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MPGPP Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas / Processo Seletivo 2011 – 24/05/2011

Nome: Orlando Lindório de Faria

Prova de Expressão Escrita

Leia atentamente a seguinte citação:

Eu nunca morreria por minhas convicções, porque eu poderia estar errado.


Bertrand Russell (filósofo, 1872-1970)

A partir dessa citação, escreva uma redação de caráter ensaístico, contendo:

1. Introdução.
2. Pelo menos três argumentos que sustentem sua opinião.
3. Uma conclusão.

Em seu texto, procure deixar claro qual o significado da citação e se concorda ou


não com ela.
__ .. __

Critérios de avaliação: desenvolvimento e estrutura do texto; consistência e clareza


dos argumentos; domínio da língua culta.

Instruções:
•O texto deverá ter entre 30 e 40 linhas.
• Duração da prova: 90 minutos.
• Início: 19h30. Término: 21h.
• Prazo máximo para o candidato enviar a prova resolvida: 21h05
MPGPP Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas / Processo Seletivo 2011 – 24/05/2011

Hoje uma lagarta, amanhã uma borboleta.


Título

Inicialmente, para poder descrever sobre a citação enunciada de Bertrand Russel, é


importante debater de forma breve e simples o assunto central: “minhas convicções”. As
pessoas criam suas próprias convicções a partir de suas experiências vividas e dos seus
valores adquiridos. Com essa ideia em mente, fica claro que as convicções pessoais são
diretamente relacionadas ao que a pessoa viveu, quando e de que maneira. A referida citação
demonstra que o autor entendia no mesmo sentido, pois deixa claro que poderia estar errado,
assumindo a possibilidade de mudança de suas convicções.
A história demonstra e prova que aqueles que tinham certeza absoluta de suas
convicções e que morreriam por elas, com o passar do tempo, estavam errados. Temos muitos
exemplos pra reforçar essa ideia, só para ilustrar, devemos lembrar que a centenas de anos
atrás se acreditava que a terra era plana e que o sol girava em seu entorno como verdade
absoluta. Aqueles que defendiam esse conceito se fossem questionados se morreriam por essa
certeza, provavelmente diriam que sim. Hoje, de acordo com os conhecimentos científicos
atuais, podemos dizer que eles estavam errados.
Se pudéssemos realizar uma experiência arrojada de colocar a mesma pessoa, na
mesma época vivendo duas vidas em circunstâncias diferentes, como por exemplo, uma no
Brasil e outra na Índia; certamente se fossem questionadas sobre se há algum problema em
comer carne de vaca, a que viveu no Brasil provavelmente diria que não, e a outra, diria que
sim, pois a religião dominante na Índia acredita que a vaca é um animal sagrado. Em seguida,
se fossem questionadas se tinham convicção disso, a resposta de ambas provavelmente seria
afirmativa. O que demonstraria que a mesma pessoa poderia pensar de maneiras muito
diferentes dependendo de seus valores e tradições adquiridos.
Uma prova quase que inquestionável de mudança de convicção é o divórcio. Pergunte
para uma noiva em cima do altar, um segundo antes de dizer o famoso e tradicional “sim”, se
ela tem convicção de sua decisão e se ela morreria por esta certeza. É bem provável que sua
resposta seria “sim”. No entanto, o número de divórcio é expressivo o que prova que muitas
dessas mulheres mudaram de opinião. O que acontece é que durante o matrimônio elas
adquirem experiências diferentes das vividas até então e passam a pensar de maneira
diferente.
A verdade é que as pessoas mudam de ideia, de crença e, inclusive, fisicamente ao
longo de suas vidas; e que, a civilização muda seus pilares ao longo da historia. Então fica
nítido que são sábios aqueles que pensam e concordam com Bertrand Russel; uma vez que,
morrer por suas convicções seria morrer por um conhecimento que pode mudar e até mesmo
nunca ter sido uma verdade absoluta. Enfim, eu nunca morreria pelas ideias aqui defendidas,
porque poderia estar errado.

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