You are on page 1of 12

Caracterização do resíduo de construção civil e demolição para fins de

reutilização ou reciclagem

Thiago Augusto Corrêa (UNILESTE – MG) augustthiago@hotmail.com


Juzelma Marinques Soares (UNILESTE – MG) juzelmams@yahoo.com.br
Grecia Maria Aparecida Nunes ( UNILESTE –MG) grecianunes@oi.com.br
Marluce Teixeira Andrade Queiroz (UNILESTE –MG) marluce.queiroz@yahoo.com.br

Resumo: Este trabalho refere-se a análise das características físico-químicas do Resíduo de


Construção Civil e Demolição (RCD) de uma empresa situada no município de Coronel
Fabriciano, Minas Gerais. Foram implementados experimentos com o RCD e a brita gnaisse
relativos a massa específica, a absorção de água, o teor de matéria orgânica e sólidos
volatéis, a lixiviação ácida e a composição química. A brita gnaisse é aplicada na
fabricação de bloquetes de cimento na região de estudo para a construção de moradias
populares. A comparação dos resultados aponta que é viável a reutilização do RCD na
confecção daqueles artefatos de cimento em substituição parcial ou total da brita gnaisse,
mediante a adoção de técnicas adequadas de controle da produção. Alerta-se para a
necessidade do aprofundamento da pesquisa, utilizando-se experimentos quali-quantitativos
em relação à possível disponibilização de metais pesados decorrentes da lixiação ácida. Esta
estratégia visa à prevenção de riscos adicionais. A reutilização do RCD implica em economia
ambiental, representando uma estratégia importante para o desenvolvimento sustentável. No
entanto, a sua reciclagem demanda monitoramento sistemático, garantindo-se a qualidade
dos produtos, segurança ambiental e preservação dos recursos naturais.
Palavras-chave: Resíduo de Construção Civil e Demolição (RCD); Impactos Ambientais;
Reutilização; Concreto.

1. Introdução
A construção civil é reconhecida como uma das atividades importantes para o
desenvolvimento econômico e social, sendo responsável por mais de 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) ao nível nacional, e, por outro lado, comporta-se, ainda, como grande geradora de
impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da
paisagem ou pela geração de resíduos (Gonçalves et al., 2006).
A quantidade expressiva dos rejeitos e o seu descarte inadequado repercutem
desfavoravelmente na qualidade da água, do ar e do solo. Isto impõe a busca de soluções
rápidas e eficazes para a sua gestão adequada, por meio da elaboração de programas
específicos, que visem o desenvolvimento sustentável.
A reutilização ou reciclagem do resíduo é apontada como uma das alternativas para
minoração do problema. Não se trata de matéria nova, tendo iniciado na Europa logo após a
segunda guerra mundial. No entanto, encontra-se, no Brasil, muito atrasada, apesar da
escassez de áreas destinadas aos aterros nas grandes regiões metropolitanas (Hendriks, 2000).

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 1


As políticas públicas têm propiciado avanços em relação a esta temática. Destaca-se a
Resolução n°. 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que definiu
responsabilidades e deveres do poder público municipal e das empresas em relação aos
rejeitos produzidos pela construção civil.
Dentre as diversas competências impostas pela legislação ambiental, destacam-se o
licenciamento de áreas para disposição dos rejeitos, a fiscalização do processo produtivo e a
implantação do plano integrado de gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e
Demolição (RCD).
Sendo assim, tem sido apontado como alternativa a reutilização do RCD na confecção
de blocos de concreto. Para a produção do concreto são utilizados como matéria-prima os
agregados graúdos e miúdos (pedras britadas, areia e pedregulhos), aglomerantes (cimento ou
cal), água e aditivos (corantes ou fibras). Quimicamente os óxidos encontrados no RCD são
constituídos, preferencialmente, de sílica, alumina e óxidos de cálcio atendendo a composição
básica dos agregados, tornando viável a sua utilização em misturas de concretos (Angulo et
al., 2000).
Neste contexto, o RCD tem sido aproveitado pelas indústrias cimenteiras, em
substituição total ou parcial dos agregados naturais. Todavia, Altheman (2002) alerta quanto
ao risco do reaproveitamento do RCD sem uma avaliação criteriosamente das suas
propriedades e composição.
Até pouco tempo, os agregados eram considerados apenas como material inerte e de
enchimento, distribuídos pelo meio da pasta de cimento. Mas hoje, se tem a inversão dessa
visão, considerando o agregado não só do ponto de vista econômico, mas também da
durabilidade e desempenho estrutural. Os agregados na realidade não são materiais totalmente
inertes, e suas propriedades, têm muita influência sobre as propriedades finais adquiridas pelo
cimento (Altheman, 2002).
Além disso, a presença de algumas substâncias consideradas como impurezas, como
por exemplo, o betume, polímeros, gesso, matéria orgânica, amianto, sílica amorfa, diversas
substâncias reativas, dentre outras, podem prejudicar o desempenho técnico estrutural dos
materiais produzidos tendo o RCD como agregado (Sichieri e Pablos, 2005). Outro aspecto
prioritário é a segurança das populações. Lima (1999) alerta que a possibilidade de
reutilização de um resíduo se avalia não somente do ponto de vista dos parâmetros técnicos
necessários ao fim que se destina, mas também da perspectiva do possível dano ao meio
ambiente que possa causar. A presença de contaminantes deve ser investigada a fim de
prevenir que poluentes potencialmente perigosos se tornem, talvez, biodisponíveis, agravando
os problemas ambientais (Barth et al., 2006).
Logo, torna-se fundamental, um estudo das propriedades físico-químicas dos resíduos,
através de ensaios e métodos apropriados. Tais informações darão subsídio para a seleção de
suas possíveis aplicações. É também importante investigar-se a variabilidade das fontes de
fornecimento de matérias-primas; é possível operar com matérias-primas bastantes variáveis
mantendo sob controle as características do produto principal (Ângulo, 2005).
Especificamente, em relação ao município de Coronel Fabriciano, Minas Gerais
verificou-se que a situação era preocupante. O lixo urbano encontrava-se com uma produção
média de 45 toneladas por dia. Sendo detectadas situações tais como, esquinas abandonadas
ou terrenos baldios da periferia ou marginais da cidade servindo para o despejo dos resíduos

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 2


domiciliares (Ezequiel, 2007). Pinto (1999) afirma que 41 a 70% da massa dos resíduos
sólidos urbanos é constituída por RCD. Sendo assim, Coronel Fabriciano apresentava um
descarte de RCD que oscilava entre 18,45 à 31,5 toneladas/dia em média.
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o RCD de uma das principais
empresas da construção civil de Coronel Fabriciano. Verificou-se que a empresa tinha uma
grande disponibilidade do RCD, apontando a possibilidade de sua utilização para beneficiar as
comunidades carentes da região, através da produção de blocos de concreto. Estes artefatos de
cimento poderiam ser empregados na construção civil, para execução de moradias
econômicas. A proposta incorporava a participação dos próprios moradores no processo de
fabricação dos blocos em sistema de mutirão, visando um menor custo final da residência
além de estar utilizando um material reciclado, contribuindo para preservação do meio
ambiente.
Foram realizados diversos ensaios físico-químicos com o RCD, tais como, massa
específica, absorção da água, teor de matéria orgânica e dos sólidos voláteis, composição
química e lixiviação. Os resultados então obtidos foram comparados com os resultados
encontrados para a brita gnaisse, que é um agregado natural amplamente utilizado na região
de estudo.
A análise comparativa denotou a priori que é viavél a reutilização do RCD para a
fabricação daqueles artefatos cimentos. No entanto, o trabalho também apontou a necessidade
de análises mais aprofundadas visando garantir que não haja a formação de novos riscos
ambientais. Entende-se que a divulgação dos resultados deverá contribuir para o
desenvolvimento de ações coordenadas pelos gestores públicos, viabilizando-se avanços no
que diz respeito à mitigação de impactos ambientais, implicando no desenvolvimento
sustentável da região de estudo.
2. Materiais e métodos
2.1. Composição do RCD
O RCD é definido como entulho, sobras, ou rejeitos constituídos, por todo o material
mineral, metais, resinas, colas, tintas, madeiras, e outros materiais oriundos do desperdício do
processo construção e demolição prediais (Resolução CONAMA nº. 307, 2002).
Cavalcanti (2003) afirma que o entulho que sai dos canteiros de obras brasileiros é
composto basicamente de 23% de argamassa, 26% com componentes de vedação de tijolos e
blocos, 49% de concreto e 2% de outros materiais como rochas e outros materiais deletérios
(Fig. 01). Dentre os materiais deletérios mais comuns estão os metais pesados, plásticos,
papel e amianto.

Outros
2% Argamassa
23%

Concretos
49%

Cerâmicos
26%

FIGURA 1 – Composição do RCD. Fonte: Cavalcanti (2003).

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 3


2.2. Origem e classificação ambiental do RCD
O material utilizado, RCD, é proveniente do aterro industrial da Seno Engenharia
localizada em Coronel Fabriciano, Minas Gerais. O RCD produzido pela empresa é
classificado como classe A de acordo com a Resolução CONAMA nº. 307/2002. Nesta classe
são incluídos os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como os agregados, tais como:
i) os de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras
de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
ii) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
iii) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.
2.2. Amostragem
Na obtenção e preparação de amostras representativas tomou-se por base a NBR 7.216
(ABNT, 1982) e a NBR 10.007 (ABNT, 1987), garantindo-se a confiabilidade dos resultados.
Foram utilizadas como amostras o RCD e a brita gnaisse. A brita gnaisse é utilizada
largamente, na região de estudo, para a confecção de artefatos de cimento. Sendo assim, todos
os ensaios foram realizados com os dois materiais visando o estabelecimento de comparações,
para definição quanto à aplicabilidade do RCD.
2.3. Granulometria
O agregado reciclado (RCD) foi submetido à separação manual, sendo feita a retirada
de materiais, tais como, metais, gesso, madeira, dentre outros, conforme o disposto na
Resolução CONAMA n.º 307/2002. Logo após o RCD passou pelo processo de britagem e
classificação. O processo garantiu que o mesmo atingisse a granulometria do agregado
convencional (brita gnaisse), especificado como brita 1 onde a faixa granulométrica varia de
11 a 22mm. Optou-se pela dimensão máxima característica de 19mm e módulo de finura 6,62
(Tabela 1).
TABELA 1 – Granulometria dos agregados graúdos naturais (brita gnaisse) e do RCD
Brita gnaisse RCD
Dimensão máxima característica 19,0 Dimensão máxima 19,0
(mm) característica (mm)
Módulo de Finura 7,00 Módulo de Finura 6,62

2.3. Ensaios físico-químicos


Os ensaios foram realizados em triplicata, utilizando-se amostras de RCD e de brita
gnaisse. A composição química foi determinada através da análise instrumental por
Fluorescência de Raio X (FRX). Foram, também, mensurados os parâmetros de densidade,
absorção de água e teor de sólidos voláteis e matéria orgânica seguindo o método sugerido por
Silva (1977). Para o teste de lixiviação foi observado a sistematização proposta por
Bergamaschi et al. (2003). Todos os procedimentos foram realizados no Laboratório de
Química Fundamental (LQF) e no Laboratório de Pesquisa Ambiental (LPA) do Centro
Universitário do Leste de Minas Gerais (UNILESTE – MG). O período de estudo abrangeu os
meses de fevereiro à dezembro/2008.

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 4


3. Resultados e discussões
As análises das composições químicas do RCD e da brita gnaisse, através do método
de FRX, mostraram que existia uma predominância de óxidos de alumínio, cálcio, magnésio e
sílica, nos dois materiais. Verificou-se que o RCD apresentava 14,9% e 0,6% de óxido de
cálcio (CaO) e óxido de magnésio (MgO) respectivamente, enquanto que na brita gnaisse a
concentração destes óxidos foi de apenas 2,1% para o CaO e 0,9% para o MgO (Tabela 2).
TABELA 2 - Composição química da brita gnaisse e do RCD.
Teores dos óxidos (% em massa)
Material SiO2 Al2O3 CaO MgO
Brita Gnaisse 71,4 14,3 2,1 0,2
RCD 59,3 9,2 14,9 0,6
A origem das espécies químicas sílica (SiO2) e alumina (Al2O3) dos agregados de
RCD reciclados está associada aos diversos tipos de silicatos, provenientes das partículas
mistas de pasta de cimento endurecida e de agregados naturais, de rochas, de cerâmica
vermelha ou de cerâmica branca. Justificando-se assim, encontrar-se teores menores do que os
encontrados na brita gnaisse (Tabela 2). A origem do CaO e do MgO está associada ao
aglomerante (pasta endurecida de cimento e cal) presente em componentes construtivos,
sendo este fator determinante para a elevação dos teores destes óxidos no RCD ( Tabela 2).
As diferenças observadas não descartavam a possibilidade de utilização do RCD.
Existem diversos tipos de cimento, que são indicados para compor argamassas e concretos de
acordo com as necessidades de cada caso. Além disso, podem-se modificar as características
dos concretos, aumentando ou diminuindo a quantidade de água e cimento, e dos agregados
(areia, pedra britada, cascalho etc.). É possível usar ainda aditivos químicos, a fim de reduzir
certas influências ou aumentar o efeito de outras, quando desejado ou necessário (ABCP,
2008).
A dosagem dos componentes do concreto e da argamassa é conhecida também por
“traço”. Portanto, é importante encontrar a dosagem ideal a partir do tipo de cimento e
agregados escolhidos para estabelecer uma composição que dê o melhor resultado com o
menor custo. A dosagem deve obedecer a métodos racionais, comprovados na prática, e que
respeitem as normas técnicas vigentes (ABCP, 2008).
A elevação do teor de cálcio no RCD mostrou-se como indicador favorável em relação
à possibilidade de substituição total ou parcial da brita gnaisse (Tabela 2). O cimento utilizado
como aglomerante em estruturas de concreto é constituído principalmente por silicatos
hidráulicos de cálcio (Ângulo, 2005).
Outro quesito avaliado referiu-se ao teor de matéria orgânica e de sólidos voláteis. A
matéria orgânica pode ser considerada como um contaminante do agregado reciclado, o que
pode prejudicar a qualidade dos produtos a serem confeccionados. Os sólidos voláteis estão
associados a compostos inorgânicos tais como o nitrogênio amoniacal, sulfatos e carbonatos
(John, 2000).
Na Tabela 3 estão indicados os valores de teores de matéria orgânica e de sólidos
voláteis da brita e do RCD, com os respectivos desvios padrão (δ). Observou-se, que o RCD
apresentou uma concentração maior em relação à este quesito, sugerindo associação com à
elevação do teor de carbonato de cálcio.

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 5


TABELA 3 - Teor de Matéria Orgânica e Sólidos Voláteis da brita gnaisse e do RCD.
Material Matéria Orgânica e Sólidos Voláteis (%)
δ = 0,039
Resíduo 17,682
Brita Gnaisse 12,756
Em relação à massa específica, constatou-se que a brita gnaisse é mais densa,
denotando tratar-se de material menos poroso que o RCD (Tabela 4). Em materiais porosos,
ou seja com vazios isolados, a densidade real diminui. Neste casos, a resistência à compressão
e ao desgaste diminui. No entanto, os materiais de baixa densidade quando cimentados
apresentam, em geral, diminuição da porosidade. Vieira e Molin (2004) afirmam que quando
o RCD tem massa específica menor, na dosagem dos concretos às massas desses materiais
terão que passar por uma compensação, para que não ocorram diferenças nos volumes de
material quando forem utilizados agregados naturais ou agregados reciclados.
TABELA 4 - Massa específica da brita gnaisse e do RCD.
Massa específica (g.mL-1)
Material
(δ = 3,26%)
Brita Gnaisse 2,656
Resíduo 2,177
Quanto à absorção de água, o resíduo apresentou valores significativamente maiores
que o agregado convencional (brita gnaisse), o que pode ser observado na Tabela 5.

TABELA 5 - Absorção de água da brita gnaisse e do RCD.


Material Absorção de água (%)
(δ = 2,51%)
RCD 7,812
Brita Gnaisse 0,49
A umidade superficial apresentada pelo agregado reciclado influência na
permeabilidade final do concreto e está ligada a porosidade e densidade do material. Assim
entende-se o fato do resíduo apresentar uma maior absorção de água, uma vez que ele
apresenta uma menor densidade, em virtude de sua porosidade. Outro fator a ser considerado
é a compensação da quantidade de agregado reciclado a ser adicionado na produção do
concreto em comparação ao agregado convencional, admitindo-se que o resíduo é mais leve
que o agregado convencional. Essa propriedade física depende da composição do RCD bruto
que gera o agregado reciclado, sendo que, quanto maior a quantidade de material cerâmico,
maior é a absorção de água do material (Angulo e John, 2002).
Determinar essa taxa é imprescindível, pois ela determina o percentual de água que
deverá ser suprido ao agregado reciclado, minutos antes das concretagens, para que não
ocorram problemas como redução na relação água/cimento, no abatimento e moldabilidade
das misturas devido à falta de água. Ficou estabelecido que na produção dos artefatos de
cimento essas taxas de absorção seriam compensadas para evitar que os agregados
absorvessem toda a água do traço e as misturas se tornassem pouco trabalháveis e
excessivamente secas, devido à falta de água. A ausência deste tipo de controle repercute
negativamente também na aderência entre o agregado e a pasta e conseqüentemente diminui a
sua resistência mecânica (Angulo e John, 2002).

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 6


A alta permeabilidade do resíduo denotava uma maior vulnerabilidade ao ataque dos
agentes externos. A resistência dos concretos a processos destrutivos iniciados por reações
químicas envolve, geralmente, interações químicas entre agentes agressivos presentes no meio
externo e os constituintes da pasta de cimento. Teoricamente, qualquer meio com pH menor
que 12,5 pode ser qualificado como agressivo porque a redução da alcalinidade do fluido dos
poros levaria, no final, a uma desestabilização dos produtos cimentíceos de hidratação
(Bergamaschi et. al, 2003).
Na degradação por ataque químico do concreto, por vezes chamada corrosão do
concreto, os processos químicos ocorrem principalmente na porção da pasta hidratada de
cimento e na superfície de alguns agregados, causando dissolução ou expansão de alguns dos
seus componentes (Isaia, 2007).
A velocidade e intensidade de degradação, considerando-se aspectos do meio
agressivo, é fortemente dependente da espécie e concentração da solução ácida, do tipo de
contato com o concreto, se estacionário ou em fluxo renovável, e da temperatura. À medida
que a temperatura aumenta, a solubilidade dos sais de cálcio formados e a renovação (fluxo)
da solução agressiva, mais rápidas e mais intensas as degradações. Os ácidos minerais mais
agressivos ao concreto são o clorídrico, sulfúrico, nítrico e fosfórico (Isaia, 2007).
Tendo em vista a possibilidade da utilização do RCD como agregados em estruturas
concretos, mostrou-se como indispensável o teste de lixiviação ácida. O monitoramento do
ataque ácido foi realizado pelos métodos gravimétrico e cinético. Nos ensaios gravimétricos
foram pesados aproximadamente 5g das amostras de agregado convencional (brita gnaisse) e
agregado reciclado (RCD) em balança analítica antes e depois da exposição ao ácido. O
tempo de permanência na solução de ácido clorídrico (HCl) foi classificado como curto,
aproximadamente 20 dias. As cinéticas de degradação foram obtidas por 4 medidas, chamadas
ciclos. Cada ciclo corresponde ao aumento de uma unidade de pH. Assim as amostras
permaneceram expostas em soluções com pH de 1 até 4.
Verificou-se que o RCD se mostrou mais vulnerável ao ataque por águas residuárias
ácidas quando comparado a brita gnaisse. Constatou-se que a perda de massa do RCD atingiu
o máximo de 15,015% em pH =1 e o mínimo de 12,013% em pH = 4, à temperatura ambiente.
Enquanto a brita gnaisse variou de 2,959% até 1,718% nas mesmas condições ambientais
(Fig. 2).
Resistência ao Ataque Ácido
%
16,000
14,000
15,015
12,000 13,905
10,000 12,423 12,013
8,000
6,000 2,959
4,000 1,958 1,600 1,718
2,000
0,000
1 2 3 4
pH

Agregado Convencional (Brita) Agregado Reciclado (RCD)

FIGURA 2 – Comparativo entre a lixiviação ácida da brita gnaisse e do RCD.


O fato do RCD ter apresentado uma maior perda em massa em todos os ciclos de
degradação, vem confirmar a alta porosidade do resíduo e sua conseqüente fragilidade ao

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 7


ataque químico. Além disso, o teor de cálcio do RCD é de 14,9%, enquanto da brita gnaisse é
de 2,1% (Tabela 2), sugerindo que a lixiviação esteja relacionada principalmente à este fator.
A lixiação ácida também foi observada em relação ao ácido sulfúrico (H2SO4). A
utilização do ácido sulfúrico em particular se deve à sua característica de ser um ácido
extremamente agressivo para ligantes contendo compostos de cálcio. Aliado ao fato de gerar
compostos de elevada solubilidade ao contrário de outros ácidos, como os ácidos fluorídrico e
oxálico. Além disso, as chuvas ácidas contêm usualmente ácido sulfúrico, implicando que as
análises realizadas correpondessem a uma estimativa do desempenho em condições não muito
distintas da realidade (Castro-Gomes et al., 2008). Gomides et al. (2007) afirmam que embora
a concentração da acidez das águas da chuva apresente valores de pH em torno de 5,6, o seu
efeito em longo prazo só é passível de ser reproduzido num ensaio com apenas 7 dias, se a
concentração for maior, correspondendo a valores de pH mais baixos. Sendo assim, trabalhou-
se com soluções ácidas com pH variando entre 0 até 4.
Nos ensaios gravimétricos foram pesados aproximadamente 5g das amostras de
agregado reciclado (RCD). As cinéticas de degradação foram obtidas por 5 medidas,
chamadas ciclos. Para cada ciclo foram pesadas 20 amostras de 5g, totalizando 100 amostras,
onde em cada ciclo 10 amostras foram expostas a solução agressiva de ácido sulfúrico a
temperatura ambiente e as outras 10, foram expostas a solução ácida a temperatura de 35°C.
Verificou-se que à temperatura ambiente, em geral, a perda de massa foi acentuada em
concentrações ácidas mais elevadas, ou seja quando o pH foi padronizado para zero,
totalizando 70% das amostras (Fig. 3).
Resistência ao ataque ácido a temperatura
ambiente

7
6
pH=0
5
pH=1
4
%

pH=2
3
pH=3
2
pH=4
1
0
0 2 4 6 8 10 12

FIGURA 3 – Comparativo da lixiviação ácida do RCD para valores distintos de pH à temperatura ambiente.
A elevação da temperatura para 35ºC não implicou em mudanças significativas no
compartamento do RCD. Constatou-se que a perda de massa manteve-se preponderante em
pH padronizado zero, totalizando 90% das amostras (Fig. 4).
Resistência ao ataque ácido a temperatura de
35ºC

8
7
6 pH=0
5 pH=1
%

4 pH=2
3 pH=3
2 pH=4
1
0
0 2 4 6 8 10 12

FIGURA 4 – Comparativo da lixiviação ácida do RCD para valores distintos de pH à temperatura de 35°C.

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 8


Comparando-se o ataque químico em pH padronizado zero à temperatura ambiente e à
temperatura de 35°C, verificou-se que a elevação da temperatura favoreceu o
desenvolvimento do fenômeno químico, intensificando a perda de massa. Este
comportamento atingiu 80% das amostras.
Resistência ao ataque ácido (pH=0)

8
7
6
5 Temperatura
ambiente
%

4
Temperatura 35ºC
3
2
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FIGURA 5 - Comparativo da lixiviação ácida do RCD em pH padronizado zero à temperatura ambiente e à


temperatura de 35°C.
Zivica e Bajza (2001) afirmam que a perda de massa identificada é típica do ataque
por ácido sulfúrico, cujos íons sulfatos (SO4-2) reagem com formação de compostos com
aumento de volume, com o hidróxido de cálcio formando sulfato de cálcio (gesso) (1) e com
os compostos de alumina formando etringite (2).
H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4.2H2O (1)
3CaSO4 + 3CaO.Al2O3.6H2O + 25H2O → 3CaO.Al2O3.3CaSO4.31H2O (2)
Assim, tendo em vista a utilização do RCD para a fabricação de blocos de concreto
para moradias populares, deverão ser adotado métodos e/ou recursos para minimizar a ação
destes agentes.
Outro fator que deve ser considerado é que embora o entulho apresente em sua
composição vários materiais que, isoladamente, são reconhecidos pela NBR 10.004 (ABNT,
2004) como resíduos sólidos inertes (rochas, tijolos, vidros, alguns plásticos, etc.), não está
disponível até o momento, análises sobre a solubilidade do resíduo como um todo, de forma a
garantir que não haja concentrações superiores às especificadas na norma referida acima, o
que o enquadraria como "resíduo classe II – não inerte". Vale ainda lembrar, que a
heterogeneidade do entulho e a dependência direta de suas características com a obra que lhe
deu origem podem mudá-lo de faixa de classificação, ou seja, uma obra pode fornecer um
entulho inerte e outra pode apresentar elementos que o tornem não-inerte ou até mesmo
perigoso, como por exemplo, a presença de chumbo que, pode acarretar sérios agravos à
saúde humana (Sichieri e Pablos, 2005).
Sendo assim, constatou-se que há necessidade de avaliar-se a concentração dos íons
lixiviados para maior segurança ambiental. Oliveira et al (2001) afirmam que a utilização do
RCD poderá apresentar grandes conseqüências ambientais negativas, principalmente, na
liberação de íons de metais pesados solubilizados pertencentes ao concreto do RCD. É
importante considerar que 2% do RCD é constituído por materiais diversos, incluindo-se as
substâncias deletérias, tais como, os metais pesados (chumbo, cromo, níquel, etc.). Os efeitos
adversos incluem a contaminação do solo, e dos aqüíferos, através da acidez da água de chuva
e da capacidade de solubilização do resíduo (John, 2000).

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 9


4. Considerações Finais
Em todas as propriedades avaliadas (densidade, matéria orgânica e teor de sólidos
voláteis, absorção de água e lixiviação) verificou-se baixa variabilidade dos resultados. Este
fato deveu-se à utilização de amostras adequadamente homogeneizadas, minimizando a
heterogeneidade natural do RCD e do agregado natural (brita gnaisse).
Verificou-se em todos os parâmetros mensurados diferenças significativas entre a brita
gnaisse e o RCD. No entanto, estes resultados não constituem-se em impeditivos quanto à
utilização do RCD na fabricação dos blocos de cimento. Entende-se que deverão ser
implementados diversos ensaios objetivando determinar o melhor traço para as estruturas de
concreto que poderão ser fabricadas a partir do RCD, propiciando ações sociais importantes,
tais como a construção de moradias para as comunidades carentes da região de estudo.
De acordo com os experimentos realizados neste trabalho, conclui-se que o uso do
RCD como agregado no concreto, em proporções convenientemente dosadas, deverá garantir
as características adequadas de resistência à tração e resistência à compressão do produto
final. Entende-se que para garantir a durabilidade do concreto frente à corrosão das armaduras
deverão ser utilizados aditivos adequados.
Entretanto, é imprescindível que se dê importância primária para o tratamento dos
resíduos, desde o beneficiamento, passando pela caracterização, até a fase de utilização dos
agregados no concreto. Explicitou-se a necessidade de avaliação de alguns parâmetros, tais
como a identificação e concentração dos metais pesados, que podem estar presentes em
valores acima do permitido conforme a classificação Classe II A – não inerte, já que o teste de
lixiviação ácida indicou que o RCD é muito susceptível ao ataque químico de águas
residuárias ácidas. Os ensaios complementares devem ser sistemáticos, de modo a garantir o
uso seguro do RCD em relação ao potencial risco ao meio ambiente.
O momento atual exige a preservação dos recursos naturais, sendo a reciclagem de
resíduos da construção e demolição uma das alternativas importantes para o desenvolvimento
sustentável da construção civil. Reforça-se, no entanto, a necessidade de que sejam
observadas medidas rigorosas na especificação, normalização e utilização desses materiais,
permitindo as mais diversas utilizações, tais como a construção de moradias populares.
Referências
ALTHEMAN, Dener. Avaliação da durabilidade de concretos confeccionados com entulho de construção civil.
Relatório (Iniciação Científica) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade de Campinas. Campinas, 2002.
Disponível em: <http://www.reciclagem.pcc.usp.br/ftp/Altheman_IC_Entulho.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2008.
ÂNGULO, S. C. Caracterização de agregados de resíduos de construção e demolição reciclados e a influência
de suas características no comportamento de concretos. 167 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-18112005-155825/ - 18k >. Acesso em: 17 mar. 2008.
ÂNGULO, S. C.; ZORDAN, S. E.; JOHN, V. M. Desenvolvimento sustentável e a reciclagem de resíduos na
construção civil. 2000. Disponível em: <http://www.reciclagem.pcc.usp.br/ftp/artigo%20IV_CT206_2001.pdf >.
Acesso em: 22 mar. 2008.
ÂNGULO, S.C.; JOHN, V.M.; Desenvolvimento de novos Mercados para a reciclagem mássica do resíduo da
construção civil e demolição. In: Seminário de Desenvolvimento Sustentável e a Reciclagem na Construção
Civil, 2002, São Paulo. Anais. : São Paulo: IBRACCON, 2002; pág. 293-308.

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 10


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP); Concreto: com uma receita de bolo. In:
Revista eletrônica: Alerta aos consumidores, outubro/2008. Disponível em:
<http://www.abcp.org.br/basico_sobre_cimento/concreto.shtml> . Acesso em: 14 fev. 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7.216: Agregados - Amostragem. Rio
de Janeiro, 1982. 4p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10.004: Resíduos Sólidos -
Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 77p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10.005: Lixiviação de Resíduos. Rio
de Janeiro, 1987. 7p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10.007: Amostragem de Resíduos.
Rio de Janeiro, 1987. 14p.
BARTH, F.; MARCELLINO, N. A.; VEFAGO, L. H. M.; RICHTER, C. B. Sistema Construtivo com Painéis
Pré-fabricados com Blocos Cerâmicos para Habitação. In: II Congresso Brasileiro e I Ibero Americano de
Habitação Social, 2006, Florianópolis. Ciência e tecnologia, 2006.
BERGAMASCHI, J. M.; FABIANO, T. R.; JOEKES, I. Ataque ácido de argamassas de cimento comum e
composto: Estudo cinético e gravimétrico de degradação. 2003. Disponível em:
<http://sec.sbq.org.br/cd29ra/resumos/T0295-1.pdf >. Acesso em: 01 mai. 2008.
CASTRO-GOMES, J.P.; JALALI, S.; TORGAL, F.P. Ligantes obtidos por ativação alcalina de lamas residuais
das Minas da Panasqueira. Resistência ao desgaste e ao ataque de soluções ácidas. 2008. Disponível em :
<http://www.civil.uminho.pt/c-tac/journal/n31/Pag%2067.pdf >. Acesso em: 15 out. 2008.
CAVALCANTI, D.K.C. Políticas para reciclagem de resíduos da construção civil. 2003. Disponível em:
<http://wwwgeocities/politicasparareciclagemderesiduosdaconstrucaocivil.htm.>. Acesso em: 15 out. 2008.
EZEQUIEL, W. Seplag explica série de iniciativas viáveis para o funcionamento da Região Metropolitana do
Vale do Aço (RMVA). Diário do Aço, Minas Gerais, 14 de nov. de 2007.
GOMIDES, M. J.; CINCOTTO, M. A. ; Hasparyk, N. P. ; CARASEK, H. . Study of aggregates with sulphides in
concrete. Revista IBRACON de Materiais, v. 3, p. 29-38, 2007.
GONÇALVES, Orestes Marraccini ; ILHA, M. S. O. ; AMORIM, Simar Vieira de ; PEDROSO, Luciana
Pereira. Estimating water consumption in nursery and elementary schools. Plumbing Systems and Design,
Estados Unidos, v. 5, n. 2, 2006
HENDRICKS, C.F. Certification system for aggregates produced from building waste and demolished
buildings. In: Environmental aspects of construction with waste materials. Amsterdam: Elsevier, 2000. p. 821-
834.
ISAIA, G. C. (Org.) . Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 1. ed.
São Paulo: Instituto Brasileiro do Concreto, 2007. v. 2. 1710 p.
JOHN, Vanderley M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à metodologia de pesquisa e
desenvolvimento. 102 f. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo,
2000. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/6918228/Reciclagem-de-residuos-na-Construcao-Civil-
Contribuicao-a-metodologia-de-pesquisa-e-desenvolvimento>. Acesso em: 06 abr. 2008.
LIMA, J.A.R. Proposição de diretrizes para a produção e normalização de resíduos de construção reciclados e
de suas aplicações em argamassas e concretos. São Carlos, 1999. 204f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e
Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999.
OLIVEIRA, M. J. E.; MATTOS, J. T.; ASSIS, C. S. Resíduos de concreto: Classe III versus Classe II. In.:
Seminário de desenvolvimento sustentável e a reciclagem na construção civil – materiais reciclados e suas
aplicações, 2001, São Paulo. Anais: São Paulo; Ibracon, 2001, p. 87- 95.
PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. 1999. 189f.
Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 11


RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (CONAMA) n°. 307, de 05 de julho de
2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307>. Acesso em: 30 out. 2008.
SICHIERI, E. P. ; PABLOS, J. M. . Materiais de Construção I - Aglomerantes Minerais, Agregados,
Argamassas, Concretos, Dosagem. 2. ed. São Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos, 2005. v. 1. 271 p.
SILVA, M.O.S.A. Análises físico-químicas para controle de estações de tratamento de esgotos. São Paulo
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), 1997.
VIEIRA, Geilma Lima ; MOLIN, Denise C C Dal . Contribuição ao estudo e análise da viabilidade técnica e
econômica da utilização de concretos com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. In: II
Seminário de Patologia das Edificações: novos materiais e tecnologias emergentes, 2004, Porto Alegre, 2004.

ZIVICA, V.; BAZJA, A. Acid attack of cement based materials – a review. Part 1 Principle of acid attack.
Cement and Concrete Research 15 (2001) 331-340.

V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 12

You might also like