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Produção audiovisual e telejornalismo

História da televisão

O primeiro telejornal da Televisão brasileira exibido pela TV Tupi, de São


Paulo foi o "Imagens do dia".

Repórter Esso na TV: dia 17 de junho de 1953, foi ao ar o "Repórter Esso",


programa jornalístico de extraordinário sucesso no rádio, que repetiu a dose
na televisão, tendo permanecido no ar durante 17 anos. Estreou no horário
das 19h45min, sob o comando de Gontijo Teodoro.

A TV Globo nasceu no ano de 1965, no mesmo ano, foi investigada por uma
CPI (Time Life) proposta pelo então governador do Rio de Janeiro, Carlos
Lacerda, por violação da Constituição (1946) ao permitir que o grupo
estrangeiro Time Life mantivesse veículo de opinião no Brasil. A investigação
não seguiu adiante e a Globo foi considerada inocente pela então ditadura
militar.

No Brasil, a TV em cores surgiu em 1972.

Telejornalismo

A estrutura em televisão é formada por duas partes:


1. produção: tem a função de abastecer a emissora de notícias e
reportagens. Envolve repórteres, pauteiros e produtores e é chefiada
pelo chefe de reportagem;
2. edição: faz a finalização, edita as notícias e reportagens. É composta
pelos editores de texto e de imagens e chefiadas pelo chefe de
redação.

Roteiro de televisão: é o resumo informacional que direciona as ações de


toda a equipe durante a pré-produção, ensaio e produção. Deve-se usar
papel em tons pastéis como amarelo, azul, verde ou rosa.

Pré-espelho: esboço de como será o programa do dia seguinte, mas pode


ser preparado no mesmo dia em que será transmitido.

Espelho: relação e ordem de entrada de matérias no telejornalismo. "É o


nome da lista de todos os assuntos aprovados para exibição, batizados com
suas respectivas retrancas, com uma estimativa de tempo que será destinada
a eles, na ordenação que o editor-chefe julgou mais apropriada. O espelho
tem este nome porque reflete uma filosofia editorial, um plano de voo, uma
intenção". (William Bonner, Jornal Nacional - Modo de fazer, Editota Globo)
Deve permanecer ao lado do apresentador que deverá ir marcando as
matérias que já foram ao ar. É o script final com todas as laudas.

Retranca: Identificação da matéria. É o nome que a reportagem tem. É


usado apenas internamente e destaca apenas duas palavras do VT.

Decupagem: mapeamento do material apurado para saber como a matéria


deverá ser montada (seleção de cenas ou takes, anotando-se o time code de
cada uma). É o primeiro trabalho dos editores de texto quando recebem a fita
da gravação.

Montagem: ocorre após a decupagem. O editor elabora o esquema de como


vai ser a edição. Deve ocorrer de forma transparente, isto é, que não seja
percebida pelo telespectador.

O texto televisivo transcende a organização da notícia e orienta diretores e


editores no posicionamento correto da câmera e o corte de imagens. Para
isso, deve ser organizado de acordo com as imagens que serão apresentadas
(combinadas anteriormente com o cinegrafista). Em TV não se pode ser
descritivo. O texto serve de suporte à imagem complementando-a, mas não
concorrendo com ela. Deve transmitir segurança ao telespectador por meio
da emissão de conceitos bem definidos e formulados, utilizando uma
linguagem simples e didática.

Na seleção do vocabulário, o jornalista deve dar prioridade às palavras mais


conhecidas, simples, precisas e curtas. A linguagem é a cotidiana, adequada
ao público telespectador (coloquial, mas com palavras selecionadas e no
ritmo adequado). Quanto mais familiares são as palavras maior o grau de
comunicação com o telespectador. Entretanto, as regras gramaticais devem
ser seguidas e o uso de gírias evitado.

As frases devem ser curtas com, no máximo, 25 palavras e escritas na ordem


direta e na voz ativa. Utilize o tempo verbal presente do indicativo. O texto
não deve se iniciado com verbo no gerúndio.
Frases consideradas "lugar-comum" ou "modismo" devem ser evitadas.
Evite também o uso de apostos, que dificultam o entendimento da mensagem
na TV. A pontuação deve estar adequada à fala indicando pausas e o tom que
almeja.

Construções com rimas, em especial, com palavras terminadas em "ão"


devem ser igualmente evitadas, assim como os cacófatos.
As palavras "pois","embora" e "após" devem ser evitadas, em vez delas, use
"porque", "mas"e "depois", respectivamente.

Números devem ser escritos por extenso e só deverão ser utilizados quando
forem indispensáveis à informação. Nunca inicia-se um lide por números.
Pronomes possessivos podem gerar ambiguidade, utilize dele/dela em vez de
seu/sua.

Formas de apresentação da notícia na televisão:


Nota pelada ou nota ao vivo: notícia que vai ao ar na TV sem a cobertura
de imagens. O apresentador apenas lê, em quadro, um texto escrito pelo
editor.

Stand-up ou Boletim: estabelece a presença do repórter no local dos


acontecimentos, pode ser ao vivo ou gravado. O jornalista é o foco (em
quadro) da câmera e fica em pé durante toda a narrativa. Pode ser de
abertura, de passagem ou de encerramento. A câmera é fixa no Plano
Americano. A imagem de fundo deve estar adequada à matéria para que o
telespectador saiba qual a sua razão e mantenha-se atento à fala do
repórter.

Passagem: ocorre quando o repórter possui uma informação importante


para a matéria, mas não tem imagens correspondentes. Representa a
transição temporal ou informacional na reportagem (liga trechos da matéria,
geralmente é exibido entre o off e as entrevistas). É a "assinatura" do
repórter e caracteriza o poderio técnico e financeiro da mídia.

Nota coberta: composta de duas partes que são a cabeça (correspondente


ao lide do jornal impresso) e o off (narração feita pelo repórter enquanto são
exibidas as imagens da notícia).

Reportagem: possui texto, imagens, presença do apresentado, do repórter


e de entrevistados. Dividida em 5 partes: cabeça, off, boletim, sonoras
(entrevistas) e pé (texto curto para finalizar a reportagem lido pelo
apresentador).

Flashes Noticiosos: mostram a notícia no momento em que nenhum jornal


está no ar, mas que precisa ser difundida em razão de sua importância. São
entradas ao vivo e o movimento da câmera mostra imagens além do repórter.

Teaser: pequena chamada feita pelo repórter sobre determinada notícia com
a finalidade de gerar a curiosidade no telespectador. Pode ser somente de
imagem que se justifica quando a notícia é quente e exclusiva.Também pode
ser um pequeno trecho de entrevista, normalmente de 10 segundos, usado
como destaque durante a programação.

Link: entrada ao vivo do repórter do lado de fora do estúdio utilizada em


coberturas especiais.

Técnicas de preenchimento de Lauda (Script):


A lauda é a folha de papel utilizada para escrever notícias e reportagens. São
dividas em dois campos no sentido vertical: campo da esquerda onde os
editores colocam a indicação das informações de vídeo e o nome do repórter
e campo da direita, que tem espaço para 32 caracteres por linha, onde serão
escritas as informações de áudio (texto do repórter e indicações). São escritas
em letra maiúscula, sem parágrafos, contendo apenas uma notícia e com
espaço de 3cm entre uma linha e outra, sem a separação de sílabas entre
elas. Deve-se deixar um espaço em branco para evitar a separação das
sílabas quando surgirem no fim da linha. Cada linha cheia corresponde a 2
segundos de leitura (32 toques). Números devem ser escritos por extenso.
Não pode haver rasuras na lauda e deve ser finalizada sempre por ponto
final. O texto não deve se iniciado com verbo no gerúndio.

Lauda de Videoteipe (VT): a cabeça do VT pode ser elaborada em duas


frases curtas, num tempo médio de 8 a 12 segundos. Cada cabeça deve ser
lida por um único apresentador.

Lauda de Link: o texto deve dizer que o repórter vai entrar ao vivo e de
onde está falando. Marcações técnicas são feitas colocando todos os dados na
mesma direção, da seguinte maneira:
• Após a cabeça o repórter dever dar dois espaços e escrever "LINK NO
AR";
• No meio, "LINK";
• Embaixo do texto, "SOM DO LINK";
• Deixas previamente combinadas com o repórter;
• No GC (gerador de caracteres), normalmente são usados apenas a
expressão "AO VIVO", o nome do repórter e do local.
• O tempo da lauda será a soma do tempo do link e o que for gasto no
texto da cabeça.

A primeira parte da lauda é o cabeçalho que normalmente segue o seguinte


roteiro: redator ou editor (nome), data, programa, retranca ou matéria
(especifica o tipo de apresentação e identifica o assunto).

Comandos de Câmera:
Panorâmica: movimento horizontal, tradicionalmente da esquerda para a
direita. Tomada lenta que gira em torno de seu próprio eixo.

Dolly: é o zoom, movimento de aproximação (in) ou de afastamento (out).


Representa o efeito de lente e não o movimento da câmera que, neste caso,
é fixo. O zoom out deve ser usado apenas quando se tem um bom motivo
como introduzir elementos na cena ou dar espaço para o desenvolvimento de
uma ação.

Truck: é o movimento lateral da câmera e do tripé para a direito ou


esquerda em relação ao objeto/indivíduo.

Tilt: é a inclinação da câmera para baixo ou para cima.

Arco: é o movimento em truck, mas em curva, formando um arco.

Sequência de planos e enquadramentos:


Quanto menor a abertura, maior será a profundidade da cena. São
determinados pelo diretor e dividem-se em:
Primeiro plano: coloca em destaque objeto ou pessoa.
Plano extremamente aberto: faz com que o sujeito principal fique
pequeno em relação ao fundo.

Plano geral ou tomada referencial: estabelece relação espacial,


focalizando o cenário ou conjunto de pessoas.

Plano médio: o sujeito e o fundo possuem a mesma importância na


dimensão do vídeo. Enfoca grupo ou pessoa da cintura para cima.

Plano americano: mostra o sujeito do joelho para cima.

Meio plano ou Close médio: é o enquadramento da cabeça e ombro do


sujeito no vídeio (do peito para cima). É um dos mais usados em televisão.

Close-up: plano fechado em que o sujeito ou detalhe de objeto é o principal


foco de enquadramento.

Plano master: plano único de um trecho dramático que facilita a montagem


de um plano de detalhes.

Travelling: tomada de deslocamento de imagem ou de objeto. Usada para


deixar de se fixar no repórter que pega um papel e lê as informações que não
decorou.

Contraplano: recurso que mostra o repórter de costas, fazendo perguntas


ao entrevistado e depois inverte esta posição, ficando atrás do entrevistado.
Dá a impressão de que há duas câmeras na filmagem.

Fade in, fade out: tomada que indica descontinuidade. A imagem aparece
(in) ou desaparece/escurece (out) gradualmente.

Ângulos:
Posição da câmera diante do objeto.
Verticais:
• alto: equilíbrio (Ponglée achatado);
• baixo: imagem cresce (contra-ponglée rebaixado)
Oblíquo: visão em perspectiva, dá profundidade à cena.
Diagonal: dá a impressão de aumento (ilusão de ótica)

Classificação dos microfones:


• Direcionais: aquele que o repórter segura com a mão e direciona à
boca. Usado em entrevistas de rua. Recebe o som de uma só direção.
• Lapela: é usado especialmente pelos apresentadores, preso à roupa.
É muito sensível e capta todo o som a sua volta.
• Boom: é usado com um haste móvel por cima da cabeça das pessoas.
Capta melhor o som das entrevistas.
Chromakey ou Cromaqui: recurso que substitui uma cor, geralmente o
azul, permitindo a inserção de imagens atrás do apresentador. Consiste na
sobreposição de imagens por separação de cores. Está sendo substituído pelo
newsmatte, que tem melhor definição.

Profissionais de televisão:
Chefe de jornalismo: responsável pela linha editorial.

Editor-chefe: responsável direto pelo telejornal.

Coordenador de rede: responsável pela organização do fluxo da matérias


geradas pelas sucursais ou afiliadas. Também realiza a distribuição de pautas
e acompanha a execução da reportagens.

Produtor: responsável pelos recursos materiais, seleção dos materiais de


arquivo que serão usados para cobrir reportagens ou notas cobertas,
ilustrações (selos, vinhetas, tabelas e outros). Além disso, se responsabiliza
pela organização do script e dos VTs. Sua participação se inicia no dia
anterior, com a reunião de pauta.

Este material é um resumo feito a partir do livro "Obras Jornalísticas -


uma síntese"e de questões de provas aplicadas em concursos para
jornalistas pelas principais bancas organizadoras como Cespe,
Cesgranrio, Fundep, entre outras.

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