Professional Documents
Culture Documents
Luciano Costa
Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará, mestre em Direito do Estado pela
Universidade da Amazônia, professor de Sociologia do Crime e da Violência do
Instituto de Ensino de Segurança Pública do Pará (IESP), professor de Direito Penal da
Faculdade do Pará (FAP), professor convidado da UFPA no Curso de Especialização
em Segurança Pública e Direito Administrativo Disciplinar da Escola de Governo do
Estado do Pará (EGEPA).
SUMÁRIO
I- INTRODUÇÃO
II- ANTECEDENTES CONSTITUCIONAIS
III- CONCEITO E OBJETIVO DO ESTÁGIO
IV- ESTÁGIO ROBATÓRIO E ESTABILIDADE
V- O ESTÁGIO PROBATÓRIO NA POLÍCIA CIVIL
VI- AS FASES DO ESTÁGIO PROBATÓRIO NA POLÍCIA CIVIL
VII- O CUMPRIMENTO DE NOVO ESTÁGIO PROBATÓRIO
VIII- A RECONDUÇÃO AO CARGO ANTERIOR
IX- A VEDAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
X- ESTÁGIO PROBATÓRIO E LICENÇA SAÚDE
XI- ESTÁGIO PROBATÓRIO E O EXERCÍCIO DE CARGO COMISSIONADO
XII- VEDAÇÃO NA PARTICIPAÇÃO DE COMISSÃO DE PAD
XIII- ESTÁGIO PROBATÓRIO E APOSENTADORIA
XIV- ESTÁGIO PROBATÓRIO E EXONERADO DO CARGO
I- CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS
A Carta Federal de 1946, em seu artigo 188 fixou o período de dois anos
para a averiguação das habilidades do funcionário público, após ingresso por
concurso, e cinco, para os funcionários efetivos nomeados sem concurso.
Por seu turno, a Constituição de 1967, em seu artigo 100 estipulou que a
estabilidade estaria segura após o transcurso de dois anos para os funcionários
nomeados por concurso.
Já o legislador de 1988, mais cauteloso, elasteceu o tempo do período de
provas para três anos e exigiu que ele seja cumprido ininterruptamente no exercício do
cargo. Além disso, para os servidores já estáveis o constituinte de 1988 criou o que
denominou de avaliação periódica de desempenho.
O Estado, entidade abstrata, para fazer valer sua vontade, necessita dos
agentes públicos. A partir dessa inserção dos servidores públicos no texto
4
Tem sido grande o número de servidores que nos procuram para saber se,
quem já cumpriu estágio probatório em outro cargo efetivo, terá novamente de
cumpri-lo, ao ser investido em novo cargo efetivo.
A dúvida tem procedência, pois a E.C. Nº 15/99, do Estado do Pará, alterou
o artigo 40 da Carta Estadual, suprindo-lhe o § 4º, o qual autorizava que o servidor
estadual ou municipal que já tinha cumprido estágio probatório não precisava cumpri-
lo novamente, sendo considerado automaticamente efetivado no novo cargo. Tal
dispositivo preceituava, verbis:
Por outro lado, a revogação de tal dispositivo trouxe outra implicação, qual
seja, por via indireta a nova redação do artigo 40 da Carta Estadual, também revogou
o parágrafo único do artigo 34, da Lei nº 5.810/94, isto é, o Regime Jurídico Único
dos Servidores do Estado, o qual rezava, verbis:
O artigo 41 da Lei Maior preceitua que “são estáveis após 03 (três) anos
de efetivo exercício ...”. Aqui salienta-se que a expressão “efetivo exercício” tem
relevância jurídica na medida em que, ao tomar posse no cargo e entrar em exercício,
o servidor não pode interromper o estágio, pois o preceito exige que ele seja
ininterrupto. Isto também implica dizer que, o servidor estando a cumprir estágio
probatório, somente poderá fazê-lo com lotação no próprio órgão de origem para o
qual ele prestou concurso.
No caso específico do policial civil, a Lei Orgânica da Polícia Civil do Pará
veda que ele seja cedido para outro Poder ou órgão da Administração Pública,
conforme os termos do parágrafo único do artigo 50, in verbis:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Ed.
Malheiros, 1999.
PIETRO, Maria Sylvia Di. Direito Administrativo. São Paulo: Ed. Atlas, 11º ed, 1999.