com o cara dos três
sax e estamos nos dando super bem! Falando da Nica, ela foi chamada na federal, mas resolveu ficar
mesmo. Ela já está instalada lá, trabalhando, fazendo música. Além disso, os pais dela não querem
ela aqui. Ligue para ela qualquer dia! Você não sabe o que me aconteceu ontem! Eu caí de bicicleta
naquela avenida em frente a minha casa, aquela que tem uma cratera gigantesca e cheia de
ônibus! Ainda bem que eu caí na calçada e só ralei o joelho e as mãos.

Bom, eu vou parando por aqui... Vê se não esquece das amizades, OK?

Beijos da amiga,
Jana

a) Ao ler esta carta, você pode ter sentido algumas dificuldades para compreendê-la. A que se
devem essas dificuldades? Que informações faltam na carta?

b) Você acha que Dinho, o destinatário da carta, compartilha das mesmas dificuldades de leitura
que você? Por quê?

c) Pode-se observar que, no trecho em destaque, há um problema de ambigüidade. Qual é essa


ambigüidade e de que modo o trecho poderia ser reescrito a fim de sanar esse problema?

Questão 04.

Leia os dois trechos abaixo e depois responda às questões que se seguem:

Trecho 1

A: Oi! (A filha entra no escritório do pai e o cumprimenta)


B: Cadê o pacote? (O pai falando ao telefone) Oi! Tudo bem?(O pai respondendo à filha)
A: Ocupado?(A filha perguntando ao pai)
B: Como assim, sumiu? (O pai falando ao telefone) Claro que não, querida! (O pai respondendo à
filha)
A: Vou esperar aqui. (A filha falando com o pai)
B: Vocês são todos incompetentes! (O pai falando o telefone) É só um minutinho, minha pequena. (O
pai falando com a filha)

Trecho 2

A: Olha o telefone.
B: Estou no banho.
A: Está bem.

a) Quando o diálogo transcrito no trecho 1 aconteceu, o que está escrito entre parênteses não
foi dito pelos interlocutores. Leia novamente o trecho em questão, sem os textos entre
parênteses, e responda: Você acha que o diálogo fez sentido para os interlocutores no
momento da enunciação? E para você, o diálogo faz sentido? Para o seu entendimento, o
que está entre parênteses cumpriu alguma função? Por quê? Comente suas respostas.

b) O trecho 2 está escrito exatamente como ocorreu entre os interlocutores C e D no momento


da enunciação. Elabore uma situação em que tal diálogo pudesse ter ocorrido.

Questão 05.

Observe o diálogo abaixo:

A: Está chovendo muito!


B: Então vou sair de casa.

a) À primeira vista, a fala de B é incoerente com o que tinha dito A. Por quê?

b) Podemos imaginar, no entanto, uma situação, um contexto, no qual esse diálogo ganhe
coerência (sentido). Crie esse contexto (situação) para que o diálogo acima seja coerente.

Questão 06

Os parágrafos abaixo estão confusos porque estão embaralhados. Tente organizá-los, buscando
fazer com que, juntos, façam sentido.

Apelo

E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito
de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas
murcharam. Não tenho o botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas?
Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha
para casa, Senhora, por favor.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a
pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor
deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah!, Senhora fui beber com os
amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença e todas as
aflições do dia, como a última luz na varanda.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade,
não senti falta, com chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma
semana: o batom ainda no lenço, a prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Dalton TREVISAN, Os desastres do amor. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968.

a) Quais foram os principais elementos que fizeram com que você escolhesse essa ordem dos
parágrafos?
b) Quem é a Senhora a quem o narrador se refere? O que aconteceu com ela? Explique como você
chegou a essa conclusão.
c) Você não conhece nem a Senhora nem o narrador do texto. Apesar disso, depois de organizar os
parágrafos, deve ter conseguido compreender certas particularidades da vida dos dois, mesmo sendo
um desconhecido para eles. Como isto foi possível? Cite algumas atitudes que o narrador e a
Senhora costumavam ter que ajudaram você a entender como era a vida dos dois.

Questão 07

Leia o seguinte poema:

Não te amo mais


Estarei mentindo dizendo que
Ainda te amo como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

a)Leia o poema novamente, mas agora faça-o do final para o início.


b) O que você pôde perceber de alteração quanto ao sentido do poema?
c) Crie um título adequado ao poema da forma como ele foi apresentado.
d) Crie outro título para o poema lido da outra forma.
Questão 08

INUTILIDADES

Ninguém coça as costas da cadeira.


Ninguém chupa a manga da camisa.
O piano jamais abana a cauda.
Tem asa, porém, não voa, a xícara.

De que serve o pé da mesa se não anda?


E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde cousa alguma

Ah! Se trotassem os cavalos do motor...


Ah! Se fosse do circo o macaco do carro...
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver.

PAES, José Paulo. É isso ali. Rio de Janeiro, Salamandra, 1984

Observe a mudança no seguinte verso do poema: "Tem asa, portanto, não voa."
a) Essa alteração faz com que o verso continue coerente? Por quê?
b) Substitua a palavra “porém”, do verso original, por alguma outra que tenha o mesmo significado.

Questão 09

As frases a seguir compunham, antes de terem sido isoladas e embaralhadas, um parágrafo coeso
(com termos que uniam um ao outro) e coerente (relação de idéias). Reescreva esse parágrafo,
utilizando as frases em questão e os conectivos dados. (parágrafo adaptado de “O Livro da
Sabedoria”, Dalai-Lama, p. 106)

enquanto / no momento em que / enfim / mas no fundo / é claro que

a) ... ....... com esse tipo de amizade, ninguém fará um esforço sincero para nos ajudar se
precisarmos. Essa é a realidade
b) ............................ nossa sorte diminuir, porém, elas já não estarão mais por perto.
c) ................... esses não são verdadeiros amigos; são amigos da nossa fortuna ou do nosso
poder. Graças ao nosso poder ou fortuna, mais pessoas nos abordam com sorrisos ou presentes.
d) Uma verdadeira amizade desenvolve-se a partir do afeto humano, não do dinheiro ou do poder.
e) .................... perdurar a fortuna, essas pessoas continuarão a abordar-nos com freqüência.

Questão 10

Quando construímos um personagem em uma história, damos a ele características que os


leitores usarão para construir-lhe uma imagem. De acordo com o que é dito, o leitor cria expectativas
quanto a atitudes prováveis que este personagem pode tomar.
Se dizemos, por exemplo, que "alguém é uma pessoa bem humorada", e depois dizemos que
"ela estava ranzinza como sempre", o leitor irá estranhar, pois haverá uma incoerência dentro do
texto. Mas se explicarmos: "tal pessoa era uma pessoa bem humorada e de bem com a vida, um dia
sua mulher o largou, a partir de então se tornou uma pessoa ranzinza" -, a incoerência se desfaz, pois
é dada uma explicação para a mudança.

A partir dessa noção, escolha uma das situações apresentadas abaixo e conte uma
história com ela, tomando o cuidado de escrever um texto coerente. Texto com
aproximadamente 05 linhas ou mais.

Vilma e Ângela são muito amigas.


Vilma não quis ir à casa de Margarida porque Ângela estaria lá.

Ou:
Pedro odiava cães.
Pedro resolve abrir um canil de cães de raça.

Ou:
Gilson era uma pessoa muito honesta.
Gilson falsifica documentos.

Ou:
Guilherme gostava muito de estudar.
Guilherme parou de estudar aos 12 anos.

Questão 11

A Televisão e a Sociedade

É evidente que a televisão é uma realidade no cotidiano de inúmeras sociedades. Não há


dúvida, também, de que este meio de comunicação leva as pessoas a serem bem informadas e
instruídas. É um fato que uma boa parte do nosso conhecimento vem da televisão. São inúmeros, por
exemplo, os programas televisivos educativos, que falam sobre a natureza, sobre a saúde, sobre as
artes, etc.

Ela pode ser igualmente considerada como um instrumento de cultura e de lazer. Ou seja,
permite que o homem conheça lugares que, muitas vezes, não terá a oportunidade de conhecer
pessoalmente; dá acesso a espetáculos, como peças de teatro, filmes ou apresentações musicais;
apresenta histórias, debates e curiosidades sobre os mais variados assuntos. Enfim, cabe ao
espectador escolher de que forma ele irá se entreter ou de que forma ele irá aprender.

A TV, como a vemos hoje em dia, acaba menosprezando o espectador. Há uma quantidade
enorme de informações provenientes da televisão, e estas informações podem ser extremamente
superficiais e manipuladoras. Muitos programas televisivos transmitem as informações de maneira
que faça com que o espectador seja influenciado e aceite tudo passivamente. Assim, informações
que possam ser contraditórias são omitidas. Grandes reportagens, por exemplo, podem ser
constituídas de montagens, com corte de imagens ou deturpação de falas.

Outro aspecto negativo da televisão atual é a baixa qualidade de conteúdo. A televisão pode
contribuir para que o homem adquira conhecimento. Se levarmos em consideração a programação de
um canal televisivo durante um dia, veremos que o número de programas que têm um bom conteúdo
e que são realmente interessantes é muito menor do que o número de programas que têm como
objetivo apenas "distrair" o espectador por algumas horas, subestimando-o. É possível dizer que a
televisão, atualmente, é o meio de comunicação com maior repercussão na sociedade, por isso,
deixa muito a desejar.

a) O texto acima pode ser considerado incoerente (sem sentido). Por quê?
b) Não excluindo nenhum dos argumentos, faça modificações que tornem o texto coerente.
Podem ser acrescentados alguns elementos (de ligação, de restrição, etc.); a ordem dos argumentos
pode também ser modificada.

You might also like