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Medindo a eficácia dos treinamentos

Notas de pré e pós-testes ajudam as organizações a monitorarem suas iniciativas de


treinamento

"O treinamento desempenha um papel importante na manutenção da competitividade


de uma empresa dentro do mercado global. Enquanto a maioria das organizações
apóia o uso de treinamentos, muitas delas prestam pouca atenção ao resultado destes,
isto é, se foram eficazes ou não.

Recentemente, os requisitos dos sistemas da qualidade tornaram-se catalisadores, que


direcionam as organizações à análise da eficácia do treinamento. Por exemplo, a QS
9000 estabelece, no elemento 4.18.1: "A eficácia do treinamento deve ser revisada". A
ISO 9001:2000 declara, no elemento 6.2.2: "Avalie a eficácia das ações tomadas". O
assunto também é mencionado no elemento 4.18.2 da ISO TS 16949, a norma
desenvolvida em conjunto pelas montadoras para seus fornecedores.

À luz dessas mudanças, uma organização em que trabalhei conduziu uma comparação
estatística de notas de pré e pós-testes, o que nos mostrou um indicador da eficácia
com que conduzíamos nossos treinamentos internos de auditoria da qualidade.

O curso

O curso consistiu de dois dias de instruções interativas baseadas na ISO 10011, as


diretrizes para auditoria de sistemas da qualidade. Uma equipe de treinamento, com
dois instrutores, facilitou o curso por dois dias e, no terceiro, os participantes
realizaram uma prática de auditoria interna da qualidade, usando as instruções e os
procedimentos da organização.

Antes do primeiro dia, foi administrada uma prova com 50 questões de múltipla
escolha, relacionadas aos nossos objetivos em relação ao curso. Os participantes
receberam instruções para não responderem o que não soubessem, a fim de minimizar
a possibilidade de um participante assinalar uma resposta aleatoriamente e acertá-la.
Após o fim da aula do segundo dia, os participantes fizeram a mesma prova.

O co-instrutor corrigiu o pré-teste do primeiro dia. As notas foram colocadas num


gráfico com uma distribuição de freqüência, e as estatísticas descritivas foram geradas.
A distribuição foi mostrada aos participantes no fim do dia, e o instrutor descreveu a
tendência principal e a taxa de distribuição das notas. O objetivo da classe era reduzir
a variação e mover a distribuição no sentido de que se aproximasse do objetivo (100%
de acerto). O pós-teste foi corrigido na sala de aula pelos próprios participantes, e
suas notas foram colocadas no gráfico, o que permitiu que todos vissem como suas
notas melhoraram, com a correspondente melhoria da variação da distribuição e a
aproximação ao objetivo.
Modificações posteriores

Essa análise foi posteriormente transformada num relatório formal e no gráfico


correspondente, os quais foram enviados pela equipe de instrutores para a
organização, via departamento de treinamento, dando informações sobre a avaliação
da eficácia do treinamento de auditoria interna. As respostas de duas questões
importantes podem determinar se o treinamento foi efetivo:

• A variação na distribuição de notas da segunda prova é menor do que a da primeira?


Uma diminuição do desvio-padrão mostra que o treinamento foi efetivo.

• A tendência principal da distribuição das notas da segunda prova aproximou-se do


valor esperado (50 respostas corretas)? Uma tendência principal mais próxima do
objetivo também indica que o treinamento foi efetivo.

Esse método pode ser usado como evidência objetiva durante uma auditoria do
sistema da qualidade. O elemento 4.18.2 da ISO/TS 16949 assinala: "A eficácia do
treinamento pode ser revisada na prática por vários métodos, como pré e pós-teste". A
QS 9000 declara o mesmo no elemento 4.18.1.

Essa análise por meio de pré e pós-teste foi usada por equipes de treinamento para a
melhoria contínua de processos de auditoria interna. O uso de técnicas estatísticas em
aplicações não-tradicionais ajuda na aceitação desses métodos nas organizações.

Robert Zaciewski
Fonte: Quality Progress, junho de 2001, pág. 104.
Material traduzido por Setec – Consultoria de Interface
Robert Zaciewski trabalha como consultor da qualidade independente, é bacharel em
administração e desenvolvimento organizacional na Spring Arbor College, engenheiro
da qualidade certificado, auditor da qualidade certificado, técnico da qualidade
certificado e inspetor mecânico certificado, sendo ainda auditor de sistemas de
gerenciamento da qualidade certificado pelo RAB

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