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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

QUÍMICA GERAL TEÓRICA

PROFESSORA ANA JÚLIA


Introdução

Quando analisamos as substancias percebemos que é raro encontrarmos os átomos


isolados. Na maioria das vezes estão unidos ou agregados de alguma maneira. Para
explicar isso foram criados os modelos de ligações.

Existem três modelos de ligações:

Iônica, consiste na interação entre íons positivos e negativos.

Covalente, consiste no compartilhamento de elétrons entre os átomos.

Metálica, consiste na ligação entre átomos metálicos.

Para Lewis e kossel, as ligações entre os elementos seriam justificadas pelo fato de os
átomos adquirirem a configuração do gás nobre mais próximo da tabela. Com perda ou
ganho de elétrons, ou com o compartilhamento dos mesmos. Para haver ligação química
é necessário que no mínimo dois átomos se aproximem e haja algum tipo de alteração
em suas configurações eletrônicas.

Ligação Iônica
A ligação iônica consiste na interação entre íons positivos e negativos, em função das
diferenças de eletronegatividades dos átomos envolvidos . Onde o átomo mais
eletronegativo tem uma atração maior por elétrons, assim seu núcleo atrai o elétron do
outro átomo para mais próximo de si, assim origina a diferença de cargas e os átomos
permanecem ligados por atração eletrostática.

Temos que admitir que a ligação conduz o sistema a um estado de menor energia,
equilibrando as forças de atração e repulsão . Assim esses íons se organizarão de modo
a minimizar as forças repulsivas se agrupam em um arranjo tridimensional denominado
reticulo cristalino iônico.Estrutura do cloreto de sódio, NaCl:

ENERGIA RETICULAR. CICLO DE BORN-HABER

Energia reticular, ΔEret, é a energia associada ao processo de formação de 1 mol de um


composto iônico sólido a partir da combinação de seus íons em fase gasosa. Nesta
definição, o valor de energia reticular é negativo A energia reticular pode ser
ESTTIMADA através do Ciclo de Born-Haber.

As etapas indicadas no ciclo de Born-Haber para o NaCl são as seguintes:

1) Reação heterogênea de formação do sal a partir das substâncias simples:


Na (s) + ½ Cl2 (g) ® NaCl (s) (ΔHof = -411,1 kJ/mol).

2) Vaporização (sublimação) do sódio metálico, que é sólido à temperatura


ambiente.
Na (s) ® Na (g) (ΔHosub = +107,8 kJ/mol).

3) Dissociação (quebra homogênea) da molécula diatômica de Cl2, gerando


átomos de cloro:
Cl-Cl (g) ® 2 Cl (g) (Edis = +121 kJ/mol). Então, 1/2 Edis = 119,9 kj/mol.
4) Ionização do sódio em fase gasosa:
Na (g) ® Na+ (g) + 1e (ΔHPI = +495,4 kJ/mol).

5) Formação de Cl- em fase gasosa. Afinidade eletrônica é a energia liberada pela


adição de um elétron a um átomo no estado gasoso:
Cl (g) + 1e ® Cl- (g) (ΔHAE = -348,8 kJ/mol).

6) Formação dos pares iônicos em fase gasosa [Na+Cl-], em virtude da atração


eletrostática. O balanceamento entre a atração e a repulsão eletrostática provoca o
estabelecimento de uma distância interiônica de equilíbrio, tornando o sistema mais
estável que os íons isolados. Esses pares estão na forma gasosa, mas, sob a atração
eletrostática que é exercida sobre todos os íons, o conjunto de pares vai aumentando.
Dessa forma, começa a ocorrer a reunião e a superposição dos pares, até que seja
formado um único grupo que constituirá um sólido cristalino macroscópico,
tridimensional, de geometria definida e estável. A estabilidade é atingida devido ao
abaixamento da energia do sistema ligado, provocado pela liberação de energia: a
energia reticular (ΔEret). Assim, ΔEret pode ser considerada uma medida da energia
(ou força) da ligação iônica. Logo, quanto menor o valor de ΔEret, maior é a energia
liberada nesta etapa - mais estável é o retículo cristalino. No caso do NaCl, usando a
Lei de Hess, temos ΔEret = -785,4 kj/mol. A formação de outros compostos iônicos
ocorre de maneira análoga àquela proposta para o NaCl, respeitando, é claro, as
peculiaridades de cada ciclo e a estequiometria dos sais.

As principais características dos compostos iônicos são :

a) São sólidos em ambientes com temperatura de 25 ºC e pressão de 1 atm.


b) Os compostos iônicos representam altas temperaturas de fusão e ebulição.
 c) São duros e quebradiços e logo que submetidos a impacto, quebram com facilidade,
criando faces planas.
d) Quando dissolvidos em água, ou puros no estado líquido, transportam corrente
elétrica devido à existência de íons que movimentam livremente e podem ser atraídos
pelos eletrodos, fechando o circuito elétrico.
e) Seu solvente é a água. 

Ligação covalente

Ligação covalente é um par de elétrons compartilhado por dois átomos, sendo um


elétron de cada átomo participante da ligação.

TEORIA DO OCTETO

Na natureza, todos os sistemas tendem a adquirir a maior estabilidade possível. Os


átomos ligam-se uns aos outros para aumentar a sua estabilidade. Os gases nobres são as
únicas substâncias formadas por átomos isolados.
Conclusão: os átomos dos gases nobres são os únicos estáveis.

Os átomos dos gases nobres são os únicos que possuem a camada da valência completa,
isto é, com oito elétrons (ou dois, no caso da camada K).
Conclusão: a saturação da camada da valência com oito elétrons (ou dois, no caso da
camada K) aumenta a estabilidade do átomo.
A configuração eletrônica com a camada da valência completa é chamada configuração
estável. Os átomos dos gases nobres são os únicos que já têm a camada da valência
completa.

Enunciando a teoria do octeto : os átomos dos elementos ligam-se uns aos outros na
tentativa de completar a camada da valência de seus átomos. Isso pode ser conseguido
de diversas maneiras, dando origem a diversos tipos de ligações químicas.

EXEMPLOS

No caso da molécula de hidrogénio (H2) cada átomo contribui com um elétron para a
ligação. Consequentemente, cada átomo de hidrogénio atrai simultaneamente dois
elétron(um dele próprio e o segundo do outro átomo) ficando assim cada um com a
configuração eletrônica do gás inerte mais próximo, neste caso, o hélio.

No caso da molécula de oxigénio (O2), cada átomo possui seis elétrons de valência e vai
compartilhar dois elétrons com o outro átomo de oxigénio. Deste modo, a ligação
química na molécula de oxigénio ocorre quando se dá a partilha de dois pares de
elétrons. Cada átomo ficará com oito elétrons no último nível de energia (seis do
próprio átomo e dois compartilhados pelos dois átomos). Assim, os átomos de oxigénio
tornam-se estáveis, pois adquiriram uma configuração eletrônica igual à do gás inerte
mais próximo.

Quando são compartilhados apenas dois elétrons, isto é um par, a ligação covalente é
designada por ligação covalente simples, Quando são compartilhados 4 elétrons a
ligação é dupla, Quando são compartilhados 6 elétrons a ligação é tripla.

REPRESENTAÇÕES DAS LIGAÇÕES COVALENTES PROPOSTA DE LEWIS

Nessa representação  indicamos apenas os elétrons da camada de valência de cada


átomo, e os elétrons compartilhados são representados entre os símbolos dos átomos
ligantes. Os elétrons das camadas de valência também podem ser representados por
barras.
Representação eletrônica de Lewis para a molécula de oxigênio:

GEOMETRIA DAS MOLÉCULAS

A condição essencial para a determinação da geometria das moléculas consiste em


admitir que todos os pares de elétrons de valência (compartilhados ou não
compartilhados) devem permanecer o mais distante possível uns dos outros, para que a
repulsão entre eles seja mínima. A distância máxima entre os elétrons ao redor do átomo
central é sustentada pela teoria da repulsão entre os pares de elétrons da camada de
valência (VSEPR).

1) Geometria Linear: dois pares de elétrons ao redor do átomo central.

2) Geometria Plana trigonal: Três pares de elétrons ao redor do átomo central.


3) Geometria Tetraédrica: Quatro pares de elétrons ao redor do átomo centra

4) Bipirâmide trigonal: Cinco pares de elétrons ao redor do átomo central.

5) Arranjo Octaédrico: Seis pares de elétrons ao redor do átomo central.

FORÇAS INTERMOLECULARES

Vamos ao básico, nos restringindo apenas a moléculas diatômicas (formadas por apenas
dois átomos): quando pelo menos dois átomos se ligam, formando uma molécula, existe
entre eles uma "disputa" pelos elétrons. Quando um deles é mais eletronegativo que o
outro conseguirá mantê-lo mais próximo de si por mais tempo. Dessa forma, podemos
dizer que o lado da molécula que possui o átomo mais eletronegativo fica mais
negativo, enquanto que o lado do átomo menos eletronegativo fica mais positivo. Temos
então uma molécula polar.
Quando os dois átomos de nossa molécula têm a mesma eletronegatividade, portanto
são do mesmo elemento, nenhum deles é capaz de garantir a presença dos elétrons por
mais tempo que o outro. Dessa forma, nenhum dos lados ficará mais positivo ou mais
negativo. A molécula será apolar.
A ligação que prende os átomos dentro de uma molécula é a ligação covalente. As
forças de atração entre as moléculas são de natureza elétrica. Forças gravitacionais
também existem, mas podemos desprezá-las por serem muito menores do que as forças
elétricas. Vamos, agora, analisar as forças que existem entre as moléculas.

Essas forças podem ser divididas em dois tipos: forças de Van der Waals e Ponte de
Hidrogênio.

Forças de Van der Waals

As forças de atração ou repulsão entre entidades moleculares (ou entre grupos dentro da
mesma entidade molecular) diferentes daquelas que são devidas à formação de ligação
ou a interação eletrostática de íons ou grupos iônicos uns com os outros ou com
moléculas neutras. Vamos estudar dois tipos principais:

Força entre dipolos permanentes: Se a molécula da substância contém um dipolo


permanente (devido à polaridade de uma ou mais de suas ligações covalente), então
podemos facilmente ver como essas moléculas se atraem umas às outras: o lado positivo
do dipolo de uma molécula atrai o lado negativo do dipolo da outra molécula. Esta força
existe, portanto, entre moléculas polares (μtotal ≠ 0).

Exemplo:

Forças de London ou forças de dispersão: E quando as moléculas não contêm dipolos


(são apolares), como é que elas podem se atrair? Pense numa molécula como uma
entidade não estática, mas contendo elétrons em constante movimento; é razoável
pensar que num determinado momento a distribuição nessa molécula pode não ser
perfeitamente simétrica, e apareçam então pequenos dipolos instantâneos neste
momento. Esses dipolos desaparecerão em muito pouco tempo, podendo levar a uma
molécula neutra ou a outros dipolos, inclusive contrários; mas no curto espaço de tempo
em que eles existem, eles podem induzir a formação de dipolos contrários na molécula
vizinha, levando as duas a se atraírem mutuamente.

Exemplo:

Ponte de Hidrogênio.

Ligações de Hidrogênio ou Pontes de Hidrogênio: O átomo de hidrogênio tem


propriedades especiais por ser um átomo muito pequeno, sem elétrons no interior: por
dentro da camada de valência há apenas o núcleo do átomo, o próton. Uma das
propriedades que só o átomo de hidrogênio apresenta é a capacidade de exercer uma
força de atração intermolecular chamada ligação de hidrogênio, ou ponte de
hidrogênio. A ligação de hidrogênio só pode ocorrer quando o hidrogênio estiver ligado
a um átomo pequeno e muito eletronegativo: apenas F, O, N satisfaz as condições
necessárias. Quando o hidrogênio está ligado a um átomo muito eletronegativo, a
densidade eletrônica em torno do próton fica bem baixa; esta parte da molécula é então
fortemente atraída pelos pares de elétrons do F, O, N de outra molécula, estabelecendo a
ligação de hidrogênio. Exemplo:
Ligação Metálica

Os metais geralmente possuem poucos elétrons na camada de valência, estes elétrons


encontram sempre à sua volta orbitais de valência vazios. Isso significa que eles
acabam tendo liberdade de movimento. É importante ressaltar que a ligação metálica é
maior quanto maior for a carga formada pelo cátion do metal.
Os metais possuem muitas propriedades características deles, que faz com que ele tenha
uma grande funcionalidade no nosso dia-a-dia. Essas propriedades vêm do tipo da
estrutura e do tipo de ligação dos metais.

Veremos agora algumas propriedades dos metais:

Condutividade Térmica e Elétrica

Os metais possuem elétrons livres em suas ligações metálicas, o que permite um trânsito


rápido de temperatura e calor. É por este motivo que os metais são bons condutores de
calor e temperatura.
Esta propriedade dos metais é muito útil em nossas vidas, como por exemplo, aquecer
uma panela de ferro ou conduzir eletricidade até nossas casas.

Resistência

Os metais resistem bastante quando são tracionados com forças que tendem alongar ou
torcer uma barra ou fio metálico. Estas propriedades vêm do fato, de que, a ligação
metálica e muito forte, ou seja, mantém os átomos bem unidos.
Esta propriedade é muito utilizada em construções civis, onde é colocado vergalhões de
aço dentro de uma estrutura de concreto para torná-la mais resistente (concreto armado).
Outra aplicação desta propriedade é vista nos cabos de elevadores.

Ponto de fusão e de ebulição altos

Os metais fundem e fervem em temperaturas geralmente bem elevadas, devido à ligação


metálica ser muito forte, como mencionado na propriedade anterior, os átomos são
intensamente unidos.
Esta propriedade é muito importante, pois é graças a ela que podemos construir
caldeiras, reatores, filamentos de lâmpadas, onde ocorrem aquecimentos intensos.
Referências:

Química geral: fundamentos/ Daltamir Justino Maia, J. C. de A. Bianchi. – São Paulo:


Pearson Prentice Hall,2007

Feltre, Ricardo – 6.ed. – São Paulo: Moderna 2004 – v.1. Química Geral.

http://www.profpc.com.br/Liga%C3%A7%C3%B5es%20Qu%C3%ADmicas/Aula1.hm

http://www.infoescola.com/quimica/forcas-intermoleculares-van-der-waals-e-ponte-de-
hidrogenio/

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