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OSHO

Oi gentis!!!!

Ano novo, vida nova mas o barbudinho continua maleta. hehehe


Como seria legal se todos nós fossemos saniássins de nós mesmos né?!
Sem babar ovo de nínguem, e sem acreditar em nada... Quebrando paradigmas e nos
tornando sem parâmetros...
Mas como é difícil isto e como precisamos de "chão". Precisamos sempre mistificar,
colocar no pedestal, adorar e cultuar... Não seria isso um carência tamanho família??
Como seria nossa vida sem ter em que acreditar? Imaginem: Achar Buda um puta cara
legal, um irmão mais velho (anos luz hehehehe)e super amoroso, mas acreditar em nosso
potencial também e ver o que o cara tem de legal e crescer com isso, para poder
atrapalhar menos e ajudar mais...ksksksks! Melhor que ficar babando Ovo e na inércia
por achar que somos todos iguais, mas... nem tanto...

Outra coisa, imaginem o dia em que o ser humano compreender que a energia pode se
mover em polos diferentes. Da raiva para compaixão, do ódio para o amor, do julgamento
para a compreensão... Que maravilha seria ter controle sobre estes polos! Aceitar a
natureza das coisas e aproveitar o seu movimento natural para edificar algo legal. Isto é o
que levará o homem a ultrapassar seus mais terríveis demônios.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Sânias

É muito difícil definir um saniássin, e mais ainda se você for definir os meus saniássins.
O sânias é basicamente uma rebelião no que diz respeito a todas as estruturas, daí a
dificuldade de defini-lo.
(...)
A primeira qualidade de um saniássin é uma abertura para a experiência. Ele não decidirá
antes de ter experienciado.Ele nunca decide antes de ter experienciado. Ele não terá
nenhum sistema de crenças. Ele não dirá: "Isso é assim, porque Buda disse." Ele não dirá:
"Isso é assim, porque está escrito nos Vedas." Ele dirá: "Eu estou pronto para mergulhar
nisso e ver se é assim ou não."
(...)

Quando você se torna um saniássin, eu o inicio na liberdade e em nada mais. Ser livre é
uma grande responsabilidade, porque, então, você não tem nada em que se escorar,
exceto em seu próprio ser interior, em sua própria consciência.
The Heart Sutra, # 10

Com um mestre, você nunca pode se estabelecer para sempre, em nada. O mestre tem que
continuar transformando você. No momento em que você sentir que suas raízes estão se
aprofundando no solo, você será desenraizado. No momento em que sentir: "Agora
aprendi este trabalho e estou executando-o com eficiência.", seu trabalho será mudado -
porque não é esse o propósito quando você vive num campo búdico. O propósito é
mantê-lo constantemente inseguro; assim, um dia, você aprende a beleza da incerteza;
assim, um dia, você deixa de pensar em se estabilizar e a própria jornada torna-se seu
objetivo.
Quando a jornada em si é o objetivo, então sua vida é a vida de um saniássin.
The Wisdom of the Sands, Vol.2, # 1

Transformação

A raiva é bela; o sexo é belo. Mas coisas belas podem ficar feias. Isso depende de você.
Se você condená-las, elas se tornam feias; se você transformá-las, elas se tornam divinas.
A raiva transformada torna-se compaixão – porque a energia é a mesma. Um buda
é compassivo. Da onde essa compaixão vem? Ela é a mesma energia que
estava se movendo na raiva; agora ela não está se movendo na raiva. A mesma energia
está transformada em compaixão. Da onde vem o amor?
Um Buda é amoroso, um Jesus é amor. A mesma energia que se move no sexo torna-se
amor.
Assim lembre-se: se você condena um fenômeno natural, ele se torna venenoso, ele o
destrói, ele se torna destrutivo e suicida. Se você o transforma, ele se torna divino.

And The Flowers Showered, # 3

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Oi gentis!!!

Bem, a gente sempre reflete nos mais próximos tudo aquilo que somos. Mas não deve
haver culpa em nós mesmos para não culpar o outro por nossos turbilhões emocionais.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Irritação

Você já observou que você só se irrita com pessoas que são muito íntimas de você?
Quanto maior a intimidade, maior a irritação. Por que?
Quanto maior a distância entre você e a pessoa, menos irritação haverá. Você não se irrita
com um estranho. Você se irrita com sua esposa, com o seu marido, com o seu filho, com
sua filha, com sua mãe. Por que? Por que você se irrita com pessoas que são mais íntimas
de você?

A razão é esta: você está irritado consigo mesmo. Quanto mais íntima uma pessoa é de
você, mais ela se torna identificada com você. Você está irritado consigo mesmo, então
quando alguém está perto, você pode jogar sua raiva nesse alguém. Ele se tornou parte de
você.

Com a meditação você será cada vez mais feliz consigo mesmo.
lembre-se, consigo mesmo.

OSHO, The Ultimate Alchemy, V.2, # 18

Sucesso

Mesmo que você se torne bem-sucedido, o que você conseguirá através disso? Aonde
você vai chegar através disso? Olhe para as pessoas bem-sucedidas, faça um diagnóstico
sobre elas: aonde elas chegaram? Elas continuam em busca da paz mental mais do que
você. Elas também têm medo da morte, e tremem, exatamente como você.

Se você olhar para as pessoas bem-sucedidas, minuciosamente, descobrirá que esses


"deuses" também têm pés de
barro. A morte os levará e, com a morte, todo o sucesso desaparece, toda a fama
desaparece. A coisa toda parece um pesadelo: tanto esforço, tanto sofrimento, tanta
privação... – e não se ganha nada.
No final, a morte chega e tudo desaparece como bolha de sabão. E, por causa dessa bolha,
o que é eterno fica perdido.

Osho em A Semente de Mostarda, # 3

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TORNANDO-SE CENTRADO
Oi gentis!

A gente tenta a toda hora mudar as situações que passamos em nossas vidas mas
esquecemos principalmente que o que realmente importa é nossa atitude perante elas. São
nossas atitudes que demonstram nosso verdadeiro estado de consciência, nosso
verdadeiro equilíbrio e principalmente se estamos deixando de teorizar e praticando mais
aquilo que estudamos. Logicamente temos liberdade para escolher o que queremos ou
não para nossas vidas, mas são nas escolhas que o equilíbrio e uma mente serena são
fundamentais para saber realmente se estamos sendo conscientes ou apenas satisfazendo
os caprichos do nosso ego. Saber exatamente quando ousar e quando ficar quieto, quando
andar e quando ficar parado, quando investir ou quando abandonar algo faz parte da
maturidade espiritual que todos nós buscamos... e tanto sonhamos.

Keep Rockin'!

Om Sattva

Pablo

Tornando-se Centrado

Fique centrado. Não se deixe manipular pelas opiniões dos outros ou pelas suas tentativas
de empurrar você para cá e para lá. Não se rebaixe ao nível dos outros.
Uma vez, nos tempos de Buda, aconteceu que uma das lindas e famosas prostitutas se
apaixonou por um monge budista, um mendigo...
Ela pediu que ele viesse à sua casa e que lá permanecesse por quatro meses, durante a
estação das chuvas, em que os monges budistas interrompem suas viagens. O monge
disse: "Terei que perguntar ao Mestre. Se ele permitir, eu irei".
Os outros monges ficaram com muita inveja. Quando o jovem veio até Buda e fez o
pedido, muitos ouviram. Todos se levantaram e disseram: "Isto está errado. Até mesmo
ter permitido àquela mulher tocar seus pés foi errado, pois Buda disse: "Não toque nas
mulheres e não deixe que elas o toquem". Você quebrou a regra... e agora está pedindo
para ficar com uma mulher por quatro meses!".
Mas Buda comentou: "Eu lhes falei para não tocarem nas mulheres e não serem tocados
por elas porque vocês ainda não estão centrados. Para este homem, esta regra não mais se
aplica. Eu o estive observando - ele já não faz parte da multidão". E ao monge ele disse:
"Sim, você tem permissão".
Ora, isso era demais! Nunca aconteceu algo assim antes. Todos os discípulos ficaram
zangados, e durante meses milhares de fofocas circularam, exagerando o que estava
ocorrendo na casa de Amrapalli - que o monge não era mais monge, que havia caído.
Depois de quatro meses, quando o monge voltou, seguido por Amrapalli, Buda olhou
para eles e perguntou: "Mulher, você tem algo a me dizer?".
Ela disse: "Vim para ser iniciada. Tentei distrair seu discípulo, mas falhei. Esta é minha
primeira derrota. Sempre tive sucesso com homens, porém não pude distraí-lo, nem ao
menos um centímetro. Um grande desejo nasceu em mim também; como posso alcançar
este centramento?"
"Ele viveu comigo, eu dancei e cantei diante dele, tentei seduzi-lo de todas as maneiras,
mas ele sempre permaneceu ele mesmo. Nem por um único momento vi qualquer nuvem
em sua mente ou qualquer desejo em seus olhos. Tentei convertê-lo, mas ele me
converteu, e sem dizer uma única palavra. Ele não me trouxe até aqui; vim por conta
própria. Conheci pela primeira vez o que é dignidade. Gostaria de aprender a arte". Ela se
tornou discípula de Buda.
Ele sempre caminha por si mesmo... Não há maneira de empurrá-lo para cá e para lá. Ele
permanece absoluta-mente ele mesmo, de tão centrado que é, de tão enraizado que está
em seu ser. Quando se encontra Turiya, o quarto estado, então não existe distração, então
pode-se viver em qualquer lugar.
Não tente mudar as circunstâncias de sua vida; tente mudar suas atitudes.
Utilize a situação exterior para transformar seu estado interior. Mudar a situação não é
uma grande mudança - você está enganando a si mesmo e o mundo. A verdadeira religião
consiste em mudar o estado de consciência.
Busque o mais elevado. Quando você conhece as esferas superiores de sua energia, o
inferior começa a definhar espontaneamente. Essa é a verdadeira religião.

Osho
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Olá crianças!!

Ele adaptou muita coisa legal de várias linhas orientais para a utilização do homem
ocidental, e o mais legal é que são técnicas adaptadas para o nosso estilo de vida
estressante, corrido e sem tempo. Todas são fabulosas e tem um efeito prático muito bom,
mas algumas podem parecer "infantis" demais ou sem qualquer fundamento. E este é o
propósito!! hehehehe! Deixar a mente tagarelar a vontade por estar "aparentemente"
fazendo
coisas "bobinhas", mas no fundo ela é que estará sendo domada. Depois poderíamos
trocar experências sobre o que ocorreu energéticamente com algumas práticas, pois a
maioria das pessoas que utilizam tais técnicas não tem a sorte de ter o conhecimento que
temos contato por aqui.

Um ótimo fim de semana de muito sol e amor a todos!

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

P.S. Apenas um toque, a técnica do "sim" faz parte da aceitação e da percepção do fluir
natural da vida. Isto quer dizer que eu, e acredito que o barbudinho maleta, saibamos que
devemos aprender a dizer não. Muitas vezes temos que aprender a dizer não, pois o "sim"
em demasia e em determinadas situações é pura falta de personalidade
e firmeza e para isso sugiro um belo "SO HAM" pulsante no Chacra Umbilical para a
própria firmeza e defesa de seu espaço individual. O não neste caso significa "SIM"
também pois vc está dizendo um belo "SIM" para vc mesmo e sua autopreservação e um
sonoro "NÃO" para os excessos que não nescessita em sua vida.

Fazendo do Sim um Mantra

Quando: Todas as noites, antes de dormir, por pelo menos 10 minutos; então, novamente,
a primeira coisa da manhã, por pelo menos 3 minutos. Também durante o dia, quando
quer que você se sinta negativo, sente-se e faça isso.
Comece a colocar sua energia no sim, faça do sim um mantra. Sente-se na sua cama,
comece a repetir - Sim...sim...sim...
Entre em sintonia com ele. Primeiro você estará apenas repetindo e, então, comece a
senti-lo. Comece a se balançar com ele, permita que ele se espalhe por todo o seu ser, da
cabeça aos dedos dos pés. Deixe que ele o penetre profundamente.
Se você não puder dizê-lo alto, pelo menos silenciosamente diga: Sim...sim...sim...!

(OSHO, The sun Behind the Sun, Behind the Sun, apud Ma Prem Maneesha, The Law of
Magic)

Sobre a energia do sim

"A vida não pode ser vivida através do não e aqueles que tentam viver a vida através do
não, simplesmente vão perdendo a vida. A pessoa não pode fazer uma morada do não,
porque o não é simplesmente vazio. O não é como a escuridão. A escuridão não tem
existência real; ela é simplesmente a ausência de luz. É por isso que você não pode fazer
nada com a escuridão diretamente. Você não pode empurrá-la para fora do quarto, você
não pode atirá-la para dentro da casa do vizinho; você não pode trazer mais escuridão
para dentro da sua casa.
Nada pode ser feito diretamente com a escuridão, porque ela não tem existência real.
Se você quiser fazer algo com a escuridão, apague a luz; se você não quiser a escuridão,
acenda a luz. Mas tudo que você tiver que fazer terá de ser feito com a luz.
Exatamente do mesmo modo, o sim é luz, o não é escuridão.
Se você quiser fazer alguma coisa em sua vida, você tem de aprender os caminhos do
sim.
E o sim é tremendamente belo. Simplesmente dizê-lo é tão relaxante!
Deixe-o tornar-se seu estilo de vida. Diga sim às árvores e aos pássaros e às pessoas, e
você ficará surpreso: a vida se torna uma benção se você souber dizer sim. A vida se torna
uma aventura."

(OSHO, Zoba the Buddha, # 5)

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Oi gentis!!!

Seguindo a série de práticas sugeridas pelo barbudinho maleta aí vai mais uma. Esta é
uma das melhores e mais simples técnicas de meditação que existem. Muito boa! E
vamos meditar... hehehe!

Keep Rockin'!!

Om Sattva!

Pablo
" ... Não há nenhuma necessidade de se ensinar todos os tipos de meditação; eu posso
escolher apenas um método que pode ser o mais simples, o mais fácil e aplicável a todos.
E simplesmente esse único método pode se espalhar por todo o mundo. Esse método é o
que eu chamo de 'testemunhar a respiração'. É um método muito simples."

QUANDO: Nos seus momentos de silêncio, quando você estiver sentado, deitado, ou
viajando num trem, num
ônibus, num avião.

DURAÇÃO: De um a dois minutos ou até quanto queira.

MEDITAÇÃO: Feche os olhos e observe sua respiração. Ela entra, você vai junto com
ela; ela sai, você vai junto com ela.

"Você pode fazê-la quantas vezes no dia for possível - algumas vezes por dois minutos,
algumas vezes por períodos mais longos. Às vezes você está se sentindo sem sono e está
simplesmente deitado na cama; não se importe com o sono, simplesmente faça o método.
Ele fará os dois trabalhos - ele lhe dará um profundo silêncio meditativo, e simplesmente
por fazê-lo... você só saberá de manhã, quando você acordar que, em algum lugar, o sono
entrou.

"Mas a coisa estranha é que, se você meditar e cair no sono, você acordará meditando.
Isso significa que, de um modo sutil, no seu inconsciente profundo, o método continuou;
toda a sua noite se tornou uma meditação. Ora, esse é o período mais longo que você
pode ter. E o seu sono será de uma qualidade diferente: mais silencioso, mais relaxado,
mais rejuvenescedor. E por seis, oito horas, subliminarmente, o testemunhar continua. De
manhã, quando você tornar-se consciente de que está acordado, você ficará surpreso:
você está testemunhando sua respiração."

OSHO. The Last Testament, p. 402, apud The Law of Magic


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Oi gentis !!!

Mas uma técnica sugerida pelo barbudinho...


Eu sempre me pergunto como é difícil estarmos focados no aqui e no agora! Sempre
damos um jeitinho de escapar ou lembrando do que já foi ou ansiando por algo que está
por vir. "Como eu era feliz!" Nós pensamos, ou "Como serei feliz quando alcançar tal
coisa". Mas e agora, porque não somos felizes agora? Qual o problema de ser feliz
aqui e agora? Ou minha ignorância em achar que o tempo é o responsável pela minha
felicidade? Ou ainda uma simples mudança de planos vai acabar com a minha
incapacidade de lidar com minhas emoções? Esta técnica é legal pois nos mostra que
independente de qualquer coisa o universo sempre está em movimento com ou sem nós
aqui encarnados. Isto tira o peso de nossas costas e nos mostra que realmente podemos
ser felizes, esta é nossa única responsabilidade. Como diz sempre um viadinho gordo que
conheço "Se estamos felizes ou não o sol vai sempre estar brilhando lá fora." Por que
tornar a vida mais difícil se ela pode ser mais fácil? Por que carregar mais peso
do que o nescessário? Por que preencher meu coração com emoções densas e tristezas
que nada acrescentam e só nos denigrem? Sendo assim que tal ser feliz hoje? .. Aqui e
agora!

Keep Rockin'!

Om Sattva.

Pablo

SIMPLESMENTE DESAPARECENDO

Sentado sob uma árvore, sem pensar no passado nem no futuro, simplesmente estando ali,
onde você está? Onde está o 'eu'? Você não pose senti-lo, ele não está presente. O ego
nunca existiu no presente. O passado não existe mais, o futuro ainda não é. Ambos não
existem. O passado desapareceu e o futuro ainda não apareceu - só o presente existe. E,
no presente, nunca foi encontrado nada parecido com o ego. (1)

Há uma meditação, uma das mais antigas, ainda usada em alguns mosteiros do Tibet. A
meditação é baseada na verdade sobre a qual estou lhe falando. Eles ensinam que
algumas vezes você pode simplesmente desaparecer. Sentado no jardim, você pode
começar a sentir que está desaparecendo. Simplesmente observe como o mundo se parece
quando você se foi do mundo, quando você não está mais aqui, quando você se tornou
absolutamente transparente. Tente, por um único segundo, não estar aqui. Na sua casa,
fique como se você não existisse.

Simplesmente pense - um dia você não existirá. Um dia você terá partido; o rádio
continuará, a esposa ainda preparará o café, as crianças estarão se aprontando para a
escola. Pense: hoje você se foi, você simplesmente não está mais aqui. Torne-se como um
fantasma. Sentado em sua cadeira, você simplesmente desaparece, você simplesmente
pensa: "Eu não tenho mais realidade. Eu não existo." E simplesmente veja como a casa
continua. Haverá tremenda paz e silêncio. Tudo continuará como é. Nada estará faltando.
Então, qual é o sentido de permanecer sempre ocupado, fazendo alguma coisa, fazendo
alguma coisa, obcecado pela ação? Qual é o sentido? Você terá partido e o que quer que
você tenha feito desaparecerá - como se você tivesse assinado seu nome na areia, e o
vento vem e a assinatura desaparece... e está tudo acabado.

Fique como se você nunca tivesse existido. É realmente uma bela meditação. Você pode
experimentá-la muitas vezes nas vinte e quatro horas. Apenas meio segundo será
suficiente. Por meio segundo, simplesmente pare - você não existe e o mundo continua.
Quando você ficar mais alerta para o fato de que sem você o mundo continua
perfeitamente bem, então você será capaz de conhecer uma outra parte do seu ser, que
tem sido negligenciada por muito tempo, por vidas - o modo receptivo. Você
simplesmente permite, você se torna uma porta. As coisas continuam acontecendo sem
você.(2)

(1) OSHO, Meu Caminho, O Caminho das Nuvens Brancas, # 4.

(2) OSHO, The discipline of Transcendence , Vol.4 , # 4

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Osho, In "A Divina Melodia", Cap 5, "Seu Lago Reflete a Lua de Deus"

"Aquele que é humilde e contente, e que tem uma visão justa, cuja mente está pena de
aceitação e tranqüilidade; <...>
Seu trabalho e seu descanso estão PLENOS DE MÚSICA: ele irradia o esplendor do
AMOR.
<...>
Vá em companhia do bem, onde O Amado tem a Sua moradia; <...>
Diga-me como pôde fazer uma festa de casamento, se o próprio noivo(a) não estava lá?
Não vaciles mais, pense apenas no Amado; Não coloque seu coração no culto de outros
deuses <...>
Kabir delibera e diz: "Assim nunca encontrarás O Amado!"

O homem nasce acordado e depois adormece... O homem nasce um indivíduo, depois


adormece e sonha que é uma multidão. Aí está todo o problema, toda a missão...: Estamos
buscando aquilo que éramos originalmente. Talvez, por ser tão óbvio, tenhamos
esquecido.

Jesus diz: "A menos que vocês se tornem como CRIANÇAS novamente, não entrarão no
meu reino de Deus". Sua indicação é clara: A menos que você recupere a originalidade e
vá novamente para a fonte original...<...>
O segundo centro é o swadsthana. Quando a criança é saudável e feliz, ela começa a
dominar. <...> ela se torna política, começa a sorrir para as pessoas, pois percebe que
quando sorri, as pessoas se deixam
dominar. Começa a chorar e a gritar <...> Esse é novamente um esforço para se conseguir
uma UNIDADE: A unidade entre o dominador e o dominado.
Sempre que você domina alguém, de alguma forma, torna-se UNO com ele. Sempre que
alguém se rende a alguém, os dois tornam-se UM. Por isso, em todo mundo as pessoas
tentam dominar-se mutuamente <...> esposas, maridos, pais, filhos <...> Se você
compreender BEM, verá que isso também é uma busca pela unidade.
Sempre que você derrota uma pessoa, e se torna o possuidor, você a absorve dentro de
seu ser. Esta abertura é um pouco maior que a primeira (a busca do muladhara pela
comida, omitida aqui).
<...>
Os políticos vivem neste segundo centro ... vem, então, o terceiro centro, manipura.
Macho e fêmea querem se encontrar, tornar-se UM
<...>
Se você realmente ama, quer liberdade para você e para a pessoa amada. O amor liberta,
dá independência, pois a beleza do amor só existe quando há liberdade. Não é uma
dominação; é um compartilhar, uma resposta, os dois estão felizes em compartilhar suas
energias. Quando um homem e uma mulher se encontram e tem um orgasmo, eles têm
um PRIMEIRO vislumbre, ainda distante, do DIVINO. Daí toda a atração pelo sexo, todo
o profundo desejo pelo orgasmo sexual, porque o UNO está refletido ali, talvez por um
momento, ou nem mesmo por um
momento, mas por uma fração de segundo... apenas um vislumbre rápido... MAS DEUS
É ENTREVISTO.

O viciado em comida (sobre o manipura chakra) está muito distante, não percebe nada. O
viciado em poder (sobre o swadsthana chakra) é muito feio, muito agressivo, muito
turbulento; não pode vislumbrar nada. Mas num caso amoroso profundamente sexual,
Deus já pode penetrar pela primeira vez em você. O primeiro raio do SAMADHI entra
com o orgasmo sexual. Na verdade, o homem chega a pensar em samadhi só por causa do
orgasmo sexual. Trata-se de um momento em que ele se torna consciente da benção que é
duas pessoas se encontrarem tão PROFUNDAMENTE que se DISSOLVEM uma na
outra. <...> como por um milagre, elas começam a
pulsar como um só centro (chakra), não são mais dois corações, tornam-se UM. Surge um
ritmo, as duas pessoas entram em sintonia. <...>
No segundo centro (poder, domínios do segundo chakra) você tenta fazer com que
alguém se renda a você, e o outro tenta fazer com que você se renda a ele. No terceiro
centro, ambos se rendem a alguma coisa que está além dos dois. AMBOS se rendem ao
Deus do AMOR.
<...>
Muladhara é material, o primeiro centro. Swadsthana, o segundo centro, é vital. O
terceiro, manipura, é psicossomático; é a unidade mais alta do mundo mais baixo; é
momentânea, mas de grande significado.
O quarto centro (para o qual precisaria ir, saindo do SOL, matéria, poder e sexo dos três
primeiros) é o anahata; vai ALÉM da sexualidade (sem negá-la), torna-se AMOR PURO.
quando você vê uma flor e seu coração pulsa com ela, não há sexualidade... não há
antagonismo. <...>
O amor vai ALÉM DA POLARIDADE, o sexo permanece abaixo. O sexo necessita do
oposto, o amor não. <...> COM OS OPOSTOS A HARMONIA NÃO PODE SER
TOTAL. Os "amantes" (deste nível, opostos) estão sempre
lutando. São inimigos íntimos
<...>
Com o amor, a polaridade desaparece. O amor é mais como uma amizade.
O amor está além dos opostos, por isso a unidade é mais profunda.
Este é o quarto chakra,o anahata, o chakra do coração. NESTE QUARTO CENTRO,
VOCÊ SE TORNA REALMENTE HUMANO. Até o terceiro, você era um animal no
meio dos outros, nada mais. No quarto, você se torna especial, único: NASCE A
HUMANIDADE, você se torna um ser humano.
<...> No sexo há um tomar e dar; no AMOR, você SIMPLESMENTE SE DERRAMA.
Você não pede, não há o que pedir. E você recebe mil vezes mais, sem pedir nada.
Tudo vem por si mesmo: a existência inteira lhe devolve, como um eco. No quarto dentro
existe novamente uma unidade: o mais baixo e o mais alto se encontram. Lembre-se
destas unidades, porque pouco a pouco estamos caminhando para NOS TORNARMOS
UM. <...>
No centro do coração, Deus encontra o mundo ... a mente encontra a não-mente. A menos
que seu coração comece a funcionar, você não saberá qual o propósito da vida. Com o
coração, inicia-se o mais alto. Vastos espaços se abrem. Você começa a sair do túnel.
Anahata é uma grande janela; torna você acessível ao céu, e o céu acessível a você ... Em
anahata, no amor, O SEXO E A PRECE SE ENCONTRAM ... O amor é um grande
mistério. Tem algo do sexo, e algo da prece. Por isso, não existe mistério que possa ser
comparado ao AMOR.
No amor, a prece e o sexo se encontram ... Quando você olha pela primeira vez uma bela
mulher, pode haver reverência e respeito, como se você estivesse olhando a face de Deus.
Quando você olha nos olhos de uma mulher, de repente, uma porta se abre para o
misterioso. Nesse momento, você não está pensando em termos de sexo ou de corpo
físico; não está preocupado com isso. Alguma coisa mais alta o desafia. Então você se
apaixona, e aos poucos se esquece do mais alto e entra no mais baixo. <...> As pessoas
caem, muito raramente sobem, quando estão amando.
Lembre-se: Se você está ALERTA, pode ajudar-se a não cair, e sim a subir.
Então o AMOR pode tornar-se UMA PRECE.
(sobre o vishudda, o centro seguinte:)
Às vezes você ora a Deus, às vezes Deus ora para você ... Da mesmo forma que uma mãe
canta uma canção de ninar para o filho, Deus também canta uma canção de ninar. Mas
você tem que MERECER isso. Quando sua prece foi ouvida, quanto realmente você
colocou TODO O SEU CORAÇÃO e se esqueceu de você completamente, então, de
repente, a prece não é mais uma expressão sua. Você começa a ouvir... DEUS COMEÇA
A ORAR. O de dentro e o de fora se encontram.

Então, chega-se ao sexto chakra, o da meditação. É o chakra do terceiro olho, ajña


chakra. O esquerdo e o direito se encontram. A razão e a intuição (sol e lua), o masculino
e o feminino, o YIN e YANG se encontram... No terceiro centro, o homem e a mulher se
encontram no plano físico, de fora.
No sexto, o masculino e o feminino novamente se encontram, mas no lado de dentro.
Esse terceiro olho é muito sombólico: significa que seu olho esquerdo e direito
(masculino e feminino, yin e yang) se dissolvem em um só olho. Agora você tem dois
olhos, DOIS SERES.
Depois terá um só olho (um só ser).
Jesus falou algo de tremenda importância: "Se tiveres um único olho, todo o seu corpo
estará cheio de luz".
A imaginação vem do direito, a razão vem do esquerdo ... Feminino e masculino, ligados
apenas por um ponto mínimo (kutashta). No sexto centro, ajña (frontal), os dois se
encontram e se TORNAM UM. Então SUA RAZÃO NÃO SERÁ MAIS CONTRA A
INTUIÇÃO, nem sua imaginação contra a lógica. Ambas andam juntas. <...>
Os maiores místicos do mundo sempre foram os mais lógicos também. Shankara,
Nagarjuna foram grandes lógicos, mas ao mesmo tempo, ilógicos. Eles vão até onde é
possível ir com a lógica (com o yang, com o sol) e então, de repente, dão um salto
quantitativo e dizem: "Até este ponto a lógica ajuda, daqui em diante, ela não serve
mais".
( Tire o sol daqui, tire o sol de lá, deixe o espelho das águas, e o clarão da lua !!!)

Essa é a maior unidade. E quando, no sexto centro, seu feminino e masculino, seu yin e
yang, (sol e lua) se encontram, você se torna um.

<...> o sétimo, sahashara, é o chakra do samadhi, o supremo êxtase, o orgasmo total.


Agora, a parte e o todo se encontram, a alma e Deus, você e tudo se encontram... Você
desaparece num orgasmo total. <...>
Todos os sete chakras são caminhos para o orgasmo. (comida, poder, sexo, sentimentos,
prece, união, fusão) Nestes sete planos acontecem sete tipos de orgasmo. Por orgasmo
quero dizer a experiência da UNIDADE. O supremo acontece no sétimo chakra, o
sahashara, quando o ego individual se dissolve completamente no todo cósmico. Esse é o
orgasmo total, a meta, a fonte.

Seu trabalho e descanso estão plenos de música; ele irradia o esplendor do amor.

Antes disso, o amor era apenas um reflexo. Se você ama a comida, este é o primeiro
reflexo. Se você ama o poder, é o segundo. Se ama um homem ou uma mulher, é o
terceiro. Se simplesmente ama, é o quarto, e assim por diante.
No sétimo, você não ama - você torna-se AMOR. Agora, o amor não é mais um
relacionamento com alguma coisa, seja a comida ou Deus. Agora, o AMOR É SEU
ESTADO DE SER. VOCÊ É AMOR.

Jesus disse: "Deus é amor". Então, não há possibilidade de ser outra coisa; O AMOR É
SEU ESTADO DE SER.

(Trechos editados de Osho, in "A Divina Melodia", Capítulo 5, SEU LAGO REFLETE A
LUA DE DEUS)

Om Prema!!!

Lázaro Freire
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Oi gentis!

Mais uma técnica sugerida pelo barbudinho, e está também já foi sugerida e passada pelo
Wagner no IPPB...
... E aí, já meditou hoje? :0)

Keep Rockin'!

Om sattva!

Pablo
MEDITAÇÃO DO HARA

Método: Sempre que você não tiver nada a fazer, simplesmente sente-se silenciosamente
e vá para dentro do espaço do hara, duas polegadas abaixo do umbigo, e permaneça lá.

"Tornar-se consciente desse centro vai ajudá-lo tremendamente. Assim, quanto mais você
permanecer lá, melhor - isso criará um grande centramento nas suas energias de vida.
Você simplesmente tem de começar a olhar para dentro dele e ele começará a funcionar.
Você começará a sentir que a vida como um todo move-se em torno daquele centro. É no
hara que a vida começa e é no hara que a vida termina. Todos os nossos outros centros do
corpo estão muito longe; o hara está exatamente no centro - é lá que estamos
estabilizados e enraizados. Dessa forma, quando nos tornamos conscientes do hara,
muitas coisas começam a acontecer.

"Por exemplo, haverá menos pensamentos, porque a energia não se moverá para a cabeça,
ela irá para o hara.

"Quanto mais você pensar no hara, quanto mais você se concentrar lá, mais você
perceberá uma disciplina surgindo em você. Isso vem natutalmente; não tem de ser
forçado.

"Quanto mais consciente do hara você estiver, menos medo da vida e da morte você terá -
porque o hara é o centro da vida e da morte. Quando você se torna sintonizado no hara,
você pode viver corajosamente. A coragem surge de lá: menos pensamentos, mais
silêncio, menos momentos descontrolados, uma disciplina natural, coragem e
enraizamento, uma conexão com a terra."

OSHO, This is it, # 8


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Oi gentis!!!

Aí vão mais duas técnicas sugeridas pelo barbudinho maleta. Expertinho ele com essa
história de sorrir a partir da barriga... hehehe Meio alí no Manipura... malandro... Esta eu
uso para momentos em que vc quer literalmente enforcar alguém do trabalho... ksksksks!

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

SORRISO INTERIOR
QUANDO: Sempre que você estiver sentado e não tiver nada para fazer.

ESTÁGIO I: Relaxe o maxilar inferior e deixe sua boca levemente aberta.


Comece a respirar pela boca, mas não profundamente. Simplesmente deixe o corpo
respirar, de modo que a respiração se torne cada vez mais superficial. E quando você
sentir que a respiraração se tornou bem superficial, com sua boca aberta, o maxilar
relaxado, todo o seu corpo se sentirá muito relaxado.

ESTÁGIO II: Neste momento, comece a sentir um sorriso - não no seu rosto, mas em
todo o seu ser - e você será capaz de senti-lo. Não é um sorriso que vem dos lábios. É um
sorriso existencial que se espalha pelo seu interior. Tente e você saberá o que é, porque
ele não pode ser explicado. Não há nenhuma necessidade de sorrir com os seus lábios. É
como se você estivesse sorrindo a partir da barriga. E é um sorriso, não um riso; assim, é
algo muito, muito leve, delicado, frágil - como se um pequeno botão de rosa estivesse se
abrindo na barriga e a fragrância se espalhando por todo o corpo.

Uma vez que você tenha conhecido o que é esse sorriso, você pode permanecer feliz por
vinte e quatro horas. E sempre que você sentir que está perdendo a felicidade, apenas
feche os olhos e se apodere daquele sorriso novamente, e ele estará aí. E, durante o dia,
quantas vezes você quiser, você poderá se apoderar dele. Ele estará sempre aí.

Osho,O Livro Orange.

RESPIRANDO PELA BARRIGA

Comece relaxando o estômago e respirando pela barriga. Faça disso uma prática. Deitado
na cama, antes de dormir, por três ou quatro minutos, respire pela barriga.

De manhã, quando acordar, respire pela barriga.

Faça isso sempre que se lembrar. Sinta mais a sua barriga.

OSHO, Be Realistc, Plan For a Miracle, # 3

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Generosidade - Osho

A generosidade é a verdadeira riqueza. E para ser generoso, para partilhar, você não
precisa de muita coisa. Para ser generoso, você só precisa partilhar qualquer coisa que
tenha.

Você pode não ter muito - essa não é a questão. Quem tem muito? Quem pode alguma
vez ter o bastante? Nunca é muito, nunca é o bastante. Você pode não ser absolutamente
nada, pode ser apenas um mendigo da rua, mas ainda assim pode ser generoso.

Você não pode sorrir quando um estranho passa? Você pode sorrir, pode dividir seu ser
com o estranho, e então você é generoso. Você não pode cantar quando alguém está
triste? Você pode ser generoso - os sorrisos nada custam. Mas você ficou tão miserável
que, mesmo antes de sorrir, pensa três vezes: sorrir ou não sorrir? Cantar ou não cantar?
Dançar ou não dançar - aliás, ser ou não ser?

Partilhe seu ser, se você não tiver nada; essa é a maior riqueza - todos nascem com ela.
Partilhe seu ser! Estenda sua mão, dirija-se ao outro com amor no coração. Não considere
ninguém como um estranho. Ninguém o é; ou todos são. Se você partilha, ninguém é; se
não partilha, todos são.

Você pode ser alguém muito rico, mas um miserável, se não partilha. E então seus
próprios filhos são estranhos, então sua própria esposa é uma estranha - porque como
pode alguém se encontrar com um homem miserável? Ele está fechado, já está morto no
seu túmulo. Como pode você caminhar em direção a um homem miserável? Se o fizer,
ele foge. Está sempre com medo, porque sempre que alguém se aproxima, o compartilhar
começa. Até um aperto de mão a pessoa miserável sente que é perigoso, porque, quem
sabe? - uma amizade pode nascer daí, e então existe perigo.

Uma pessoa miserável está sempre alerta, em defesa, para não permitir que alguém
chegue muito perto. Ela mantém todos à distância. Um sorriso é perigoso porque quebra
as distâncias. Se você sorri a um mendigo na rua, a distância é quebrada, ele já não é um
mendigo, tornou-se um amigo. E, então, se ele estiver com fome, você terá que fazer
alguma coisa. É melhor ficar sem sorrir, é mais seguro, mais econômico, menos perigoso
- nenhum risco nisso.

Não é uma questão de partilhar alguma coisa, mas de simplesmente partilhar - qualquer
coisa que você tenha! Se você não tem outra coisa, tem ainda um corpo quente - você
pode se sentar perto de alguém e dar-lhe seu calor. Você pode sorrir, dançar, cantar, rir e
ajudar o outro a rir. E quando duas pessoas riem juntas, seus seres se tornam um nesse
momento; quando duas pessoas sorriem juntas, subitamente toda a distância se dissolve -
vocês estão conectados.

Portanto, não pense que para ser generoso você precisa ser rico. É exatamente o
contrário: se você quer ser rico, seja generoso. E tantas riquezas estão disponíveis
sempre, tantas dádivas você traz com sua vida e leva outra vez quando morre. Você podia
ter partilhado e, com isto, poderia ter consciência do quanto a existência o faz rico e
como você vive pobre.

E quanto mais você partilha, mais seu ser começa a fluir. Quanto mais ele flui, mais e
mais novas fontes alimentam o rio, e você permanece renovado.

Somente um ser humano generoso é renovado. Um ser humano não-generoso, fechado,


miserável, torna-se sujo - está propenso a ficar assim. Exatamente como um poço.
Ninguém o usa, o poço não tem possibilidade de dar sua água a ninguém; então, o que
acontecerá com ele? Novas fontes não o estarão suprindo, porque não há necessidade.
A água velha ficará cada vez mais e mais suja; o poço inteiro estará morto. Águas frescas
não estarão chegando até ele. É assim que tem acontecido a muitos de vocês.

Convide as pessoas a compartilhar de você.


Convide as pessoas a beber de você.

Esse é o significado do que Jesus diz: "Bebam de mim! Comam de mim"!


Quanto mais você se alimenta dele, mais Jesus cresce. Quanto mais você bebe dele, mais
as águas frescas fluem. As riquezas que a vida lhe doou não são limitadas, mas só um ser
humano generoso pode saber disso. Elas são ilimitadas. Você não é uma companhia de
recursos limitados, mas de recursos ilimitados. Atrás de você, o Divino está escondido.
Ninguém pode exauri-lo. Cante quantas canções puder, e você não será exaurido; até pelo
contrário, melhores e melhores canções virão.

Osho

Extraído do livro: "Antes que você morra" da Editora Madras

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Oi gentis!

Observar como alguns conceitos básicos, como PENSENE, são passados de maneira bem
simples neste discurso para os nossos amigos norte americanos.

Keep Rockin'!

Om Sattva

Pablo

Comunicação Telepática

Quando você pensa sobre alguma coisa, um tipo particular de vibração o rodeia. Esta é a
razão porque, às vezes, quando se está perto de uma determinada pessoa, sente-se triste
por nenhuma razão aparente. Por outro lado, na companhia de outra pessoa, você pode se
sentir alegre de repente.

Os poderes da mente se desenvolvem mais e mais à medida que vamos para dentro, e se
dissipam quando vamos para fora... Até agora, os pensamentos não foram considerados
como tendo uma existência física, mas é um fato que, quando você pensa um tipo
particular de pensamento, as vibrações ao seu redor mudam de acordo. É interessante
notar que não apenas pensamentos mas até mesmo palavras têm as suas vibrações. Se
você espalhar partículas de areia sobre um vidro plano e entoar AUM alto, o padrão
causado pela vibração do som será diferente do padrão causado por entoar RAM. Você se
surpreenderá em saber que quanto mais alto um insulto for proferido, mais feio é o
padrão formado, e quanto mais bela a palavra, mais belo será o padrão da sua vibração.
Assim, por milhares de anos foram feitas pesquisas para encontrar palavras que
produzem belas vibrações e se considerou se o seu impacto era suficiente para bater no
coração.

As palavras são pensamentos manifestados. Entretanto, palavras não manifestadas


também carregam uma ressonância e nós as chamamos de "pensamentos". Quando você
pensa sobre alguma coisa, um tipo particular de vibração o rodeia. Esta é a razão porque,
às vezes, quando se está perto de uma determinada pessoa, sente-se triste por nenhuma
razão aparente. Pode ser que esta pessoa não tenha emitido uma única palavra negativa, e
talvez até ela esteja rindo e feliz de tê-lo encontrado. Ainda assim, uma tristeza toma
conta de você por dentro. Por outro lado, na companhia de outra pessoa, você pode se
sentir alegre de repente.

Você entra numa sala e pode sentir uma mudança repentina dentro de si. Alguma coisa
sagrada ou profana toma conta de você. Em alguns momentos, você está rodeado de paz e
tranqüilidade e, em outros, de inquietude. Você não consegue entender e se pergunta, "Eu
estava me sentindo muito em paz. Por que essa inquietude de repente surgiu na minha
mente?" Existem ondas de pensamento em todo o seu redor e elas se continuam entrando
em você durante as 24 horas.

Você pode tentar um simples experimento em casa. Crianças pequenas pegas as ondas de
pensamento muito rapidamente porque a receptividade delas é muito aguda. Coloque uma
criança sentada num quarto escuro num canto e diga a ela para se concentrar em você por
cinco minutos. Diga a ela que você vai lhe contar alguma coisa em silêncio e ela deve
tentar ouvir. Se ela ouvir, deve repetir o que ouve. Então você escolhe uma palavra, por
exemplo, "Ram." Agora concentre-se na criança e repita essa palavra dentro de si mesmo
até que ela ressoe em você. Não fale alto. Em dois ou três dias, você verá que a criança
pegou a palavra.

O reverso também pode acontecer. Uma vez que o experimento seja bem sucedido, será
fácil realizar outros testes. Agora você pode dizer para a criança se concentrar em você.
Ela deve pensar numa palavra e jogá-la na sua direção da mesma maneira. Com a
primeira parte do experimento, a sua dúvida se desfez quando a criança pegou a sua
palavra. Agora você estará receptivo e pegará a palavra da criança. Quando o
experimento for bem sucedido, você não terá duvidas e a sua receptividade crescerá de
acordo com isso.

Osho
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Oi gentis!
Não se pode definir o amor, faltam palavras, mas dá para sentir o
amor...
Será?! ...

Em momentos de meditação, quietude, em trabalhos de energia


específicos temos uma idéia do que possa ser o amor, falamos sobre as
impressões que temos do que é este amor.

E sobre este nosso "sentimento", que para mim é mais emoção, ao qual
chamamos de amor, faltam muitas referências ou será que pecamos pelo
excesso delas?? :o) A coisa piora um pouco quando resolvemos
direcionar este amor para os nossos relacionamentos pessoais.

Posso dizer com certeza que todo mundo se confunde... e nós


espiritualistas mais ainda, pois temos a "nítida" certeza de que
somos privilegiados pois temos uma "visão" melhor do que é o amor...

Confundimos tudo!! Entendemos que carência + dependência + falta de


amor próprio fazem a formula perfeita para o amor... Duvidam?!
Traduzindo:

Consideramos que se sentimos "patologicamente" a falta de alguém +


não conseguimos estar bem se o ser "amado" não está presente +
ficamos completamente arrasados se somos "abandonados" por alguém
(até pensamos em mudar de plano dimensional...) = amor...

E o pior consideramos como "romântico" tudo isso ... Socorro!!!!


kekekekekee!!!

Outro exemplo:

É engraçado como tentamos destruir tudo o que "amamos".


Tentamos muito mudar o que não nos agrada no outro, ou seria o que
vemos refletido através do outro?

Vamos pegar o ciúme por exemplo... eu sinceramente não compreendo


como ciúmes pode ser relacionado ao amor...

Quando se sente ciúmes de algo ou de alguém, na verdade estamos com


medo de perder o objeto de nosso suposto "amor" para outra pessoa.
Agora, "medo" e "amor" não são sinônimos, então como medo pode ser
confundido com amor?
Detalhe importante, quem sente medo de perder algo? A Essência ou o
ego? Quem não aceita a possíbilidade de ser "trocado"? A divindade em nós ou o ego? E
quem nunca sentiu ciúmes que atire a primeira pedra... kekekeke.
Temos medo que nossos parceiros se relacionem sexualmente com outras pessoas e por
isso criamos muralhas e presídios para aprisionar o ser amado. Como pode? Ao invés de
amarmos nos tornamos detetives... As vezes, obssessores encarnados vasculhando cada
mísero detalhe para que a nossa mente se delicie e encontre a tão procurada "prova" de
algo... Afinal: "Eu sabia!!" kekekeke...

Cercamos e criamos campos minados para aprisionar, mas até parece que se realmente o
nosso parceiro quiser ele/ela não vai "pular a cerca", nada poderá impedí-lo. O que há de
se fazer?? O jeito é partir para outra... com o peito aberto e a auto estima bem colocada.

Queremos nos garantir e criar garantias a toda a prova contra possíveis frustrações.
A única "garantia" que temos é o amor, na verdade a busca por este sentimento que tanto
confundimos e que se faz tão simples. Se cada dia nos ocupássemos mais em descobrir o
que o amor não é, ao invés de nos preocupar com emoções grossas, que só nos afundam,
com certeza estaríamos nos vacinando contra esta insanidade coletiva,... O ciúme, esta
doença que muitos confundem e insistem em chamar de amor...

Muitos podem achar que amor não se aprende, se sente, sendo assim como se sente algo
que tentamos intelectualizar a toda hora? Já que a cada minuto formatamos nossas
impressões e criamos conceitos sobre o amor.
Amar se aprende sim ou melhor se desaprende a cada dia, a cada hora, a cada troca...
Devemos esquecer nossas referências para permitir uma total entrega, devemos
desaprender a "amar" para encontrar o amor de verdade... O amor é uma busca, só as
carências vem de graça... E quando a esmola é de mais... e se o santo não desconfiar...aí
temos problemas hehehehe...

Se me permitem escrever, posso dizer muito sobre o que o amor não é, pois se tentar
dizer ou escrever sobre ele, com certeza não estarei falando sobre o amor...
Mas se colocarmos um pouquinho de sentimento naquilo que escrevemos/dizemos aí a
coisa muda de figura...O amor é por si só, sem pretensão nenhuma... Ele nem ao menos
quer existir ele é... Ele não precisa gritar aos quatro cantos do mundo, pois ele já está lá...
Quem precisa gritar... são as carências... só para ver se alguém ouve...e o pior, tem
sempre alguém para ouvir...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo
(Chato, cheio de defeitos, mas que está a cada dia tentando aprender a amar melhor e de
verdade).

Julgamento e Amor
"O julgamento é feio - ele fere as pessoas. Por um lado, você vai machucando, ferindo-as;
e por outro lado, você quer o amor delas, seu respeito. Isso é impossível.

Ame-as, aceite-as e, talvez, seu amor e respeito possa ajudá-las a mudar muitas de suas
fraquezas, muitas de suas falhas - porque o amor lhes dará uma nova energia, um novo
significado, uma nova força. O amor lhes dará novas raízes para se erguerem contra os
ventos fortes, um sol quente, as chuvas fortes.

Se apenas uma única pessoa o ama, isso o faz tão forte, que você nem pode imaginar.
Mas, se ninguém o ama neste vasto mundo, você fica simplesmente isolado; então, você
pensa que é livre, mas você está vivendo numa cela isolada em uma cadeia. É que a cela
isolada é invisível; você a carrega consigo.

O coração abrirá por si mesmo. Não se preocupe com o coração. Simplesmente faça o
trabalho preliminar."

Milhões de pessoas estão sofrendo: eles querem ser amados, mas eles não sabem amar.
E o amor não pode existir como um monólogo; ele é um diálogo, um diálogo muito
harmonioso.

OSHO - The Transmission of the Lamp, # 1


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Om Sattva!

Pablo

Total Relaxamento é Meditação

Total relaxamento é o definitivo. Este é o momento quando uma pessoa se torna um buda.
Este é o momento da realização, da iluminação, da consciência de Cristo. Você não pode
ser totalmente relaxado exatamente agora. No núcleo mais profundo, uma tensão irá
persistir.

Mas comece a relaxar. Comece da circunferência - aí é que nós estamos, e somente


podemos começar de onde estamos. Relaxe a circunferência do seu ser - relaxe seu corpo,
relaxe seu comportamento, relaxe seus atos. Caminhe de uma maneira relaxada, coma de
uma maneira relaxada, fale, escute de uma maneira relaxada. Diminua a velocidade de
todos os processos.

Não fique com pressa e não se precipite. Mova-se como se toda a eternidade estivesse
disponível para você - de fato, está disponível para você. Nós estamos aqui desde o
princípio e estaremos aqui até o próprio fim, se houver um princípio e houver um fim. De
fato, não há princípio e não há fim. Nós sempre estivemos aqui e sempre estaremos aqui.
As formas continuam mudando, mas não a alma.
A tensão significa pressa, medo, dúvida. A tensão significa um constante esforço para
proteger, para estar seguro, para estar a salvo. A tensão significa se preparar para o
amanhã agora, ou para o depois da vida -- com medo de que amanhã, você não seja capaz
de encarar a realidade, então, esteja preparado. A tensão significa o passado que você
ainda não viveu realmente, mas somente passou ao largo, de alguma forma; ele perdura, é
uma ressaca, ele o rodeia.
[...]

Você terá que relaxar a partir da circunferência. O primeiro passo no relaxar é o corpo.
Lembre-se tantas vezes quantas for possível para observar o corpo, se você está
carregando uma tensão no corpo, em algum lugar no pescoço, na cabeça, nas pernas.
Relaxe-o conscientemente. Apenas dirija-se àquela parte do corpo e convença aquela
parte, diga-lhe amorosamente, "Relaxe!"

E se surpreenderá de que se você se aproxima de qualquer parte do seu corpo, ele escuta,
ele o segue -- é o seu corpo! Com olhos fechados, vá para dentro do corpo do dedão do pé
à cabeça procurando por qualquer lugar onde exista uma tensão. E, então, fale com
aquela parte como a um amigo; deixe existir um diálogo entre você e seu corpo. Diga-lhe
para relaxar, e diga a ele, "Não há nada com que se preocupar. Não tenha medo. Eu estou
aqui para tomar cuidado -- você
pode relaxar." Pouco a pouco, você aprenderá o clique disto. Então, o corpo se torna
relaxado.

Então, dê outro passo, um pouco maior; diga à mente para relaxar. E se o corpo escuta, a
mente também escuta, mas você não pode começar com a mente -- tem que começar do
princípio. Não pode começar do meio. Muitas pessoas começam com a mente e falham;
elas falham porque começaram de um lugar errado. Tudo deve ser feito na ordem certa.
Se você se torna capaz de relaxar o corpo voluntariamente, então será capaz de ajudar sua
mente a relaxar voluntariamente. A mente é um fenômeno mais complexo. Uma vez que
tenha se tornado confiante de que o corpo lhe ouve, terá uma nova confiança em si
mesmo. Agora, até mesmo a mente pode lhe ouvir. Levará um pouco mais de tempo com
a mente, mas acontece.

Quando a mente estiver relaxada, então comece a relaxar o seu coração, o mundo dos
sentimentos, emoções -- que é até mais complexo, mais sutil. Mas agora você estará se
movendo com confiança, com grande confiança em si mesmo. Agora, você saberá que é
possível. Se é possível com o corpo e é possível com a mente, é possível com o coração
também. E somente então, quando tiver dado estes três passos, você pode dar o quarto.
Agora, pode ir ao núcleo mais profundo do seu ser, que está além do corpo, mente,
coração; o próprio centro da sua existência. E você será capaz de relaxar lá também.

E este relaxamento certamente traz a maior alegria possível, o derradeiro em êxtase,


aceitação. Você estará cheio de bênçãos e regozijando. A sua vida terá a qualidade da
dança nela. [...]

Mas comece com o corpo e então vá, pouco a pouco, mais fundo. E não comece com
nenhuma outra coisa mais, a menos que tenha, primeiro, resolvido o mais básico. Se o
seu corpo estiver tenso, não comece com a mente. Espere. Trabalhe com o corpo. E
simplesmente coisas pequenas são de imensa ajuda.

Você caminha com um certo passo; isto se tornou habitual, automático. Agora tente
caminhar vagarosamente. Buda costumava dizer a seus discípulos, "Caminhem muito
vagarosamente, e dêem cada passo muito conscientemente." Se você der cada passo
muito conscientemente, está fadado a caminhar lentamente. Se você estiver correndo,
com pressa,
esquecerá de se lembrar. Por esta razão, Buda caminha muito vagarosamente.

Apenas tente caminhar muito vagarosamente, e se surpreenderá - uma nova qualidade de


percepção começa a acontecer no corpo. Coma vagarosamente, e se surpreenderá - há um
grande relaxamento. Faça tudo vagarosamente... apenas para mudar o antigo padrão,
apenas para sair de hábitos antigos. Primeiro, o corpo tem que se tornar completamente
relaxado, como uma criança pequena; somente então comece com a mente. Mova-se
cientificamente: primeiro o mais simples,
então o complexo, então o mais complexo. E somente então você pode relaxar no centro
definitivo...

Osho em The Dhammapada, volume 10, #8

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Om Sattva!

Pablo

Astrologia: Uma Porta para Religiosidade

É preciso que alguns assuntos sejam entendidos. Primeiro é necessário saber que, do
ponto de vista científico, todo o sistema solar nasceu do sol. A Lua, Marte, Júpiter e todos
os outros planetas, incluindo esta Terra, são todos partes orgânicas do sol. Lentamente, a
vida brotou na Terra - das plantas ao homem. O homem é uma parte orgânica da Terra, a
Terra é uma parte orgânica do sol. É como uma mãe que tem uma filha, que por sua vez
também tem uma filha e em todos os três flui o mesmo sangue. Seus corpos são feitos de
células similares. Os cientistas usam a palavra "empatia" significando sensibilidade
compartilhada. Estas coisas que nasceram da mesma fonte possuem um tipo de
experiência interior compartilhada.

A Terra brotou do sol e nossos corpos brotaram da Terra, e lá bem distante, o sol é o
nosso grande avô. Tudo que acontece no sol cria uma vibração em cada célula de nossos
corpos. Tem que ser dessa forma porque nossas células nasceram do sol. O sol parece
estar a uma grande distância, mas ele não está tão longe. Em todo elemento de nosso
sangue e em cada partícula de nossos ossos vivem os átomos do sol. Somos partes do sol,
assim não é de admirar que nossas vidas sejam influenciadas por ele. Existe uma espécie
de empatia entre nós e o sol. Se entendermos corretamente essa empatia, podemos
penetrar numa dimensão da astrologia.

Ontem falei para vocês sobre gêmeos. Alguns experimentos sobre empatia podem ser
conduzidos quando gêmeos nascidos do mesmo ovo são colocados em quartos separados.
Durante os últimos cinqüenta anos muitos desses tipos de experimentos foram realizados.
Gêmeos foram colocados em quartos separados, uma campainha tocava e era dito para
as crianças escreverem ou desenharem qualquer que fosse seu primeiro pensamento
quando a campainha tocasse. Isso foi repetido vinte vezes e foi observado com grande
admiração que noventa por cento das pinturas desenhadas pelos gêmeos eram
semelhantes. O fluxo de pensamentos produzido em uma criança ao toque da campainha,
e a palavra ou desenho trazido por esse pensamento era semelhante a do outro gêmeo.

Essa similaridade da experiência é descrita pelos cientistas como empatia

Há tanta similaridade entre gêmeos que eles vibram igualmente. Dentro dos corpos
dessas duas crianças há uma comunicação ou um diálogo íntimo que flui através de
canais desconhecidos.

Entre o sol e a Terra também há pontes de comunicação como essa e a todo o momento
mensagens estão passando através dessas pontes. E semelhantemente, pontes de
comunicação existem entre a Terra e o homem. Portanto há uma comunicação contínua
entre o homem, a Terra e o sol. Mas essa comunicação é muito misteriosa; ela é sutil e
interior. Vamos também tentar entender alguma coisa disso.

Há um centro de pesquisa na América conhecido como Centro de Pesquisas Três Anéis.


Se você cortar uma árvore, você irá encontrar um número de anéis ou círculos visíveis
sobre a superfície cortada. Os belos desenhos decorativos na superfície dos móveis de
madeira são devidos a esses círculos. Esse centro de pesquisa dedicou os últimos
cinqüenta anos trabalhando no estudo da formação desses círculos.

Professor Douglas, o diretor do centro, que passou a maior parte de sua vida estudando-
os, descobriu uma série de fatos. Normalmente, todos sabemos que a idade de uma árvore
pode ser calculada pelo número desses círculos. Todo ano surge um novo anel; uma nova
camada é feita dentro da árvore a cada ano. Se a árvore tiver cinqüenta anos de idade, se
ela viu cinqüenta outonos, então cinqüenta anéis se formaram dentro da árvore.

Mas é surpreendente saber que estes anéis também indicam o tipo de estações que
ocorreu num certo ano. Se as estações foram mais quentes ou mais úmidas que o normal,
a formação do anel é mais larga. Se as estações foram mais frias e secas, o anel não será
tão largo. É possível saber quando caíram fortes chuvas, quando houve seca e quando às
estações foram muito frias.

Se Buda tivesse dito que boas chuvas caíram num certo ano, a árvore bodhi, sob a qual
ele costumava sentar-se, confirmaria a verdade disso. Buda pode ter cometido um
engano, mas não a árvore. O anel da árvore será mais largo ou mais estreito, indicando o
tipo de estação daquele ano em particular.

Enquanto conduzia sua pesquisa, o Professor Douglas chegou à outra conclusão que
estava muito além de qualquer coisa que ele pudesse ter previsto. Ele observou que os
anéis são mais largos a cada onze anos -e a cada décimo primeiro ano há um máximo de
atividade nuclear no sol; o sol se torna mais ativo. É como se o sol tivesse um ritmo
periódico e então sua radiatividade chega ao máximo. Durante tal ano a árvore faz um
anel mais largo - não numa floresta ou num lugar ou
país, mas por toda a Terra todas as árvores comportam-se similarmente a fim de se
protegerem da radiatividade intensificada. Para se proteger do poder excessivo que é
liberado pelo sol, a árvore produz uma casca mais grossa a cada onze anos. Devido a esse
fenômeno, os cientistas cunharam uma nova frase: "clima global".

As estações são diferentes em lugares diferentes: estará chovendo num lugar, fazendo frio
noutro e calor em algum outro lugar; e a idéia de haver um clima global nunca existiu
antes. Portanto, se referindo aos efeitos desse décimo primeiro ano, o Professor Douglas
cunhou o termo "clima global". E embora não o percebamos, as árvores o percebem. Há
um decréscimo gradual na largura dos anéis das árvores que são formados após o décimo
primeiro ano e após cinco anos há
novamente um crescimento gradual na largura até o décimo primeiro ano.

Se as árvores são tão sensíveis a ponto de gravar cuidadosamente um evento acontecendo


no sol, então não seria possível que na mente do homem também houvesse alguma
camada... Que o corpo do homem tivesse uma sensibilidade sutil a atividade do sol que
produza ondulações em sua psique? Até agora os cientistas não foram capazes de
claramente
encontrar quaisquer efeitos no corpo do homem - ainda assim parece impossível que o
corpo não pudesse gravar tal atividade.

A astrologia é uma investigação da possibilidade de que tudo que acontece em algum


lugar do universo também afeta o homem.

Mas não é tão fácil investigar o corpo do homem porque este não pode ser aberto como
uma árvore. Para abrir um ser humano é algo muito delicado e perigoso. E devido a que o
homem tem uma mente, não é o corpo que registra eventos dessa maneira, mas a mente.
A árvore não possui tal mente e assim seu corpo tem que registrar os eventos.

Mais um ponto vale a pena notar. Assim como há tempestades radiativas no sol a cada
onze anos, há similarmente outro ritmo periódico de noventa anos no sol. Isso só veio à
luz recentemente, mas é um fato científico, e é tão surpreendente quanto o ritmo
periódico que ocorre a cada onze anos. Os astrólogos não mencionam nada a esse
respeito, mas estou lhes dizendo para facilitar a vocês entenderem a astrologia de uma
maneira científica. Há um ciclo de noventa anos que tem sido pesquisado, e sua história é
muito surpreendente.
Quatro mil anos atrás, um faraó Egípcio falou para seus cientistas para manter um
registro com relação à freqüência das águas do Rio Nilo que crescem e decrescem, e em
que quantidade. O Rio Nilo é o único rio no mundo com uma "biografia" de quatro mil
anos. Um registro foi mantido de quando o nível das águas do rio cresce ou decresce por
pelo menos uma polegada. Esse registro vem dos tempos dos faraós, quatro mil anos
atrás, até os dias de hoje.

"Faraó" é o nome dado a um imperador Egípcio e na linguagem Egípcia significa o sol.


Havia uma crença no Egito que existe um diálogo contínuo entre o sol e o Rio Nilo. Os
faraós, que eram devotos do sol, proclamaram que um registro completo do Nilo devia
ser mantido. Eles disseram: "Nada sabemos sobre o sol no presente, mas um dia
saberemos, e esse registro será útil".

Assim, por quarto mil anos, tudo sobre o Rio Nilo foi registrado: o aumento do nível das
águas, quando ocorreram inundações e quando não ocorreu nenhuma... E um estudante
Egípcio, Tasman, compilou sua história. Algumas coisas que não eram conhecidas nos
tempos dos faraós são agora conhecidas, e tudo que aconteceu no Nilo foi comparado
com eventos no sol. Um ritmo de noventa anos foi claramente indicado relacionado a
acontecimentos no sol. Estes eventos são muito similares ao que chamamos de
nascimento e morte.

Entenda dessa maneira: o sol é vigoroso por quarenta e cinco anos e então começa a
declinar, a envelhecer, por quarenta e cinco anos. Por quarenta e cinco anos a energia que
flui dentro do sol aumenta em direção a um pico de vigor. Após quarenta e cinco anos há
um recuo no fluxo de energia, como dentro de um ser humano. Após noventa anos o sol
se torna muito velho. Durante os últimos quarenta e cinco anos, a Terra é sacudida com
terremotos. Os terremotos estão relacionados a esse ciclo de noventa anos. Ao fim do
nonagésimo ano, novamente o sol começa a se fortalecer.

Essa é uma ocorrência cíclica muito importante.

Há mudanças tão grandes acontecendo no sol que também é natural para a Terra ser
agitada. Quando um corpo tão imenso como a Terra começa a sacudir por terremotos
devido às mudanças no sol, como pode o pequeno corpo do homem permanecer não
afetado? Essa é a questão que os astrólogos vêm perguntando. Eles dizem que é
impossível para o corpo do homem permanecer não afetado. As crianças que nasceram
durante os quarenta e cinco anos quando o sol está crescendo, em sua fase vigorosa, são
maravilhosamente saudáveis. Mas as crianças que nasceram durante os quarenta e cinco
anos em que o sol está declinando não podem estar com boa saúde.

As condições das crianças nascidas durante o período quando o sol está na fase declinante
é como aquela do navio que precisa viajar para o oriente quando os ventos estão soprando
para o ocidente - um grande esforço físico é necessário para mover os remos. As velas
não funcionam, então o timoneiro tem que trabalhar mais duramente. É como nadar
contra a corrente. O sol é a fonte de energia vital para todo o sistema solar. Portanto,
quando o sol está declinando, tudo que é vigoroso tem que nadar contra a corrente. Ele
tem que suportar uma grande força.

E quando o sol está crescendo, todo o sistema solar é preenchido com energia e se move
em direção ao pico. Quem nasce nesse período está em um navio que está velejando a
favor do vento. Nenhum esforço é necessário; nem os remos nem o leme precisam ser
movidos. As velas precisam apenas ser abertas e o navio é movido pelos ventos. Durante
esse período o menor número de doenças prevalecem na terra. E quando o sol está
declinando, temos o número máximo de doenças. Portanto, por quarenta e cinco anos há
um aumento de doenças na Terra, e para os próximos quarenta e cinco anos há uma
diminuição, e assim por diante.

O registro histórico do Rio Nilo de quarto mil anos mostra que há um aumento na
quantidade de água fluindo nele durante os quarenta e cinco anos quando o sol está em
seu vigor. Quando o sol entra em declínio, o nível das águas no Nilo cai e sua corrente
também se torna menos forte e mais indolente.

O homem não é uma ilha, ele é parte de toda essa unidade.

Nem mesmo os melhores relógios feitos pelo homem mostram o tempo tão precisamente
como faz a Terra. Leva vinte e três horas e cinqüenta e seis minutos para a terra dar uma
volta em torno de seu eixo. Com base nesse período de tempo projetamos um dia de vinte
e quatro horas. E até agora não se tem conhecimento que a Terra tenha atrasado ou
adiantado um segundo sequer para completar sua revolução. Mas a razão é que não temos
tido recursos totalmente precisos com os quais estudar esse fenômeno, desse modo, temos
feito apenas estimativas grosseiras. Mas quando o ciclo de noventa anos do sol se
completa e se reajusta para um novo ciclo, o relógio da terra é agitado.

Na hora em que o sol experimenta um aumento da radiatividade, durante seu ciclo de


onze anos, o relógio da Terra também é perturbado. Quando a Terra fica sob a influência
de tais forças externas seu ritmo interno é perturbado. Qualquer nova influência cósmica
como uma estrela, um meteoro ou um cometa passando perto da Terra também o
perturba. Em uma escala cósmica, coisas muito distantes no céu estão realmente muito
perto porque tudo está interconectado de uma forma invisível.

Contudo, a habilidade de nossa linguagem de expressar esse fenômeno é muito débil


porque quando dizemos que uma estrela chega um pouco mais perto do nosso sol,
pensamos nisso no sentido ordinário de uma pessoa chegando mais perto de outra pessoa.
Ainda assim, essas distâncias são muito grandes, mesmo uma ligeira mudança nas
distancias entre
objetos cósmicos e o eixo da terra é perturbado - embora possamos não estar
absolutamente cônscios disso. Para perturbar a Terra, uma grande força é necessária. Para
um desvio de uma polegada na Terra, poderosos corpos cósmicos precisam passar perto
de sua órbita.

Quando esses grandes corpos cósmicos passam perto da Terra, eles também passam perto
de nós. Quando a Terra é sacudida, não é possível que as árvores que estão crescendo
nela não se agitem. Não é possível que o ser humano que vive e caminha nela não seja
afetado. Não, tudo é afetado, mas a agitação é muito rápida, e o homem não possui
instrumentos para mensurá-la. Contudo, agora temos instrumentos eletrônicos tão
sensíveis, que uma vibração de um milésimo de segundo de duração também pode ser
medida. Mas a vibração no ser humano ainda não pode ser medida. Até agora não temos
feito quaisquer instrumentos com os quais mensurá-la.

O homem é uma criatura muito sutil e é necessário que ele seja assim; senão seria difícil
para ele viver na Terra. Se ele fosse capaz de experienciar e de estar cônscio de toda a
influência das forças que o cercam e agem sobre ele vinte e quatro horas do dia, ele não
sobreviveria. Somos capazes de viver apenas porque não estamos cônscios de tudo que
está acontecendo ao nosso redor.

Há também outra lei. Essa lei é de que não podemos estar cônscios das influências acima
ou abaixo de um certo limite.

A extensão de nossa experiência é limitada. Por exemplo, suponha que medimos a


temperatura do corpo como estando entre noventa e oito graus no ponto mais baixo e
cento e dez graus no ponto mais alto, isso mostra que estamos vivendo dentro destes doze
graus.

Se a temperatura cair muito abaixo de noventa e oito graus morreremos, e se ela disparar
acima de cento e dez graus também iremos morrer. Mas você acha que a amplitude da
temperatura do universo está limitada a somente doze graus? O homem vive dentro da
amplitude limitada de doze graus - fora dessa amplitude ele morrerá. O homem vive
numa espécie de balança. Ele tem que flutuar entre noventa e oito e cento e dez graus.
Similarmente, existe um equilíbrio para tudo.

Estou falando para vocês e vocês podem me ouvir. Se eu falar num tom muito baixo,
chegará ao ponto onde vocês não poderão mais me ouvir. Isto vocês podem entender, mas
vocês não serão capazes de imaginar que há um ponto mais alto de audibilidade além do
qual vocês não podem ouvir. É difícil imaginar que um ruído mais alto possa ser também
inaudível.

Os cientistas dizem que temos um certo limite de ouvir e que não podemos ouvir coisa
alguma abaixo ou acima desse limite. Grandes estrondos de trovões estão ocorrendo por
toda parte ao nosso redor, mas não podemos ouvi-los. Se uma estrela se desintegra ou
nasce um novo planeta, tremendos estrondos de trovões são criados ao redor da Terra. Se
fôssemos capazes de escutá-los, então naquele mesmo momento ficaríamos surdos. Mas
estamos protegidos porque nossos ouvidos não podem ouvi-los. Não podemos ouvir
abaixo de certos decibéis e não podemos ouvir acima de certos decibéis; podemos ouvir
apenas dentro de uma certa amplitude.

Existem limites até para o cheirar. Os sentidos de todos os seres humanos operam dentro
de um certo limite. Por exemplo, um cachorro é capaz de cheirar muito mais que vocês.
Seu limite de cheirar é maior; um cachorro pode sentir o cheiro que nós não somos
capazes de perceber. O que não somos capazes de ouvir, um cavalo pode. O sentido de
audição ou de cheirar do cavalo é muito mais agudo. Um cavalo pode sentir o cheiro da
aproximação de um leão a uma milha e meia de distância. Ele irá parar subitamente e não
iremos entender o motivo. Seu senso de cheiro é muito poderoso. Mas se vocês tivessem
um sentido tão forte de cheiro que vocês pudessem experienciar todos os cheiros que
permeiam ao seu redor, vocês ficariam loucos. Um ser humano é fechado dentro de uma
espécie de cápsula - ele tem
fronteiras.

Quando você liga seu radio você pode ouvir muitas estações. Mas você acha que a
música começa apenas quando o radio está ligado? As ondas de radio da música e da fala
estão continuamente fluindo no ar, quer seu radio esteja ligado ou não. Mas você só pode
ouvi-las quando o radio está ligado. Aqui mesmo nessa sala, as ondas de radio de todas
as estações retransmissoras do mundo estão fluindo continuamente, mas você só pode
ouvi-las quando você liga o seu radio. Essas ondas de radio estão lá, mesmo quando seu
radio não está ligado, mas você não pode ouvi-las.

Neste mundo muitos sons estão passando ao redor de todos nós. Há um grande tumulto.
Não somos capazes de ouvi-los, mas não podemos escapar de ser afetados por eles.
Somos influenciados por todos esses ruídos - em cada nervo, em cada batida do coração,
em cada músculo. Estes ruídos estão operando em nós despercebidamente. Os cheiros
que não somos capazes de reconhecer também nos afetam. Se esses cheiros carregarem
com eles alguma doença, vocês irão pegar a doença.

Sua consciência ou percepção de algo não é um imperativo para que isso exista.

A astrologia diz que há campos de energia ao redor de nós que prosseguem nos
influenciando continuamente. Logo que nasce uma criança, ela está sujeita a todas as
influências do mundo. Na linguagem da ciência, podemos descrever o nascimento como
um processo de exposição.

É exatamente como se expuséssemos um filme numa câmara. Você pressiona o botão de


exposição da câmara e instantaneamente às janelas das lentes abrem e fecham e tudo que
estava em frente da câmara fica instantaneamente registrado no filme. O filme é exposto
sem afetar a exposição anterior. O filme capturou a imagem da cena para sempre.

Similarmente, quando uma criança é concebida no útero da mãe, essa é a primeira


exposição da criança. No dia que a criança nasce acontece a segunda exposição. Essas
duas exposições são registradas na mente sensitiva da criança, como no filme. O mundo
como ele é naquele momento é impresso na criança e assim há uma empatia na criança
pelo mundo como ele é naquele momento.

Você ficará surpreso de saber que noventa por cento das crianças nascem à noite.
Geralmente, de acordo com probabilidades matemáticas, a percentagem de nascimentos à
noite seria a mesma para o dia.
Poderia ter uma flutuação de quatro a cinco por cento aqui e ali, mas porque noventa por
cento nasceria durante a noite? Somente dez por cento dos nascimentos, no máximo,
ocorrem durante o dia. Deve haver uma razão para isso - existem muitas razões para isso.
Deixe-me explicar...

Se fôssemos perguntar a Buda ou a Mahavira sobre o motivo disto, eles diriam que a
maioria das almas nascem à noite porque elas estão dormindo quando nascem. Essas
almas não podem escolher o momento do seu nascimento. Existem centenas de outros
motivos, mas esse é importante; que a maioria das pessoas estão adormecidas. Elas estão
na escuridão e na inatividade.

Aquele que nascer após o amanhecer, nascerá com energia.

Após o pôr do sol, na escuridão da noite, somente os seres adormecidos podem nascer. O
nascimento que acontece na hora do sol nascente será um nascimento sob a influência da
energia; o nascimento que ocorre após o pôr do sol, sob a capa da escuridão, será um
nascimento sob a influência do sono. A exposição será diferente para um filme exposto à
noite daquele exposto durante o dia. É necessário entender esse ponto sobre a exposição
mais claramente porque a
astrologia está profundamente relacionada a isso.

Os cientistas que estão conduzindo pesquisas sobre este assunto da exposição do


nascimento dizem que é um acontecimento da maior importância. Essa exposição lhe
acompanhará por toda sua vida.

Quando um pinto nasce da galinha, ele imediatamente começa a correr atrás dela.
Dizemos que ele está correndo atrás da mãe, mas os cientistas dizem que isso não tem
nada a ver com a mãe, dizem que isso é uma questão de exposição e impressão. Os
cientistas agora conduziram centenas de experimentos... Um experimento foi com os
pintos que estavam para nascer. Os bicos dos pintos estavam emergindo dos ovos e então
a galinha foi removida de cena e em seu lugar foi
colocado um balão na frente dos pintos. Quando os pintos abriram os olhos eles viram o
balão. Vocês ficarão surpresos de saber que os pintos amaram o balão como se fosse sua
mãe. Para onde quer que o balão se movesse no ar, eles correriam atrás dele. Eles não
deram importância a mãe, onde quer que ela estivesse, mas eles se tornaram
surpreendentemente sensíveis ao balão. Quando os pintos ficavam cansados, eles iam e
sentavam ao lado do balão. Eles tentariam amar o balão, eles tentariam bicar no balão -
não na mãe.

Konrad Lorenz, o cientista que realizou um grande trabalho nesse sentido, diz que o
primeiro momento de exposição é o mais importante. O pinto fica intimamente
relacionado com a mãe devido a primeira exposição; ele corre atrás da mãe apenas
porque ela estava primordialmente disponível para ele.

Agora, mais alguns experimentos estão sendo conduzidos... Crianças masculinas que não
são criadas na presença da mãe não são capazes de amar nenhuma mulher. Não houve
uma exposição adequada; a imagem de uma mulher não foi adequadamente impressa na
mente dessas crianças. Se a homossexualidade está aumentando no Ocidente, uma razão
fundamental é uma exposição insuficiente a um dos pais. O amor heterossexual, amor
entre sexos opostos, está diminuindo cada vez mais no Ocidente e o amor entre membros
do mesmo sexo está aumentando. Embora isso seja um acontecimento não natural, isso
está fadado a acontecer.

A atração sexual entre um homem e uma mulher também é condicionada de outra


maneira.

A quem uma criança será exposta primeiro é um assunto que deve ser levado em
consideração. Uma mulher não será feliz por toda sua vida se, quando bebê, ela tiver sido
exposta primeiro a mãe. A exposição dela deve ser a um homem. O primeiro impacto
sobre a mente de uma menina deve ser do pai dela, só então ela será capaz de amar
totalmente um homem. Se os homens sempre superam as mulheres, é porque meninos e
meninas são ambos primeiramente expostos e criados pela mãe.

A exposição do menino está correta, mas não a da menina. Assim, quando a primeira
exposição de uma menina não for ao pai dela, não será possível para ela se tornar igual a
um homem. Nem na política, nem no emprego, nem através da independência econômica
ela pode tornar-se igual ao homem, porque de uma perspectiva psicológica, permanece a
debilidade na personalidade de uma menina. Até agora nenhuma civilização foi capaz de
superar essa fraqueza.

Se um pequeno balão pode exercer tanta influência sobre uma galinha, se isso pode
penetrar indelevelmente em sua mente, a astrologia sugere que tudo que nos rodeia - todo
o universo - também penetra em nossa consciência no momento da exposição do
nascimento quando o filme mental é exposto ao mundo. Isso determina suas simpatias e
antipatias por toda sua vida. Todas as constelações que também circundam a Terra
naquele momento, de maneira muito profunda, imprimem sua influência sobre a
consciência recém nascida. As constelações estão numa certa posição: a significância
básica dessas constelações repousa na influência de sua radiatividade caindo sobre a
Terra no momento do nascimento.

Agora cientistas acreditam que todo corpo celestial possui sua própria radiatividade. O
planeta Vênus lança raios que são
tranqüilos, enquanto que a lua possui um tipo muito diferente de ondas de radio. As ondas
de radio que nos alcançam de Júpiter são diferentes daquelas que procedem do sol. A
razão para a diferença é que cada astro tem uma combinação diferente de camadas
gasosas circundando-os, e de cada planeta uma combinação diferente de raios vêm em
direção a terra. E quando uma criança nasce, qualquer que seja a constelação, estrelas,
planetas, ou supersois longínquos que
estejam circundando o horizonte, todos penetram fundo na mente da criança na hora da
exposição. A situação cósmica naquele momento, com todas suas debilidades, forças e
capacidades, influenciam a criança por toda sua vida.
É como saber o efeito exato do que acontece quando uma bomba atômica explode sobre
uma área habitada como Hiroshima.

Antes da bomba atômica ser jogada sobre Hiroshima, se sabia apenas que centenas de
milhares de pessoas morreriam. Mas não se sabia que isso também poderia afetar
gerações futuras e tudo mais. Para aqueles que morreram em Hiroshima e Nagazaki foi
apenas à questão de um momento. Mas as árvores que permaneceram, os animais, os
pássaros, os peixes e os seres humanos que sobreviveram, foram todos permanentemente
afetados de uma forma desconhecida. O efeito total disso somente será conhecido quando
cerca de dez gerações tiverem passado, porque profundas forças radiativas ainda estão
operando.

As mulheres que sobreviveram tiveram seus ovários afetados pela radiatividade. Agora
esses ovários são incapazes de reproduzir crianças normais, tal como faziam antes de
serem afetados pela radiatividade. Uma criança nascida desses ovários pode ser aleijada
ou cega, ela pode ter quatro ou até mesmo oito olhos; pode ser qualquer coisa - não
podemos afirmar. Seu cérebro pode estar doente, ou pode ser um tal gênio que nunca
tenha nascido antes. Não estamos certos de como isso será; sabemos com certeza somente
de uma coisa: que ela não será um ser humano ordinário, normal.

Se o poder de uma bomba atômica, que não é comparativamente um poder muito grande,
pode causar tanto dano a vida na Terra, então você pode começar a imaginar o poder do
sol. É como se milhões de bombas atômicas estivessem explodindo nele
simultaneamente. Em Hiroshima e Nagazaki uma bomba atômica matou cento e vinte mil
seres humanos. Em comparação, você pode imaginar quanta radiatividade existe no sol?

O sol vem aquecendo a Terra por quatro bilhões de anos, e os cientistas dizem que não há
nenhuma possibilidade dele esfriar ainda por milhões de anos. A cada dia ele arremessa
um tremendo calor para a Terra e isso também de uma distância de quase cem milhões de
milhas. O que quer que tenha acontecido em Hiroshima afetou somente um raio de até
dez milhas, enquanto que o sol nos tem dado calor de uma distância de cem milhões de
milhas, e por tanto tempo; ele ainda não está exausto. Mas comparado a outros sois no
universo, nosso sol é apenas uma minúscula estrela. As estrelas que vemos no céu são
muito maiores do que nosso sol, e cada uma delas possui sua própria radiação que está
fluindo em nossa direção.

Um grande cientista, Michael Gacquilin, vem pesquisando sobre as forças no universo.

Ele nos diz que não somos capazes de entender nem mesmo um por cento das coisas que
são causadas pelas forças que chegam dentro de nossa experiência. Desde que
começamos a enviar satélites espaciais para além da Terra, tanta informação nos tem sido
transmitida para as quais nós não temos palavras para descrever, nem a ciência ainda é
capaz de decifrar a informação transmitida. Nunca imaginamos que tanta energia e tantas
forças pudessem estar operando tudo ao nosso redor.

Nesse contexto, vamos entender mais uma coisa. A astrologia não é uma ciência nova que
ainda está se desenvolvendo. A posição é bem inversa. Se você tivesse visto o Taj Mahal,
você poderia ter percebido algumas paredes incompletas além da margem oposta do Rio
Yamuna. A história atual é que Shah Jehan não fez apenas o Taj Mahal para sua esposa
Mumtaz, mas que ele também estava construindo uma tumba para si mesmo, da mesma
pedra de mármore do Taj Mahal, na margem oposta do Rio Yamuna. Contudo, de acordo
com a história, essa tumba não pode ser concluída. Mas agora isso tem sido pesquisado
por historiadores que nos dizem que as paredes que parecem incompletas não são as
paredes da tumba que estava sendo construída, mas as ruínas de um grande palácio que
existiu tempos atrás.

Nos últimos trezentos anos nos tem sido dito que essas paredes eram as paredes
incompletas de uma tumba que Shah Jehan começou a construir. Mas as paredes de uma
tumba recentemente construída e as ruínas de algum antigo palácio pareceriam similares,
assim fica muito difícil decidir o que exatamente essas paredes são. A pesquisa histórica
agora indica que não somente essas paredes já foram um palácio completo, mas que o
próprio Taj Mahal não foi construído por Shah Jehan. Era um antigo palácio construído
pelos Hindus, o qual Shah Jehan transformou numa tumba. Mas isso freqüentemente
acontece que não podemos acreditar em qualquer coisa que contradiga o que sempre
temos ouvido.

Nenhuma tumba como o Taj Mahal foi construída em nenhum outro lugar do mundo.
Uma tumba nunca é construída assim. Ao redor do Taj Mahal existem lugares para alojar
soldados e para guardar rifles e armas de fogo. Tumbas não necessitam ser protegidas por
rifles e armas de fogo. Era um antigo palácio que foi reformado. Na margem oposta do
Yamuna havia também um antigo palácio que desabou e suas ruínas permaneceram como
uma testemunha.

A astrologia também é como as ruínas de um grande edifício que uma vez existiu.

Foi uma ciência completa que se perdeu. Não é nem nova nem está em processo de
construção. Pelas paredes que restaram não é possível julgar o tamanho desse edifício.
Muitas vezes as verdades são conhecidas apenas para se perderem novamente.

Cerca de duzentos anos antes de Cristo, Aristarco, um cientista Grego, descobriu que o
sol é o centro de nosso universo e não a terra. Este princípio de Aristarco tornou-se
conhecido como o princípio heliocêntrico - que o sol está no centro. Mais tarde, no ano
100 AD, Ptolomeu mudou novamente essa descoberta e afirmou que a terra era o centro.
Após isso, se passaram cerca de mil anos até Kepler e Copérnico restabelecerem que o
sol é o centro de nosso universo. A verdade descoberta por Aristarco permaneceu oculta
por muito tempo, até que Copérnico abriu o velho livro de Aristarco e o
declarou novamente... E as pessoas ficaram chocadas.

No Ocidente foi dito que a América foi descoberta por Colombo. Quando Oscar Wilde foi
para a América ele fez uma piada sobre isso que se tornou muito conhecida. Ele disse que
a América tinha sido descoberta muito antes por outra pessoa. Isso é verdade; a América
foi descoberta muitas vezes, e perdeu-se repetidas vezes quando as relações com ela eram
interrompidas. Alguém perguntou a Oscar Wilde: "Se Colombo não descobriu primeiro a
América, se ela já havia
sido descoberta, porque cada vez ela se perdia?"

Oscar Wilde jocosamente respondeu: "Ele descobriu a América. Ela foi descoberta muitas
vezes, mas toda vez isso era abafado. Cada vez era necessário manter isso em segredo,
porque uma coisa tão complicada é melhor esquecer e deixar de lado".

Na epopéia Mahabharata há referências a América - uma das esposas de Arjuna era do


México. Existem antigos templos Hindus no México com ídolos de Ganesh incrustados
neles.

Isso acontece muitas vezes que a verdade chega ao nosso alcance e então se perde
novamente. A astrologia já foi uma grande verdade: ela já foi conhecida, mas depois se
perdeu. Existem dificuldades no caminho para conhecê-la novamente; eis porque estou
falando para vocês de muitos pontos de vista diferentes.

Minha intenção de falar sobre astrologia pode ser mal-entendida. Não é como se eu
pretendesse falar sobre os mesmos assuntos que são discutidos por um astrólogo comum.
Para tal astrólogo você pode pagar uma moeda e ouvir sua sorte. Talvez você pense que
vou falar sobre ele ou apóia-lo.

Em nome da astrologia, noventa e nove por cento dos astrólogos são blefes.

Somente um por cento não irá afirmar dogmaticamente que um evento definitivamente
acontecerá. Eles sabem que a astrologia é um assunto vasto - tão vasto que alguém só
pode penetrá-la hesitantemente.
Quando estou falando sobre astrologia, quero que vocês tenham um retrato de toda a
ciência de muitos ângulos, para que vocês possam penetrá-la sem qualquer medo ou
hesitação. Quando falo sobre astrologia, não me refiro ao astrólogo comum - coisa tão
pequena. Mas a curiosidade média dos homens com respeito à astrologia é apenas para
saber se sua filha irá se casar ou não.

A astrologia pode ser dividida em três partes. A primeira parte é o núcleo, a essência; ele
é essencial e não pode ser alterado. È a parte mais difícil de entender. A segunda parte é a
camada média, na qual se pode fazer qualquer mudança que se queira. É a porção semi-
essencial, na qual você pode fazer mudanças se você souber como, mas sem saber como,
nenhuma mudança é possível. A terceira parte é a camada mais externa que é não-
essencial, mas sobre a qual somos todos muito curiosos.

A primeira é a essência, na qual nenhuma mudança pode ser feita. Quando é conhecida, o
único jeito é cooperar com ela. As religiões têm planejado a astrologia a fim de conhecer
e decifrar esse destino essencial. À parte semi-essencial da astrologia é tal que se a
assimilarmos, poderemos mudar nossa vida - de outra maneira não.

Se não a conhecemos, então o que quer que tenha de acontecer, acontecerá. Se houver
conhecimento, haverá alternativas para escolher. Há uma possibilidade de transformação
se a escolha correta for feita. A terceira, a parte não-essencial é apenas a periferia, a
superfície externa. Não há nada de essencial nela, tudo é circunstancial.

Mas consultamos os astrólogos apenas para as coisas não-essenciais.

Alguém vai e pergunta a um astrólogo quando conseguirá um emprego - o seu emprego


não tem nada a ver com a lua e as estrelas. Alguém pergunta se irá se casar ou não - uma
sociedade sem casamento é possível. Alguém pergunta se irá permanecer pobre ou se
ficará rico - uma sociedade socialista ou comunista onde não haverá ninguém pobre ou
rico é possível. Portanto, estas são as questões não essenciais...

Um homem de oitenta anos de idade estava caminhando quando seu pé escorregou numa
casca de banana que havia sido jogada na rua. Agora, é possível inquirir um astrólogo,
para saber da lua e das estrelas em qual rua e em qual casca de banana o pé irá
escorregar? Tais questões são tolices. Mas vocês são curiosos para saber com
antecedência se seu pé irá pisar ou escorregar numa casca de banana se você sair hoje
para a rua. Isso é não essencial. Isso não tem nada a ver com seu ser ou com sua alma.
Esses eventos acontecem na periferia, e a astrologia não tem nada a ver com eles. Mas
devido a que os astrólogos estão ocupados falando apenas a respeito desse tipo de coisas,
a grande instituição da astrologia desabou. Essa foi à única razão.

Nenhuma pessoa inteligente vai estar preparada para acreditar que quando ela nasceu,
estava escrito em seu destino, que um certo dia, na marina, seu pé pisaria em alguma
casca de banana e ela cairia. Nem a queda nem a casca da banana tem qualquer relação
com as estrelas. A astrologia perdeu a respeitabilidade porque ficou conectada a esse tipo
de coisas.

De vez em quando todos nós temos desejado saber tais coisas dos astrólogos, ainda que
sejam coisas não-essenciais. Mas existem certos assuntos semi-essenciais tais como o
nascimento e a morte de uma pessoa: se você puder conhecer tudo sobre estes assuntos,
você pode tomar suas precauções. Se você não nada conhece, você nada pode fazer.

Se nosso conhecimento a respeito de diagnósticos de doenças fosse aperfeiçoado


seríamos capazes de prolongar o tempo de vida dos seres humanos - já estamos fazendo
isso. Se nossa pesquisa para fazer bombas atômicas mortais tiver êxito seremos capazes
de aniquilar milhares de pessoas de uma vez - nós já fizemos isso.

Este mundo semi-essencial apresenta a possibilidade de que possamos ser capazes de


fazer certas coisas se soubermos com antecedência o que vai acontecer.

Se não soubermos, nada pode ser feito. Pelo nosso conhecimento prévio, alternativas
podem ser classificadas e selecionadas. Além disso, existe o mundo do essencial - e sobre
este você nada pode fazer. Contudo nossa curiosidade é para conhecer somente sobre
coisas não-essenciais. Raramente alguém chega a conhecer o semi-essencial. E nossa
curiosidade ou desejo nunca se estende para conhecer aquilo que é essencial ou
inevitável, aquilo que não pode ser mudado mesmo se conhecido.

Mahavira passava por um vilarejo com seu discípulo, Goshalak - que mais tarde se tornou
seu oponente - quando eles depararam uma pequena planta, e Goshalak disse a Mahavira:
"Escute, aqui está uma planta. O que você acha? Ela irá crescer e produzir uma flor ou ela
morrerá antes de florescer?"

Mahavira imediatamente fechou seus olhos e sentou-se defronte a planta. Goshalak


espertamente disse: "Não fuja do assunto. O que acontecerá por fechar seus olhos?" Ele
não sabia porque Mahavira ficou silencioso e fechou seus olhos - que ele estava
procurando o essencial. Era necessário ir bem fundo no ser, na alma da planta. Sem fazer
isso, não seria possível dizer o que iria acontecer.

Após um momento Mahavira abriu seus olhos e disse: "Essa planta sobreviverá para
florescer".
Goshalak imediatamente arrancou a planta pelas suas raízes, a jogou fora e riu
zombeteiramente. Não havia melhor maneira de refutar a declaração de Mahavira.

Mahavira não tinha nada mais para dizer agora porque Goshalak tinha desenraizado a
planta e a jogado fora como um desafio. Ele estava rindo, Mahavira estava sorrindo e eles
continuaram sua jornada. Então começou a chover fortemente. Era uma tempestade, e por
sete dias continuamente, caíram chuvas torrenciais, assim eles não puderam sair por sete
dias completos.
Quando as chuvas amainaram e eles estavam retornando, no caminho eles chegaram ao
mesmo ponto onde sete dias antes Mahavira tinha fechado seus olhos para conhecer o ser
interior da planta. Eles virão que a planta estava novamente de pé com suas raízes no
solo. Devido as fortes chuvas e ventos, a terra tinha ficado úmida e solta, e as raízes da
planta haviam cavado nela. Mahavira novamente fechou seus olhos e ficou de pé ao lado
da planta.
Goshalak ficou muito embaraçado - ele tinha desenraizado e jogado fora à planta.
Quando Mahavira abriu seus olhos, Goshalak disse: "Estou surpreso e confuso. Eu
desenraizei essa planta e a joguei fora, e ela está crescendo novamente".
Mahavira respondeu: "Ela irá sobreviver para florescer. Fechei meus olhos para ver a
potencialidade interior e a condição da semente: se ela era capaz de enraizar-se
novamente tendo sido uma vez desenraizada, se ela era suicida ou não, se ela tinha um
instinto forte ou um desejo de morrer. Se seu instinto fosse suicida ela teria usado sua
ajuda para morrer. Eu queria ver se ela estava ansiando por viver; se ela estivesse
determinada a viver, ela viveria. Eu sabia que você iria desenraizá-la e jogá-la fora.

Goshalak perguntou: "O que você está dizendo?"

Mahavira disse: "Quando eu estava olhando dentro do ser interior da planta com meus
olhos fechados, também vi você de pé, determinado a arrancá-la. Eu sabia que você iria
arrancar a planta. Eis porque era necessário conhecer a capacidade interior da planta de
viver, quanta autoconfiança e força de vontade ela tinha. Se ela estivesse esperando
morrer e procurando uma desculpa, você teria sido uma desculpa suficiente para ela
morrer; senão, a planta desenraizada
novamente se enraizaria".

Faltou coragem a Goshalak desenraizar a planta novamente. Ele estava assustado.


Anteriormente Goshalak tinha ido rindo para a vila; desta vez, Mahavira seguiu adiante
sorrindo. Goshalak então perguntou: "Porque você está rindo?"
Mahavira disse: "Eu estava observando e apenas pensando sobre sua capacidade - se você
poderia arrancar a planta pela segunda vez ou não".
Goshalak disse: "Você pode ver se eu faria isso ou não?"
Mahavira respondeu: "Isso era não-essencial. Você podia tê-la arrancado, ou não. Mas o
que era essencial e inevitável é que a planta ainda desejava viver. Todo seu ser, toda sua
vitalidade queria viver. Isso era essencial. O que era não-essencial era você jogá-la fora
ou não, e isso dependia de você. Mas você provou ser mais fraco e menos determinado do
que a planta. Você foi derrotado."

Uma das razões porque Goshalak estava aborrecido com Mahavira foi esse incidente com
a planta.

A astrologia de que estou falando se interessa pelo essencial, pelo fundamental.

Na melhor das hipóteses sua curiosidade irá até o semi-essencial. Você quer saber quanto
tempo você viverá, ou se você irá morrer de repente ou não, mas você não está curioso
para saber o que fazer enquanto você vive. Você quer saber como você irá morrer quando
chegar a hora, ou o que você estará fazendo naquela hora. Sua curiosidade se estende a
eventos, não a alma. O que estou vivendo é somente um evento, mas o que estou fazendo
enquanto estou vivendo, ou
o que sou, é minha alma. Quando eu morrer isso será um evento, mas no momento da
morte, como serei, o que farei, é minha alma. Todos nós morreremos; o evento da morte é
comum a todos, mas a maneira de morrer, o momento da morte, será diferente para cada
um. Alguém pode até mesmo morrer sorrindo.

Na hora de sua morte, alguém perguntou a Mulla Nasruddin: O que você acha, Mulla? -
Quando as pessoas nascem, de onde eles vêm?"

Mulla respondeu: "Tenho visto muita criança chorando na hora do nascimento, e na hora
da morte todos também parecem estar chorando. Assim eu suponho que as pessoas não
estão nem indo nem vindo de um bom lugar. Quando elas chegam estão chorando e
quando elas vão também estão chorando!"

Mas pessoas como Nasruddin morrem rindo. A morte é um evento, mas aquilo que está
rindo na hora da morte é a alma. Portanto, quando você for a um astrólogo, pergunte a ele
como você irá morrer, chorando ou rindo? Vale a pena perguntar isso - mas isso está
conectado com a astrologia essencial. Ninguém nessa Terra nunca perguntou a um
astrólogo se irá morrer chorando ou sorrindo. Vocês querem saber quando irão morrer -
como se morrer tivesse algum valor em si mesmo. Vocês perguntam quanto tempo irão
viver - como se apenas viver fosse suficiente.
Porque viverei? Para que devo viver? O que devo fazer enquanto estou vivendo? O que
devo me tornar se viver? Tais questões ninguém pergunta. Eis porque a estrutura da
astrologia desabou. Qualquer coisa que é construída sobre fundações não-essenciais
certamente irá desabar. A astrologia, da qual estou falando, e o que vocês entendem
por astrologia, são diferentes.

A astrologia sobre a qual estou falando é qualitativamente diferente e muito mais


profunda.

Suas dimensões são diferentes. O que estou dizendo é que algo que é essencial entre sua
vida e a do universo está conectado, está numa harmonia rítmica. O mundo todo está
participando nisso - vocês não estão sozinhos.

Quando Buda tornou-se iluminado, ele juntou suas mãos em saudação, e curvou sua
cabeça até tocar no chão. A história prossegue dizendo que os deuses desceram do céu
para prestar homenagem a Buda porque ele havia encontrado a verdade suprema, mas
vendo-o com a cabeça curvada tocando o chão, eles ficaram surpresos. Eles perguntaram
a Buda para quem ele estava se curvando. Eles disseram que tinham vindo do céu para
saudá-lo porque ele estava iluminado, e que eles não sabiam que podia existir algo para o
qual até mesmo Buda tinha que oferecer saudações, porque a iluminação é a suprema
realização.

Buda então abriu os olhos e disse: "Não estou sozinho no que quer que tenha acontecido
comigo; o mundo também participou. Portanto, me curvei para a terra em agradecimento
ao mundo inteiro".

Este é um assunto conectado com a astrologia essencial. Eis porque Buda disse a seus
discípulos que quando eles alcançassem a glória interior, eles deveriam imediatamente
agradecer ao mundo inteiro porque eles não estariam sozinhos naquela experiência. Se o
sol não tivesse surgido ou a lua não tivesse aparecido ou se a cadeia de eventos tivesse
diferido ligeiramente, a experiência que eles tiveram estaria perdida. É verdade que,
foram eles que tiveram a experiência, mas tudo era instrumental nisso - toda a existência
contribuiu para isso. O nome desse relacionamento cósmico interconectado é astrologia.

Buda nunca diria: "Me tornei iluminado". Ele diria apenas: "O mundo experienciou isso
através de mim - este evento da iluminação, essa luz suprema revelou-se ao mundo
através de mim. Sou somente uma desculpa, um pretexto. Sou apenas uma encruzilhada
onde todas as estradas do mundo se encontram".

Vocês já pensaram alguma vez que embora uma encruzilhada pareça significante, não é
nada em si mesma? Se as quatro estradas que se encontram fossem removidas, o
significado da encruzilhada também iria desaparecer. Somos cada um uma encruzilhada
onde as forças do mundo se tocam e se encontram num ponto. Nesse ponto, um indivíduo
é formado, nasce uma pessoa.
O significado e a essência da astrologia é de que não estamos separados, somos um com
o universo.

Não apenas somos um com o universo, somos também participantes em cada situação e
evento.

Portanto, Buda disse que ele estava oferecendo saudações para todos os Budas que
vieram antes dele, e para aqueles que viriam após ele. Então alguém falou para ele que
era compreensível que ele oferecesse saudações para aqueles que nasceram antes dele,
porque consciente ou inconscientemente, Buda poderia estar em dívida com eles - o
conhecimento deles pode tê-lo ajudado - mas porque ele saudaria aqueles que ainda não
nasceram? O que ele podia ter recebido deles?

Buda respondeu que ele tinha recebido ajuda não somente daqueles Budas que nasceram
antes dele, mas também daqueles que nasceriam após ele - porque onde ele estava
naquele momento, o passado e o futuro se encontravam e se tornavam um. Aqueles que
passaram encontravam aqueles que estavam vindo, exatamente no ponto onde ele estava.
O sol nascente e o sol poente se encontravam naquele ponto. Assim também Buda estava
oferecendo saudações para aqueles que ainda estavam para nascer; ele também estava em
dívida com eles porque se eles não estivesse sendo protegidos no futuro, Buda também
poderia não ter acontecido.

Isso é um pouco difícil de entender. Está conectado com a astrologia essencial. Eu não
existiria se alguma coisa do meu passado fosse suprimida ou perdida; sou um elo de uma
longa corrente. É compreensível que se meu pai não tivesse nascido eu também não teria
nascido, porque meu pai é um elo essencial na cadeia que me alcançou. Até mesmo se
meu avô não estivesse lá, eu poderia não ter nascido, porque o elo é essencial. Mas é
difícil de entender que se não
houvesse nenhum elo ligado a mim em direção ao futuro, também assim eu poderia não
ter nascido.

O que tenho que fazer com esse elo futuro? - eu já nasci. Mas Buda diz que se o que quer
que aconteça no futuro já não estivesse lá, assim também eu poderia não ter nascido
porque sou um elo entre o passado e o futuro. Se houvesse até mesmo uma ligeira
mudança no passado ou no futuro, eu poderia não ser o mesmo como sou agora.

O ontem me fez e o amanhã também me fez: isso é astrologia.

Não somente o ontem, mas também o amanhã, não somente o que já chegou, mas
também o que está vindo; não somente o sol que surgiu hoje, mas também o sol que
surgirá amanhã - todos são participantes.

Os momentos futuros também determinam o momento presente. Este momento presente


poderia não existir se não houvesse momentos futuros. O momento presente só pode
ocorrer com o suporte dos momentos futuros. Nossas mãos repousam sobre os ombros do
futuro; nossos pés estão fincados sobre os ombros do passado. È muito óbvio
que se o que está debaixo de mim - sobre o qual estou de pé e que posso ver -
desaparecesse, eu também cairia.

Uma vez que alguém se descubra conectado com essa unidade interior do passado e do
futuro ele estará capacitado para entender a astrologia. Desse modo, a astrologia se torna
religião, assim a astrologia se torna espiritualidade. De outra maneira, se relacionando
com o não-essencial, a astrologia se torna meramente um assunto para falsos reveladores
da sorte nas ruas, e assim ela não tem nenhum valor. Até mesmo a mais alta ciência é
apenas pó nas mãos daqueles que são
ignorantes. Seu valor é determinado pelo uso para o qual estamos capacitados de colocar
o conhecimento.

Dessa forma, estou tentando empurrá-los através de muitas portas para um objetivo, para
que vocês possam entender que tudo está ligado, interconectado. Este universo é como
uma família, como um corpo orgânico. Quando estou respirando todo meu corpo é
afetado; do mesmo jeito, quando o sol respira a Terra é afetada. A Terra é afetada até
mesmo pelo o que os sois mais longínquos fazem. Até mesmo a menor das células vibra
em unidade com aqueles sois gigantes. Se vocês puderem entender isso, vocês estarão
capacitados a penetrar na astrologia essencial, e assim seremos poupados da futilidade do
não-essencial.

Temos associado os assuntos mais triviais com a astrologia. Essas coisas não possuem
nenhum valor e dificuldades surgiram porque os conectamos com a astrologia. Por
exemplo, conectamos a astrologia com questões sobre uma pessoa que nasce numa
família rica ou pobre. Até que vocês possam compreender que tais coisas são não-
essenciais, vocês continuarão a conectá-las com a astrologia.

A astrologia só pode se tornar uma ferramenta em suas mãos se vocês distinguirem o


essencial do não-essencial.

Vou lhes contar uma história muito interessante para que vocês possam entender.

Maomé tinha um discípulo chamado Ali. Esse Ali uma vez pediu a opinião de Maomé
sobre se um homem é independente e livre para fazer o que quiser ou se ele está atrelado
ao seu destino em tudo que faz. Ali perguntou: "Uma pessoa pode fazer o que quer ou
não?"

O homem tem feito essa pergunta por muito tempo...

"Se um homem não é capaz de fazer o que ele deseja", Ali disse, "Então é inútil e tolo
pregar para ele não roubar, para não falar mentiras, para não ser desonesto. Ou está
destinado que deverá sempre existir alguém para pregar para os outros não roubar ou para
não fazer isso ou aquilo? - mesmo sabendo muito bem que também é destino que um
homem desonesto permaneça desonesto, que um ladrão permaneça um ladrão, que um
assassino permaneça um assassino. Tudo
isso parece ser absurdo. Se tudo está predestinado, toda educação é inútil, então todos os
profetas, todos os santos, todos os professores são inúteis.

As pessoas perguntaram tais questões tanto a Mahavira quanto a Buda. Se o que vai
acontecer está predestinado, porque deveria Mahavira ou Buda ter tanto trabalho para
explicar o que está certo e o que está errado? Assim Ali perguntou a Maomé o que ele
pensava sobre este assunto polêmico. Se tal questão fosse perguntada a Mahavira ou a
Buda, eles teriam dado uma resposta muito profunda e complicada, mas Maomé deu uma
resposta que Ali pôde entender. Muitas das respostas de Maomé eram diretas e francas.

Geralmente, respostas dadas por pessoas incultas ou pouco educadas, por pessoas que são
simples aldeões, são diretas e francas. Pessoas como Kabir, Nanak, Maomé e Jesus eram
pessoas simples nesse sentido. Respostas de pessoas como Buda, Mahavira e Krishna
eram complexas - Buda e Mahavira eram a nata de uma civilização rica e altamente
desenvolvida. As palavras de Jesus eram diretas, como um golpe na cabeça. Kabir
realmente cantou: "Kabir está de pé no mercado com um martelo nas mãos para golpeá-
lo.

Se alguém chegava perto dele ele podia, por assim dizer, quebrar sua cabeça para
remover todo o entulho que estivesse lá dentro.

Maomé não deu nenhuma resposta metafísica. Ele pediu a Ali para levantar uma perna e
ficar de pé sobre a outra. Ali apenas perguntou uma questão sobre se um homem é livre
para fazer o que ele quiser - porque ele deveria ficar de pé sobre uma perna? Maomé
disse: "primeiro levante uma perna".

O pobre Ali levantou uma perna e ficou em pé sobre a outra.

Maomé então perguntou a ele: "Agora levante a outra perna também".

Ali ficou perplexo e perguntou como isso era possível. Então Maomé disse: "Se você
quisesse você poderia ter erguido primeiro a perna direita, mas agora você não pode. Um
homem é sempre livre para erguer a primeira perna - pode ser qualquer uma que ele
queira - mas logo que a primeira tenha sido erguida, a outra fica presa a Terra".

Com relação à parte não-essencial da vida, somos sempre livres para erguer a primeira
perna. Mas uma vez feito, isso se torna uma escravidão para a parte essencial. Damos
passos que são não-essenciais, ficamos emaranhados e assim não somos capazes de fazer
o essencial. Portanto, Maomé disse para Ali que ele tinha toda a liberdade para erguer
primeiro à perna direita ou esquerda. Mas uma vez que ele tivesse exercido essa liberdade
e erguido sua perna esquerda, ele ficava incapacitado de erguer a outra perna. Assim a
liberdade está dentro de certos limites, além desses limites não há liberdade.

Este é um conflito antigo para a mente humana.

Se o homem é um escravo de seu destino - como os astrólogos geralmente parecem


concordar - se tudo é predestinado e inevitável, então todas as religiões são inúteis. Se um
homem é livre para fazer tudo, como os assim chamados racionalistas dizem, e se nada é
predestinado ou inevitável, então a vida se torna um caos e uma anarquia, então é
também possível que um homem possa roubar e ainda alcançar a liberação, que ele possa
assassinar pessoas e ainda
realizar o divino. Quando nada está relacionado, quando um passo não está relacionado
com o outro, então não existem leis e nada está atrelado a lugar nenhum.

Lembro de uma história sobre Mulla Nasruddin: Mulla estava passando por uma
mesquita quando subitamente, alguém caiu do minarete da mesquita aonde tinha subido
para fazer suas orações. O homem caiu bem nos ombros de Mulla quebrando sua espinha.
Então Mulla foi levado para um hospital para tratamento.

Alguns de seus discípulos vieram vê-lo, e devido a que Mulla costumava interpretar todos
os eventos, eles lhe perguntaram: "Como você interpreta esse evento? O que isso
significa?"

Mulla respondeu: "Está muito claro que não há nenhum relacionamento entre uma ação e
seu fruto. Uma pessoa cai e a espinha de outra é quebrada. E assim doravante nunca
participe de qualquer controvérsia sobre a doutrina do Karma. Ficou provado que uma
pessoa pode cair e a espinha de outra pode quebrar. A pessoa que caiu era saudável e
corajosa: ele caiu sobre mim e fiquei numa confusão. Eu não tinha subido no minarete
para fazer minhas orações; estava apenas voltando para casa. Não estava preocupado de
jeito nenhum com os adoradores, mas ainda assim fui envolvido. Portanto, doravante...
Nenhuma conversa mais sobre a doutrina do karma! Qualquer coisa pode acontecer. Não
existe lei - é tudo uma anarquia".

Mulla estava muito infeliz, naturalmente, porque sua espinha tinha sido
desnecessariamente quebrada.

Existem duas hipóteses. Por um lado há o astrólogo que está sentado na beira da estrada
sendo perguntado pelo não-essencial... Se ele é o astrólogo de um homem pobre ou de um
Morarji Desai, o ministro das finanças, não faz a menor diferença - todos os astrólogos
que lidam com o não-essencial, com questões como quem vai ganhar ou perder as
eleições, são ordinários. Como as eleições estão conectadas com a lua e as estrelas? O
astrólogo ordinário que responde: "Tudo está predeterminado e nenhuma mudança, nem
mesmo de uma polegada pode ser feita" - está dando uma declaração falsa.

Por outro lado há o racionalista: Ele afirma que nada está inevitavelmente conectado: O
que quer que aconteça é coincidência, circunstancial e por acaso. Não há lei, tudo é
anárquico. Ele também está dando uma declaração falsa.

Não há nenhuma lei: Um racionalista nunca é encontrado tão pleno de alegria e felicidade
como um Buda.

O racionalista nega Deus, a alma e a religião com a ajuda da lógica, mas ele nunca pode
alcançar a alegria de Mahavira. Certamente Mahavira deve ter feito algo para merecer sua
alegria, Buda deve ter feito algo que o libertou e Krishna também deve ter feito alguma
coisa que tornou possível para ele tocar tais notas mágicas e distintamente únicas através
de sua flauta.

A coisa real é a terceira, a qual é a quintessência de tudo, a qual pertence ao âmago


interior e que é absolutamente predeterminado. Quanto mais a gente se move para o
nosso centro, mais perto chegamos do essencial, da parte predeterminada. Quando nos
movemos para a periferia nos movemos em direção à coincidência. Quanto mais falarmos
sobre acontecimentos externos, mais coincidências acontecerão. Quando falamos sobre
fenômeno interior, as coisas começam a parecer científicas, como se baseadas em uma lei
definida, elas se tornam cada vez mais decisivas.

Entre estas duas condições - o essencial e o periférico - há um amplo espaço para efetuar
mudanças exercendo nossa liberdade de escolha. Aqui, alguém com consciência fará a
escolha correta; enquanto que a pessoa que está nas trevas da ignorância será arrastada
para seu destino, suportando o que quer que aconteça em seu caminho.

Portanto, existem três áreas na vida. Na área onde está o núcleo essencial, tudo está
predeterminado. Conhecer isso é conhecer a essência da astrologia. Na área que é
periférica tudo é incerto. Conhecer isso é conhecer o mundo imprevisível do dia a dia.
Existe outra área que está no meio. Conhecendo-a, uma pessoa pode salvar a si mesma de
tentar fazer o impossível e ela pode fazer o que é possível. Se uma pessoa vive nas áreas
periférica e mediana de tal
maneira que ela começa a se mover em direção ao centro, ela se tornará religiosa. Mas se
ela vive de tal maneira que ela nunca é capaz de mover-se em direção ao centro, sua vida
permanecerá irreligiosa.

Por exemplo: uma pessoa está se preparando para roubar. Roubar não está
predeterminado; não se pode afirmar que roubar é inevitável - há completa liberdade de
roubar ou não. Mas uma vez consumado o roubo, é como se um pé tivesse sido erguido e
o outro pé permanecesse na terra: após cometer o roubo, você não pode desfazer a ação.
E o efeito total da ação de roubar se espalhará sobre a personalidade da pessoa que o
cometeu. Mas enquanto o roubo não acontece, a outra
alternativa está presente e disponível.

A mente balança entre o sim e o não. Se ele diz sim para roubar ela será lançada na
direção da periferia; se ela diz não para o roubar ela se moverá em direção ao centro.
Assim, no meio, há uma escolha. Se ela fizer a escolha errada ela é lançada na direção da
periferia; se ela faz a escolha correta ela se move em direção ao centro, em direção àquela
parte da astrologia que é essencial na vida.

Tenho dito a vocês certas coisas sobre a astrologia essencial. Tenho dito a vocês que
somos as mãos estendidas do sol, que a Terra nasceu do sol e que nascemos da Terra, que
não estamos separados, mas todos unidos. Somos ramificações e folhas que se
espalharam do sol. O que quer que aconteça no núcleo do sol vibrará e se espalhará
dentro e através de nosso ser, através de cada célula e nervo. Se pudermos entender essa
propriedade, saberemos que somos uma família nesse planeta. Então não há nenhuma
necessidade de viver encerrado dentro do ego e do orgulho.

O golpe mais pesado da astrologia é sobre o ego.

Se a astrologia está certa, o ego está errado. Vamos entender isso dessa maneira: se a
astrologia está errada, então nada resta para estar certo senão o ego. Se a astrologia está
certa então o mundo está certo e somente eu, como uma ilha, estou errado. Sou apenas
uma parte infinitesimal e insignificante do mundo - sou tão minúsculo que não posso nem
mesmo ser incluído na contagem. Se a astrologia está certa, então não estou lá. Há uma
imensa corrente de forças na qual sou apenas uma pequena ondulação.

Às vezes quando pegamos uma grande onda, caímos sob a ilusão que também somos algo
especial e esquecemos da grande onda. Essa grande onda também está passeando sobre o
oceano do qual estamos completamente desapercebidos. Se o oceano desaparecesse sob
ela, a onda também desapareceria e o mesmo aconteceria conosco. Sem nenhuma
razão ficamos infelizes sobre a possibilidade de nosso desaparecimento, apenas porque
planejamos ser felizes através de
nossa crença na nossa própria existência separada. Se tivéssemos entendido que há
somente uma grande onda e o vasto oceano e nós que não somos - que é desejo do oceano
que brotemos nele, que é desejo do oceano que morramos...

Se surgir uma atitude pela qual compreendemos que somos apenas uma fração do grande
desígnio da existência, dessa forma não haverá nenhuma infelicidade.

E com essa atitude, a assim chamada felicidade que queremos desfrutar também não
estará presente.

O sentimento de felicidade de pensamentos tais como: "Eu ganhei ou eu alcancei" não


estará mais presente. Nem haverá um sentimento de infelicidade de pensamentos tais
como: "Estou morrendo, estou acabado, afundei, fui destruído ou derrotado".

E quando não resta nem felicidade nem infelicidade, entramos no mundo da realidade - o
essencial - onde há alegria. Astrologia então se torna a porta para a bem-aventurança.

Se olharmos para a astrologia como uma fusão de nosso orgulho ou como uma
desintegração do ego, a astrologia então se torna uma religião.
Mas vamos para o astrólogo ordinário, e a fim de proteger nossos egos perguntamos:
"Sofrerei alguma perda? Ganharei na loteria? Serei bem sucedido no novo negócio que
estou realizando?"

Essas questões são perguntadas para salvar nossos egos, mas o fato é que a astrologia está
inteiramente em oposição ao ego. O significado da astrologia é este: você não é, mas o
universo é; você não é, mas o cosmos é. Forças muito poderosas estão operando, e você é
absolutamente insignificante.
Vocês só podem ver a astrologia nessa luz, se vocês pensarem e sentirem que vocês são
uma parte integral desse grande mundo. Eis porque eu lhes disse como toda a família
solar está conectada com o sol. Se vocês puderem compreender isso, vocês também
entenderão que nosso sol está conectado com muitos outros sóis bem maiores no
universo.

Cientistas dizem que existem quarto bilhões de sóis, e que todos nasceram de algum sol
maior. Não temos nenhum conhecimento do que possa ser esse sol supremo. Não
sabemos como essa Terra está girando em torno de seu eixo e também revolvendo ao
redor do sol, nem sabemos ao redor de que centro nosso sol e sua família estão girando.
Um
grande carrossel universal está dançando.

Nos templos Hindus há uma vereda chamada Parikrama englobando a imagem de uma
deidade. Essa vereda é símbolo do fato de que tudo está girando por si próprio e também
dando voltas ao redor de algo mais. Desse modo esses dois juntos giram em torno de uma
terceira coisa e os três, por sua vez, circulam em torno de uma quarta coisa, e assim
por diante, infinitamente.

O centro supremo do infinito é chamado pelos sábios de Brahma, a realidade absoluta.


Esse centro supremo não está nem girando nem se revolvendo ao redor de coisa alguma.
O que quer que esteja girando em torno de si mesmo estará definitivamente dando voltas
ao redor de algo mais, mas aquilo que nem está girando nem se revolvendo é o supremo.
Isso também é conhecido como o supremo silêncio ou vazio.
Esse é o eixo, o pivô ao redor do qual todo o universo se expande e se contrai.

Hindus pensam que assim como um botão se torna uma flor e a flor depois murcha,
semelhantemente o universo também se expande e então se desintegra; assim como tem o
dia e a noite, o universo também tem seu dia e sua noite.

Como disse a vocês antes, existem ciclos de onze anos e ciclos de noventa anos.
Similarmente, os Hindus pensam que existem ciclos de bilhões e trilhões de anos.
Durante tal ciclo um universo nasce, torna-se jovem e envelhece; nascem terras, luas e
estrelas que se espalham pelo universo, populações crescem e surgem milhões de seres
vivos.

Isso não está acontecendo somente na Terra; cientistas agora dizem que deve haver um
mínimo de cinqüenta mil planetas sobre as quais existe vida. Pode haver mais, mas isso é
o mínimo. Em tal universo infinito é impossível que somente nesta terra haja vida.
Existem cinqüenta mil planetas ou terras sobre os quais existe vida - isso é uma expansão
infinita. E então, tudo se contrai novamente.

Esta terra não estava aqui desde o princípio, nem estará aqui eternamente.

Assim como eu nasci e deixarei de existir, esta terra e o sol também deixarão de existir,
tempo virá quando essas luas, estrelas e planetas também desaparecerão. O ciclo de ser e
de não ser continua. Somos apenas infinitesimais, girando e nos revolvendo em algum
lugar sobre esta roda cósmica. E se ainda pensamos que estamos separados, então somos
como Mulla Nasruddin que estava viajando em um avião pela primeira vez...

Mulla Nasruddin entrou no avião e quando este decolou, ele começou a andar pelo
corredor do avião. Ele queria alcançar seu destino bem rápido e estava com muita pressa:
naturalmente, se você deseja chegar em algum lugar rapidamente, você chegará mais
rápido se você andar mais depressa!

Seu co-passageiro o parou e perguntou a ele o que ele estava fazendo.

Mulla Nasruddin respondeu que ele estava com pressa.

Ele estava viajando de avião pela primeira vez e ele estava usando a mesma lógica de
quando ele caminha no solo. Lá, ele sempre chegava mais rápido toda vez que andava
mais depressa. Ele não entendeu que caminhar no avião era inútil - o próprio avião estava
voando e ele apenas se cansaria de andar. Ele não chegaria mais cedo de jeito nenhum, e
é possível que, quando ele chegasse estaria tão cansado que não seria capaz de ficar de
pé. Ele descansaria, ele fecharia os
olhos e descansaria. Mas nem Mulla nem qualquer outro intelectual concordariam com
tal conselho.

Chamo alguém de religioso quem está à vontade dentro desse movimento circular
cósmico do universo. Alguém que sabe que as forças do universo estão trabalhando, e que
não há nenhuma pressa, que ter pressa é inútil, é religioso. Se podemos simplesmente ser
um com a harmonia universal, isso é suficiente - e isso é bem-aventurança.

Tenho dito a vocês coisas sobre astrologia, se vocês entenderem essas coisas, então a
astrologia pode se tornar uma porta para a obtenção espiritual.

Osho, Hidden Mysteries, #6


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Om Sattva!

Pablo

Astrologia: A Ciência da Unidade Cósmica

A astrologia talvez seja o assunto mais antigo e também de certo modo, o mais ignorado.
É o mais antigo porque a astrologia tem existido desde de que fomos capazes de
investigar a história da humanidade. Inscrições astrológicas foram encontradas em
fragmentos de ossos da civilização Sumeriana que existiu vinte e cinco mil anos antes de
Jesus. Fragmentos de ossos foram descobertos com inscrições astrológicas e com um
esboço da órbita da lua no céu.

Mas na Índia esta ciência é ainda mais antiga. No Rigveda uma referência é feita a uma
certa constelação de estrelas, a qual só pode ter ocorrido noventa mil anos atrás. Por
causa disso, Lokmanya Tilak concluiu que os Vedas certamente devem ser ainda mais
antigos: a constelação de estrelas, como os Vedas às descrevem, só pode ter ocorrido em
um certo momento noventa mil anos atrás; desse modo, essa particular referência védica
deve ter pelo menos noventa mil anos de
idade.

Essa referência particular védica não poderia ter sido adicionada posteriormente.
Também, gerações mais jovens não estariam capacitadas de descobrir uma constelação
que existiu muitos anos antes. Mas agora temos métodos científicos que podemos utilizar
para descobrir onde as estrelas estavam num momento particular no passado distante. As
leis
fundamentais da astrologia foram descobertas primeiro na Índia. De fato, foi somente por
causa da astrologia que surgiram os matemáticos. Para fazer cálculos astrológicos, os
primeiros matemáticos eram necessários.

Os dígitos usados na aritmética foram inventados na Índia - os números de um a dez, os


quais existem em todas as línguas do mundo, são basicamente de origem indiana. E
através do mundo o sistema decimal foi aceito: o sistema decimal nasceu na Índia e
lentamente se espalhou pelo mundo inteiro. Quando você diz nove em inglês, isso é
simplesmente uma modificação da palavra sânscrita nav. Quando você fala oito em
inglês, isso é simplesmente uma modificação da palavra sânscrita aht. Os numerais de um
a nove, que prevalecem em todas as línguas do mundo, vieram a existir só por causa da
influência da astrologia indiana.

O primeiro conhecimento sobre a existência da astrologia alcançou a civilização


Sumeriana a partir da Índia.

Seis mil anos antes de Jesus, Os Sumerianos foram os primeiros a abrir as portas da
astrologia para o mundo ocidental. Os Sumerianos deixaram a fundação para o estudo
científico da constelação. Eles construíram uma torre gigantesca, de setecentos pés de
altura, e desta torre os sacerdotes Sumerianos costumavam observar o céu as vinte e
quatro horas do dia. Os metafísicos Sumerianos logo aprenderam que tudo que acontece
com a humanidade está, de algum modo, conectado com as estrelas; elas são a fonte.

Seis mil anos antes de Jesus, era conhecido na Suméria que aonde quer que ocorresse
uma doença, aonde quer que surgisse uma epidemia, as estrelas estavam de alguma
maneira a isso conectadas. Atualmente há uma base científica para essa visão. E aqueles
que entendem a ciência da astrologia dizem hoje que foram os Sumérios que começaram
a
história da humanidade.

Em 1920, um cientista Russo, Chijevsky, investigava profundamente essa matéria e


descobriu que a cada onze anos enormes explosões aconteciam no sol. Cada onze anos
uma explosão nuclear ocorre no sol. Chijevsky descobriu que quando tais explosões
ocorriam no sol, guerras e revoluções começavam na Terra. De acordo com ele, durante
os últimos setecentos anos, quando tal fenômeno ocorria no sol, aconteciam desastres na
Terra.

A análise de Chijevsky era inegável e, devido a que isso era contra o ponto de vista
maxista, em 1920 Stalin mandou prendê-lo. Somente depois da morte de Stalin,
Chijevsky pôde ser libertado. Para Stalin, as conclusões de Chijevsky pareciam muito
estranhas. De acordo com o pensamento maxista e comunista, toda revolução que
acontecia na Terra
era fundamentalmente causada pela diferença econômica entre os homens. Mas
Chijevsky declarou que as causas das revoluções eram as explosões que aconteciam no
sol.

Como podem as explosões no sol estar possivelmente relacionadas com a existência da


pobreza ou riqueza na vida dos homens?

Se a tese de Chijevsky está correta, então o sistema inteiro de Marx vira poeira. Assim
vocês não podem mais explicar as revoluções com referência as lutas de classes e
econômicas; só a astrologia pode explicar a revolução.

Não puderam provar que Chijevsky estava errado. Seus cálculos cobrindo setecentos anos
eram tão científicos, a conexão que ele estabeleceu entre as explosões no sol e fenômenos
na Terra eram tão próximos, que para provar que ele estava errado era difícil. Mas
mandá-lo para a Sibéria era uma coisa simples.

Após a morte de Stalin, Khrushchev libertou Chijevsky da Sibéria. Quase valiosos quinze
anos da vida desse homem foram perdidos na Sibéria. Após sua liberação ele viveu
apenas de quatro a seis meses, mas nesses poucos meses ele reuniu ainda mais evidências
para sua tese. Ele também ligou a disseminação de epidemias na Terra à influência solar.

O sol não é uma bola de fogo estática como geralmente pensamos, diferentemente, é um
organismo incandescente, infinitamente vivo e dinâmico. O sol muda seu humor a todo
instante. E quando o sol muda seu humor, mesmo um pouco, a vida na Terra é afetada.
Nada acontece na Terra sem que algo aconteça no sol. Quando há um eclipse solar, os
pássaros na floresta param de cantar vinte e quatro horas antes. Durante todo o tempo do
eclipse, a Terra se torna silenciosa. Os pássaros cessam seu canto e todos os animais na
floresta ficam oprimidos e assustados, cheios de apreensão. Os macacos abandonam suas
árvores e descem para o solo. Eles se ajuntam em grupos, aparentemente como um meio
de proteção. E é uma coisa surpreendente que esses macacos, que estão sempre fofocando
e fazendo barulho, se tornem tão quietos na hora do eclipse que nem mesmo os
meditadores podem ser comparados com eles.

Chijevsky explicou toda essa matéria, mas tal pensamento originou-se primeiro na
Suméria. Posteriormente, um físico Suíço chamado Paracelsus descobriu mais
informações. Ele fez uma descoberta sem paralelo - e essa descoberta irá transformar toda
a ciência médica, se não hoje, então amanhã. Até agora essa descoberta não pôde ser
considerada válida porque a astrologia é um assunto muito ignorado - o mais antigo, o
mais ignorado, e o mais respeitado ao mesmo tempo.

Ano passado na França, foi calculado que quarenta e sete por cento da população acredita
que astrologia é uma ciência.

Na América, os cinco mil principais astrólogos estão atualmente trabalhando dia e noite.

Eles têm tantos clientes que nunca podem concluir seu trabalho adequadamente - os
americanos gastam milhões de dólares anualmente com os astrólogos. Estima-se que pelo
mundo, setenta e oito por cento das pessoas acreditam na astrologia. Os setenta e oito por
cento que acreditam na astrologia pertencem ao público em geral. Pensadores e
intelectuais ficam em alerta total quando a astrologia é mencionada.

C.G. Jung disse que as portas da universidade se fecharam para a astrologia por trezentos
anos, mas que nos próximos trinta anos estas portas se abrirão novamente e a astrologia
entrará na universidade.
Isso irá acontecer devido às reivindicações que a astrologia tem feito, as quais até agora
têm sido deixadas sem provas, podem agora ser comprovadas.

Paracelsus deu nascimento a uma descoberta - que o homem fica doente somente quando
o relacionamento harmonioso entre ele e a constelação de estrelas do seu nascimento de
alguma forma falha. Para isso, uma pequena explanação é necessária. Muitos anos antes
de Paracelsus, cerca de seiscentos anos antes de Cristo, Pitágoras deu nascimento ao
princípio muito valioso da harmonia planetária. Quando Pitágoras declarou este princípio
na Grécia ele tinha acabado de retornar de uma viagem ao Egito e a Índia. Quando ele
chegou, a Índia estava intensamente absorvida pelas idéias de Buda e Mahavira. Após seu
retorno a Grécia, ele incluiu em seu relatório uma referência específica ao Budismo e aos
monges Jainistas. Ele deu aos monges Jainistas o nome Jainosofistas e também reportou
que eles andavam despidos.

Pitágoras acreditava que toda estrela, todo planeta e todo satélite liberam uma vibração
única através de seu movimento viajando pelo espaço.

Todo movimento das estrelas libera uma vibração e cada estrela tem seu próprio
movimento individual. Todas as vibrações das estrelas somadas criam uma harmonia
musical, que ele chamou de harmonia do universo.

Quando você nasce, a melodia que é criada pela sintonia das estrelas naquela hora é
inscrita na sua mente em sua pureza, de um modo natural, e na hora mais sensível do
nascimento. Por toda sua vida isso irá causar boa ou má saúde. Quando você vive em
sintonia com a harmonia musical original que existia na hora de seu nascimento, então
você é saudável. E quando a sintonia com essa harmonia musical fundamental falha, você
adoece.
Nessa conexão, Paracelsus fez um trabalho muito significativo. Ele não receitaria
remédios a nenhum paciente até que ele tivesse visto sua Kundalini, sua carta de
nascimento astrológica. E isso é uma coisa surpreendente que após examinar o mapa
astral de um paciente, Paracelsus podia curar pacientes que haviam confundido outros
médicos - pacientes que não puderam ser curados por nenhum outro médico. Ele
costumava dizer: até que eu saiba a posição das estrelas
na hora do nascimento desse homem, não é possível conhecer as notas de sua harmonia
interna. E a menos que eu conheça o arranjo de sua harmonia interna, como posso tornar
esse homem saudável?

Mas o que significa saúde? Isso nós temos que tentar entender.
Geralmente, se perguntarmos a um médico qual a definição de saúde, ele irá apenas dizer
que saúde é a ausência de doença. Mas essa é uma definição negativa. È lamentável
definir saúde em termos de doença. Saúde é uma coisa positiva, um estado positivo;
doença é negativa. Saúde é a nossa natureza; doença é um ataque a natureza. Portanto,
soa muito estranho definir saúde em termos de doença. Definir o anfitrião em termos do
hóspede é muito estranho.

A saúde coexiste conosco; a doença chega ocasionalmente.

A saúde nos acompanha desde o nascimento; a doença é um fenômeno superficial. Mas


se pedirmos a um médico para definir saúde, ele só pode dizer que a saúde está presente
quando a doença está ausente.

Paracelsus costumava dizer que essa interpretação está errada - o conceito de saúde
necessita ser positivamente definido. Mas como podemos alcançar uma definição
positiva, uma interpretação do conceito de saúde que seja criativo?

Paracelsus costumava dizer: até que o estado de sua harmonia interna seja conhecido,
você pode até ser liberado de sua doença, mas devido a que a harmonia interior é a fonte
de sua saúde. Quando você é liberado de uma doença você irá imediatamente contrair
outra, porque nada foi feito sobre sua harmonia interior. Sua harmonia interior tem que
ser cuidada.

Quinhentos anos se passaram desde que Paracelsus e suas descobertas desapareceram no


esquecimento. Mas agora, nos últimos vinte anos, a astrologia ressurgiu. Durante esse
tempo uma nova ciência nasceu. Irei descrever um pouco dessa nova ciência e então
vocês estarão capacitados a entender mais facilmente a antiga ciência da astrologia.

Em 1950, nasceu uma nova ciência chamada Química Cósmica. O criador dessa ciência é
Georgi Giardi, um dos homens mais importantes do século. Após intermináveis
experimentos no laboratório, este homem provou cientificamente que todo o universo é
uma unidade orgânica - que todo o universo é um corpo. Se meu dedo for machucado,
então todo
meu corpo é afetado. O corpo significa que nenhum membro está separado, todos estão
juntos. Se meu olho está doendo, então meu dedão do pé também sente a dor. Se meu pé
está dolorido, a mensagem chega ao coração. Se minha mente estiver doente, todo meu
corpo será perturbado. Se todo meu corpo for destruído, então será difícil para minha
mente encontrar algum lugar para ser. O corpo é uma unidade orgânica: toque numa
simples parte e todo o corpo irá vibrar; todas as partes são afetadas.

A química cósmica diz que o cosmos inteiro é um corpo.

Nada nele fica apartado, todas as coisas estão juntas. Dessa forma, não importa quão
distante uma estrela possa estar de nós, quando ela muda, as batidas do nosso coração
também se alteram. E não importa quão distante possa estar o sol, quando ele fica muito
agitado nossa circulação sanguínea também é perturbada. A cada onze anos uma
tempestade de átomos ocorre no sol. Na última vez que uma grande tempestade de
átomos e terríveis explosões estavam acontecendo no sol, um doutor Japonês chamado
Tamatto fez uma descoberta surpreendente. Este doutor tinha estado pesquisando com o
sangue das mulheres por vinte anos.

O sangue feminino possui uma propriedade única que não está presente no sangue
masculino. Na hora da menstruação o sangue das mulheres fica mais fino, mas o sangue
do homem permanece sempre o mesmo. O sangue das mulheres quando menstruadas fica
mais fino, também na gravidez o sangue delas afina. De acordo com Tamatto, essa é uma
diferença básica entre os sangues dos homens e das mulheres. Mas quando a tempestade
de energia atômica estava ocorrendo no sol com grande intensidade, o sangue dos
homens também afinou. Isso era um fenômeno muito inusitado. Antes disso nunca havia
sido registrado que o sangue do homem fosse afetado devido a perturbações no sol. E se
o
sangue pode ser tão afetado, então qualquer coisa pode ser afetada.

Há um pensador americano, Frank Brown, que tem estado trabalhando nos aspectos das
facilidades e da segurança dos astronautas. Por metade de sua vida, ele tomou para si a
tarefa de assegurar que os homens que viajam pelo espaço não enfrentariam nenhuma
dificuldade. O problema mais sério é como eles serão afetados quando deixam a Terra.
Ninguém sabe quanta radiação atômica eles podem encontrar ou como isso irá afetá-los.

No ocidente, até por dois mil anos após Aristóteles, se pensava que o espaço era vazio,
que não havia nada lá: a duzentas milhas da Terra a atmosfera cessa e há espaço vazio.
Mas as investigações dos viajantes espaciais provaram que essa noção estava errada. O
espaço não é vazio, é muito pleno. Não é nem vazio nem morto - é extremamente vivo.

A verdade é que as duzentas milhas de largura da camada da atmosfera terrestre impedem


muitas influências danosas de nos atingir. Mas no espaço, todos os tipos de correntes
estranhas estão fluindo, cujos efeitos o homem pode não estar preparado para suportar.

Vocês ficarão surpresos de saber isso, e vocês irão dar risadas, mas antes de deixar um
homem ser enviado para o espaço, Frank Brown enviou uma batata. A alegação de Brown
era de que há muito pouca diferença essencial entre um homem e uma batata. Se a batata
apodrecesse, então o homem não poderia sobreviver; se a batata sobrevivesse, então o
homem poderia também sobreviver. A batata é um organismo muito resistente e o homem
é muito sensível. Se nem mesmo uma batata pode sobreviver no espaço, então não há
nenhuma esperança de sobrevivência para o homem. Se uma batata retornar viva e se ela
brotar após ser plantada na terra, então o homem pode ser enviado para o espaço.
Contudo, ainda haveria preocupações sobre a capacidade do homem sobreviver.

Com seu experimento Brown provou mais uma coisa - que uma semente de batata
depositada na terra, ou qualquer semente depositada na terra, só cresce relacionada com o
sol. O sol a desperta e a encoraja a brotar. O sol convoca o embrião da planta e o induz a
crescer.

Brown também pesquisou em outra área. Essa outra matéria não teve até agora um nome
adequado, mas atualmente ela é chamada de hereditariedade planetária. Há outra palavra
em inglês, horóscopo, que vem do Grego horoscopos. O significado da palavra
horoscopos é: eu observo os planetas emergentes.

Na hora do nascimento de uma criança, muitas estrelas estão surgindo por todo o
horizonte da terra.

Assim como o sol se levanta pela manhã e se põe à tarde, também as estrelas surgem e se
põem no espaço nas vinte e quatro horas do dia. Se uma criança nasce às seis horas da
manhã, naquela hora o sol também está surgindo. Naquela hora algumas estrelas também
estão surgindo e outras estrelas estão se pondo. Algumas constelações estão ascendendo,
outras constelações estão declinando. Essa criança está nascendo dentro de um certo
arranjo de estrelas no espaço.

Até agora temos duvidado - e mesmo agora muitas pessoas que não muito familiarizadas
com o assunto ainda duvidam - que a lua e as estrelas possam ter alguma coisa a ver com
o homem. Onde quer que as estrelas estejam, que diferença isso irá fazer para alguma
criança que está nascendo numa aldeia? E também, na mesma hora, sob a mesma
constelação, não somente uma criança, mas milhares de crianças estão nascendo... Entre
elas, alguma pode se tornar presidente de algum país, mas o restante não. Entre elas, uma
pode morrer após cem anos e outra após dois dias. Entre elas, uma será um gênio e outra
será um idiota. Dessa forma, de um ponto de vista superficial, alguém pode perguntar
como uma criança pode estar relacionada com o horóscopo apenas por nascer sob uma
certa constelação e padrão planetário.

A lógica de tal questão parece clara e direta. Porque as estrelas se importariam com o
nascimento de uma simples criança? E também, não nasce somente uma criança; sob as
mesmas estrelas nascem muitas crianças que não se assemelham. De tal lógica, parece
que o nascimento de um ser humano não possui nenhuma conexão com as estrelas.

Mas a partir das investigações de Brown, Picardi, Tamatto e outros, podemos chegar a
uma grande conclusão. Todos esses cientistas dizem que embora ainda não possamos
declarar que uma criança como indivíduo seja influenciada pelas estrelas, podemos agora
dizer com certeza que a vida como um todo é afetada. Se uma criança, como indivíduo, é
influenciada, não podemos dizer ou saber agora, mas a vida como um todo é afetada. E se
a vida como um todo é afetada, então quando investigarmos mais profundamente os fatos
da matéria, iremos descobrir que o indivíduo também é afetado pelas estrelas.

Mais uma coisa deve ser considerada. Tem sido pensado que a astrologia é uma ciência
que, devido a que ela se originou num tempo antigo, não poderia desenvolver-se. Mas na
minha visão a situação é exatamente o oposto. A astrologia era uma ciência infinitamente
desenvolvida em alguma civilização extremamente avançada, mas essa civilização se
perdeu e restaram somente fragmentos incompletos de sua astrologia em nossas mãos.

A astrologia não é uma ciência nova que precisa ser desenvolvida, mas uma ciência que
já foi em alguma época muito avançada.

Portanto, a civilização que a desenvolveu se perdeu. Civilizações vêm e vão a cada dia;
os fundamentos, as revelações e os princípios básicos destas coisas que foram
desenvolvidas por eles, se perderam. Atualmente, a ciência está abordando o ponto onde
será aceita a tese de que a vida como um todo é afetada pelos movimentos das estrelas.

Na hora do nascimento, a condição da mente de uma criança é exatamente como uma


chapa fotográfica muito sensível. Duas ou três coisas precisam ser levadas em conta se
quisermos entender como a vida é afetada. E somente se a vida for afetada pode haver a
possibilidade da astrologia - não de outra maneira.

Devíamos tentar entender o fenômeno dos gêmeos. Existem dois tipos de gêmeos: um são
os gêmeos idênticos - aqueles que nascem de um mesmo ovo; o outro tipo é daqueles
que, embora sejam gêmeos, nasceram de ovos separados - no útero da mãe dois óvulos
foram fertilizados e duas crianças nasceram. O primeiro tipo é mais raro - duas crianças
de um mesmo ovo. Elas são assuntos muito importantes para estudo porque nasceram no
mesmo momento. Por necessidade chamamos as crianças nascidas de ovos separados de
gêmeos, mas o momento do nascimento delas não é exatamente o mesmo.

Deve ser entendido que o nascimento é um fenômeno ambíguo. O primeiro aspecto do


nascimento é a concepção - o verdadeiro nascimento acontece no dia em que o feto é
concebido no útero da mãe. Esse é o verdadeiro nascimento. O que vocês chamam de
nascimento é realmente o nascimento número dois - quando a criança sai do útero da
mãe.

Se fôssemos realizar uma completa investigação astrológica - como somente os Hindus


fizeram e a fizeram meticulosamente - então nossa preocupação real não começaria
quando a criança nascesse. Nossa real preocupação começa quando a criança inicia sua
jornada no útero da mãe, quando a concepção acontece - porque esse é o verdadeiro
nascimento. Assim os Hindus também sentiram que se um tipo particular de criança está
para nascer, ela nascerá se o intercurso e a gravidez ocorrerem sob um arranjo de planetas
e constelação mais adequado para esse tipo. Agora explicarei a vocês um pouco do
fundamento disso, porque muito trabalho tem sido feito nessa área e muitas coisas
ficaram claras.

Geralmente, para uma criança que nasceu às seis horas da manhã, achamos que a
constelação que existia naquela hora influencia a criança. Mas aqueles que conhecem a
astrologia profundamente dizem que as estrelas não lançam sua influência sobre a criança
apenas porque ela nasceu às seis horas da manhã. Não, ao invés disso, a criança escolhe
nascer sob aquelas estrelas que a influenciarão como ela gostaria de ser influenciada. Isso
é uma coisa radicalmente diferente.

Quando uma criança está nascendo, os planetas e as estrelas são escolhidos, e o momento
no qual o nascimento ocorrerá.

E se formos ainda mais fundo, então a criança também escolherá a hora da concepção.

Toda alma escolhe sua hora de nascer - quando ela irá aceitar um útero, em qual
momento. O momento da concepção não é significante. É significante na questão de
como o universo inteiro existe naquele momento, e a que tipo de possibilidades o
universo abre as portas naquele momento.

Quando duas crianças são concebidas juntas a partir de um ovo, então o momento da
concepção delas é o mesmo e o momento do nascimento também é o mesmo. É
interessante que as vidas de duas crianças que nasceram de um mesmo ovo sejam tão
semelhantes, que é difícil dizer que o momento do nascimento não tenha nenhuma
influência. Os QIs dos
gêmeos nascidos de um ovo são exatamente iguais. E aqueles que sabem, dizem que a
diferença fracionária que surge é devido aos nossos deficientes instrumentos de medição.
Ainda hoje, não temos sido capazes de desenvolver um critério adequado pelo qual
possamos mensurar quantitativamente a inteligência.

Se gêmeos nascidos do mesmo ovo foram criados separados um do outro, seus QIs não
irão diferir. Mesmo que uma criança seja criada na Índia e a outra na China e nenhuma
esteja ciente da existência da outra, isso ainda será verdade. Casos ocorreram onde tais
gêmeos foram criados distantes um do outro até que eles tenham alcançado a maturidade,
mas seus QIs não diferiram. É surpreendente que o QI possa ser associado com o
potencial da criança no nascimento.

Quando o gêmeo que vive na China pega um resfriado, naquela hora seu gêmeo que vive
na Índia também fica resfriado. Geralmente, gêmeos nascidos do mesmo ovo morrem no
mesmo ano. No máximo, três anos de diferença entre suas mortes, e no mínimo três dias -
mas nunca mais que três anos. Se um gêmeo morrer, então podemos considerar que após
três dias ou dentro de três anos o outro irá morrer. Suas atitudes, seus comportamentos,
seus sentimentos são paralelos e parece que os dois vivem quase exatamente do mesmo
jeito. A similaridade deles também é vista em muitas outras coisas - cada um age como
uma cópia do outro.

A pele de cada pessoa é individual. Se minha mão for machucada e uma nova pele
necessita ser enxertada, dessa forma sua pele não pode ser enxertada na minha mão; será
necessário usar um pedaço da minha própria pele. Por toda a Terra, não haverá ninguém
cuja pele possa ser enxertada na minha mão. Meu corpo dará sinais de rejeição; não
aceitará outra pele. Contudo, a pele dos gêmeos nascidos do mesmo ovo pode ser
transplantada. Essa é a única exceção. Se a pele de alguém for enxertada na pele de outro,
o corpo do outro irá rejeitá-la. Porque isso? Qual é a causa? Não podemos dizer que é por
eles terem os mesmos pais, porque mesmo que dois irmãos tenham os mesmos pais, suas
peles não são intercambiáveis. A única exceção é encontrada naquelas crianças que foram
concebidas no mesmo momento. Mesmo entre elas não existe nenhum outro fator
comum.

Seus irmãos também vieram da mesma mãe e do mesmo pai, mas suas peles não podem
ser intercambiadas nem a pele de um irmão pode ser enxertada no corpo do outro irmão.
Somente os momentos de seus nascimentos diferem; a mãe e o pai são os mesmos, tudo
mais é o mesmo. Eles diferem muito somente numa coisa, e esse é o momento da
concepção deles.

É a hora do nascimento tão influente que o tempo de vida tenha quase a mesma duração,
que seus QIs sejam quase iguais, que o comportamento corporal deles seja semelhante,
que quando os dois adoecem é da mesma doença, e que quando os dois se recuperam
novamente, é do mesmo remédio? Será que o momento do nascimento pode ser tão
influente?

A astrologia tem dito que o momento do nascimento é ainda mais importante do que isso.

Até agora a ciência não concordou com a astrologia, mas agora está começando a fazê-lo.
Chegando a essa concordância progressiva, alguns novos experimentos têm ajudado.

Por exemplo, quando lançamos satélites feitos pelo homem no espaço, descobrimos que
uma ampla extensão de raios radiativos do espaço e das constelações estão continuamente
bombardeando a Terra. Nada sobre a Terra fica imune a esse fenômeno. Sabemos que o
oceano é influenciado pela lua, mas ainda não levamos em consideração o fato de que a
mesma proporção de água e sal que ocorre no oceano também ocorre no corpo humano
na mesma proporção. Setenta por cento do corpo humano consiste de água e a proporção
de sal contido na água é a mesma da contida no mar da Arábia. Se a água no oceano é
afetada pela lua, desse modo como pode a água dentro do corpo humano permanecer
não afetada?

Agora nessa conexão, dois ou três fatos surgindo de investigações recentes devem ser
registrados. Por exemplo, quando o dia da lua cheia se aproxima, a insanidade no mundo
aumenta, considerando que no último dia dos quatorze dias mais escuros, o maior número
de pessoas dão entrada nos hospícios e no último dia do período da lua minguante, um
maior número de pessoas recebem alta nos hospícios. As estatísticas estão disponíveis...

Em inglês existe a palavra lunático; Em Hindi temos a palavrachaandmara. Chaand se


refere à lua, assim como lunar em
inglês. Chaandmara é um termo muito antigo e a palavra lunático também tem três mil
anos de idade. Cerca de três mil anos atrás, as pessoas descobriram que a lua afeta o
insano. Mas se ela afeta o insano, então como se pode evitar que ela afete o saudável?

Em última análise, a construção do cérebro e a composição interna do corpo são as


mesmas para todos.

Sim, pode ser que a lua afete mais intensamente o insano e menos intensamente o são,
mas essa é uma simples diferença quantitativa. É impossível que o saudável permaneça
completamente imune às influências da lua. Se isso fosse verdade, então ninguém ficaria
louco porque todos aqueles que enlouquecem já foram uma vez são. A lua deve afetar
primeiro aqueles que são saudáveis.

O professor Brown fez um interessante estudo. Ele era um homem sem nenhuma fé na
astrologia. Ele era cético e em seus primeiros escritos ele ridicularizou bastante a
astrologia. Mas apesar de seu ceticismo ele começou alguma investigação. Ele reuniu as
cartas de nascimento de muitos famosos generais, doutores e outros profissionais. Mas
então ele ficou em grande dificuldade devido a que ele descobriu que membros de certas
profissões nasceram sob um planeta especifico, sob a mesma constelação. Por exemplo,
entre todos os famosos generais, a influência de Marte sobre a vida deles era muito forte,
enquanto que nas vidas dos acadêmicos a influência de Marte era completamente ausente.

O estudo que Brown realizou em cerca de cinqüenta mil homens que eram oficiais das
forças armadas revela que a influência de Marte é muito forte nas vidas desses homens.
Geralmente, quando tais personalidades nascem, o planeta Marte é ascendente. O
momento do nascimento deles é o momento em que Marte começa a ascender.
Exatamente em oposição a isso, não importa o número de pacifistas que foram estudados,
eles nunca nasceram na hora em que o planeta Marte estava ascendendo. Se isso
acontecesse apenas ocasionalmente, vocês poderiam interpretar como uma coincidência,
mas não pode haver milhares de casos de coincidências. Os matemáticos nascem sob uma
constelação específica; os poetas nunca nascem sob esta mesma constelação. Em um caso
ocasional pode haver uma coincidência, mas quando isso acontece tão freqüentemente
não pode ser uma coincidência.

De fato, há uma grande diferença de comportamento entre pessoas de diferentes


profissões e ocupações - por exemplo, entre poetas, matemáticos, fomentadores de
guerras, generais e pacifistas. De um lado, pode haver um homem como Bertrand Russel
que diz que deveria haver paz no mundo, e por outro lado, um homem como Nietzsche
que diz
que no dia em que as guerras cessarem o mundo deixará de ter significado. È apenas uma
disputa intelectual entre eles, ou é também uma disputa entre as estrelas? É somente uma
disputa intelectual entre eles, ou o momento de seus nascimentos também os separam?

Quanto mais se pesquisa, mais é compreendido que os talentos especiais de uma pessoa
são revelados pelo momento de seu nascimento.
Aqueles que conhecem a astrologia mesmo superficialmente diriam que isso acontece
porque ele nasceu sob uma constelação especifica. Mas quero dizer a vocês que o homem
escolhe a constelação sob a qual ele nascerá. Ele irá nascer sob a constelação adequada de
acordo com o que ele quer ser, quaisquer que sejam suas possibilidades inatas,
qualquer que seja a forma de sua última vida tomada em sua inteireza, qualquer que seja
a motivação de sua consciência. Toda criança, cada nova vida, insiste em um momento
específico para o nascimento. Ela quer nascer em um momento específico; ela quer ser
concebida em um momento específico - mas ambos são independentes.

Como disse a vocês, a água do oceano está sujeita a certas influências. Mas toda a vida
procede da água; sem água, nenhuma vida é possível. Na Grécia antiga, os filósofos
costumavam dizer que a vida brota somente da água, que água é vida. As antigas
mitologias Indianas, Chinesas, dentre outras, também afirmam isso. Atualmente,
cientistas que acreditam na evolução também dizem que a vida nasceu na água, que
talvez a primeira vida no planeta surgiu na água como uma alga. Essa era a primeira
forma de vida, e assim, a partir disso, o homem eventualmente evoluiu.

A água é o elemento mais misterioso de todos. Qualquer que sejam as influências que
atingem o homem, a partir das estrelas, do universo, do espaço exterior, o atingem por
intermédio da água. Só depois de afetar a água no corpo do homem, pode alguma
radiação ter acesso a ele. Muito trabalho está sendo feito com a água e muitos mistérios
com relação à água estão chamando a atenção do homem.

O maior mistério sobre a água, que chamou a atenção dos cientistas nos últimos dez anos,
é que a água possui muita sensibilidade. Quaisquer que sejam as influências ativas, de
qualquer parte da vida, elas primeiro se movem através da água. A água em nós é a
primeira coisa a ser afetada. Uma vez que a água que está em nosso corpo é influenciada,
então fica muito difícil evitar sermos influenciados.

Vocês ficarão surpresos de saber que quando a criança flutua no útero materno, ela flutua
exatamente como se estivesse no oceano. A água na qual a criança flutua no útero da mãe
possui a mesma proporção de sal da água do oceano. As influências do corpo da mãe não
atingem a criança diretamente; não existe uma conexão direta entre a mãe e a criança que
está crescendo em seu útero. A água é o médium; quaisquer que sejam as influências que
atinjam a criança através da mãe, o fazem por intermédio da água - não há um
relacionamento direto. Assim, por todas as nossas vidas a água em nossos corpos se
comporta exatamente como a água do oceano.

Os peixes do oceano têm sido muito estudados. Existem peixes que chegam até a praia e
depositam seus ovos na maré baixa quando o oceano está recuando. Impulsionados pelas
ondas, os peixes chegam até a areia, depositam seus ovos e retornam nas ondas do
oceano. No tempo fixado a maré retorna e através dela os ovos são chocados e as ovas
brotarão. Dessa forma, à próxima maré levará os filhotes de volta para o mar.

Os cientistas que estudaram esses peixes ficaram muito surpresos, devido a que os peixes
sempre vêm depositar seus ovos na maré baixa.

Se eles depositassem seus ovos na maré alta, os ovos seriam carregados pelas ondas. Eles
depositam seus ovos quando a maré está baixando e se retirando por algum tempo no
recesso das ondas. E a maré não inunda o lugar onde eles depositam seus ovos uma
segunda vez, senão a maré arrastaria os ovos.

Os cientistas estão perplexos de como esses peixes sabem quando a maré estará baixa. Se
ocorresse o menor erro no tempo, as ovas seriam carregadas. Mas em centenas de
milhares de anos eles nunca cometeram um engano. Se eles se enganassem, eles
desapareceriam como uma espécie. Mas eles nunca se enganaram. Que equipamento
esses peixes
possuem pelo qual possam saber sobre as marés? Que órgão sensitivo eles possuem que
lhes diz quando a maré irá refluir? Cem mil peixes se juntarão ao mesmo tempo por toda
a praia... Esses peixes devem possuir algum tipo de sistema de sinalização, algum tipo de
transmissor. Cem mil peixes virão de uma distancia de milhares de milhas para
depositarem seus ovos nas praias - e todos ao mesmo tempo.

Aqueles que estudaram o fenômeno dizem que não há nenhuma outra fonte de
informação a não ser a lua. A lua é a fonte da intuição dos peixes, nada mais - os peixes
sabem intuitivamente quando a maré está baixando e quando está subindo. O impacto da
lua é a único modo que eles têm de conhecer as marés.

Há uma outra possibilidade. Tem sido presumido que esses peixes podem de alguma
maneira ser influenciados pelas ondas do oceano. Então os cientistas os colocaram num
lugar onde não havia nenhuma onda: na água, num quarto escuro. Mas os resultados
mostraram ser realmente surpreendentes. Os peixes estavam encobertos pela escuridão, a
lua
não estava a vista e não havia nenhuma luz visível, mas quando a lua chegou no ponto
exato no qual os peixes no oceano vão e depositam seus ovos na praia, exatamente no
mesmo momento os peixes no laboratório depositaram seus ovos. O que esse fato
mostra? Que isso não é uma questão das ondas do oceano.

Alguém pode sugerir que a corrida só começa quando os peixes recebem sinais um do
outro, mas essa hipótese não se sustenta. Os cientistas testemunharam os peixes quando
eles foram isolados um do outro. Eles tentaram perturbar os cérebros desses peixes de
todas as maneiras. Eles colocaram os peixes na escuridão por vinte e quatro horas, para
que os peixes não soubessem quando era manhã ou quando era noite. Eles observaram
esses peixes após colocá-los sob uma luz brilhante por vinte e quatro horas para que os
peixes não pudessem saber quando era dia. Eles os observaram depois de representar uma
lua artificial se pondo, e diariamente aumentado ou diminuindo o brilho da luz - mas os
peixes não puderam ser enganados. Quando a verdadeira lua chegava no ponto certo,
somente naquele momento os peixes depositavam seus ovos; onde quer que eles
estivessem, eles depositavam seus ovos naquele momento.

Todo ano centenas de milhares de aves voam milhares e milhares de milhas.


Estamos no inverno e logo a neve irá cair, então os pássaros começam a migrar das áreas
onde a neve cairá. Eles voarão para um lugar distante milhares de milhas para alcançar o
lar de inverno. Assim essas aves migram exatamente um mês antes da chegada da neve.
Na hora em que elas estão migrando a neve ainda não começou a cair, mas exatamente
após um mês ela começará a cair. Como essas aves calculam a data na qual a neve cairá?
Nossos meteorologistas, que possuem os mais elaborados laboratórios, não conseguem
explicar tal informação exata.

Disseram-me que alguns meteorologistas primeiro perguntam aos astrólogos pelas ruas:
vocês acham que irá chover hoje ou não?

Os arranjos que o homem tem feito parecem infantis. As aves sabem um mês e meio, até
mesmo dois meses antes que a primeira neve caia. Após milhares de experimentos foi
observado que o dia, no qual os pássaros migram, é fixo para todo tipo de ave. E todo ano
as datas mudam, porque não existe uma data fixa para a neve cair. Mas é certo que toda
ave migrará um mês antes da neve cair. Se a neve for cair dez dias mais tarde em
comparação com o ano anterior, elas migrarão dez dias mais tarde em comparação com o
ano anterior. Se a neve cair dez dias mais cedo, elas terão migrado dez dias mais cedo. Se
a data da primeira queda de neve for incerta, então como é que essas aves são
informadas?

No Japão há uma ave que irá evacuar uma cidade vinte e quatro horas antes que ocorra
um terremoto. É apenas um lugar comum de aves - existem muitos deles em toda cidade -
mas vinte e quatro horas antes de um terremoto essas aves irão evacuar o lugar. No
presente, os cientistas são incapazes de predizer com precisão se um terremoto está para
acontecer mesmo por duas horas de antecedência; duas horas antes eles ainda não têm
certeza, ainda estão inseguros. Há apenas
uma probabilidade, uma possibilidade, de que um terremoto venha ocorrer. Mas no Japão
as pessoas sabem com vinte e quatro horas de antecedência que um terremoto está para
acontecer. Quando esses pássaros voam, as pessoas do lugar sabem que agora eles têm
somente vinte e quatro horas de tempo. O pássaro se foi - nenhum dessa espécie
permanece na cidade. Como esse pássaro toma conhecimento?

Nos últimos dez anos, os cientistas têm dito algo novo: que todo organismo vivo possui
um sensor interno, o qual percebe as influências cósmicas. Talvez o homem também o
possua, mas perdeu a consciência disso por depender de seu intelecto.

O homem é o único ser vivo no mundo que tem, através da sua assim chamada
inteligência, perdido muitas coisas que antes possuía.

Através da mesma inteligência ele também tem obtido muitas coisas que nunca teve antes
- mas o resultado é que ele acabou em perigo de autodestruição. O que ele tinha, perdeu e
o que não tinha, ele inventou. Mas até mesmo os menores organismos vivos possuem
uma fonte de intuição interior, e agora, dados científicos que provam que tal fonte interior
existe, estão se tornando disponíveis. A descoberta de uma fonte interior nos torna
cônscios de que não há nada vivo sobre a Terra que esteja isolado ou separado - tudo está
ligado ao cosmos. O que quer que aconteça em qualquer lugar, os efeitos disso são
sentidos aqui. Eu estava falando sobre Paracelso& Atualmente os médicos estão também
chegando a conclusão que quando as manchas solares surgem e crescem, as doenças na
Terra aumentam e que quando as manchas diminuem no sol, as doenças também
diminuem. Enquanto as manchas solares continuarem a acontecer nunca eliminaremos as
doenças na Terra. A cada onze anos há um grande tumulto no sol e enormes explosões
acontecem. Quando explosões e tempestades ocorrem no sol, guerras e perturbações
ocorrem na Terra. As guerras que acontecem na
Terra seguem um ciclo de dez anos. As epidemias também seguem um ciclo de dez ou de
onze anos. As revoluções também seguem um ciclo de aproximadamente dez ou onze
anos.

Uma vez que vocês se tornam cônscios de que não estamos separados ou isolados, mas
juntos de uma maneira orgânica, então será fácil compreender a astrologia. Eis porque
estou explicando tudo isso para vocês.

No passado algumas pessoas pensavam, e ainda pensam, que a astrologia é superstição e


fé cega. Em grande parte isso parece ser verdade. Aquelas coisas para as quais é difícil
encontrar uma explicação científica nos parecem baseadas somente na fé cega. Mas a
astrologia é muito científica. O significado da ciência é a investigação da relação entre
causa e efeito. A astrologia diz que tudo que acontece nessa terra não é sem causa;
contudo, podemos não estar cônscios das causas. A astrologia diz que a forma que o
futuro irá tomar não pode ser isolada do passado, mas deve estar conectada a este; o que
você se torna amanhã estará conectado ao que você é hoje; o que você foi até agora está
conectado
ao que você será amanhã.

Astrologia é uma maneira muito científica de pensar.

A astrologia sustenta que o futuro emergirá somente do passado: seu hoje emergiu de seu
ontem e seu amanhã irá emergir de seu hoje. Astrologia também sustenta que tudo que
aconteça amanhã está de uma maneira sutil presente hoje mesmo. Agora tente entender
um pouco disso.

Três dias antes de seu assassinato, Abraham Lincoln teve um sonho no qual ele tinha sido
assassinado e que seu cadáver estava deitado num quarto especial na Casa Branca. Ele até
percebeu o número do quarto. Nesse ponto seu sono foi quebrado, e quando ele acordou,
ele sorriu. Ele disse para sua esposa; eu sonhei que fui assassinado e que meu
corpo estava deitado no quarto número tal e, em tal área da Casa Branca - ele estava
dormindo nessa parte da Casa Branca. Você estava de pé junto a minha cabeça, e essas
pessoas estavam todas ao redor.

Isso era uma piada, uma coisa engraçada para ele. Lincoln e sua esposa voltaram a
dormir. Três dias depois, o assassinato de Lincoln aconteceu. Três dias depois seu corpo
estava deitado no quarto com aquele número, naquele mesmo lugar, e as pessoas estavam
de pé ao redor de seu corpo naquela seqüência.

Se o que estava para acontecer três dias mais tarde não tivesse de alguma maneira já
ocorrido, então como poderia tal sonho ter acontecido? Como poderia o sonho
assemelhar-se com o que realmente ocorreu, com tais detalhes? Tal vislumbre só é dado
em um sonho, se de algum modo isso já é existente no momento presente. Só assim
podemos obter um vislumbre do que irá ocorrer no futuro.

Se abrirmos a janela do presente seremos capazes de ver que o futuro está apenas do lado
de fora dessa janela. É a hipótese da astrologia de que o futuro é simplesmente nossa
ignorância - assim o chamamos de: o futuro. Se fôssemos capazes de vê-lo, então o futuro
não aconteceria para nós - saberíamos que ele já está presente aqui e agora.

Há um incidente na vida de Mahavira sobre o qual tem havido muita discussão.

Por causa dessa disputa um grupo de seus discípulos rompeu com ele em sua própria
presença. Devido a esse conflito, quinhentos dos monges de Mahavira fundaram uma
ordem separada. Mahavira costumava dizer que tudo que está acontecendo tem em certo
sentido já acontecido: se você está caminhando, então, em certo sentido, você já chegou
ao seu destino; se você está envelhecendo, então, de certo modo, você já envelheceu.
Mahavira costumava dizer que tudo que está acontecendo, tudo que está em processo, já
ocorreu.

Um antigo discípulo de Mahavira morava muito longe dele durante a estação chuvosa.
Ele estava doente, assim ele pediu a um discípulo mais novo que estava presente para que
estendesse um tapete para ele. Então o discípulo novato começou a estender o tapete e ele
já estava desenrolando o tapete quando o veterano discípulo relembrou um dito
de Mahavira. Ele disse: Pare! Mahavira diz que o que está acontecendo já aconteceu.

O tapete estava sendo desenrolado, mas ainda não estava completamente aberto. Tinha
ocorrido subitamente para ele que Mahavira havia dito uma coisa muito errada. O tapete
estava meio aberto, mas em que sentido ele já estava completamente aberto?

Ele deixou o tapete lá. Após a estação chuvosa, ele foi até Mahavira e disse: Você está
enganado quando você diz que o que está acontecendo já aconteceu, porque agora mesmo
o tapete continua meio aberto. Ele estava sendo aberto, mas não foi completamente
aberto.Assim eu vim para provar que o seu dito está errado.

Mahavira disse que ele não havia entendido o que ele tinha dito. Esse discípulo deve ter
tido uma mente muito infantil, senão ele não teria falado desse jeito. Mahavira disse;
"Você interrompeu o processo. Ele estava acontecendo, mas você o interrompeu. O tapete
que você impediu que fosse desenrolado já estava realizando a si mesmo no próprio
processo de desenrolar. Ele já tinha, de fato, sido realizado. Você viu apenas o tapete no
processo de desenrolar, mas um outro processo estava ocorrendo, e esse é o que já
ocorreu. Agora por quanto tempo seu tapete permanecerá enrolado? Ele está se abrindo, e
se abrirá. Volte".
Quando o discípulo voltou ele viu que um homem tinha aberto o tapete e estava deitado
sobre ele, descansando. Esse homem estragou tudo; ele destruiu toda a teoria do
discípulo.

Quando Mahavira estava dizendo que tudo que está acontecendo já aconteceu, ele estava
dizendo que tudo que está acontecendo é o presente, tudo que possa ser é o futuro. O
botão que está florescendo em algum lugar já floresceu, portanto ele irá florescer, ele irá
se tornar uma flor. Agora mesmo o botão está em processo de florescimento, agora
mesmo ele é apenas um botão, mas se ele está no processo de florescimento, então ele
florescerá. Tendo ele florescido
tem também, de certo modo, já ocorrido em algum lugar.

Agora vamos olhar para isso de outro ângulo. Será um pouco mais difícil.

Sempre olhamos do ponto de vista do passado.

O botão está florescendo& mas nosso pensar é geralmente orientado pelo passado, preso
ao passado. Dizemos que o botão está florescendo, que ele está se tornando uma flor, que
o botão se tornará uma flor. Mas o inverso pode ser o caso. Por exemplo, se eu lhe
empurro por detrás, estou fazendo você ir para frente. Mas também pode ser que alguém
esteja lhe puxando pela frente, e que ninguém esteja lhe empurrando por detrás. Também
dessa maneira você se moverá para
frente.

Mas pode ser também que alguém esteja lhe puxando pela frente. O movimento pode ser
em ambas as direções. Estou lhe empurrando por detrás e você está indo para adiante.
Pode ser que alguém esteja lhe puxando pela frente e que ninguém esteja lhe empurrando
por detrás. Nesse caso também você se moverá para frente.

A astrologia reconhece a incompletude da perspectiva de que o passado dá o impulso e


que o futuro acontece como um resultado. Se enxergarmos um fenômeno em sua
totalidade, vemos que o passado está provendo o impulso, mas que o futuro está também
exercendo um puxão, uma atração. O botão se transformando numa flor não é tudo que
está
acontecendo. A flor está clamando para o botão sair e tornar-se uma flor - ela não está
exercendo um puxão. O passado ficou para trás, o futuro está adiante. Agora, no
momento presente, há um botão; todo o passado o está empurrando para ele se tornar uma
flor, e todo o futuro está chamando para ele se tornar uma flor.

Sob pressão de ambas as direções, do passado e do futuro, o botão se tornará uma flor. Se
não houvesse nenhum futuro, o passado por si mesmo não seria capaz de criar a flor
porque o futuro precisa prover o espaço para o botão se tornar uma flor. No futuro um
lugar, algum espaço, é necessário. Somente se o futuro providenciar espaço o botão será
capaz de florescer. Se não houver futuro, então não importa quanto o passado tentou, não
importa quanto ele lhe empurrou, isso seria em vão. Não importa o quanto lhe empurro
por trás, se houver uma parede em frente a você, não posso fazer você mover-se à frente.
Espaço é necessário para ir adiante. Se lhe empurro e o espaço adiante lhe aceita com o
convite: "Venha, seja meu hóspede", só assim meu empurrão pode ser significativo. Para
meu empurrão um espaço no futuro é necessário. O passado realiza o trabalho; o futuro
provê o espaço.

É a visão da astrologia que olhar do ponto de vista somente do passado é insuficiente e


apenas parcialmente científico.

O futuro está sempre nos chamando, nos puxando o tempo todo.

Não sabemos, não estamos cônscios. Essa é a fraqueza de nossos olhos, essa é a nossa
miopia - não podemos ver muito longe. Sobre amanhã, nada nos é revelado.

Se vocês olhassem para o mapa de nascimento de Krishnamurti, vocês ficariam


surpresos. Se Annie Besant ou Leadbeater tivesse o cuidado de olhar para o mapa de
nascimento de Krishnamurti, eles teriam visto que era errado trabalhar com Krishnamurti,
porque sua carta de nascimento mostrava claramente que qualquer organização que
Krishnamurti viesse a pertencer, ele seria seu destruidor. Isso mostra que qualquer que
fosse a organização que ele viesse a fazer parte, ele traria sua desintegração; qualquer que
fosse a organização a qual ele se juntasse, esta morreria. Mas Annie besant não estava
preparada para aceitar isso. Ninguém poderia pensar tal coisa, mas foi assim que isso
aconteceu.

O movimento teosófico tentou preparar Krishnamurti como seu líder. A teosofia fez um
tal esforço em favor de Krishnamurti que o movimento morreu para sempre. Annie
Besant criou uma vasta organização chamada Estrela do Oriente, apenas para
Krishnamurti. Então um dia, após ter inspirado a organização, Krishnamurti se separou
dela. Annie Besant tinha dedicado sua vida inteira para pôr a organização de pé, e
destruiu a si mesma por ela. Mas Krishnamurti não pode ser culpado por isso. A estrela
sob cuja influência ele nasceu anunciou claramente que ele seria uma força destrutiva e
demolidora dentro de qualquer organização.

O futuro não é completamente incerto. Nosso conhecimento é incerto; nossa ignorância é


pesada. Nada do futuro parece estar revelado a nós. Estamos cegos - absolutamente nada
do futuro nos está revelado. E porque nada nos parece estar revelado, dizemos que é
incerto. Mas algo do futuro nos está revelado - astrologia não é meramente o estudo do
que as estrelas e os planetas dizem, ou de calcular sua significância. Essa é somente uma
dimensão da astrologia.

Então existem outras dimensões de conhecer o futuro também. As pessoas possuem


linhas nas palmas de suas mãos, pessoas possuem linhas nas suas testas, linhas nas solas
de seus pés, mas isso também é superficial.

No corpo humano existem chakras escondidos.


Cada chakra tem sua própria sensação única; cada chakra vibra a sua própria maneira
única, na sua própria freqüência, o tempo todo. Existem maneiras de checar quais são
elas. Os seres humanos ocultaram dentro deles as impressões mentais ou as sementes do
passado.

Ron Hubbard trouxe uma nova palavra, uma nova ciência, para o Ocidente. Para o
Oriente ela é antiga. O nome dessa ciência é trilha do tempo. Hubbard acha que qualquer
que seja a forma que um homem tenha vivido - se como homem ou como besta, se como
planta ou como pedra - em qualquer forma que ele tenha vivido através de seu tempo
infinito de vidas, toda essa corrente de memórias ainda está contida dentro dele. Essa
corrente pode ser exposta e uma pessoa pode até mesmo ser preparada para re-
experienciar essas memórias.

Em toda a pesquisa de Hubbard, essa é a descoberta mais valiosa. Hubbard disse na trilha
do tempo que dentro do homem existem "engrams". Por um lado, possuímos uma
memória pela qual relembramos o que aconteceu ontem e o que aconteceu antes. Esse é o
trabalho da nossa memória, essa é nossa memória de cada dia. Assim como todo
comerciante ou empregado de escritório mantém um registro diário, esse é o trabalho da
nossa memória. Isso se torna inútil a cada dia, e então não mais existe - não é de maneira
nenhuma permanente. Essa é nossa memória trabalhadora através da qual fazemos nosso
trabalho diário e então todo dia o lançamos fora.

Bem mais fundo que isso está uma memória que não é meramente para conseguir fazer o
trabalho: uma memória que é nossa vida, que soma toda a nossa experiência, a essência
acumulada da nossa experiência através de incontáveis vidas no caminho. Hubbard
chamou isso de um "engram" - isso ficou entranhado dentro de nós. Repousa lá em sua
inteireza, trancado lá no fundo, assim como se uma fita gravada estivesse guardada em
seu bolso. Ela pode ser aberta e quando é
aberta ela se torna o que Mahavira costumava chamar de lembrança da vida passada.
Hubbard a chama de trilha do tempo - isso torna possível para você voltar no tempo.
Quando ela é aberta, a experiência não é que você está relembrando; não é como se você
estivesse relembrando, você revive a experiência.

Quando está aberta, quando a trilha do tempo está aberta, você não percebe que está
relembrando. Não, você revive-o. Tente entender. Se sua trilha do tempo está aberta, esse
reviver não será difícil. De fato, sem isso a astrologia fica incompleta. A realização mais
profunda da astrologia é que seu passado deve estar aberto, porque se você se torna
cônscio de todo seu passado, então você ficará cônscio de todo o seu futuro; seu futuro
irá emergir de seu passado.

Sem conhecer seu passado você não pode conhecer seu futuro, porque seu futuro será a
criança de seu passado, seu futuro nascerá de seu passado.

Portanto, primeiro é necessário que toda sua trilha da memória seja exposta. Se sua trilha
da memória estiver aberta - e para isso existem técnicas e métodos - você está enganado
se você pensa que você irá se lembrar como seu pai lhe esbofeteou quando você era uma
criança de seis anos de idade. Você não se lembrará de como você era quando você tinha
seis anos de idade - você irá revivê-lo.

Você irá reviver o evento. Também, na hora que você estiver revivendo-o, se eu
perguntar: qual é o seu nome? Você irá responder; Junior - não William Smith Junior.
Uma criança de seis anos de idade estará respondendo. Você estará revivendo o evento
nessa hora; você não estará relembrando-o. William Smith Junior não está relembrando
quando ele tinha seis anos de idade. Não, William Smith Junior tornou-se uma criança de
seis anos de idade. Agora ele irá responder: Junior. Qualquer resposta que ele der será a
resposta de uma criança de seis anos de idade.

Se você foi levado de volta para uma vida passada e você relembrou que você era um
leão, então se você fosse perturbado nesse ponto você começaria a rosnar exatamente
como um leão. Você não falaria como um homem. É possível que você até mesmo ataque
alguém com suas unhas e dedos. Se você se lembrou que você era uma rocha e alguém
lhe faz uma pergunta, então você permaneceria completamente em silêncio. Você não
seria capaz de falar, você ficaria como uma pedra.

Hubbard ajudou milhares de pessoas. Por exemplo, se um homem não podia falar,
Hubbard diria que essa pessoa foi bloqueada por alguma memória da infância e não pode
mover-se. Então ele o traria de volta através da sua trilha do tempo e forçaria seu
"engram" regredir no tempo para quando ele tinha seis anos de idade, ou para o ponto no
qual seu crescimento ficou bloqueado e ele não pode prosseguir. Quando ele regride a
esse ponto, a influência da memória da infância se dispersará. Então esse homem
novamente voltará a ter trinta anos de idade e os vinte e quatro anos de diferença serão
postos de lado. O mais surpreendente é que milhares de remédios não ajudariam esse
homem a falar, mas regredindo ao longo da sua trilha do tempo e então retornando, ele se
torna capaz de falar.

Muitos males chegam a vocês somente devido a essa trilha do tempo.

Muitos males se encaixam nessa categoria: por exemplo, a febre do feno ou asma. Para o
paciente que sofre da febre do feno, existe uma data fixa: a cada ano na mesma data, no
mesmo tempo, sua febre do feno retorna. Portanto não há nenhum remédio para essa
febre do feno. Porque?... Devido a que a febre do feno não é realmente uma doença
corporal, é uma doença da trilha do tempo. Em algum lugar a memória foi fixada, a
memória foi bloqueada em algum lugar.

Por exemplo, um homem tem uma memória relacionada com o décimo segundo dia do
mês durante a estação chuvosa. Quando o décimo segundo dia chega, quando a estação
chuvosa chega, o homem está se preparando; ele já está assustado com o que irá
acontecer. Vocês ficarão surpresos de que a febre do feno que agora irá atacá-lo é
somente algo que ele está revivendo - não é absolutamente a febre do feno. Ele está
apenas revivendo o que ocorreu no décimo segundo dia do ano anterior. Se vocês lhe
derem algum tratamento agora, vocês apenas o estarão colocando em mais apuros.
Tratamento médico é inútil porque ele não é o mesmo homem que estava doente um ano
antes e que naquele tempo poderia ter sido tratado. Vocês estão desnecessariamente
jogando remédio fora, porque isso está indo para o homem que existe agora, não para o
homem que estava doente um ano antes. Não há nenhuma conexão entre os dois. Nenhum
relacionamento. Todo remédio irá falhar, todo remédio irá somente aumentar sua febre do
feno e assim ele irá dizer que nada está funcionando. Ele está novamente se preparando
para repetir o que aconteceu no ano anterior. Setenta por cento de nossos males
acontecem através da trilha do tempo. Eles foram pegos e agarrados tão firmemente que
os revivemos repetidamente.

A astrologia não é meramente o estudo das estrelas, embora ela inclua isso também.
Iremos falar a respeito disso. Além do estudo das estrelas, existem, em separado, outras
dimensões através das quais a astrologia tenta pesquisar o futuro do homem, pelas quais a
astrologia pode alcançar o futuro.

Para se tornar cônscio do futuro, é necessário tornar-se cônscio do passado. Para se tornar
cônscio do passado, é necessário ler as inscrições traçadas no seu corpo e na sua mente.
Existem inscrições sobre seu corpo e existem inscrições na sua mente. Desde o tempo em
que a astrologia tornou-se obcecada com estas inscrições corporais, ela não pode mais se
aprofundar porque estas inscrições corporais são muito superficiais.

Se sua mente passar por uma mudança, então as linhas na palma da sua mão
imediatamente mudarão.

Se, sob hipnose, lhe for assegurado que após quinze dias você irá morrer e se a cada dia
por quinze dias você for deixado inconsciente e for assegurado em seu estado de
inconsciência de que você irá morrer após quinze dias... Se você realmente morre ou não,
sua linha da vida será quebrada no comprimento proporcional de quinze dias. Um
intervalo terá aparecido na sua linha da vida; o corpo aceitará a noção de que a morte está
a caminho.

As linhas traçadas sobre o corpo são um fenômeno muito superficial. Bem lá dentro está
a mente. Contudo, a mente com a qual você está familiarizado não existe bem lá no
fundo; ela é superficial. Bem lá no fundo existe uma mente a qual você absolutamente
não conhece. Os centros que existem bem lá no fundo desse corpo, os quais a yoga chama
de chakras, são as formas acumuladas de muitas vidas. Os que conhecem podem,
colocando sua mão sobre um chakra particular, descobrir quão ativo ele é. Tocando os
seus sete chakras, pode-se saber se você já os experienciou ou não.

Tenho experimentado os charkas de centenas de pessoas e tenho sido surpreendido de


descobrir que no máximo um ou dois, e muito raramente três, chakras começaram a ser
ativados; geralmente, eles permanecem adormecidos. Você nunca os utilizou, mas eles
são o seu passado. Se um homem que já os tenha experienciado vier até mim e eu posso
ver que todos os seus sete chakras estão ativos, então pode ser dito que esse é seu último
nascimento. Portanto não haverá outro nascimento, porque se todos os sete chakras estão
ativos, não há possibilidade de outra vida. Essa vida será nirvana, essa vida será
libertação.
Se alguém vinha até Mahavira, ele fazia questão de descobrir quantos chakras estavam
ativos na pessoa e quanto trabalho precisa ser feito com ela, quais eram as suas
possibilidades, quando e se seu esforço daria algum fruto ou não, e de quantos
nascimentos mais a pessoa precisaria.

A astrologia é uma tentativa de pesquisar o futuro por muitos caminhos. Entre esses - e o
caminho mais comumente usado - é o estudo de como os planetas e as estrelas
influenciam o homem. Para isso, mais evidências científicas estão se tornando
disponíveis a cada dia. Isso já foi bem decidido: a vida é afetada e não pode evitar ser
afetada por essas influências. Apenas a segunda parte permanece difícil determinar: se
cada pessoa é também afetada como um indivíduo. Isso preocupa um pouco os cientistas
se cada pessoa é afetada individualmente, se os três ou quatro bilhões de pessoas nesse
planeta são afetados como indivíduos. Mas eles devem compreender que isso é assim.

Mas porque eles estão tão perturbados?

A natureza provê para cada pessoa um polegar o qual é unicamente seu, o qual é
individual e não pode ser repetido.

A natureza mantém uma consideração tal que ela provê para cada pessoa um polegar que
é unicamente seu e uma impressão do polegar que não pode jamais pertencer a alguém
mais, nem agora nem no futuro. Muitos bilhões de pessoas já viveram sobre a Terra,
muitos bilhões poderão ainda viver sobre a Terra no futuro, mas a impressão do meu
polegar jamais será repetida. Você ficará surpreso de saber que mesmo no caso de gêmeos
nascidos de um mesmo ovo suas impressões no polegar serão diferentes um do outro.

Se a natureza pode outorgar tanta individualidade a cada pessoa com relação a uma coisa
sem valor como um polegar - uma coisa que não tem nenhum valor especial e que parece
não realizar nenhum propósito especial - se a natureza pode até mesmo dar a um polegar
uma unicidade, então não poderia dar a cada homem uma vida única e uma alma única?
Parece não haver nenhuma razão porque não deveria. Mas a ciência se move lentamente e
isso é bom! Para a ciência, mover-se lentamente é bom. Até que um fato esteja
completamente testado, não é bom ir adiante nem mesmo uma polegada. Mas os profetas
podem dar um salto. Eles podem declarar o que acontecerá em milhares ou mesmo em
centenas de milhares de anos agora mesmo.

A ciência avança polegada a polegada. Ela enxerga somente fatos, fatos que podem ser
experimentados. Sonhos não têm nenhuma utilidade para a ciência, mas os profetas
podem descobrir verdades mesmo nos sonhos. Pra eles, mesmo o futuro é simplesmente o
presente expandido.

A astrologia é basicamente uma investigação do futuro. E ciência é basicamente a


investigação do passado. A ciência é a investigação da causa de tudo que existe hoje.
Astrologia é a investigação do efeito de tudo que existe hoje. Entre os dois existe um
imenso abismo. Mas a cada dia a ciência experimenta novas coisas e as teorias que
pareciam impossíveis começam a parecer possíveis.

Como havia dito, a ciência apenas recentemente aceitou que cada pessoa nasce com uma
individualidade embutida. Por um longo tempo a ciência relutou em aceitar a validade
dessa idéia. Mas a astrologia sempre esteve dizendo isso. Apenas tente entender...

Por exemplo, pegue uma semente, uma semente de manga& quando plantamos a semente
de manga, deve estar contido nela uma espécie de programa embutido, deve haver uma
planta. Se não fosse assim, a semente estaria desamparada. Ela não toma conselho de um
especialista nem estuda numa universidade... Como pode então uma mangueira
desenvolver-se a partir dessa semente? Ainda assim, ela produz a folha da mangueira, ela
nutre o fruto da mangueira. Escondido na semente deve haver um programa completo.
Sem tal programa o que a semente poderia fazer? Tudo precisa estar presente dentro dela.
O que quer que a árvore venha a ser, precisa de algum modo estar embutido dentro da
semente. Isso não é visível para nós. Podemos esmagá-la e dissecá-la, ainda assim isso
não será visível. Mas deve estar lá de alguma maneira, senão uma árvore neem poderia
possivelmente surgir de uma semente de manga.

Parece que nunca acontece um engano.

Surge somente uma mangueira, tudo se repete corretamente. Armazenado nessa


minúscula semente está toda a informação com relação ao que a semente precisa fazer -
como ela precisa brotar, que tipo de folha e quantas ramificações produzir, que tamanho a
árvore terá, por quanto tempo ela crescerá, que altura ela terá - tudo isso deve estar oculto
dentro da semente. Quantas mangas, que doçura terão, se irão amadurecer ou não - tudo
isso deve estar escondido dentro da semente. Se tudo isso está embutido dentro de uma
simples semente de manga, então quando você chega no útero materno não haverá nada
latente em sua semente?

Agora os cientistas concordam que mesmo nesse estágio a cor de seus olhos deve estar lá
escondida, que a cor de seus cabelos deve estar lá escondida, que a altura de seu corpo
deve estar lá oculta, que as possibilidades de saúde e de má saúde devem estar lá
embutidas e que até mesmo seu QI deve estar lá escondido - porque sem tudo isso como
você se desenvolveria? E por quais meios? Você precisa ter um programa o qual é
embutido com antecedência. Como certos ossos se juntarão como na mão e no pé? Uma
parte começará a ver, outra parte começará a ouvir. Como tudo isso pode acontecer? Os
cientistas costumavam dizer que isso é apenas uma coincidência. Mas a palavra
coincidência parece muito anticientífica. Coincidência significa acaso. Por acaso um pé
pode começar a ver e uma mão começar a ouvir. Mas não parece haver muita
coincidência; tudo parece estar em ordem, pré-arranjado.

A astrologia diz uma coisa mais científica. Ela diz que tudo es
Oi gentis!

O auto-conhecimento é o caminho para iluminar com a luz do amor as trevas da


ignorância. Se todos investirmos o nosso melhor em nosso auto-conhecimento estaremos
colaborando para a criação de uma nova estrutura, um novo mundo, uma nova sociedade,
uma nova ordem... Tornando cada vez mais transparente o véu de Maya que é tecido com
os fios sedutores da pura seda da ignorância.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

"Ninguém é superior, ninguém é inferior, mas ninguém também é igual.


As pessoas são simplesmente únicas, incomparáveis.
Você é você, eu sou eu.
Tenho que contribuir com o meu potencial para vida; você tem que contribuir com o seu
potencial para a vida.
Tenho que descubrir o meu próprio ser; você precisa descobrir o seu próprio ser."

Rajneesh
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Oi gentis!!

Grande sacada esta do barbudinho... Já pararam para pensar quanto tempo a gente perde
brigando com sombras? As vezes criamos estórias baseados em percepções puramente
emocionais e daí acabamos brigando com a nossa própria imagem reletida no espelho.
Somos mestres em pegar um palavrinha, uma frase e daí fantasiarmos "Bom isso deve ter

sido dito porque tal pessoa queria dizer tal coisa, ou pensa outras tantas de mim...". Isto
reflete uma insegurança e quando falamos em insegurança, precisamos clarear as coisas
para enxergar as coisas como elas são. As vezes são fantasmas do nosso ego, as vezes são
apenas sombras...
O ego também não é verdadeiro, ego não somos nós, o ego não é o vazio, o ego é cheio e
precisamos nos esvaziar. Mas como sempre o Wagner fala sobre o "ego servidor", que tal
pararmos de brigar um pouco com ele e tentarmos amá-lo e educá-lo com carinho para a
realização de um bem maior. Quando digo "amar o ego" não me compreendam mal, me
refiro a aceitá-lo como parte de nós mesmos e com isso colaborar para a criação de uma
auto imagem positiva, obviamente tomando cuidado e usando o discernimento para não
valorizar o que é falso. Por exemplo: Um palestrante não consegue falar sem ego, ele
precisa se firmar e se colocar a frente para expor suas idéias, idem para um artista,
músico, quando vamos faser um apresentação no trabalho etc... O que acredito é que o
ego deve ser "educado" ou
mesmo torná-lo portátil... Ego deveria ser como sapato, apenas deve-se utilizar para
certas ocasiões, e para o trabalho, pois quando resolvemos "descansar" no Todo devemos
tirá-lo e estar totalmente "descalsos"... Não sei quanto a vcs, mas eu não relaxo de
sapatos... kekekeke...
Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

"Deixe este fundamento ser sempre lembrado: se você lutar com alguma coisa falsa, você
será derrotado. O falso não pode ser derrotado, porque é falso. Como você pode derrotar
algo que é não-existencial?
Não há nenhuma maneira. O único modo é, ilumine e veja."

Rajneesh
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Om Sattva!

Pablo

"A mente tem seus usos limitados. Use-a. Quando você estiver trabalhando em seu
escritório, não estou lhe dizendo para ser um sem-mente. Quando você estiver
trabalhando em sua loja ou na fábrica, Não estou lhe dizendo para ser um sem-mente.
Estou dizendo que você seja perfeitamente uma mente. Use a mente, mas não a leve por
vinte e quatro horas, continuamente com você. Não se arraste nisso. Use-a como você usa
uma cadeira. "

Rajneesh
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Oi gentis!

Bom, com tanta "sexualidade" ao que temos contato no carnaval, que tal reavaliarmos
nossa postura diante ao sexo? Pois, se tudo está tão sexualizado, temos nossa parcela de
responsabilidade. Programas e músicas com bundas rebolantes só vendem por que
alguém compra e só dá IBOPE por que alguém assiste. Infelizmente o sexo, que pode ser
um grande portal dimensional, é considerado apenas como mera fonte de relaxamento e
prazer por fricção.
Eu adoro sexo, e a elevação e sua "desanimalização" é um grande trampolim para a
elevação da consciência humana e para desfazer gelecas emocionais (não seria o ciúme
medo de que o parceiro se relacione sexualmente com outra pessoa?).
Sexo é prazer como troca, prazer espiritual não como mercadoria.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo
"Se for permitido à pessoa viver alegremente sua vida sexual, quando ela tiver quarenta e
dois anos; lembre-se, estou dizendo quarenta e dois anos, não oitenta e quatro anos;
quando ela se aproxima dos quarenta e dois anos, o sexo começará a perder o controle
sobre ela. Do mesmo jeito que o sexo surge e fica poderoso pela idade dos quatorze anos,
exatamente do mesmo modo, quando a pessoa tiver quarenta e dois anos o sexo começa a
desaparecer.
Esse é um curso natural."

Rajneesh
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Oi gentis!!!!

Vamos a barbudisse do dia... kekeke...


Muitas vezes nosso desejo de intimidade é muito grande, mas o medo dela é maior ainda,
por isso criamos muitos obstáculos, e estórias, e um sem fim de problemas. Mas é
importante entender que intimidade não é apenas uma questão de deixar que as pessoas se
tornem intimas de nós, mas sim, que a gente possa permitir que as pessoas sejam tocadas
por nossa profundidade, nosso melhor.
Sem forçar nada e sem trocar os pés pelas mãos e começar a despejar nossas carências em
cima dos outros até nos
tornarmos aquele famoso "chato" que só choraminga e crava as garras da dependência no
coração aleio.
Intimidade é beleza, assim como as estrelas são íntimas umas das outras no céu...
Ao olharmos para o céu a noite, vemos pura harmonia, pura intimidade, vemos
consciências iluminando umas as outras e trocando sentimento, vemos a intimidade de
Deus...

O segundo pensamento é muito legal também, pois devemos admitir que ter dinheiro é
bom, e nos dá um pouco mais de
liberdade. Não é porque somos espiritualistas que devemos assumir o esteriótipo de
sofredor. Mas também não significa que devemos ancorar nossa felicidade a ele, ou ainda
devemos buscá-lo acima de tudo. Não é por aí...
Mas qual o problema em lutar e crescer econômicamente? Suar a camisa e depois
desfrutar do fruto de seu trabalho? Sem ostentação
O dinheiro não é problema... mas o desejo por ele o é... que tal desfrutar a vida e
queimarmos o desejo pelo dinheiro com o fogo do discernimento?

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

"Todo mundo tem medo da intimidade. O problema se torna mais complicado porque
todo mundo quer intimidade.
Todo mundo quer intimidade porque de outra forma você fica sozinho neste universo --
sem alguém que você possa confiar, sem alguém para quem você possa abrir todas as
suas feridas. E as feridas não podem ser curadas a menos que elas estejam abertas.
Quanto mais você as esconde, mais perigosas elas se tornam. Podem se tornar
cancerosas."

"Jamais lhe direi: renuncie ao dinheiro. Isso tem sido dito a você em todas as eras. Isso
não o mudou. Vou lhe dizer outra coisa: celebre a sua vida , e a obsessão pelo dinheiro
desaparece automaticamente.
E quando essa obsessão se for naturalmente, ela não deixa nenhum arranhão, não deixa
nenhuma ferida para trás, não deixa nenhum rastro para trás."
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Om Sattva!

Pablo

UM NOVO HOMEM

Ensino um novo homem, uma nova humanidade, um novo conceito de estar no mundo.
Proclamo o homo novus. O velho homem está a morrer, e não há mais necessidade de o
ajudar a sobreviver. O velho homem está no leito mortal: não chores por ele &#8211;
ajuda-o a morrer. Isto porque somente com a morte do velho homem, o novo, pode
nascer. A cessação do velho é o início do novo.

A minha mensagem para a humanidade é um novo homem. Menos do que isso, não. Não
algo modificado, não algo contínuo com o passado, mas totalmente descontínuo.

O homem não tem vivido verdadeiramente até agora, não autenticamente; o homem tem
vivido uma pseudo vida. O homem tem vivido patologicamente, o homem tem vivido
doente. E não há necessidade de viver com essa patologia &#8211; podemos sair dessa
prisão, porque essa prisão foi construída pelas nossas próprias mãos. Vivemos numa
prisão porque assim o decidimos &#8211; porque acreditámos que a prisão não é uma
prisão, mas a nossa casa.

A minha mensagem para a humanidade é: Chega. Acordem! Vejam o que é que o homem
fez ao próprio homem. Em 3000 anos o homem andou a lutar durante 500 anos. Não
podemos designar esta humanidade como sendo saudável. E só de vez em quando, um
Buda floresceu. Se num jardim, só de vez em quando uma planta dá uma flor, chamas a
isso um
jardim? Algo de muito básico correu mal. Cada pessoa nasceu para ser um Buda: menos
do que isso não te preencherá.

Eu declaro a tua Budidade.


Mas o que é que correu mal? Porque é que o homem viveu durante milhares de ano num
tipo de inferno? Durante milhares de anos vivemos com o conceito de homem como um
campo de batalha entre o baixo e o alto, o material e o espiritual, o prolixo e o lacónico, o
bom e o mau, entre Deus e Diabo. As consequências disto limitaram severamente
o potencial humano.

Para destruir o homem, para destruir o seu poder, uma grande estratégia tem sido usada
&#8211; que consiste em dividir o homem em dois.

O homem tem vivido na dualidade de ser materialista ou ser espiritualista. Foi-nos dito
que não podemos ser ambos. Ser o corpo ou ser a alma &#8211; Foi-nos ensinado que
não podemos ser ambos.

Esta foi a raiz da miséria do homem. Um homem dividido contra si próprio vai-se sentir
num inferno. O céu nasce quando o homem deixa de se dividir contra si próprio. A
separação do homem significa miséria, a integração do homem significa benção.

Até agora, a humanidade tem sido esquizofrénica &#8211; porque foi-lhe dito para
reprimir, para rejeitar, para negar, muitas partes do seu ser natural. Mas ao rejeitá-las, ao
negá-las, elas não são destruídas &#8211; simplesmente ficam tapadas. Ficam a
funcionar a partir do inconsciente; assim ficam realmente mais perigosas.

O homem é um todo orgânico. E tudo o que Deus deu ao homem deve ser usado; nada
deve ser negado. O homem pode ser uma orquestra; tudo o que é necessário, é a arte de
criar harmonia dentro de si mesmo.

Mas aquilo a que chamamos religiões têm-nos ensinado caminhos para a desarmonia,
para a discórdia, para o conflito. E quando estamos a lutar connosco próprios dissipamos
a nossa energia. Tornamo-nos sombrios, ininteligentes, estúpidos &#8211; porque com
pouca energia, ninguém consegue ser inteligente. Quando a energia transborda há
inteligência. O transbordar da energia é o que causa o crescimento da inteligência. E o
homem tem vivido numa pobreza interior.

A minha mensagem para a humanidade é: criem um novo homem &#8211; não dividido,
integro, total.

O Buda não era total, nem o grego Zorba. Ambos são metade. Eu amo Zorba, eu amo
Buda. Mas quando olho profundamente para Zorba falta algo: não tem alma. Quando
olho para Buda, algo falta também: não tem corpo.

Eu ensino um grande encontro: o encontro de Zorba com Buda.


Eu ensino Zorba o Buda &#8211; uma nova síntese. O encontro do céu e da terra, o
encontro do visível com o invisível, o encontro de todas as polaridades &#8211; do
homem e da mulher, do dia e da noite, do Verão e do Inverno, do sexo e da beatitude. Só
nesse encontro um novo homem erguer-se-á na Terra.
A minha gente, são os primeiros raios desse novo homem, desse homo novus.

A divisão interna tem guiado a humanidade para um estado de suicídio.


Só tem criado escravos &#8211; e os escravos não podem viver realmente, não têm nada
para viver para. Vivem para os outros. São reduzidos a máquinas &#8211; cheios de
habilidades, eficientes, mas uma máquina é uma máquina. E uma máquina não conhece o
prazer de viver. Não consegue celebrar, só consegue sofrer.

As velhas religiões acreditavam na renúncia. A renúncia tem sido uma maldição. Eu trago
uma benção para ti: eu ensino regozijo, não renúncia. O mundo não deve ser renunciado,
porque Deus não o renunciou &#8211; porque é que tu o fazes? Deus é... porque é que tu
não hás-de ser?

Vive-o na sua totalidade &#8211; e viver a vida totalmente trás transcendência. Então o
encontro da terra e do céu é
tremendamente belo; não há nada de errado. Então as polaridades desaparecem em si
mesmas e os pólos opostos tornam-se complementares.

Mas o homem velho, não é verdadeiramente humano. É um humanóide, um homo


mechanicus &#8211; um homem que não é total. E um homem que não é total, nunca
pode ser sagrado.

O novo homem está a chegar, a cada dia. É uma minoria, é natural &#8211; mas os novos
mutantes já chegaram, as novas sementes já chegaram. E o início deste século, assistirá à
morte de toda a humanidade ou ao nascimento de um novo ser humano.

E tudo depende de ti. Se continuas a trepar para o velho, então o velho homem prepara-se
para cometer um grande suicídio, um suicídio universal. O velho homem está pronto para
morrer; o velho homem perdeu o entusiasmo de viver.

É por isso que todos os países se preparam para a guerra. A terceira guerra mundial será
uma guerra total. Ninguém será vencedor, porque ninguém lhe sobreviverá. Não só o
homem será destruído, mas toda a vida na terra.

Fica atento! Fica atento aos políticos &#8211; são todos suicidas. Fica atento aos velhos
condicionalismos que nos dividem como Indianos, Alemães, Japoneses ou Americanos. O
novo homem tem de ser universal.
Ele transcenderá todas as barreiras da raça, religião, sexo, cor da pele. O novo homem
não será nem oriental nem ocidental; o novo homem reclamará toda a terra como a sua
casa.

Só então poderá a humanidade sobreviver &#8211; e não só sobreviver &#8211; com a


chegada do novo conceito de homem... o velho é o conceito de
&#8220;qualquer/ou&#8221;: o novo será &#8220;ambos/e&#8221;. O homem te=
m de viver uma vida rica interna e externamente; não há necessidade de escolher. A vida
interna não é contra a vida externa; elas são parte de um ritmo.

Tu não precisas de ser pobre por fora para ser rico por dentro. E não precisas de ser rico
por fora e deixar de ser rico por
dentro. É assim que tem sido até agora &#8211; o Ocidente escolheu um caminho: Ser
rico por fora! O Oriente escolheu outro caminho: Ser rico por dentro!
Ambos estão desequilibrados. Ambos têm sofrido, ambos sofrem.

Eu ensino a riqueza total. Ser rico por fora através da ciência, e ser rico no mais profundo
do coração através da religião. E é assim que te tornarás um, indivíduo, orgânico.

O novo homem não é um campo de batalha, com a personalidade separada, mas uma
homem unificado, único, completamente sinérgico com a vida na sua totalidade. O novo
homem incorpora uma imagem mutante mais viável
de homem, uma nova forma de estar no cosmos, uma forma qualitativamente diferente de
perceber e experienciar a
realidade. Por isso, por favor, não chorem a morte do velho homem. Regozijemo-nos pelo
facto do velho estar a morrer, da noite estar a morrer, e do amanhecer surgir no horizonte.

Estou satisfeito, totalmente satisfeito, que o homem tradicional esteja a desaparecer


&#8211; que as velhas igrejas estejam a ficar em ruínas, que os velhos templos estão
desertos. Estou imensamente satisfeito por a velha moralidade estar a cair direita no chão.

Esta é uma grande crise. Se aceitarmos o desafio, esta é uma oportunidade para criar o
novo. Nunca estivemos tão maduros no passado. Vivemos numa das mais belas épocas
&#8211; porque o velho está a desaparecer, ou já desapareceu, e um caos criou-se. E só
do caos aparecem as grandes estrelas.

Temos a oportunidade de criarmos um cosmos novamente. Esta é uma oportunidade que


raramente surge &#8211; muito rara. Somos uns felizardos por estarmos vivos nesta
altura crítica. Usemos a oportunidade para criar o novo homem.

E para criar o novo homem, tens de começar por ti.

O novo homem será um místico, um poeta, um cientista, tudo junto. Ele não olhará para a
vida através de divisões podres. Ele será um místico, porque ele sentirá a presença de
Deus. Ele será um poeta, porque ele celebrará a presença de Deus. Ele será um cientista,
porque ele pesquisará a presença de Deus, cientificamente. Quando o homem for estas
três vertentes juntas, o homem será total.

Este é o meu conceito de homem sagrado.

O velho homem era reprimido, agressivo. O velho homem era obrigado a ser agressivo
porque a repressão sempre trás agressão. O novo homem será espontâneo, criativo.

O velho homem viveu através de ideologias. O novo homem não viverá através de
ideologias, nem através de moralidades, mas através da consciência. O novo homem
viverá através da consciência. O novo homem será responsável; responsável por si
próprio e pela existência. O novo homem não será moral, no velho sentido; ele será
imoral.

O novo homem trás um novo mundo consigo. Agora mesmo, o novo homem está
obrigado a ser uma minoria mutante &#8211; mas ele é o transportador de uma nova
cultura, a semente. Ajuda-o. Anuncia a sua chegada: esta é a minha mensagem para ti.

O novo homem é aberto e honesto. Ele é transparentemente real, autêntico e auto-


revelado. Ele não será hipócrita. Ele não viverá através de objectivos: ele viverá o aqui e
agora. Ele só conhecerá um tempo: agora, e só um espaço: aqui. E através dessa presença
ele saberá o que é Deus.

Celebremos! O novo homem está a chegar, o velho está a ir. O velho está na cruz, e o
novo está no horizonte.

(Osho, Philosophia Perennis, Volume 2, Capítulo 2).


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Om Sattva!

Pablo

Dar amor é a experiência real, no próprio sentido da palavra, porque você se comporta
como um imperador. Implorar amor é uma experiência de mendigo. Não aja como um
mendigo, mas como um imperador.

Osho
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Celebre a Miséria!

Mesmo com a miséria você pode ter uma atitude de celebração. Por exemplo: você está
triste - não fique identificado com a tristeza. Torne-se uma testemunha e desfrute do
momento de tristeza, porque a tristeza tem sua beleza própria. Você nunca observou. Você
fica tão identificado que você nunca penetra na beleza de um momento de tristeza. Se
você observar, você ficará surpreso com os tesouros que você esteve perdendo.

Veja - quando você está feliz você nunca é tão profundo como quando você está triste.

A tristeza tem uma profundidade nela, a felicidade tem uma superficialidade nela. Vá e
observe as pessoas felizes. As assim chamadas pessoas felizes, os boêmios (playboys e
playgirls) - nos clubes, nos hotéis, você os encontrará, nos teatros - estão sempre sorrindo
e borbulhando de felicidade. Você sempre os achará superficiais, frívolos. Eles não têm
nenhuma profundidade. Felicidade é como as ondas, apenas na superfície; você vive uma
vida frívola. Mas a tristeza tem uma profundidade nela. Quando você está triste não é
como ondas na superfície, isso é como o muito profundo oceano pacífico: milhas e
milhas de profundidade.

Mova -se para a profundidade, observe-a. Felicidade é barulhenta, tristeza tem um


silêncio nela. A felicidade pode ser como o dia, a tristeza é como a noite. A felicidade
pode ser como a luz, a tristeza é como a escuridão. A luz vai e vem, a escuridão
permanece - ela é eterna. A luz acontece de vez em quando, a escuridão está sempre lá. Se
você se mover para a tristeza você sentirá todas essas coisas. Subitamente você se tornará
cônscio que a tristeza está presente como um objeto, você está observando e
testemunhando, e de repente você começa a se sentir feliz.

Uma tristeza tão bonita! - Uma flor da escuridão, uma flor de uma profundidade eterna.

Como um abismo sem fundo, tão silenciosa, tão musical, não há nenhum ruído de
maneira alguma, nenhuma perturbação. A gente pode continuar caindo e caindo em seu
infinito, e a gente pode sair dela absolutamente rejuvenescido. È um descanso.

Isso depende da atitude. Quando você fica triste você acha que alguma coisa ruim
aconteceu a você. É uma interpretação que alguma coisa ruim aconteceu a você, e então
você começa a tentar escapar disso. Você nunca medita sobre isso. Assim você quer ir
encontrar alguém, para uma festa, para o clube, ou liga a TV ou o rádio, ou começa a ler
os jornais - algo para que você possa esquecer. Essa é uma interpretação errada que foi
dada a você - que a tristeza está errada. Nada está errado com ela. É outra polaridade na
vida.

Felicidade é um pólo, tristeza é outro pólo. Alegria é um pólo, miséria é outro. A vida
consiste de ambos, e a vida é um ritual devido a ambos. Uma vida só de alegria terá
extensão, mas não terá profundidade. Uma vida apenas de tristeza terá profundidade, mas
não terá extensão. Uma vida com ambas tristeza e felicidade é multidimensional, se move
em todas as direções juntas. Observe a estátua de Buda ou então olhe em meus olhos e
você irá encontrar ambas juntas - uma alegria, uma paz, e também uma tristeza. Você irá
encontrar uma alegria que contém nela a tristeza também porque essa tristeza dá sua
profundidade. Observe a estátua de Buda - alegre, mas ainda assim triste. A própria
palavra triste lhe dá conotações erradas - que alguma coisa está errada. Isso é sua
interpretação.

Para mim, a vida em sua totalidade é boa. E quando você compreende a vida em sua
totalidade, só então você pode celebrar, do contrário não. Celebração significa: o que quer
que aconteça é irrelevante - Irei celebrar. A celebração não está condicionada a certas
coisas. “Quando eu estiver feliz então irei celebrar” ou, “Quando estiver infeliz não irei
celebrar”.

Celebração é incondicional; Celebro a vida.

Isso traz infelicidade - ótimo, eu celebro isso. Isso traz felicidade - ótimo, celebro isso.
Celebração é a minha atitude, incondicional para o que acontece na vida.

Porém surge um problema porque sempre quando uso palavras, essas palavras têm
conotações em sua mente. Quando digo ‘Celebre’, você pensa que a gente tem que ser
feliz. Como a gente pode celebrar quando se está triste? Não estou dizendo que a gente
precisa estar feliz para celebrar. Celebração é agradecimento ao que quer que a vida lhe
dê. Ao que quer que Deus lhe dê, celebração é uma gratidão, é um agradecimento.

Osho, Extraído de: Yoga: The Alpha and the Omega, Vol. 4, #10
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"Uma educação autêntica não vai ensinar apenas a sua mente - porque a mente pode lhe
dar um bom sustento, mas não uma boa vida.
O coração pode não lhe dar um bom sustento, mas pode lhe dar uma boa vida.
E não há nenhuma razão para escolher entre os dois: use a mente para aquilo que ela é
feita, e use o coração para
aquilo que ele é feito."

Rajneesh
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Quanto falamos em nos amar, será que temos consciência do que isto significa realmente?
Será que amamos nossa condição atual? Será que somos compreensivos quando erramos?
Como lidamos com a auto-culpa? Temos compaixão por nós mesmos? A vida é uma
grande brincadeira e não deve ser levada a sério, a propria natureza de Deus é assim. Ou
será que ainda acreditamos em um Deus punitivo? Será que estamos realmente
resolvendo esta questão ou simplesmente trocando alguns arquétipos?
Que possamos viver e brincar mais e notar que não há culpa no amor, e que a compaixão
brota sempre de um sorriso.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

AME A SI MESMO E OBSERVE

Você pode falar alguma coisa sobre essas belas palavras de Buda: "Ame a si mesmo e
observe - hoje, amanhã, sempre"?

"Ame a si mesmo"...
O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a
alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece. E nenhum estado,
nenhuma igreja e nenhum interesse investido jamais quiseram que as pessoas tivessem
almas fortes porque uma pessoa com energia espiritual está fadada a ser rebelde.

O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá
insight nas coisas, assim
ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir. E os padres e os políticos só
sobrevivem com o seu sangue - eles
só sobrevivem na exploração. Eles são parasitas, todos os sacerdotes e todos os políticos.

Para lhe tornar espiritualmente fraco eles descobriram um método seguro, cem por cento
garantido, e esse é ensinar a
você a não amar a si mesmo - porque se um homem não pode amar a si mesmo ele
também não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ardiloso. Eles dizem: Ame
os outros - porque eles sabem que se você não puder amar a si mesmo você não pode
amar de maneira nenhuma. Mas eles continuam dizendo: Ame os outros, ame a
humanidade, ame a Deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos e seus
pais, mas não ame a si mesmo, porque, segundo eles, amar a si mesmo é egoísta.

Eles condenam o amor-próprio mais do que qualquer outra coisa - e eles fizeram seu
ensinamento parecer muito lógico.
Eles dizem: Se você amar a si mesmo você se tornará um egoísta, se você amar a si
mesmo você se tornará um
narcisista. Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo descobre que não existe
nenhum ego nele. É amando os outros sem amar a si próprio, é tentando amar os outros
que o ego surge.

O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um
compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante
sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, "Eu favoreci o outro". Pelo
contrário, ele sente, "Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me
favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando". O homem do dever pensa, "Sou
mais elevado, espiritual, extraordinário. Vejam como eu sirvo as pessoas"!

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si
próprio respeita os outros também, porque ele sabe, "Assim como eu sou, os outros
também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam".
Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós
somos um. Estamos debaixo da mesma lei: Es dhammo sanantano.

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor
começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o
amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para
sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma
pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está
esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!
Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe. Você ama outras
pessoas; então você começa a amar os animais, os pássaros, as árvores, as pedras. Você
pode preencher todo o universo com o seu amor. Um simples
indivíduo é suficiente para encher todo o universo com amor, assim como um simples
seixo pode encher todo o lago de
ondulações - um pequeno seixo.

O homem precisa se tornar um deus. A menos que o homem se torne um deus não poderá
haver nenhum preenchimento, nenhum contentamento. Mas como é que você pode se
tornar um deus? Seus sacerdotes dizem que você é um pecador. Seus sacerdotes dizem
que você está condenado, que você está destinado a ir para o inferno. E eles lhe tornam
muito temeroso de amar a si mesmo.

Eis porque as pessoas são tão eficientes em descobrir defeitos. Elas encontram defeitos
em si mesmas - como é que
elas podem evitar encontrar os mesmos defeitos nos outros? Na verdade, elas irão
encontrá-los e irão engrandecê-los, irão torná-los tão grandes quanto possível. Esse
parece ser o único meio de defesa; de alguma maneira, para salvar as
aparências. Você precisa fazer isso. Eis porque existe tanta crítica e tanta falta de amor.

Digo que esse é um dos mais profundos sutras de Buda, e só uma pessoa desperta pode
lhe dar um tal insight.

A pessoa que ama a si própria pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação
significa estar consigo mesmo.

Se você odeia a si mesmo - como você faz, como foi dito a você para fazer, e você tem
seguido isso religiosamente - se
você odeia a si próprio, como é que você pode ficar consigo mesmo? A meditação não é
outra coisa senão desfrutar de sua bela solitude e celebrar a si próprio. Eis o que é toda a
meditação. A meditação não é um relacionamento. O outro não é absolutamente
necessário; somos suficientes para nós mesmos. Somos banhados em nossa própria
glória, banhados em nossa própria luz. Estamos simplesmente alegres porque estamos
vivos, porque somos.

O maior milagre do mundo é que você é e que eu sou. Ser é o maior milagre e a
meditação abre as portas desse grande
milagre. Mas só o homem que ama a si próprio pode meditar; do contrário você está
sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para um rosto feio e
quem quer penetrar num ser feio? Quem quer se aprofundar na própria lama, na própria
escuridão? Quem vai querer entrar no inferno que pensam que estão? Você quer manter
essa coisa toda coberta com lindas flores e você vai querer sempre fugir de si mesmo.

Desse modo as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não podem
ficar consigo mesmas; elas querem
estar com os outros. As pessoas estão buscando qualquer tipo de companhia; se eles
puderem evitar a companhia de si
próprios qualquer coisa servirá. Eles se sentarão numa sala de cinema por três horas
vendo alguma coisa totalmente
estúpida. Eles irão ler uma novela de detetives por horas, desperdiçando seu tempo. Eles
irão ler o mesmo jornal
repetidamente apenas para ficarem ocupados. Eles irão jogar baralho e xadrez só para
matar o tempo... Como se eles
tivessem tempo de sobra!

O amor começa com você mesmo, assim ele pode se espalhar. Ele vai se espalhando a sua
própria maneira; você não precisa fazer nada para espalhá-lo.

Ame a si mesmo... "Diz Buda. E então imediatamente ele "acrescenta:..."e observe". Isso
é Meditação, esse é o
nome de Buda para a meditação. Mas a primeira condição é amar a si mesmo, e então
observe. Se você não amar a si mesmo e começar a observar, você pode se sentir como
que cometendo suicídio.

Muitos Budistas se sentem como que cometendo suicídio porque eles não dão atenção a
primeira parte do sutra, eles
imediatamente saltam para a segunda parte: observe a si mesmo. Na verdade, nunca
encontrei um simples comentário
sobre o o Dhammapada, esses sutras do Buda, que desse alguma atenção a primeira parte:
Ame a si mesmo.

Sócrates diz: Conhece a ti mesmo, Buda diz: Ame a si mesmo. E Buda é muito mais
verdadeiro porque a menos que você ame a si próprio você nunca conhecerá a si mesmo -
conhecer só vem mais tarde, o amor prepara o terreno. Amar é a possibilidade de
conhecer a si mesmo. O amor é a maneira certa de conhecer a si mesmo.

"Ame a si mesmo e observe… hoje amanhã, sempre".

Crie energia ao redor de si mesmo. Ame seu corpo e ame sua mente. Ame todo seu
mecanismo, todo seu organismo. Por amar significa: aceitar isso como isso é, não tente
reprimir. Nós reprimimos somente quando odiamos alguma coisa, reprimimos somente
quando somos contra alguma coisa. Não reprima porque se você reprimir como é que
você vai observar? Não podemos fitar o inimigo olho no olho; podemos somente olhar
nos olhos de nosso amado. Se você não for um amante de si mesmo você não será capaz
de olhar nos seus próprios olhos, na sua própria face, na sua própria realidade.

Observar é meditação, o nome de Buda para a meditação. Observe diz Buda. Ele diz:
Esteja cônscio, alerta, não fique inconsciente. Não se comporte como que dormindo. Não
continue funcionando como uma máquina, como um robô. É assim que as pessoas estão
vivendo.

Observe - apenas observe. Buda não diz o que deve ser observado - tudo! Caminhando,
observe o seu caminhar. Comendo, observe o seu comer. Tomando banho, observe a
água, a água fria caindo sobre você, o toque da água, a frieza, o arrepio que dá na sua
espinha - observe tudo, “hoje, amanhã, sempre”.

Finalmente chega o momento quando você pode observar até mesmo seu sono. Esse é o
máximo no observar. O corpo vai dormir e ainda fica um observador desperto, olhando
silenciosamente o corpo profundamente adormecido. Isso é o
máximo da observação. Agora mesmo exatamente o oposto é o caso: seu corpo está
desperto, porém você está dormindo.
Então você estará desperto e seu corpo estará dormindo. O corpo precisa de descanso,
todavia sua consciência não
necessita de nenhum sono. Sua consciência é consciência: isso é atenção, essa é sua
própria natureza.

Quando você se torna mais alerta você começa a criar asas - então todo o céu lhe
pertence. O homem é um encontro da terra com o céu, do corpo e da alma.

Osho, Extraído de: The Way of the Buddha: The Dhammapada


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Tenho uma tia que passou a vida inteira se preocupando com os filhos e agora eles
cresceram e estão vivendo a própria vida, com isso ela está depressiva pois não pode mais
representar o seu "papel" de mãe. Bom tenho dito a ela para direcionar a energia para
outras áreas e se descobrir e brincar representando outros papéis. Sem apego a nenhum
deles. Apenas vivendo um dia de cada vez...
Mas realmente dentre nós espiritualistas, quanto tempo a gente não perde se pre-
ocupando com os outros? "Por que fulano de tal fuma ou bebe em demasia!" dizemos. Já
é difícil cuidar de nós mesmos né? Seria melhor nos ocuparmos com nós mesmos, o que
já é mais do que o suficiente para uma encarnação. Tudo é passageiro, mas nos ocupamos
com o passageiro e nos esquecemos de nós mesmos. Isso não é ser egoísta é apenas
permitir o fluir da vida sem se opor, cada um tem as carências necessárias para atrair as
experiências que vão causar uma identificação necessário ao próprio crescimento da
consciência. Aliás não é isso que estamos fazendo aqui?

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

"Não se preocupe com os outros. Noventa e nove por cento das coisas que você pensa
refere-se aos outros. Abandone-os imediatamente. Sua vida é curta, e ela está
escorregando dos seus dedos. A cada momento você é menos, a cada dia você está menos
vivo e mais morto! Mais um ano escapou de sua mãos. Seja mais inteligente!"
Rajneesh
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"O problema com o homem moderno é que esquecemos a linguagem do silêncio,
esquecemos o caminho do coração.
Esquecemos completamente que há uma vida que pode ser vivida através do coração.
Somos muitos presos à cabeça, e porque estamos demais na cabeça, não fazemos
qualquer sentido na expressão do amor torna-se cada vez mais problemático."

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Medo... Que palavrinha feia... É difícil ter consciência dos próprios medos, aliás na
sociedade em que vivemos somos estimulados a sentir medo a toda hora. Fazemos
seguros dos mais diversos tipos, temos medo da violência, temos medo da vida, temos
medo de perder o emprego, temos medo de ter dívidas, temos medo do amor, medo de
ficar doente, medo de ficar sozinho... e por aí vai... Viver com medo não é viver, e amor e
medo não são sinônimos e não caminham juntos. Então porque não compreendemos
nossos medos e tentamos ver da onde eles se originam?
Vamos irradiar a luz do amor nas trevas dos nossos medos para que a nossa vida se torne
cada vez mais iluminada e cada vez mais uma celebração de amor.

Om Sattva!

Pablo

Alegria é Luz

Estou tão cheio de alegria - e ainda assim cheio de medo.

Dê toda sua energia a alegria, e o medo irá desaparecer. Ignore o medo, não dê qualquer
atenção a ele, porque quanto
mais atenção você der ao medo, mais tempo ele irá prolongar-se. Jogue-se na direção de
onde a alegria está surgindo, e o medo irá desaparecer assim como a escuridão desaparece
quando você acende a luz.

Alegria é luz. E alegria é o começo de uma grande peregrinação que termina encontrando
Deus. Então prossiga - sem medo nenhum porque a existência sempre protege aqueles
que confiam nela. Relaxe, entregue-se a existência e permita a alegria lhe dominar.
Deixe-a tornar-se suas asas, para que você possa alcançar as estrelas.

Um coração jubiloso está muito próximo das estrelas.

É somente o triste e o sofredor e o miserável que estão indo para o inferno.Eles estão
criando o inferno deles. O jubiloso e o cantante e o dançante e o celebrante estão criando
o paraíso deles através de cada uma de suas canções, através de cada uma de suas danças.
Está em suas mãos criar um paraíso ou mergulhar na escuridão, no fogo do inferno. Esses
não estão do lado de fora de vocês, ambos estão dentro de vocês. Isso tudo depende do
que você escolhe ser. Escolha ser divino, escolha ser mais e mais um celebrante, escolha
ser festivo, assim cada vez mais flores podem florescer em seu ser, e mais e mais
fragrância pode tornar-se disponível para você.

E dessa maneira não irá apenas lhe ajudar, irá ajudar todo aquele com quem você tenha
contato. Alegria é uma infecção como qualquer doença. Quando você vê algumas pessoas
dançando, subitamente você sente que seus pés estão prontos. Você pode tentar controlá-
los, porque o controle foi ensinado a você, seu corpo, porém, quer se juntar à dança.
Sempre quando você tiver uma oportunidade de rir, ria; sempre quando você tiver uma
oportunidade de dançar, dance; sempre quando você tiver uma oportunidade de cantar,
cante - e um dia você descobrirá que você criou seu paraíso.

Não é que a pessoa vá para o paraíso; o paraíso não está em algum lugar no céu - é algo
que a pessoa cria ao redor dela mesma.

Isso é um bom começo. Com todas as minhas bênçãos, vá mais fundo, apesar do medo.
Não dê ouvidos as coisas negativas porque se você escutá-las elas podem envenená-lo,
podem destruir a sua alegria - conserve-a pura, impoluta. E aqui estão pessoas que irão
dançar com você, que irão celebrar porque você deu o primeiro passo em direção a Deus.

E deixe-me lembrá-lo que o primeiro passo é quase metade da jornada.

Osho, Extraído de: The Razor’s Edge, #7


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A gente realmente sofre por que quer... Quanta energia a gente acaba gastando tentando
nos comparar aos outros... E
acabamos por esquecer nossa verdadeira identidade divina. Quando nos sentimos assim
deveríamos olhar para dentro e tentar entender porque o "EU" refletido no outro machuca
tanto...
O mundo é um grande espelho, para onde olharmos veremos um reflexo de nós mesmos.
A qualidade do que vemos refletido é de nossa responsabilidade.
Li em algum lugar que o som do vento soprando a noite, para muitos são sons terríveis,
para outros é música que ajuda a adormecer, mas o vento está apenas soprando... Tudo o
que ouvimos e vemos no mundo pode ser transformado em instrumento de tortura ou nos
tocar profundamente... depende do que vemos refletido...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo
O que é o ciúme e porque isso magoa tanto?

Ciúme é comparação. E fomos ensinados a comparar, fomos condicionados a comparar,


comparar sempre. Alguém possui uma casa melhor, alguém tem um corpo mais bonito,
alguém tem mais dinheiro, alguém possui uma personalidade mais carismática. Compare,
continue comparando a si mesmo com todo mundo que você encontrar, e o resultado será
um grande ciúme; esse é o sub produto do condicionamento da comparação.

De outra maneira, se você deixa de comparar, o ciúme desaparece. Assim você


simplesmente sabe que você é você e
ninguém mais, e que não há nenhuma necessidade de ser outro alguém. É bom que você
não se compare com as árvores, senão você começaria a se sentir muito ciumento: porque
você não é verde? E porque Deus tem sido tão duro com você - e nenhuma flor? É melhor
você não se comparar com os pássaros, com os rios, com as montanhas; do contrário você
irá sofrer. Você só se compara com os seres humanos, porque você foi condicionado a só
se comparar com os seres humanos; você não se compara com os pavões e com os
papagaios. Senão seu ciúme seria bem maior; você estaria tão sobrecarregado de ciúmes
que você não seria capaz de viver de maneira nenhuma.

A comparação é uma atitude muito tola, porque cada pessoa é única e incomparável. Uma
vez que esse entendimento se estabelece em você, o ciúme desaparece. Cada um é único
e incomparável. Você é apenas você mesmo: ninguém nunca foi como você e ninguém
nunca será como você. E você também não precisa ser nenhum outro.

. Deus cria somente originais; ele não acredita em cópias carbono.

Um grupo de galinhas estava no quintal quando uma bola de futebol passou por sobre a
cerca e caiu no meio delas. Um galo chegou gingando, estudou-a, e então disse, "Não
estou reclamando garotas, mas vejam o trabalho que eles estão fazendo no vizinho ao
lado".

Na porta do vizinho grandes coisas estão acontecendo: a grama é mais verde, as rosas são
mais rosadas. Todo mundo parece estar tão feliz - exceto você. Você está continuamente
comparando. E a mesma coisa está acontecendo com os outros, eles também estão
comparando. Talvez eles também achem que seu gramado é mais verde - sempre parece
mais verde à distância - que você tem uma esposa mais bonita... Você está cansado, você
não pode acreditar como você permitiu se envolver com essa mulher, você não sabe como
se livrar dela - e o vizinho pode estar com ciúmes de você, que você tem uma mulher tão
bonita! E você pode estar com ciúmes dele...

Todo mundo tem ciúmes de todo mundo. E com ciúmes criamos um tal inferno, e com
ciúmes nos tornamos muito medíocres.

Um velho fazendeiro estava mal-humoradamente avaliando os estragos da inundação.


"Hiram!" Gritou o vizinho, "seus porcos foram todos levados pela correnteza".
“E quanto aos porcos do Thompsom?" Perguntou o fazendeiro.
“Eles também foram levados".
“E os de Larsen?"
“Também".
“Hum!" Exclamou o fazendeiro, comemorando. “Não foi tão ruim como eu pensava".

Se todos estão na miséria, isso parece bom; se todos estão perdendo, isso parece bom. Se
todos estão felizes e bem
sucedidos, isso tem um sabor muito amargo.

Mas por que antes de tudo a idéia do outro entra na sua cabeça? Deixe-me lembrá-lo
novamente: porque você não permitiu sua própria seiva fluir; você não permitiu sua
própria felicidade brotar, você não permitiu seu próprio ser florescer. Daí você se sentir
vazio no íntimo, então você olha para o exterior de cada um e de todo mundo porque isso
é só o que você pode ver.

Você conhece seu íntimo e você conhece o exterior dos outros: isso gera ciúmes. Eles
conhecem seu exterior e eles conhecem o interior deles: isso gera ciúmes. Ninguém mais
conhece seu íntimo. Lá você sabe que você não é nada, não vale nada. E os outros
parecem tão sorridentes exteriormente. O sorriso deles pode ser falso, mas como você
pode saber que são falsos? Talvez seus corações sejam também sorridentes. Você sabe
que seu sorriso é falso porque seu coração não está sorrindo de maneira alguma, ele pode
estar lamentando e chorando.

Você conhece sua interioridade, e só você a conhece, ninguém mais. E você conhece o
exterior de todos, e as pessoas
fizeram o exterior delas parecer bonito. Exteriores são vitrines e são muito enganadoras.

Há uma antiga história Sufi: Um homem estava muito oprimido pelo seu sofrimento. Ele
costumava orar diariamente a Deus, "Porque eu? Todos parecem ser tão felizes, porque só
eu estou sofrendo tanto?" Um dia, em grande desespero, ele orou a Deus, "Você pode me
dar o sofrimento de qualquer um outro e estou pronto para aceitar isso. Mas leve o meu,
não posso mais suportá-lo".

Aquela noite ele teve um belo sonho, belo e muito revelador. Ele sonhou naquela noite
que Deus aparecia no céu e dizia para todos, "Tragam todos os seus sofrimentos para o
templo". Todos estavam cansados de sofrer - na verdade todos tinham orado alguma vez
ou outra, "Estou pronto para aceitar o sofrimento de qualquer um outro, porém leve o
meu sofrimento, é demais, é insuportável".

Assim todo mundo colocou seu próprio sofrimento em sacolas e levaram para o templo e
todos pareciam muito felizes; o dia havia chegado, suas preces foram ouvidas. E esse
homem também correu para o templo.

E então Deus falou, "Coloquem suas sacolas na parede". Todos as sacolas foram
colocadas na parede e então Deus declarou: “Agora vocês podem escolher. Podem pegar
qualquer sacola”.
E a coisa mais surpreendente foi: que esse homem que tinha estado sempre orando,
correu em direção a sua sacola antes que alguém mais pudesse escolhê-la! Ele contudo,
ficou surpreso porque todo mundo correu para sua própria sacola e todos estavam
contentes com a escolha. O que aconteceu? Pela primeira vez, todos viram a miséria dos
outros, o sofrimento dos outros - as sacolas deles eram tão grandes, ou até mesmo
maiores!

E o segundo problema era, as pessoas tinham se acostumado com os seus próprios


sofrimentos. E agora escolher o sofrimento de outra pessoa - quem sabe que tipo de
sofrimento estará dentro da sacola? Pra que se incomodar? Pelo menos você está
familiarizado com o seu próprio sofrimento e você já está acostumado com ele, e ele é
suportável. Por tantos anos você o tolerou - porque escolher o desconhecido?

E todos foram para casa felizes. Nada havia mudado, eles estavam trazendo o mesmo
sofrimento de volta, mas todos estavam felizes e sorridentes e alegres porque
conseguiram suas próprias sacolas de volta.

Pela manhã ele orou para Deus e disse, "Grato pelo sonho; nunca mais pedirei
novamente. Tudo que você me tem dado é bom para mim, tem que ser bom para mim; eis
porque você me deu isso".

Devido ao ciúme você está em constante sofrimento; você torna-se medíocre para os
outros. E por causa do ciúme você começa a ficar falso, porque você começa a fingir.
Você começa a fingir coisas que você não possui, você começa a fingir coisas as quais
você não pode ter, que não são naturais a você. Você se torna cada vez mais artificial.
Imitando os outros, competindo com os outros, que mais você pode fazer? Se alguém tem
alguma coisa e você não tem, e você não tem a possibilidade natural de ter isso, o único
jeito é arranjar algum substituto barato para isso.

Eu soube que Jim e Nancy Smith divertiram-se muito na Europa nesse verão. É tão legal
quando um casal finalmente tem a oportunidade de realmente viver bem. Eles estiveram
por toda parte e fizeram de tudo. Paris, Roma... Você diz o nome, eles estiveram lá e
viram tudo. Porém foi tão embaraçante voltar para casa e passar pela alfândega. Vocês
sabem como a os oficiais da alfândega espionam todos os seus pertences. Eles abriram
uma sacola e tiraram três perucas, cuecas de seda, perfume, tintura para os cabelos...
Realmente embaraçante. E era apenas a sacola de Jim!

Basta olhar para dentro de sua mala e você irá encontrar tantas coisas artificiais, falsas,
coisas fictícias - pra
que? Porque você não pode ser natural e espontâneo? - devido aos ciúmes.

O homem ciumento vive no inferno. Pare de comparar e os ciúmes desaparecem, a


mediocridade desaparece, a falsidade desaparece. Mas você só pode deixá-los se seus
tesouros íntimos começarem a crescer; não existe outra maneira.
Cresça, torne-se um individuo mais e mais autêntico. Ame e respeite a si mesmo do jeito
que Deus lhe fez e então,
imediatamente, as portas do paraíso se abrem para você. Elas sempre estiveram abertas,
você simplesmente nunca deu atenção a elas.

Osho, Extraído de: The Book of Wisdom, Chapter 27

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Este texto é porreta! A transformação do ser humano através de sua própria aceitação
destrói qualquer traço de autoculpa que tanto flagela nossas almas no mundo de hoje.

Hoje não temos permissão para exercer nosso direito de "SER", e principalmente
interpretamos vários personagens no "circo da vida" e esquecemos de nós mesmos.

Mas também não adianta seguir a nossa natureza impulsionado por emoções densas, ou
seja, ser emocionalmente reativo. Isso não deve ser usado como desculpa, que aliás a
gente sempre dá um jeitinho de achar.

Mas se somos capazes de sentir tais emoções, e observá-las, então podemos nos tornar
magos e alquimistas. A tão sonhada transformação brilha como um farol no meio de um
mar revolto pela tempestade das emoções quando é possível observar com consciência
tais manifestações.

Estar consciente destes "grandes potenciais de energia" que são emoções fortes e densas e
que deixamos escapar por dentre os dedos simplesmente por não conseguirmos lidar com
elas, é um grande desperdício.

Já sabemos do poder destrutivo da raiva, agora, imaginem a energia da raiva empregada


na arte? Como poderia ser
transformada e trabalhada para mostrar algo belo, autentico, verdadeiro e humano. Não é
feio ser o que somos o que não é legal é usarmos isto como desculpa para a inércia.

Outra coisa, a atenção no aqui e no agora! Estamos conscientes? Eu que escrevo neste
momento e vc que lê neste
momento, estamos realmente conscientes deste instante? Estamos realmente aqui e
agora? Estamos olhando para nós
mesmos e observando algo? Ou estamos "desligados" e apenas lendo "mais um texto"? E
logo em seguida estaremos pensando em tantas outras coisas mais, aliás, se já não o
estamos fazendo neste exato momento.

Palavras belas existem, mas se não estamos atentos e vivendo o "presente", tudo acaba
sendo apenas um "adereço" para o personagem "espiritualista" que vivemos. Aliás digo
isso a mim mesmo o tempo todo. "Estou acordado?", "Estou vivendo ou estou viajando
na maionese psíquica?"
Estar presente é difícil mas não deve ser nenhum esforço. Para a transformação não é
necessário nenhum esforço, apenas aceitação, observação e amor. Só a luz do amor por
tudo e por todos inclusive por nós mesmos, pode rasgar dia após dia os véus da
ignorância.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Abandonando Ideais

Podem as emoções negativas tais como a covardia e a hipocrisia também serem belas?

Se você tem a ideia de ser um homem valente então parece feio ser um covarde. Mas a
covardia é um fato e um ideal é só um ideal, uma fantasia da mente.

Sacrifique as fantasias pela realidade, abandone todos os ideais e assim a vida começa a
ficar integrada. Todos os
fragmentos rejeitados começam a retornar para casa, o reprimido começa a vir à tona.
Pela primeira vez você começa
a sentir um tipo de unidade, você não está mais dividido.

Por exemplo, se eu sustento ser uma pessoa “bondosa”, não serei capaz de reconhecer e
de aceitar sentimentos de raiva quando estes surgem na consciência porque pessoas
bondosas não ficam raivosas.

Portanto, para realizar uma unidade pessoal na consciência, primeiro tenho de me


posicionar como sendo algo não fixo ou permanente, mas ater-me somente a realidade
experimental do momento a momento que surge na consciência.

Desse modo, em certos momentos estou zangado, depois em outros momentos fico triste,
depois em certos momentos estou ciumento, então em certos momentos fico alegre. De
momento a momento, o que quer que aconteça é aceito. Assim você se torna um. E essa
unidade é a coisa mais fundamental a ser compreendida.

O mestre precisa ajudar o discípulo a enfrentar e a integrar-se com esses aspectos


experimentais rejeitados do eu que ele realmente é a qualquer momento dado ao invés de
tentar ajudá-lo realizar seu oposto compensatório ou o que o discípulo sente que ele deve
ser, ou aquilo que ele está tentando proteger, valorizar ou afirmar sobre si mesmo.

Meu propósito, minha função, é de retirar todos os ideais de vocês. Vocês chegaram com
ideais; vocês gostariam que eu valorizasse seus ideais, vocês gostariam que eu os
apoiasse e os ajudasse a tornarem-se àquilo que vocês desejam ser. Essa deve ser a
motivação de vocês virem aqui, mas esse não é o meu trabalho.
Meu trabalho é exatamente o oposto: ajudá-los aceitar o que já é o caso e esquecer todas
as fantasias. Quero que vocês sejam mais realistas e pragmáticos. Quero lhes dar raízes
na terra, e vocês estão ansiando pelo céu e vocês esqueceram completamente da terra.

Sim, o céu também está disponível, mas só para aqueles cujas raízes se aprofundaram na
terra. Se uma árvore quiser se elevar no céu e cochichar com as nuvens e brincar com os
ventos e ter alguma comunhão com as estrelas, então as raízes dela terão que penetrar
cada vez mais fundo na terra. A primeira coisa é penetrar com as raízes na terra, a
segunda coisa acontece por si mesmo. Quanto mais fundo as raízes penetrarem, mais alto
a árvore se eleva, não há necessidade de fazer mais nada.

Meu esforço aqui é enviar suas raízes fundo no solo da verdade. E a verdade é o que você
é.

De repente, as coisas começarão a acontecer, você começa a crescer. Os ideais que você
sempre tentou realizar e nunca foi capaz disso começarão a acontecer por si mesmos.

Se uma pessoa puder aceitar sua realidade como ela é, nessa própria aceitação todas as
tensões desaparecem. Angústia, ansiedade, desespero - simplesmente evaporam. E
quando não houver mais nenhuma ansiedade, nenhuma tensão, nenhuma fragmentação,
nenhuma divisão, nenhuma esquizofrenia, dessa forma, existe alegria, existe amor, existe
compaixão.Estes não são ideais, são fenômenos bem naturais. Tudo que é necessário é
remover os ideais porque esses ideais estão atuando como bloqueios. Quanto mais
idealística uma pessoa for, mais bloqueada ela será.

Embora possa soar peculiar e contraditório, a paz é para ser encontrada em meio do
sofrimento e nunca na luta contra ou na fuga do que seja considerado negativo ou
doloroso.

Sim, a covardia lhe causa sofrimento, medo lhe causa sofrimento, raiva lhe causa
sofrimento - essas são emoções negativas. Mas a paz só pode ser alcançada pela aceitação
e absorção do sofrimento, não pela rejeição dele. Rejeitando-o você se tornará cada vez
menor, e você terá cada vez menos força. E você estará numa constante guerra interior,
uma guerra civil, na qual uma mão irá lutar com a outra, na qual você irá simplesmente
dissipar sua energia.

Uma coisa muito fundamental a ser lembrada: só a comunhão com o sofrimento


psicológico abre a porta para sua liberação e transcendência - só a comunhão com a dor
psicológica.

Tudo que é doloroso precisa ser aceito; um dialogo precisa ser criado com isso. É você.

Não há outra maneira de transcender isso, o único jeito é absorvê-lo.

E isso tem um tremendo potencial. Raiva é energia, medo é energia, assim como a
covardia. Tudo que acontece a você tem um grande momentum, uma grande quantidade
de energia oculta nisso. Uma vez que você aceita isso, essa energia se torna sua. Você fica
mais forte, mais largo, você começa a ficar mais espaçoso. Você então tem um mundo
interior maior.

Osho, Extraído de: Unio Mystica, Vol. I, #8


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Este texto é bem legal para sacarmos o equilíbrio entre o interno e o externo e quanto ao
equilíbrio e de como não
fugir destes dois polos, as vezes tão difíceis de equacionar graças ao massacre
consciencial que sofremos das ditas
religiões e das seqüelas que carregamos até hoje.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

O Homem Integral

"Um homem deve ser somente homem, um homem deve ser somente humano - total,
íntegro. E dessa integridade surgirá um novo tipo de saúde".

O Oriente é introvertido, o Ocidente é extrovertido. O homem está dividido, a mente é


esquizofrênica. Eis porque todos os grandes mestres vieram do Oriente e todos os grandes
cientistas vieram do Ocidente. O Ocidente desenvolveu a ciência e esqueceu
completamente da alma interior; está interessado na matéria, contudo olvidou a
subjetividade interior. Todo o foco está sobre o objeto. Dessa forma todos os grandes
cientistas nasceram no Ocidente. O Oriente tornou-se por demais preocupado com a alma
interior e esqueceu da objetividade, da matéria, do mundo. Os grandes mestres religiosos
surgiram disso, mas essa não é uma situação boa, isso não deve ser assim.

O homem deve tornar-se um.

Não deve ser permitido ao homem ser desigual de jeito nenhum. O homem deve ser uma
fluidez, nem extrovertido, nem introvertido. O homem deve ser capaz de ser ambos. O
interior e o exterior, quando equilibrado, dá uma experiência arrebatadora.

A pessoa que não está demasiadamente inclinada nem para o interior, nem também para o
exterior é uma pessoa equilibrada. Ele será um cientista e um místico juntos. Isso é algo
que irá acontecer, que vai acontecer. Estamos preparando o terreno para isso. Eu gostaria
de ver um homem que não fosse nem Ocidental nem Oriental, porque ser Oriental como
sendo contra o Ocidental é feio. Ser Ocidental como sendo contra o Oriental também é
feio. Toda a terra nos pertence e nós pertencemos à terra inteira. Um homem deve ser
somente homem, um homem deve ser somente humano - total, íntegro. E dessa
integridade surgirá um novo tipo de saúde.

O Oriente tem sofrido, o Ocidente tem sofrido. O Oriente tem sofrido: você pode ver isso
por toda parte - a pobreza, a fome. O Ocidente tem sofrido, você pode ver dentro da
mente Ocidental - tensão, ansiedade, angústia. O Ocidente é interiormente muito pobre, o
Oriente é muito pobre exteriormente. A pobreza é ruim. Seja ela interna ou externa, não
faz nenhuma diferença, a pobreza não deveria existir.

O homem deve ser rico, interior, exteriormente, de ambas as maneiras.


O homem deve possuir todas as dimensões da riqueza.

Basta pensar num homem que seja ambos um Albert Einstein e um Gautama Buda.
Apenas medite sobre essa possibilidade - e isso É possível. De fato, se Albert Einstein
tivesse vivido um pouco mais, ele teria se tornado um místico. Ele teria começado a
pensar sobre o interior, ele estava se interessando no mistério interior. Quanto tempo você
pode permanecer interessado no mistério exterior? Se você está realmente interessado no
mistério, então mais cedo ou mais tarde você irá tropeçar no interior também.

Meu conceito é de um mundo que não seja nem Oriental nem Ocidental, nem interior
nem exterior, nem extrovertido nem introvertido - que seja equilibrado, que seja total.

Contudo isso não foi assim no passado. Eis porque sua questão é relevante. Você
pergunta: "Porque todos os grandes mestres vieram do Oriente?" Porque o Oriente tem
estado obcecado com o interior como sendo contra o exterior. Naturalmente, quando
através dos séculos, você fica obcecado com o interior, você irá gerar um Buda, um
Nagarjuna, um Shankara, um Kabir. Isso é natural.

Se você estiver obcecado com o exterior como sendo contra o interior, você irá gerar um
Albert Einstein, um Eddington, um Edison, isso é natural. Mas isso não é bom para a
totalidade dos seres humanos. Alguma coisa está faltando. O homem que tem crescimento
interior, mas não cresceu exteriormente permanece juvenil no exterior, permanece
estúpido exteriormente. E o mesmo é o caso com o homem que cresceu muito, que
amadureceu, muito maduro, no que se refere à matemática, a física e a química, mas que
por dentro nem sequer nasceu ainda, que ainda permanece no útero.

Essa é minha mensagem para vocês: abandonem esses hemisférios - Oriente e Ocidente -
e abandonem esses
hemisférios do interior e exterior. Tornem-se fluidos. Permitam o movimento, fluam,
sejam suas próprias vidas. Fiquem disponíveis para ambos o exterior e o interior.

Eis porque ensino amor e meditação.

Amor é a passagem para o exterior, meditação é a passagem para o interior.

E um homem que está apaixonado e meditativo está além da esquizofrenia, está além de
todos os tipos de divisões. Ele se tornou um, ele é íntegro. De fato, ele tem alma.

Osho, Extraído de: The Diamond Sutra, #8


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Que bom seria se parássemos de guerrear em busca de poços de desejos, poços de culpas,
poços de poder, poços de carências e poços de petróleo... Como seria bom cavar e buscar
em nós mesmos poços de bem aventurança, poços de silêncio, poços de amor, poços de
compaixão e poços de paz. Para cavar é simples, é só usar as ferramentas moldadas no
discernimento e na meditação, impulsionadas pela força do amor. Mas quantos de nós
estamos dispostos a parar de guerrear? Já paramos de matar o nosso amor ou ainda
insistimos em jogar bombas de auto culpa no nosso coração? A paz é fruto da árvore do
amor, permitir que esta árvore cresça no solo do nosso coração, requer apenas regas de
silêncio e de aceitação.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

O homem pacífico e a guerra

"Um homem pacífico não é um pacifista, ele é simplesmente um poço de silêncio.


Ele pulsa um novo tipo de energia no mundo, ele canta uma nova canção. Ele vive em
uma maneira totalmente nova. Sua vida é cheia de graça, oração e compaixão. No que
quer que ele toque, é criada uma energia amorosa.
O homem pacífico é criativo. Ele não é contra a guerra, porque ser contra algo é estar em
guerra.
Ele não é contra a guerra, ele simplesmente entende porque a guerra existe.
E com esse entendimento, ele se torna absolutamente pacífico. Somente quando existirem
muitas pessoas que forem poços de paz, silêncio e entendimento pleno a guerra
desaparecerá."

Osho, The Path of Paradox, V.2., #


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Ser natural é tão difícil né?! Fomos ensinados geração após geração que o ego é o nosso
verdadeiro eu e que a
repressão é necessária para criar "ordem". Agora eu pergunto, adianta ter ordem externa
enquanto internamente estamos um verdadeiro caos? Alias, que ordem é essa que faz o
homem esquecer de sua natureza divina? Vale a
pena construir bombas relógio internas para manter as aparências de um exterior
"equilibrado"?

Bom, temos visto até aqui o que estas atitudes nos causaram. O homem natural é a
própria representação de Deus e
infelizmente somente os bebês são naturais, pois quando crescemos aprendemos a
construir o ego e com a repressão nos causando uma "pressão" interna, acabamos nos
apegando ao ego, pois ele "aparenta" ser nossa única forma de sermos naturais. Nossa
expressão máxima!!! Nos tiraram tudo, estamos sem identidade e o ego parece ser a única
identidade aparente. E daí passamos a defendê-lo com unhas e dentes, pois é a única
coisa que nos restou e somos capazes de defender quem possibilitou a crescimento do
nosso ego, pois eles nos deram a única coisa "natural e real" que conhecemos... Surge
então o fundamentalismo que em minha opinião é totalmente infundado.

Isso é pura insanidade! Da insanidade nascem os filhos da loucura! Somos filhos desta
loucura, mas devemos buscar nossa identidade divina ou por quanto tempo viveremos em
guerra?...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Loucura Terapêutica

Um homem natural é orgástico em todas suas emoções.

Alguém perguntou uma questão: ”Se as pessoas se tornarem autênticas e naturais, e se


elas não riem porque um sorriso é falso, e se elas começarem gritando e berrando nas
ruas, o que irá acontecer ao mundo?”

Muitas coisas acontecerão ao mundo. Primeiro, as guerras se tornarão impossíveis de


acontecer. Não haverá mais Vietnams e nem Israeis, porque as pessoas nunca mais irão
acumular tanta raiva nelas que elas tenham que matar, e matar milhões. Muitas coisas irão
acontecer ao mundo se as pessoas forem naturais. Assim elas não gritarão tanto como
você acha que elas gritarão. Agora mesmo é permitido a elas gritarem e elas irão gritar -
mas por quanto tempo?

Se lhes for dado completa liberdade, os gritos, abusos, condenações e lutas começarão a
desaparecer do mundo.
É um ciclo vicioso. É como se você estivesse fazendo uma pessoa passar fome e você não
permite que ele chegue perto da geladeira. E você diz “Se a gente deixar ele irá comer
demais”. E você o tem mantido faminto - e agora você receia que se você der liberdade
ele irá comer demais, ele adoecerá. Assim você não permite que ele se aproxime da
geladeira. Ele tem que viver pela quota dele - o que quer que você lhe dê, ele terá que
viver disso.

Agora ele fantasia, ele sonha. O que fazer? Como alcançar a geladeira? Como comer
mais? Toda a imaginação dele fica concentrada na comida, ele sonha com comida.
Se você está faminto, se você for mantido com fome, então surge o medo de que se você
for deixado solto nas ruas você pode entrar num restaurante, matar o proprietário, ou
fazer alguma coisa. Porém se você estiver bem alimentado, então ninguém faz uma coisa
dessas. Isso foi o que aconteceu - por milhares de anos você tem sido reprimido, você tem
sido feito mais e mais falso. Agora surge o medo. O questionador está certo - o medo
aparece, se as pessoas se tornarem autênticas e começarem a gritar e a berrar e a fazer
coisas da maneira que elas sempre desejaram fazer e nunca eram permitidas fazer, o
mundo enlouquecerá.

Sim, em alguns anos o mundo irá enlouquecer. Mas essa loucura será terapêutica, irá
ajudar imensamente.

Depois disso ninguém nunca mais irá enlouquecer. As neuroses irão desaparecer, psicoses
irão desaparecer, guerras irão desaparecer, políticos se tornarão insignificantes. As
nações, os militares e as forças armadas se tornarão irrelevantes - não serão necessários.
É por isso que os políticos e os padres são tão a favor de reprimir as pessoas, porque eles
dependem dessas repressões. As guerras não acontecerão mais. Os generais não vão
gostar disso, os exércitos não irão gostar disso, se não houver mais nenhum Vietnam -
então todo o propósito deles está perdido. Se não houver mais nações então qual é o
sentido de ter primeiro ministros e presidentes? Eles são irrelevantes.

Os governos se tornam irrelevantes se as pessoas forem naturais. Cada vez menos


governos serão necessários. Assim, tantas pessoas têm investimentos. E o medo delas
parece correto, lógico, porque por tantos séculos o homem tem sido reprimido que eles
receiam que as coisas possam explodir. Sim, por alguns anos, por uma geração pelo
menos, haverá grande explosão. Depois as coisas irão desaparecer.

Bertrand Russel escreveu que quando ele era criança, até mesmo as pernas das cadeiras
eram cobertas com tecidos.
Pernas, porque elas pareciam sexuais. E ele diz ‘eu não vi nenhuma perna de mulher’. As
vestimentas tinham que ser tão longas que você não poderia ver. E Bertrand Russel diz
que naqueles dias as pessoas costumavam fantasiar a respeito das pernas, sonhar com as
pernas. Mesmo um sonho com as pernas era suficiente para uma excitação, um êxtase.
Agora ninguém se importa com as pernas. Uma vez que você viu homens e mulheres
despidos você pára de se preocupar com isso, de sonhar com a nudez deles. Os sonhos
mudam.

O mundo precisa ser mais natural. Assim haverá menos ansiedade, menos medo, menos
preocupação. Mas por uma geração haverá grande explosão - depois disso, as coisas se
estabelecerão.

Temos que correr esse risco,só esse risco pode salvar a humanidade.

Senão todo mundo irá enlouquecer.


Osho, Extraído de: This Very Body The Buddha, #8
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Taí um erro básico que vejo muita gente cometer, eu inclusive...
E é legal o jeito que o barbudinho dá uma "chamada" no bom sentido na pessoa que fez a
pergunta...

As vezes a gente se isola tentando crescer no isolamento, mas a única coisa que cresce alí
é o nosso ego pelo fato de não ter ninguém para refleti-lo de volta...

Não há quem ajude na lapidação do ego, nínguem para nos "irratar", nos "magoar", nos
"depreciar"... Não há
espelho para refletir nada...Isolados a gente pode fingir que é alguma coisa... nós
podemos nos entregar aos nossos caprichos...

Fazer exclusivamente o que queremos do jeito que quisermos. A gente tenta se isolar
tentando proteger o ego...

Qual a diferença de ficar isolado em casa tentando "buscar a si mesmo" e isolado em uma
montanha do Himalaia? Fora a paisagem de tirar o fôlego, nenhuma... kekeke Não
confundir com os nossos merecidos momentos de descanso
onde precisamos silenciar um pouco para meditar, fazer um trabalho de energia legal...
Mas cuidado com os exageros e a auto-corrupção!!!!

Não é se isolando que a gente aprende, muitos de nós já estiveram isolados em outras
vidas e a prova de que
não "ajuda muito" é que estamos aqui novamente, e muitos no meio de uma grande
metróle.

Errar é humano, mas repetir um erro e chamar de "crescimento espiritual" é burrice


mesmo.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Sua vida é sua própria criação... entendeu?

Através da meditação, às vezes sinto me isolando das pessoas e indo embora para ficar só
para que eu possa
mergulhar fundo em mim mesmo e ser independente. Porém isso aborrece minha
namorada. O que devo fazer?

Você está interpretando mal. Você está interpretando interdependência como


dependência. Essa é uma noção errada, e devido a essa noção errada, surge um desejo
errado: como ser independente. A partir de um erro nasce outro erro. Você não pode ser; e
se alguém lhe ensinar independência - existem pessoas que ensinam isso - eles estarão
ensinando pura estupidez. Você é parte, você é um com o todo, você é uma onda no
oceano.

Portanto, a primeira coisa a ser entendida: eu não ensino isolamento porque não ensino o
ego. Eu não ensino isolamento porque quero que você abandone o ego, e não o mundo. O
mundo não é o problema. O mundo é tremendamente belo: é pura alegria; não há nada de
errado nele. Algo está errado com você, não com o mundo. Abandone o erro em você;
não renuncie ao mundo. Eu lhe ensino a celebrar o mundo, não a renunciá-lo. Eu afirmo a
vida, e a afirmo incondicionalmente.

Assim, se você quer deixar alguma coisa, deixe a si mesmo. Se você quer renunciar algo,
renuncie a si mesmo. E a única maneira, o único caminho de renunciar a si mesmo é
celebrar. Porque sempre quando você está feliz, você não é; sempre quando você está
triste, você é: sempre quando você está deprimido, você é; sempre quando você está em
deleite, você não é.

Osho, Extraído de: Come Follow To You


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Seguindo um caminho espiritual não há garantias que teremos uma vida mais suave...
muito menos uma passagem mais amêna. Não há garantias de nada...
O amor não precisa de garantias e quando estamos dissolvidos nele não há tensão, não há
dor, apenas vida plena.

Que a passagem de alguns grandes caras nos inspirem a encontrar momentos numinosos
mesmo quando, para os que nos observam, estamos situados em dores terríveis, sejam
elas físicas ou não.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

A Verdadeira Saúde É a Saúde Interior

Agora, existem mestres que dizem, "O que quer que você queira, você poderá obtê-lo
através da meditação. Irá chover dinheiro. Basta pedir em profunda meditação e isso irá
acontecer".

Isso é falar a língua do seu desejo. A verdade é exatamente o oposto. Se você me


perguntar, se você realmente medita você será um fracasso na vida, um fracasso total. Se
você for bem sucedido, até mesmo o sucesso irá desaparecer porque a meditação lhe
tornará tão relaxado, tão não-violento, tão amável, tão não-competitivo, não-egoísta, que
quem se importa com o sucesso?

A meditação lhe tornará tão feliz que quem vai querer se preocupar com o amanhã?
Quem vai querer arriscar o hoje pelo amanhã?

A meditação lhe tornará certamente, interiormente rico. Intimamente você irá ficar
extasiado, mas externamente, não
pode ser garantido de que você ficará rico, de que você será bem sucedido, de que você
se tornará muito saudável, de que nenhuma doença jamais acontecerá a você. Isso tudo é
pura conversa fiada.

Maharshi Raman morreu de câncer, Ramakrishna Paramahansa morreu de câncer. Você


pode encontrar maiores meditadores? J. Krishnamurti sofre de muitas doenças; ele tem
sofrido de severas dores de cabeça por quase vinte anos. A dor de cabeça é tão severa que
às vezes, ele deseja bater a cabeça contra a parede. Pode você achar meditador maior?
Pode você achar um maior Buda vivo? Se J. Krishnamurti sofre de dor de cabeça, se
Raman Maharshi morre de câncer, se Ramakrishna morre de câncer, você acha que a
meditação lhe dará saúde? Sim, de certa maneira ela lhe fará mais saudável e mais
íntegro, mas somente num sentido bem interior.

Intimamente você será íntegro, intimamente haverá uma saúde espiritual.

Raman está morrendo de câncer, mas seus olhos estão cheios de alegria. Ele morre
sorrindo. Essa é a verdadeira saúde. O corpo dele está em profunda agonia, mas ele é
apenas uma testemunha. Isso é meditação.

Osho, Extraído de: The Dhammapada: The Way of the Buddha. Vol. 9, #5
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A gente tenta, inventa, as vezes caímos no mesmo buraco, tentamos de novo... Assim
caminhamos, posso dizer por mim,
que caio no mesmo buraco cada vez que perco o meu dedinho de lucidez, cada vez que
ativo o piloto automático, cada vez que levo a vida a sério demais, mas se estivéssemos
cônscios realmente seria fácil desviar de uma poça emocional... Mas como ficar atento no
meio do turbilhão emocional? Será que as emoções são tão grandiosas ou nosso ego as
torna grandes? Consciência aqui e agora...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Raiva é uma Coisa Pequena


Como posso ficar cônscio durante emoções fortes? Minha raiva parece como milhares de
cavalos selvagens correndo
comigo!

A raiva é uma coisa muito pequena. Se você puder apenas esperar e observar, você não
irá encontrar "Milhares de cavalos selvagens". Se você puder encontrar até mesmo um
pequeno jumento, isso será o bastante! Apenas observe-a e ela irá passar lentamente.Ela
irá entrar desse lado e sair do outro lado. Você precisa ter apenas um pouco de paciência
para não montar nela.

Raiva, ciúmes, inveja, competição... todos os nossos problemas são muito pequenos,
contudo nosso ego os
engrandece, torna-os tão grandes quanto possível.

O ego não pode fazer de outra maneira; a raiva dele também precisa ser grande. Pela sua
grande raiva, e grande miséria, e grande avidez, e grande ambição ele se torna grande.

Mas você não é o ego, você é somente um observador. Basta ficar de lado e deixar todos
os milhares de cavalos passarem - eles são selvagens - eles passarão, Mas não perdemos
nem mesmo um pequeno jumento, imediatamente montamos nele! Você não precisa de
milhares de cavalos selvagens. Basta uma coisa pequena, e você fica cheio de raiva e em
chamas. Você irá rir disso mais tarde, de como você foi estúpido.

Se você puder observar, sem se envolver, como se fosse algo na tela de um cinema ou de
uma TV… Algo está passando; observe isso. Você não deve fazer nada para impedir, para
reprimir, para destruir, de puxar uma espada e matar isso, porque onde você irá conseguir
uma espada? - da mesma fonte de onde a raiva está vindo. Isso é tudo imaginação.

Apenas observe, e não faça nada - contra ou a favor.

E você ficará surpreso; o que parecia tão grande, se torna bem pequeno. Mas nosso hábito
é de exagerar.

Um menino chega em casa correndo, e diz a mãe dele - ele não tem mais do que três anos
de idade "Mãe, um grande leão, rosnando ferozmente, correu atrás de mim por milhas!
Mas de alguma maneira consegui escapar. Muitas vezes ele chegou muito perto. Ele
estava a ponto de me atacar quando comecei a correr mais rapidamente".
A mãe olhou para o menino e disse, "Tommy, já lhe disse um milhão de vezes para não
exagerar! Como é que você pode encontrar um leão na cidade... e você esteve correndo
por milhas? E onde está o leão?"
O menino olhou para fora da porta, e disse, ele está ali fora. Mas para falar a verdade, é
apenas um pequeno cão - bem pequeno! Mas quando ele estava correndo atrás de mim,
parecia... Você me diz para não exagerar, e agora mesmo você exagerou que você me
disse isso milhões de vezes".
Nossas mentes são muito exageradas. Você tem pequenos problemas, e se você puder
parar de exagerar e apenas ver, então um pobre pequeno cão está lá na porta. E não há
nenhuma necessidade de correr por milhas, sua vida não corre perigo.

Quando a raiva acontece a você, ela não vai lhe matar. Ela já aconteceu a você muitas
vezes antes, e você sobreviveu perfeitamente bem. É a mesma raiva que já passou por
você antes. Basta fazer uma coisa nova - que você nunca fez antes; toda vez você se
envolve com ela, lutando. Dessa vez apenas observe, como se ela não lhe pertencesse,
como se fosse a raiva de alguém mais. E você terá uma grande surpresa: ela desaparecerá
dentro de segundos.

E quando a raiva desaparece sem nenhuma luta, ela deixa para trás um estado
tremendamente belo, de amor, de silêncio.

A mesma energia que podia ter se tornado uma luta com a raiva é deixada dentro de você.
Energia pura é deleite - Estou citando William Blake: "Energia é deleite" - apenas
energia, sem qualquer nome, sem qualquer adjetivo... Porém você nunca permite a
energia ser pura. Seja ela raiva, ou ódio, ou amor, ou avidez, ou desejo. Ela está sempre
envolvida com algo mais; você nunca permite sua pureza.

Toda vez que alguma coisa surgir em você, é uma grande oportunidade de experienciar
pura energia. Basta observar, e o jumento passará. Ele pode levantar um pouco de poeira,
mas essa poeira também assenta por si mesma; você não tem que assentá-la. Você só
aguarda. Não desista de esperar e de observar, e logo você se descobrirá cercado de pura
energia que não foi usada na luta, na repressão, ou em ficar com raiva.

E energia é certamente deleite. Uma vez que você conheça o segredo do deleite, você irá
desfrutar de cada emoção; e cada emoção que surge em você é uma grande oportunidade.
Apenas observe, e traga uma chuva de deleite sobre seu ser. Lentamente, todas essas
emoções irão desaparecer; elas não mais voltarão - elas não chegam sem convite.
Observação, ou atenção, ou alerta, ou consciência, são todos nomes diferentes do mesmo
fenômeno: testemunhar. Essa é a palavra chave.

Osho, Extraído de: The Invitation, #4


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Bom, com relação a este texto do barbudinho maleta sinceramente eu não concordo muito
com "o meio pelos quais" as coisas são explicadas e acontecem, mas vou deixar aqui para
reflexão e registro.

Acredito que através de hipnose é possivel aferir algumas variáveis que podem culminar
em doenças. Assim como a foto Kirlian reflete o estado do campo bioelétrico no
momento que a foto é tirada podendo identificar possíveis tendencias emocionais que
podem causar danos fisicos através de obstruções energéticas.

O que sei com certeza é que quanto mais cientes de Deus em nós, quanto maior o
equilíbrio emocional, quanto melhor nossa capacidade de amor, quanto maior nosso
equilibrio entre o espírito e a matéria... menor serão nossas chances de adoecer e
melhores as condições de qualidade de vida que nos proporcionamos.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

A Mente e Doença: Hipnose e Saúde

Setenta por cento das doenças estão relacionadas com a mente. Através da hipnose essas
doenças podem ser prevenidas antes que ocorram. Através da hipnose pode ser
descoberto que tipo de doença vai acontecer num futuro próximo. Não existem sintomas
no corpo, o exame físico de rotina da pessoa não irá mostrar qualquer indicação de que
ele irá adoecer ou passar mal, ele está perfeitamente saudável.

Mas através da hipnose podemos descobrir que dentro de três semanas ele irá adoecer,
porque antes que qualquer coisa chegue ao corpo, procede do profundo inconsciente
cósmico. Viaja de lá para o inconsciente coletivo, para o inconsciente, e só então, quando
chega na mente consciente, isso pode ser verificado e encontrado no corpo.

As doenças podem ser evitadas mesmo antes que a pessoa tenha qualquer indício de que
irá adoecer.

Na Rússia, um fotógrafo genial, Kirlian, tem fotografado as pessoas... Por toda sua vida
ele tem trabalhado com fotografia, com chapas muito sensíveis, lentes sensíveis, para
encontrar alguma coisa que não está disponível para os olhos e instrumentos comuns. E
ele ficou perplexo quando descobriu que podia ver em suas fotografias pelo menos seis
meses à frente.

Se ele tirar um retrato de um botão de rosa com suas placas sensíveis especiais, o retrato
não será de um botão de rosa, o retrato será de uma rosa. Amanhã o botão irá ser uma
rosa. Nenhuma outra câmera pode fazer esse milagre.

Primeiro, ele mesmo ficou perplexo de como a chapa sensível pôde tirar um retrato de
algo que ainda não aconteceu - e quando amanhã o botão se abrir, será exatamente igual
ao da fotografia, não há absolutamente nenhuma diferença.

Dessa maneira, ele descobriu mais e mais de que há uma certa aura circundando o botão -
apenas uma aura de energia, e a aura de energia possui todo o programa de como o botão
irá abrir. As chapas sensíveis captam o retrato da aura de energia que não podemos ver a
olho nu. Então ele começou a trabalhar com doenças, e ele revolucionou a medicina
soviética.
Você não precisa primeiro adoecer para depois ser curado. Você pode ser curado mesmo
antes que você tenha diagnosticado alguma doença, porque a fotografia de Kirlian
mostrará em qual parte a doença vai aparecer, porque a aura de energia ficará doente, já
está doente. Daí a seis meses. Isso está conectado com seu inconsciente cósmico.

Através da hipnose e de experimentos mais profundos, você pode encontrar doenças que
irão acontecer e elas podem ser tratadas.

A criança pode ser mais feliz. Isso tem sido matéria de preocupação dos psicanalistas
porque por todo o mundo, exceto em alguns lugares, setenta anos tornou-se a idéia
aceitável para a duração da vida, porque existem algumas tribos na Caxemira, onde as
pessoas sempre viveram por cento e trinta anos, cento e quarenta anos, cento e cinqüenta
anos e até mesmo na idade de cento e cinqüenta anos, eram tão energéticos quanto um
homem jovem. Eles nunca ficaram velhos, eles permaneceram jovens até a morte.

Na Rússia Soviética, nos Cáucasos, de onde Joseph Stalin e George Gurdjieff vieram...
Os Cáucasos realmente produziram homens fortes. Existe uma pequena área onde as
pessoas vivem até cerca de cento e oitenta anos. Existem milhares de pessoas que
ultrapassaram os cento e cinqüenta anos.
Um de meus amigos estava trabalhando lá e ele perguntou ao fazendeiro que estava
cultivando a terra, "Quantos anos você tem"?
Ele contou nos dedos, porque era analfabeto. Ele disse, "Devo ter cerca de cento e
oitenta".
Meu amigo não pôde acreditar - cento e oitenta! E ele ainda está jovem. Ele inquiriu na
cidade e lhe disseram, "Ele está certo. O pai dele viveu por duzentos anos e esperamos
que ele também viva duzentos anos, porque nenhum sinal da morte pode ser visto".

Psicólogos têm estado preocupados em descobrir o motivo porque em alguns lugares as


pessoas vivem por tanto tempo, enquanto que na maior parte do mundo as pessoas vivem
somente setenta anos.

George Bernard Shaw, quando ele chegou aos setenta anos de idade, mudou-se de
Londres. Seus amigos disseram, "O que você está fazendo? Na velhice é melhor ficar
aqui com os amigos, em sociedade - e você é um homem da sociedade, um homem de
cultura".

Ele disse, "Não posso viver aqui. Tenho agora setenta anos. Essa sociedade acredita que
as pessoas morrem aos setenta anos e essa crença é perigosa. Vou encontrar algum lugar
onde as pessoas não acreditem em tal coisa".

E ele encontrou uma pequena vila ali perto, e o jeito que ele fez para descobrir foi de ir
para o cemitério e verificar nas lápides dos túmulos por quanto tempo as pessoas tinham
vivido; e em uma lápide ele encontrou um túmulo que dizia que o homem tinha vivido
por cento e vinte anos. E a lápide do túmulo dizia, "Ele morreu uma morte suprema na
idade de cento e vinte anos".
Ele disse, "Esse é o lugar para se viver, onde as pessoas pensam que alguém que morre
aos cento e vinte anos é supremo". E ele viveu lá, e viveu por muito tempo. Ele
conseguiu viver por um século. E naquele cemitério esse era o caso; em todas as lápides
ninguém havia morrido aos setenta anos.

Parece ser que isso é apenas uma programação psicológica. Por séculos temos sido
programados... Sete décadas e você está acabado. Isso foi tão fundo que você morre, não
que seu corpo não seja capaz de viver, mas devido a que sua psicologia insiste, "Siga a
rotina. Siga a multidão". E em tudo mais você está seguindo a multidão, assim,
naturalmente, você segue a multidão nisso também.

Os cientistas dizem que o corpo do homem é capaz de viver por pelo menos trezentos
anos. Assim como ele vai rejuvenescendo a si mesmo por setenta anos, de fato, ele pode
prosseguir por trezentos anos, mas o programa precisa ser mudado. Cientistas pensam de
maneiras diferentes de como mudar o programa, e isso levará muito tempo para eles. Eles
acham que o programa está nas células do corpo.

Dessa forma, a menos que dividamos a célula humana, assim como fomos capazes de
dividir o átomo, e reprogramá-lo, isso parece que ainda está longe de acontecer, porque
esse trabalho nem ao menos começou...

Mas meu entendimento é que não há necessidade de ir através da fisiologia, vocês podem
ir através da psicologia.

Se sua hipnose for suficientemente profunda... Quanto mais você aprofundá-la, se ela se
tornar uma coisa diária, lento, lentamente você irá tocar no inconsciente cósmico e lá se
encontra o programa real, você pode alterá-lo.

Nossos filhos podem viver por mais tempo, nossos filhos podem viver com mais saúde,
nossos filhos podem viver sem a velhice. Tudo isso é possível, e temos que realizá-lo,
para mostrar ao mundo, mas isso é perigoso no sentido de que se os políticos se
apoderarem dos métodos hipnóticos eles irão utilizá-los para seus próprios propósitos.

The Transmission of the Lamp, #22

Osho, Extraído de: The Transmission of the Lamp, #22


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Tenho que tirar o chapéu pro barbudinho maleta, pois este é um dos discursos mais
inspirados que eu já li. Simplesmente o sofrimento vem da não aceitação do que somos,
momento a momento. Estamos condicionados a usar máscaras e a fugir de situações...
Se nós estamos com raiva, somos "obrigados" a nos acalmar, se estamos tristes, nós
somos "obrigados" a ficar alegres, mas nunca damos espaço para sermos nós mesmos em
nossa plenitude.

Nós aprendemos a qualificar como bonito ou feio determinadas manifestações


emocionais. Se nós vemos alguém
esbanjando "alegria" por estar deturpado emocionalmente ou usando a suposta alegria
para fuga da realidade achamos "LINDO" e temos uma identificação emocional total.

Agora, se vemos alguém triste, vivendo seu momento, ou se estamos presenciando


alguma manifestação de raiva, torcemos o nariz! Deixe-me esclarecer, entenda-se que
tristeza e raiva podem ser manifestadas e trabalhadas de forma criativa, nas artes, ou
como tratamento em sessões de catarses emocionais. Não estou dizendo que ver uma
cena de guerra é bonito, isto é insanidade!
Isto é o que a repressão emocional vem causando as pessoas. Assim como espiritualistas
viajam na maionese psíquica achando que ser "viajandão" é o caminho temos também o
outro pólo que é ser "materialista" e usar a força bruta para defender interesses é o
caminho, ambos são frutos de uma insanidade coletiva, apenas manifestadas de maneiras
diferentes.

Realmente bonito seria ver um ser humano, ser-humano, ser real, ser pleno e ser livre e
acima de tudo, consciente, uno. O sofrimento vem da negação da dor, a beleza vem da
aceitação...
Ramakrishna fez de sua passagem um grande exemplo de beleza. Seu corpo sofria dores
dilacerantes provocados pela doença, mas não havia sofrimento, sua alma estava alegre,
um grande triunfo, apenas deleite...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Uma Chave Mágica

Primeiro seja um consigo mesmo. Esse é o primeiro passo daUnio Mystica: seja um
consigo mesmo. E então o segundo, e último passo, é ser um com a existência. O segundo
é fácil. O primeiro se tornou difícil devido a tantos condicionamentos, tanta educação, e
tantos esforços para civilizar. O primeiro passo tornou-se difícil.

Se você deu o primeiro passo de apenas aceitar e amar a si mesmo como você é, de
momento a momento... Por exemplo, você está triste. Nesse momento você está triste.
Todo o seu condicionamento lhe diz "Você não deve ficar triste. Isso é ruim. Você não
deve ser triste. Você tem que ser feliz". Agora surge a divisão, agora surge o problema.

Você está triste: essa é a verdade desse momento.

E seus condicionamentos, sua mente diz, "Você não deve ser assim, você tem que ser
feliz. Sorria! O que as pessoas irão pensar de você?"
Sua mulher pode lhe deixar se você ficar tão triste, seus amigos podem fugir de você se
você for tão triste, e seu negócio será destruído se você permanecer triste. Você tem que
rir, você precisa sorrir, e você tem que pelo menos fingir de que você é feliz. Se você for
um doutor seus pacientes não se sentirão bem se você for tão triste. Eles querem um
doutor que seja feliz, alegre, saudável, e você parece tão triste. Sorria - mesmo que você
não possa mostrar um sorriso verdadeiro, mostre um sorriso falso, mas sorria. Pelo menos
finja, represente.

Esse é o problema: você finge, você representa. Você pode conseguir rir, mas assim você
se dividiu em dois. Você reprimiu a verdade, você se tornou falso. E o falso é apreciado
pela sociedade. O falso se torna o santo, o falso se torna o grande líder, e o falso se torna
o mahatma. E todo mundo começa a seguir o falso. O falso é o seu ideal.

Eis porque você é incapaz de conhecer a si mesmo. Como você pode conhecer a si
mesmo se você não se aceita? Você está sempre reprimindo seu ser. O que pode ser feito
então? Quando estiver triste, aceite a tristeza: ela é você. Não diga, "Estou triste". Não
diga que a tristeza é alguma coisa separada de você. Simplesmente diga, "Sou a tristeza.
Nesse momento, sou a tristeza".

Viva sua tristeza com total autenticidade.

E você ficará surpreso de que uma porta miraculosa se abre em seu ser. Se você puder
viver sua tristeza sem nenhuma imagem de ser feliz, você fica feliz imediatamente,
porque a divisão desaparece. Não há mais nenhuma divisão. "Sou a tristeza". E não há
nenhuma questão de algum ideal de ser algo mais. Assim não há nenhum esforço,
nenhum conflito. "Sou simplesmente assim" e há um relaxamento. E esse relaxamento é
graça, e esse relaxamento é alegria.

Todo sofrimento psicológico só existe porque você está dividido. Dor significa divisão e
alegria significa nenhuma
divisão. Isso pode parecer paradoxal a você: se a pessoa está triste, como é que ela pode
ficar alegre aceitando sua
tristeza? Irá parecer paradoxal, mas é assim. Experimente!

Não estou dizendo para tentar ser feliz; não estou dizendo isso, "Aceite sua tristeza para
que você possa ser feliz". -
Não estou dizendo isso. Se essa for sua motivação então nada irá acontecer; você ainda
estará lutando. Você estará olhando do canto de seu olho: "Tanto tempo já passou e eu
aceitei até mesmo a tristeza, e estou dizendo 'Sou a tristeza", e ainda assim a alegria não
está vindo". Ela não virá desse jeito.

Alegria não é uma meta, é um subproduto.

Isso é uma conseqüência natural da integridade, da unidade. Apenas seja unido com essa
tristeza, por nenhum motivo, por nenhum propósito particular. Não há nenhuma questão
de qualquer propósito. É assim que você é nesse momento, essa é sua verdade nesse
momento. E no próximo momento você pode ficar zangado: aceite isso também. E no
próximo momento você pode ser algo mais: aceite isso também.

Viva de momento a momento, com tremenda aceitação, sem criar qualquer divisão, e
você está a caminho do autoconhecimento. Autoconhecimento não é uma questão de ler
os Upanishads e sentar em silêncio e recitar, "Aham Brahmasmi, sou Deus". Esses são
esforços inúteis. Ou você sabe que você é Deus, ou você não sabe. Você pode continuar
repetindo por toda sua vida, "Aham Brahmasmi, sou Deus". Você pode desperdiçar toda
sua vida repetindo isso, mas você não irá conhecer isso.

Se você conhece-o, não há nenhum sentido em repeti-lo. Porque você está repetindo-o?
Se você sabe, você sabe. Se você não sabe, como você pode vir a saber pela repetição?
Apenas veja toda a estupidez disso.

Mas isso é o que está sendo feito nesse país e em outros países também, nos monastérios
e ashrams. O que as pessoas estão fazendo? Repetindo como papagaios.

Estou lhes dando uma abordagem totalmente diferente. Não é pela repetição da Bíblia ou
dos Vedas que você irá se tornar um conhecedor, não. Você ficará apenas culto. Então
como é que a pessoa conhece a si mesma?

Abandone a divisão: a divisão é todo o problema. Você está contra si mesmo. Abandone
todos os ideais, os quais criam antagonismo em você.

Você é do jeito que você é: aceite isso com alegria, com gratidão.

Subitamente uma harmonia será sentida. Os dois eus em você, o eu ideal e o eu


verdadeiro, não estarão mais lá para lutar de maneira nenhuma. Eles irão se encontrar e se
fundir numa unidade.

Não é realmente a tristeza que lhe causa sofrimento. É a interpretação de que a tristeza é
errada que lhe causa sofrimento, e isso se torna um problema psicológico. Não é a raiva
que é dolorosa; é a idéia de que a raiva é errada que cria ansiedade psicológica. É a
interpretação, não o fato. O fato é sempre libertador.

Jesus diz, "A verdade liberta". E isso é de tremenda importância. Sim, a verdade liberta,
mas não conhecer sobre a
verdade. Seja a verdade, e ela liberta. Seja a verdade, e há libertação. Você não precisa
trazê-la, você não precisa
esperar por ela: ela acontece instantaneamente.

Como ser a verdade? Você já é a verdade. Você apenas está carregando falsos ideais; eles
estão criando o problema.
Abandone os ideais: por alguns dias seja um ser natural. Exatamente como as árvores, os
animais e os pássaros, aceite seu ser como você é. E surge um grande silêncio. Como
pode ser de outra maneira? Não há nenhuma interpretação: assim a tristeza é bela, ela tem
profundidade. Assim a raiva também é bela, ela possui vida e vitalidade. Então o sexo
também é bonito, porque tem criatividade.

Quando não há nenhuma interpretação, tudo é belo. Quando tudo for belo, você fica
relaxado.

Nesse relaxamento você caiu na sua própria fonte, e isso traz autoconhecimento. Cair na
nossa própria fonte é o que "Conhece a ti mesmo" quer dizer. Não é uma questão de
adquirir conhecimento, é uma questão de transformação
interior.

E de que transformação estou falando? Não estou lhe dando nenhum ideal que você tenha
que seguir, não estou dizendo que você precisa se transformar do que você é e tornar-se
outra coisa. Você precisa simplesmente relaxar no que você é, e apenas ver.

Vocês ouviram o que estou dizendo? Apenas vejam o ponto: é libertação. E uma grande
harmonia, uma bela música é ouvida. Essa música é de autoconhecimento. E sua vida
começa a mudar.

Assim você tem a chave mágica, a qual abre todas as fechaduras.

Se você aceitar a tristeza, ela irá desaparecer. Quanto tempo você pode ficar triste se você
aceitar a tristeza? Se você
for capaz de aceitar a tristeza você será capaz de absorvê-la em seu ser; tornar-se-á sua
profundidade.

Osho, Extraído de: Unio Mystica, Vol. I, #3


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Quando estamos dispostos a mudar e nos arriscamos tudo o que pode acontecer é...
mudarmos :oP...

Realmente somos avarentos em uma série de aspectos de nossas vidas, seja com o
dinheiro, com nossa energia, com nossa presença, com o nosso compartilhar... Só não
somos avarentos na emissão de julgamentos..., mas que também fazem parte de nossa
condição atual... só temos que assumir isto e sem culpa é apenas a natureza das coisas.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Sinto que estou sendo mesquinho com minha energia

Então esteja atento… fique consciente. Não condene; condenação não irá ajudar. Tornará
você mais culpado e uma pessoa culpada torna-se mais miserável. Apenas tente entender
isso. Se você for mesquinho com a sua energia, então tente entender; "Sou um miserável
em minha energia. Eu não compartilho"; Deixe que esse fato fique lá. Agora se mova
novamente nos relacionamentos, com as pessoas, e lembre-se desse fato. Deixe que esse
fato esteja sempre presente lhe relembrando. E faça alguma coisa que não seja
mesquinha; porque isso são hábitos. Apenas faça algo que não seja mesquinho. Uma vez
feita alguma coisa que não seja mesquinho, você dirá: "Que bobagem eu estava fazendo!"

Hoje mesmo eu estava lendo sobre a vida de um milionário Americano. Ele nunca deu
um só centavo como doação. Mendigos não vinham a casa dele e as pessoas que queriam
doações nunca pediam a ele porque sabiam que ele diria não. Seu não era absoluto.

Quando um amigo que pedia doações para um colégio veio até o milionário e disse, "Eu
não quero alguma doação sua porque sei que você não irá me dar. Apenas me dê um
cheque falso e lhe darei de volta em dois dias. Mas esse cheque irá me ajudar. Me dê um
cheque de dez mil dólares - um cheque falso - e serei capaz de mostrar a toda cidade que
você me deu dez mil dólares e assim outros darão. Quando eu tiver recolhido outras
doações, sua doação será devolvida".

O milionário pensou que não havia nada de errado nisso e que podia confiar no homem,
ele era um amigo. Ele deu o dinheiro e toda a cidade passou a comentar sobre isso. Por
dois dias continuamente as pessoas telefonaram. Pessoas vieram até ele e disseram
"Pensávamos que você era avarento. Estávamos errados".

Após dois dias o amigo voltou... ele havia recolhido milhares de dólares. Ele disse, "Aqui
está seu cheque. Pegue-o de volta. Estamos muito agradecidos; por causa disso agora
temos muito".

O avarento começou a chorar. Ele disse, "Conserve-o com você. E estou lhe dando mais
dez mil porque eu não sabia que dar faz a gente tão feliz. Tantas pessoas telefonaram e
tantas pessoas chegaram aqui. Pela primeira vez vi uma dimensão totalmente diferente.
Eu tenho estado acumulando e acumulando, mas nunca me senti tão bem como tenho me
sentido nesses dois dias. Agora eu vou dar. Diga a toda a cidade que quem precisar, deve
vir. Mesmo no meio da noite, estarei pronto para dar. Senti o sabor disso..."

Portanto, a única coisa que você pode fazer é realizar alguma coisa que não seja
mesquinha e sentir o sabor da dimensão do partilhar. Se ficar bem, então não haverá
problemas; você irá fazê-la novamente. Se não der certo, não há nenhum problema. Você
retorna para seu antigo padrão. Ninguém está obstruindo o caminho.

Mas não se arrependa e não condene. Simplesmente fique mais alerta sobre suas maneiras
e hábitos e de como o mecanismo da mente funciona, humm?

Osho, Extraído de: Be Realistic: Plan for a Miracle


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Apenas algo leve para começar bem o feriado!!! Bom feriado a todos!!!
E não se esqueçam que chacras não tem férias e nem curtem feriado, então... Todo mundo
malhando!! kekekeke.....

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

A Totalidade é Saudável

Amor.
O desejo pela totalidade é inerente a tudo, mas somente o homem tornou-se cônscio
disso. Dessa forma o homem vive sob tensão, e apenas quando esse anseio é realizado
seu estado negativo de tensão é eliminado. A tensão é simbólica ao potencial infinito
como também das infinitas possibilidades.

O homem não é o que ele pode ser, e a menos que ele seja aquilo que ele pode ser ele não
pode ficar a vontade.
Esse mal-estar é o homem, E a saúde está na totalidade.

O fato de que a linguagem possui uma raiz para as palavras Todo (Whole), Sagrado
(Holy), e para cura oculta uma profunda verdade: Aquele que é total é também curado, e
ser curado é ser total.
Essa integridade só pode ser alcançada tornando-se totalmente cônscio de si mesmo: A
escuridão do inconsciente é para ser penetrada e transformada em luz.

E a meditação é o método.

Osho, Extraído de: A Cup of Tea - 176


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Om Sattva!

Pablo

Chegar Limpo...

Lembre-se de não me entender mal. Eu disse, "Expresse suas emoções negativas", eu não
disse, "Publicamente". É
assim que as coisas são distorcidas.

Agora, se você está se sentindo zangado com alguém e você começa a expressar sua
raiva, a outra pessoa não vai ser um Gautama Buda e sentar em silêncio. Ele não é uma
estátua de mármore; ele irá também fazer alguma coisa. Você expressará raiva, ele
expressará raiva.

Isso irá criar mais raiva em você - e raiva ou violência geram, por outro lado, o mesmo, e
como uma vingança. E assim você se sentirá mais envolvido nisso, porque lhe foi dito
para expressar.

Sim, eu lhe disse para expressar - mas não publicamente.

Se você estiver se sentindo zangado, vá para o seu quarto, feche-o, bata no travesseiro,
fique diante do espelho, grite
para sua imagem, diga coisas que você nunca disse a ninguém e sempre quis dizer. Mas
isso tem que ser um fenômeno privado, senão nunca termina. As coisas continuam se
movendo num círculo, e queremos finalizá-las.

Então, no momento em que você sentir alguma emoção negativa sobre alguém, essa outra
pessoa não é o problema. O problema é que você tem uma certa energia da raiva. Agora,
essa energia precisa ser difundida pelo universo. Você não deve reprimi-la dentro de
você.

Quando digo, "Expresse", sempre é privadamente, na sua solidão. Isso é uma meditação,
não é uma luta. Se você estiver se sentindo triste, sente-se no seu quarto e sinta tanta
tristeza quanto possa - isso não lhe prejudicará. Fique realmente triste e veja quanto
tempo isso dura. Nada permanece para sempre, logo estará passando. Se você sente
vontade de chorar, chore - mas na sua privacidade.

Essas coisas não têm nada a ver com os outros. Tudo é seu problema, porque tornar-lo
público? E desse jeito, isso não irá ajudar, pelo contrário, só irá piorar. Assim, todos os
dias, antes de dormir, por uma hora, sente-se na cama e faça todo tipo de coisas malucas
que você sempre quis fazer, tudo que as pessoas fazem quando estão zangadas, violentas,
destrutivas. E isso não significa que você tem que ser destrutivo para com as coisas muito
valiosas, basta rasgar papeis em pedacinhos e jogá-los por aí - e você sabe a história. E
isso será o bastante.

Destrua qualquer coisa, coisas sem valor - mas tudo tem que ser feito na sua privacidade,
então quando você sair disso, você sai renovado.

Se você quiser fazer algo em público, faça o que eu estava lhe dizendo sobre aqueles
primitivos. Você pode ir até a pessoa de quem você estava com raiva e dizer-lhe, "Eu
estive, privadamente, com raiva de você, eu gritei com você, abusei de você, disse coisas
feias a você, por favor, me perdoe. Mas tudo foi feito na minha privacidade, porque isso
era problema meu, não tinha nada a ver com você. Contudo, de uma certa maneira isso
foi direcionado para você, e você não está ciente disso, desse modo uma desculpa é
necessário".

Isso deve que ser feito em público. Isso irá auxiliar as pessoas a se ajudarem umas as
outras. E essa pessoa não
ficará zangada, ela dirá, "Não há necessidade de desculpas. Você não fez nada comigo. E
se você está se sentindo
aliviado, isso foi um bom exercício".

Mas em público não traga seus negativismos, suas feiúras; senão, você estará criando
maiores problemas tentando
resolver problemas menores. Tenha muito cuidado. Tudo que for negativo tem que ser
privado, na sua solidão. E se você quiser fazer alguma declaração pública sobre isso -
porque alguém ter estado na sua mente a quem você odiava, a quem você matou enquanto
rasgava os papéis - vá até ele e humildemente peça-lhe perdão.

E aqui você pode ver minhas diferenças das assim chamadas terapias Ocidentais. Elas
não têm... O alívio delas é
temporário.

Mas de uma vez por todas compreenda que todo problema é seu, então tem que ser
resolvido privadamente.

Não lave suas roupas sujas em público. Não há nenhuma necessidade disso. Pra que
envolver outras pessoas
desnecessariamente? Pra que criar desnecessariamente uma imagem sua tão feia?

Lembro-me de uma história muito estranha. Havia uma grande conferência - uma
conferencia mundial de psicólogos,
psicanalistas, terapeutas e de todas as outras escolas de psicoterapias do homem. Um
grande psicanalista estava lendo
um jornal, mas ele não pode lê-lo porque sua atenção estava continuamente distraída por
uma jovem mulher psicanalista que estava sentada na primeira fila e um velho feio
companheiro que estava continuamente brincando com os seios dela. E ela não se
incomodava com isso.

Ele não pode ler seu jornal. Ele tentou ocultar essa mulher e esse velho homem atrás do
jornal, mas ele esquecia qual linha estava lendo e ficou tão embaraçado que finalmente
disse, "É impossível".

A conferência não podia entender o que é impossível e porque ele está se comportando
dessa maneira. Ele nunca foi... Ele é um pensador bem sistemático e hoje está falando
besteiras. Ele lê parte de uma sentença e então outra que não possui nenhuma conexão
entre si, e depois outra página aparece, e agora ele está dizendo, "Está tudo confuso e não
posso..."

E ele não podia olhar para a mulher que estava sentada bem defronte. Alguém se levantou
e disse, "Qual é o problema? Porque você está se comportando como um tolo?"
Ele disse, "Não estou me fazendo de tolo. Essa jovem senhora não está fazendo nada, e
aquele velho e feio companheiro está brincando com os seios dela".
A jovem senhora disse, "Mas isso não é problema seu. Você devia ler seu jornal. Nem eu
mesma estou tomando isso como meu problema. Isso é problema dele, então porque devo
me preocupar?
"Ele tem uma sexualidade reprimida, talvez ele não tenha conseguido mamar nos seios da
mãe dele por tempo suficiente. E ele ainda está, nessa idade... ele deve ter oitenta anos. E
ele não está me causando qualquer dano. E isso não é problema meu, então porque
deveria detê-lo? E isso também não é da sua conta; porque você se perturbou? É somente
problema dele. Ele precisa ser analisado psiquicamente - e ele mesmo é um grande
psicanalista. De fato, ele é meu professor".

Mas o que a mulher disse, "O que ele está fazendo - não é problema meu". Necessita de
uma personalidade bem integrada, uma visão clara que mesmo ele fazendo alguma coisa
com ela, o problema é dele.

Ela continuou "Porque devo me perturbar? O pobre companheiro está sofrendo parece
que desde sua infância, e ele nunca teve qualquer oportunidade... e agora ele está quase
metade no túmulo. Se eu puder lhe dar alguma satisfação, não há nenhum problema. Não
me causa nenhum dano - mas estou perplexa porque você não pode ler seu jornal. Você
parece estar por trás desse velho companheiro. Você também sofre do mesmo problema".

E isso era verdade. Esse homem também sofria do mesmo mal; do contrário, não havia
nada com o que se preocupar. Ele devia ler seu jornal e deixar o velho homem fazer o que
ele estava fazendo, e se a jovem senhora não o estava impedindo, não estava nem lhe
dando atenção, isso não era problema dele.

Se as pessoas pudessem permanecer com seus próprios problemas e não sair espalhando-
os por aí.... Porque assim eles são engrandecidos

Agora o que esse idoso precisa é simplesmente de uma garrafa de leite infantil, assim na
sua solidão da noite ele pode sugar o leite morno da garrafa e desfrutar disso. E na
escuridão, seja um mamilo ou uma só uma teta de borracha, não faz nenhuma diferença.
Tudo que ele precisa é de uma pequena garrafa de leite infantil cada noite para que ele
possa morrer pacificamente sem nenhum problema. Mas ele está descarregando isso
sobre uma pobre mulher que não tem nada a ver com isso.

E não somente isso: alguém mais que está totalmente fora da coisa toda está perturbado,
devido a que ele sofre do mesmo problema.

Apenas conserve seus problemas pessoais para você mesmo. Nenhum grupo de terapia é
de muita ajuda, porque tudo que você fizer no grupo você não pode fazer na sociedade. E
o grupo não pode se tornar toda sua vida; fora do grupo você estará novamente no mesmo
problema.

O que estou dando a vocês é um método simples que vocês mesmos podem fazer
facilmente. Limpem seus inconscientes e cheguem para o mundo exterior junto a outras
pessoas - com uma face mais suave, olhos mais claros, atitudes mais humanas.
Osho, Extraído de: Transmission of the Lamp, #10
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Muitas vezes a gente tenta tapar o sol com a peneira...


Quando cai a ficha que fizemos algo que não é legal tentamos verificar o que foi e
tentamos reprimir o que sentimos.
Seja o que for, mas se dentro de nossa visão moralista for qualificado como "impróprio"
já estaremos suprimindo e muitas vezes reprimindo.

Aproveitando o que o Wagner postou sobre Lucidez extrafísica, gostaria de dizer que
realmente a raiz de nossos problemas e também da nossa falta de Lucidez fora do corpo é
a inconsciência que teimamos em manifestar estando "DENTRO" do corpo.

Posso resolver meu problema com a raiva, posso reprimi-lo, posso deixar de sentir certas
sensações, posso me enganar dizendo para meu ego que tal nuance negativa de minha
personalidade foi resolvida e ele pode voltar a reinar, pois agora estou "melhorando" e
voltando a ser uma pessoa boa... Mas daí vem à sensação de posse, e quando isso for
resolvido virá outra coisa... e outra, e outra... e daí ficamos cansados e nos questionamos
"Será isso Evolução?"

A raiz de todo sofrimento é estar sem consciência, é estar dormindo, é estar bêbado do
sono da ignorância que nos tem afundado por vidas e vidas. E até quando? Quem nós
prende a Samsara é nossa própria ignorância, não estamos aqui "presos", simplesmente
fomos atraídos por sintonia, para experimentar e nos libertar daquilo que é gerado por nós
mesmos. Por isso, quem sentir que não está no planeta certo é só verificar como se
comporta no dia-a-dia, eu pelo menos NÃO TENHO DÚVIDA que estou exatamente no
lugar certo e infelizmente ainda fazendo as coisas erradas!

Sim um dia de cada vez, tudo a seu tempo, mas a consciência não está no passado nem no
futuro, está no agora. Não está nas desculpas esfarrapadas que eu forneço ao meu ego
para seu reinado não seja abalado. A consciência está em cada mínimo ato que realizamos
todo o dia desde o momento que colocamos os pés para fora da cama. Com nós mesmos e
com os outros.
E acreditem, dá para se enganar "achando" que se está lúcido e ainda sim, mais
inconsciente do que nunca. E então : "Vamos acordar?"

Além do texto do Rajneesh, segue um texto bem legal que fala sobre a nossa cegueira
consciencial.

AUTOBIOGRAFIA EM CINCO CAPÍTULOS

1) Ando pela rua


Há um buraco fundo na calçada
Eu caio
Estou perdido... sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2)Ando pela mesma rua.


Há um buraco fundo na calçada
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

3) Ando pela mesma rua.


Há um buraco fundo na calçada
Vejo que ele ali está Ainda assim caio... é um hábito.
Meus olhos se abrem
Sei onde estou
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4) Ando pela mesma rua.


Há um buraco fundo na calçada
Dou a volta.

5) Ando por outra rua.

(Extraído do livro: "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer" - Sogyal Rinpoche - Editora
Talento / Palas Athena)

O Crítico Interior

Sinto-me muito auto-crítico. Após as reuniões sociais fico sempre pensando sobre o que
disse e sobre o que poderia
ter dito.

Isso é um hábito ruim. Autoconsciência é boa, porém a autocrítica não é boa porque
nunca é o principal. Quando o
momento passa, então você critica a si mesmo. A consciência está no presente e a crítica é
sobre o passado. Você não pode desfazê-la, você não pode refazê-la. Ela se foi, e se foi
para sempre; nada pode ser feito quanto a isso. É
simplesmente tolice desperdiçar até mesmo um único momento pensando sobre isso
porque novamente pensando sobre isso, você está desperdiçando o presente, de novo
fazendo o mesmo.
Esteja cônscio em tudo: relacionamento, trabalho, meditação... o que quer que seja.
Quando algo está lá, quando alguma coisa estiver acontecendo, fique atento; não seja
crítico. Porque nesse momento de conscientização, algo pode ser transformado. Se você
estiver alerta, você pode não fazer muitas coisas; você irá fazer outras coisas. Se você
estiver atento, você não será capaz de cometer os erros que você vai criticando.
Consciência nunca foi algo na qual haja qualquer possibilidade de arrependimento. Um
homem que está cônscio, nunca se arrepende. Tudo que ele não podia fazer, ele não o fez.
Não tem sentindo em sentir pena de si mesmo, de ficar se lamentando; tudo isso são
doenças. Nesse caso abandone isso.

E isso é uma viagem do ego. Você faz alguma coisa e então você começa a aumentar isso
na mente. Isso simplesmente mostra que você fez alguma coisa que cai abaixo da imagem
de seu ego. Você ficou raivoso e você sempre acha que você é uma pessoa muito boa, e
você nunca fica raivoso - e agora você ficou raivoso. Então depois, você vê que sua auto-
imagem decaiu. Fazer o que? Agora você se sente condenado a seus próprios olhos.

Como você irá mostrar sua face para os outros? E você tem espalhado tanto que você é
uma boa pessoa e que você nunca fica raivoso, e isso e aquilo. Agora sobre aquele
anúncio que você esteve fazendo? Você não pode dizer que você esteve raivoso ou ávido
ou mesquinho ou o que quer que seja. Só tem um jeito: elevar-se pelos seus próprios
cordões dos sapatos, você aperta a si mesmo, se arrepende. Você diz, "Isso foi errado. Eu
não devia ter feito isso. Eu devia ter feito outra coisa". Agora você está pintando sua
imagem. Você está dizendo, "Talvez eu estivesse raivoso, mas isso foi só um erro
momentâneo. Eu me arrependo disso. Vejam: há lágrimas nos meus olhos. Não sou um
homem tão mau assim". Você pode mesmo ir até a pessoa de quem você estava com raiva
e pedir perdão a ela, mas isso também é uma viagem do ego. Você ira começar a se sentir
bem novamente, um homem muito bom! Você
conservou sua respeitabilidade novamente. Sua auto-imagem está de novo no trono.

Se você realmente sente que ficar com raiva está errado, então esqueça do passado. Agora
sempre que a raiva aparecer, permaneça alerta. Esse é o arrependimento verdadeiro.
Permaneça alerta. Não estou dizendo para não pedir perdão as pessoas. Peça, mas não em
arrependimento. Não devido à raiva, mas pela sua inconsciência. Você pode ver a
diferença? Se você esteve com raiva, vá até a pessoa e diga, "Eu estive desatento. Me
comportei como um tolo, um bêbado. Eu estava inconsciente, drogado. Eu fiz alguma
coisa porém, eu não estava presente". Peça perdão pela sua desatenção, não pela sua
raiva. E lembre-se que o problema real não é a raiva. O real problema é a inconsciência.

Assim da próxima vez fique mais atento. Seja com relação a raiva, ódio, ciúmes,
sentimento de posse, mil e uma coisas estão lá... mas a verdadeira doença é uma:
inconsciência. São todas facetas da mesma coisa. Então se você tentar mudar isso - esses
problemas - você nunca será capaz de vencer porque eles são milhões.

Osho, Extraído de: Be Realistic: Plan for a Miracle


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Como nós procuramos ser infelizes na busca da felicidade. Em primeiro lugar se há busca
não há felicidade, pois a busca cria expectativa e expectativa gera tensão e felicidade é
relaxamento na existência e não tensão. E só olhar pela janela, a natureza é feliz? Sim.
Ela é tensa? Não.

Mas o ser humano é MESTRE em ser infeliz e criar infelicidade, ele precisa disso,
precisa do martírio.

Apenas para ilustrar, tem um tio meu que é diabético e hipertenso, bom, os médicos
CANSARAM de avisar o cara para que ele se cuidasse, praticasse exercícios físicos
regulares, se alimentasse corretamente...
E ele cumpriu algo? Claro que não. Continuou abusando e abusando e abusando... até um
belo dia onde ele sofreu uma fratura no pé, onde foi gerada uma infecção que não se
curou pelo fato de ser diabético e que culminou com a amputação do pé machucado em
questão com risco de trombose.

Bom, tudo isso poderia ser evitado... Mas o ser humano é bicho engenhoso demais que
adora articular maneiras para
justificar a miséria.
Não me interpretem mal, o cara é muito gente boa, mas como todo bom ser humano tem
lá suas carências que às vezes ultrapassam o limite da autopreservação e já caem para
autodestruição.

Bom, como o Wagner diz, isso aqui realmente é um sanatório...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

A Maneira Como Você Está Vivendo Cria Sua Doença

Felicidade é a natureza do homem. Você não precisa se preocupar absolutamente sobre a


felicidade, ela já está
presente. Ela está em seu coração - você só precisa parar de ser infeliz, você precisa parar
o funcionamento do mecanismo que cria a infelicidade.

Contudo, ninguém parece estar preparado para isso. As pessoas dizem, "Quero a
felicidade". Isso é como se você
dissesse, 'Eu quero saúde' - e você continua se apegando a sua doença e você não permite
a doença ir embora. Se o doutor prescreve o remédio, você o joga fora; você nunca segue
nenhuma receita. Você nunca vai para um passeio matinal, você nunca vai nadar, você
nunca vai correr na praia, você nunca pratica qualquer exercício. Você continua comendo
obsessivamente, você continua destruindo sua saúde - e continuamente você segue
perguntando onde encontrar saúde. Mas você não muda o mecanismo que cria a
enfermidade.

Saúde não alguma coisa a ser alcançada em algum lugar, ela não é um objeto.

Saúde é um jeito de viver totalmente diferente. A maneira que você está vivendo cria
enfermidade, a maneira que você está vivendo cria miséria.

Por exemplo, as pessoas chegam para mim e dizem que gostariam de ser felizes, mas eles
não podem abandonar seus ciúmes. Se você não pode abandonar seu ciúme, o amor
nunca irá crescer - as ervas daninhas do ciúme destruirá a rosa do amor. E quando o amor
não cresce, você não pode ser feliz. Porque quem pode ser feliz sem o amor crescer? A
menos que essa rosa floresça em você, a menos que essa fragrância seja liberada, você
não pode ser feliz.

Agora as pessoas querem felicidade - mas apenas por querer, você não pode obtê-la.
Querer não é o bastante. Você terá que penetrar no fenômeno da sua miséria, como você a
cria - como em primeiro lugar você se tornou miserável, como você continua se tornando
miserável a cada dia - qual é a sua técnica?

Porque felicidade é um fenômeno natural - se alguém está feliz não há nenhuma


habilidade nisso, se alguém está feliz, não necessita de nenhum talento para ser feliz.

Os animais são felizes, as árvores são felizes, os pássaros são felizes. Toda a existência é
feliz, exceto o homem.
Somente o homem é tão engenhoso para criar infelicidade - ninguém mais parece ser tão
talentoso. Portanto, quando você está feliz, isso é simples, é inocente, não é nada para se
gabar. Mas quando você está infeliz, você está fazendo
grandes coisas a si mesmo; você está fazendo algo realmente difícil.

Osho, Extraído de: The Path of Paradox, Vol. 2, #6

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Om Sattva!

Pablo

Mais Santo do Que Você?

Se você reprimir o sexo você ficará raivoso; toda a energia que se transformava em sexo
se tornará raiva. E é melhor ser sexual do que ser raivoso. No sexo pelo menos existe
algo do amor; na raiva só existe pura violência e nada mais. Se o sexo for reprimido, a
pessoa se torna violenta - ela será violenta ou com os outros, ou consigo mesma. Essas
são as duas possibilidades: ou ela se torna sádica e irá torturar os outros, ou ela se torna
uma masoquista e irá torturar a si mesma. Mas irá torturar.

Você sabe que, através dos tempos, os soldados não eram permitidos de ter
relacionamentos sexuais? Porque? Devido a que se soldados fossem permitidos de ter
relacionamentos sexuais eles não juntariam raiva suficiente neles, violência suficiente
neles. O sexo deles ficaria liberado, eles se tornam delicados, e uma pessoa delicada não
pode lutar. Prive o soldado de ter sexo e ele irá lutar melhor. De fato, a violência dele será
um substituto de sua sexualidade...

Eu reprimi meus desejos sexuais, e agora descubro que estou muito mais raivoso. (Kabir)

Ele é um grande observador, um observador muito minucioso. Isso é consciência. Ele


está observando; ele reprime seu desejo sexual e observa - "Agora o que está acontecendo
dentro?" Logo ele descobre que está ficando mais raivoso - sem nenhum motivo, apenas
raivoso, irritado, pronto para lutar com qualquer um, qualquer desculpa servirá.

E lembre-se, sexo pode ser transformado porque é uma energia natural; a raiva não é tão
natural, um passo removido da natureza. Agora será difícil mudar a raiva. Primeiro a
raiva terá que ser transformada em sexo, só então algo pode ser feito - esse é meu
trabalho aqui. E é por isso que estou sendo condenado por todo o mundo.

Estou tentando mudar a raiva de vocês em sexo - isso tem que ser feito primeiro. Esse é o
caminho para a mudança interior. Primeiro todas as suas perversões têm que desaparecer,
e você precisa se tornar um ser humano natural. Você precisa se tornar um animal natural,
para ser exato. E só assim você se torna divino. O animal pode ser transformado no
divino, porém seu animal também é pervertido, seu animal não é são - seu animal tornou-
se insano. Primeiro a insanidade precisa ser transformada, mudada. Mude a raiva!

Desisti da raiva, e agora vejo que sou ambicioso o dia todo

Então ele reprimiu a raiva - isso é o que a pessoa irá logicamente fazer. Você reprime
sexo, a raiva borbulha; você
reprime a raiva. Ele porém, é um observador atento, um observador muito minucioso. Ele
diz: No momento em que
reprimi minha raiva me tornei ambicioso.

Isto também está provado: se você observar a história humana você encontrará mil e uma
provas disso. Por exemplo, na Índia Mahavira ensinou a não-violência, e o resultado foi
que todos os seguidores de Mahavira se tornaram as pessoas mais ambiciosas do mundo -
Eles são os Judeus da Índia. Os Jainistas são os Judeus da Índia. Porque eles ficaram tão
ambiciosos?

Mahavira os ensinou a ser não-violentos. Obviamente, eles começaram a reprimir a raiva;


essa é a única maneira que
parece possível para a mente estúpida. Reprima a raiva! Não seja violento. E eles
realmente tentaram arduamente; de todas as maneiras possíveis eles tentaram não ser
violentos. Eles até mesmo pararam a agricultura porque é um tipo de violência: você terá
que arrancar as plantas e cortar os grãos, e isso é violência porque as plantas possuem
vida.
Assim os Jainistas pararam completamente a agricultura.

Agora, eles não podem servir ao exército, eles não podem ser guerreiros (kshatriyas) - por
causa da ideologia da não-
violência deles, e eles não podem nem mesmo ser agricultores, jardineiros; isso é
impossível. Eles não gostariam de se tornarem sudras - os intocáveis - que limpam as
ruas, os varredores e os operários, porque isso é muito humilhante. E osbrâmanes não os
permitem atuar como brâmanes - estes são muito ciumentos com isso. Eles estão no
poder há séculos e não aceitam qualquer um: Ninguém pode se tornar um brâmane, a
pessoa precisa ser um brâmane de nascimento. Você pode se tornar um homem muito
culto - isso não importa - contudo você não pode ser um brâmane. Não existe outra
maneira de se tornar um brâmane, você tem que nascer um. Você precisa ter muito
cuidado quando escolher seus pais; essa é a única oportunidade de se tornar um brâmane.

Assim os Jainistas não podiam serbrâmanes, eles não gostariam de ser sudras nem eram
capaz de se tornarem guerreiros - então o que restava para eles? Somente negócio - eles
se tornaram negociantes. E toda a raiva reprimida deles se transformou em avidez Eles se
tornaram maníacos por dinheiro. O número deles é bem pequeno; na Índia o número
deles é tão pequeno, não mais do que três milhões. Num país com seiscentos milhões, três
milhões não é nada. Contudo eles possuem mais dinheiro do que qualquer outro. Você
não irá encontrar um mendigo Jainista em lugar algum; eles são todos ricos.

Mahavira queria que eles fossem não-violentos, e o que realmente aconteceu foi
totalmente diferente: eles se
tornaram ambiciosos. Reprima sua raiva e você será ambicioso...

Trabalhei duro para dissolver a ambição, e agora estou orgulhoso de mim mesmo.

Então ele reprimiu sua ambição e o resultado final foi: ele se tornou um grande egoísta;
ele se sente muito orgulhoso. "Veja! Eu reprimi o sexo, reprimi a raiva, reprimi a ambição
- fiz isso, fiz aquilo. Fiz coisas impossíveis!"
Agora um grande 'Eu consegui', o ego se torna fortalecido.

Eis porque você irá encontrar os egos mais cristalizados nos monges e nas freiras.Você
não irá encontrar tais egos
cristalizados em nenhum outro lugar. Quanto mais a pessoa renuncia, mais ela reprime,
mais egoísta ela se torna. Os
Indianos são muito egoístas e a razão? - todos eles tentaram de uma maneira ou de outra
serem religiosos. E o único
caminho parece ser a repressão - e repressão traz ego.

Uma pessoa não reprimida se torna não egoísta; ela não pode carregar o ego. Não há
suporte para agüentá-lo. Ele se torna humilde, simples, ordinário, ele não tem nenhuma
pretensão - ele sabe que não é nada. Todo esse processo que Kabir está descrevendo é
belo.

Repressão não é o caminho: Transformação é o caminho. Não reprima nada. Se a


sexualidade estiver presente, não a
reprima senão você estará criando uma nova complexidade - a qual será mais difícil de
lidar. E se você reprimir a raiva, a ambição é ainda mais difícil, e se você reprimir a
ambição, surge o ego, orgulho, o qual é a coisa mais difícil de abandonar.

Mova-se para trás: do orgulho para a avidez, da avidez para a raiva, da raiva para o sexo.
E se você puder chegar ao
natural, a sexualidade espontânea, as coisas serão bem simples. As coisas serão tão
simples que você não pode
imaginar. Assim sua energia é natural, e energia natural não gera nenhum obstáculo na
transformação. Daí eu dizer: Do sexo para a superconsciência. Não da raiva, não da
ambição, não do ego, mas do sexo para a superconsciência.

A transformação só pode acontecer se primeiro você aceitar seu ser natural. Tudo que é
natural é bom. Sim, mais é
possível, porém o mais só será possível se você aceitar sua natureza com totalidade - se
você recebê-la com boas vindas, se você não sente nenhuma culpa sobre isso. Ser
culpado, sentir-se culpado, é ser irreligioso. No passado lhe foi dito exatamente o oposto.
Sinta-se culpado e você é religioso. Eu lhe digo: Sinta-se culpado e você nunca será
religioso. Abandone toda a culpa!

Você é como Deus lhe fez . Você é como a existência lhe fez. Sexo não é sua criação: é
um presente de Deus. Algo de tremendo valor está oculto nele - é somente a concha de
seu samadhi. Se a semente for quebrada, a concha é quebrada, a flor irá vicejar - mas não
pela repressão. Você terá que aprender a jardinagem interior, você terá que se tornar um
jardineiro, você terá que aprender como utilizar fertilizantes sujos, esterco, e transformar
esterco em rosas.

Religião é a arte mais delicada.

Osho, Extraído de: The Fish in the Sea Is Not Thirsty, #13

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Pois é... qualquer forma de repressão é horrível... e realmente a


melhor maneira de controlar e dominar as pessoas é dizer-lhes que
aquilo que elas sentem é "pecado", que neguem e reprimam seus desejos,
"isto é feio" e não deve aparecer e nem acontecer a não ser com regras
impostas pela própria sociedade... Ficamos limitados e frustrados...
quer melhor maneira para se
dominar alguém?? Medo, repressão, frustração... é as vezes, ainda não
continuamos a causar isto em nós mesmos? Que julgamentos ainda impomos
a nós mesmos? Estamos realmentes livres deste rancor do passada?

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

Zen - Sexo - Saúde

Zen não possui nenhum sistema de crenças sobre coisa alguma, e isso
também inclui o sexo - Zen não diz nada sobre isso. E isso deve ser
definitivo. O Tantra tem uma atitude sobre o sexo. A razão? - o Tantra
tenta reparar o que a sociedade fez. Tantra é medicinal. A sociedade
reprimiu o sexo, Tantra chega como um remédio para ajudá-lo a recuperar
o equilíbrio. Vocês se inclinaram demasiadamente para a esquerda;
Tantra vem e os auxilia a inclinar para a direita. E para recuperar o
equilíbrio, às vezes vocês têm que tender demais para a direita, só
assim o equilíbrio é restaurado.

Vocês nunca viram um equilibrista na corda? Aquele que anda sobre a


corda esticada? Ele carrega uma vara nas mãos para manter o equilíbrio.
Se ele sente que está inclinando demais para a esquerda, ele
imediatamente começa a se inclinar para a direita. Então novamente ele
sente que agora inclinou-se demais para a direita, ele começa a se
inclinar para a esquerda. É assim que ele se mantém no meio.

Tantra é um remédio.

A sociedade criou uma mente repressiva, uma mente negativa da vida, uma
mente antialegria. A sociedade é muito contra o sexo. Porque a
sociedade é tão contra o sexo? - porque se você permite prazer sexual
as pessoas, você não pode transformá-las em escravos. Isso é impossível
- uma pessoa feliz não pode ser escravizada. Esse é o truque. Só as
pessoas tristes podem ser escravizadas. Uma pessoa feliz é uma pessoa
livre; ela possui uma espécie de independência
nela.

Você não pode recrutar pessoas felizes para a guerra. Impossível.


Porque eles iriam para a guerra? Mas se uma pessoa reprimiu sua
sexualidade ele está pronto para ir para a guerra, ele está ansioso
para ir para a guerra, porque ele não tem sido capaz de desfrutar da
vida. Ele tornou-se incapaz de desfrutar, daí ficou sem nenhuma
criatividade. Agora ele só pode fazer uma coisa - ele pode destruir.
Toda sua energia tornou-se destrutiva e venenosa. Ele está pronto para
ir para a guerra - não somente preparado, ele está ansiando por isso.
Ele quer matar, ele quer destruir.

De fato, destruindo seres humanos ele terá uma satisfação substituta de


penetrar. Essa penetração poderia ter sido no amor e teria sido bela.
Quando você penetra no corpo de uma mulher no amor, isso é uma coisa.
Isso é espiritual. Porém, quando as coisas dão errado e você
penetra no corpo de alguém com uma espada, com uma lança, isso é feio,
é violento, é destrutivo. Mas você está procurando por um substituto
para a penetração.

Se for permitido a sociedade total liberdade quanto à alegria, ninguém


será destrutivo.

As pessoas que podem amar lindamente nunca são destrutivas. E as


pessoas que podem amar lindamente e possuem a alegria de viver também
não serão competitivas. Estes são os problemas.

Eis porque os povos primitivos não são tão competitivos. Eles estão
desfrutando de suas vidas. Quem se importa em ter uma casa maior? Quem
se importa em ter um saldo bancário maior? Para que? Você está feliz
com sua mulher e com seu homem e você está tendo uma dança na vida.
Quem quer ficar sentado no mercado de trabalho por horas a fio, todos
os dias, todos os anos, esperando que no final você terá um grande
saldo no banco e então você irá se aposentar e desfrutar? Esse dia
nunca chega. Não pode chegar, porque por toda a vida você permanece um
asceta.

Lembrem-se, os homens de negócios são pessoas ascéticas. Eles devotaram


tudo ao dinheiro.

Agora um homem que sabe amar e que conheceu a emoção do amor e do


êxtase, não será competitivo.

Ele será feliz se ele puder conseguir seu pão de cada dia. Esse é o
significado da oração de Jesus: "Daí nosso pão de cada dia". Isso é
mais que suficiente. Agora Jesus parece bobo. Ele devia ter pedido,
"Dai-nos um maior saldo bancário". Ele só pede pelo pão de cada dia? Um
homem feliz nunca pede mais que isso. A alegria é tão realizadora.

Somente os seres insatisfeitos são competitivos, porque eles pensam que


a vida não está aqui, ela está lá. "Eu tenho que alcançar Delhi e me
tornar presidente", ou ir para a Casa Branca e me tornar isso ou
aquilo. "Eu tenho que ir lá, a alegria está lá" - porque eles sabem que
aqui não há nenhuma alegria. Assim eles estão sempre indo, indo, indo.
Eles estão sempre no ir, e eles nunca alcançam. E o homem que conhece a
alegria, está aqui. Porque ele deveria ir para Delhi? Para que? Ele
está completamente feliz aqui-agora. Suas necessidades são tão
pequenas. Ele não possui desejos. Ele tem suas necessidades,
certamente, mas nenhum desejo. Necessidades podem ser realizadas,
desejos nunca. Necessidades são naturais, desejos são pervertidos.

Agora toda essa sociedade depende de uma coisa e essa é a repressão


sexual. Do contrário a economia será destruída, sabotada. A guerra irá
desaparecer e com ela todo o material bélico, e a política ficará sem
sentido e o político não será mais importante. O dinheiro não terá
valor, se for permitido a pessoa amar. Devido a que eles não são
permitidos amar, dinheiro se torna o substituto, dinheiro se torna seu
amor. Assim existe uma estratégia sutil.

Sexo precisa ser reprimido, senão toda essa estrutura da sociedade


cairá imediatamente.

Só o amor liberado no mundo trará revolução. Comunismo fracassou,


fascismo fracassou, capitalismo fracassou. Todos os 'ismos' fracassaram
porque bem lá no fundo eles são repressão sexual. Nesse ponto não há
nenhuma diferença. Todos eles concordam sobre uma coisa - que o sexo
precisa ser controlado, que não deve ser permitido as pessoas terem uma
alegria inocente no sexo.
Para recuperar o equilíbrio chega o Tantra; Tantra é o remédio. Por
isso o Tantra enfatiza tanto o sexo. As assim chamadas religiões dizem
que sexo é pecado e o Tantra diz que sexo é o único fenômeno sagrado.
Tantra é o remédio. Zen não é um remédio. Zen é o estado quando a
doença desaparece; e, é claro, com a doença, também o remédio. Uma vez
que você fica curado de sua doença você não precisa continuar
carregando a receita médica, o frasco e o remédio com
você. Você joga tudo fora. Vai tudo para a lixeira.

A sociedade ordinária é contra o sexo; Tantra chega para ajudar a


humanidade, para dar o sexo de volta a humanidade. E quando o sexo for
devolvido, então surge o Zen. O Zen não tem nenhuma atitude.

Zen é saúde pura.

Osho, Extraído de: The Diamond Sutra, #2

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====================Este texto toca em dois pontos que eu acho de suma
importância, a lucidez no meio de tempestades emocionais e a
nossa fragmentação de atenção.

Quando estamos navegando por águas agitadas emocionalmente é preciso um "farol"


consciente para nós guiar de volta a terra firme. Só que as vezes devido a intensidade das
tempestade não conseguimos "ver" esta luz para nós guiar fora dalí!

Como somos mestres em desenvolver hábitos, poderíamos utilizar isto a nosso favor.
Toda a vez que estivermos sendo reativos emocionalmente, ou estivermos completamente
cegos, com nossa lucidez apagada, deveríamos criar o hábito de observar.

Perceber o que está ocorrendo, sem interferir ou segurar nada, apenas observar... Isto
poderia ser como um gatilho que seria acionado ao menor sinal de perturbação
emocional. Um gatilho que dispararia rajadas de atenção, de silêncio, de observação
passiva, e de amor ao que se é. Isto cria milagres, isto gera transformação...

Quanto a fragmentação da nossa atenção, eu pelo menos sou mestre nisso hehehe, para
perder o foco não basta muito...
Devemos entender e observar nossas divisões, onde nos dividimos e porque isso
acontece. A necessidade de ação constante só é financiada por uma mente astuta e
gananciosa de poder. Eu tenho sentido os benefícios da unificação através da meditação,
a clareza, o centro e as decisões sendo tomadas com a batida do martelo do
discernimento. Isso não tem preço. É a não-ação, tornando ações, mais conscientes.

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo
Rumando Para uma Confusão

As coisas estão muito melhor entre eu e minha esposa. Nossa comunicação é realmente
boa. Tudo é uma piada... mesmo nossas brigas!

Se você compreender, os conflitos desaparecem naturalmente, começam a desaparecer.


Ás vezes você se achará novamente nos padrões antigos, e então você irá rir. Se você
puder rir no meio de um conflito, este não está mais lá... já está morto.

A luta precisa de uma mente muito inconsciente. Se você for um pouco consciente, você
não pode brigar, porque a coisa toda parece ser absurda, destrutiva, não ajuda ninguém de
maneira nenhuma. E por ela você não está só destruindo o outro, você também está se
destruindo e você prossegue destruindo todas as possibilidades de um relacionamento
feliz, harmonioso. É muito fácil ficar com raiva e brigar, mas é muito difícil eliminar esse
veneno do sistema, porque isso cria veneno. Esse veneno persiste. Cada briga tem um
remanescente e o remanescente irá novamente gerar a mesma situação na qual você
começa a brigar novamente. Desse modo, luta gera luta; um conflito gera outro conflito.
Eles são muito reprodutivos. Eles não acreditam em nenhum controle da natalidade.

Consciência, atenção, não tem filhos. Ela é bastante em si mesma. Mas a inconsciência
gera muitos filhos. Assim basta lembrar mais e mais... apenas apanhe a si mesmo em
flagrante. E então não se sinta embaraçado, não se sinta envergonhado. Imediatamente
abandone isso aí mesmo. Mesmo que você esteja no meio de uma sentença, pare aí
mesmo e dê uma boa risada.

A risada é muito medicinal. Não existe nada como a risada... ela é muito terapêutica. Se
as pessoas puderem rir mais, o mundo certamente será melhor. E se as pessoas puderem
rir nas situações onde a risada não acontece facilmente, o mundo pode ser tremendamente
diferente...realmente um mundo muito feliz.

Então tente. Isso vai muito bem, mas permaneça alerta.

(Sua companheira diz): Estou apaixonada por outro homem, no Canadá, e estou num
conflito porque também me sinto muito apaixonada pelo meu marido.

Isso simplesmente quer dizer que você ainda quer que algum tipo de conflito e discórdia
continue. Isso pode não ser amor por outro homem; isso pode ser apenas amor pelo
conflito. Amamos os conflitos porque, com eles, nos sentimos poderosos.

Quando tudo está indo bem, a gente sente como se nada estivesse acontecendo. A gente
sente como se a vida fosse
vazia. Se a vida está realmente harmoniosa, nos sentimos vazios...nenhuma excitação,
nenhum pontapé, nenhuma emoção. Assim as pessoas dizem que elas gostariam de uma
vida bem pacífica, mas ninguém realmente deseja isso, do contrário, ninguém está
criando qualquer barreira. Assim eles prosseguem falando sobre isso e continuam
buscando por uma vida pacífica - e continuam criando perturbações. Então fique atenta,
cuidado. Se você ama seu marido, não há nenhuma necessidade de outro homem.

De fato, essa divisão mostra algo dividido em você. Quando alguém ama duas pessoas,
isso simplesmente mostra que em algum lugar existe uma divisão interior, você não é
uma. Daí a insistência que se você puder amar um isso irá ajudar, porque isso lhe tornará
uma.

Se você não puder amar seu marido totalmente, deixe-o Eu irei tirá-lo da sua vida - mas
então fique totalmente com o outro homem. Não há nada de errado nisso, mas fique com
um para que você possa ser uma, mm? Apenas pense - uma mulher amando muitas
pessoas torna-se fragmentária. Essa é a miséria da prostituta.

Encontrei muitas prostitutas, e a meu ver é que não é verdade que a sociedade as forçou -
existem alguns casos onde a sociedade as forçou - mas basicamente é a própria psique
delas. Elas têm tantas pessoas dentro delas. Não uma mulher, porém muitas mulheres,
uma multidão. E essa multidão não pode ser satisfeita por um homem. E se você não
pode ser satisfeita com um homem ou uma mulher, você não pode ficar satisfeita com
mil. Porque se é difícil estar em harmonia com um, dois irá ser mais difícil, e três irá ser
ainda mais difícil. Quanto mais, maior será a dificuldade de criar harmonia.

Portanto se você estiver realmente interessada em paz, harmonia, amor, então opte por
um...mesmo que seja difícil no início. É difícil por causa do hábito. Isso sempre dá um
bom sentimento de ter dois amantes porque assim você pode criar um conflito entre eles;
um triângulo é criado. A mulher fica tremendamente feliz. Ela pode estar vivendo na
miséria porque essas duas pessoas estão em constante conflito, mas ela se sente bem em
ser desejada por dois homens.

Isso não irá ajudar. Isso lhe dará uma excitação febril, mas essa febre vai ser destrutiva
para seu ser. Não vou sugerir isso. Então escolha. A decisão é boa porque lhe torna
decidida. Não se demore porque isso também é uma decisão... uma decisão de
permanecer indecisa. Escolha.

Se você acha que você deseja mais o outro homem, pense, pondere sobre isso. Mas se
você quiser ficar com seu marido, então deixe o outro homem. É como se você estivesse
fazendo amor com seu marido e o outro homem está sempre entre vocês. Isso irá
acontecer; vocês não sentirão qualquer privacidade. Ele estará segurando sua mão e
haverá uma terceira mão entre vocês e a intimidade não irá florescer. A gente precisa
decidir.

A vida é uma decisão continua de momento a momento. Você não pode ir por todos os
caminhos. Se você quer vir à Índia, você tem que deixar o Canadá. Se você quer viver no
Canadá, você precisa deixar a Índia. Você não pode viver em todos os lugares. Não
podemos nos espalhar por toda a terra. Iremos perder nosso ser totalmente. Temos que
permanecer centrados.
Portanto, não somente com o amor, sobre tudo, seja decisiva. Eu sei, eu compreendo que
isso é duro. Ás vezes é somente meio a meio. Parece difícil decidir, mas assim também, a
gente precisa decidir. Jogue uma moeda ou consulte o I Ching, mas decida. Permanecer
numa indecisão por muito tempo é muito perigoso. Isso lhe dá uma qualidade de ser
indecisa. E se a pessoa aprende esse truque, então a pessoa desperdiça toda sua vida.
Então nas pequenas coisas a pessoa começa a ficar indecisa também. A pessoa retarda,
retarda... hesita. E também se houver muito retardamento e hesitação, será muito difícil
dar o salto final para Deus, para o divino.

O amor é um aprendizado… a primeira lição da religião. Ela lhe ajuda a decidir. E se


você puder decidir, na própria decisão algo dentro de você se cristaliza. Você verá isso.
Senão você irá ficar bifurcado, você se tornará um esquizofrênico: uma parte indo nessa
direção e outra parte indo naquela direção. Uma casa dividida está sempre em
perigo. Pode cair a qualquer momento.

Então você decide. Não digo para você decidir pelo seu marido - não estou dizendo isso
-mas decida. Se você realmente quer ser feliz, seja decisiva. É preciso coragem para
decidir, quase a coragem de um jogador, mas a vida é assim, mm? Nada é barato na vida,
pelo menos não o amor. Ele exige. E essa é a beleza dele - que ele exige. Essa própria
exigência lhe dá uma sintonia, um espírito... integridade, individualidade.

E as coisas estão indo tão bem entre vocês dois. Basta ajudá-las... elas podem ficar ainda
melhor. Não há um limite para isso.

Osho, Extraído de: Be Realistic: Plan for a Miracle


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Não Julgueis
Do Livro: Sufis O Povo do Caminho, de Osho.

Hasan de Basra relata:

"Eu havia me convencido de que eu era um homem de humildade e mais do que humilde
em meus pensamentos e na minha conduta com os outros.

Então, um dia, parado à margem de um rio, vi um homem sentado. A seu lado havia uma
mulher e, na frente deles, um cantil de vinho.

Pensei: 'Se pelo menos eu pudesse transformar esse homem e fazê-lo como eu sou, em
lugar da criatura degenerada que ele é!'

Nesse momento, vi um barco no rio, começando a afundar. O homem imediatamente


atirou-se na água, onde sete pessoas se debatiam, e trouxe seis delas, salvas, para a
margem.
Depois, o homem veio a mim e disse:

'Hasan, se você é um homem melhor do que eu, em nome de Deus, salve aquele homem,
o último que resta'.

Descobri, então, que não podia nem salvar um homem, e ele se afogou.

E o homem me disse: 'Esta mulher aqui é minha mãe. Este cantil de vinho contém apenas
água. É assim que você julga, é assim que você é.'

Joguei-me aos seus pés e implorei: 'Assim como você salvou seis desses sete homens em
perigo, salve-me de me afogar no orgulho disfarçado de mérito!'

O estranho me disse: 'Rezo para que Deus realize seu objetivo'."

"Quem é realmente humilde nem cogita em sê-lo, não julga o outro, mas trabalha
verdadeiramente para seu aprimoramento." Iassan Pery

"Não é ocioso o que nada faz, mas é ocioso quem poderia empregar melhor o seu tempo."
(Sócrates)

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A partir de tudo o que as pessoas dizem sobre você, você reúne uma
certa imagem. Você jamais olha para dentro de si mesmo, para quem
você é. Esta imagem vai ser falsa, porque nenhuma outra pessoa pode
saber quem você é, e nenhuma outra pessoa pode dizer quem você é.
Sua realidade interior não está disponível para ninguém além de você.
Sua realidade interior é impenetrável para qualquer outra pessoa além
de você. Somente você pode estar lá.

No dia em que você percebe que sua identidade é falsa, ajuntada, que
você colecionou opiniões das pessoas... Algum dia simplesmente
pense; sente-se silenciosamente, e pense em quem você é. Muitas
idéias, surgirão. Apenas vá observando de onde elas vêm, e você será
capaz de encontrar a fonte. Algumas coisas vem de sua mãe - muito,
cerca de oitenta a noventa por cento. Alguma coisa vem do seu pai,
alguma coisa vem dos seus professores, alguma coisa vem dos seus
amigos, alguma coisa vem da soci! edade. Apenas observe: você será
capaz de divisar de onde ela vem. Nada vem de você, nem mesmo um
por cento vem de você. Que tipo de identidade é essa, para qual você
não contribuiu de jeito nenhum? E você é o único que poderia ter
contribuido, de fato, com todo o cem por cento.

No dia em que você compreende isso, a religião se torna importante.


No dia em que você percebe isto, você começa a buscar por alguma
técnica, por algum método para que você possa entrar dentro do seu
ser, para saber exatamente , realmente, existencialmente, quem você
é. Não mais colecionar imagens a partir do lado de fora, não mais pedir
aos outros para espelharem sua realidade, mas encará-la diretamente,
imediatamente; entrar na sua natureza, senti-la presente. Qual a
necessidade de perguntar a alguém? E a quem você está
perguntando? Eles são tão ignorantes a cerca de si mesmo quanto
você é acerca de si. Eles não conhecem a eles mesmos, como podem
conhecê-lo?

Apenas veja como as coisas estão funcionando, como as coisas


continuam funcionando, como as coisas continuam acontecendo: uma
falsidade conduz a outra falsidade. Você é quase sempre logrado,
enganado. Você foi trapaceado, e aqueles que o lograram podem ter
feito isso sem saber. Eles devem ter sido logrados por outros. Seu pai,
sua mãe, seus professores, foram enganados pelos outros - os pais
deles, as mães deles, os professores deles. E eles foram
sucessivamente logrados. Você vai fazer o mesmo. Num mundo
melhor, onde as pessoas sejam mais inteligentes, mais conscientes,
elas ensinarão à criança que a idéias da identidade é falsa: " É
necessária, nós a estamos lhe dando, mas é só por enquanto, antes de
você descobrir quem você é."

Não vai ser a sua realidade. E, quanto mais cedo você descobrir quem
você é, melhor. Quanto mais cedo você puder abandonar esta idéia,
melhor , porque a partir desse exato momento, você terá realmente
nascido, e será realmente verdadeiro, autêntico. Você se se tornará um
indivíduo.

As idéias que reunimos a partir do outro, nos dá uma personalidade, e


o conhecimento que adquirimos a partir de dentro de nós, nos dá a
individualidade. A personalidade é falsa, a individualidade é
verdadeira. A personalidade é emprestada; a realidade, a
individualidade, sua autenticidade, jamais pode ser emprestada.
Ninguém pode dizer quem você é.

Pelo menos uma coisa jamais pode ser feita por qualquer outra pessoa
além de você - e isso é: dar a você a resposta de quem você é. Não,
você tem de ir, tem de cavar fundo dentro do seu próprio ser. Camadas
e camadas de identidade, de falsa identidade, têm de ser quebradas.
Há medo quando se entra em si mesmo, porque, então, o caos entra.
De algum modo você já se acostumou com sua falsa identidade. Você
se acertou com ela. Você sabe que seu nome é esse ou aquele; você
tem certas credenciais, certificados, graduações, universidades,
colegas, prestígio, dinheiro, herança. Você tem certos meios para
definir a si mesmo. Tem uma certa definição - seja lá como isso
funcione, funciona. Ir para dentro significa abandonar esta definição
funcional... Haverá o caos.

Antes de você poder chegar ao seu centro, você terá de passar por um
estado caótico. Eis por que há medo. Ninguém quer ir para dentro. As
pessoas continuam ensinando: "Conhece-te a ti mesmo"; nós ouvimos,
mas jamais ouvimos. Nunca nos incomodamos com isto. Há uma idéia
muito certa na mente que o caos será liberado e você ficará perdido
nele, será engolfado nele. Por causa do medo do caos, nós vamos nos
agarrando a qualquer coisa do lado de fora.
Mas isto é desperdiçar a sua vida.

Osho
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O medo é o principal empecilho no amor, o medo na verdade nos afasta da realidade do


amor. E como nós estamos condicionados nesta sociedade moderna temerosa aí temos
problemas...

Há mais medo nas pessoas que amor, temos medo que roubem nosso carro, nossa casa,
nosso dinheiro...

Temos medo de ficar doente, de perder o emprego, de ficar sozinho...


Temos medo de não conseguir criar nossos filhos, e pensamos: "Eles terão chance em um
mercado de trabalho cada vez mais competitivo?"
Temos medo da violência, medo de sermos traídos, medo de não conseguirmos pagar
nossas contas, medo do retorno da inflação...

Somos tão temerosos que nossa vida acaba sendo ditada pelo medo e nós nem
percebemos e quando nos deparamos com alguém amoroso nos perguntamos: "Isso é
real? Isso não pode existir!"

Ter amor deveria ser normal, realizar cada pequeno ato com amor...
Desde escovar os dentes até fechar os olhos à noite antes da projeção... e fazer o melhor
que podemos com amor, sem as preocupações e tensões geradas pela vida moderna... O
medo nos impede de sermos nós mesmos.

Keep Rockin'!

Om Sattva!
Pablo

Medo - Amor - Orgasmo - Saúde

"Um profundo orgasmo sexual deixa o corpo à vontade. Uma saúde muito, muito
profunda acontece no corpo porque este se sente total".

Medo é escuridão. É ausência de amor. Você não pode fazer nada com ele, e quanto mais
você fizer, mais você ficará temeroso porque assim, mais você o achará impossível. O
problema se tornará cada vez mais complicado. Se você lutar com as trevas você será
derrotado. Você pode trazer uma espada e tentar matar a escuridão: você irá somente ficar
exausto. E, finalmente, a mente pensará: A escuridão é tão poderosa, eis porque fui
derrotado.

Aqui é onde a lógica erra. É absolutamente lógico que se você esteve lutando com as
trevas e você não pôde derrotá-la, não pôde destruí-la; então, é absolutamente lógico
chegar a conclusão que as trevas são muito poderosas. Sou impotente diante dela.
Contudo, a realidade é exatamente o oposto. Você não é impotente, as trevas é que são
impotentes.

Na verdade, as trevas não estão lá - eis porque você não pode derrotá-la. Como você pode
derrotar algo que não é?

Não lute com o medo senão você ficará cada vez mais medroso: e um novo medo
penetrará em seu ser, isto é: o medo do medo, o qual é muito perigoso. Em primeiro
lugar, medo é ausência e em segundo lugar, o medo do medo é o medo da ausência da
ausência. Dessa maneira você mergulha na loucura.

Você deu um passo errado. Medo não é nada senão ausência de amor. Faça alguma coisa
com o amor, esqueça do medo. Se você amar, o medo desaparece. Se você amar
profundamente, o medo não é mais encontrado.

Quando você estava apaixonado por alguém, mesmo por um único momento, havia
algum medo? Ele nunca foi encontrado em qualquer relacionamento - se mesmo por um
momento duas pessoas estão num profundo amor e um encontro acontece, eles estão
sintonizados um com o outro, nesse momento, o medo nunca foi encontrado. Exatamente
como se a luz estivesse acesa e a escuridão não fosse encontrada. Há uma chave secreta:
Ame mais.

Se você sentir que existe medo em seu ser - ame mais.

Seja corajoso no amor, tome coragem. Seja aventureiro no amor, ame mais, e ame
incondicionalmente, porque quanto mais você amar, menor será o medo.

E quando digo ame quero dizer todas as quatro camadas do amor: do sexo ao samadhi.
Ame profundamente. Se você amar profundamente num relacionamento sexual muito
medo irá desaparecer do corpo. Se seu corpo treme de medo, é o medo do sexo; você não
esteve numa relação sexual profunda. Seu corpo treme, seu corpo não está à vontade, em
casa.

Ame profundamente - um orgasmo sexual dispersará todo o medo que está no corpo.
Quando digo que dispersará todo medo não quero dizer com isso que você se tornará
valente porque pessoas valentes não são nada senão covardes de cabeça para baixo.
Quando digo que todo medo irá desaparecer quero dizer que não haverá nenhuma
covardia e nenhuma valentia. Estes são dois aspectos do medo.

Olhe para o seu bravo povo: você irá descobrir que bem no íntimo eles estão assustados,
eles criaram uma armadura em volta deles. Bravura não é destemor, é medo bem
protegido, bem defendido, blindado.

Quando o medo desaparece você fica destemido. E uma pessoa destemida é aquela que
nunca cria medo em ninguém, e que nunca permite que ninguém crie medo nela.

Um orgasmo sexual profundo deixa o corpo à vontade. Uma saúde muito, muito profunda
acontece ao corpo porque o corpo sente totalidade.

Portanto, o segundo passo é amor. Ame as pessoas - incondicionalmente. Se você tiver


algumas condições na mente
então você nunca será capaz de amar - essas condições se tornarão barreiras. Devido a
que o amor é benéfico a você pra que se incomodar com condições? È tão benéfico, um
bem-estar tão profundo que - ame incondicionalmente; não peça coisa alguma em troca.
Se você chegar a entender isso, apenas por amar as pessoas você cresce no destemor,
você amará! Pela pura alegria de amar!

Osho, Extraído de: Tao, The Three Treasures, Vol. 4, #2


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Nós como espiritualistas estamos tentando minimizar os efeitos de séculos de repressão
sobre nós mesmos. Mas mesmo quando achamos que não estamos reprimindo nada, que
somos livres me vem a seguinte pergunta "Será?". Se estivermos realizando algo, seja no
trabalho ou qualquer área de nossa e vida e este "algo" dispara nossa raiva, para onde ela
vai?
Se estivermos no transito e levarmos uma fechada, não podemos parar o carro e sair
fazendo catarse no meio da rua...
kekeke.
Então seguramos a onda e ... para onde foi a raiva? Ela se transformou? Ou continua
"encubada"? Nestas horas o intelecto age sobre as emoções e as "jogam" para debaixo do
tapete. Mas a raiva está lá... aguardando o próximo movimento. Então quando alguém
com quem temos intimidade nos fornece um gatilho que dispara nossa raiva, ela corre
como uma manada descontrolada ruma a vítima.
Nós manifestamos a raiva a todo vapor! Aliás, conhecemos bem o território.
O que eu proponho é que NADA deva ser esquecido ou camuflado pelo intelecto. Se está
ali, ali está!! Se pudermos resgatar estes momentos de maneira apropriada
conseqüentemente nossa raiva vai se exaurir... Vai ser transformada, vai ser vivida com
consciência até que ela não faça mais sentido!

Isso é justo, isso também é amor, por nós e por aqueles que nos são próximos. Aliás, os
que estão próximos agradecem...

Keep Rockin'!

Om Sattva!

Pablo

A Sociedade Nunca Lhe Ensina Ser Observador

Como o homem reprime tanto e se torna doente? Devido a que a sociedade lhe ensina a
controlar, não a transformar, e o caminho da transformação é totalmente diferente. Por
uma coisa, não é uma maneira de controlar de jeito nenhum, é exatamente o oposto.

Primeira coisa: controlando você reprime, na transformação você expressa.

Mas não há necessidade de expressar sobre outra pessoa porque a 'outra pessoa' é
irrelevante. Na próxima vez que você se sentir raivoso vá e corra ao redor da casa por
sete vezes, e depois disso sente-se sob uma árvore e veja para onde foi a raiva. Você não a
reprimiu, você não a controlou, você não a descarregou sobre outra pessoa - porque se
você descarregar em outra pessoa uma corrente é criada, porque o outro é tão tolo quanto
você, tão inconsciente quanto você. Se você lançar a raiva sobre outro, e se o outro for
uma pessoa iluminada, não haverá problemas; ele lhe ajudará a descarregar e a liberá-la e
a passar por uma catarse. Porém o outro é tão ignorante quanto você - se você lançar a
raiva sobre ele, ele irá reagir. Ele irá lançar mais raiva sobre você, ele é tão reprimido
quanto você. Assim uma corrente é criada: você lança sobre ele, ele lança sobre você e
ambos se tornam inimigos.

Não descarregue a raiva sobre ninguém. É o mesmo que quando você está com vontade
de vomitar: você não vai vomitar sobre outra pessoa. A raiva necessita um vômito. Você
vai ao banheiro e vomita! Isso limpa o corpo inteiro - se você reprimir o vômito será
perigoso, e quando você tiver vomitado irá se sentir refrescado, descarregado, aliviado,
bem, saudável. Alguma coisa errada com a comida que você ingeriu e o corpo a rejeitou.
Não a segure dentro.

Raiva é somente um vômito mental. Alguma coisa que você comeu deu errado e todo seu
ser psíquico deseja botar isso pra fora, mas não há necessidade de jogar isso sobre alguém
mais.

Devido a que as pessoas descarregam a raiva sobre os outros, a sociedade lhes diz para
controlá-la.
Não há necessidade de jogar a raiva sobre ninguém. Você pode ir até seu banheiro, você
pode ir para um longo passeio - isso significa que alguma coisa que está dentro precisa de
uma atividade rápida para ser liberada. Basta fazer um pouco de exercício e você irá se
sentir liberado, ou pegue um travesseiro e bata nele, lute com ele, e o morda até que suas
mãos e dentes fiquem relaxados. Durante cinco minutos de catarse você se sentirá
descarregado, e uma vez conhecido isso você nunca mais irá jogar a raiva sobre outra
pessoa, porque isso é absoluta tolice.

A primeira coisa na transformação é expressar a raiva, mas não sobre alguém, porque se
você expressá-la sobre alguém você não pode expressá-la totalmente. Você gostaria de
matar, mas isso não é possível; você gostaria de morder, mas isso não é possível. Mas
isso pode feito com um travesseiro. Um travesseiro significa 'já iluminado'; o travesseiro
é iluminado, um Buda. O travesseiro não irá reagir, e não irá para nenhuma corte, e o
travesseiro não irá trazer qualquer inimizade contra você, e ele não fará nada O
travesseiro estará feliz e irá sorrir para você.

A segunda coisa a lembrar: fique atento.

Controlando, nenhuma consciência é necessária; você simplesmente faz isso


mecanicamente, como um robô. A raiva chega e há um mecanismo - subitamente todo o
seu ser se torna apertado e fechado. Se você for observador, controle pode não ser tão
fácil.

A sociedade nunca lhe ensina a ser observador, porque quando alguém é observador, ele é
muito aberto. Isso é parte da consciência - A pessoa fica aberta, e se você deseja reprimir
algo e você é aberto, isso é contraditório, isso pode acontecer. A sociedade lhe ensina
como se fechar por dentro, como se enterrar dentro - não permite nem uma pequena
janela para que algo possa sair.

Mas lembre-se: quando nada sai, nada entra também. Quando a raiva não pode sair, você
está fechado. Se você toca numa linda pedra, você não sente nada, você olha para uma
flor, nada acontece: seus olhos estão mortos e fechados. Você beija uma pessoa - você não
sente nada, porque você está fechado. Você vive uma vida insensível.

Sensibilidade cresce com consciência.

Através do controle você se torna apático e morto - isso é parte do mecanismo de


controle: se você for apático e morto então nada irá lhe afetar, como se o corpo tivesse se
tornado uma fortaleza, uma defesa. Nada irá lhe afetar, nem o insulto nem o amor.

Mas esse controle tem um custo alto, um custo desnecessário; isso se torna todo o esforço
na vida: como controlar a si mesmo - e depois morrer! Todo o esforço de controlar toma
toda sua energia, e assim você simplesmente morre. E a vida se torna uma coisa sem
graça e morta; você a carrega de alguma maneira.
A sociedade lhe ensina controle e condenação, porque uma criança só irá controlar
quando ela sente que alguma coisa está condenada. Raiva é ruim, sexo é ruim, tudo que
precisa ser controlado tem que ser mostrado a criança como um pecado, tem que parecer
um mal.

O filho de Mulla Nasruddin estava crescendo. Ele tinha dez anos de idade e então Mulla
pensou: Agora, chegou a hora. Ele tem idade bastante e os segredos da vida precisam ser
revelados a ele. Assim ele o chamou em seu estúdio e lhe deu os segredos do sexo dos
pássaros e das abelhas. E então no final lhe disse, "Quando você perceber que seu irmão
mais moço tiver bastante idade, você conta tudo a ele também".

Após alguns minutos, quando ele estava passando pelo quarto das crianças, ele ouviu o
mais velho, o de dez anos de idade, já trabalhando. Ele estava dizendo ao mais jovem:
"Veja, você sabe o que as pessoas fazem quando eles querem ter um filho, um bebê?
Bem, Papai diz que os pássaros e as abelhas fazem a mesma maldita coisa".

Uma profunda condenação penetra em tudo que está vivo.

E sexo é a coisa mais viva - tem que ser! É a fonte. Raiva também é uma coisa muito
viva, porque é uma força protetora. Se uma criança não puder ficar raivosa, ela não será
capaz de sobreviver. Você precisa ficar raivoso em certos momentos. A criança precisa
mostrar seu próprio ser, a criança precisa ficar de pé em certos momentos sobre seus
próprios fundamentos; do contrário ela não terá firmeza.

Raiva é bela, sexo é belo. Contudo, coisas belas podem ficar feias. Isso depende de você.
Se você as condena, elas se tornam feias; se você as transforma, elas se tornam divinas.
Raiva transformada se torna compaixão - porque a energia é a mesma. Um Buda é
compassivo: de onde procede a compaixão dele? Essa é a mesma energia que estava se
movendo na raiva; agora não está mais se movendo na raiva, a mesma energia é
transformada em compaixão. De onde procede o amor? Um Buda é amoroso; um Jesus é
amor. A mesma energia que se move no sexo se torna amor.

Então se lembre, se você condena um fenômeno natural ele se torna venenoso, lhe
destrói, se torna destrutivo e suicida. Se você transformá-lo, ele se torna divino, se torna
uma força de Deus, se torna um elixir; através disso você alcança a imortalidade, um ser
imortal. Mas a transformação é necessária.

Osho, Extraído de: And the Flowers Showered, #3


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Uma vida equilibrada só pode ser experimentada se nós permitirmos experimentá-la com
equilíbrio. :o)

Conheço muitas pessoas que não conseguem "desligar" e se tornar receptivas após
atividades que envolvem muito o
raciocínio lógico. Eu mesmo penei um pouquinho para aprender isto...

A atividade deve ser usada a nosso favor e não contra nós, não adianta estarmos ativos
quando precisamos estar
receptivos e estarmos receptivos quando precisamos ser ativos.

Devemos ser flexíveis e oscilar de um ponto a outro sem tensão, geralmente confundimos
tensão com atividade e não
precisa ser assim. Quantas vezes estamos realizando determinadas atividades e notamos
nosso corpo tenso?
A energia não flui adequadamente em um corpo tenso, pelo contrário, são formados
"nódulos" de energia acumulada por tensões, que são responsáveis pelos mais diversos
males.

E se isto se torna um vício prejudicamos a qualidade de nossos trabalhos de energia. A


propósito, garanto que vez ou
outra acabamos por fazer um trabalho de energia sem o devido relaxamento, é só prestar
atenção para notar a nítida
diferença de qualidade entre uma postura relaxada e tensa durante o trabalho.

Uma postura mental/corporal adequada, aliada a um equilíbrio entre raciocínio e emoções


pode fazer milagres em nossas vidas.
E eles estão em nossas mãos é só ficar atento.

Om Sattva!

Pablo

Uma vida equilibrada deve ser

Voar Necessita de Duas Asas

Profissionais como eu fazem demasiado uso da nossa inteligência, tanto que tendemos
ver a vida somente através
do intelecto, e ainda negando todos os outros meios de fazer isso. Isso torna a vida
aborrecida e sem graça, e tira todo o seu brilho.

O problema real não é o uso demasiado da inteligência, mas a não utilização da emoção.
A emoção está completamente menosprezada em nossa civilização; assim o equilíbrio é
perdido e uma personalidade deformada se desenvolve. Se as emoções também fossem
usadas, então não haveria desequilíbrio.

Um equilíbrio da emoção e do intelecto precisa ser mantido na proporção adequada;


senão toda a personalidade fica doente. Isso é como utilizar somente uma perna. Você
pode continuar usando-a, mas você não chega a lugar algum; você simplesmente se
cansa. A outra perna precisa ser utilizada. Emoção e intelecto são como duas asas: quando
usamos somente uma asa o resultado será frustrante. Desse modo a alegria de usar ambas
as asas simultaneamente, em equilíbrio e harmonia, nunca é alcançada.

Não tenha receio de usar demasiadamente o intelecto. Somente quando a inteligência é


usada você atinge as profundezas; somente lá seu potencial e estimulado. Trabalho
intelectual não significa que sua inteligência está sendo usada. Trabalho intelectual é
meramente superficial; nenhuma profundidade é alcançada, nada é desafiado. Isso faz
surgir o tédio; isso cria trabalho que é sem satisfação. A satisfação sempre vem quando
sua individualidade é desafiada e você tem que provar a si mesmo e responder ao desafio.
Quando desafiadas, a inteligência ou a emoção ambas criam sua própria alegria.

Uma pessoa é esquizofrênica quando somente uma parte da sua personalidade está
trabalhando e a outra está morta. Assim até mesmo à parte que está trabalhando não irá
funcionar bem porque estará sobrecarregada. Personalidade é uma totalidade; não possui
nenhuma divisão. Realmente, toda a personalidade é uma energia harmoniosa. Quando a
energia é usada de uma maneira lógica ela se torna inteligência e quando não é usada
logicamente, porém emocionalmente, se torna o coração. Essas são duas coisas
separadas; é a mesma energia fluindo através de dois canais diferentes.

Quando não há coração, mas só intelecto, você não pode relaxar nunca. Relaxamento
significa que agora a mesma
energia dentro de você está trabalhando num canal diferente. Relaxamento nunca
significa nenhum trabalho, significa trabalho em outra dimensão. Então a dimensão que
está sobrecarregada relaxa.

Uma pessoa que persegue continuamente uma atividade intelectual, nunca relaxa. Ela não
desvia a energia dela para
outra dimensão, assim sua mente prossegue desnecessariamente trabalhando somente
numa direção. Isso gera tédio.
Pensamentos e mais pensamentos vem e vão; a energia é difundida, desperdiçada. Você
não pode desfrutá-la; pelo
contrário, você será desapontado e aborrecido com esse fardo desnecessário. Mas a
mente, ou o intelecto, não tem culpa. Porque uma dimensão alternativa não foi
providenciada, devido a que não existe outra porta aberta para isso, a energia se mantém
circulando dentro de você.

Energia nunca pode ser estagnada. Energia significa aquilo que não é estagnada, que está
sempre fluindo. Relaxamento não significa energia que está estagnada ou adormecida;
cientificamente, relaxamento significa que agora a energia está fluindo através de outro
canal. De outra dimensão - ela entrou em outro quarto.
Mas mesmo assim o quarto pode ser diferente, se não for exatamente o oposto do quarto
que você estava antes, a mente não irá relaxar. Por exemplo, se você trabalha sobre um
problema cientifico, então você pode relaxar lendo uma novela. O trabalho é diferente:
lídar com um problema cientifico é estar ativo - um modo bem masculino - onde ler uma
novela é ser passivo, que é um modo absolutamente feminino. Embora você esteja
usando a mesma mente você estará relaxado, porque é o pólo oposto da mente que está
sendo utilizado. Você não está solucionando coisa alguma, você não está ativo; você é só
um receptor, recebendo algo. A dimensão é a mesma a menos que a emoção, o pólo
oposto, esteja sendo usada.

Do mesmo modo, quando amamos, o intelecto não participa da brincadeira de maneira


alguma. Exatamente o oposto acontece: a parte irracional da sua personalidade entra em
ação. Inteligência tem que ser equilibrada pelo amor e o amor tem que ser equilibrado
pela inteligência. Geralmente, esse equilíbrio não é encontrado em lugar nenhum.

Se alguém está apaixonado e começa a negligenciar todas as atividades intelectuais, isso


também irá gerar tédio. Até mesmo o amor se torna uma tensão se ele for ativo por vinte
e quatro horas. Uma vez perdido o desafio, o prazer também estará perdido. A brincadeira
estará perdida e se tornará apenas trabalho. A mesma coisa acontece com um intelectual
que negligencia o lado emocional de seu ser.

Essas duas partes, esses dois pólos, precisam estar em equilíbrio, só então nasce um ser
humano individualizado e
integrado".

Osho, Extraído de: The Great Challenge


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Pois é... a gente vive criando desculpas para justificar a nossa irresponsabilidade perante
a vida. Se não é o Carma é
Deus que quis assim, as pessoas são ruins, o mundo é ruim e por fim nós sempre nos
esquivamos da responsabilidade.Quanto tempo ainda ficaremos buscando responsáveis
pelas sementes que plantamos?

Quando pisam no nosso calo, o problema foi de quem pisou ou eu deveria ter cuidado de
uma ferida que ainda está aberta e que eu insisto em não ver?

Por quanto tempo ainda vamos choramingar perguntando "Por que?"


Já passou da hora de tomarmos as rédeas de nossas vidas e sermos responsáveis por ela, e
sermos responsáveis por nossa felicidade.

Temos acesso a muita informação legal, temos a rica oportunidade de viver um caminho
espiritual aqui e agora, mas
perdemos muito tempo ainda perguntando "por que?"

Não é o outro que nos magoa e nos fere, é a nossa cegueira consciencial que nos faz cair
e nos machucar, pois não nos deixa ver que o outro é apenas um espelho refletindo nós
mesmos.
Não é o Carma que é nosso algoz é a nossa irresponsabilidade que nos condena.
Não é Deus que nos abandona, somos nós que nos abandonamos quando perdemos o
discernimento sobre nossas vidas.
Não é a vida que nos limita, é a tirania de uma mente agitada que nos governa.

Om Sattva!

Pablo

Você É Responsável

A mente ordinária sempre lança a responsabilidade em outro alguém. É sempre o outro


que está lhe fazendo sofrer.
Sua esposa está lhe causando sofrimento, seu marido está lhe fazendo sofrer, seus pais
estão lhe fazendo sofrer, seus
filhos estão lhe fazendo sofrer, ou o sistema financeiro da sociedade, capitalismo,
comunismo, fascismo, a ideologia
política prevalente, a estrutura social, ou o destino, carma, Deus... você nomeia!

As pessoas têm milhões de maneiras de se esquivar da responsabilidade. Mas no


momento que você diz que outra
pessoa - X,Y,Z - está lhe causando sofrimento, assim você não pode fazer nada para
mudar isso. O que você pode fazer? Quando a sociedade muda e o comunismo chega e há
um mundo sem classes, então todos serão felizes. Antes disso, não é possível. Como é
que você pode ser feliz numa sociedade pobre? E como você pode ser feliz numa
sociedade que é dominada pelos capitalistas? Como você pode ser feliz com uma
sociedade que é burocrática? Como você pode ser feliz com uma sociedade que não lhe
permite liberdade?

Desculpas e mais desculpas - desculpas apenas evitam um insight que "Sou responsável
por mim mesmo. Ninguém mais é responsável por mim; é absolutamente e totalmente
minha responsabilidade. O que quer que eu seja, sou minha própria criação". Esse é o
significado do sutra.

Conduza toda a culpa para um.

E esse um é você.

Uma vez que esse insight se estabelece:

Sou responsável por minha vida - por todo meu sofrimento, pela minha dor, por tudo que
aconteceu comigo e está
acontecendo a mim - Eu escolhi esse caminho; essas são as sementes que eu semeei e
agora estou colhendo a safra; sou responsável - uma vez que esse insight se torna um
entendimento natural em você, então tudo mais é simples.
Assim a vida começa a dar uma nova reviravolta. Começa a se mover numa nova
dimensão. Essa dimensão é conversão, revolução, mutação - porque uma vez que sei que
sou responsável, também sei que posso abandonar isso a qualquer momento que decida
fazê-lo. Ninguém pode me impedir de abandonar isso.

Pode alguém lhe impedir abandonar sua miséria, de transformar sua miséria em
felicidade? Ninguém. Mesmo que você esteja na prisão, acorrentado, preso, ninguém
pode prender VOCÊ; sua alma ainda permanece livre. É claro, você fica numa situação
muito limitada, mas mesmo nessa situação limitada você pode cantar uma canção. Você
pode ou derramar lágrimas de desamparo ou pode cantar uma canção. Mesmo com
correntes em seus pés você pode dançar; então até mesmo o som das correntes terá uma
melodia nela.

Próximo sutra: Seja grato a todos.

Atisha é realmente muito científico. Primeiro ele diz: Tome toda a responsabilidade sobre
si mesmo. Segundamente ele diz: Seja grato a todos. Agora que ninguém mais é
responsável pela sua miséria exceto você - se a miséria é toda seu próprio fazer, então o
que resta?

Seja agradecido com todos.

Porque todo mundo está criando um espaço para você ser transformado - mesmo aqueles
que acham que estão lhe
obstruindo, mesmo aqueles que você pensa que são seus inimigos. Seus amigos, seus
inimigos, boas e más pessoas,
circunstancias favoráveis, circunstancias desfavoráveis - tudo isso junto está criando o
contexto no qual você pode ser transformado e tornar-se um Buddha. Seja agradecido a
todos - àqueles que lhe ajudaram, àqueles que lhe obstruíram, àqueles que foram
indiferentes. Seja grato a todos, porque todos juntos estão criando o contexto no qual
Buddhas nascem, no qual você pode se tornar um Buddha.

Osho, Extraído de: Book of Wisdom, Chapter 5


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Somente Médicos Saudáveis Podem Curar

Médico, cura a ti mesmo: assim você curará também seu paciente. Deixe que a melhor
cura-ajuda dele seja para que
ele veja com seus próprios olhos aquele que torna a si mesmo saudável. (Zarathustra)

Esse é um grande conselho para aqueles que querem que a consciência humana alcance
seu mais alto pico possível. A primeira coisa é: "Médico, cura a ti mesmo". Você deve
ficar completamente livre de todas as superstições, de todos os passados mortos sem
sentido, você deve ser renovado a cada instante. Isso será sua saúde. E isso ajudará as
pessoas: vendo vocês, vendo sua conscientização, vendo seu amor, vendo sua compaixão,
vendo sua alegria será a prova de que os outros estão errados e eles precisam mudar. Não
é uma questão de discutir; é uma questão de apresentar sua vida na nova luz, para que
aqueles que estão na escuridão possam ver que estão na escuridão e que essa é a causa da
miséria e da doença deles. Existem milhares de caminhos que ainda nunca foram
trilhados, mil formas de saúde e ilhas de vida escondidas. Aqui é onde qualquer um que
tenha inteligência irá se apaixonar por Zaratustra. Ele é tão diferente dos outros
professores de religião.

Mahavira diz, "Tenho dito a última palavra; agora não há mais nada a ser descoberto.
Tudo que podia ser descoberto sobre a consciência humana, eu descobri. Não haverá um
décimo quinto Tirthankara". Gautama Buda diz a mesma coisa. Maomé diz, "Existiram
profetas antes de mim, mas não haverá nenhum profeta depois de mim, porque eu trouxe
todo o conhecimento; agora nada mais está oculto".

Zaratustra tem uma abordagem bem diferente, bem humilde. Existem milhares de
caminhos que ainda não foram trilhados, milhares de formas de saúde e de ilhas ocultas
da vida. O homem e a terra do homem ainda não foram esgotados e explorados.

Ele não quer ser a última palavra. Pelo contrário, ele quer ser o princípio e deixa tudo
aberto. "Continue mudando à
medida que você chega a novos espaços. Você não tem que estar em concordância
comigo, porque há milhares de caminhos que nunca foram trilhados e há milhares de
ilhas na terra e no íntimo do homem que ainda não foram descobertas. Então não fiquem
apegados a mim - movam-se!"

Ele está dizendo, "Eu lhe ensino movimento. Não lhe dou uma doutrina fixa; Apenas
dou-lhe um ímpeto, um incentivo, um desafio". Um verdadeiro mestre é sempre um
desafio: desafio por novas descobertas, desafio por novos espaços desconhecidos, desafio
pelas estrelas longínquas. Ele simplesmente lhe dá coragem. Ele lhe ajuda a ficar nas asas
e deixa todo o céu aberto para você.

Observem e escutem, seus solitários! Do futuro chegam ventos com uma furtiva batida de
asas; e boas novas vão para os ouvidos delicados. Vocês solitários de hoje, vocês que se
separaram da sociedade... Tenham cuidado com essas palavras: Vocês solitários de hoje,
vocês que abandonaram a sociedade, vocês um dia serão um povo: de vocês, que
escolheram a si próprios, surgirá o povo escolhido - e desse povo escolhido, o super-
homem.

É uma pena que isso ainda não tenha acontecido. Ainda… Vocês estão solitários hoje;
meu nome para solitários é sannyasins. Vocês ainda são poucos. Vinte e cinco séculos se
passaram, mas as palavras de Zaratustra soam como se tivessem sido faladas hoje.

Vocês solitários de hoje, vocês que se separaram da sociedade, um dia vocês serão um
povo. Vinte e cinco séculos atrás ele tinha esperança - e isso ainda é uma esperança.
Ainda estou esperando que vocês não permanecerão poucos. Eu até mesmo comecei a
chamar-lhes "meu povo".
De vocês, que escolheram a si próprios, surgirá um povo escolhido - e desse povo
escolhido, o super-homem. Verdadeiramente, a terra ainda se tornará à casa da cura! E um
novo aroma já paira sobre ela, um aroma que traz saúde - e uma nova esperança! Posso
simplesmente repetir as palavras dele, porque elas são tão verdadeiras hoje como foram
vinte e cinco séculos atrás. Isso é muito entristecedor; é uma pena, mas talvez ele tenha
vindo cedo demais, à frente de seu tempo. Todo gênio chega cedo, mas Zaratustra parece
ter vindo cedo demais.

Talvez agora seja o tempo para que possamos fazer desta terra o templo da cura - não
somente do corpo, mas também da alma, um lugar sagrado onde todos sejam íntegros,
não divididos, não esquizofrênicos. Isso é ainda muito pouco, mas está presente nos
corações de muitas pessoas inteligentes e corajosas. Um anseio por uma vida maior, por
uma vida mais elevada, por uma vida melhor já surgiu. Talvez a primavera esteja muito
próxima. Talvez tenhamos chegado na hora certa.

Um aroma que traz saúde - e uma nova esperança! Queremos que essa esperança se torne
uma realidade; ela permaneceu uma esperança por tempo demais. É hora do sonho ser
realizado e se não pudermos realizar esse sonho, então não existe futuro para a
humanidade.

Isso me dá grande esperança, porque a multidão enlouquecida chegou a beira de um


suicídio global. E agora haverá somente duas alternativas: transformar você num novo
homem, o super-homem, ou preparar para desaparecer dessa terra. E não acho que o
homem deseje morrer. Não acho que as árvores queiram morrer ou os pássaros ou os
animais. Não acho que a vida queira cometer suicídio.

Dessa forma, muito provavelmente, ela escolherá transformar a si mesma e dar


nascimento ao super-homem, e abandonar toda essa arranjo que os políticos ao redor do
mundo estão preparando para vocês, para cometer suicídio. Agora as forças da vida e as
forças da morte estão se confrontando uma à outra. As forças da vida são frágeis, como
um aroma no ar. E as forças da morte são muito fortes.

Entretanto, a morte não pode vencer a vida. O ódio não pode vencer o amor. O feio não
pode vencer o bonito.

Osho, Extraído de: Zarathustra: A God That Can Dance, #18


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OSHO FALA SOBRE PORQUE, ÀS VEZES, NADA PARECE ACONTECER COM A


MEDITAÇÃO.

Muitas pessoas parecem estar interessadas em meditação mas esse interesse não pode ser
muito profundo porque tão poucas são transformadas através dela. Se o interesse for
realmente profundo, ela se torna um fogo por si mesmo. Ela o transforma. Apenas através
do intenso interesse, você começa a se tornar diferente. Um novo centro de ser aflora.
Tantas pessoas parecem estar interessadas mas nada de novo surge nelas, não nasce
nenhum centro, nenhuma cristalização é obtida. Elas permanecem as mesmas.

Isso significa que elas estão se enganando. O engano é muito sutil mas obrigatoriamente
está aí. Se você continua tomando remédio, fazendo tratamento e a doença permanece a
mesma - e bem ao contrário, continua aumentando - então, o seu remédio, o seu
tratamento tem de ser falso. Talvez lá no fundo você não queira ser transformado. Esse
medo é muito real - o medo da transformação. Então, na superfície, você continua
achando que está profundamente interessado mas, no fundo, continua se enganando.

O medo da transformação é exatamente como o medo da morte. É uma morte porque o


velho terá que ir embora e o novo terá de vir. Você não estará mais aí, alguma coisa
totalmente desconhecida de você nascerá a partir de você. A
menos que esteja pronto para morrer, o seu interesse na meditação é falso porque somente
aqueles que estão prontos para morrer irão renascer. O novo não pode ser uma
continuidade com o velho. O velho tem de ser descontinuado.
O velho tem de ir embora. Somente então o novo pode vir a ser. O novo não é um
crescimento a partir do velho, o novo não é contínuo com ele - o novo é totalmente novo.
E ele vem apenas quando o velho morre. Existe uma brecha
entre o velho e o novo - esta brecha lhe dá medo. Você está com medo. Você quer ser
transformado mas, ao mesmo tempo, quer permanecer o velho. Esse é o engano. Você
quer crescer mas você quer permanecer sendo você. Assim o
crescimento é impossível; assim você pode apenas se enganar; assim você pode continuar
pensando e sonhando que alguma coisa está acontecendo mas nada vai acontecer porque
o ponto básico se perdeu.

Então existem muitas pessoas em todo o mundo que estão muito interessadas em
meditação, moksha, nirvana, e nada está acontecendo. Existe tanto barulho sobre isso mas
nada real está acontecendo. Qual é o problema?

Às vezes a mente é tão esperta que, porque você não quer ser transformado, a mente cria
um interesse superficial para que você possa dizer para si mesmo, "Você está interessado,
você está fazendo tudo que pode ser feito." E você
permanece o mesmo. E se nada acontece, você acha que a técnica que está usando é
errada, o guru que está seguindo está errado, a escritura, o princípio, o método, está
errado. Você nunca acha que, mesmo com o método errado, a transformação é possível se
existir interesse real; mesmo com um método errado, você será transformado. Se estiver
realmente interessado em transformação, você se tornará diferente mesmo se estiver
seguindo um guru errado. Se a sua alma e o seu coração estiverem no seu esforço,
ninguém pode desorientá-lo exceto você mesmo. E nada é uma barreira para o seu
progresso exceto os seus próprios enganos.

Quando digo que mesmo um mestre errado, um método errado, um princípio errado,
podem levá-lo ao real, quero dizer que a transformação de verdade acontece quando você
está intensamente envolvido nela, não através de
qualquer método. O método é apenas um artifício, o método é apenas uma ajuda, o
método é secundário - o seu ser envolvido nele é a coisa fundamental. Mas você continua
a fazer alguma coisa - nem mesmo fazendo, continua a falar sobre fazer. E as palavras
criam uma ilusão: porque você pensa tanto a respeito disso, lê tanto sobre isso, escuta
tanto sobre isso que começa a sentir que está fazendo algo. As assim chamadas pessoas
religiosas desenvolveram tantos artifícios enganosos.

Ouvi falar que um motorista, dirigindo por uma estrada, viu o prédio de uma escola em
chamas. O professor desta pequena escola naquela cidadezinha era Mulla Nasrudin. Ele
estava sentado embaixo de uma árvore. O motorista o
chamou, "O que você está fazendo aí? A escola está pegando fogo!" Mulla Nasrudin
disse, "Eu sei disso." O motorista ficou muito agitado. Ele disse, "Então por que você
não está fazendo nada?" Mulla Nasrudin disse, "Desde que começou tenho rezado para
chover. Estou fazendo algo."

A oração é um truque para evitar a meditação e a assim chamada mente religiosa


desenvolveu muitos tipos de oração. A oração também pode se tornar meditação - quando
não é apenas uma oração, quando é um profundo esforço, um profundo envolvimento. A
oração também pode se tornar meditação, mas a oração comum é apenas uma fuga. Para
evitar a meditação, as pessoas continuam orando. Elas oram para evitar fazer qualquer
coisa. Oração
significa que Deus deve fazer alguma coisa. Alguém mais tem de fazer. Oração significa
que somos passivos - algo deve ser feito para nós. Meditação não é oração nesse sentido:
meditação é algo que você faz para si mesmo. E quando você é transformado, todo o
universo se comporta de maneira diferente para você porque o universo não é nada mais
do que uma resposta para você, seja lá o que você for. Se você estiver silencioso, todo o
universo responde ao seu silêncio de milhares e milhares de maneiras. Ele o reflete. O seu
silêncio é multiplicado infinitamente. Se você estiver esfuziante, todo o universo reflete a
sua felicidade. Se estiver em miséria, o mesmo acontece. A matemática é a mesma, a lei
permanece a mesma: o universo continua multiplicando a sua miséria. A oração não vai
funcionar. Somente a meditação pode ajudar porque a meditação é algo a ser feito
autenticamente por você, é um fazer da sua parte.

Então a primeira coisa que eu gostaria de lhe dizer é para você estar constantemente
alerta de que não esteja se iludindo. Você pode estar fazendo algo e ainda assim se
iludindo.

Ouvi dizer que, certa vez, Mulla Nasrudin veio correndo a uma agência de correio, pegou
o carteiro pela lapela, chacoalhou-o e disse: "Estou doido. Minha esposa desapareceu!" O
carteiro sentiu muito e disse, "Realmente? Ela
desapareceu? Infelizmente isso é um departamento dos correios - você tem de ir à polícia
para informar o desaparecimento dela." Mulla Nasrudin sacudiu a cabeça negativamente
e disse, "Não vão me pegar novamente. Antes, a minha esposa também desapareceu e
quando informei à polícia, eles a encontraram.
Não vão me pegar de novo. Se você puder fazer o relatório, faça-o, do contrário, estou
indo embora."
Ele quer informar para se sentir bem, para sentir que fez o que poderia ter sido feito. Mas
ele não quer informar a polícia porque tem medo.

Você continua a fazer coisas apenas para se sentir bem, apenas para sentir que está
fazendo algo. Mas na verdade, você não está pronto para ser transformado. Assim, tudo o
que você faz apenas se passa como atividade inútil - não apenas inútil, danosa também,
porque é uma perda de tempo, energia e oportunidade. Estas técnicas de meditação são
apenas para aqueles que estão prontos para fazer. Você pode ponderar a respeito delas
filosoficamente - isso não quer dizer nada. Mas se você estiver realmente pronto para
fazer, então alguma coisa começará a acontecer a você. Elas são métodos vivos, não
doutrinas mortas. O seu intelecto não é necessário; a totalidade do seu ser é necessária. Se
você estiver pronto para dar uma chance, qualquer método funcionará. Você se tornará
um novo homem.

Os métodos são artifícios. Repetirei de novo. Se você estiver pronto, então qualquer
método pode funcionar. Eles são apenas truques para ajudá-lo a dar o salto, eles são
apenas trampolins. Você pode pular no oceano a partir de
qualquer trampolim. Os trampolins são insignificantes: que cores eles têm, de que
madeira são feitos, isso é insignificante. Eles são apenas trampolins e você pode pular a
partir deles. Todos estes métodos são trampolins. Seja
qual for o método de sua preferência, não fique pensando sobre ele, faça-o!

As dificuldades surgirão quando começar a fazer alguma coisa - se você não fizer nada,
não haverá dificuldade. Pensar é muito fácil de fazer porque você não está viajando de
verdade, mas quando começa a fazer algo, as
dificuldades surgem. Assim, se você vir que as dificuldades estão surgindo, pode sentir
que está na trilha certa - algo está acontecendo a você. Então, antigas barreiras irão se
quebrar, hábitos antigos se vão, haverá mudança, haverá perturbação e caos. Toda a
criatividade vem a partir do caos. Você será criado novamente somente se tudo o que
você for se tornar caótico.
Então, estes métodos o destruirão primeiro, somente então um novo ser será criado. Se
existirem dificuldades, sinta-se afortunado - isso mostra crescimento. Nenhum
crescimento é macio... e o crescimento espiritual não pode ser macio, essa não é a sua
natureza. Porque crescimento espiritual quer dizer crescer para cima, crescimento
espiritual quer dizer alcançar o desconhecido, alcançar o não mapeado. Dificuldades
existirão. Mas lembre-se de que com cada dificuldade passada, você é cristalizado. Você
se torna mais sólido. Você se torna mais real. Pela primeira vez, sentirá alguma coisa
centrando em você, alguma coisa se tornando sólida.

Como você é agora, você é apenas um fenômeno líquido, mudando a cada momento,
nada estável. Realmente você não pode proclamar nenhum "eu" - você não tem um. Você
é muitos "eus" apenas num fluxo, um fluxo como o de um rio. Você é uma multidão, não
um indivíduo ainda. Mas a meditação pode torná-lo um indivíduo. Essa palavra,
"indivíduo," é bela: ela significa indivisível. Agora como você é, você é dividido. Você é
apenas muitos fragmentos reunidos de alguma forma, sem nenhum centro presente aí,
sem qualquer mestre na casa, somente os serventes. E, por um momento, qualquer
servente pode se tornar o mestre.

Você é diferente a cada momento porque você não é - e, a menos que você seja, o divino
não pode acontecer a você. A quem ele vai acontecer? Você não está aí. As pessoas vêm a
mim e dizem: "Gostaríamos de ver Deus." Eu pergunto a elas, "Quem vai ver? Você não
está aí. Deus está sempre aí mas você não está aí para ver. É apenas um pensamento
fugidio de que você quer ver Deus." No momento seguinte, elas não estão interessadas;
no momento
seguinte, elas se esqueceram de tudo sobre isso. Um esforço intenso e persistente e um
anseio são necessários. Então qualquer método vai funcionar

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Um texto bem interessante, o diálogo proposto entre Jesus e Buda é cômico, acredito que
ele se referencia ao arquétipo que foi construído de Jesus, pois acredito que Jesus era um
pouquinho diferente.

Só um ponto a considerar, sobre os "meus sannyasins", eu discordo pois vai de encontro


ao que o próprio Rajneesh era contra e eu também sou, que é a relação mestre discípulo
de esquemas iniciáticos que, em muitos casos, só engrandecem o ego do mestre que se vê
cercado de discípulos e do discípulo que se acha especial pois foi aceito pelo mestre. Os
esquemas iniciáticos, e tudo mais já tiveram sua utilidade na história humana e foram
nescessários em sua época isto sem dúvida, eu devo ter sido um discípulo bem mala...
kekeke

Agora os tempos são outros e quem pode ser mestre maior que a própria existência? Ou
ainda não resolvemos uma carência patriarcal de ter um objeto ou alguém para seguir?
Todos os grandes mestres sabem que eles não são importantes, e o que realmente importa
é a percepção individual da luz interior dentro de nós que é a mesma em tudo e todos que
nos cercam..., bom me desviei e isso não vem ao caso agora, mas já foi... kekekeke.

Voltando...como seria legal se o amor fosse meditação e a meditação fosse amor,


fundidos e unidos plenamente para a elevação da percepção da consciência humana.

Om Sattva!

Pablo

MEDITAÇÃO E AMOR

"Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e


mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses
opostos não são apenas polares, são também
complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro.

Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser
colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da
oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da
arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros.

Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a
arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de
se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a
inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o
ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto,
inspiração e expiração formam uma respiração completa.

Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua
respiração estará completa,
inteira, total.

Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem
religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões
meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de
devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no
amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião
de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor.
Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese
pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não
há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como
permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta
dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por
isso, essas são religiões atéias.

Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas
budistas e jainistas,
eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias?
Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era
inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para
alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela
temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão
de temer a Deus não existe.

No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em
Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia
soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que
existiam religiões que tinha como base a meditação.

E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das
outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É
apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao
mesmo tempo, verdadeiras.

Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu
saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a
minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos.
Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela.

Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que
é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si.
Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda
começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria
apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu?
Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é
essa? Fale do Eu Supremo!'

Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado,


precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria
comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a
ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda
poderia entender.
Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia
compreender.

Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por
muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os
meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem
meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que
podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua
celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais
difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos.

E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e
Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e
morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é
a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades.
Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao
novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis
para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte
deles.
Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio
para se conhecer o que é
o sagrado. Não há outro meio"

OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto


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Eu achei este 1. discurso do Rajneesh de 1964, que é justamente de sua época áurea, e é
simplesmente demais!!!

Nós nunca somos receptivos e aceitamos as palavras que chegam até nós. Sempre
acabamos por qualificar, julgar ou
interpretar, sem deixar que as palavras sejam simplesmente. Sentir as palavras é difícil,
pois se tentamos sentir, até onde estamos corretos e até onde estamos sendo induzidos por
nossas gelecas emocionais? Até onde "alguém quis dizer algo" e até onde "aquilo é
realmente aquilo"? Se formos receptivos e abertos a resposta aparece...

Este convite a meditação e a uma nova postura humana é muito legal, pois retira o peso
de nossas costas, torna nossa vida mais leve, mais receptiva e sem julgamentos
desnecessários.

Neste texto, também há duas dicas de meditações simples e fáceis, então é só por a mão
na massa.
Prestem atenção também ao convite a projeção que é feito no final do texto, um belo
convite ao "sono sem sonho".

Om Sattva!

Pablo

O Caminho da Auto-Realização

Este discurso é um marco na obra do Osho, pois foi quando ele pela primeira vez teve
suas palavras gravadas e
depois publicadas. Este discurso tornou-se o primeiro capítulo do primeiro livro
publicado do Osho. Trata-se da
palestra introdutória ao Campo de Meditação de Ranakpur que ele conduziu em junho de
1964. O livro, originalmente publicado em hindi com o título Path to Self-Realization, foi
recentemente traduzido para o inglês como título The Perfect Way (O Caminho Perfeito).

"Almas conscientes,

Antes de tudo, por favor, aceitem o meu amor. Essa é a única coisa com a qual eu posso
dar-lhes as boas vindas
ao isolamento e reclusão destas montanhas. Na verdade, eu nada mais tenho a dar a
vocês. Eu quero compartilhar com vocês o infinito amor que a proximidade com o divino
criou em mim. Eu quero distribuí-lo. E a maravilha disso é que quanto mais eu
compartilho esse amor, mais ele cresce! Talvez a verdadeira riqueza seja aquela que
aumenta com a distribuição. A riqueza que diminui quando é compartilhada, não é
verdadeira riqueza, de modo algum.Vocês então aceitam o meu amor?
Eu vejo aceitação em seus olhos e eu vejo também que seus olhos se tornaram repletos de
amor em reciprocidade.
Amor invoca amor e ódio invoca ódio. Tudo aquilo que nós damos retorna para nós. Essa
é uma lei eterna. Assim, tudo aquilo que você deseja receber, é aquilo que você deve dar
ao mundo. Você não pode receber flores em retribuição a espinhos.

Eu vejo flores de amor e paz desabrochando em seus olhos. Eu estou em profunda


gratidão por isso, agora, nós
não somos muitos aqui: o amor nos junta e faz com que muitos se tornem um. Corpos
físicos estão separados e continuarão separados, mas existe alguma coisa por trás dos
corpos que se encontra no amor, que se torna um através do amor. Só depois dessa
unidade, de nos tornarmos um, é que alguma coisa pode ser dita e compreendida. A
comunicação só é possível no amor.

Nós nos reunimos nesse lugar isolado para que eu possa dizer algo a vocês e vocês
possam me ouvir. Esse dizer
e esse ouvir não são possíveis sem uma corrente de amor. As portas do coração somente
se abrem para o amor. E lembre-se de que somente quando alguém ouve com o coração, e
não com a cabeça, é que o ouvir acontece. Você pode me perguntar, 'o coração também
ouve?' e eu lhe direi que sempre que o ouvir acontece, é sempre através do coração. A
cabeça nunca ouviu qualquer coisa. A cabeça é uma pedra surda. E isso também é
verdadeiro quanto ao falar. Somente quando as palavras vêm do coração, elas são cheias
de significado. Somente quando as palavras vêm do coração, elas têm a fragrância das
flores frescas; se não for assim, elas serão apenas envelhecidas e murchas, elas serão
artificiais - flores plásticas.

Eu vou derramar o meu coração em vocês, e se os corações de vocês permitirem-me


entrar, haverá um encontro e
uma comunicação. E então, naquele momento de encontro, aquilo que as palavras são
incapazes de expressar, será comunicado. Muitas coisas não ditas serão ouvidas dessa
maneira - aquilo que não pode ser colocado em palavras, aquilo que fica entrelinhas,
também será comunicado. Palavras são indicações muito impotentes, mas se ouvidas em
paz total da mente e em silêncio, elas se tornam potentes. Isso é o que eu chamo de ouvir
com o coração.

Mas, geralmente, mesmo quando ouvimos alguém, nós permanecemos cheios de nossos
próprios pensamentos. Esse é o 'falso ouvir'. Então você não é um shravak, um ouvinte.
Você está apenas sob a ilusão de que você está ouvindo, mas de fato você não está. Para
'ouvir corretamente', é necessário que a mente esteja em estado de observação,
completamente silenciosa. Quando você está apenas ouvindo e nada mais está fazendo,
somente então você será capaz de ouvir e compreender, e essa compreensão se tornará luz
e transformação dentro de você. Se assim não acontecer, então você não está ouvindo a
quem quer que seja, mas apenas a si mesmo, você permanece cercado por um tumulto
enfurecido dentro de você. E quando você está envolvido dessa maneira nada pode ser
comunicado a você. Então você parece estar vendo, mas não está; você parece estar
ouvindo, mas não está.

Cristo disse: 'aqueles que têm olhos para ver, que vejam. Aqueles que têm ouvidos para
ouvir, que ouçam.' Estava
ele dizendo que as pessoas não tinham olhos nem ouvidos? É claro que elas tinham olhos
e ouvidos, mas a mera presença de olhos e ouvidos, não é suficiente para ver e ouvir.
Algo mais é necessário e sem isso a existência ou não existência de olhos e ouvidos dá no
mesmo. Aquele algo mais é o silêncio interior e a consciência observadora. Somente
quando essas qualidades estão presentes é que as portas da mente se abrem e algo pode
ser dito e ouvido.

Eu espero que vocês me ouçam dessa maneira durante o período deste campo de
meditação. Uma vez que vocês tenham aprendido isso, isso se tornará sua companheira
por toda a vida. Isso será o suficiente para livrá-lo de preocupações triviais.Você poderá
se despertar para o grande universo misterioso externo e você poderá experienciar a
eterna e infinita luz de consciência escondida por trás do tumulto de sua mente.

Ver corretamente e ouvir corretamente não são meras necessidades para este campo de
meditação, são, na verdade,
os pilares para todo um viver corretamente. Da mesma maneira que tudo é claramente
refletido através de um lago totalmente calmo, sem ondas, também é verdade que o
divino será refletido em você quando você se tornar calmo e quieto como o lago. Eu
estou vendo um grande silêncio crescendo em vocês. Os seus olhos - a sede pela vida que
eu vejo em vocês - estão me convidando a dizer aquilo que eu quero dizer. Eles estão me
apressando a revelar as verdades que eu tenho visto e que mexeram com minha alma,
porque os seus corações estão ansiosos e impacientes por compreendê-las.Vendo o quanto
vocês estão desejosos e prontos, meu coração está também pronto para se derramar em
vocês.

Nessa paz que nos circunda, com o estado cheio de paz de suas mentes, eu certamente
serei capaz de dizer o que quero dizer para todos vocês. Se eu tivesse encontrado ouvidos
surdos diante de mim, eu iria me segurar. A luz não permanece do lado de fora quando ela
encontra as portas de sua casa fechadas? Da mesma forma eu fico parado do lado de fora
de muitas casas. Mas é um bom sinal as suas portas estarem abertas. É um bom começo.

Amanhã de manhã começaremos a nossa jornada de experimento de meditação por cinco


dias. Como suporte para
isso, eu gostaria de dizer algumas poucas coisas para vocês. Para a meditação, para a
percepção da verdade, o solo de suas mentes tem que estar preparado da mesma maneira
que uma pessoa precisa preparar o solo para cultivar flores. Assim eu gostaria que vocês
compreendessem alguns sutras, alguns pontos chaves.

O primeiro sutra é: viva no presente. Durante os dias do Campo não se deixem levar pelo
fluxo mecânico de seus
pensamentos a respeito do passado e do futuro. É por causa disso que o momento vivo, o
momento que realmente existe, é desperdiçado e se perde desnecessariamente. Nem o
passado nem o futuro existem. Um é apenas a memória, o outro é apenas imaginação.
Somente o presente é o momento vivo e verdadeiro.
E se é para se conhecer a verdade, ela só pode ser conhecida se estivermos no presente.

Durante esses dias de meditação, mantenham-se conscientemente livres do passado e do


futuro. Aceite que eles não existem. Somente o momento em suas mãos, o momento em
que você está, existe. Você tem que viver nele, e vivê-lo
totalmente.

Esta noite durma tão profundo como se todo o seu passado tivesse sido deixado de lado.
Morra para o passado. E
de manhã, acorde como um novo homem numa nova manhã. Não deixe que acorde
aquele mesmo que foi para a cama. Deixe que aquele tenha um bom sono. Deixe que no
lugar dele acorde o que está sempre novo e sempre revigorado.

Mantenha continuamente em sua lembrança por todo o tempo esse viver no presente, e
fique alerta para que aquele
pensamento mecânico a respeito do passado e do futuro nem volte de novo. Para isso, é
suficiente permanecer atento. Se você permanecer atento, ele não vai se desencadear. A
consciência destrói o hábito.

O segundo sutra é: viva naturalmente. Todo o comportamento do homem é artificial e


formal. Nós sempre nos
mantemos encobertos por um falso manto e por causa dessa coberta nós gradualmente
esquecemos nossa própria realidade. Você tem que deixar cair essa pele falsa e jogá-la
fora. Nós nos reunimos aqui, não para encenar um drama, mas para nos conhecermos,
para compreendermos a nós mesmos. Da mesma forma que os atores de uma peça
removem seus trajes e maquiagem e colocam-nos de lado após a apresentação, nestes
cinco dias, você tem que remover suas falsas máscaras e jogá-las fora.
Deixe que aquilo que é original e natural em você venha à tona e viva nisso. A meditação
somente cresce numa vida
simples e natural.
Durante esses dias de meditação, saiba que você não tem que manter nenhuma posição,
você não é especial, você não
tem qualquer status. Jogue fora todas essas máscaras. Você é simplesmente você, um ser
humano comum, sem nome, sem status, sem classe, sem família, sem casta -
simplesmente uma pessoa sem nome, um indivíduo muito comum. Você tem que viver
desse jeito. E lembre-se que essa é também a nossa verdadeira realidade.

O terceiro sutra é: viva só. A vida de meditação nasce em completa solidão, quando a
pessoa está totalmente só. Mas geralmente o homem nunca está só. Ele está sempre
cercado pelos outros. E quando ele não está no meio da multidão externa, ele está em
uma multidão interna. Essa multidão tem que ser dispersada.

Não permita que a multidão se reúna dentro de você.


E quanto ao lado de fora, viva por si próprio como se você estivesse sozinho neste
Campo. Você não tem que manter
relacionamentos com ninguém mais. No meio desses incontáveis relacionamentos vocês
se esqueceram de vocês mesmos. Todos esses relacionamentos - nos quais vocês são
amigos ou inimigos de alguém, pai ou filho, esposa ou marido - absorveram vocês de tal
maneira que vocês são incapazes de conhecer a si mesmos em suas próprias
individualidades.
Alguma vez vocês já tentaram imaginar o que vocês são, fora de todos esses seus
relacionamentos? Alguma vez
vocês já se livraram das vestimentas desses relacionamentos e viram a si mesmos sem
elas? Distancie vocês mesmos de todos esses relacionamentos e vejam que vocês não são
filhos de seus pais e mães, não são os maridos de suas esposas, nem o pai de suas
crianças, nem o amigo de seus amigos, nem o inimigo de seus inimigos - e o que sobra é
o seu verdadeiro ser. Aquela entidade remanescente é o que você é em si mesmo. Durante
esses dias você tem que viver sozinho nesse ser.

Seguindo esses sutras, a sua mente chegará a um estado, o qual é uma necessidade
absoluta para a compreensão da paz e da verdade. Ao lado desses três sutras, eu quero
explicar a vocês os dois tipos de meditação que nós
começaremos a fazer a partir de amanhã de manhã.

A primeira meditação é para a manhã. Durante essa meditação você deverá manter sua
coluna espinhal ereta,
fechar os seus olhos e manter o seu pescoço reto. Seus lábios devem estar fechados e sua
língua deve tocar o céu da boca. Respire devagar, mas profundamente. Mantenha a sua
atenção próxima do umbigo. Mantenha-se alerta quanto ao tremor que você sentir no
umbigo devido à respiração. Isso é tudo o que vocês têm que fazer. Esse experimento
acalma a mente e esvazia os pensamentos completamente. A partir desse vazio a pessoa
finalmente entra dentro de si mesma.

A segunda meditação é para a noite. Estenda seu corpo no chão confortavelmente e deixe
todos os seus membros
se relaxarem completamente. Feche seus olhos e por cerca de dois minutos sugira a você
mesmo que o corpo está relaxando. Gradualmente o corpo se tornará relaxado. Então, por
dois minutos sugira que sua respiração está se tornando quieta e sua respiração se tornará
quieta. Finalmente por outros dois minutos, sugira que seus pensamentos estão parando.
Essa sugestão firme o levará a um completo relaxamento, tranqüilidade e vazio. Quando
a mente se tornar completamente calma, esteja completamente acordado em seu ser
interior e seja uma testemunha dessa paz. Esse testemunhar levará você ao seu ser.

Vocês devem fazer essas duas meditações. Na verdade elas são estratagemas artificiais e
vocês não devem se agarrar a elas. Com ajuda delas, a inquietação das mentes se
dissolve. E da mesma forma que não mais precisamos da escada ao completarmos a
subida, um dia nós também iremos deixar esses estratagemas. A meditação atinge a
perfeição no dia em que ela se torna desnecessária. Esse estado é o verdadeiro samadhi,
iluminação.
Agora a noite já está avançada e o céu está coberto de estrelas. As árvores e os vales já
foram dormir. Nós também vamos dormir agora. Como tudo isso é quieto e silencioso!
Nós também vamos nos fundir nesse silêncio. Num sono profundo, num sono sem
sonhos, nós vamos para o lugar onde o divino habita. Esse é o samadhi espontâneo, não-
consciente que a natureza deu para nós. Através da meditação, nós também alcançamos
esse mesmo espaço, mas com a meditação nós permanecemos conscientes e alertas. Essa
é a única diferença. E essa é realmente uma grande diferença. Numa situação nós vamos
dormir e na outra nós nos tornaremos acordados.

Vamos agora dormir com a esperança de que o despertar também se tornará possível.
Quando a esperança é
acompanhada por determinação e empenho, ela certamente se realiza. É possível que a
existência nos guie ao longo do caminho. Essa é a minha única prece."

OSHO - The Perfect Way


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O perdão está intimamente ligado a compaixão. Mas é muito difícil não julgar e deixar
apenas o amor e a compaixão tocar o outro. Se não podemos perdoar certas atitudes é
porque nosso perdão não é grande o suficiente. Se o nosso perdão ainda não é suficiente
nosso amor também é ainda inconsciente pois ainda não compreendemos a simples
ignorância do outro. Tudo é uma questão simples, uma matemática simples, mais amor e
menos ignorância.

Nossos julgamentos estão cheios de emoções e moralismos infundados. Eu sei que dizer
isso para quem perdeu a família vítima da violência é difícil, mas não seria mais fácil
mostrar que é melhor carregar um coração leve e cheio de amor do que uma vida inteira
pesada e carregada pelo peso do ódio? Em menor e maior escala não somos todos
ignorantes? Não estamos dia a dia aprendendo que a ignorância é o único inferno possível
para todos nós? Não subtemos quem amamos a verdadeiras inquisições para satisfazer
certos caprichos emocionais?
Não torturamos emocionalmente os que estão próximos quando a nossa ignorância parece
ser a única "sabedoria" conhecida?

É difícil, mas é simples, nós ainda somos barbáros, mais estamos crescendo a cada dia e
cada dia, é uma nova
oportunidade de amar melhor e de perdoar melhor.

Om Sattva!

Pablo

Perdão

Você poderia dizer algo sobre o perdão?


É uma das coisas mais fundamentais para entender. As pessoas geralmente pensam que o
perdão é para aqueles que são dignos disso, que o merecem. Mas se alguém o merece, é
digno de perdão, isso não é muito um perdão. Você não está fazendo nada de sua parte,
ele o merece. Você não está sendo amoroso e compassivo. Seu perdão só será autêntico
quando até mesmo aqueles que não merecem, o recebem.

Não se trata de se a pessoa merece ou não. A questão é se seu coração está preparado ou
não.

Recordo-me de uma mística das mais significantes, Rabiya al-Adabiya, uma mulher Sufi
que era conhecida pelo seu
comportamento muito excêntrico. Porém, em todo seu comportamento excêntrico havia
um grande insight. Uma vez,
outro místico Sufi Hasan esteve com Rabiya. Devido a que ele ia ficar com Rabiya, ele
não trouxe seu sagrado Corão, que ele costumava ler toda manhã como parte da
disciplina dele. Ele pensou que podia emprestar o sagrado Corão de Rabiya, assim ele
não havia trazido sua própria cópia com ele.

Pela manhã ele pediu a Rabiya e ela lhe deu a cópia dela. Ele não podia acreditar no que
via. Quando ele abriu o Corão ele viu algo que nenhum Maometano podia acreditar: em
muitas partes Rabiya o tinha corrigido. Isso é o maior pecado para os Maometanos, o
Corão é a palavra de Deus segundo eles. Como você pode alterá-lo?Como é que você
pode até mesmo pensar que pode melhorá-lo? Ela não apenas o mudou, ela simplesmente
eliminou algumas palavras, algumas linhas - as removeu.

Hasan disse a ela, "Rabiya, alguém destruiu seu Corão!" Rabiya disse, "Não seja
estúpido, ninguém toca em meu Corão. O que você está olhando fui eu que fiz". Hasan
disse, "Mas como é que você pode fazer uma coisa dessas?" Ela disse, "Eu tinha que
fazê-lo, não havia outro jeito. Por exemplo, veja aqui: o Corão diz, "Quando você
encontrar o diabo, odeie-o". Desde que me tornei desperta não posso encontrar nenhum
ódio dentro de mim. Mesmo se o diabo ficar diante de mim só posso banhá-lo com meu
amor, porque não tenho mais nada para dar. Não importa se é Deus ou o diabo que está
diante de mim; ambos irão receber o mesmo amor. Tudo que tenho é amor; ódio
desapareceu. No momento em que o ódio desapareceu de mim eu tinha que efetuar
mudanças no meu livro do sagrado Corão. Se você não o mudou isso simplesmente
significa que você ainda não chegou no espaço onde só o amor permanece.

Eu vou lhe dizer, as pessoas que não merecem, as pessoas que não são dignas, não faz
nenhuma diferença para o homem que chegou no espaço do perdão. Ele irá perdoar, sem
considerar quem o merece. Ele não pode ser tão mesquinho que só os dignos devem
recebê-lo. E onde ele irá encontrar a implacabilidade? Essa é uma perspectiva totalmente
diferente. Não está relacionado com o outro. Quem é você para julgar se o outro é digno
ou indigno? O próprio julgamento é feio e medíocre.

Sei que Rudolph Hess certamente é um dos maiores criminosos. E o crime dele se torna
um milhão de vezes maior, porque no julgamento de Nuremburg com os outros
companheiros de Adolf Hitler - que matou quase oito milhões de pessoas na segunda
guerra mundial - ele disse diante da corte, "Não me arrependo de nada!" Não apenas isso,
ele também disse, "E se eu pudesse começar do princípio, eu faria o mesmo novamente".
É muito natural achar que esse homem não merece perdão; esse será o entendimento
comum. Todos irão concordar com você.

Mas não posso concordar com você. Não importa o que Rudolph Hess tenha feito, o que
ele está dizendo. O que importa é que você é capaz de perdoar até mesmo ele. Isso irá
elevar sua consciência as alturas. Se você não puder perdoar Rudolph Hess você irá
permanecer apenas um ser humano comum, com todo tipo de julgamento de
merecimento, de não merecimento. Mas basicamente você não pode perdoá-lo porque seu
perdão não é suficientemente grande.

Posso perdoar o mundo inteiro pelo simples motivo de que meu perdão é absoluto; não
depende de julgamento. Vou lhe contar uma pequena história Tibetana que irá tornar o
ponto absolutamente claro para você.

Um antigo grande mestre, adorado por milhões de pessoas, recusou-se a iniciar qualquer
um como discípulo. Toda sua vida, consistentemente, reis lhe pediram, pessoas ricas lhe
pediram, grandes ascetas lhe pediram, santos, para serem iniciados como seus discípulos,
e ele continuou recusando. Ele sempre dizia, "A menos que encontre um homem que o
mereça, a menos que encontre um homem digno disso... Não vou iniciar nenhum Tom,
Dick, Harry".

Ele tinha um jovem que costumava cozinhar para ele, lavar suas roupas, comprar vegetais
no mercado. O próprio garoto lentamente envelheceu, e por toda sua vida ele escutou o
velho homem, que tinha vivido quase cem anos, e sempre com a negação, sem exceção:
ninguém é digno! "Eu vou morrer", ele disse, "sem iniciar ninguém, mas não irei iniciar
ninguém que seja indigno".

As pessoas ficaram cansadas, frustradas. Elas amavam o homem, ele tinha qualidades
imensas, mas não podiam entender sua atitude muito teimosa - sem nenhuma ternura,
nenhuma compaixão.

Mas uma manhã, o velho acordou seu companheiro, que já tinha envelhecido, e lhe disse,
"Corra imediatamente morro abaixo até o mercado e diga a todos que quem quiser ser
iniciado deve vir logo, porque nesse entardecer, quando o sol se pôr eu vou morrer". Seu
companheiro disse, "Mas e quanto ao merecimento? Não sei quem é digno e quem é
indigno. A quem devo trazer?"

O velho homem disse, "Não se preocupe com isso. Era apenas uma tática, porque eu
mesmo não era digno de iniciar ninguém, mas era contra minha dignidade dizer isso.
Então escolhi outro modo. Estava dizendo, 'A menos que encontre alguém bastante digno,
bastante merecedor, eu não irei iniciar'. A verdade é, eu não era digno de ser um mestre.
Agora sou, mas o tempo é muito curto. Somente nessa manhã quando o sol estava
surgindo, minha própria consciência também chegou ao pico supremo. Agora estou
pronto. Agora não importa quem é digno e quem é indigno. O importante agora é que eu
sou digno. Vá e traga qualquer um! Vá e avise a toda a vila que esse é o último dia da
minha vida e qualquer um que queira ser iniciado deve vir imediatamente. Traga tantos
quanto possível".

O companheiro do velho homem ficou perplexo, mas não havia tempo para argüir. Ele
desceu o morro correndo, chegou ao mercado e gritou por toda a vila, "Qualquer um que
queira ser um discípulo, o velho homem agora está pronto!"

As pessoas não podiam acreditar nisso. Mas por curiosidade alguns pensaram, "Não há
nenhum problema pelo menos para ver o que está acontecendo". O homem havia
recusado por toda sua vida e no último dia da sua vida, uma mudança tão grande de
repente. A esposa de alguém tinha falecido e ele estava se sentindo muito só, então ele
pensou, "Isso é bom. Se ele vai iniciar todo mundo, sem nenhuma questão de
merecimento...".
Alguém havia sido libertado da prisão na noite anterior; ele pensou, "Ninguém vai me dar
emprego; isso é uma boa
oportunidade de virar um santo".

Todo tipo de pessoas estranhas foram para a caverna do velho homem, e seu companheiro
ficou tão embaraçado pelo tipo de pessoas que ele tinha trazido: Um é criminoso, a
esposa de outro havia falecido, é por isso que ele pensa, "Assim é melhor...agora, fazer o
que mais? Alguém tinha ido a falência e estava pensando em cometer suicídio; agora
pensa que isso é melhor que o suicídio. Alguns tinham vindo por curiosidade. Eles não
tinham nenhum outro trabalho; eles estavam tocando jazz e pensaram, "Podemos tocar
jazz amanhã, mas hoje não há nenhum problema, vamos ver o que é essa iniciação. De
qualquer maneira, esse homem vai morrer ao entardecer assim estaremos livres para
permanecermos discípulos ou não. Podemos tocar jazz amanhã - não há nenhum
problema".

O companheiro do velho homem estava se sentindo muito embaraçado, "Como irei


apresentar essa gente estranha quando esse velho homem recusou reis, santos, sábios, que
tinham vindo com profunda seriedade para ser iniciados? E agora ele vai iniciar esse
bando!" Ele estava até mesmo envergonhado, mas ele entrou e perguntou, "Devo chamar
as pessoas? -onze deles estão aí".

O velho homem disse, "Chame-os rápido, porque já entardeceu. Você demorou muito
tempo e só pode trazer onze pessoas? "Seu companheiro disse, "O que posso fazer? É um
dia de trabalho; não é um feriado. Só consegui esses. Todos são absolutamente inúteis;
mesmo eu não poderia iniciá-los. Não apenas que eles não sejam dignos - eles são
absolutamente indignos. Porém você insistiu em trazer alguém; ninguém mais estava
disponível".

O velho homem disse, "Não há nenhum problema. Traga-os para dentro". E ele os iniciou
a todos. Mesmo eles estavam chocados. E disseram para o velho homem, "Esse é um
comportamento estranho. Toda sua vida você insistiu que a gente precisa merecer ser um
discípulo. O que aconteceu com o seu principio?"
O velho homem sorriu. Ele disse, "Isso não era um principio, era apenas para esconder
minha própria indignidade. Eu ainda não estava preparado para ser um mestre. E não
posso trapacear ninguém, não posso enganar ninguém; daí eu ter me ocultado atrás de
uma atitude julgadora, que a menos que vocês mereçam, não conseguirão a iniciação".

Obviamente ninguém é digno.

Todo mundo tem seus próprios defeitos, fraquezas; todos fizeram coisas que nunca
quiseram fazer. Todo mundo se desviou. Ninguém pode dizer que é absolutamente puro;
todos estão poluídos. Assim quando o velho homem insistiu, "A menos que você seja
digno não volte para mim", ninguém discutiu com ele; ele estava certo. Primeiro eles
tinham que ser merecedores!

No último dia, ele disse para aqueles onze discípulos, "Eu os abençoou e inicio vocês.
Não importa se vocês são merecedores ou não, mas pela primeira vez sou digno. E se sou
realmente digno, basta minha presença para purificar vocês. Meu mérito de ser um mestre
irá tornar vocês discípulos dignos. Agora não preciso depender do merecimento de vocês.
Meu mérito é suficiente.

"Sou como uma nuvem carregada de chuva; irei banhar todo o lugar - sobre as
montanhas, nas ruas, nas casas, nas
fazendas, nos jardins. Irei banhar todo lugar, porque estou sobrecarregado demais com
minha água de chuva. Não importa se o jardim merece... Não faço qualquer distinção
entre o jardim e as pedras. Irei simplesmente chover a partir da minha abundância".

Se sua Meditação lhe traz para um estado de nuvem de chuva, você irá perdoar sem
nenhum julgamento a partir da sua abundância, do seu amor, da sua compaixão.

De fato, gostaria de declarar que o homem que é indigno merece mais do que aquele que
é digno. O homem que não
merece, merece mais, porque ele é tão pobre; não seja duro com ele. A vida tem sido
difícil para com ele. Ele se perdeu; ele tem sofrido por causa de seus atos errados. Agora
não seja duro com ele. Ele precisa de mais amor do que aqueles que são merecedores; ele
precisa de mais perdão do que aqueles que são dignos. Essa deve ser a única abordagem
de um coração religioso.

Essa questão foi trazida perante Gautama Buda, porque ele ia iniciar um assassino no
sannyas - e o assassino não era um assassino comum. Rudolph Hess não é nada
comparado a ele. Seu nome era Angulimal. Angulimal significa um homem que usa um
colar de dedos humanos.

Ele fez a promessa de que mataria mil pessoas; de cada pessoa ele retiraria um dedo para
que ele pudesse lembrar quantos ele havia matado e ele fará um colar de todos esses
dedos. No seu colar de dedos ele já tinha novecentos e noventa e nove dedos - só um
estava faltando. E esse um estava faltando devido a que sua estrada estava fechada;
ninguém passava por esse caminho. Gautama Buda, porém, entrou naquela estrada
fechada. O rei tinha colocado guardas na estrada para impedir as pessoas, particularmente
estrangeiros que não sabiam que um homem perigoso vivia por trás dos montes. Os
guardas contaram a Gautama Buda, "Essa não é uma estrada para ser usada. Você terá que
tomar um caminho mais longo, mas é melhor ir um pouco mais longe do que penetrar na
boca da própria morte. Esse é o lugar onde Angulimal vive. Até mesmo o rei não tinha
coragem de andar por essa estrada. Esse homem
é simplesmente louco.

"A mãe dele costumava chegar até ele. Ela era a única pessoa que podia ir, de vez em
quando, vê-lo, mas até mesmo ela deixou de ir. A última vez que ela foi lá ele disse a ela,
'Agora só está faltando um dedo e apenas porque você é minha mãe... quero lhe avisar
que se você vier outra vez você não voltará mais. Preciso desesperadamente de um dedo.
Até agora não lhe matei porque outras pessoas estavam disponíveis, mas agora ninguém
mais passa por essa estrada exceto você. Então quero que você saiba que da próxima vez,
se você vir, será sua responsabilidade, não minha'. Desde àquela hora a mãe dele não veio
mais".

Os guardas disseram a Buda, "Não corra desnecessariamente o risco". E vocês sabem o


que Buda disse a eles? "Se eu não for então quem irá? Só duas coisas são possíveis: Ou
eu conseguirei mudá-lo, e não posso perder esse desafio; ou irei provê-lo com mais um
dedo para que o desejo dele seja realizado. De qualquer maneira irei morrer algum dia.
Dar minha cabeça para Angulimal será pelo menos de alguma utilidade; do contrário um
dia irei morrer e vocês me colocarão na pira funerária. Acho que assim é melhor para
realizar o desejo de alguém e lhe dar paz mental. Ou ele irá me matar ou irei matá-lo, mas
esse encontro irá acontecer; vocês apenas mostrem o caminho".

As pessoas que seguiam Gautama Buda, seus companheiros íntimos que estavam sempre
competindo para estar mais próximo dele, começaram a se afastar. Logo havia milhas de
distância entre Gautama Buda e seus discípulos. Todos eles queriam ver o que acontecia,
mas não queriam estar muito perto.

Angulimal estava sentado sobre sua rocha observando. Ele não podia acreditar em seus
olhos. Um homem muito bonito de um carisma tão imenso estava vindo em sua direção.
Quem seria este homem? Ele nunca tinha ouvido falar de Gautama Buda, Mas mesmo
esse coração duro de Angulimal começou a sentir uma certa ternura para com esse
homem. Ele parecia tão belo, vindo na direção dele. Era manhã cedo... Uma brisa fresca,
e o sol estava surgindo... E os pássaros estavam cantando e as flores se abriam; e Buda
estava chegando cada vez mais perto.

Finalmente Angulimal, com sua espada desembainhada em suas mãos, gritou, "Pare!"
Gautama Buda estava a alguns metros de distância, e Angulimal disse, "Não dê outro
passo porque então a responsabilidade não será minha. Talvez você não saiba quem sou!".

Buda disse,"Você sabe quem você é?".


Angulimal disse, "Isso não tem importância. Esse não é o lugar nem a hora para discutir
tais coisas. Sua vida está em
perigo!".

Buda disse, "Penso de outra maneira - sua vida é que está em perigo".

Esse homem disse, "Eu costumava pensar que era louco - você é simplesmente louco. E
você continua chegando mais perto. Assim não diga que matei um homem inocente. Você
parece tão inocente e tão bonito que quero que você volte. Encontrarei outra pessoa.
Posso esperar; não há nenhuma pressa. Se já consegui novecentos e noventa e nove... é
somente mais um, mas não me force a matá-lo".

Buda disse, "Você está absolutamente cego. Você não pode ver uma simples coisa: Eu
não estou me movendo na sua direção, você está se movendo na minha direção".

Angulimal disse, "Isso é pura maluquice! Qualquer um pode ver que você está vindo e eu
estou parado sobre minha rocha. Não me movi nem uma polegada".

Buda disse, "Bobagem! A verdade é, desde o dia que me tornei iluminado não me movi
mais nem uma simples polegada. Estou centrado, totalmente centrado, nenhum
movimento. E sua mente está continuamente se movendo em círculos... e você tem a
coragem de me mandar parar. Pare você! Eu já parei muito tempo atrás".

Angulimal disse, "Parece que você é impossível, você é incurável. Você está fadado a ser
morto. Irei sentir muito,
mas que posso fazer? Nunca tinha visto um homem tão doido".

Buda chegou muito perto, e as mãos de Angulimal estavam tremendo. O homem era tão
belo, tão inocente, tão infantil. Ele já estava apaixonado. Ele matou tanta gente... Ele
nunca tinha sentido essa fraqueza; ele nunca tinha conhecido o que é amor. Pela primeira
vez ele estava cheio de amor. Assim havia uma contradição: a mão estava segurando uma
espada para matar a pessoa, e seu coração estava dizendo, "Ponha a espada de volta na
bainha".

Buda disse, "Estou pronto, mas porque suas mãos estão tremendo? - você é um grande
guerreiro, até mesmo os reis
temem você, e sou apenas um pobre mendigo. Exceto a tigela de esmolas, não tenho mais
nada. Você pode me matar, e me sentirei imensamente satisfeito de que pelo menos minha
morte realiza o desejo de alguém; minha vida tem sido útil, minha morte também tem
sido útil. Mas antes que você corte minha cabeça tenho um pequeno desejo, e acho que
você me concederá um pequeno desejo antes de me matar".

Diante da morte até mesmo o maior inimigo tem boa vontade de realizar qualquer desejo.

Angulimal disse, "O que você deseja?"


Buda disse, "Quero que você apenas corte da árvore um galho que esteja cheio de flores.
Nunca mais verei essas flores novamente; quero ver essas flores bem de perto, sentir a
fragrância delas e sua beleza nessa manhã ensolarada, a glória delas".

Então Angulimal cortou com sua espada todo um galho cheio de flores. E antes que ele
pudesse dá-lo a Buda, Buda
disse, "Isso era somente metade do desejo; a outra metade é, por favor, ponha o galho de
volta na árvore".

Angulimal disse, "Eu achava desde o começo que você era maluco. Agora este é o desejo
mais louco. Como é que posso colocar esse galho de volta?"

Buda disse, "Se você não pode criar, você não tem o direito de destruir. Se você não pode
dar vida você não tem o direito de dar morte para nenhuma coisa viva".

Um momento de silêncio e um momento de transformação... A espada caiu de suas mãos.


Angulimal jogou-se aos pés de Gautama Buda e disse, "Não sei quem você é, mas quem
quer que seja, leve-me para o mesmo espaço onde você se encontra, me inicie".

Nesse momento os seguidores de Gautama Buda chegaram cada vez mais perto. Vendo
que agora Buda estava de pé na frente de Angulimal, não havia nenhum problema,
nenhum receio, embora ele precisasse só de um dedo. Eles ficaram ao redor e quando ele
caiu aos pés de Buda eles imediatamente se aproximaram. Alguém levantou a questão,
"Não inicie esse homem, ele é um assassino. E ele não é um assassino qualquer; ele
assassinou novecentos e noventa e nove pessoas, todos inocentes, todos estrangeiros. Eles
não fizeram nada de errado a ele. Ele nunca os tinha visto antes!"

Buda disse novamente, "Se eu não iniciá-lo, quem irá fazê-lo? E amo esse homem, amo
sua coragem. E posso ver tremendas possibilidades nele: um simples homem lutando
contra o mundo inteiro. Quero esse tipo de pessoa, que pode enfrentar o mundo inteiro
com uma espada; agora ele irá enfrentar o mundo com uma consciência que é muito mais
afiada do que qualquer espada. Eu lhes disse que um assassinato estava para acontecer,
mas não tinha certeza de quem iria ser assassinado - Ou eu iria ser assassinado, ou
Angulimal. Agora vocês podem ver que Angulimal foi morto. E quem sou eu para
julgar?"

Ele iniciou Angulimal.

A questão não é se alguém merece ou não. A questão é se você possui a consciência, a


abundância de amor - assim o perdão irá surgir dele espontaneamente. Isso não é um
cálculo, isso não é aritmética.

Vida é amor, e viver uma vida de amor é a única vida religiosa, a única vida de oração,
paz, a única vida de gratidão, grandeza, esplendor.
Osho, Extraído de: The Great Pilgrimage: From Here to Here, chapter 24
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