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estruturado.html

Redes, Guia Prático


Por Carlos E. Morimoto em 1 de abril de 2008 às 02h00

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-------- Cabeamento estruturado

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Cabeamento estruturado
Montar uma rede doméstica é bem diferente de montar uma rede local de 100 pontos em uma
empresa de médio porte. Não apenas porque o trabalho é mais complexo, mas também porque
existem normas mais estritas a cumprir. O padrão para instalação de redes locais em prédios é o
ANSI/TIA/EIA-568-B, que especifica normas para a instalação do cabeamento, topologia da rede e
outros quesitos, que chamamos genericamente de cabeamento estruturado. No Brasil, temos a
norma NBR 14565, publicada pela ABNT em 2001.

A norma da ABNT é ligeiramente diferente da norma internacional, a começar pelos nomes, que
são modificados e traduzidos para o português, por isso vou procurar abordar os pontos centrais
para que você entenda como o sistema funciona, sem entrar em detalhes pedanticos sobre a
norma propriamente dita.

A idéia central do cabeamento estruturado é cabear todo o prédio de forma a colocar pontos de
rede em todos os pontos onde eles possam ser necessários. Todos os cabos vão para um ponto
central, onde ficam os switches e outros equipamentos de rede. Os pontos não precisam ficar
necessariamente ativados, mas a instalação fica pronta para quando precisar ser usada. A idéia é
que a longo prazo é mais barato instalar todo o cabeamento de uma vez, de preferência antes do
local ser ocupado, do que ficar fazendo modificações cada vez que for preciso adicionar um novo
ponto de rede.

Tudo começa com a sala de equipamento (equipment room), que é a área central da rede, onde
ficam os servidores, switches e os roteadores principais. A idéia é que a sala de equipamento seja
uma área de acesso restrito, onde os equipamentos fiquem fisicamente protegidos.

Em um prédio, a sala de equipamento ficaria normalmente no andar térreo. Seria inviável puxar
um cabo separado para cada um dos pontos de rede do prédio, indo da sala de equipamento até
cada ponto de rede individual, por isso é criado um segundo nível hierárquico, representado pelos
armários de telecomunicações (telecommunications closed).

O armário de telecomunicações é um ponto de distribuição, de onde saem os cabos que vão até os
pontos individuais. Normalmente é usado um rack, contendo todos os equipamentos, que é
também instalado em uma sala ou em um armário de acesso restrito.
Além dos switches, um equipamento muito usado no armário de telecomunicações é o patch
panel, ou painel de conexão. Ele é um intermediário entre as tomadas de parede e outros pontos
de conexão e os switches da rede. Os cabos vindos dos pontos individuais são numerados e
instalados em portas correspondentes do patch panel e as portas utilizadas são então ligadas aos
switches:

Patch panel e detalhe dos conectores

Além de melhorarem a organização dos cabos, os patch panels permitem que você utilize um
número muito maior de pontos de rede do que portas nos switches. A idéia é que você cabearia
todo o escritório, ou todo o andar do prédio, deixando todas as tomadas ligadas ao patch-panel.
Se for um escritório novo, provavelmente poucas das tomadas serão usadas de início, permitindo
que você use um único switch. Conforme mais tomadas passarem a ser usadas, você passa a
adicionar mais switches e outros componentes de rede, conforme a necessidade.

Outra vantagem é que com os cabos concentrados no patch panel, tarefas como desativar um
ponto ou ligá-lo a outro segmento da rede (ligando-o a outro switch ou roteador) ficam muito
mais simples.
Os patch panels são apenas suportes, sem componentes eletrônicos e por isso são relativamente
baratos. Eles são normalmente instalados em racks, junto com os switches e outros
equipamentos. Os switches são ligados às portas do patch panel usando cabos de rede curtos,
chamados de "patch cords" (cabos de conexão). Os patch cords são muitas vezes feitos com cabos
stranded (os cabos de par trançado com várias fibras) de forma a serem mais flexíveis.

Cada andar tem um ou mais armários de telecomunicações (de acordo com as peculiaridades da
construção e a distância a cobrir) e todos são ligados a um switch ou um roteador na sala de
equipamento através de cabos verticais chamados de rede primária (eles são também chamados
de cabeamento vertical ou de backbones). Se a distância permitir, podem ser usados cabos de par
trançado, mas é muito comum usar cabos de fibra óptica para esta função.

Na entrada do prédio teríamos ainda a sala de entrada de telecomunicações, onde são


conectados os cabos externos, como linhas de telefones, links de Internet, cabos ligando o prédio
a outros prédios vizinhos e assim por diante:

Temos em seguida a rede secundária (que na norma internacional é chamada de "horizontal


cabling", ou cabeamento horizontal), que é composta pelos cabos que ligam o armário de
telecomunicações às tomadas onde são conectados os PCs da rede. Estes são os cabos
permanentes, que são instalados como parte do cabeamento inicial e continuam sendo usados por
muito tempo.

Como você pode notar, este sistema prevê o uso de três segmentos de cabo:

a) O patch cord ligando o switch ao patch panel.


b) O cabo da rede secundária, ligando o patch panel à tomada na área de trabalho.
c) O cabo entre a tomada e o PC.

Dentro do padrão, o cabo da rede secundária não deve ter mais do que 90 metros, o patch cord
entre o patch panel e o switch não deve ter mais do que 6 metros e o cabo entre a tomada e o PC
não deve ter mais do que 3 metros.
Estes valores foram definidos tomando por base o limite de 100 metros para cabos de par
trançado (90+6+3=99), de forma que, ao usar um cabo de rede secundária com menos de 90
metros, você pode usar um patch cord, ou um cabo maior para o PC, desde que o comprimento
total não exceda os 100 metros permitidos.

Em um ambiente já existente, os cabos podem ser passados através de um teto falso, ou através
das canaletas usadas pelos fios de telefone. Em casos extremos pode ser usado piso falso (piso
elevado), permitindo que o cabeamento passe por baixo. O problema de usar piso falso é que os
suportes são caros. No caso de prédios em construção, é possível incluir canaletas específicas para
os cabos de rede, facilitando o cabeamento:

As salas e os outros ambientes contendo as tomadas, onde ficam os micros, são chamadas de
área de trabalho (work area), já que em um escritório corresponderiam às áreas úteis, onde os
funcionários trabalham. Na norma da ABNT, as tomadas são chamadas de "pontos de
telecomunicações" e não de "pontos de rede". Isso acontece porque o cabeamento estruturado
prevê também o uso de cabos de telefone e de outros tipos de cabos de telecomunicação, não se
limitando aos cabos de rede.

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PRÓXIMO: REDES WIRELESS
ÍNDICE
ANTERIOR: TOMADAS E EMENDAS
• Capa
• Introdução [+ 5]
○ A evolução do cabeamento
○ Padrões
○ ARCNET e Token Ring
○ Uma rápida explicação do modelo OSI
○ Hello World
• Capítulo 1: Cabeamento e dispositivos de rede [+ 37]
○ Padrões Ethernet [+ 4]
 Padrões de 10 megabits
 Fast Ethernet
 Gigabit Ethernet
 10 Gigabit Ethernet
○ Cabeamento [+ 8]
 Categorias de cabos
 Hubs, switches, bridges e roteadores [+ 2]
 Modo full-duplex
 Hubs passivos e splitters
 Fibra óptica [+ 3]
 Preparação e polimento
 Conectores e splicing
 Transceivers
○ Montando a rede [+ 4]
 Crimpando cabos de rede
 Passando os cabos através de dutos
 Tomadas e emendas
 Cabeamento estruturado
○ Redes wireless
○ Power over Ethernet (PoE)
○ Bluetooth
○ Armazenamento externo: DAS e NAS
○ Opções de acesso [+ 13]
 Conexões fixas [+ 5]
 Acesso discado
 ADSL
 ADSL2, ADSL2+ e RE-ADSL2+
 Acesso via cabo
 Outras tecnologias
 Acesso móvel [+ 5]
 GPRS
 EDGE (EGPRS)
 UMTS (3GSM)
 1xrtt (CDMA 2000)
 EVDO
 WiMAX
• Capítulo 2: Configurando a rede [+ 41]
○ Endereços, máscaras e DHCP [+ 6]
 Endereço IP
 Máscara de sub-rede
 Default gateway
 DNS
 DHCP
 NAT
○ Configurando a rede no Windows [+ 8]
 No Windows XP
 No Vista
 Compartilhamento de arquivos e impressoras [+ 3]
 No Windows XP
 No Vista
 Vista x Samba
 Compartilhamento de conexão e conexões de ponte
 Comandos
○ Configurando a rede no Linux [+ 9]
 Ubuntu
 Fedora
 Mandriva
 Acesso a redes Windows
 Configurando a rede manualmente [+ 2]
 DHCP
 Arquivos de configuração
 Usando um DNS local
 Acesso discado no Linux
○ Configurando o modem ADSL [+ 4]
 O básico
 Conexão
 Bridge x roteador
 Roteamento de portas
○ Serviços de DNS Dinâmico
○ Dual WAN routers
○ Acessando via celular [+ 7]
 Conectando com um modem USB [+ 2]
 No Windows
 No Linux
 Conectando via Bluetooth [+ 2]
 No Windows
 No Linux
 Dicas para economizar banda
• Capítulo 3: Redes Wireless [+ 34]
○ Alcance e interferência
○ Padrões [+ 5]
 802.11b e 802.11a
 802.11g
 Super G e Afterburner
 802.11n
 Segurança
○ Aumentando o alcance [+ 5]
 Antenas
 Calculando a potência de transmissão e de recepção
 Cabos e conectores
 Medindo o sinal
 Usando repetidores
○ Configurando o ponto de acesso [+ 4]
 Opções básicas
 Parâmetros da rede
 Opções avançadas
 Segurança
○ Configurando a rede wireless no Windows
○ Configurando a rede wireless no Linux [+ 11]
 Configurando a rede wireless manualmente
 Usando o wpa_supplicant [+ 4]
 Ativando o wpa_supplicant no boot
 Opções avançadas
 Criando um script de configuração
 Instalando drivers e solucionando problemas
 Usando o Ndiswrapper [+ 3]
 Instalando
 Carregando o driver
 Interfaces
 Placas com chipset Ralink
○ Configurando uma rede wireless Ad-Hoc [+ 2]
 No Windows
 No Linux
• Capítulo 4: TCP/IP, endereçamento e portas [+ 16]
○ CIDR e Máscaras de tamanho variável
○ Portas TCP e UDP
○ ICMP
○ ARP
○ Frames e Pacotes [+ 1]
 Jumbo Frames
○ Entendendo o IPV6 [+ 6]
 Endereçamento
 A divisão rede/host
 Compatibilidade
 As faixas de endereços reservadas
 Um exemplo prático
 Mais detalhes
○ Outros protocolos [+ 2]
 NetBEUI
 IPX/SPX
• Capítulo 5: Segurança e utilitários [+ 20]
○ As dicas gerais [+ 6]
 Ataques comuns [+ 5]
 Exploits
 Trojans
 Eavesdropping
 Phishing
 Denial of Service (DoS)
○ Firewalls [+ 4]
 Windows Firewall
 Comodo
 Firestarter [+ 1]
 Executando com um usuário separado
○ Usando o Nmap
○ Usando o Nessus
○ Usando o Wireshark [+ 1]
 ARP poisoning e MAC flooding
○ Segurança em redes Wireless [+ 3]
 Usando o Kismet
 Quebrando o WEP
 Quebrando o WPA ou WPA2
• Capítulo 6: Colocando em prática [+ 30]
○ Usando o VNC [+ 4]
 No Windows
 No Linux
 Login automático
 Conexões reversas
○ Usando o Windows Terminal Server (WTS) [+ 4]
 Ativando o serviço
 Clientes Windows
 Clientes Linux
 Mais dicas
○ Usando o SSH [+ 3]
 Problemas comuns
 SSH no Windows
 Transferindo arquivos
○ Configurando um servidor Linux doméstico [+ 4]
 Compartilhando a conexão
 Adicionando um proxy transparente
 Adicionando um servidor DHCP
 Servidor de arquivos para a rede local
○ Configurando um servidor Windows [+ 4]
 Servidor de arquivos
 DHCP e Wins
 Servidor DNS
 Active Directory
○ Configurando um NAS doméstico com o FreeNAS [+ 4]
 Instalação
 Configuração inicial
 Serviços e compartilhamentos
 RAID
○ Desktop com 3 micros e três monitores

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