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Assim, podemos inferir que o Movimento Negro é a luta dos afro descendentes
para resolver os problemas da sociedade em que vivem – já que estão envoltos por
preconceitos e discriminações raciais que os marginalizam no meio social, no mercado
de trabalho, no sistema educacional e nos meios político e cultural.
As três fases desses movimentos apresentam como ponto de partida a luta pelos
direitos dos negros, diferenciando-se apenas no enfoque dado aos temas e na
organização das pessoas participantes dos grupos. Na primeira fase, são métodos de
luta, por exemplo, a criação de agremiações negras, palestras, atos públicos e
publicações de jornais.
Na segunda fase, há um foco no teatro, na imprensa, nos eventos acadêmicos e
nas ações que visam à sensibilidade da elite branca para os problemas enfrentados pelos
negros no país. Já a terceira fase se apodera de manifestações públicas, imprensa,
formação de comitês de base e movimentos nacionais.
O Movimentos Negro que teve maior expressividade foi a Frente Negra
Brasileira (FNB) - fundada em 1931 por meio de uma forte organização centralizada e
composta por 20 membros - além de milhares de associados e simpatizantes. A FNB,
com grande representatividade política e social, passou a se constituir como um partido
político. A nova fase durou pouco tempo, estendeu-se até 1937 devido à decretação do
Estado Novo (Getúlio Vargas).
Nesta mesma época, todos os partidos políticos foram declarados ilegais e os
movimentos sociais negros precisaram se voltar para outras formas de resistência;
assim, o que sobrou foi a resistência cultural. Como exemplo dessa reivindicação
abraçada à cultura, entra em cena o Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por
Abdias do Nascimento.
Contra o racismo
O maior desafio do Movimento Negro no Brasil é acabar com o preconceito
racial. Essa luta não vem de hoje. O movimento começou a ganhar força na década de
1930, com a Frente Negra Brasileira. Em 1978, foi fundado o Movimento Negro
Unificado, que deu origem a vários grupos de combate ao racismo, como associações de
bairro, terreiros de candomblé, blocos carnavalescos, núcleos de pesquisas e várias
organizações não governamentais.