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A CLÍNICA PSICOMOTORA A
SERVIÇO DA HIPERATIVIDADE:
Relatos & Observações
Fortaleza - Ceará
Dezembro/2002
12
A CLÍNICA PSICOMOTORA A
SERVIÇO DA HIPERATIVIDADE:
Relatos & Observações
Orirentadora:
Profª. Monica Helena Neves Pereira Pinheiro, Ms.
Fortaleza - Ceará
Dezembro/2002
13
Relatos e Observações
______________________________________________
Mônica Helena Neves Pereira Pinheiro (Orientadora)
Mestre em Educação Física
______________________________________________
Cláudia Santos Jardim (Coordenadora)
Mestre em Psicologia e Especialista em Psicomotricidade
14
DESIDERATA
1. Dedique tempo para trabalhar: é o preço do triunfo.
ANÔNIMO
15
ANÔNIMO
16
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
RESUMEN
SUMÁRIO
Pág.
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................ 11
1.1 – Objetivos ............................................................................... 16
2 – REVISÃO DA LITERATURA ................................................... 17
2.1 – PSICOMOTRICIDADE ..................................................... 17
2.1.1 – História e Evolução ........................................................... 17
2.1.2 – Fundamentos Epistemológicos ........................................ 30
2.1.3 – A Clínica Psicomotora ...................................................... 37
2.1.3.1 – Área de Atuação ......................................................... 37
2.2 – HIPERATIVIDADE ............................................................ 40
2.2.1 – Conceituação e Evolução Histórica ................................. 40
2.2.2 – Gênese e Etiologia ............................................................. 45
2.2.2.1 – TDAH e Hiperatividade ............................................. 48
2.2.2.2 – Hiperatividade X Instabilidade Psicomotora ............. 53
2.2.3 – Características Clínicas e Sintomatológicas ................... 57
2.2.3.1 – Crianças e Adultos Hiperativos ................................. 59
2.2.4 – Diagnóstico ........................................................................ 67
2.2.4.1 – Diagnóstico Diferencial ............................................. 76
2.2.4.1.1 – Pseudo-Hiperatividade ................................... 78
2.2.5 – Tratamento ........................................................................ 81
2.2.5.1 – Tratamento Farmacológico ........................................ 83
2.2.5.2 – Tratamentos Alternativos e Para-Médicos.................. 86
2.3 – A CLÍNICA PSICOMOTORA NA HIPERATIVIDADE 90
2.3.1. – A Importância do Jogo na Construção do Projeto
Terapêutico .................................................................................... 92
2.3.2. – Dicas Para Administração e Trato de Crianças com
Hiperatividade na Escola ............................................................. 94
3 – METODOLOGIA ........................................................................ 104
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 106
5 – CONCLUSÃO .............................................................................. 112
6 – ANEXOS ....................................................................................... 115
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................... 120
8 – GLOSSÁRIO ............................................................................... 123
21
1 - INTRODUÇÃO
PERCENTUAL CRONOLÓGICO
acima de 21
2%
ADO ADU
anos
4%
12 a 21 anos
5%
INF
5 a 10 anos
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7%
1
Termo específico, adotado pelos relatores desta pesquisa em sobreposição ao termo: “técnicas psicomotoras”.
26
1 .1 – Objetivos
2
Termos original para melhor consonância semântica com o tema, segundo os relatores.
28
2 – REVISÃO DA LITERATURA
2.1 - PSICOMOTRICIDADE
locomover, agir e reagir, pois para toda ação há uma reação que demonstra
reflexos e movimentos que ligam o “psico” ao “motor”.
Vários filósofos destacaram o corpo em afirmações a partir do
período helênico. PLATÃO falava em uma separação distinta entre corpo e
alma, uma dicotomia entre “psico” e “motricidade”, enquadrando o corpo
como lugar de passagem no mundo de alma imortal. Já ARISTÓTELES via o
homem como parte de matéria, o corpo constituído de uma forma, a alma
estabelecendo todas as suas funções, e a paixão incluída entre essas funções.
DESCARTES, continuava com o dualismo entre corpo e alma, acrescentando
à existência do ser o ato do pensar e afirma em 1641: “somos uma coisa que
pensa, uma coisa da qual toda a existência decorre do pensar; entretanto
possuímos um corpo ao qual estamos estreitamente vinculados, mas que é
somente uma coisa extensa e que não pensa. Por conseguinte, parece certo
que a alma é inteiramente distinta ao corpo, mas não pode existir sem ele. O
corpo é movido simplesmente como um mecanismo do espírito”.
No século XIX, em torno de 1875 a 1900 pouco se conhecia além
das ciências: psiquiatria, psicometria, psicopatologia, psicofisiologia e
psicofísica. O avanço científico veio a surgir no século XX com a emergência
do termo psicomotor, noção de PSICOMOTRICIDADE, noção de prática
psicomotora e o paralelismo com a tendência da separação do dualismo
cartesiano, considerado como o primeiro corte epistemológico com a
influência da neuropsiquiatria determinada em uma clínica específica num
aspecto motor instrumental. Com a evolução corporal no século XIX, aparece
o americano BERGSON que inicia a união alma e corpo no dizer “o cérebro
imprime ao corpo esses movimentos e as atitudes que desempenha o que o
espírito pensa”. (1982:91)
Em 1900 a 1925 inicia-se a falar em PSICOMOTRICIDADE, pois
há uma descoberta na medicina de uma área do cérebro que justifica os seus
31
2.2 – HIPERATIVIDADE
5%
11%
3
Definição retirada do Dicionário MICHAELLIS.
65
Inquietações e agitação;
Atividades desordenadas;
As dificuldades encontradas
por um portador de HIPERATIVIDADE no trabalho são, provavelmente, as
mesmas com que lutou durante os anos escolares. Muitas das tarefas que deve
cumprir são iguais às de então: ler, escrever, planejar, calcular, organizar,
escutar, memorizar e lembrar. Hoje em dia, os empregos que não exigem tais
habilidades estão ficando cada vez mais raros, em função do desenvolvimento
tecnológico, e a importância dessas habilidades cognitivas aumenta a cada
dia.
75
2.2.4 – Diagnóstico
12. Freqüentemente parece não ouvir o que está lhe sendo dito.
Impressão Diagnóstica
(ORGANOGRAMA)
• Corre sem destino ou vive subindo • Parece não ouvir quando está
nos móveis, janelas, muros etc. entretido com alguma coisa.
• Interrompe ou se intromete em
qualquer conversa
...ela pode sofrer do transtorno da hiperatividade ...ela pode ter déficit de atenção.
a) Transtornos de aprendizagem;
89
b) Tiques e Tourette;
2.2.4.1.1 – Pseudo-Hiperatividade
projetos e etc., pode ser uma forma de conseguir integrar e/ou re-integrar o
paciente ao meio social.
2.2.5 – Tratamento
03 - Conheça seus limites. Não tenha medo de pedir ajuda. Você, como
professor(a), não pode querer ser uma especialista em HIPERATIVIDADE.
Você deve sentir-se confortável em pedir ajuda quando achar necessário;
09 - Olhe sempre nos olhos. Você pode "trazer de volta" (grifo nosso)
uma criança HIPERATIVIDADE através dos olhos nos olhos. Faça isto
sempre. Um olhar pode tirar uma criança do seu devaneio ou dar-lhe
liberdade para fazer uma pergunta ou apenas dar-lhe segurança
silenciosamente;
a atenção - tanto a delas quanto a sua. Estas crianças são cheias de vida, elas
adoram brincar. E acima de tudo, elas detestam ser molestadas. Muitos dos
tratamentos para elas envolvem coisas chatas como estruturas, programas,
listas e regras. Você deve mostrar a elas que estas coisas não estão
necessariamente ligadas às pessoas, professores ou aulas chatas;
24 - Avise sobre o que vai falar antes de falar. Fale. Então fale sobre o
que já falou. Já que muitas crianças com HIPERATIVIDADE aprendem
melhor visualmente do que pela voz, se você puder escrever o que será falado
e como será falado;
49 - Com os mais velhos a preparação para a aula deve ser feita antes de
entrar na sala. A melhor idéia é que a criança já saiba o que vai ser discutido
em um certo dia e o material que provavelmente será utilizado;
3 - METODOLOGIA
aplicação dos conteúdos não será cristalizada apenas sob uma vertente, ou
seja, serão aplicadas quantas técnicas necessárias forem para a eficácia dessa
pesquisa, até que se alcance o verdadeiro sentido deste projeto de pesquisa: o
de sublimar as dificuldades, sejam elas acometidas aos pais ou aos portadores
de HIPERATIVIDADE.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
119
4
3,5
3
2,5 HIPERPRÁXICO
2 EUPRÁXICO
1,5 DISPRÁXICO
APRÁXICO
1
0,5
0
T E L NC EET PG PF
LEGENDA
TONICIDADE T
EQUILIBRAÇÃO E
LATERALIZAÇÃO L
NOÇÃO DO CORPO NC
ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL EET
PRAXIA GLOBAL PG
PRAXIA FINA PF
5. CONCLUSÃO
conteúdo intangível ao qual está em análise, assim como das relações sociais;
também de um conhecimento técnico-científico fundamental, baseado na
capacidade de desenvolvimento auto-suficiente e em constante diálogo com a
realidade social dinâmica; e ainda de capacitação para atuar como operador
coadjuvante no processo de “alta”, pois se trata aqui do processo
intervencionista do profissional, mas sem esquecer o sujeito/paciente
desejante e/ou passivo de “cura”.
ANEXOS
128
ANEXO A
NOME: K
SEXO: Masculino
IDADE: 08 anos
FASE DA APRENDIZAGEM: 2a. série
OBSERVADOR: José Tanilzo Sá Júnior
COLABORAÇÃO: Christiane Montenegro Caracas
DATA DA OBSERVAÇÃO: 19/10/2002
A) TÔNUS DE FUNDO:
• Passividade 1 2 3 4
• Extensibilidade 1 2 3 4
B) TÔNUS DE AÇÃO:
• Repercutibilidade 1 2 3 4
• Controle tônico postural 1 2 3 4
• Controle tônico motor 1 2 3 4
• Sincinesias 1 2 3 4
• Diadococinesias 1 2 3 4
• Funções práxico-gnósicas 1 2 3 4
II – EQUILIBRAÇÃO: 3
• Imobilidade 1 2 3 4
• Equilíbrio estático 1 2 3 4
a) Apoio retilíneo 1 2 3 4
b) Manutenção do equilíbrio 1 2 3 4
c) Apoio unipedal 1 2 3 4
• Equilíbrio dinâmico 1 2 3 4
a) Marcha controlada 1 2 3 4
b) Evolução na trave 1 2 3 4
c) Saltos com apoio unipedal 1 2 3 4
I – LATERALIZACÃO: 2
• Manual 1 2 3 4
• Ocular 1 2 3 4
• Pedal 1 2 3 4
II – NOCÃO DE CORPO: 3
• Sentido cinestésico 1 2 3 4
• Reconhecimento D e E 1 2 3 4
• Auto-imagem 1 2 3 4
• Limitação de gestos 1 2 3 4
• Desenho de si 1 2 3 4
• Organização 1 2 3 4
• Estruturação dinâmica 1 2 3 4
• Estruturação rítmica 1 2 3 4
I – PRAXIA GLOBAL: 3
• Coordenação óculo-manual 1 2 3 4
• Coordenação óculo-pedal 1 2 3 4
• Dissociação dos membros 1 2 3 4
II – PRAXIA FINA: 4
ANEXO B
AVALIAÇÃO DA HIPERATIVIDADE
Segundo o DSM-IV (Diagnostic Statistic Manual)
131
Alguém mas na família (tio, irmão, pai, mãe, etc.) apresentam ou apresentaram quadro semelhante de comportamento?
SIM X NÃO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8. GLOSSÁRIO
C
136
Catarse:
s.f. (Méd.) Depuração de idéias. A terapêutica elimina as idéias que provocam
reação emocional. Elemento de técnica psicanalítica e psicoterápica que visa à
remissão dos sintomas através da exteriorização verbal e emocional dos
traumatismo afetivos reprimidos. (Estét.) Efeito moral da tragédia.
Consubstanciada:
Ato ou efeito de consubstanciar; consubstanciação; s. f. 1. União de dois ou
mais corpos em uma só substância. 2. Teol. Presença de Cristo na eucaristia,
como a entendem os luteranos.
Distractibilidade:
Qualidade de quem tem distração; distraído; s. f. 1. Estado em que a atenção
está dividida entre vários assuntos ou ações. 2. Irreflexão, inadvertência. 3.
Esquecimento. 4. Palavra ou ato irrefletido. 5. Divertimento, recreação.
Emulsificante:
Que emulsifica; emulsão; s.f. Preparação farmacêutica de consistência leitosa
ou gordurosa; (Fís. Quím.) suspensão colorida de um líquido em outro (p. ex.
o leite é uma emulsão).
Encefalite:
s. f. Med. Inflamação do encéfalo.
Espistemologia:
s.f. Estudo do grau de certeza do conhecimento científico em seus diversos
ramos, especialmente para apreciar seu valor para o espírito humano.
Eutonia:
s.f. Estado de tensão corporal dito como perfeito.
Hipersexualidade:
(cs), s. m. Med. Propensão exagerada para as práticas sexuais.
Hipertonia:
137
Hiposexuailidade:
(cs), s. m. Med. Propensão à inibição das práticas sexuais.
Hipotonia:
s.f. Estado de tensão corporal dito como imperfeito, insuficiente.
Histriônico:
s. m. 1. Vil comediante, palhaço. 2. Fig. Charlatão. 3. Homem abjeto pelo seu
procedimento.
Labilidade:
Derivante de lábil; adj. 2 gên. Que escorrega facilmente; fraco; transitório;
(Geol.) instável. (Psiq.) Mudança rápida de emoções.
Ludoterapia:
Refere-se a terapia onde consiste na utilização de jogos, brincadeiras e
divertimentos.
Matizar:
v. 1. Tr. dir. Dar cores diversas a. 2. Tr. dir. Graduar, variar (cores). 3. Pron.
Ostentar cores variadas. 4. Tr. dir. Adornar, enfeitar.
Mnêmica:
adj. 1. Que se refere à memória. 2. Que ajuda a memória. 3. Que facilmente se
grava na memória.
Nevrálgico:
adj. Relativo a nevralgia; neurálgico.
138
Paratonia:
Perturbação do tônus (debilidade psicomotora), consistindo principalmente no
relaxamento.
Parcimônia:
s. f. 1. Qualidade de parco. 2. Ato de poupar; economia.
Práxico:
Ato ou efeito de todo movimento intencional, organizado, tendo em vista a
obtenção de um fim ou resultado de ação.
Procrastinação:
s. f. Ato ou efeito de procrastinar; v. 1. Tr. dir. Deixar para outro dia; adiar. 2.
Intr. Usar de delongas.
Profilática:
adj. Relativo à profilaxia. Var.: profiláctico; (cs), s. f. 1. Parte da medicina que
trata das medidas preventivas contra as enfermidades. 2. Emprego dos meios
para evitar as doenças.
Pulsões:
s.f. (Méd.) Erupção instintiva energética e motora que induz o organismo a
um fim, fazendo realizar ou reprimir certos atos.
Reflexologia:
s.f. Estudo sistemático dos reflexos, de interesse científico.
Tonicidade:
s. f. 1. Estado ou qualidade de tônico. 2. Estado em que os tecidos orgânicos
revelam vigor ou energia.