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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo entender como se processa a formação


continuada de professores no município de Uberlândia, Minas Gerais, com foco especial
na modalidade à distância, buscando entender porque grande parte dos profissionais de
ensino não se capacita continuamente e tentando descobrir o impacto dessa falta de
capacitação no processo ensino aprendizagem, tendo em vista que o município garante
tempo e espaço para a formação continuada de seus educadores. Para tanto, além de um
estudo teórico sobre o tema, a proposição de um questionário a um número determinado
de professores (100) e a análise dos dados coletados, bem como cruzamento de
informações serão utilizados como instrumentos para se propor ações que visem uma
maior procura pelos cursos de formação continuada por parte dos professores do
município em questão.

O capítulo 01, intitulado “Entendo a questão”, é caracterizado pelas referências


teóricas que embasaram este trabalho, por isso as citações de diversos autores
estudiosos dos temas aqui abordados. Além do embasamento teórico, o capítulo também
tem como finalidade discorrer sobre a estrutura oferecida atualmente no município para
a formação continuada de professores. O capítulo 02, “Análise dos dados coletados”,
como o próprio título indica, destina-se à observação minuciosa das informações obtidas
através dos questionários respondidos pelos professores entrevistados e tem como
objetivo, realizar um levantamento acerca da formação continuada na rede municipal de
ensino de Uberlândia, MG, nos dias atuais. Nas “Conclusões e trabalhos futuros”,
destacam-se o que foi assimilado após o embasamento teórico, a contextualização do
problema estudado e a análise dos dados coletados por meio dos questionários
oferecidos aos professores. No final deste trabalho, estão indicadas as “Referências”
digitais e bibliográficas , seguidas pelos “Anexos” relevantes no desenvolvimento desta
monografia.

JUSTIFICATIVA

As avaliações sistêmicas utilizadas pelos governos em diferentes escalas para


medir o desenvolvimento escolar dos alunos (SIMAVE, PROEB e PROVA BRASIL) e
seus resultados denunciam um baixo desempenho escolar da maioria das escolas

1
públicas do município de Uberlândia, Minas Gerais. Como diversas instituições no
município promovem cursos de formação continuada de professores, além de a
Secretaria Municipal de Educação, em sua avaliação de desempenho, utilizar como
pontuação extra a participação em tais cursos, é possível concluir que esses não
influenciam satisfatoriamente no resultado dessas avaliações, ou seja, não demonstram
mudança na prática pedagógica dos professores. Muito se fala sobre o uso de novas
tecnologias tanto na sala de aula, quanto na formação de professores como uma forma
de superação dessas dificuldades.

Partindo-se dessa observação, questiona-se:

 Qual a finalidade do oferecimento dos cursos de formação continuada


para professores?

 Os cursos de formação continuada realmente cumprem aquilo que


prometem, ou seja, fornecem subsídios para que o professor possa
melhorar sua prática em sala de aula?

 Os promotores dos cursos de formação continuada consultam os


professores previamente para elaborar seus cursos?

 Qual a melhor maneira de se construir cursos de formação continuada?

 De que maneira as Tecnologias de Informação e Comunicação,( TIC’s)


podem favorecer uma melhora qualificativa nos cursos de formação
continuada de professores?

 De que forma a EAD pode contribuir para uma efetiva apropriação de


conhecimento por parte dos professores que participam de cursos de
formação continuada?

Diagnosticar o cenário atual é importante para que se avalie a Educação à


Distância (EAD) no município de Uberlândia. Sendo assim, este trabalho serve como
instrumento no planejamento de novas ações que favoreçam o acesso e a adesão de mais
docentes aos cursos de formação continuada, em especial, os de EAD, visto que estes
cursos capacitam melhor os educadores, suprem carências e preenchem lacunas do
processo de formação a fim de estreitar a relação professor-aluno e fornecer subsídios
para uma formação inclusiva e total do cidadão. Busca-se, portanto, uma fusão de

2
saberes em uma direção única - atender o estudante, estar próximo dele, ainda que,
fisicamente em espaços diferentes. Difundir a EAD, quebrar resistências e gerar novas
formas de entender a tecnologia a favor da educação, retirando a mesma do papel de
vilã e elegê-la como uma das mais fortes aliadas do professor é o grande desafio da
formação continuada e da EAD no município de Uberlândia.
Responder a estas questões é, portanto, um bom instrumento na busca de ações
voltadas para a melhoria da participação dos professores nos cursos de formação
continuada, presenciais ou à distância não apenas no município de Uberlândia, mas,
com este estudo disponibilizado via internet, a todos que dele puderem se utilizar de
maneira positiva.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada na realização deste trabalho consiste basicamente de


uma pesquisa bibliográfica a qual garantirá o embasamento teórico sobre os temas
abordados além de fornecer subsídios para a análise dos dados coletados por meio de
um questionário oferecido a 100 professores da rede municipal de ensino de Uberlândia.
A tabulação dos dados coletados via questionário permitirá conhecer peculiaridades de
como os professores daquela região entendem a formação continuada, em especial na
modalidade à distância, e permitirá a construção de propostas de ação voltadas para um
aumento da participação dos professores municipais nos cursos de formação continuada.

3
Capítulo01

ENTENDENDO A QUESTÃO

4
Capítulo 01

ENTENDENDO A QUESTÃO

01.1 - CONHECENDO MELHOR A FORMAÇÃO CONTINUADA DE


PROFESSORES E A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

O Ensino à distância é uma ferramenta de ensino que surgiu como forma de


resgatar conhecimentos prévios que, por motivos diversos, não foram adquiridos
durante o processo educacional dos cidadãos. A falta de estrutura adequada, o pouco
acesso à informação, a má distribuição de renda, enfim, diversos fatores influenciam na
má formação e má qualificação de muitos brasileiros que têm no ensino à distância um
recurso para a correção dessas deficiências estruturais.

A mobilidade de estudos, a flexibilidade de horários, os recursos audiovisuais e


o fácil acesso aos conteúdos são pontos fortes em prol dessa modalidade educativa.
Embora a distância entre aluno e professor (tutor) cria a falsa idéia de solidão, de
desamparo e de uma liberalidade inexistente sobre o material produzido, a superação de
tais lacunas pode transformá-la em uma poderosa força na melhoria da formação
continuada não apenas de professores, mas de todos os segmentos da educação.

Pode-se consistir um erro considerar o ensino à distância como instrumento de


formação para todas as áreas do conhecimento e todas as idades, uma vez que isso
depende de certos requisitos como maturidade, responsabilidade e certo domínio das
ferramentas digitais. Na EAD, é necessário ter sempre em mente que é o aluno quem
constrói o próprio conhecimento, o tutor, o professor e a plataforma apenas orientam e
direcionam por onde começar e até onde se pode ou se deve chegar.

Agora, quando se trata de um complemento ao trabalho em sala de aula, de um


incremento aos recursos escolares, sem dúvida a EAD é ferramenta de grande valia,
uma vez que atua no educando de maneira diferente da aula tradicional, conhecida
pejorativamente como “cuspe e giz”. Som, imagem, movimento, liberdade de ação
podem ser atrativos de grande monta no processo de construção do conhecimento desde
que as ações estejam bem preparadas e orientadas por professores e tutores. Desde jogos
didáticos no “Visual-Class” ou no “Everest” (softwares mais utilizados na criação de
atividades educativas atualmente) passando por “webquest´s” (metodologia de pesquisa
orientada, em que quase ou todos os recursos utilizados são provenientes da rede mundial de

5
computadores, a World Wide Web) e montagens de vídeos e postagens em blogs os alunos
se sentem mais estimulados a pesquisar os temas propostos em sala de aula. Cabe a nós
educadores buscar nessa infinidade de informações e recursos que se nos mostram a
cada instante em nosso cotidiano o que de melhor pode ser utilizado no processo ensino-
aprendizagem. A novela, o celular, o twiter, a revista e o jornal (por que não?), o rádio e
tudo mais que sirva de estímulo ao aluno não deve ser ignorado pelo professor no
cotidiano escolar.

Entender a estrutura da EAD, planejar e divulgar cursos de aperfeiçoamento e


capacitação, a exemplo do Ambiente Colaborativo de Aprendizagem do Ministério da
Educação (e-Proinfo), são formas eficazes de se difundir a Educação à Distância no
Brasil a fim de se aproximarem todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem
de seu alvo comum: a construção do conhecimento.

Os avanços tecnológicos, a globalização da economia, o desenvolvimento dos


meios de comunicação, colocam a escola perante novos desafios, em especial as
instituições formadoras as quais devem repensar a preparação desse profissional, com o
qual trabalhará mediante essa nova realidade: a tecnologia digital. Como se pode
ratificar com o pensamento de MASETTO (2003, p.74):

“A relação entre o professor e aluno deixa de ser vertical e de imposição cultural e


passa a ser de construção em conjunto de conhecimentos que se mostrem significativos
para os participantes do processo, de habilidades humanas e profissionais e de valores
éticos, políticos, sociais e transcendentais”

Na educação à distância, segundo PALLOFF e PRATT (2002, p.26):

“O surgimento do computador para o propósito de educar criou uma


redefinição do que se quer dizer quando se fala em educação a distância”.

Para LYNCH e CORRY (1998):

“uma das dificuldades para se capacitar o corpo docente para a educação à distância
é o fato de que esta não é apenas um estilo de educação, mas um conjunto de estilos
dependentes de diversas mídias e métodos. Preparar professores para ensinar em

6
diversos contextos à distância com diversos meios de comunicação requer tanto
métodos genéricos quanto específicos a cada meio. Aqui os autores parecem
especialmente preocupados com o conhecimento técnico/ tecnológico esperado do
professor à distância.”

Essa nova forma de se pensar o mundo e, em particular, a educação, causou


certo desconforto nos chamados “tradicionalistas”, gerando resistências quanto à
utilização das TIC’s no processo ensino-aprendizagem, sobretudo em relação às mídias
digitais. No Brasil, a produção de conhecimento sobre ambientes virtuais de
aprendizagem apareceu no final da década de 90, ganhou corpo por volta de 2006 e está
crescendo a cada ano. A produção de livros sobre o tema, em geral, configura-se como
coletâneas de artigos com resultados de pesquisas desenvolvidas com AVA (Ambientes
Virtuais de Aprendizagem) em ambientes acadêmicos.
Prova disso é que apenas em dezembro de 2005 é que a EAD no país recebeu
uma legislação específica. Antes disso, existiam trabalhos, iniciativas, cursos como os
da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), uma das pioneiras no ensino a
distância no Brasil, porém sem parâmetros definidos e, consequentemente, sem o apoio
necessário a seu pleno desenvolvimento.
Para que a EAD se fortaleça como ação educacional, ou melhor, para que atinja
o maior público possível e se efetive como um a ferramenta eficiente na melhoria da
educação nacional, faz- se necessário repensar esse ambiente tradicional da educação
brasileira, a partir do uso das tecnologias de informação e comunicação nas práticas
pedagógicas, a fim de avançar na reconstituição de uma proposta educacional capaz de
superar a fragmentação dos saberes a partir de um planejamento e ação colegiados,
desde a origem dos projetos até sua execução e avaliação. Não se pode perder de vista
que, conforme LITWIN (2001, p.21):

“O desafio permanente da educação a distância consiste em não perder de vista o


sentido político original da oferta, em verificar se os suportes tecnológicos utilizados
são os mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos, em identificar as
propostas de ensino e a concepção de aprendizagem subjacente e em analisar de que
maneira os desafios da ‘distância’ são tratados entre alunos e docentes e entre os
próprios alunos... O verdadeiro desafio continua sendo o seu sentido democratizante, a
qualidade a proposta pedagógica e de seus materiais.“

7
Para Santos (SANTOS, 2003, p. 2), todo ambiente virtual pode ser considerado
um ambiente de aprendizagem desde que esta seja entendida

“como um processo sócio-técnico onde os sujeitos interagem na e pela cultura


sendo esta um campo de luta, poder, diferença e significação, espaço para
construção de saberes e conhecimento.”

Favorecer a criação desses ambientes, bem como difundi-los e democratizar o


acesso aos mesmos faz-se essencial melhoria efetiva da formação de professores e, por
conseguinte, na melhoria da qualidade do ensino no Brasil.

01.2 - ANALISANDO O CENÁRIO ATUAL

O município de Uberlândia dispõe de um local exclusivamente destinado à


formação de professores, o CEMEPE – Centro Municipal de Estudos e Projetos
Educacionais Julieta Diniz, o qual organiza a grade horária dos professores para que se
assegure um dia na semana em que todos os educadores de cada disciplina participem
dos cursos oferecidos pelo CEMEPE. Embora o município garanta tempo e espaço
adequados para a formação continuada de seus profissionais, a estrutura é subutilizada,
a quantidade de participantes fica muito aquém da capacidade do CEMEPE. Estudar
este fato, saber por que isso acontece sob o olhar dos profissionais da rede municipal de
ensino é importante meio para reverter este quadro.

Compartilhando com a ideia de NÓVOA (1992), segundo a qual “[...] a


maneira como cada um de nós ensina depende daquilo que somos como pessoa. É no
ser que definimos o nosso fazer”, é preciso levar em consideração as condições em que
se processa a formação de professores no Brasil para entender o que ocorre na
conjuntura atual. Como muitos autores afirmam o professor, ao ensinar, traz consigo um
conjunto de vivências, informações, conteúdos, valores, conceitos e mesmo pré
conceitos, chamados saberes da docência. Isso vai desde o conteúdo específico, o
conhecimento pedagógico geral, o conhecimento pedagógico do conteúdo que incluem
a experiência, o conhecimento dos alunos e suas características, o conhecimento do
contexto educacional e dos fins educacionais. Tais saberes se formam a partir dos

8
conhecimentos construídos antes e durante sua formação inicial e em outros espaços de
formação e reconstruídos pelo mesmo no decorrer de sua prática.

BELLONI (1999) destaca que, atualmente,

“um dos principais desafios da educação é capacitar os alunos (professores 1) a


continuarem sua própria formação ao longo da vida profissional, já que, em função
das rápidas mudanças no mundo contemporâneo, eles podem ter de exercer funções
ainda inexistentes. Do mesmo modo, a formação inicial de professores também deve
prever a sua capacitação para uma educação continuada, além de prepará-los para a
inovação tecnológica e suas consequências pedagógicas - seja para o ensino presencial
ou à distância.”

Partindo-se do que se evidencia pode-se concluir que a formação inicial não é o


produto acabado e pronto, mas uma parte do desenvolvimento profissional, ou seja, a
formação do professor se processa sempre de forma continuada. Assim como já
afirmava Freire: “A educação não é, a educação está sendo”, segundo (PONTE, 2006,
p.3),

[...] a formação tende a ser vista como um movimento de fora para dentro, cabendo ao
professor assimilar os conhecimentos e a informação que lhe são transmitidos,
enquanto que no desenvolvimento profissional o movimento é de dentro para fora,
cabendo ao professor as decisões fundamentais relativamente às questões que quer
considerar, aos projetos que quer empreender e ao modo como os quer executar. Por
isso mesmo, na formação atende-se principalmente àquilo em que o professor é
deficiente e no desenvolvimento profissional dá-se especial atenção às suas qualidades.
Além disso, a formação tende a ser vista de modo compartimentado, por assuntos ou
por disciplinas, enquanto o desenvolvimento profissional implica o professor como um
todo nos seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais. A formação tende a partir da
teoria e frequentemente não chega a sair da teoria, ao passo que o desenvolvimento
profissional tende a considerar a teoria e a prática de uma forma interligada. Aponto
ainda que o desenvolvimento profissional envolve necessariamente a combinação de
processos formais e informais. O mais importante é que o professor deixa de ser objeto
para passar a ser sujeito da formação.

Observando tudo isso, é plausível afirmar que a formação continuada não deve
ser entendida como um fim em si mesma, mas antes como um recurso ao serviço da

1
Destaque meu

9
inovação e da melhoria da qualidade do ensino e da educação, uma aliada do professor
tanto em seu desenvolvimento profissional quanto em seu crescimento pessoal, uma vez
que possibilita a redução de situações de desgaste e frustração do docente com alunos
desmotivados e, por conta disso, muitas vezes indisciplinados. Uma ferramenta capaz de
torná-lo um professor que se permita desconstruir e reconstruir significados e que esteja
livre de quaisquer preceitos que “amarrem” seu pensar, favorecendo assim que seus
alunos vejam o mundo e a si mesmos, assumam riscos, problematizem, reflitam,
decidam o melhor caminho a seguir, enfim, sejam também sujeitos de sua própria
história.

10
Capítulo 02

A EAD VISTA PELOS PROFESSORES DAS


ESCOLAS MUNICIPAIS DE UBERLÂNDIA

Capítulo 02

11
A EAD VISTA PELOS PROFESSORES DAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DE UBERLÂNDIA

Foi oferecido aos professores da rede municipal de ensino da cidade de


Uberlândia, Minas Gerais, um questionário com o claro intuito de diagnosticar a adesão
à EAD no município e as causas de suas possíveis recusas ou mesmo aceitação, quais os
principais entraves para a formação continuada de professores a partir da modalidade
em questão e quais os anseios dos mesmos em relação a esta questão. O questionário
com 16 perguntas objetivas foi oferecido a cem profissionais da rede municipal de
ensino e as figuras representam os gráficos obtidos a partir dos dados coletados.

02.1 – ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Faixa etária
9% 2% 5%
12%

44% 28%

20a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 50 acima de 51

1- faixa etária:

Os dados coletados permitem observar a maioria dos professores entrevistados


possuem idade superior a 40 anos. A partir do cruzamento com outros indicadores,
percebeu-se que quanto maior a idade, menor é a participação em cursos à distância.

12
14% 2%

Não
35%
1
2
0
3
25%
mais de 3

16%

02- participação em cursos de formação continuada:

Como se pode perceber a participação em cursos de formação continuada dentre


os entrevistados acontece, mas está em quantidade mínima, tendo em vista que a
maioria dos entrevistados tem mais de 40 anos de idade.

10%
11%
Não, nenhum
45%
Sim, todos
Apenas a maioria
a maioria deles
34%

03- Contribuição dos cursos de formação continuada na melhoria da qualidade do


trabalho do professor:

A figura acima representa uma resposta um tanto contraditória. Embora grande


parte dos entrevistados concorde que a maioria dos cursos de formação continuada
auxiliam na melhoria da qualidade do professor, esse dado se contradiz com o fato da
maioria desses professores assumirem ter participado de poucos cursos com esse
objetivo. Possíveis respostas à dificuldade de participar dos mesmos seriam, entre
outros fatores, a falta de incentivo governamental, a falta de preparo dos participantes, a
falta de tempo.

13
16%

Não
Sim

84%

04- O município proporciona tempo e espaço adequados à formação continuada:


A figura em questão reforça o que foi questionado na observação da figura
anterior. O município fornece tempo e espaço para que haja formação continuada. O
que acontece então?

17% 4%
11%

68%

Não, nenhum Sim, todos Apenas alguns A maioria

05- Coerência entre os cursos oferecidos e a proposta curricular do município:


Uma das respostas à questão levantada na análise da figura 03 pode estar
representada pela figura acima. Poucos profissionais vêem coerência entre a maior parte
dos cursos oferecidos e a proposta curricular do município, o que desmotiva a
participação nos mesmos.

14
1% Nenhuma
67% 99% Telecurso
Graduaçõa
Pós-graduação
Capacitação profissional
85%
64% Técnico Profissional
Outros
87%

06- modalidades de cursos de educação à distância de conhecimento dos


professores:

Todos os entrevistados reconheceram ter ciência de algum tipo de curso de


formação à distância, embora, como a figura abaixo representa, considerem a baixa ou
má divulgação dos mesmos por parte do município um dificultador para sua
participação.

13%

Sim
Não

87%

07- sobre a divulgação do município em relação aos cursos de EAD oferecidos

15
5%
20%
Não
01 vez
02 vezes
53%
Mais de 02 vezes
22%

08- participação dos professores em cursos de formação à distância:

A pouca divulgação, como já citado acima, aliada à idade dos entrevistados


podem ser o motivo pelo qual a maioria, 55%, ainda não participado de nenhum curso
de formação continuada à distância.

6%
27%
28% Sim, sempre
Não, nunca
Quase nunca
Quase sempre

39%

09- sobre a qualidade do suporte oferecido:

Outro agravante detectado está no fato de a grande maioria dos entrevistados não
considera como de qualidade o suporte oferecido aos cursos à distância.

16
26% 22%
Ruim
Péssima
Bom
13% Regular
35% Órima
24%

10- sobre a didática dos profissionais que formam professores:

A maioria dos entrevistados classifica como ruim ou péssima a didática dos


profissionais que ministram cursos de formação continuada, o que também pode ser um
agravante que desestimula os professores a participar de outros cursos de formação
continuada.

10%

22%
Sim
Não
ás vezes
68%

11- sobre a influência da EAD no desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e


investigação científica:

Os entrevistados demonstraram, por meio de suas respostas que os cursos


oferecidos nem sempre influenciam seus participantes a desenvolverem trabalhos de
pesquisa ou investigação científica. Isso reforça a tese de que os cursos são
desestimulantes para quem deles participa.

17
24%

Sim
Não

76%

12- sobre a contribuição dos cursos de formação continuada na mudança de


práticas pedagógicas ou na reformulação dos PPP´s (Projetos Político-
Pedagógicos):

Mais um dado determinante, a maior parte dos entrevistados não vê influência da


participação nos cursos de formação continuada na mudança de sua prática pedagógica
ou mesmo na reformulação dos projetos políticos pedagógicos de que participem.

10% 12%

Irrelevante
Pouco relevante
Importante
41% 37% Essencial

13- visão sobre o uso de diferentes mídias no processo ensino-aprendizagem:

A figura acima demonstra que o grupo de entrevistados se mostrou bastante


dividido, no que diz respeito ao uso de mídias no processo ensino-aprendizagem. Esta
pergunta foi apresentada com a finalidade de se relacionar o estudo com o curso que
motivou esta monografia “mídias em educação”.

18
Suprem plenamente as
necessidades
profissionais para o
execício de suas
5% funções
20%
Suprem razoavelmente
as necessidades dos
profissionais para o
exercício de suas
funções
Não suprem as
necessidades dos
75% profissionais para o
exercício de suas
funções

14- sobre o suprimento das necessidades profissionais através da EAD:

Para os entrevistados, suas necessidades podem ser razoavelmente supridas por cursos
Educação à Distância. Perguntas anteriores demonstram que a pouca participação nesses cursos
se devem a outros fatores já observados, como a falta de divulgação, o suporte oferecido e ,
como a figura seguinte representa, a pouca contribuição desses cursos, no ponto de vista dos
entrevistados, na valorização profissional dos mesmos.

4%
Não
32%
Sim, de forma pouco
significativa
64% Sim, de forma bastante
significativa

15- sobre a contribuição dos cursos de formação continuada na valorização dos


professores:

Esta figura representa a o que foi citado na observação anterior: os entrevistados não se
vêem valorizados profissionalmente por participarem de cursos de formação continuada.

19
18% Não
34%

Sim, de forma pouco


significativa
Sim de forma bastante
48% significativa

16- sobre a influência da capacitação dos professores no desempenho dos alunos


em avaliações sistêmicas:

Enfim, a análise das respostas à última pergunta do questionário é crucial para se


afirmar que, do ponto de vista da maioria dos entrevistados, a capacitação profissional é
pouco significativa na melhoria do desempenho dos alunos nas avaliações sistêmicas.
Consequentemente, essas avaliações refletem na valorização profissional e, como os
envolvidos não vêem influência dessa capacitação no desempenho escolar dos alunos,
novamente não se sentem estimulados a participar dos cursos de formação continuada.

02.2- AMARRANDO AS IDEIAS

A análise dos resultados obtidos permite diagnosticar que uma quantidade


significativa de professores do município de Uberlândia, embora tenham condições de
participar de cursos de formação continuada, não o fazem ou não vêem sentido em fazê-
lo por duas razões principais: não encontrarem aplicações em sala de aula do que é
ministrado nos cursos oferecidos, não serem estimulados através de um plano de
carreira que valorize efetivamente sua formação continuada. Outro ponto crucial se dá
ao fato registrado pelo gráfico representado na figura abaixo:

20
Relação idade - participação em cursos de
EAD
34%
35%
30%
25% 20%
18%
20% 15%
15%
8%
10% 5%
5%
0%
20 a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 50 acima
de 51

Como se pode perceber pelo cruzamento de informações, quanto maior a faixa


etária, menor é a participação em cursos de formação continuada, em especial na
modalidade EAD. Isso leva a crer que ainda há resistências quanto ao uso das TIC´s no
processo ensino-aprendizagem. Fatores como a pouca divulgação dos cursos por parte
do município somam-se às demais dificuldades e fazem com que o alcance da formação
continuada permaneça aquém da necessidade do sistema educacional.
"Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das
telecomunicações e da informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria
inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos
informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação,
aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada. Não se
pode mais conceber a pesquisa científica sem uma aparelhagem complexa que
redistribui as antigas divisões entre experiência e teoria. ". (LÉVI, 2004)

Considerando as idéias de LÉVI e pensando na melhoria e ampliação da EAD


como instrumento de formação continuada de professores favorecendo a criação de
diferentes ambientes de aprendizagem, mais estimulantes. Considerando também a
opinião coletada entre profissionais que compõem a rede municipal de ensino de
Uberlândia, percebe-se a necessidade de se aproveitar melhor o que está sendo
oferecido e isso parte desde o planejamento dos cursos, buscando atender aos anseios
profissionais, passando pelo suporte oferecido aos professores que deles participarem e
culminando com uma maior e mais eficiente divulgação dos cursos, tanto dos já

21
existentes quanto dos que serão formados. Quanto ao oferecimento de tempo e espaço
por parte do município para que ocorra a formação continuada, o professor não vê tal
fato motivador e declara, através das respostas ao questionário, a necessidade de ser
mais valorizado profissionalmente pelo poder público municipal.

22
CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

23
CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

A organização do planejamento de cursos de formação continuada, em especial


na modalidade EAD, pensado na perspectiva do município de Uberlândia, precisa,
portanto, envolver uma equipe multidisciplinar, visto que a todas as necessidades do
processo precisam ser atendidas e isso vai desde pensar o conteúdo dos cursos, sua
relação com os parâmetros curriculares do município, sua aplicação prática no
desempenho profissional daqueles que dele participam, o perfil do profissional que se
quer formar, a pesquisa que justifique o oferecimento do curso, a adequação de
tecnologias para elaboração de materiais e disponibilização de conteúdos de maneira
adequada até a formação dos tutores aos quais caberá o atendimento ao professor –
educando e, não deixando de lado, a valorização real dos profissionais que buscam a
capacitação constante.

24
REFERÊNCIAS

25
REFERÊNCIAS

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26
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SELTZER, Waldemar W. Computadores na Educação: Por que, Quando e Como. 5º


Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Porto Alegre, RS, Campus PUCRS,
1994, 290 p.

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ANEXOS

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Questionário de pesquisa
(favor não se identificar)

01- Qual sua faixa etária?

Entre 20 e 25 anos

Entre 26 e 30 anos

Entre 31 e 35 anos

Entre 36 e 40 anos

Entre 41 e 45 anos

Acima de 45 anos

02- Você já participou de algum curso de formação continuada?

Não

01

02

03

Mais de 03

03- Os cursos dos quais você participou contribuíram qualitativamente no exercício de sua
profissão?

Não, nenhum

Sim, todos

Apenas a minoria

A maioria deles

04- O município proporciona tempo e espaço para a formação continuada de seus


professores?

Sim

Não

05- O município oferece cursos de formação continuada coerentes com sua proposta
curricular?

Não, nenhum

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Sim, todos

Apenas alguns

A maioria deles

06- Quais modalidades de cursos á distância você conhece?(marque mais de uma, se for o
caso)

Nenhuma

Telecurso

Graduação

Pós – graduação

Capacitação profissional

Técnico profissionalizante

07- A oferta de cursos de formação continuada é amplamente divulgada pelo município?

Sim

Não

08- Você já participou de algum curso de formação à distância?

Não

01

02

Mais de 02

09- O suporte oferecido aos cursos de formação continuada ( material, tempo, tutoria,
instalações, plataforma..) é satisfatório?

Não, nunca

Sim, sempre

Quase nunca

Quase sempre

10- Quanto à didática dos profissionais que ministram os cursos d formação continuada
(presenciais ou não), você a considera:

Péssima

Ruim

Regular

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Boa

Ótima

11- Para você, os cursos à distância favorecem o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa


e investigação científica?

Não

Sim

Às vezes

12- Para você, os cursos de formação à distância contribuem para mudanças na prática
pedagógica ou mesmo na reestruturação do Projeto Político Pedagógico?

Sim

Não

13- Como você vê o uso de tecnologias (TIC´s) no processo ensino-aprendizagem?

Irrelevante

Pouco relevante

Importante

Essencial

14- Na sua opinião, os cursos de formação continuada à distância:

Suprem plenamente as necessidades dos profissionais para o exercício de suas


funções.

Suprem razoavelmente as necessidades dos profissionais para o exercício de suas


funções.

Não suprem as necessidades dos profissionais para o exercício de suas funções.

15- Na sua opinião, a formação continuada contribui para a valorização profissional?

Não

Sim, mas de forma pouco significativa

Sim, de forma bastante significativa

16- Para você, a capacitação continuada dos professores influencia positivamente no


desempenho dos alunos nas avaliações sistêmicas?

Não

Sim, mas de forma pouco significativa

Sim, de forma bastante significativa

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