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Novos PRODUTOS
O QUE É UM NOVO PRODUTO?
As diversas conceituações de novo produto > 26% eram "adições a linhas de produto já exis-
existentes na literatura de marketing variam entre tentes";
duas posições extremas. O conceito mais amplo é o
de que o novo produto seria qualquer tipo de > 26% eram "melhorias e revisões de produtos já
inovação ou aprimoramento no composto de produto existentes";
da empresa; o conceito mais restrito e específico é o > 11% eram "reduções de custo"; e
de que o novo produto seria apenas aquele inédito, > 7% eram "reposicionamentos".2
totalmente novo e original. Entre esses extremos,
uma série de classificações foram desenvolvidas por Em uma pesquisa realizada no Brasil, em 1981,
vários autores. -A Figura 12.1 mostra a equivalência com 28 empresas do setor de bens de consumo não
entre diversas classificações.1 duráveis, não foi identificado qualquer produto que se
A análise das diversas taxonomias indica a encontrasse na categoria "novo para o mundo", entre
existência de duas dimensões de análise: a inovação os novos produtos lançados por essas empresas nos
para o mercado e a inovação para a empresa. E três anos anteriores ao estudo. Além disso, ocorreu
curioso observar que essas duas dimensões se apenas um caso de introdução de nova linha de
misturam e se confundem quando, na verdade, de- produto, sendo que a linha introduzida era semelhante
veriam ser vistas como independentes. Um produto a outras já existentes no mercado. Seis empresas
pode ser novo para a empresa e já conhecido no introduziram adições importantes a linhas de produtos
mercado; e pode ser conhecido pela empresa (que o já existentes e 19 introduziram adições superficiais a
comercializaria em outro mercado, atendendo a suas linhas de produto (novos itens) ou melhorias e
outra necessidade ou em outra área geográfica) e revisões de produtos já existentes. Não se encontraram
novo para o mercado específico. casos de reposicionamento ou de reduções de custo. O
Ocorre, na prática, maior concentração de estudo verificou que, nas empresas analisadas, a
lançamentos entre os produtos com menor do que inovação propriamente dita não ocorreu. Um novo
com maior grau de inovação. O famoso estudo da produto geralmente resultava de uma extensão de
linha, uma alteração de embalagem, uma modificação
empresa de consultoria americana Booz-Allen &
na composição do produto, um aperfeiçoamento no
Hamilton, com setecentas entre as mil maiores em- design ou estilo, uma nova fragrância ou sabor. Devido
presas americanas, revelou a seguinte distribuição a isso, a cópia e a adaptação eram práticas muito
para os treze mil novos produtos desenvolvidos utilizadas, tendo geralmente como modelos produtos
durante os cinco anos anteriores ao estudo: existentes no exterior.3 Essa mesma amostra de
empresas foi re-visitada, em 1989, verificando-se que as
> 10% eram "produtos novos para o mundo"; empresas haviam aumentado o número de
> 20% eram "novas linhas de produto"; lançamentos, comparativamente às práticas verificadas
em 1981, mas que o conteúdo de inovação dos produtos
não parecia haver-se alterado substancialmente.4
KOTLER, Philip. Marketing. Ed. compacta. Op. cit.; STAN-TON,
William J. fundamentais of marketing. New York : McGraw-
llill, 1978; LEDUC, Robert. Marfcetíng: como lançar um novo BOOZ-ALLEN & HAMILTON. Op. cit. AKEL SOBRINHO, Zaki,
produto. Rio de Janeiro : Expressão e Cultura, ' 1973; I.EVITT, SCHM1DT, Angela da Rocha. Práticas de marketing no lançamento
Theodore. Marketing for business growth. New York : McGraw- 2 de novos produtos. Revista de Administração, 20(4):85-90,
Hill, 1974; HAMBURGER, Polia L., ARANTES, A. C. A. . out./dez. 1985. PEREIRA, Beatriz Kury Costa. Decisões estratégicas
Produto novo: um inquérito no ramo eletrodoméstico. Revista 3 de marketing em ambientes turbulentos: um estudo exploratório no
de Administração de Empresas, 3(9):61-68, out./dez. 1963; setor de bens de consumo não duráveis em 1981 e 1989. Tese
BOOZ-ALLEN & HAMILTON. New Products Management for (Mestrado) - Coppead. Rio de Janeiro : UFRJ, 1992.
4.
the 1980s, 1982. Publicação interna.
Políticas de novos produtos em ambientes turbulentos
As decisões de novos produtos tornam-se particularmente difíceis em ambientes turbulentos, carac-
terizados por rápidas mudanças, como foi o caso do Brasil no decorrer da década de 80. As reco-
mendações seguintes, colhidas de numerosos estudos e pesquisas realizados na década de 80 e início da de
90, na literatura norte-americana e brasileira, referem-se a políticas de novos produtos em ambientes
turbulentos:
oferecer maior diferenciação de produto;
oferecer produtos premium ao segmento mais nobre do mercado ou produtos baratos ao segmento
mais baixo, evitando a posição intermediária;
oferecer produtos que incorporem elementos de conveniência;
oferecer embalagens maiores, para os consumidores que buscam valor, ou embalagens menores,
para atender àqueles que são forçados a comprar quantidades menores;
oferecer novos produtos que sejam mais simples, mais funcionais ou mais práticos;
reduzir o número de novos produtos lançados;
usar mais pesquisas de mercado em apoio à introdução de novos produtos;
lançar produtos corn marcas próprias;
focalizar em valor e não em preço.
Fonte; PEREIRA, Beatriz Kury Costa, ROCHA, Angela. Strategic marketing deeisíom in a mrbulent envíronrnenu coping with
hyperinflation, recession and political instability in Brazil, In: VÁZQUEZ-PÁRRAGA, A. Z. Bridging the Americas:
rediscovery, understanding, partnership. 1994 BAÍAS Proceedings. Business Association of Latin American Studies,
Califórnia, 3-5 Abr. 1994.
Uma das áreas de estudo que tem recebido a Nem todos os lançamentos de novos produtos de uma
atenção dos pesquisadores é referente ao sucesso e empresa, porém, obedecem exclusivamente a critérios de
fracasso de novos produtos. Algumas avaliações vendas e/ou lucros.
indicam que a taxa de fracasso pode se situar entre
75% a 80%.5 Que fatores são responsáveis pelo O IRI Special Studies Group, por exemplo, considera um
adequado desempenho de um novo produto e que projeto bem-sucedido como aquele que a gerência acha que
fatores influenciam seu fracasso? faria novamente. O famoso projeto SAPPHO, por sua vez, mede
Um dos primeiros problemas a serem consi- o desempenho do novo produto levando em conta tanto
derados é a própria definição de sucesso e fracasso. vendas e lucros como também o papel desempenhado por
Para muitos autores, essa definição está ligada ao esse produto na estratégia geral da empresa. Já o projeto
desempenho do produto em relação a vendas e NewProd utilizou um conjunto de medidas para o sucesso,
lucros. Kotler define três níveis de fracasso: entre as quais: proporção de produtos que atendiam ou
excediam os requisitos de lucratividade da empresa;
participação no mercado; consecução dos objetivos de
"um fracasso absoluto do produto - em venda; rapidez no desenvolvimento e lançamento; e grau de
que se perde dinheiro e suas vendas não inovação tecnológica.7 No Brasil, um estudo na indústria
cobrem os custos variáveis; alimentícia mostrou que 60% das empresas utilizavam
vendas como critério para avaliar seus novos produtos.8
um fracasso parcial do produto - em que A literatura existente indica enorme variedade de
se perde dinheiro, mas suas vendas cobrem fatores como responsáveis pelo sucesso ou fracasso de
todos os custos variáveis e alguns dos custos novos produtos. Um estudo realizado em 1990, analisando
fixos; e 200 produtos de médio a alto conteúdo tecnológico, indicou
a superioridade do produto, obtida em função de
um fracasso relativo do produto - em que características singulares do mesmo, como capaz de
há um lucro que é menor do que a taxa normal garantir o sucesso em 98% dos casos.9 Outro estudo
de retorno da empresa."6 mostrou que os produtos desenvolvidos para o mercado
global tinham uma taxa de sucesso muito maior do que
aqueles desenvolvidos para os mercados domésticos e que
depois eram exportados.10
No Brasil, poucos são os estudos realizados produto após sua comercialização", isto é, esse fator
sobre o tema, destacando-se o de Corrêa, na in- ocorreu menos entre os produtos bem-sucedidos do que
dústria alimentícia, quê procurou identificar algu- entre os fracassados. É importante mencionar que o peso
mas características comuns aos produtos mais relativo desse fator, na discriminação entre sucessos e
bem-sucedidos, que os diferenciassem dos menos fracassos, foi quase o dobro do fator seguinte, indicando sua
bem-sucedidos. Foram utilizados na análise 28 casos grande importância nessa indústria, e, possivelmente, em ou-
de fracasso e 47 casos de sucesso, colhidos em 85 tros setores da indústria brasileira com características
empresas do setor alimentício. O principal fator a similares.11
distinguir os produtos bem-sucedidos dos fracas-
sados foi "problemas técnicos inesperados com o
DESTAQUE
Apesar dos esforços das empresas em desenvolver produtos adequados ao gosto dos consumidores,
muitos produtos fracassam, até mesmo nas mãos das mais famosas empresas, conhecidas por sua
correta aplicação dos princípios de marketing.
No Brasil, a cervejaria Kaiser lançou a Kaiser Weiss, baseando-se em pesquisas que indicavam
que o consumidor desejava um produto diferente. Testes de sabor levaram à aprovação de uma
nova cerveja, com um leve sabor de frutas. O produto, após alguns meses de lançamento, foi
retirado do mercado. A empresa não teria sido capaz de auscultar adequadamente o mercado ou
o próprio consumidor não sabia exatamente o que queria?
A Autolatina relançou o Fusca, cuja produção havia sido encerrada em 1986. A idéia era
oferecer o antigo sucesso dentro da categoria de carros populares. O resultado foi um desastre,
O consumidor queria um carro popular, mas com o conforto, a economia e a confiabilidade que
as tecnologias modernas proporcionavam.
Fonte: Imprevisível, consumidor trai pesquisas. Jornal do Brasil, Caderno Negócios e Finanças, 21 maio 1995. p. 4.
Diversas fontes de ideias são normalmente mercados pode ser um instrumento importante no
utilizadas pelas empresas. Examinaremos dois tipos desenvolvimento de tecnologia da própria empresa. A
de fontes: aquelas referentes a produtos já importação de tecnologia se pode constituir em ponto
existentes no mercado, mas novos para a empresa, e de partida para que a empresa desenvolva
aquelas relacionadas a produtos totalmente inéditos. posteriormente sua própria tecnologia.15
O modelo japonês não pode ser descrito de ser executadas simultaneamente, interrompidas e
forma seqüencial, uma vez que há grande intera- repetidas, até que o produto atinja sua fase final
cão entre as várias etapas do processo. Como o de desenvolvimento e seja levado ao mercado (Fi-
processo japonês não é linear, várias etapas podem gura 12.4).
1. Um novo produto deve ser efetivamente útil para a sociedade, não apenas hoje, mas também no futuro.
2. Deve utilizar a capacidade criativa da Kao em termos de tecnologia ou capacidades.
3. Deve ser superior aos novos produtos dos concorrentes, tanto do ponto de vista de custo quanto de
desempenho.
4. Deve superar testes exaustivos de produto em todos os estágios antes de chegar à comercialização.
5. Deve ser capaz de passar sua própria mensagem a cada nível de distribuição.
A aderência a estes princípios proporcionou à Kao muitos sucessos, por meio de novos produtos introduzidos
no mercado, grande número de patentes e invejável posição competitiva. Por tudo isso, os executivos de topo
temem que se instale uma atitude de acomodação, levando a empresa a repousar sobre as glórias alcançadas.
A empresa procura evitar que a estrita aderência a esses princípios possa "impedir o desenvolvimento de ideias
inovadoras". Essa ambiguidade é própria da cultura japonesa.
Fonte: KUGA, Masashi. Kao's marketing srrategy and rnarketing intelligence System. Journal of
Advertmng Research, 20-25, Apr./May 1990.
A Hitachi descobriu, visitando certo número de residências, que a dona-de-casa japonesa desejava
dispor de uma máquina de lavar silenciosa, de tal modo que lhe fosse possível utilizá-la à noite e de manhã
cedo, sem incomodar os vizinhos. Essa necessidade era fruto de uma tendência crescente de as mulheres
trabalharem fora de casa durante o dia. A descoberta permitiu à Hitachi lançar um produto inovador e de
grande sucesso no mercado japonês.25
A Honda enviou seus projetistas à Disneylândia para estudar como as pessoas utilizavam o por-ta-
malas de seus carros. Os projetistas permaneceram dias nos estacionamentos do parque, observando o
comportamento dos usuários de automóveis. Os resultados de suas observações foram incorporados aos
novos modelos de carros da Honda.
Akio Morita, fundador da Sony, visitava locais frequentados por jovens para entender seu com-
portamento em relação à música. Com o tempo, percebeu que o jovem gostaria de ouvir música de forma
isolada, o que acabou levando ao lançamento do Walkman, um dos maiores sucessos da empresa.
A Toshiba, ao lançar sua linha de equipamentos médicos no mercado americano, adotou o enfoque de
perguntar aos médicos quais os problemas mais complexos que enfrentavam. A partir daí, graças ao
conhecimento da tecnologia e de suas possibilidades, desenvolveu produtos que procuravam resolver
estes problemas.
As empresas japonesas costumam utilizar, nessa fase, pesquisa qualitativa, usando técnicas não
estruturadas e processos informais. Por exemplo, é comum que os executivos visitem as lojas
especializadas em um dado produto e conversem com os vendedores, de forma a obter sua opinião quanto
a determinado tipo de produto ou a falhas existentes nos produtos atualmente vendidos. A observação do
comportamento de uso de determinado produto é outra forma bastante utilizada para apreender as necessidades
latentes dos usuários.
As visitas aos clientes também são utilizadas. Nessas visitas, o representante da empresa conversa
informalmente com o cliente, pedindo sua opinião sincera sobre os produtos ou serviços da empresa. Por
exemplo, em 1992, a Matsushita realizou um esforço gigantesco de conhecimento do mercado, ao
mobilizar sua organização, inclusive seus varejistas exclusivos, para visitar dez milhões de lares japoneses,
com o propósito de entender melhor seu comportamento de consumo.26
Finalmente, os executivos japoneses buscam obter uma sensibilidade para o produto e para o
consumidor, por meio de sua própria experiência. Assim, quando a Nissan quis lançar um novo modelo de
automóvel, totalmente desenvolvido para o mercado europeu, um grupo de pessoas envolvidas com o
desenvolvimento viajou de Bruxelas a Milão dirigindo um carro, com o propósito de se colocar no lugar
de um motorista europeu e desenvolver maior sensibilidade para a experiência de dirigir na Europa. A partir
dessa experiência, a equipe se sentiu mais preparada para desenvolver um novo modelo, o Nissan Primera,
que veio a ser escolhido, em 1990, como o .carro do ano europeu.27
É comum que a empresa japonesa adquira várias unidades dos produtos concorrentes, desmontando
cada amostra até determinado ponto, de forma a dispor simultaneamente de produtos em vários níveis de
montagem. A Toyota, para desenvolver seu carro de luxo, fez engenharia reversa de quatro automóveis
Mercedes do modelo de topo de linha.29
A prática de engenharia reversa vem sendo adotada também por empresas ocidentais. A Ford, para
desenvolver seu novo modelo Taurus, que viria a ser, no início da década de 90, o carro médio mais vendido
nos EUA, realizou engenharia reversa de 50 modelos concorrentes.
Um dos elementos essenciais à prática da engenharia reversa é que a mesma equipe envolvida com a
atividade de engenharia reversa venha a participar futuramente do desenvolvimento do novo produto da
empresa.
O motivo para tal é a necessidade de as características dos produtos concorrentes serem plenamente
conhecidas pêlos técnicos envolvidos com o desenvolvimento, de tal modo que seja possível superá-las.
As empresas japonesas também costumam convidar seus fornecedores para participar do processo de
engenharia reversa. Em 1994, a Toyota, após desmontar um modelo da Chrysler que estava previsto para ser
lançado no Japão em 1996, convidou engenheiros e executivos de 240 fornecedo rés para uma exposição
das peças desmontadas, onde os visitantes tinham a oportunidade de trocar ideias com o pessoal da Toyota,
além de analisar, tocar e avaliar as peças por si mesmos.30
DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
Uma vez superadas as fases anteriores, passa-se ao desenvolvimento do produto propriamente dito. O
conceito do produto, que se encontrava pouco desenvolvido, foi-se tornando mais claro no decorrer dos
passos anteriores.
O problema, nessa etapa, é como produzir um produto melhor (do ponto de vista do consumidor) e
que, ao mesmo tempo, possa ser vendido a preços competitivos ou até mesmo mais barato que os
concorrentes. Grande ênfase é atribuída à produção propriamente dita, com menor interferência do
marketing.
Uma parte importante dessa etapa é a inte-ração entre as várias áreas da empresa: pessoal de
marketing, engenheiros, designers, projetistas, pessoal de custos, todos se envolvem simultaneamente no
processo.
COMERCIALIZAÇÃO
Para a empresa japonesa, o produto só está pronto para o lançamento quando se atinge o ideal de
defeitos zero, de tal forma a minimizar os problemas que poderiam ocorrer nas mãos dos consumidores.
Também nesse aspecto há diferenças relevantes da prática ocidental.
o processo japonês é circular, podendo-se usar a figura de uma espiral para descrevê-lo, enquanto
o processo ocidental é linear;
o processo japonês tende a ser mais curto do que o ocidental, já que várias etapas ocorrem
concomitantemente;
o processo japonês está totalmente concluído antes da chegada do produto ao mercado, en-
quanto que o processo ocidental tende a estender-se além do lançamento do produto.
Johansson e Nonaka chamam a atenção para alguns aspectos específicos dos processos ocidental e
japonês dê desenvolvimento de novos produtos. No caso ocidental, salientam, como pontos fortes, a
eficiência e o alcance do desempenho previsto. Já no caso japonês, os aspectos positivos' seriam a rapidez
no desenvolvimento e lançamento, a alta qualidade do produto e a adaptação às necessidades do cliente.32
SUMÁRIODOCAPÍTULO
Existem diversas conceituações de novo produto na literatura de marketing, variando entre duas
posições extremas. O conceito mais amplo é o de que o novo produto seria qualquer tipo de inovação ou
aprimoramento no composto de produto da empresa; o conceito mais restrito e específico é o de que o novo
produto seria apenas aquele inédito, totalmente novo e original.
O sucesso e fracasso de novos produtos têm sido objeto de atenção dos estudiosos de marketing,
tendo-se identificado grande variedade de fa-tores que parecem estar associados ao desempenho dos novos
produtos.
Existem basicamente dois modelos do processo de desenvolvimento de novos produtos, o modelo
ocidental e o modelo japonês. O modelo oci-
dental é normalmente constituído por seis etapas: geração de ideias, seleção de ideias, análise comercial,
desenvolvimento do produto, teste de mercado e comercialização.
O modelo japonês não está constituído por etapas sucessivas, mas muitas vezes concomitantes e
repetitivas. Inclui o entendimento da programação mental do usuário, a engenharia reversa, o
desdobramento da função qualidade, o desenvolvimento propriamente dito e a comercialização. O modelo
japonês seria superior ao ocidental em termos de rapidez no desenvolvimento e lançamento, a alta qualidade
do produto e a adaptação às necessidades do cliente, enquanto o ocidental teria, como pontos fortes, a
eficiência e o alcance do desempenho previsto.