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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES - CAMPUS DE ERECHIM


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
CURSO DE DIREITO
TURMA 2006-1

DISCIPLINA DE DIREITO AGRÁRIO

Março
2010
1

DIREITO AGRÁRIO BRASILEIRO

ANTECEDENTES HISTÓRICOS
 Ideal reformista
 Autonomia
 Emenda Constitucional n. 10 de 10/11/64
 Lei n. 4.504/64 - Estatuto da Terra
 Competência da União

MOTIVOS
 tensão social
 pressão, política, social e econômica
 origem político-institucional revolucionária
 dispositivos protegem o homem do campo
 Função Social
2

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO DIREITO


AGRÁRIO

As inúmeras polêmicas em torno da agropecuária brasileira


já seriam por si só suficientes para justificar profundo
estudo do Direito Agrário. Todavia, é possível justificar o
estudo de forma empírica frente aos atuais índices do setor:
última safra de grãos superou 130 milhões de toneladas e,
ainda, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, o agronegócio é responsável por cerca
de 1/3 do Produto Interno Bruto – PIB, por 42% das
exportações totais e por 37% dos empregos brasileiros. O
setor responde por um em cada três reais gerados no País e
emprega, aproximadamente, 17,7 milhões de trabalhadores
somente no campo.
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1
O DIREITO AMBIENTAL NO ÂMBITO AGRÁRIO

 Necessidade de Licenciamento Ambiental


Previsto na Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Todas as atividades potencialmente poluidoras
necessitam de licenciamento ambiental.

Atividades agrárias potencialmente poluidoras:


 Irrigação de Lavouras
 Silvicultura;
 Criação de Animais;
 Construções de Barragens

CONCEITO

Em sua dimensão normativa, o Direito Agrário aparece


como o conjunto de normas jurídicas que regulam todas
as relações jurídicas do campo. Essas normas jurídicas
regulatórias poderão tanto se referir às relações
comerciais, quanto às questões fundiárias, crediaristas,
securitárias, ambientais, trabalhistas, dentre outras.

Nesse âmbito, tocam-se o Direito Privado, concernente


aos negócios jurídicos firmados entre particulares, e o
Direito Público, próprio das relações jurídicas entre o
Estado e os particulares.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
A Constituição Federal, em seu artigo 22, inciso I,
reserva a competência legislativa, em matéria de
Direito Agrário, exclusivamente à União Federal,
diferentemente de outras nações que atribuem a
competência para Estados e Municípios, ou seja,
no Brasil compete exclusivamente à União
Federal regular as relações de Direito Agrário.

OBJETO
Fatos jurídicos que emergem do campo,
conseqüência de atividade agrária, de estrutura
agrária, de empresa agrária e da política agrária,
6
geram as relações jurídicas agrárias.

2
CONTEÚDO
Conjunto de normas que disciplinam e regem as
relações jurídicas decorrentes da atividade agrária
e aquelas que regulam os direitos e obrigações
sobre o próprio elemento terra.
Engloba o direito de propriedade condicionado
pelas obrigações referentes ao cumprimento da
função social da terra(produtividade e busca
justiça social).
O núcleo central do direito agrário está está nas
atividades agrárias.

CARACTRÍSTICAS
a) imperatividade de suas regras
b) regras sociais

FONTES

Material: realidade social agrária

Formais: leis de conteúdo agrário

a) Constituição Federal – Art. 22; art. 5°, XXII a XXVI;


art. 22; art. 20, Inciso II; art.
20, Inciso II; art. 26, Inciso
IV; art. 126; art. 153, inciso,
VI e § 4º; art. 170, inciso II e
III; art. 184 a 191.

b) Estatuto da Terra ( Lei 4.504/64 ) e seus


regulamentos.
9

3
c) Doutrina
d) jurisprudência
e) analogia
f) costumes
g) princípios gerais do direito

 A lei de natureza cogente, se sobrepõe aos costumes.


 irrenunciabilidade de direitos e obrigações que
visam a proteger a parte mais fraca na relação
jurídica agrária, além de cláusulas obrigatórias.

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PRINCÍPIOS

a) Função Social da Propriedade ( produtividade e


justiça social, com preservação ambiental ).
b) Justiça Social
c) Prevalência do interesse coletivo sobre o particular
d) Reformulação da estrutura fundiária
e) Progresso social e econômico
f) Preservação do meio ambiente

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NATUREZA JURÍDICA
Regras mesclando institutos de direito privado e de
direito público. É também conhecido como tendo
uma natureza jurídico social.

AUTONOMIA
a) Legislativa
b) científica
c) didática
d) jurisdicional ( art. 126 da CF/88 e EC n° 45, de
08/12/2004).
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RELAÇÕES
 Direito Constitucional, Administrativo e Ambiental;
 Direito Tributário, Fiscal e Direito do Trabalho;
 Direito Civil, Penal, Direito Internacional Público;

 OUTRAS CIÊNCIAS
Política agrícola, sociologia rural
Economia agrícola
Estatística
História e etimologia

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DESENVOLVIMENTO DA PROPRIEDADE
TERRITORIAL RURAL

Analise Sociojurídica do Acesso à Terra


 O pensamento filosófico dos clássicos:
Thomas Hobbes
John Locke
Jean-Jacques Rousseau
Immanuel Kant
Adam Smith
Karl Marx

14

Reflexões
• Para Niklas Luhmann, a propriedade da terra, que antigamente
significava garantia de acesso,inclusão a outros sistemas sociais, na
modernidade assume outras características.
• Luhmann propõe também uma nova idéia par entendermos a
propriedade da terra como problemática: a questão da escassez. A
terra é escassa no sentido que , se é propriedade de um, não é
propriedade de outro.
• A propriedade da terra que, originalmente, era um problema que
incluía, simultaneamente, questões da economia, do direito e da
moral, tornou-se , na modernidade, uma questão meramente
econômica. Porém nessa mesma sociedade, diferenciada
funcionalmente, a propriedade da terra, na periferia da
modernidade, torna-se um problema de ordem política, o qual faz
com que a periferia seja cada vez mais periferizada e o centro cada
vez mais centro. Em outras palavras, quando a propriedade da terra
deixa de ser uma questão de ordem natural, passa a ser uma das
tantas artificialidades da sociedade moderna. Esta mesma
artificialidade pode ser entendida desde o ponto de vista da
inclusão, na sociedade moderna, ou da exclusão
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5
DIREITO AGRÁRIO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA
 Tratado de Tordesilhas: (1494)
 Feitorias: (1511)
 Capitanias Hereditárias - 1532 - fase antiga;
 Regime de Tomé de Souza: (1548)
 Governo-Geral: (até 1808)
 Expedições estrangeiras: (de 1550 a 1650)

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 Colônia do Açúcar e o Ciclo do Ouro:


 Sesmarias:( de 1702 a 1822)
 Colonização do Sul do Brasil por imigrantes:
 Independência do Brasil: (1822)
 Lei de Terras - Lei 601 de 1850
 Constituição de 1891: transferência das terras
de uso público da União para os Estados.

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 De 1889 a 1930 – a estrutura fundiária ficou


inalterada.
 Código Civil de 1916: regulou as relações jurídicas
rurais ( posse, contratos agrários, etc.), estabeleceu a
discriminação das terras devolutas pertencentes aos
Estados e as propriedades particulares.
 Constituição de 1934: limitou o direito de propriedade
 Constituição de 1937: omissa quanto a função social
 Constituição de 1946: desapropriação por interesse
social.
18

6
 Estatuto da Terra – Lei 4.504/64: relevante
importância porque legitima a luta pela terra no
Brasil.
Art. 2º - É assegurado a todos a
oportunidade de acesso à propriedade da
terra, condicionada pela sua função social,
na forma prevista nesta lei.

 Constituição de 1967: consagrou a função social da


propriedade como princípio constitucional.

 Lei 6.015/77 - Registros Públicos.


19

 Ato Constitucional 09/69


 Constituição Federal de 1988: Estabelece normas e
princípios ao atendimento à função social da propriedade.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos seguintes termos:
...
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – procedimento para desapropriação por
interesse social ...
20

DIRIETO AGRÁRIO NA CONSTITUIÇÃO


 Manteve-se conservadora;
 Função Social da Propriedade;
 Competência para legislar;
 Disciplinou dogmaticamente à Reforma Agrária;
 Resguardou a pequena e média propriedade;
 Lei n. 8.629/93;
 Lei Complementar n. 76/93; Tributação da terra;
 Banco da Terra - Lei complementar n. 93/98.

21

7
DIREITO AGRÁRIO E O DIREITO CIVIL
 Aplicação subsidiária diversos institutos: posse,
propriedade, enfiteuse, princípios gerais do
direito contratual;
 Contratos de arrendamento e parceira;
 Código Civil Brasileiro: Lei 10.406/03 – Art.
1.228 § 1º, o qual enfatiza as finalidades
econômicas e sociais do direito de propriedade.
 Não oferece uma definição de propriedade,
apenas enuncia os podres do proprietário.
22

Art. 1.228 do CC – O proprietário tem a faculdade


de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente
a possua ou detenha.
§ 1º - O direito de propriedade deve ser exercido em
consonância com as suas finalidades econômicas e
sociais e de modo que sejam preservadas, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem
como evitada a poluição do ar e das águas.

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ESTATUTO DA TERRA

GENERALIDADES
 Carta Régia de 1808
 Lei 601 de 1850
 Primeiro Código Rural( 1914)
Lei 4.504/64 - Estatuto da Terra
 Legislação agrária sistematizada;
 Tutela estatal;
 Principal fonte do Direito Agrário;
 Autonomia legislativa
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8
 Democratizou o uso da terra;
 Fixou os princípios básicos do Direito Agrário;
 Efetivação da Política Agrícola;
 Cumprimento a função social da propriedade.

DIVISÃO DO ESTATUTO DA TERRA


 Política Agrícola ou Reforma Agrária e,
 Política de desenvolvimento rural

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OBJETIVOS
 proporcionar condições de sobrevivência;
 proteger o homem e a terra;
 promover acesso à propriedade;
 cumprir com o princípio da Função Social;
 aumento da produção;
 progresso social e econômico;
 utilização de terras públicas;
 proteção aos arrendatários e posseiros;
 preservação dos recursos naturais.

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FINALIDADE
a) execução da reforma agrária ( art. 1º, § 1º);
b) promoção da política agrícola ( art. 1º, § 2º).

 O Estatuto da Terra especifica as diretrizes do


relacionamento entre o homem e a terra, bem como
protege ambos.
 Regular os direitos e obrigações concernentes aos
bens imóveis rurais, atendendo-se sempre o
princípio da justiça social, aumento da produtividade
e o desenvolvimento do País.
27

9
No Brasil, o Estatuto da Terra de 1964 seguiu a
tradição dos sistemas anteriores de permitir um
discurso reformista ao Governo mas impedir, de fato,
uma quebra da tradição latifundiária da ocupação
territorial. É verdade que modernizou os termos,
humanizou os contratos, impediu velhas práticas
semifeudais e pós-escravistas, mas na essência
manteve intacta a ideologia da supremacia da
propriedade privada sobre qualquer benefício social.

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ESTRUTURA DO ESTATUTO DA TERRA


Lei 4.504/64

TITULO I - Disposição Preliminares - princípios, acordos e


convênios ( art.. 1º a 15).

TITULO II - Da Reforma Agrária - engloba toda a temática


relativa à reforma agrária( art. 16 a 46 ).

TITULO III - Da Política de Desenvolvimento Rural, tributação


da terra, colonização, assistência, uso e posse
temporária da terra ( art. 47 a 102).

TITULO IV - Das Disposições Gerais e Transitórias


( art. 103 a 128)
29

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

DIREITO DE PROPRIEDADE
 Direito absoluto/Direto natural
 Oponível Erga Omnes
 Aristóteles
 Santo Tomás de Aquino/ Encíclicas Papais
 Marx(1848)/Augusto Comte(1850)
 Douguit – no campo do direito
 Constituição mexicana de 1917
 Código Civil
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10
CONCEITUAÇÃO LEGAL
A propriedade continua sendo garantida como direito
individual fundamental (art. 5° da CF), no campo
específico relacionada aos imóveis rurais, a garantia
do direito está subordinado ao cumprimento da
Função Social.
Fundamento Legal: Constituição Federal, art. 5°, XIII,
art.184 e 186, Lei 4.504/64, art. 2°, § 1°, Lei 8.629/93
e Lei 10.406/02 (também se refere a função social da
propriedade).

31

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

A Função Social da Propriedade se modifica


de acordo com as mudanças na relação de
produção e que a norma que contém
princípio de função social da propriedade é
de aplicabilidade imediata, como são todos
os princípios constitucionais.

32

REQUISITOS LEGAIS
 Econômico: Aproveitamento racional e adequado
(níveis satisfatórios de produtividade Lei 8.629/93,
art. 6° ).
 Social: a) observância das disposições que
regulam as relações de trabalho ( engloba os
contratos de emprego = trabalho subordinado) e
os contratos agrários (nominados e inominados);
b) favorecimento do bem-estar dos proprietários
e trabalhadores rurais.

33

11
 Ecológico: adequada utilização dos recursos
naturais e a preservação do meio ambiente ( art.
225 e §§ da CF/88 e diversas disposições esparsas).
Exige respeito à vocação natural da terra, com
o equilíbrio ecológico, cuja preocupação e
controle por legislação própria sobre a matéria.
(APPs, Averbação da Reserva Legal, etc).

 Lei 4.771/65, art. 27 – Decreto Executivo n.


2.662/98.

34

FISCALIZAÇÃO
Comprovação do cumprimento dos requisitos
da função Social.
Atribuições: INCRA, IBAMA (econômica e
ecológica), Ministério do Trabalho(social),
Ministério Público e toda sociedade.

PENALIDADE
 intervenção pela desapropriação
 indenização em TDAs
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INSTITUTOS DE DIREITO AGRÁRIO

 Imóvel rural
 Módulo rural
 Módulo Fiscal
 Espécies de Imóveis rurais
 Propriedade Familiar
 Empresa rural ou empresa agrária
 Minifúndio
 Pequena propriedade
 Média propriedade
 Propriedade produtiva
36

12
INSTITUTOS DE DIREITO AGRÁRIO
 Parceleiro
 Colonização
 Política agrícola
 Cadastro rural

37

IMÓVEIS RURAIS

IMÓVEL RURAL
 Direito Civil - art. 79 a 81 do CC
 Direito Administrativo
 Direito Agrário (Lei 4.504/65, art. 4º, I e Lei
8.629/93 art. 4º, I).

Imóvel Rural - prédio rústico de área continua,


qualquer que seja a sua localização, que se destine à
exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-
industrial.
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DIFERENÇAS ENTRE IMÓVEL URBANO E


RURAL

 critério da destinação: Lei 4.504/64, art. 4°,


Dec. n. 59.428/66, Dec. Lei n. 57/66,
art.15(revigorou o critério da destinação) – Lei
5.868/72, art. 6° - Lei 8.629/93.

 critério da localização: Lei 5.172/66, art. 29, Lei


9.393/96(ITR), insistiu no critério da localização para
fins tributários.

39

13
“TRIBUTÁRIO. IPTU. ITR. FATO GERADOR.
IMÓVEL SITUADO NA ZONA URBANA.
LOCALIZAÇÃO. DESTINACÃO. CTN, ART. 32.
DECRETO-LEI n. 57/66. VIGÊNCIA. 1. Ao ser
promulgado, o Código Tributário Nacional valeu-se do
critério topográfico para delimitar o fato gerador do Imposto
sobre a Propriedade Predial Territorial Rural (ITR): se o
imóvel estivesse situado na zona urbana, incidiria o IPTU; se
na zona rural, incidiria ITR. 2. Antes mesmo da entrada em
vigor do CTN, o DL n. 57/66 alterou esse critério,
estabelecendo estarem sujeitos à incidência do ITR os
imóveis situados na zona rural quando utilizados em
exploração vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial...
40

... 3. A jurisprudência reconheceu validade do DL 57/66, o


qual, assim como o CTN, passou a ter o status de lei
complementar em face da superveniente Constituição de
1967. Assim, o critério topográfico previsto no art. 32 do
CTN deve ser analisado em face do comando do art.15 do
DL n.57/66, de modo que não incide o IPTU quando o
imóvel situado na zona urbana receber quaisquer das
destinações previstas nesse diploma legal. 4. Recurso
especialprovido. ( REsp 492869/PR, Relator: Minsitro
Teori Albino Zavascki, julgamento: 15.02.2005).

41

CLASSIFICAÇÃO

a) Estatuto da Terra - Lei 4.504/64, art. 4º


 Propriedade familiar
 Minifúndio
 Latifúndio por dimensão
por inexploração

 Empresa rural

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14
b) Constituição Federal( art. 185 ) e Lei 8.629/93

 Pequena propriedade: imóvel de 1 a 4 módulos


Fiscais;

 Média propriedade: imóvel de 4 a 15 módulos


Fiscais;

 Propriedade produtiva: art. 6º da lei 8.629/93.

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TERRAS PARTICULARES E TERRAS PÚBLICAS.


TERRAS DEVOLUTAS

DISTINGUE-SE
 particulares
 públicas
 devolutas ( art. 10 e 11 e art. 97 à 102 do Estatuto da
Terra e Lei 6.383/76).

TERRAS DEVOLUTAS
São terras que, não sendo aplicadas a algum bem público,
não se incorporam regular e legitimamente ao domínio
privado.
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CONDIÇÕES
 cultura efetiva
 morada habitual.

PROCESSO DISCRIMINATÓRIA
Procedimento especial para encontrar, identificar e
definir em seus contornos as terras devolutas.
( Lei 6.383/76).

 Fases do Processo
Contenciosa
Demarcatória
Executória
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15
AÇÃO DISCRIMINATÓRIA

 Procedimento administrativa - Lei 601/1850 e


art. 2° a 27 da Lei nº 6.383/76.

 Ação judicial - regula-se pelos, arts. 18 a 23


da Lei 6.383/76, tem rito sumário e tramita na
Justiça Federal ou Estadual, dependendo da
dominialidade da terra devoluta.

 O memorial descritivo é documento essencial


em qualquer dos processos.

 Em qualquer situação dever ser dado


conhecimento imprescindível dos intressados. 46

 Presença do MP no processo judicial. Sentença


passível de apelação.
 Instituto em vias de extinção.

 Alegação do instituto como matéria de defesa


pela União ou pelos Estados nas ações de
usucapião.

 O INCRA é o representante da União ( art. 11 da


Lei 4.504/64).

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MÓDULO RURAL

Lei 4.504/64, art. 4º, III.


LEGISLAÇÃO Dec. n. 55.891/65, art. 11,14,15
e 24;
Dec. n. 72.106/73, art. 29, II,III e
IV

CONCEITO
Módulo Rural é uma unidade de medida,
variável em função das regiões em que se situe o
imóvel e o tipo de exploração predominante.
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OBJETIVOS
Dimensionar as parcelas de colonização e reforma
agrária.

CRITÉRIOS
 região homogênea
 tipo de exploração
 média ponderada

ESPÉCIES
 da região
 da propriedade
 do proprietário
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QUANTIFICAÇÃO
O proprietário do imóvel rural fornece os
elementos cadastrais ao INCRA que estabelece o
módulo rural de cada imóvel.

FINALIDADE DO MR
 determinar a Fração Mínima de Parcelamento;
 limitar Aquisição de Imóveis Rurais por
estrangeiros;
 enquadramento sindical;
 limitar aquisição por Usucapião Especial.

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MÓDULO FISCAL

Unidade de medida expressa em hectares, fixada


para cada município.
Alterou a redação dos arts. 49 e 50 do Estatuto da
Terra.

Finalidades do MF
Classificação do imóvel rural quanto ao seu
tamanho ( Lei n. 8.629/93) que regulamentou o art.
185 da Constituição Federal.

51

17
INDIVISIBILIDADE DA PROPRIEDADE RURAL

Lei 4.504/64
Dec. n. 72.106/73, art. 39
LEGISLAÇÃO Lei n. 5. 868/72, art. 8º, § 2º e 3º
Portaria n. 167/82(I.E/INCRA 26)
Lei n. 11.446/07

CONCEITO
Área mínima fixada por lei, abaixo da qual não se
admite a divisão do imóvel rural, sob pena de
nulidade de pleno direito.
52

LEGISLAÇÃO
Proíbe a divisão do imóvel rural em área de
dimensões inferiores a do módulo ou da Fração
Mínima de Parcelamento, prevalecendo sempre a
menor área.

EXCEÇÕES: quando promovidos pelo Poder


Público, em programas oficiais de apoio à atividade
agrícola familiar, cujos beneficiários sejam
agricultores que não possuam outro imóvel rural ou
urbano( Lei 11.446/07).
Mudança de destinação ( Dec. 62.504/68 - Dec.
63.058/68 e Dec. 5.868/72).
53

SANÇÕES
Nulidade dos atos ( Lei n. 5.868/72, art. 8º, § 3º).

FINALIDADE
Evitar a proliferação de minifúndios
antieconômicos.

OBJETIVOS
Indicar a área abaixo da qual não de admite o
fracionamento do imóvel rural, exceto nos casos
previstos em lei.
54

18
APLICAÇÃO
Desmembramento de imóveis rurais( Lei nº
4.504/64, art. 65 e Lei 5.968/72, art. 8º e Lei
11.446/2007 )

EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO
Cultura de hortigranjeiros.

O Estatuto da Terra ( Lei 4.504/64) trata da


indivisibilidade do módulo rural, mas o que era
indivisível era a FMP, que ora é de área igual ao
módulo, ora de área superior à do módulo.
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IMPENHORABILIDADE DO IMÓVEL
RURAL

 Lei nº 8.009/90
 Art. 648, 649, X do CPC
 Art. 5º, inciso XXVII, da Constituição Federal

sede de moradia;
Impenhoráveis pequena propriedade;
imóvel de até 1 módulo rural.

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CÁLCULO DO NÚMERO DE MÓDULOS DO IMÓVEL RURAL


Dec. 72.106, Art. 29, Inciso II e III

(para cada tipo de exploração)


Nº Módulos Imóvel Área explorada
Dimensão do módulo
(tipo exploração)

Módulo Imóvel Área total agricultável


Nº de módulos do imóvel

Tipos de exploração (tabela ZTM)


Hortigranfia Pecuária
Permanente Florestal
Temporária Exploração não definida 57

19
CALCULO DO MÓDULO DO IMÓVEL RURAL
Decreto nº 72.106/73, art. 29, inciso II e III

Exemplo imóvel:
 Área total = 34 ha
 Localização - Santos ( ZTM B3)
 Área aproveitável = 10,0 ha
 Área utilizada com caju = 14,0 ha( cultura permanente)

Nº de módulos = 14ha = 0,56 e 10 ha = 0,33


25 ha 30 ha

TOTAL DE MÓDULOS DO IMÓVEL: 0,56 + 0,33 = 0,89


Módulo do imóvel = 24 ha = 26,9 ha
0,89
58

CÁLCULO DO MÓDULO DO IMÓVEL RURAL


De acordo com o Dec. 72.106, Art. 29, Inciso II e III

Nº Módulo do Imóvel: ÁREA TOTAL AGRICULTÁVEL


Nº DE MÓDULOS DO IMÓVEL RURAL
EXEMPLO NUMÉRICO
(ZTM A3)
Tipo de Área % Dimensão Número de
Exploração Explorada do Módulo Módulos
Horticultura 3,0 3 1,00
Lav. Permanente 3,6 15 0,24
Lav. Temporária 7,2 20 0,36
Pecuária 15,0 50 0,30
Florestal 3,6 60 0,06
Expl. Indifinida 3,0 15 0,20
TOTAL 35,4 - 2,16

35,40
Módulo do Imóvel 16,4 ha
2,16 59

DIMENSÃO DE MÓDULO POR TIPO DE EXPLORAÇÃO


Código Lavoura Imóvel inexplorado
da ZTM ZTM Hortigranfia Pecuária Florestal ou Exploração não
Perman. Temp. definida
1 A1 2 10 13 30 45 5
2 A2 2 13 16 40 60 10
3 A3 3 15 20 50 60 15
4 B1 3 16 20 50 80 20
5 B2 3 20 25 60 85 25
6 B3 4 25 30 70 90 30
7 C1 4 30 35 90 110 55
8 C2 5 35 45 110 115 70
60

20
Estudo de Caso:

A) Calcular o número de Módulos Rurais e


o Módulo do imóvel rural com:
Área total: 100 ha
Localização: Caracol – ZTM B3
Área inaproveitável: 30 ha
Área utilizada com pecuária: 70 há

61

B) Quantificação do Módulo Rural


João é proprietário de um imóvel com 300 ha,
localizado na região de Cruz Alta(ZTM – B2),
com área aproveitável de 250 ha e planta
somente soja. Quantos Módulos possui está
propriedade?

- Se a exploração fosse pecuária. Quantos


Módulos teria a propriedade de João?

62

REFORMA AGRÁRIA

LEGISLAÇÃO
 Constituição Federal, art. 5º, XXIV, Art. 184 e 185
 Lei 4.504/64, art.; 1º e 16 à 23
 Lei Complementar n. 76/93
 Lei n. 8.629/93, art. 2º e 5º
 Lei Complementar n. 88/96
 Lei Complementar 93/98
 Dec. n. 2.614/98
 Dec. n. 2.622/98
 Dec. n. 95.717/88
63

21
REFORMA AGRÁRIA
QUESTÃO AGRÁRIA BRASILEIRA

CAUSAS GERAIS
 estrutura agrária deficiente;
 má distribuição das terras agricultáveis;
 má infra-estrutura;
 falta de assistência aos médios e pequenos produtores.

CRISE AGRÁRIA BRASILEIRA


 tensão social rural por causa dos sem-terra;
 concentração da propriedade rural;
 grande incidência de minifúndios;
 grandes extensões de terras desocupadas.
64

CONCEITO
Reforma Agrária é o conjunto de medidas que
visem a promover melhor distribuição da terra,
mediante modificações no regime de sua posse e
uso, a fim de atender aos princípios da justiça
social e ao aumento da produtividade (art. 1°, § 1°
da Lei 4.504/64 e ).

INSTRUMENTOS
 área prioritária de reforma agrária;
 Imposto Territorial Rural;
 Desapropriação por interesse social;
 Banco da terra. 65

A Lei 8.629/93 regulamenta e disciplina as


disposições relativas à reforma agrária, previstas no
Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal de
1988 ( art. 184 a 191).

A Constituição de 1988 estabelece a distinção


entre reforma agrária e política agrária, em seu
art. 187, § 2°, ao normatizar que: “serão
compatibilizadas as ações de política agrícola e de
reforma agrária”.

66

22
FINALIDADE
Adequar o direito de propriedade e uso da terra
aos princípios da Política Agrária e do Direito
Agrário( art. 16 da Lei 4.504/64).

OBJETIVOS
Proporcionar o bem-estar e o progresso social e
econômico daqueles que exerçam a atividade
agrária.
Reduzir o nível de concentração de terra e
estancar ou inibir o êxodo rural.

67

BENEFICIÁRIOS
Homens ou mulheres, independentemente de seu
estado civil, observada a ordem de preferência
( art. 19 da Lei n. 8.629/93).

DISTRIBUIÇÃO
 Títulos de domínio
 Concessão de uso
 Cláusula de inegociabilidade prazo de 10 anos

68

DESAPROPRIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DA


REFORMA AGRÁRIA

DESAPROPRIAÇÃO

Pontes de Miranda: retirada da propriedade


com indenização integral, que a constituição
exige ser prévia e justa.

Cretella Junior: Figura Jurídica pela qual o pode


público, necessitando de um bem para fins de
interesse público, retira-o do patrimônio do
proprietário, mediante prévia e justa indenização.69

23
ESPÉCIES
 necessidade ou utilidade pública;
 por interesse social;
 reforma agrária;
 urbanística;
 glebas nocivas à coletividade.

FINALIDADE
 retira a propriedade, mediante indenização;
 promover a aquisição, pelo INCRA, do imóvel
rural, necessário a execução de projeto de
reforma agrária.
70

COMPETÊNCIA
União, através de seu órgão executor o INCRA.

PROCEDIMENTO
Princípio do devido processo legal
desapropriatório ( Art. 5°, LIV, da CF/88);
 Constituição Federal, art. 184;
 Lei Complementar n. 76/93;
 Lei Complementar n. 88/96;
 Tramitará na vara da Justiça Federal.

71

FASES DO PROCEDIMENTO
a) Administrativa
 Decreto do Presidente da República;
 Declaração imóvel de interesse social;
 Vistoria e avaliação
 Prazo - decadencial de 2 anos.
 Danos causados na vistoria.

b) Judicial
 Constituição/88, art. 184 e LC n. 76/93 e 88/96;
 ação seguirá rito sumário;
 petição inicial - art. 282 e 283 do CPC; 72

24
 despacho inicial - prazo 48 horas;
 emenda da inicial - prazo de 10 dias;
 contestação - prazo 15 dias;
 audiência de Conciliação - LC 88/96;
 audiência de Instrução e Julgamento;
 sentença - na audiência/ prazo de 30 dias;
 recurso - apelação prazo 15 dias;
 recurso – suspensivo/devolutivo;
 contra-razões - prazo 15 dias;
 presença do Ministério Público Federal;
 registro do imóvel em nome da União.
73

DISTRIBUIÇÃO DAS TERRAS


Prazo de 3 anos ( art. 16 da Lei 8.629/93).

PROTEÇÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE


 Mandado de Segurança (prazo de 120 dias)
 Ação ordinária
 Ação Cautelar

SENTENÇA
Proferida a sentença a ação de desapropriação
não poderá ser anulada ( Lei Complementar n.
76/93).
74

Desapropriação da grande propriedade


improdutiva.
 Dúvida quanto à desapropriação da propriedade
grande e produtiva por não respeitar os recursos
naturais, o meio ambiente ou as relações de
trabalho.
 Situação polemica quando a propriedade, embora
não cumpra os demais elementos da função
social, é grande e produtiva.

75

25
DIREITO AGRÁ
AGRÁRIO BRASILEIRO
Áreas agricultáveis no mundo
(em milhões de hectares)
394

400

350
Área Total
300 269
disponível para a
220 agricultura
250 81
328 176 169
200 138 Área já ocupada
88
pela agricultura
150 60
42 76 71
100 188 169
132 116 31
96 44
50 66
45 27
0
Brasil EUA Federação U.E. Índia China Canadá A rgentina
Russa

Fonte: Guia Exame 2005 Agronegócio apud FAO/IBGE .


76

SITUAÇÃO FUNDIÁRIA NO BRASIL

Área total de 850 milhões de hectares e que destes


apenas 418 milhões estão cadastrados no INCRA.
Dos cadastrados, 86,3% têm até 100 ha que
representam 19,7% dos inscritos. Os imóveis com
mais de 1.000 ha representam apenas 1,6% e
atingem 46,6% da área e 58.329 grandes
propriedades improdutivas ocupando 133,8
milhões de hectares. ( fonte INCRA ).

77

78

26
CRÉDITO AGRÍCOLA

 Legislação
Previsto no Estatuto da Terra, atualmente regulado
pela Lei n. 8.171/91.

 Objetivos do Crédito Agrícola


. Fomentar investimentos rurais para a produção, o
extrativismo não predatório, o armazenamento, o
beneficiamento e a instalação de agroindústrias.
. Favorecer o custeio da produção, extração e
comercialização do produtos agropecuários.
. Viabilizar a aquisição e regularização de terras.
. Introduzir sistemas racionais de produção,
79

SEGURO RURAL

Importante instrumento da política agrícola, tendo em


vista a proteção que proporciona para o produtor rural,
principalmente em relação aos riscos decorrentes de
fatores climáticos. O objetivo do Seguro Rural é
oferecer coberturas, que ao mesmo tempo atendam o
produtor e sua produção, a sua família, a geração de
garantias a seus fornecedores, investidores, parceiros
de negócios, todos interessados na diminuição dos
riscos da atividade rural (Lei n. 5969/73(PROAGRO),
Lei 8.171/91(Política Agrícola); Dec. 175/91 e a Res.
1.855/91.
80

POLÍTICA AGRÍCOLA

 Legislação: art. 187 da CF/88, art 1°, 2° e art. 47 a


92 da Lei 4.504/64 e Lei 8.171 e 8.174/91 – Lei
agrícola.
A política agrícola é um conjunto de providencias de
amparo ao desenvolvimento rural, que se destina a
orientar, no interesse da economia rural, as atividades
agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhe o pleno
emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de
industrialização do país.
finalidade: assistência e proteção à econômica rural,
através da assistência técnica, financeira, creditícia e à
comercialização.

81

27
O art. 187 da CF/88, remete o tema a lei ordinária e
estabeleceu alguns referenciais para o planejamento e
execução da política agrícola, indicando que seria
efetuada com a participação efetiva do setor de
produção, de comercialização, armazenagem e
transporte. É um instrumento democrático de
manifestação de pequenos e médios produtores.

 A Lei 8.171/91, fixa os fundamentos, define os


objetivos e as competências institucionais, prevê os
recursos e estabelece as ações e instrumentos da
política agrícola, relativos às atividades agropecuárias,
agroindustriais e de planejamento das atividades
pesqueiras e florestal. O art. 3° da referida lei
estabelece quais os objetivos da política agrícola.
82

COLONIZAÇÃO

Colonização é toda a atividade, oficial ou


particular, que se destine a promover o
aproveitamento econômico da terra, pela sua
divisão em propriedade familiar ou através de
cooperativas( art. 4°, inciso IX da Lei 4.504/64).
 Formas: a) Oficial - ação exclusiva do Poder
Público(art. 55 da Lei 4.504/64); b) particular – tem
como colonizador empresas particulares( Lei n.
5.709/71, que deu nova redação ao art. 60 Estatuto da
Terra)

83

REGISTRO DE TORRENS

 Procedimento administrativo com intervenção


judicial regulada pela Lei dos Registros Públicos ( Lei
6.015/73 – arts 277 e 288), relativo somente aos
registro de imóveis rurais, faz prova absoluta da
propriedade rural.
 Finalidade: dar finalidade de inquestionável ao título.
 Fase administrativa e judicial (MP estadual).
 Não havendo impugnação, o juiz determina a
inscrição do imóvel com os efeitos de torrens.
Havendo contestação, a ação segue o rito ordinário.

84

28
AÇÃO DE DEMARCAÇÃO DE
IMÓVEL RURAL. IMÓVEL INSCRITO
NO REGISTRO DE TORRENS. NÃO
CABIMENTO DA AÇÃO. Acordão que
não ofendeu a lei federal nem divergiu da
jurisprudência colacionada ao reputar sem
cabimento a ação demarcatória, por se
acharem os imóveis em causa inscritos no
Registro Torrens. REsp não conhecido.
(REsp 29240/GO, Relator: Min. Nilson Naves).

85

ESTATUTO DO TRABALHADOR RURAL

Em março de 1963, foi aprovado o Estatuto do


Trabalhador Rural, Lei n° 4.214/63, regulando as
relações de trabalho no campo, que até então estivera
à margem da legislação trabalhista.Atualmente é
regido pela Lei 5.889/73.
Trabalhador rural = empregado rural
Garantias: art. 7°, inciso XXXIV da CF/88
Previdência Social: Lei 8.213/91 e 8.212/91
Sindicalização Rural

86

TRIBUTAÇÃO SOBRE A PROPRIEDADE RURAL

CF/88 art. 153, IV e § 4°


Lei n. 4.504/64, art. 49 e 50
LEGISLAÇÃO Lei n. 9.393/96
Lei n. 11.250/05
Dec. 4.382/03

FATO GERADOR
A propriedade, domínio útil ou a posse do imóvel
rural.
87

29
BASE DE CÁLCULO DO I.T.R
Valor da Terra Nua (VTN), informado pelo
contribuinte.

ADMINISTRAÇÃO DO I.T.R
Secretaria da Receita Federal.
IN/SRF n. 643/06 – Convênio DF e municípios.

APURAÇÃO
 percentual entre a área aproveitável e a
efetivamente utilizada. O Resultado é o GU - Grau
de Utilização.
 Secretaria da Receita Federal pode lançá-lo de
ofício.

88

IMUNIDADE
 pequenas glebas rurais, art. 153, § 4º da CF/88;
 elevou o tamanho da propriedade e transformou
o que era isenção da Lei 8.847/94 em imunidade.

ISENÇÃO
 programas de reforma agrária e,
 propriedade familiar.

89

EXECUÇÃO FISCAL
 tramitará na Justiça Federal;
 titulo executivo é a Certidão de Divida Ativa;
 constrição judicial através da penhora;
 incidir sobre dinheiro ou imóvel rural do devedor;
 imóvel penhora será adjudicado pela união(INCRA).

DEFESA DO CONTRIBUINTE
 administrativa - art. 5º, LV, da Constituição Federal.
 judicial - opera-se através de embargos à execução
fiscal, discussão de questões referentes ao imposto.
 decadência e prescrição (prazos 5 anos)
90

30
INOVACÕES SOBRE O ITR

A Lei 11.250/05, introduziu modificações no ITR, por


decorrência da EC 42/03, alterou o art. 153, § 4°, inciso
III, da CF/88.
As modificações não transformaram o ITR em tributo do
DF ou dos municípios. A competência continua da União
e a Lei 9.393/96 vigente.
O que a inovação pretendeu foi possibilitar que o DF e
municípios pudessem interagir, fiscalizar, lançar ou cobrar
o ITR, desde que haja acordo subscrito através de
convênio.
Através da Instrução SRF n. 643/06 a SRF dispôs sobre
o convênio firmado com o DF e municípios para
delegação de atribuições.
91

APURAÇÃO DO VALOR DO ITR

Percentual entre ÁREA APROVEITÁVEL e a


EFETIVAMENTE UTILIZADA = GU

Exemplo
Propriedade: Erechim Extensão total: 1.000 ha
Aproveitável: 800 ha VTN: R$ 500.000,00
Efetivamente utilizada: 500 ha

800 100%
GU = X = 62,5 1,90%
500 X

VTN = R$ 500.000,00 X 1,90% = R$ 9.500,00


92

TABELA DE ALÍQUOTAS
Lei 9.393/96 - Art. 11

Maior que Maior que Maior que Maior que


Área total do imóvel (ha) Até 30
80 65 até 80 50 até 65 30 até 50
Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00
Maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00
Maior de 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30
Maior que 500 até 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70
Maior que 1.000 até 5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60
Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00
93

31
AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS
POR ESTRANGEIROS

LEGISLAÇÃO
 Lei nº 5.709/71
 Dec. nº 70.436/72
 Decreto nº 74.965/74
 Lei nº 6.572/78
 Lei 6.815/80
 Lei nº 8.629/93, art. 23
 Ato Complementar nº 45/69
 Constituição Federal/88, art. 190
94

CONCEITO
A empresa que, embora constituída no País, tenha o
seu capital detido, em sua maior parte, por
pessoas estrangeiras, físicas ou jurídicas, com
residência ou sede no exterior( lei n. 5.709/71 e
Dec. n. 74.965/74).

A Constituição Federal, art. 190 determina que a lei


regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de
propriedade rural por pessoa física ou jurídica
estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão
de autorização do Congresso Nacional

95

CONDIÇÕES ESPECIAIS. PESSOAS FÍSICAS

 aquisição limitada à área de 50 módulos de


exploração indefinida;
 sucessão hereditária legítima - sem autorização;
 imóvel até 3 módulos rurais - independe
autorização;
 estrangeiro residente no exterior(Lei 5.709/71, art. 2º);
 estrangeiro casado com cônjuge ou filho
brasileiro, dependerá de prévia autorização;
 brasileiro casado com estrangeiro - dependerá
de autorização, casamento pelo regime comunhão
de bens.
96

32
CONDIÇÕES ESPECIAIS. PESSOAS JURÍDICAS
 Sociedade Anônimas - Ações nominativas, no
prazo de 6 meses;
 Fusão, incorporação ou modificação do controle
acionário - prévia autorização do órgão competente;
 Limite de área - 100 módulos de exploração
indefinida (Lei 8.629/93);
 Implantação de projetos agrícolas (art. 5º da
Lei 5.709/71);
 Doação - vedada a doação ( art. 14 da Lei 5.709/71);

97

CARTÓRIOS
Obrigação de fazer o controle(Lei 5.709/71, art.
10 e 11);

ATOS QUE INFRINGEM A LEI


Nulidade de pleno direito ( art. 15 da Lei 5709/71
e art. 19 do Decreto nº 74.965).

OBJETIVOS
 impedir a aquisição de imóveis para
simples especulação;
 impedir o fluxo excessivo de estrangeiros para
o Brasil. 98

FINALIDADE DAS RESTRIÇÕES


Proteger os brasileiros da excessiva concentração de
estrangeiros em um mesmo município, vendando a
ocupação de mais de 1/4(25%) por pessoas estrangeiras
e as que vedam as pessoas de uma mesma
nacionalidade a ocupar em cada município, mais de
40% do limite acima referido, ou seja, não poderão
deter mais de 10% da superfície de cada município
(art. 12 da Lei 5.709/71 e art. 5º do Dec. n.
74.965/74).”

Excetuam-se dessa regra:


 área inferior a 3 módulos rurais;
 quando o adquirente tiver filho brasileiro ou for casa-
do com brasileira sob o regime de comunhão da bens.
99

33
CIVIL. IMÓVEL RURAL CUJA ÁREA EXCEDE
DE 50 MÓDULOS. DEFESA DA POSSE, POR
ESTRANGEIRO. POSSIBILIDADE.
Mesmo que não tenha adquirido a propriedade do
imóvel rural, o estrangeiro pode defender a posse que
recebeu e mantém em função de negócio ajustado
por instrumento particular – posse que,
evidentemente, não induzirá ao usucapião por força
do que dispõe a Lei n. 5.709/71. Recurso especial
não conhecido. (REsp 171347/SP, Relator: Min. Ari
Pargendler, julgamento: 14.03.2000).

100

Questões:

A) Brasileiro naturalizado japonês pode


adquirir imóvel rural sem observar as regras da
Lei específica? (CF, art. 12, §4º)

B) Se o estrangeiro for casado pelo regime da


comunhão universal, ou possuir filhos com
brasileiro, ou ainda tiver adquirido o imóvel
por compromisso de compra e venda
devidamente registrado até 10/3/69, estará
livre de quais restrições?

101

O QUE GERA RIQUEZA


NÃO É O TITULO DA
TERRA, MAS SIM O QUE
ELA PRODUZ”

102

34
CONTRATOS AGRÁRIOS

LEGISLAÇÃO: Lei nº 4.504/64 - art. 92 a 96;


Lei nº 4.947/66 - art. 13 a 15;
Decreto nº 59.566/66

Os contratos agrários regulam-se pelos princípios


gerais que regem os contratos de Direito comum, no
que concerne ao acordo de vontade e ao objeto.

Há a substituição da autonomia de vontade


pelo dirigismo estatal, sendo suas normas
irrenunciáveis.
103

CONCEITO
O contrato agrário é a relação
jurídica agrária convencional que consiste
no acordo de vontades comum destinado a
reger os direitos e obrigações dos sujeitos
intervenientes na atividade agrária, com
relação a coisas e serviços agrários.( Vivanco)

104

FORMAS DOS CONTRATOS AGRÁRIOS

 Expressa ou escrita: Lei 4.504/64 art. 92 e


Decreto nº 59.566/66, art.11.

 Tácita ou verbal: presume-se como


ajustadas as cláusulas obrigatórias (Lei
n. 4.504/64).

105

35
PRINCÍPIOS

 Princípio da autonomia da vontade

 Princípio da função social dos contratos ( art.


2.035, § único, 421 do CC).
 Princípio da equivalência das prestações( Art.
424 do CC).

 Principio da relatividade dos efeitos contratuais


 Princípio da boa-fé objetiva ( art. 113 e 422 do CC).

106

NATUREZA
 bilateral
 consensual
 oneroso
 não solene
 típico

FORMA DOS CONTRATOS


Disposições do art. 12 do regulamento:
- Aspectos formais
- Identificação das partes
- descrição da gleba
- Objeto e conteúdo

107

ESPÉCIES
Contratos Nominados (típicos):
 arrendamento rural
 parceria rural

Contratos Inominados (atípicos):


 Comodato rural
 Contrato do Fica
 Contrato de pastoreio ou invernagem
 Contrato do roçado
 Leasing agrário
 Arrendamento rural com opção de compra
108

36
CONCEITO
Arrendamento Rural - contrato agrário
pelo qual uma pessoa obriga a ceder a
outra, por tempo determinado ou não o uso
e gozo do imóvel rural ...
( art. 3°do Dec. 59.566/66).

Parceria rural - contrato agrário pelo qual


uma pessoa se obriga a ceder à outra, por
tempo determinado ou não, o uso específico
do imóvel rural. ...
(art. 4º do Dec. 59.566/66).

109

Comodato agrário - contrato para uso e


posse gratuita do imóvel rural.
( art. 38 e 39 do Dec. n. 59.566/66).

NORMAS CONTRATOS AGRÁRIOS


Aplicam-se à parceria agrícola, pecuária,
agropecuária, agroindustrial ou extrativa as
normas pertinentes ao arrendamento rural, no
que couber, bem como as regras do contrato
de sociedade, no que não estiver regulado
pela lei.
110

CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS
Obediência à cláusulas impostas por lei ( art. 13).

NULIDADE ABSOLUTA
Não cumprimento a preceitos legais acarretará
nulidade absoluta do contrato ( art. 2º e § único do
Dec. 59.566/66).

PRAZOS
Prazos contratos agrários, são de 3, 5 e 7
anos (Dec. 59.566/66, art. 13, II, “a”).
Não convencionados - art. 21 do Dec. nº
59.566/66.
111

37
PREÇO
 Arrendamento - quantia fixa em dinheiro (art. 18
e 9° do Decreto 59.566/66).
 Parceria rural - percentuais de frutos (art. 35).

PROVA
 testemunhal (art. 92, § 8º da Lei 4.504/64 e art. 14
do Dec. 59.566/66).

SUBARRENDAMENTO E CEDÊNCIA
 Somente com o consentimento do arrendador
(Lei 4.504/64, art. 95, VI e art. 31 do Dec.
59.566/66).
112

SIMULAÇÃO OU FRAUDE
Indenização se o arrendatário sofreu prejuízos.
(art. 19 do Dec. 59.566/66).

ALIENAÇÃO
Não afeta a existência do contrato agrário.

SOLIDARIEDADE POSSESSÓRIA
Omissão caracterizará infração contratual.
(art. 40, II e 41, III do Dec. 59.566/66).

TERMINAÇÃO
Ultimação da colheita ou motivo de força maior.
( art. 21, § 1º a 3º do Dec. 59.566/66). 113

DIREITO DE PREFERÊNCIA NA ALIENAÇÃO


DO IMÓVEL
Lei 4.504/64, art. 92, § 3º e 4º e Decreto n. 59.566/66, art.
45 a 47.
Pressupostos:
a) notificação pelo arrendador;
b) conteúdo da notificação;
c) concorrência de arrendatários;
d) ação de preferência, preempção ou adjudicação
compulsória;
e) preço a ser depositado;
f) conjunto familiar;
g) quando não ocorre o direito de preferência.
114

38
DIREITO PREFERÊNCIA NA RENOVAÇÃO
Igualdade de condições com estranhos ( art. 22 do
Dec. 59.566/66).

PRORROGACÃO DO CONTRATO
 Legal (art. 95, I da Lei 4.504/64 e art. 21, § 1° e 2°
do Dec. 59.566/66).

 Convencional ( art. 21, § 3°, do Dec. 59.566/66 e


art. 95, III da Lei 4.504/64).

115

DIREITO DE RETOMADA
Não pode ser insincera, vazia e sem causa.
( art. 22, § 2º e 4º, art. 12 e 24 do Dec. 59.566/66).

INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS


 Benfeitorias úteis e necessárias sem autorização.
 Voluptuárias com autorização do arrendador
(art.95, da Lei 4.504/64 e art. 24 e 25 do Dec.
59.566/66).
 Direito de Retenção - não é gratuito, é uma
prorrogação legal do contrato agrário.

116

RESCISÃO
Inadimplemento de obrigação válida assumida, enseja
indenização por perdas e danos ( art. 92, § 6º da Lei
4.504/64 e art. 27 do Dec. 59.566/66).

GARANTIAS
Nada impede a instituição de garantias reais ( hipoteca,
penhor agrícola, caução e finança).
Cheque e aval não podem servir de garantia no contrato
de arrendamento rural.

DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS CONTRATANTES


Descumprimento acarretará distrato ou rescisão do
contrato - Ação de despejo ou indenização (Dec.
59.566/66, art. 40 e 41).
117

39
CAUSAS DE EXTINÇÃO
Decreto nº 59.566/66, art. 26

CASOS DE DESPEJO
Decreto nº 59.566/66, art. 32

OCORRÊNCIA DE FORÇA MAIOR


Extingue o contrato sem responsabilidade
pecuniária para contratantes ( Decreto nº
59.566/66, art. 29 ).

118

DESAPROPRIAÇÃO PARCIAL DO IMÓVEL


Extinção do contrato de arrendamento ( at. 26, IX,
do Dec. 59.566/66).

FALSA PARCERIA
Falsa parceria rural é uma prática desenvolvida por
pessoas de má-fé que buscam imiscuir uma relação
empregatícia, visando fugir dos encargos
trabalhistas. Afronta aos princípios gerais do Direito
agrário e o art. 186 da Constituição Federal. ( art.
9°, § 4° da Lei 8.629/93)

119

AÇÕES
 despejo cumulado com cobrança;
 preferência, preempção ou adjudicação;
 medidas cautelares;
 ação de execução;
 revisão de contrato;
 embargos de terceiros;
 ação de repetição de indébito;
 consignação em pagamento;
 ação ordinária.

120

40
RECURSOS
 Apelação;
 Embargos Infringentes;
 Embargos de Declaração;
 Recurso Extraordinário.

EFEITOS
Devolutivo ( art. 86 do Decreto 59.566/66).

RITO
Sumário ( art. 275, II, “b”).

121

FORO
No silêncio o da situação do imóvel ( art. 95 do
CPC).

CÓDIGO CIVIL X CONTRATOS AGRÁRIOS


Tem aplicação subsidiária, desde que não
infrinjam as regras estatuídas nos
instrumentos legais ( art. 9º e § único da Lei
4.504/64).

122

REVISÃO DOS CONTRATOS AGRÁRIOS


 nulidade de cláusula;
 judicial de ofício;
 cláusula excessiva de juros;
 reajuste excessivo do aluguel;
 aplicação excessiva de multa;
 revisão de cláusula de mandato;
 revisão por quebra da base do negócio;
 revisão por superveniência enorme prejuízo;
 revisão do arrendamento rural e o código
do consumidor.

ARRENDAMENTO RURAL NOS PAÍSES DO


MERCOSUL
123

41
TITULOS DE CRÉDITO RURAL

Fundamento Legal
- Lei 4.829/95
- Decreto nº 58.380/66
- Decreto Lei nº 167/67
- Lei 8.171/91
- Lei nº 8.929/94
- Lei nº 9.138/95
- Constituição Federal/88, art. 187, inciso I, art. 22, I
124

CONCEITO
Crédito rural é dinheiro oficial ou particular
especialmente vinculado, que o governo destina
de forma subsidiada ao produtor rural ou as
suas cooperativas (Lei 4.829/65 e Decreto nº
58.380/66, art. 2º).

OBJETIVO
Abarcar com suprimentos financeiros os vários
setores vinculados a produção rural(art. 48 da Lei nº
8.171/91).

ÓRGÃOS
Todos os agentes financeiros(art. 48 da Lei 8.171/91).
125

TIPOS
a) custeio
b) investimento
c) comercialização
d) industrialização

EXIGÊNCIAS PARA CONCESSÃO


Não basta ser produtor, as exigências deverão ser
respeitadas pelo pretendente e pelo financiador (art. 50
da Lei nº 8.171/91).

ORIGENS DOS RECURSOS


União - recursos diretos, ou esta determina que agentes
financeiros aloquem recursos para esta finalidade.
126

42
INCONSTITUCIONALIDADE
Art. 187 da CF/88 - a matéria de crédito rural deve ser
planejada e executada na forma da lei com a participação do
setor de produção, sob pena de sofrer vício de origem.

ENCARGOS DO CRÉDITO RURAL


 juros
 correção monetária
 multa
 comissão de permanência
 comissão de fiscalização
 despesas cartorárias
 PROAGRO
 outras despesas bancárias(administrativas/judiciais).
127

GARANTIAS DO CRÉDITO RURAL


 penhor - art. 55 do Dec. nº 167/67 e art. 30
Dec. nº 58.380/66.
 hipoteca
 caução
 aval e fiança
 bilhete de mercadoria, warrants e
conhecimento de depósito.

128

EXECUÇÃO DOS TITULOS DE C.R

ESPÉCIES
Propriamente ditos:
 Cédula Rural Pignoratícia
 Cédula Rural Hipotecária
 Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária
 Nota de Crédito Rural

129

43
Assemelhados:

 Nota promissória rural ( art. 42 do Decreto


nº 167/67).

 Duplicata Rural - emitida pelos produtores


rurais contra suas cooperativa e vice-versa. (art.
46 do Dec.167/67).

 Cédula de Produto Rural - promessa de entrega


de produtos rurais, com ou sem garantia
cedularmente constituída ( Lei nº 8.929/94).

130

EXECUÇÃO JUDICIAL
 quantia certa
 entrega de coisa certa

PROCESSO DE EXECUÇÃO
 tramitará na Justiça Estadual
 recurso para o TJ
 valores inferiores a 40 salários mínimos, juizados
especiais cíveis.

131

USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL

LEGISLAÇÃO: Lei nº 6.969/81


Decreto 87.620/82
Lei nº 8.891/94
Constituição Federal - art. 191
Código Civil – art. 1.239

Há duas espécies de Usucapião especial: o Agrário e


o Indígena(previsto no art. 33, da Lei 6.001, de
19/12/73).
132

44
CONCEITO
Usucapião Especial Rural ou agrário é um modo
originário de adquirir a propriedade, fundado
principalmente na posse continuada do objeto, de acordo
com os requisitos previstos em lei. (art. 191 da
Constituição Federal).

REQUISITOS
 Reais
- imóvel rural;
- área do módulo rural;
- áreas indispensáveis a segurança nacional;
- bens públicos não são passíveis de usucapião;
- limite de área e localização 133

 Pessoais
- pessoa física: nacional ou estrangeira;
- domínio de outro imóvel;
- possibilidade de usucapir mais de uma vez.

 Formais
- Aminus domini;
- Posse mansa, pacífica e pública;
- Acessio Possessiones e Sucessio Possesssiones;
- Moradia própria ou da família;
- Multiplicidade de residências;
- propriedade familiar;
- produtividade rural;
134

ASPECTOS PROCESSUAIS
 requisitos do art. 282 do CPC;
 fundamentos do pedido ( art. 191 da CF/88)
 individualização do imóvel;
 citação pessoal do proprietário e confinantes;
 cientificar por carta os representantes da
Fazenda Pública, União, Estados e Municípios.

JUSTIFICAÇÃO DA POSSE
 Desnecessário a justificação da posse ( Lei 8.951/94).

135

45
RITO
 Sumário ( art. 275 e seguintes do CPC )
 Presença do Ministério Público
 Prova oral ou escrita - ônus de quem alega
 sentença
 Apelação com efeito suspensivo e devolutivo.

CONTESTAÇÃO
Prazo de 15 dias ao da intimação das partes.

O Usucapião agrário representa mais um meio de


titulação de imóveis ao que trabalham a terra, com
base na posse trabalho.
136

MOVIMENTOS SOCIAIS

 Possuem uma identidade/um opositor ou adversário/ um


projeto socio-político e cultural.
 Um campo de disputa no qual se desenrola o conflito.
 Organizar e conscientizar a sociedade
 Práticas de pressão/mobilização
 Continuidade
 Permanência
 Referência

TOURAINE: Eles são o pulsar da sociedade


137

THOMPSON afirmou:
 Movimentos populares não são reativos, movidos só pela
fome e pela opressão.
 surgem a partir de uma reflexão por parte de seus
integrantes sobre sua própria experiência, isto é, são em
última instância, movimentos de interpretação.

IMPORTÂNCIA
 ações coletivas hoje são valorizadas – participação
 pensar coletivo
 o produzir coletivo
 enfatiza-se o fazer e não mais o domínio individual de
grandes conteúdos.
138

46
MOVIMENTOS SOCIAIS ( 1984 – 1988)
 Constituinte
 Movimentos Sindicais
 Movimentos Populares Urbanos
 Movimento Social – MST

NOVA REPÚBLICA( 1988 - ... )


 Crise Econômica
 Globalização
 Eleições gerais no País
 Mov. Populares e Sindicais
 Novos Atores: ONGs e o Terceiro Setor
 Novo Ecologismo

139

OS MOVIMENTOS SOCIAIS E O MST


Na evolução social da sociedade brasileira, foram se
consolidando movimentos sociais que se sentiram
marginalizados pela falta de acesso à terra. O MST é o mais
importante movimento de luta pelo terra da América Latina.
Surgiu em 1984, fruto de um encontro de camponeses. A
questão central estava aliada a antiga luta pela Reforma
Agrária, entendida como modelo de concretização dos direitos
econômicos, sociais, culturais e ambientais.
As conjecturas históricas do MST fundamentaram os três
grandes pressupostos do movimento: 1) – terra; 2) – reforma
agrária e 3) – mudanças gerais na sociedade.
A principal característica do MST é sua organização. O MST é
atuante em 23 estados brasileiros, envolve mais de 1,5 milhões
de pessoas, sendo 300 mil famílias assentadas e 60 mil que
140
ainda vivem em acampamentos.

 Toda a produção legislativa que ocorreu no Brasil, desde o seu


descobrimento até os dias atuais, não foi capaz de solucionar o
grande problema agrário brasileiro.
 A produção legislativa do Brasil-Colonia foi protetora e criador
de grandes latifúndios que ainda hoje perduram. Temos hoje no
Brasil, aproximadamente 4 milhões de famílias sem terra,
sendo que 2,8% das propriedades rurais ocupam 56,7% de
todas as terras cadastradas enquanto que 62,2% das
propriedades ocupam 7,9 % das terras.
 Havemos de inferir, todavia, que vivemos na era da inclusão
universal, que se deu através de pressupostos políticos e
jurídicos. Porém, um fato que nos intriga é a continua
necessidade de produção legislativa inadequada à realidade
social. ( Sandra Vial – socióloga).
141

47
A fecundidade da terra é expressa pela
qualidade homem que a trabalha.

142

48

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