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Licenciatura - Engenharia da Segurança do Trabalho

Intervenção
dos Serviços
de Saúde
Ocupacional
(SSO)
2011
Um modelo de assistência descentralizado que busca a integralidade, Vigilância e
com a participação da sociedade, e que pretende dar conta da Promoção da
prevenção, promoção e atenção à saúde da população.
Saúde
Saúde Ocupacional
Intervenção dos Serviços de Saúde Ocupacional (SSO)

Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 3

2. Objectivos Gerais .......................................................................................................................... 4

3. Linhas de Acção ............................................................................................................................ 5

3.1. Vigilância da saúde ...............................................................................................................5

3.2. Promoção da saúde no local de trabalho ..........................................................................5

4. Vigilância da Saúde....................................................................................................................... 6

4.1. Exames de Saúde .................................................................................................................6

4.2. Exames Complementares ....................................................................................................7

4.3. Actividades Complementares ..............................................................................................9

4.4. Gestão, Controlo e Comunicação dos Resultados da Vigilância...................................9

5. Promoção da Saúde ................................................................................................................... 10

6. Conclusão ..................................................................................................................................... 12

Glossário ............................................................................................................................................... 13

Bibliografia ............................................................................................................................................ 15

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Saúde Ocupacional
Intervenção dos Serviços de Saúde Ocupacional (SSO)
1. Introdução

A protecção da saúde e prevenção da doença constitui um direito consagrado na


Constituição da República Portuguesa a qual também preconiza o direito à prestação do
trabalho em condições de higiene, segurança e saúde.

As relações entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores são cada vez mais reconhecidas.
Os efeitos negativos associados à prestação do trabalho em locais e condições deficitárias,
estão hoje tipificados e quantificados com maior rigor. Assim, torna-se clara a necessidade
crescente de intervenção em saúde no contexto laboral, tendo em vista a qualidade de vida
no trabalho e a melhoria das condições em que este é exercido, e consequentemente a
necessidade do desenvolvimento dos serviços de saúde ocupacional no seio das
organizações.

A Saúde Ocupacional (SO), actualmente, engloba a totalidade das intervenções médicas,


técnicas e outras, que visam a protecção e a promoção da saúde dos trabalhadores nos
locais de trabalho, tendo como principais objectivos não só assegurar a saúde dos
trabalhadores, mas também contribuir de forma positiva e efectiva para a sua motivação e
realização profissional.

Desta forma, é possível melhorar a qualidade de vida não só dos indivíduos mas também da
sociedade em geral. Trabalhadores e locais de trabalho saudáveis são pilares fundamentais
para o desenvolvimento sustentado das organizações e consequentemente das
comunidades.

Neste contexto, o local de trabalho apresenta-se como sendo a área prioritária de


intervenção dos Serviços de Saúde Ocupacional (SSO). Qualquer que seja a organização e
tipologia de serviços adoptada deverá ter em conta a necessidade de preconizar a
prevenção dos riscos ocupacionais, o desenvolvimento de locais de trabalho saudáveis, a
protecção e promoção da saúde, a valorização dos factores individuais e psicossociais e o
acesso aos SSO, é necessário, portanto a definição e implementação de uma política
proactiva de Promoção e Protecção de SO.

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2. Objectivos Gerais

A política de Promoção e Protecção de SO deverá ter em conta os seguintes objectivos


gerais:
• Melhorar a qualidade do trabalho e de vida dos trabalhadores assegurando ganhos
em saúde;
• Proteger e promover a saúde dos trabalhadores nos locais de trabalho;
• Analisar as relações entre o trabalho e a saúde/doença, avaliando o impacto global
da actividade laboral na saúde;
• Garantir aos trabalhadores cuidados de saúde ocupacional de boa prática através da
organização dos SSO;
• Identificar o grau de cumprimento dos requisitos legais em Segurança e Saúde no
Trabalho (SST);
• Promover cursos sobre boas práticas em SST/SO para os profissionais de saúde;
• Promover a sensibilização dos trabalhadores para as questões de segurança e
saúde;
• Estabelecer canais de comunicação que facilitem a divulgação e consulta dos
trabalhadores sobre temas ou propostas relevantes de política de SO;
• Estimular e apoiar a formação contínua dos profissionais de SO;
• Promover junto dos técnicos e profissionais de SO o acesso a orientações técnicas e
informação em SO;
• Divulgar junto dos trabalhadores informação relevante em SO, de forma alargada,
nomeadamente através de folhetos, cartazes e artigos a inserir por exemplo em
publicações internas, na intranet, etc;
• Fomentar e apoiar projectos de pesquisa e investigação em SO, através eventuais
projectos de investigação;
• Recolher, organizar, analisar e divulgar dados sobre a patologia laboral, a
prevalência de incapacidades laborais, as boas práticas em SST/SO e os ganhos em
saúde dos trabalhadores;
• Desenvolver e operacionalizar indicadores de avaliação do desempenho e de
resultados e de ganhos em saúde;
• Estabelecer metas de ganhos em saúde dos trabalhadores, em especial através da
redução dos principais danos para a saúde relacionados com o trabalho.

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3. Linhas de Acção

Para a definição e implementação da política de Promoção e Protecção de Saúde


Ocupacional e para a prossecução dos objectivos enunciados, deverão ser consideradas
duas grandes áreas de intervenção: a vigilância da saúde, assegurada fundamentalmente
pela realização dos exames médicos de saúde e a promoção da saúde nos locais de
trabalho assente na elaboração do Programa de Promoção da Saúde que vise a melhoria
da saúde e do bem-estar nos locais de trabalho. Para cada uma destas áreas de
intervenção serão enunciadas as principais linhas de acção.

3.1. Vigilância da saúde

Considera-se a vigilância da saúde como um processo contínuo de apreciação do estado de


saúde dos trabalhadores. Efectua-se pela recolha, análise e interpretação dos dados sobre
a saúde dos trabalhadores, a exposição a factores de risco presentes nos locais de trabalho,
bem como as medidas de prevenção e de protecção implementadas.
O empregador garantirá aos seus trabalhadores a vigilância periódica da sua saúde, em
função dos riscos a que os trabalhadores estão sujeitos no seu local de trabalho.

3.2. Promoção da saúde no local de trabalho

A promoção da saúde no local de trabalho abrange tudo aquilo que é feito pelos
empregadores, pelos trabalhadores e pela sociedade para melhorar a saúde e o bem-estar
das pessoas no trabalho e em geral e Inclui a melhoria da forma como o trabalho está
organizado, o incentivo aos trabalhadores para participarem em actividades saudáveis o
incentivo ao desenvolvimento pessoal.

Promover a saúde no local de trabalho significa mais do que cumprir os requisitos legais em
matéria de segurança e saúde, que os empregadores ajudam activamente os seus
trabalhadores a melhorar, de um modo geral, a sua saúde e o seu bem-estar. Neste
processo é fundamental envolver os trabalhadores e ter em conta as suas necessidades e
os seus pontos de vista sobre a organização do trabalho e do local de trabalho.

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4. Vigilância da Saúde

4.1. Exames de Saúde

A actividade dos SSO deverá estar em conformidade com a legislação em vigor. Deverá ser
exercida pelos médicos do trabalho, isto é, licenciado em Medicina com a especialidade de
medicina do trabalho reconhecida pela Ordem dos Médicos; aquele a quem seja
reconhecida idoneidade técnica para o exercício das respectivas funções, nos termos da lei;
o licenciado em Medicina a quem venha a ser concedida autorização pelo organismo
competente do ministério responsável pela área da saúde.

No âmbito da vigilância da saúde deverá ser garantida a realização dos exames de saúde,
prestados de acordo com os requisitos legais estabelecidos e com o Código Deontológico
da Ordem dos Médicos, tendo em conta a periodicidade definida legalmente. Não obstante,
esta periodicidade deverá ser adequada aos riscos profissionais identificados, específicos
das actividades realizadas.

Os exames visam comprovar e avaliar a aptidão física e psíquica do trabalhador para o


exercício da actividade e a repercussão desta e das condições em que é prestada, na sua
saúde. Para tal, são realizados os seguintes exames de saúde:

• Exames de Admissão: a realizar antes do início da prestação de trabalho ou, se a


urgência da admissão o justificar, nos 15 dias seguintes;
• Exames Periódicos: a realizar anualmente para os menores e para os
trabalhadores com idade superior a 50 anos, e de 2 em 2 anos para os restantes
trabalhadores, podendo o médico do trabalho fixar periodicidade diferente face ao
estado de saúde dos trabalhadores e ao resultado da prevenção de riscos na
empresa.
• Exames Ocasionais: a realizar sempre que se verifiquem alterações substanciais
nos componentes materiais de trabalho que possam ter repercussão nociva na
saúde do trabalhador, bem como nos casos de regresso ao trabalho depois de uma
ausência superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente.

Deverá ser garantido que, as observações clínicas relativas aos exames de saúde são
anotadas na ficha clínica do trabalhador. Este documento, sujeito a segredo profissional,
não deverá conter dados sobre a raça, a nacionalidade, a origem étnica ou informação
sobre hábitos pessoais do trabalhador, salvo quando estes últimos estejam relacionados
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com patologias específicas ou com outros dados de saúde. A realização dos exames tem
em conta os seguintes aspectos:

• Anamnese
• História actual;
• História pregressa pessoal, familiar e profissional;
• Questionário sobre o posto de trabalho actual e eventuais patologias associadas
a essa actividade.
• Exame Objectivo
• Biometria - medição da pressão arterial, da frequência cardíaca, da estatura e do
peso corporal;
• Observação clínica:
 Inspecção da pele e mucosas;
 Inspecção da cabeça e pescoço;
 Avaliação sumária da acuidade visual;
 Avaliação sumária da acuidade auditiva;
 Tronco: inspecção, percussão, palpação e auscultação cardíaca e
pulmonar;
 Abdómen: observação, palpação e pesquisa de pontos herniários;
 Coluna vertebral: inspecção e palpação;
 Membros: observação da mobilidade activa e passiva e pesquisa de
varizes nos membros inferiores;
 Exame neurológico sumário
• Análise comparada dos dados clínicos e pessoais com as exigências do trabalho, a
carga de trabalho e a avaliação dos factores de risco a que o trabalhador está
exposto.

4.2. Exames Complementares

Para completar a observação e formular uma opinião precisa sobre o estado de saúde do
trabalhador, o médico do trabalho pode definir a necessidade de realização de exames
complementares ou pareceres médicos especializados.

Para o efeito, deverão ser realizadas, juntamente com os serviços de segurança do trabalho,
avaliações de riscos para adequar os exames complementares aos riscos identificados.
Neste sentido, a realização de visitas aos locais de trabalho e a análise de acidentes de

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trabalho são actividades fundamentais do médico do trabalho e que deverão ser integradas
no Sistema de Gestão da SST.

Entre os exames complementares, onde se incluem análises clínicas e outros meios de


diagnóstico destacam-se:

• Electrocardiograma: realizado por técnicos de cardiopneumologia, visa registar a


actividade eléctrica do coração permitindo conhecer a orientação do eixo eléctrico,
identificar alterações do ritmo cardíaco e perturbações da condução eléctrica bem
como a localização, extensão e progressão de eventuais lesões isquémicas do
miocárdio, o efeito de alterações de concentrações de electrólitos e a influência de
determinados fármacos sobre a actividade eléctrica do coração.

• Espirometria: realizada por técnicos de cardiopneumologia, permite o rastreio de


patologia pulmonar e a detecção de doença em indivíduos com factores de risco
conhecido. Avalia as características mecânicas do sistema respiratório através da
medição de volumes e débitos. É utilizado como teste de diagnóstico na avaliação da
reversibilidade da obstrução das vias aéreas, na quantificação do comprometimento
funcional do sistema respiratório e no acompanhamento de doentes com patologia
respiratória.

• Rastreio visual: permite avaliar as características fundamentais da visão, tais como:


acuidade visual ao longe e ao perto; forias, cromatopsia e campimetria.

• Rastreio Auditivo: permite identificar o tipo e o grau de perda auditiva mediante a


realização de audiometria tonal com pesquisa em via aérea nas frequências de
250Hz a 8000Hz. Em função dos resultados obtidos no teste inicial pode vir a
realizar-se pesquisa em via óssea para melhor caracterização do tipo de hipoacúsia.

• Rastreio dos níveis de Glicemia, Colesterol: realizado com equipamentos


portáteis permite rastrear os níveis de glicémia e de colesterolémia obtidos no
sangue colhido por punção digital, em jejum.

• Sedimento Urinário (teste de Combur): permite uma avaliação sumária, qualitativa


e semi-quantitativa, dos seguintes parâmetros urinários: ácido ascórbico, bilirrubinas,
sangue, glicose, proteínas, nitritos, pH, densidade e leucocitos. Visa identificar

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patologias que se traduzam pela eliminação ou pela alteração das concentrações
urinárias destas substâncias.

• Outros exames complementares: poderão vir a ser realizados outros exames


complementares em função de necessidades específicas, designadamente, pesquisa
de drogas de abuso e/ou determinação dos níveis de alcoolemia. Tratando-se de
matéria sensível e sujeita ao cumprimento rigoroso de normativos legais, a
realização destes exames apenas terá lugar nos casos em que está assegurado o
cumprimento destes requisitos.

Para além dos exames complementares realizados no âmbito da vigilância da saúde, o


médico do trabalho deve ter também em consideração o resultado de exames a que o
trabalhador tenha sido submetido e que mantenham actualidade e, se for caso disso,
promoverá a necessária cooperação com o seu médico assistente.

4.3. Actividades Complementares

Para além dos exames médicos constituem, também, atribuições do médico do trabalho:
• Análise das condições gerais de laboração;
• Análise de postos de trabalho para reconversão de tarefas;
• Encaminhamento de doenças profissionais;
• Elaboração de pareceres solicitados pelas autoridades de saúde;
• Promoção de medidas de prevenção e definição de estratégias visando a protecção
e a promoção da saúde dos trabalhadores (factores de natureza profissional
nomeadamente doenças profissionais, doenças relacionadas ou agravadas pelo
trabalho, e acidentes de trabalho);
• Informação individualizada sobre os riscos para a saúde e segurança inerentes às
tarefas realizadas pelo trabalhador e sobre as medidas de prevenção e de protecção
a adoptar.

4.4. Gestão, Controlo e Comunicação dos Resultados da Vigilância

No decurso do exame de saúde o médico do trabalho deve garantir a elaboração de uma


ficha clínica na qual constam todos os dados clínicos relevantes para fundamentar a aptidão.
No termo do exame de saúde e, a partir dos dados contidos na ficha clínica, o médico do
trabalho preenche uma ficha de aptidão da qual consta o resultado do exame efectuado.
Deste documento, que não conterá quaisquer elementos que envolvam segredo profissional,
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é enviada cópia ao responsável de recursos humanos. Se o resultado do exame de saúde
revelar a inaptidão do trabalhador, o médico do trabalho indicará, sendo caso disso, outras
funções que aquele possa desempenhar.

Sempre que a repercussão do trabalho e das condições em que o mesmo é prestado se


revelar nociva para a saúde do trabalhador, o médico do trabalho comunicará tal facto ao
responsável pelo SST da organização e, se o estado de saúde o justificar, solicitará o seu
acompanhamento pelo médico assistente do centro de saúde ou outro médico indicado pelo
trabalhador.

Deverá ser garantida a gestão e controlo das fichas clínicas bem como das fichas de aptidão,
para o efeito poderá ser criada e implementada uma aplicação informática com acesso
restrito à informação como ferramenta de gestão.

5. Promoção da Saúde

Mediante os resultados obtidos na vigilância da saúde e nas avaliações de riscos, o SSO


deverá estabelecer, organizar, divulgar e implementar um Programa de Promoção da Saúde
que vise a melhoria da saúde e do bem-estar nos locais de trabalho. Existe, porém, um
conjunto de acções devidamente estruturadas e rotinadas, que visam melhorar a
organização e o ambiente de trabalho e incentivar o desenvolvimento pessoal e profissional
dos trabalhadores que poderão ser adoptadas. Entre elas destacam-se as seguintes:

• Campanha de vacinação – gripe sazonal


Informação dos trabalhadores sobre o período de vacinação da gripe sazonal
disponibilizando, se possível, os meios técnicos e humanos para efectuar as inoculações.

• Outras acções de vacinação


Tendo em conta recomendações médicas decorrentes da identificação dos riscos a que os
colaboradores possam estar expostos no exercício da sua actividade podem ser
desenvolvidas outras campanhas de vacinação, nomeadamente administração de vacinas
contra a Hepatite B e a infecção por Pneumococos.

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• Rastreio de doenças cardiovasculares


Realização de rastreio de doenças cardiovasculares. Este rastreio consiste na determinação
do Índice de Massa Corporal, na medição dos níveis de Colesterol e da Glicémia, e na
medição da Tensão Arterial. Em função dos resultados do rastreio os colaboradores são
aconselhados a modificar comportamentos, designadamente quanto aos hábitos alimentares
e à prática regular de exercício físico e, caso se justifique, procede-se ao seu
encaminhamento para o respectivo médico assistente.

• Rastreio do cancro da próstata


Para a população masculina preferencialmente com idade igual ou superior a 40 anos,
poderão ser realizados rastreios do cancro da próstata. De acordo com os resultados os
colaboradores podem ser encaminhados para outras valências médicas.

• Rastreio do cancro do Cancro da mama e do colo do útero


Para a população feminina preferencialmente com idade igual ou superior a 40 anos,
poderão ser realizados rastreios do cancro da mama e do cólon do utero. De acordo com os
resultados os colaboradores podem ser encaminhados para outras valências médicas.

• Campanhas de cessação tabágica / Álcool substâncias psicoactivas,


Realização de acções de sensibilização para os malefícios do tabaco, do consumo de álcool
e de substâncias psicoactivas. Realização de rastreios. De acordo com os resultados os
colaboradores podem ser encaminhados para outras valências médicas, incluindo
programas de reabilitação.

• Palestras/Sessões de informação
Organização de palestras e sessões de esclarecimento sobre temáticas relevantes para a
saúde, como por exemplo como enfrentar o stresse

• Campanhas de nutrição no local de trabalho


Informação dos trabalhadores para hábitos alimentares saudáveis associados a campanhas
de controlo periódico de peso. Disponibilização de alimentos saudáveis no refeitório.

• Auditorias aos locais de trabalho


Realização de visitas aos locais de trabalho, em colaboração com os SST, para avaliação
das condições de trabalho, análise dos riscos profissionais e definição de medidas de
protecção e prevenção.
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• Análise de acidentes de Trabalho


Colaboração com os SST na investigação e análise dos acidentes de trabalho.

• Protecção de Grupos de risco específicos


Desenvolver projectos de protecção da saúde de trabalhadoras grávidas, colaborando nos
processos da actualização da lista de perigos e factores de risco gravosos para a saúde da
mulher e do feto.

• Protecção da actividade física


Incentivar os trabalhadores para participarem em actividades saudáveis, como por exemplo:
aulas de desporto; bicicletas para utilizar em trajectos curtos no interior das instalações, etc.

• Organização do trabalho
Promover a implementação de medidas de organização do trabalho tais como:
 Horários de trabalho flexíveis;
 Locais de trabalho flexíveis, como o trabalho a partir de casa (teletrabalho);
 Possibilidade de aprendizagem ao longo da vida, através da rotação e do
alargamento de tarefas;
 Incentivo à gestão participativa com a intervenção dos trabalhadores no processo de
melhoria do ambiente de trabalho.

6. Conclusão

A consciencialização global, no que à matéria de saúde ocupacional diz respeito, tem vindo
a ser consolidada ao longo dos anos. Contudo, existe ainda um longo caminho a percorrer…
É fundamental dar passos progressivos mas consistentes, no âmbito da protecção e
prevenção de riscos profissionais, com vista à prossecução da saúde e bem-estar dos
colaboradores das empresas.
A importância do envolvimento dos diversos intervenientes é fulcral, desde a gestão de topo,
aos quadros intermédios, terminando nos colaboradores com tarefas indiferenciadas na
organização, no sentido de se dinamizar o Serviço de Saúde Ocupacional. Só construindo
esta rede, que terá que ser activa, poder-se-á, de facto, interferir nas condições de trabalho
e proteger a saúde dos profissionais. É sem dúvida, um trabalho árduo e multidisciplinar.

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Glossário

AUDITORIA – Processo estruturado de recolha independente de informação sobre a eficácia,


a efectividade e a flexibilidade do sistema global de gestão do SST, assim como a
estruturação de planos para a implementação de medidas de prevenção.

DANOS – Doenças, patologias ou outras lesões sofridas pelo trabalhador, por motivo ou
durante o trabalho.

GRUPOS DE RISCO - Corresponde a uma população sujeita a determinados factores ou


com determinadas características, que a tornam mais propensa a ter ou adquirir
determinada doença.

NORMA – Especificação técnica aprovada por um organismo reconhecido, com actividade


normativa, para aplicação repetida ou continua, cujo cumprimento não é obrigatório e
pertença a uma das seguintes categorias: Norma Internacional, Norma Europeia, Norma
Nacional.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO – Conjunto de acções enquadradas num contexto


organizacional global, abrangendo as relações, tarefas e responsabilidades entre indivíduos,
a adopção de determinados métodos de trabalho e a reunião de competências individuais
adequadas.

PERIGO – Propriedade ou capacidade intrínseca de um componente do trabalho


potencialmente causador de danos. O mesmo que factor de risco.

POLITICA – Processo através do qual se procede à comunicação de princípios, objectivos e


critérios em que uma organização assente as suas actividades de SST. A declaração escrita
de política que integra os documentos que registam a politica da organização.

PREVENÇÃO – Acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais de um conjunto de


disposições ou medidas que devam ser tomadas em todas as fases da actividade da
empresa.

SAÚDE NO TRABALHO – Abordagem que integra, além da vigilância médica, o controlo dos
elementos físicos, sociais, mentais que possam afectar a saúde dos trabalhadores.

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SEGURANÇA NO TRABALHO – Conjunto de metodologias adequadas à prevenção de


acidentes de trabalho, tendo como principal campo de acção o reconhecimento e o controlo
dos riscos associados aos componentes materiais do trabalho.

TRABALHADOR – Pessoa singular que, mediante retribuição, se obriga a prestar serviço a


um empregador, incluindo a Administração Pública, os institutos públicos e demais pessoas
colectivas de direito público e, bem assim, o tirocinante, o estagiário e o aprendiz que
estejam na dependência económica do empregador em razão dos meios de trabalho e do
resultado da sua actividade, embora não titulares de uma relação jurídica de emprego,
publica ou privada.

VIGILANCIA DA SAÚDE – Acção de monitorizar a saúde das pessoas para detectar sinais
ou sintomas de danos para a saúde, relacionados com o trabalho, para que possam ser
tomadas medidas para eliminar, ou reduzir a probabilidade de ocorrência de mais danos.

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Bibliografia

1. Lei n.º 59/2008, de 11 Setembro de 2008, D.R. I Série


2. Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro de 2009, D.R. I Série
3. Lei n.º102/2009, de 10 de Setembro de 2009, D.R. I Série
4. Direcção-Geral da Saúde, Circular Normativa nº 3/DSPPS/DCVAE de 18/02/2010,
Programa Nacional de Saúde Ocupacional – PNSOC
5. Direcção-Geral da Saúde, Circular Informativa nº: 9/DSPPS/DCVAE de 16/03/2010,
Autorização para o exercício de Medicina do Trabalho ao abrigo do Artigo 103º da
Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro
6. OMS (2007) - Plano global de acção sobre Saúde dos Trabalhadores 2008 -2017.
Sexagésima Assembleia Mundial de Saúde. Geneva: OIT
7. PORTUGAL. Autoridade para as Condições de Trabalho. Resolução do Conselho de
Ministros n.º 59/2008 de 12 de Março – Estratégia Nacional para a Segurança e
Saúde no Trabalho. Lisboa: Ministério do Trabalho e Segurança Social, 2008
8. Members of the European Network for Workplace Health Promotion, Barcelona
Declaration on Developing Good Workplace Health Practice in Europe, 2002
9. Members of the European Network for Workplace Health Promotion Luxembourg
Declaration on Workplace Health Promotion in the European Union, 2007
10. Members of the European Network for Workplace Health Promotion, The Edinburgh
Declaration on the Promotion of Workplace Mental Health and Wellbeing, October 2010
11. Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Facts n.º 94 - Promoção da
saúde no local de trabalho para empregadores, 2010
12. Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Facts n.º 32 - Como enfrentar
os riscos psicossociais e reduzir o Stresse no Trabalho - Síntese de um relatório da
Agência, 2002
13. Direcção-Geral da Saúde, Programa Nacional de Saúde Ocupacional. 2009-2012
14. http://www.europa.eu/legislation.pt - Estratégia Comunitária para Saúde e a
Segurança no Trabalho, 2007-2012 (4 de Setembro de 2009)
15. http://www.euro.who.int/occhealth - WHO/Europe – Occupational health: Priorities for
the European Region (5 de Abril de 2005)
16. http://www.dgs.pt/
17. http://osha.europa.eu/pt
18. http://www.who.int
19. http://www.enwhp.org
20. http://www.act.gov.pt

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