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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL – UNIBRASIL

ANA PAULA OLIVEIRA CANCIO


DEIVID BISBO DE MACEDO
JOHATHAN BAPTISTA
LAÍS WEBER RODRIGUES
LOURIVAL PEDRO DOS SANTOS
MARILU WOLF PACHECO

GLOBALIZAÇÃO SOCIAL

CURITIBA
2011
ANA PAULA OLIVEIRA CANCIO
DEIVID BISPO DE MACEDO
JOHATHAN BAPTISTA
LAÍS WEBER RODRIGUES
LOURIVAL PEDRO DOS SANTOS
MARILU WOLF PACHECO

GLOBALIZAÇÃO SOCIAL

Trabalho apresentado à disciplina de Direito e


Sociedade II, para obtenção da nota parcial do
segundo bimestre do curso de Bacharelado em
Direito pela Faculdades Integradas do Brasil –
Unibrasil. Curso de Direito e Relações
Internacionais.

Orientador: Prof. René Toedher

CURITIBA
2011
“A história da sociedade até aos nossos dias
é a história da luta de classes”

(KARL MARX)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 4
HISTÓRICO ....................................................................................................... 6
SOCIEDADE NO ÂMBITO DA GLOBALIZAÇÃO ............................................ 8
PROBLEMAS SOCIAIS ................................................................................... 11
DIREITO INTERNACIONAL ............................................................................ 13
ANÁLISE CRÍTICA .......................................................................................... 16
QUESTÕES ..................................................................................................... 18
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 20
4

INTRODUÇÃO

A Globalização é um fato de natureza moral ou social regido por leis especiais


que ocorre em escala global. Ela consiste na integração em caráter amplo seja ele
social, cultural, político ou econômico, entre países. Com origem nas evoluções
durante os séculos, especialmente nos meios telecomunicativos, e nos transportes
destacando-se o encurtamento de distâncias, o acesso a diversos países e culturas
via internet, as informações divulgadas em tempo real, etc.
Tendo sua origem a partir do surgimento do Capitalismo e para atender a
grande carga de informações, a globalização, busca integrar novos mercados,
fazendo com marcas e produtos se destaquem em todo o mundo, tendo em vista
que o consumo interno de diversos países desenvolvidos precisam “dessaturar”
seus mercados, fazendo uma política de exportação de produtos.
Com o este processo houve a criação dos blocos econômicos que fortalecem
cada vez mais a economia dos países em questão. Outro ponto chave foi a internet
que proporcionou ao “internauta” uma realidade diversa, um conhecimento sem sair
de casa, uma ampla cultura.
Através do desenvolvimento tecnológico pela microeletrônica, informática
e telecomunicações, configuramos um novo modo de vida com informações
rápidas e precisas, aproximando ainda mais as pessoas e as empresas
internacionais, facilitando as negociações.
Porém, a globalização, é vista como um processo fatal, como mera
ideologia propagandeada pelo banco mundial e pelos países dominantes, para
servir aos interesses das empresas internacionais, causando consequências
nocivas aos países pobres em desenvolvimento. Este processo pode colocar
em risco a deterioração do planeta, a diversidade cultural pela padronização
das atitudes e comportamentos da humanidade.
A globalização está associada à circulação de capital, a ampliação de
mercados em escala mundial, fenômenos sociais com a mudança de
paradigmas, a expansão de organizações não governamentais e a
universalização de padrões culturais. Ianni, na mesma direção do sociólogo
americano Roland Robertson, afirma que a globalização “não significa
5

homogeneização, mas diferenciação em outros níveis, diversidade com outras


potencialidades, desigualdades com outras forças” 1.
Além da internacionalização do capital o processo de globalização toma a
fisionomia de uma socialização global formando território de tudo e de todos.
Tendem a compreender as relações internacionais como interestaduais.

1
IANNI, Octavio. A sociedade global. 13ª ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2008.
6

HISTÓRICO

Algumas passagens históricas relatam esse trajeto “vitorioso” global,


podemos destacar a Segunda Guerra Mundial, que após seu término algumas
transformações que estavam tendo êxito se expandiram. A queda do muro de Berlim
proporcionou, além do fim do Socialismo, uma oportunidade do capitalismo em sua
melhor aptidão, se territorializar. Por mais que o Socialismo visa-se a distribuição de
bens caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para todos os
indivíduos com um método de igualdade um com o outro, não deu conta de
responder aos movimentos das forças socialistas. Com esse abatimento do
Socialismo era nítido que o Estado iria abranger todos os meios de produção, e
decidiria sobre economia, e influenciaria até na própria cultura. Há de se dizer que o
Socialismo se corrompeu muito devido suas revoluções prematuras, sendo assim
ameaçado pelo capitalismo que de certo modo tinha como alvo centro e periferia,
zona rural e urbana, ganhou seu espaço. A China é um destaque a parte, pois com
seu Socialismo conseguiu destaque junto ao Capitalismo.
O fim do Socialismo não foi à solução de todos os problemas que tinham
como meta; foram reproduzidos e o capitalismo tem a obrigatoriedade de resolvê-
los.
Ainda no Século XX o capitalismo continuou se dissipando. Não existem
meios para que o capitalismo seja corrompido, ele integra agora em diversos meios,
raças e povos, tendo alta influência. Pode-se confirmar que seria uma forma
revolucionária global, tendo dinâmica, buscando a tecnologia e a sofisticação na
organização da divisão do trabalho.
Ianni menciona que:

a globalização é a formação de novas articulações econômicas, políticas e culturais, desenvolvendo


os movimentos e o perfil da sociedade. Este processo se intensificou desde o termino da segunda
guerra mundial e acelerou-se ainda mais com a guerra fria. A globalização que se desenvolveu nesta
2
altura da historia possui características muito especiais.

2
IANNI, 2008.
7

Na história da mundialização deve ser levada em consideração todas as


transformações – econômicas, políticas, religiosas, sociais – que o mundo passou.
As guerras e revoluções devem ser relevadas para uma maior compreensão do que
realmente a sociedade buscava. O capitalismo e o crescimento da globalização
vieram do movimento da classe burguesa e que também queria participar dos lucros
do Estado.
Com o avanço do capitalismo ocorreu a ocidentalização e a
desterritorialização. Contemporaneamente estamos em um período de
racionalização mundial, que compreende as relações, processos e estruturas com
que se aperfeiçoam a dominação e a apropriação. Este processo vem determinando
de forma brusca o estilo de vida de toda a pessoa nascida sob este sistema.
O que poderia entender por ocidentalização seria a busca pelo mercado, a
produção de mercadorias, lucro, mais-valia, ocorrendo a progressiva racionalização
das organizações públicas e privadas, tanto econômicas e políticas como sociais,
culturais, educacionais, religiosas, e entre outras de suma importância.
Este processo de ocidentalização torna-se desigual em seus níveis, pois há
em cada lugar uma combinação social. O pensamento ocidental elabora suas
noções de subdesenvolvimento, ou seja, revelando como se apenas o outro tivesse
tais problemas. Esta forma civilizatória não apenas permanece, como se recria. Mas
o capitalismo se apoderou e lançou-se sendo a supremacia mundial.
A globalização recria o mundo, onde a troca de informações se da de forma
rápida e eficaz, e obviamente necessária. Conhecimento e dinheiro, são algo que
hoje se tornou incontrolável e já penetrou em todas as áreas do globo, e mesmo
nesta condição, ainda existem países que tentam interromper este fluxo, para assim
garantir a soberania territorial. Um exemplo é o FMI que tem como objetivo básico
em zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional.
A noção de sociedade global veicula o significado de muitas coisas. O
deslocamento que ocorre na sociedade atual desterritorializa quase tudo, e aquilo
que se tem com uma localidade certa já não é mais o mesmo em diversos aspectos.
8

SOCIEDADE NO ÂMBITO DA GLOBALIZAÇÃO

O cidadão está inserido no período contratual, no qual está regulado por


política, economia, tem seus direitos e liberdades, escolhe quem será seu
"soberano" para ali liderar o Estado.
O Capitalismo em seu melhor momento demarca territórios, nominam suas
bases de poderes, finalmente ganha um papel de globalização, apesar de muitas
distinções sociais elas as sociedades buscam uma espécie de convenção coletiva.
No processo de formação global, assuntos que antes diziam respeito a cada nação
tornam-se presentes em âmbito mundial, ganhando reconhecimento. Podem-se citar
as frustrações socialistas bem como as comunistas no processo global, pois
serviram de base para engrandecer economicamente e socialmente.
Este sistema movimenta a criação de formas de vida e trabalho, de ser e
pensar, em âmbito local, regional, nacional e internacional. Hoje há uma mútua
dissipação quase instantânea de informação e cultura. Exemplos são o advento da
internet e os avanços tecnológicos; nossa cultura se internacionalizou, nossas
condições de vida estão interligadas em uma rede mundial de sociedade e de
classes.
O cidadão busca talvez um espaço que por vez o chamam de imaginário e
impossível, nem tudo é cumprido; as desigualdades são amplas.
Com o crescimento da tecnologia, o homem esta perdendo seu papel, em
relação a trabalho a sua mão-de obra tem-se reduzido, o homem busca um espaço
próprio que talvez seja ilusório, este é o "caráter perverso da globalização" 3.
O processo provocou também um grande e devastador efeito, o desemprego.
Tanto nos países desenvolvidos e industrializados da América do Norte e Europa,
quanto nos países subdesenvolvidos da América Latina. Ao longo da história da
consolidação e formação do sistema capitalista, os níveis de desemprego crescem
em períodos de crise e reduzem em períodos de crescimento. Nas ultimas décadas
do século XX houve o surgimento de um desemprego que não decorre de crises
econômicas e nem da redução dos investimentos nas atividades produtivas; um
desemprego que resulta da revolução tecnológica o desemprego estrutural.

3
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 11ª
ed. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 37.
9

O desemprego estrutural é resultado do aperfeiçoamento do processo da


capacidade produtiva das empresas (as máquinas) pela aplicação de novas
tecnologias e de novas formas de organização do trabalho, o que tem por
consequência o aumento da produção, mas, há também a dispensa de funcionários,
pois muitas funções deixaram de existir. A telefonista, por exemplo, foi uma função
que deixou de existir, pois hoje todos têm telefone dispensando o trabalho desse
profissional.
Fomos criados com princípios comuns, na realidade, a globalização exerce
uma força sobre qualquer ser humano, em praticamente qualquer lugar do mundo,
força essa que faz com que abdiquemos certos fatores, antes importantes e
essenciais, por outros mais temporários e mutantes, sem ao menos percebermos.
Segundo Viviane Forrester 4 o valor que atribuímos ao trabalho, nessa
sociedade que hoje o encara com um novo sentido, devido à visão capitalista do
emprego, sendo alarmante o número de desempregados atualmente, e o quanto o
desemprego interfere na vida pessoal de um individuo. Hoje em dia tomamos como
sentido de uma vida, trabalhar, produzir e enriquecer, ações estas que têm sido
privadas de alguns cidadãos por conta do sistema econômico em que estamos
inseridos.
O que gera lucro para determinado nível da sociedade, os atuais “burgueses”,
é a mão de obra barata de operários assalariados e pequenos colaboradores, que
hoje em dia representam uma classe que na época da colonização do Brasil, era a
dos índios, e em seguida a dos escravos. É essa classe que luta contra o
desemprego e busca ser produtivo, e fugir da miséria. O lucro se apresenta como o
maior mal da sociedade, ele é o motivo do desemprego desenfreado e da miséria de
parte da população.
O que se percebe é que a população não se mobiliza a fim de acabar com os
opressores, pois, a população encontra-se vendada, iludida, imaginando que o
contexto social em que estamos inseridos é normal, o que se percebe no senso
comum é um pensamento similar ao que diz “o que seriam os pobres sem os ricos?”,
visão que é proporcionada por uma educação precária deixando as pessoas
ignorantes para que o sistema possa oprimi-las sem problemas, pois é muito mais

4
FORRESTER, Viviane. O horror econômico. Tradução Àlvaro Lorencini. São Paulo: Editora da
Universidade Estadual Paulista,1997.
10

fácil fazer com que a sociedade permaneça na ignorância e não se torne crítica, a
ponto de questionar esse tipo de sistema em que se encontra.
As redes de mercado fazem com que haja a “municipalização” de um país, ou
seja, que ele se torne pormenorizado, e consequentemente, que a sua mão de obra
fique cada vez mais barata ou dispensável.
A banalização da miséria no mundo faz com que reflitamos sobre como
reverter esse quadro insolúvel, pois o estado, em meio às “redes” não apresenta
soluções viáveis para resolver o problema da população carente e sim das grandes
empresas que tem os seus representantes dentro dessa máquina de poder que
chamamos de governo.
Pela falta de educação, de inserimento por parte do Estado, há uma
marginalização de pessoas, que são descriminadas e sobrevivem a margem da
criminalidade, desde que nascem já não têm futuro, nem direito de sonhar com uma
melhora, apenas viver, sendo que nem sempre isso lhes é permitido.
Os países se ocupam em trazer empresas multinacionais para que haja a
diminuição do desemprego, consequentemente da pobreza, com um discurso de
“progresso”, sendo que estas empresas fazem nos países em que se instalam
verdadeiros “paraísos fiscais”. A nova empresa se instala, promovendo empregos e
aumentando seu lucro, devido à mão de obra barata, quase escrava, e com o passar
do tempo, a multinacional deixa de obter tanto lucro quando desejado, e se retira do
país em que estava instalada, promovendo o desemprego e grandes danos a
economia do país explorado.
11

PROBLEMAS SOCIAIS

Nos primórdios do estado moderno, o departamento é reduzido à lei imposta


pelo soberano, sendo superior a todas as demais fontes de normatividade, porém, a
ONU de 1960, afirma que “todos os povos têm o departamento de livre
determinação, em virtude deste departamento, determinam livremente sua condição
política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural” 5.
Mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais, intensificam a circulação
de bens, serviços, tecnologias, capitais, informações por meios tecnológicos e o
aperfeiçoamento de transportes, a globalização provocou a desconcentração, a
descentralização e a fragmentação do poder.
A globalização tornou ineficazes as normas e os mecanismos processuais
tradicionalmente utilizados pelo departamento positivo para dirimi-los. Ela ainda está
em ocorrência e desenvolvimento, portanto suas possíveis consequências jurídicas
e desdobramentos institucionais ainda geram uma série de dúvidas e por isso
mesmo estão sujeitas a muitas especulações. A globalização é um fenômeno
complexo e multifacetado, com profundas implicações nas mais variadas áreas do
conhecimento e nos mais diversos setores da vida social.
Do ponto de vista social, podemos citar os inúmeros problemas que são
enfrentados pelos trabalhadores que não possuíam um sistema técnico-educacional
adequado, prejudicando inclusive estes em seus departamentos sociais, como
assistência médica, a aposentadoria por tempo de serviço, seguro desemprego e
etc.
A “flexibilização” do mundo em que vivemos hoje, transformou-se numa
importante e poderosa técnica de controle social em uma sutil estratégia de
conversão dos trabalhadores em empregados de si mesmos, trabalhando não pelo
que precisa para viver, mas competindo com os próprios meios de produção.
A identificação corporativa é, evidentemente, um substituto da identidade
social que já não lhes é (mais) oferecida pela sociedade, a empresa se apresenta
como uma sociedade substitutiva num ambiente social insegura, ou seja, os
empregados da companhia devem escolher entre sua identificação corporativa e sua
identificação com sua classe.

5
FARIA, José Eduardo. O Direito na Economia Globalizada. São Paulo: Malheiros, 1999, p. 55.
12

Nesta perspectiva, sob a luz da realidade européia contemporânea, existe um


importante aspecto dinâmico na relação entre desemprego e divisão social. Em
termos sociais, então, o desemprego é um indicador da coesividade ou divisão de
uma sociedade.
O declínio do sindicalismo, em relação à “coesão” do trabalhador (por
insegurança e por medo do desemprego) estaria vinculado ao declínio do conflito
“capital x trabalho”, como elemento central da mudança social e do desenvolvimento
econômico e político, sendo assim, os sindicatos sempre teriam um papel de
representação dos trabalhadores junto ao governo e as empresas, porém, com mais
força institucional.
O crescente processo de ruptura das redes de solidariedade e desagregação
nos planos social e nacional é responsabilidade do sistema econômico.
13

DIREITO INTERNACIONAL

Com a globalização das economias nacionais e consequentemente dos meios


de comunicação e as fronteiras dos Estados estendendo-se até onde for os limites
da influência política econômica e social deste, os problemas antes restritos a nação
tornaram-se de escala planetária, sendo prioridade definir e consolidar o conceito de
interesse público internacional para fazer valer os direitos da humanidade.
De acordo com a demanda concreta, seja na área em que for, o direito
internacional tem se feito no dia a dia, pois os interesses públicos internacionais,
como a proteção ás riquezas naturais e a dignidade das pessoas, bens
indispensáveis à manutenção da vida, dentre outros, nem sempre coincidem com o
interesse de alguns países ou empresas privadas internacionais responsáveis pela
propulsão da globalização, e que na maioria das vezes são os maiores beneficiários
da globalização, que apenas explora a mão de obra barata dos demais sem que eles
tomem parte destes benefícios. Ou seja, o objetivo da globalização deveria ser o
interesse público. No entanto, esta se tornou uma privatização do planeta, negando-
o e desrespeitando-o.
Na corrida desigual gerada pela globalização, o direito internacional está
acima do direito nacional e não é apenas parte deles (interesses públicos nacionais
ou de interesses privados nacionais). Alguns exemplos de como o direito
internacional não tem mais fronteiras pode ser notado no esforço protecionista dos
dispositivos e mecanismos em defesa dos direitos humanos em todos os países; do
combate ao tráfico de drogas em nível mundial; da criação de programas contra a
fome, a AIDS, contra a poluição dos mares, a degradação do meio ambiente como
as iniciativas (Copenhague) que buscam deter a destruição da camada de ozônio
através do controle de emissão de gases poluentes. Sem falar nos esforços de
manutenção da paz e da segurança internacional, com a criação de organismos
internacionais como a ONU.
Também criaram-se tribunais internacionais, acordos ,tratados e convenções
com o objetivo de proteger o interesse internacional, exemplos:
• Corte internacional de justiça;
14

• A Convenção de Haia sobre as Leis e Usos da Guerra Terrestre, de 18


de outubro de 1907, a primeira grande tentativa de tornar a guerra "menos cruel”;
• O Pacto da Sociedade das Nações, firmado em 28 de junho de 1919
uma paz duradoura após a primeira guerra mundial.
• O Pacto Briand-Kellog,( ou como é mais conhecido: o Tratado de Paris)
sobre a "Renúncia da Guerra como instrumento de Política Nacional" de 27 de
agosto de 1928;
• Carta das Nações Unidas, de 26 junho de 1945, que instaura as bases
da ordem jurídica internacional pós Segunda Guerra Mundial (foram criados a partir
dai os Tribunais Militares Internacionais de Nuremberg e de Tóquio que enfocam
crimes de guerra);
• A carta de Declaração universal dos direitos do homem de 10 de
dezembro de 1948;
• A Convenção para a Preservação e a Repressão do Crime de
Genocídio, de 11 de dezembro de 1948,
São estes alguns exemplos de medidas tomadas na área jurídica para
influenciar as relações humanas, e limitar a globalização no que tange a área de
abrangência de interesses internacionais. Portanto bem definido estes direitos que
açambarcam tanto a área ambiental, como civil, comercial ou criminal, notemos que
a relação da globalização com o direito internacional é influenciada diretamente pelo
caso concreto.
A partir da declaração dos direitos do homem surgiram inúmeros tratados
para regular as condições de vida e garantir uma existência digna como prega Celso
Lafer, inspirado no Projeto de Paz Perpetua de Kant, ao dizer que na realidade, os
direitos humanos como tema global e questão de interesse público internacional
erguem "um limite à subjetividade discricionária das soberanias", que se projeta
"através da instauração do ponto de vista da humanidade, como princípio
englobante da comunidade mundial”. Exemplos mais claros da temática da
globalização no direito internacional são impossíveis, pois os tratados de Viena
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
Racial de 4 de janeiro de 1969; a Convenção sobre os Direitos da Criança de 1990,
sobre Direitos Civis e Políticos, de 23 de março de 1976; a Convenção contra a
Tortura e outros Tratamentos e Punições Cruéis, Desumanas e Degradantes, em
15

vigor desde 1987; e a Convenção sobre os Direitos da Criança, em vigor tratam


justamente de regularizar e colocar-se como forma de proteção jurídica á todos
aqueles atingidos pelo processo de globalização. Não tendo é obvio o direito
internacional surgido com esse fenômeno, porém, direcionado o enfoque do direito
internacional ao fenômeno da globalização.
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ANÁLISE CRÍTICA

A globalização trouxe profundas implicações nas mais variadas áreas do


conhecimento e nos mais diversos setores da vida social.
Os principais direitos desta globalização foram à soberania, legalidade,
hierarquia das leis, direitos subjetivos, igualdade forma, cidadania, assim como
mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais, adquiridas durante o período do
iluminismo. Com o início do capitalismo, muitas vezes, utilizados as margens das
estruturas jurídicas dos mecanismos judiciais, das engrenagens institucionais dos
procedimentos democráticos e da capacidade de regulação, controle, gestão,
direção, planejamento dos estados nacionais, e, provocou também a
desconcentração e a fragmentação do poder.
Poderíamos analisar sob o ponto de vista econômico-social, que é o objetivo
do nosso trabalho, onde a vida social das pessoas e principalmente dos
trabalhadores teve mudanças profundas e intensas, causando problemas jamais
vistos. Fechou mais do que criou pontos de trabalho, favoreceu mais o operário
semi-especializado do que o de setor de serviços acentuando os contrastes entre
pobreza e riqueza, miséria e opulência, centro e periferia, ou seja, houve um
aumento da desigualdade social, e ainda, enfraqueceu e subverteu os marcos de
uma referência social, então prevalecentes, baseados na família no trabalho e na
comunidade.
Quanto mais veloz é a expansão da globalização, mais intensa acaba sendo a
exclusão social propiciada, com impacto diferenciado em termos locais, regionais,
nacionais e continentais.
O mundo globalizado substitui a “sociedade de homens” pela “sociedade de
organizações”, onde o homem seria excluído da vida social se não conseguir
estruturas de apropriação econômica.
Enfim, no âmbito social, a globalização, foi muito mais maléfica, que benéfica,
só fez com que se ampliasse a desigualdade social. Apesar de ter acarretado uma
série de benefícios como o aumento da tecnologia, melhor comunicação,
participação dos acontecimentos em horário real, entre outros, se relevou o “mal
social” que está sendo devastador. Poderíamos citar o exemplo da devastação do
17

meio ambiente, seu desenfreado mau uso, como a redução da flora e da fauna, e de
diversos ecossistemas, que deveriam ter sido utilizados com moderação e muito
cuidado, correndo o risco, de se assim não agirmos, ficarmos em um lugar árido, e
sem vida.
18

QUESTÕES

Baseados na Leitura Obrigatória, formulamos a seguintes questões para os grupos


por seguintes:

I - Economia:

O grupo dos sete países mais ricos do mundo (G7), em junho de 1996 emitiu um
comunicado preconizando a criação de dispositivos mais concretos e eficazes para
enfrentar os riscos ligados ao funcionamento dos mercados financeiros no contexto
da globalização. O que consta neste comunicado? E quais a medidas que visam
atacar?
Resposta: Consta a obrigatoriedade de os países signatários respeitarem normas
fundamentais de trabalho internacionalmente reconhecidas. A medida visa atacar as
exportações dos países pobres que se tornam competitivas pela utilização de mão-
de-obra barata, baseada em trabalho quase escravo, explorando crianças e de
prisioneiros.

II - Política:

Do ponto de vista político, quais as três fases que atravessou a crise global?
Resposta: A primeira foi marcada pela queda dos preços dos artigos primários, pela
crise da dívida e pelo empobrecimento do Terceiro Mundo. A segunda caracterizou-
se pela quebra do bloco comunista e pela reinserção do Leste europeu e da ex-
URSS no sistema global de mercado. A terceira fase é a da crise, agravando-se a
deterioração econômica e social, provocado pelo ajuste econômico do FMI e a crise
econômica.

III- Social:
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Quais os três desdobramentos possíveis para a crise social segundo Habermas?


Resposta: Primeiro são os grupos marginalizados gradualmente apartados da
sociedade, criando tensões sociais a serem controladas por meios repressivos. Em
segundo a degradação social tende a se espalha dentro e fora das cidades
permeando os poros de toda a sociedade. O terceiro é a segregação das minorias,
privada de voz reconhecida na esfera pública, acarreta a erosão da força integrativa
da cidadania democrática.

IV - Ambiental:

O domínio do homem sobre a natureza aumentou consideravelmente com a


industrialização. Quais as principais consequências imediatas e o que poderá ser
feito para contornar este fato?
Resposta: As consequências imediatas são a desertificação, a erosão, a crise
urbana, os riscos tecnológicos como o acidente nuclear de Chernobyl na União
Soviética, a explosão da indústria química Union Carbide em Bhopal, na Índia, etc.
Para contornar estes fatos algumas ações podem ser feitas como o pré-requisito de
mais justiça econômica para os países pobres, conservação de reservas florestais,
parques naturais, proteção do meio ambiente contra a poluição, principalmente a
poluição industrial da água e do ar. Também considerar a busca de um
desenvolvimento com proteção ambiental é um dos objetivos estratégicos deste fim
de século.

V - Cultural

Qual o efeito da cultura mundializada?


Ela se internaliza dentro de nós. O espaço local desencaixado aproxima o que é
distante e afasta o que é próximo, isto é, o local é influenciado pelo global, ao
mesmo tempo em que o influencia.
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BIBLIOGRAFIA

FARIA, José Eduardo. O Direito na Economia Globalizada. São Paulo: Malheiros,


1999.

FORRESTER, Viviane. O horror econômico. Tradução Àlvaro Lorencini. São


Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista,1997.

IANNI, Octavio. A sociedade global. 13 ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira,


2008.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Globalização e as ciências sociais. 3 ed. São


Paulo: Cortez, 2005.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência


universal. 11ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.

VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

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