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Faculdade de Medicina
Doenças Infecto Parasitárias e Dermatologia
Dermatologia – Seminário 10
Introdução
Conceito
Como já foi dito, o CBC é uma neoplasia do tipo não-melanoma. Que deriva das
camadas não queratinizadas da pele, ou seja, é comum que surja na camada basal da
epiderme ou dos apêndices cutâneos, como o complexo cutâneo pilo-sebáceo, sendo
constituído por células semelhantes às células basais da epiderme.
O CBC dificilmente entra em metástase, apenas formas muito graves e
resistentes cursam com essa modalidade. Sua morbidade está relacionada a invasão
tecidual que pode destruir tecidos adjacentes à pele. O CBC invade esses tecidos
contíguos por expansões digitiformes irregulares. Podendo a lesão estender-se
superficialmente ou em profundidade, chegando a destruir tecidos contíguos.
Ao exame histológico, podemos notar células basalóides atípicas formando
arranjos periféricos em paliçada, e invasões digitiformes.
Epidemiologia
Sua prevalência é maior a partir da quarta década de vida, com pico na sexta
década em ambos os sexos. Tem distribuição semelhante entre homens e mulheres, mas
é um pouco mais comum no sexo masculino. O número de casos novos de câncer de
pele não melanoma estimados para o Brasil em 2008 é de 55.890 casos em homens e
de 59.120 em mulheres, de acordo com a Estimativa de Incidência de Câncer publicada
pelo INCA. Estes valores correspondem a um risco estimado de 62 casos novos a cada
100 mil homens e 60 para cada 100 mil mulheres, ou seja, mais de 80 mil casos de
CBC.
Os fatores de risco para o CBC são radiação ultravioleta B (exposição solar
intensa e prolongada aumenta o risco desta neoplasia); exposição prévia ao arsênico;
radioterapia; e síndromes genéticas, como xeroderma pigmentoso e a síndrome do nevo
basocelular. A população de risco para o CBC é constituída principalmente por pessoas
de pele e olhos claros, loiros ou ruivos, que apresentam efélides, com dificuldade para
adquirir “bronzeamento” e predisposição para queimaduras solares.
A síndrome do nevo basocelular ou Síndrome de Gorlin é uma doença
hereditária de transmissão autossômica dominante. Com prevalência estimada de
1/57.000 a 1/256.000 pessoas, com uma relação homem:mulher de 1:1. É caracterizada
por carcinomas basocelulares, múltiplos queratocistos odontogênicos e anormalidades
esqueléticas.
Indivíduos que apresentaram ou apresentaram uma lesão de CBC tem maior
risco de desenvolver lesões de CBC em outros locais (35 a 50% dos acometidos
desenvolvem duas ou mais lesões).
O risco de recidiva leva em conta o tamanho e localização das lesões, sendo
divididos em fatores prognósticos de baixo risco e alto risco para recidiva (Tabela 1 -
Retirada de: TOVO, LFR et al. Projeto Diretrizes - Carcinoma Basocelular, 2002).
Estes critérios permitem ao médico escolher a forma de tratamento mais apropriada.
Áreas:
“A” (alto risco para recidiva) - região centromédio facial, palpebral, sobrancelhas, periorbital, nasal,
labial (cutâneo-mucosa), mentoniana, mandibular, pré e retro-auricular, sulcos nasogenianos, epicanto
medial, temporal, pavilhão auricular, genitais, pés e mãos.
“M” (risco médio para recidiva) – região médio-facial, frontal, pescoço, couro cabeludo.
“B” (baixo risco de recidiva) – tronco e membros.
Apresentação Clínica
Tratamento
Prevenção
Embora apresente altos índices de cura, os CBCs tem alta incidência, e merecem
nossa atenção. A exposição ao sol deve ser evitada no período das 10h às 16h, tendo em
vista que a alta exposição à luz solar é considerada o maior fator de risco ao
desenvolvimento da neoplasia. Deve-se utilizar sempre proteção adequada contra o Sol:
chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator de proteção igual ou
superior a 15. Os filtros solares não têm o objetivo de prolongar o tempo de exposição
solar, portanto, mesmo com filtro solar, deve-se evitar o Sol entre as 10 e as 16 horas, e
o filtro deve ser repassados a cada 30 minutos de exposição.
Referências Bibliográficas
TOVO, LFR; FESTA NETO, C; CASTRO, CVB; SAMPAIO, SAP. Projeto Diretrizes
- Carcinoma Basocelular. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de
Medicina em associação à Sociedade Brasileira de Dermatologia. 2002.