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Doenças periodontais

Periodonto

É constituído por:
• Gengiva
• Ligamento periodiodontal
• Cimento radicular
• Osso alveolar

Funções:
• Função de suporte: Proporcionar uma inserção adequada do dente ao
osso maxilar.
• Função de barreira: Estabelecer uma barreira entre um meio
contaminado, a cavidade oral, e um meio asséptico, o meio interno

Flora microbiana

Na superfície dentária adjacente à margem gengival em saúde é


detectável uma fina camada de placa bacteriana, que é colonizada
principalmente por:
• Cocos Gram + facultativos, essencialmente Streptococcus (mitis,
sanguis, milleri) – cerca de 90% da flora.
• Bacilos Gram + facultativos (Actinomyces viscosus, naeslundi e israeli)
• Cocos Gram – (Neisseria e Veillonella)

Esta flora bacteriana é compatível com o periodonto saudável, e acaba por


ser de alguma forma protectora do periodonto, devido:
 Estas bactérias de baixa virulência, ocupam um nicho ecológico
que, na sua ausência, poderia ser ocupado por espécies mais
“agressivas”
 Um estímulo bacteriano permanente, com passagem de produtos
bacterianos através do epitélio de união gera um estádio
constante de “inflamação latente”, mantendo os tecidos
periodontais “alerta” para uma defesa eficaz, caso seja
necessário

O quadro histológico encontrado na “gengiva clinicamente saudável”


corresponde a um estado de EQUILIBRIO BACTÉRIA-HOSPEDEIRO

Para ser um potencial patogénico nas periodontites, um microrganismo


tem de ter os seguintes requisitos:
• O microrganismo tem de estar presente em maior % nos locais de
doença activa do que nos locais de doença inactiva
• A eliminação do microrganismo interrompe a progressão da doença

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• O microrganismo tem que possuir factores de virulência relevantes para
o início e a progressão das periodontites
• A resposta imunitária celular ou humoral aos microrganismos tem que
ser sugestivo do seu único papel na doença
• Para um determinado microrganismo, os testes de patogenicidade
animal devem mostrar a sua patogenicidade para o desenvolvimento da
periodontite humana.

Gengivite

Definição: consiste na inflamação da gengiva marginal.

A causa directa da gengivite é a acumulação de placa microbiana na


região cervical do dente.
Todos os outros factores etiológicos ou sistémicos, actuam facilitando a
acumulação de placa bacteriana junto ao sulco gengival ou modificando a
resposta defensiva do indivíduo face á presença bacteriana, ou seja, actuam
alterando o equilíbrio bactéria hospedeiro, em prejuízo do indivíduo.

A flora associada à gengivite é variável em função do tempo de evolução


da gengivite, ou seja, do tempo de acumulação de placa bacteriana.

Nas fases iniciais de gengivite:


 Grande aumento de Gram+: maior % de Actinomyces,
relativamente aos Streptococos

Gengivites de evolução mais prolongada


 Aumento das espécies Gram –, fusiformes e filamentosas,
formando coagregações bacterianas (espigas de milho):
Fusobacterium nucleatum; Prevotella intermédia, Veillonella
parvula, Camapylobacter e Haemophilus

Formas de gengivite

Gengivite sem influência sistémica


• Gengivite crónica
• Gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA)

Gengivite agravada por condições sistémicas


• Gengivites hormonais

Gengivite crónica

É a mais frequente.
Associada à placa, é uma infecção polimicrobiana sem qualquer agente
bacteriano associado, com evidente papel patogénico quando considerado
isoladamente.

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Gengivite Ulcerativa necrosante aguda (GUNA)

Provoca destruição irreversível nos tecidos gengivais


Deve sempre levantar a suspeita de seropositividade para o HIV

Espécies mais significativas:


• Prevotella intermédia
• Borrelia vincentii
• Outras espiroquetas

Gengivites hormonais

Situações fisiológicas associadas a gengivites hormonais:


• Gravidez
• Medicação com anticonceptivos orais
• Puberdade

Flora microbiana
• Elevada % de Prevotella intermédia

Periodontite

Definição: inflamação do ligamento periodontal, epitélio de união, cimento


radicular e gengiva

A perda de osso alveolar e subsequente formação de bolsa periodontal,


são sinais de periodontite.
A transição gengivite-periodontite dá-se quando o processo inflamatório
ultrapassa a inserção conjuntiva supra-alveolar.

Funções fundamentais:
• Presença subgengival de microrganismos muito virulentos (verdadeiro
factor etiológico)
• Individuo susceptível (factor predisponente)

Classificação das periodontites

• Periodontite do adulto

• Periodontite de inicio precoce

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 Pré-pubertária (localizada/generalizada)
 Juvenil (localizada/generalizada)
 Rapidamente progressiva

• Periodontite associada a doenças sistémicas

• Periodontite ulcerativa necrosante

• Periodontite refratária

Periodontite do adulto

• É a mais frequente
• Manifesta-se clinicamente após os 35 anos
• Está associada, a má higiene oral, com grande acumulação de placa
bacteriana e cálculos
• Pode haver grande inflamação ou um aspecto fibrótico na margem
gengival e papilas
• O hospedeiro não apresenta anomalias dos neutrófilos nem dos
linfócitos

Microbiologia: é muito variável, dominada por espiroquetas e bacilos Gram –,


tendo particular importância o Porphiromonas gengivalis.

Periodontite de inicio precoce

Ocorre uma importante destruição periodontal em crianças,


adolescentes jovens, a qual não é proporcional à quantidade de placa
bacteriana encontrada. São indivíduos onde muitas vezes é possível identificar
defeitos a nível das defesas do periodonto.

Periodontite pré-pubertária localizada

• Tem início desde a erupção até aos 6-7 anos


• Apenas alguns dentes estão afectados.
• Pouca placa bacteriana, gengiva com aspecto saudável

Microbiologia: em geral, predomínio de Prevotella intermédia. Pode ocorrer


predomínio de Capnocytophaga ou Actinobacillus actinomycetocomitans.

Periodontite pré-pubertária generalizada

• Tem início desde a erupção até aos 6-7anos

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• Destruição rápida de todo o suporte periodontal. Sinais inflamatórios
evidentes

Microbiologia: em geral, predomínio de Prevotella intermédia. Pode ocorrer


predomínio de Capnocytophaga ou Actinobacillus actinomycetocomitans.

Periodontite juvenil localizada (PJL)

• Inicio entre os 11 e os 13 anos


• Afecta os incisivos e /ou os primeiros molares
• Predisposição familiar
• Mínima acumulação de placa bacteriana. Não há cálculo.
• Gengiva com aspecto saudável

Microbiologia: flora subgengival pouco abundante. O Actinobacillus


actinomycetocomitans é o principal patogénio.

Periodontite juvenil generalizada

• Inicio entre a puberdade e os 30 anos


• Importante destruição periodontal afectando a maioria das peças
dentárias, sem padrão definido
• Placa bacteriana e cálculos, em geral, pouco abundante

Microbiologia: variável. Predomínio de Porphiromonas gingivalis ou


Actinobacillus actinomycetocomitans. Prevotella intermédia e Capnocytophaga
ochracea

Periodontite rapidamente progressiva

É semelhante à periodontite juvenil generalizada, mas afecta uma faixa


etária entre os 20 e 35 anos.

Periodontite associada a doenças sistémicas

Ocorre em indivíduos com resposta defensiva, francamente defnsiva,


face aos microrganismos da placa bacteriana, devido á doença sistémica.

Diabetes
A diabetes melitus tipo I (insulino-dependentes) constitui um factor de
risco para a periodontite.
Capnocytophaga, Prevotella intermédia, Campilobacterrectus,
Actinobacillus actinomycetocomitans, e o Porphiromonas gingivalis estão
relacionados com o início de periodontite no diabético.
A diabetes tipo II, não constitui um factor de risco para as periodontites.

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Periodontite Ulcerativa necrosante

• É uma forma de periodontite associada a doenças sistémicas


envolvendo uma profunda depressão da resposta imune.
• É típica nos casos de SIDA e em situações de má nutrição graves,
evoluindo em geral, a partir de uma gengivite necrosante.
• Há necrose óssea
SIDA
A periodontite nsetes indivíduos apresenta uma evolução, havendo ao
fim de 9 meses uma perda de suporte de mais de 75%.
As periodontites revelam Fusobacterium, Actinobacillus
actinomycetocomitans; Campilobacter rectus, P: intermédia, enterobacterias e
Candida (neste caso como bactérias sobre-infectantes).

Periodontite refractaria

Este tipo de periodontite foi definido para incluir aquelas periodontites


onde a destruição periodontal prossegue, mesmo após um tratamento bem
executado.

Microbiologia: fusobacterium nucleatum (75%), prevotella (40%), A. a.

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