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FUNDAÇÃO DE APOIO A PESQUISA, ENSINO

E EXTENSÃO - FUNEP
Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/nº - Bairro Rural
CEP 14884-900 - Jaboticabal, SP – CNPJ: 50.511.286/0001-48
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PROGRAMA HABITAR BRASIL-BID


Subprograma de Desenvolvimento Institucional - DI

CONTRATO: ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE FISCALIZAÇÃO, PREVENÇÃO E


CONTROLE DE INVASÕES, ABRANGENDO O MONITORAMENTO DA OCUPAÇÃO
DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RISCO

PRODUTO: 2º Relatório Parcial - ANEXO A - Texto com Levantamento de Dados e


caracterização da situação com definição do contexto de desenvolvimento do
Programa de fiscalização, prevenção e controle de invasões do município de
Itapecerica da Serra.

CONTRATANTE: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAPECERICA DA SERRA


CONTRATO Nº 2682/06
PERÍODO DA MEDIÇÃO: MAIO DE 2007

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APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta o Texto com Levantamento de Dados e


caracterização da situação e definição do contexto de desenvolvimento do
Programa de fiscalização, prevenção e controle de invasões do município de
Itapecerica da Serra.
Foi elaborado pela FUNDAÇÃO DE APOIO A PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO –
FUNEP em atendimento à exigência do Contrato Nº2682/06, firmado com a Prefeitura
Municipal de Itapecerica da Serra, no âmbito do Programa Habitar Brasil-BID/
Subprograma Desenvolvimento Institucional – DI, cujo objeto é elaboração de Programa
de Fiscalização, Prevenção e Controle de ocupações irregulares do município de
Itapecerica da Serra, abrangendo o monitoramento da ocupação de áreas de preservação
permanente e de risco e posterior treinamento da equipe municipal para sua implantação.
É parte do 2º Relatório Parcial do referido Contrato e agrega dois produtos
previstos para este relatório, quais sejam: “Texto com Levantamento de Dados” e “Texto
de caracterização da situação com definição do contexto de desenvolvimento do Plano” .
Esta ação está incluída no ajuste realizado no Plano de Trabalho do contrato de
repasse nº 0128825-60/01 SEDU-PR/CAIXA, assinado pela Prefeitura com a CAIXA.

Itapecerica da Serra, Maio de 2007.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. A OCUPAÇÃO URBANA IRREGULAR EM ITAPECERICA DA SERRA
2.1. Contexto histórico
2.2. Situação atual de ocupação urbana subnormal em Itapecerica da Serra
2.2.1 Assentamentos Subnormais Precários
2.2.2 Assentamentos Subnormais Não-Precários
2.3. Elementos para a indicação de tendências da ocupação irregular no município.
2.3.1. Tipologias de ocupação quanto ao porte
2.3.2. Tipologias de ocupação quanto à localização no município
2.3.3. Possibilidade de expansão das ocupações irregulares
3. AS ÁREAS DE RISCO NO MUNICÍPIO
3.1. Riscos associados a movimentos de massas (escorregamentos e solapamentos) e a
erosão.
3.2. Riscos associados a enchentes, inundações e alagamentos.
3.3. Riscos associados à contaminação do solo e da água por lançamento indevido de
águas servidas e esgoto.
4. A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTAL INCIDENTE SOBRE A ÁREA A SER
MONITORADA
4.1 Competências Normativas
4.2. Normativos Federais
4.3. Normativos Estaduais
4.4. Normativos Municipais
5. A AÇÃO DE FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E PREVENÇÃO DE OCUPAÇÕES EM
ÁREAS DE RISCO E DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
5.1. A legislação que regulamenta a ação
5.1.1. Fiscalização: o Poder de Polícia do Direito Administrativo e a ótica do Direito
Urbanístico e Ambiental
5.1.2. A organização institucional da fiscalização quanto aos órgãos executores
5.2. O quadro atual da ação de fiscalização sobre a ocupação urbana no município.
5.3. Parcerias e suportes
6. SÍNTESE DO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA E
RESULTADOS DA 2ª OFICINA TÉCNICA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
7. Anexos

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1. INTRODUÇÃO

Este documento é parte do 2º Relatório Parcial do Contrato de elaboração do


Programa de Fiscalização, Controle e Prevenção de Ocupações Irregulares no município
de Itapecerica da Serra. Ele agrega dois produtos previstos nesta etapa de Medição, os
quais estão assim denominados no TR: “Texto com Levantamento de Dados” e “Texto de
caracterização da situação com definição do contexto de desenvolvimento do Plano”.
Entendeu-se melhor fazer juntas a apresentação dos dados levantados e a sua
análise, que conforma a situação encontrada e, portanto, o contexto de desenvolvimento
do Plano.
Assim, apresenta-se aqui o levantamento de informações, com foco especial para
áreas de risco e de proteção ambiental, que contextualizam a situação a ser abordada na
formulação e implementação do Programa de Fiscalização, Controle e Prevenção de
Ocupações Irregulares. Este Diagnóstico foi discutido e complementado pela equipe da
Prefeitura, participante da 2ª Oficina Técnica, realizada no dia 11 de abril.
Estas informações abrangem três campos que delimitam o cenário onde
deverão se desenvolver as ações do Programa a ser implementado. O primeiro
deles trata de caracterizar a ocupação irregular urbana no município, alguns
aspectos históricos relevantes, a situação atual dessas ocupações e algumas
tendências de expansão possíveis de serem identificadas. O segundo campo de
informações faz o levantamento da legislação ambiental e urbanística municipal,
estadual e federal incidente sobre o território a ser monitorado. Com o objetivo de
construir o terceiro bloco de informações, foram entrevistados técnicos de diversos
órgãos municipais e estaduais para a caracterização e análise da estrutura atual
da atividade de fiscalização e controle de ocupações irregulares no município, os
procedimentos e instrumentos adotados, os normativos que regulamentam esta
ação e as parcerias e suportes existentes e possíveis de serem delineados na
elaboração deste Programa.
A exposição destas informações aponta a dimensão do desafio a ser enfrentado na
questão do ordenamento territorial / uso e ocupação do solo para fins habitacionais no
Município: de um lado, sua localização na região metropolitana de São Paulo,
pressionando o crescimento populacional (taxa de crescimento da ordem de 4,58% ao
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ano); de outro, a inserção de seu território em área de proteção aos mananciais,


impingindo os gravames legais de restrição ao uso e ocupação do solo. Como resultante
desta situação de conflito, podem-se constatar a ausência de produção habitacional
regular que corresponda à demanda; a existência de alta irregularidade no parcelamento
do solo; a ocupação habitacional desordenada, precária e irregular em áreas públicas e
de proteção ambiental, e a imensa dificuldade de urbanizar, regularizar ou promover
empreendimentos habitacionais em função das restrições legais. E, a par disto, a
necessidade de promoção efetiva de ações de fiscalização e controle de proteção ao
meio ambiente natural.

2. A OCUPAÇÃO URBANA IRREGULAR EM ITAPECERICA DA SERRA

Neste Capítulo estão apresentadas informações sobre a condição geral do


município quanto à irregularidade urbana. Tais informações foram levantadas a partir da
análise do diagnóstico e texto da Política Municipal de Habitação, dos Relatórios do 1º e
2º Mapeamento e Hierarquização de Assentamentos Subnormais do Município, dos dados
levantados no âmbito do Programa de Regularização Fundiária, em fase de elaboração,
e, por fim, em entrevistas realizadas com técnicos da Prefeitura e do Governo do Estado
que atuam na área.

2.1. Contexto histórico


Segundo registros de memória da equipe técnica da Prefeitura Municipal, a
ocupação urbana em Itapecerica da Serra apresenta dois períodos em que houve maior
ocorrência de irregularidades: entre 1983 e 1987 e entre 1993 e 1996.
Os levantamentos sócio-organizativos qualitativos realizados junto a lideranças
comunitárias encontrados nos relatórios finais do Mapeamento, Caracterização e
Hierarquização de Assentamentos Subnormais no Município de Itapecerica da Serra
(PMIS/URBIS - Oficina de Projetos e Estudos da Cidade, 2006 e 2007), vão ao encontro
desta informação. Indicam que as datas de início de ocupação irregular estão
concentradas nas décadas de 80 e 90, sendo que a maior parte delas teve início na
década de 80 (ver Quadro 1).

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No. de Assentamentos
Período de Início %
Subnormais Precários

Dec. 40 01 1,6

Dec. 60 04 6,5
Dec. 70 06 9,8
Dec. 80 24 39,3
Dec.90 14 22,9
Datas imprecisas 12 19,7
Quadro 1 . Data de início de ocupação em assentamentos subnormais precários por década.
Fonte: PMIS/URBIS, 2006.

Na análise das datas de aprovação dos loteamentos regulares, verifica-se que a


maior incidência ocorreu na década de 70, seguida por um baixo índice de aprovação nas
1
décadas seguintes (ver Quadro 2). Para GROSTEIN (2001) , o agravamento da
informalidade nas décadas recentes pode ser avaliado tanto pela diminuição da oferta de
loteamentos legais quanto pelo seu contraponto: a oferta crescente de loteamentos
irregulares e clandestinos na área de proteção aos mananciais. Para o caso de
Itapecerica, isto pode ser observado na tabela abaixo.

No. de Loteamentos
Período %
Aprovados

Dec. 40 01 1,0
Dec. 50 08 8,5
Dec. 60 21 22,3
Dec.70 54 57,4
Dec. 80 07 7,4
Dec. 90 01 1,0
Dec. 2000 02 2,1
Quadro 2 - Loteamentos aprovados por década. Fonte: PMIS/URBIS, 2007.

GROSTEIN (op.cit.) destaca ainda que “a queda da porcentagem de concentração


de população no sul do município de São Paulo confirma o espraiamento da ocupação
ilegal para outros municípios da bacia Guarapiranga, como Itapecerica da Serra, Embu e
1
GROSTEIN, Marta Dora - METRÓPOLE E EXPANSÃO URBANA: a persistência de processos
"insustentáveis“. Perspec. vol.15 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2001.
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Embu-Guaçu, que também dobraram de população no período mencionado (CNEC,


1997)”, conforme pode ser observado no quadro abaixo:

Quadro 3 – Concentração de habitantes no sul do município de São Paulo. Fonte: GROSTEIN, 2001.

2.2. Situação atual de ocupação urbana subnormal em Itapecerica da Serra

A ocupação urbana irregular atual em Itapecerica da Serra é constituída por


assentamentos subnormais precários com as tipologias de loteamento clandestino,
loteamento irregular e de favela, e também loteamentos clandestinos e loteamentos
irregulares considerados não precários.

2.2.1 Assentamentos Subnormais Precários

Entre os assentamentos subnormais precários estudados pelo Mapeamento,


Caracterização e Hierarquização de Assentamentos Subnormais no Município de
Itapecerica da Serra (PMIS/URBIS, op.cit.), 56,6% são favelas; 35% são loteamentos
clandestinos e 8,3%, loteamentos irregulares (ver Quadro 4) .

Tipo de Assentamento Subnormal No. de Assentamentos %

Favela 34 56,6

Loteamento Clandestino 21 35
Loteamento Irregular 05 8,3
Quadro 4– Tipologia de assentamentos subnormais em Itapecerica da Serra. Fonte: PMIS/URBIS, 2006 e 2007.

Condição de Ocupação No. de Assentamentos %

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Área Pública de Uso Comum do Povo 26 76,5

Área Particular 08 23,5

Quadro 5 – Condição de ocupação de favelas em Itapecerica da Serra. Fonte: PMIS/URBIS,2006 e 2007.

Figura 1. Áreas públicas localizadas em Julho de 2006. Fonte: Secretaria de Obras e Serviços

Na tabela a seguir estão caracterizados os assentamentos subnormais precários, com


informações referentes ao número de domicílios, referência de localização, data de início
da ocupação, condição fundiária e ambiental, riscos e existência de planta junto à
prefeitura municipal.

UTP Tipo e Nome do Referencia de Inicio da N˚ de Condição fundiária e Riscos


Assentamento localização ocupação domi- ambiental
cílios

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01 Loteamento Estrada João 1989 398 * Área particular 4 setores com 30 moradias
Clandestino Mirante da Rodrigues de *Área de proteção em risco de escorregamento
Lagoa Moraes aos mananciais
01 Favela Guatemala I, II, Rua Jorge Fadlo 1985 500 *Área pública de uso 1 setor com 3 moradias em
III e IV comum do povo risco de escorregamento
*Área de proteção
aos mananciais
01 Favela Formosa Rua Formosa Década de 118 *Área pública de uso -
80 comum do povo
*Área de proteção
aos mananciais
01 Favela Vila Nova York Rua Nova York Década de 26 *Área particular -
80 *Área de proteção
aos mananciais
01 Favela Próximo ao Estrada João IC 1966/ 34 *Área pública de uso -
Fórum Rodrigues de IPMIS comum do povo
Moraes década de *Área de proteção
80 aos mananciais
01 Favela na Sub-área de Estrada João 1990 23 *Área particular Risco de inudação (margem
invasão Mirante da Rodrigues de *Faixa de proteção de córrego)
Lagoa Moraes ambiental
03 Favela Jd. Sampaio I, Estrada da Década de 130 *Área pública de uso 4 setores com 27 moradias
II, III, IV e V Represinha 60 comum do povo em risco de escorregamento /
*Faixa de proteção Risco de inundação
ambiental
03 Favela Jd. Nisalves I, Rua Benedito 1987 151 *Área pública de uso Risco de deslizamento/ Risco
II, III, IV e V Antonio comum do povo de inundação
Gonçalves *Faixa de proteção
ambiental
03 Favela Jd. Paraíso I e Rua Pedra Mole Década de 60 *Área pública de uso Três setores com 25
III e R:Álvaro de 80 comum do povo moradias em risco de
Almeida Leme *Faixa de proteção escorregamento / Risco de
ambiental inundação
03 Favela Jd. Paraíso II e Rua Álvaro de Década de 42 *Área pública de uso Dois setores com 8 moradias
IV Almeida Leme e 80 comum do povo em risco de escorregamento
Estrada da *Área de proteção
Represa aos mananciais
04 Loteamento Rua das Colinas 1990 65 *Área particular Risco de deslizamento
Clandestino Estrada *Área de proteção
do Refúgio permanente - primeira
categoria (APP - mata
nativa)
04 Favela Jd. Marilú I e II Rua Itamar 1995 20 *Área pública de uso
comum do povo
*Área de proteção
aos mananciais
04 Favela Jd. Palmeiras I Rua Norvalino de Década de 56 *Área pública de uso
e II Moraes 80 comum do povo 5 setores com 16 moradias
*Área de proteção em risco de escorregamento.
aos mananciais
04 Favela Jd. São Marcos Rua Turim Década de 83 *Área pública de uso 3 setores com 26 moradias
I, II e III 70 comum do povo em risco de escorregamento
*Área Proteção
Permanente - 1a.
Categoria
05 Favela Vila Geni I e II Rua Coxim e Rua 1990 37 *Área pública de uso 1 setor com 5 moradias em
Anastácio comum do povo risco de escorregamento /
*Faixa de proteção Risco de inundação
ambiental
05 Favela Jd. Itapecerica Rua Mirangaba 1985 61 *Área pública de uso 3 setores com 12 moradias
I, II e III comum do povo em risco de escorregamento /
*Faixa de proteção Risco de inundação
ambiental
05 Favela Jd. Sta. Amélia Rua Sta. Maria Década de 20 *Área pública de uso 4 setores com 12 moradias
Goretti 70 comum do povo em risco de escorregamento/
*Área de proteção Risco de inundação
aos mananciais
05 Favela Eduardo Av. Eduardo IC 1974 / 53 *Área particular Risco de inudação (margem
Roberto Daher Roberto Daher IPMIS 1990 *Faixa de proteção de córrego)
ambiental

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06 Favela Recreio Rua Pereira 1972 75 *Área pública de uso Risco de inudação (margem
Campestre Barreto comum do povo de córrego)
*Área Proteção
Permanente - 1a.
Categoria
07 Loteamento Av. Soldado PM 1990 37 *Área particular Risco de inundação
Clandestino Valter Gilberto *Faixa de proteção (margem de córrego)
Feichtinger Augustinho ambiental
07 Favela Jd. Cinira I, II e Av: Getúlio Década de 113 *Área pública de uso 1 setor com 2 moradias em
III Vargas 80 comum do povo risco de escorregamento
*Área de proteção
aos mananciais
07 Favela Chácara Sta. Rua Soledade Década de 83 *Área particular Risco de inundação
Maria Minas 80 *Faixa de proteção
ambiental
07 Favela Jd. Idemori Estrada dos 1996 21 *Área pública de uso cerca de 20 moradias com
Guatambús comum do povo risco de solapamento; 1
*Faixa de proteção moradia em risco de
ambiental escorregamento /Risco de
inundação (margem de
córrego)
07 Favela Av. Gilberto Av. Soldado PM 1996 25 * Área particular
Agostinho Gilberto *Área de proteção
Augustinho aos mananciais
08 Loteamento Rua Thomás 1998 24 * Área particular Risco de deslizamento
Clandestino Siegfried Gandarela *Área de proteção
e Cláudio aos mananciais
08 Favela Jd. São Pedro Rua Martins Década de 110 *Área pública de uso 7 setores com 42 moradaias
80 comum do povo em risco de escorregamento /
*Faixa de proteção margem de córrego
ambiental
08 Favela Vila do Sapo Estrada João 1965 44 *Área particular Risco de inudação (margem
Rodrigues *Área de proteção de lagoa)
permanente - primeira
categoria
09 Loteamento Rua Soraia 1989 346 *Área particular Um setor com 6 moradias em
Clandestino Jd. Carmo *Faixa de proteção risco de escorregamento; 14
I ambiental moradias com risco de
APP - nascente/ inundação e solapamento ;
córrego e faixa DER Risco de contaminação
09 Loteamento Rua São José 1992 674 *Área particular
Clandestino Jd. Carmo *Área de proteção
II permanente - primeira
categoria (/ APP -
nascente)
09 Loteamento Estrada Abias da IC 1991 / 175 *Área particular
Clandestino Chácara Silva IPMIS1986 *Faixa de proteção
Balbina I ambiental (APP -
córrego)
09 Loteamento Estrada Abias da 1989 221 * Área particular Risco de alagamento
Clandestino Chácara Silva *Área de proteção
Balbina II aos mananciais
09 Loteamento Rua Sergipe IC 1955 / 1790 *Área particular Risco de deslizamento/ Risco
Clandestino Horizonte IPMIS 1991 *Área de proteção de inundação (margem de
Azul I e II (parte) permanente - primeira represa)
categoria
09 Loteamento Irregular Rua Ester 1990 264 * Área particular -
Jd. Nogueira Glaudine Teodoro *Área de proteção
aos mananciais
09 Loteamento Irregular Av. Pres. Arthur 1988 237 3 setores com 16 moradias
Jd. Analândia II Bernardes *Área particular em risco de escorregamento/
*Faixa de proteção Risco de inundação (margem
ambiental de córrego)
09 Loteamento Irregular Rua Jatobá 1991 146 * Área particular Risco de deslizamento
Jd. Horacina *Área de proteção
aos mananciais
09 Favela Jd. Jacira I, II, Estrada do M`Boi 1985 220 *Área pública de uso 1 setor com 30 moradias em
III e IV Mirim comum do povo risco de escorregamento/
*Faixa de proteção Risco de inudação (margem
ambiental de córrego)

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09 Favela Chácara Rua Solimões 1988 144 *Área pública de uso 1 setor com 9 moradias em
Macedo comum do povo risco de escorregamento
*Área de proteção
aos mananciais
09 Favela Jd. Sônia Maria 1974 115 *Área pública de uso Risco de deslizamento/ Risco
I e II comum do povo de inundação
*Faixa de proteção
Rua Beija- flor ambiental
09 Favela Carmo II . Década de 85 *Área particular Risco de inundação
90 *Faixa de proteção
Rua Guarani ambiental
09 Favela das Áreas de Rua Iguatemi IC 1981 / 54 *Área pública de uso -
recreação do Pq. São IPMIS 1984 comum do povo
Lourenço *Área de proteção
aos mananciais
09 Favela Morro da Rua Iguatemi IC 1989 / 58 *Área pública de uso -
Formiga IPMIS 1990 comum do povo
*Área de proteção
aos mananciais
09 Favela Morro da Rua República 1988 174 *Área pública de uso Risco de deslizamento
Mandioca comum do povo
*Área de proteção
aos mananciais
10 Loteamento Rua Agenor IC 1978 / 402 4 setores com 32 moradias
Clandestino Jd. Vieira da Silva IPMIS 1984 *Área particular em risco de escorregamento/
Pelúcio I e II *Faixa de proteção Risco de inundação (margem
ambiental de córrego)
10 Loteamento Rua Felipe 1989 277 Risco de deslizamento /
Clandestino Jd. Mendes Risco de inundação (margem
Stroleise I Rodrigues *Área particular de córrego)
*Faixa de proteção
ambiental
10 Loteamento Rua Rogério 1995/1996 134 Risco de deslizamento /
Clandestino Jd. Pedro de *Área particular Risco de inundação (margem
Stroleise II Andrade *Faixa de proteção de córrego)
ambiental
10 Loteamento Rua São José 1989 32 * Área particular -
Clandestino Pq. Novo *Área de proteção
Mundo aos mananciais
10 Loteamento Rua dos 1981 19 * Área particular -
Clandestino Rua dos Tomilheiros *Área de proteção
Tomilheiros aos mananciais
10 Loteamento Rua Três Chaves IC 1990/ 115 *Área particular
Clandestino Três IPMIS 1988 *Faixa de proteção
Chaves ambiental (APP -
córrego )
10 Loteamento Rua Juruan Década de 238 *Área particular
Clandestino Jd. 40 *Faixa de proteção
Crispim ambiental (APP -
córrego )
10 Loteamento Rua N. Sr. de IC 1996/ 47 *Área particular Risco de deslizamento
Clandestino Jd. Santa Fátima IPMIS 2001 *Área de proteção
Rosa permanente - primeira
categoria (margem de
represa)
10 Rua Pedro Alves 1966 99 *Área particular
dos Santos *Faixa de proteção
Loteamento Irregular ambiental (margem
Vale da União de córrego)
10 Loteamento Irregular Rua Gilmar Viana 1995 247 *Área particular Risco de deslizamento /
Jd. Trapé *Faixa de proteção Risco de inundação (margem
ambiental de córrego)
10 Favela Jd. Jandaia I e Rua: Marialva e 1975 75 *Área pública de uso 1 setor com 3 moradias em
II Rua Arapongas comum do povo risco de escorregamento
*Área de proteção
aos mananciais
10 Favela Cidade Sta. 1985 83 *Área pública de uso Risco de inundação
Júlia I, II e III Rua Xingu e R: comum do povo
Madeira *Faixa de proteção

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ambiental
10 Favela Jd. Sta. Júlia 1985 103 *Área pública de uso -
comum do povo
*Área de proteção
Rua Igarapés aos mananciais
12 Loteamento Estrada Mato 1989 78 *Área particular Risco de deslizamento
Clandestino Estância Dentro *Área de proteção
da Mata permanente - primeira
categoria (mata
nativa)
12 Loteamento Rua Recanto dos 1976 35 *Área particular Risco Inundação (margem de
Clandestino Recanto Pereiras *Faixa de proteção córrego)
dos Pereiras ambiental
12 Loteamento Estrada Borba 1960 20 *Área particular Risco de inundação (margem
Clandestino Estrada Gato *Faixa de proteção de córrego)
Borba Gato ambiental
12 Loteamento Rua Salli IC 1998 / 35 *Área particular Risco de deslizamento / faixa
Clandestino Rua Sali / IPMIS 1995 *Faixa de proteção de proteção de cabos de alta
Bar do Vovô ambiental tensão/ margem de córrego
12 Favela Serraria Rod. Régis IC 1983 / 104 *Área particular Risco de deslizamento /
Bittencourt IPMIS 1995 *Área de proteção Risco de inundação
permanente - primeira
categoria (nascente)
12 Favela Vila dos Estrada dos IC 1956 / 31 *Área pública de uso -
Apurados Godoy IPMIS comum do povo
meados de *Área de proteção
90 aos mananciais
Quadro 6. Informações gerais sobre os assentamentos precários subnormais em Itapecerica da Serra .
Fonte: PMIS/URBIS, 2006 e 2007.

2.2.2 Assentamentos Subnormais Não-Precários


Embora tenha sido feita investigação detalhada junto à Secretaria de Planejamento
e Meio Ambiente e à Secretaria de Obras no intuito de gerar uma relação de todos os
loteamentos existentes, os resultados referentes aos assentamentos subnormais não
precários indicam a necessidade de aprimoramento destas informações.
Essa relação está sendo sistematizada pela equipe responsável pela formulação
de propostas para Programa de Regularização Fundiária. Estes dados orientarão o
referido programa em desenvolvimento. Os dados sistematizados até o presente são
apresentados a seguir.

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Loteamentos Clandestinos e Irregulares Não Precários por Unidade Territorial de Planejamento

Data da Data do Início Área de proteção


UTP LOTEAMENTO CATEGORIA Nº Domicilios. Localização
Aprovação da Ocupação ambiental

311424,95 /
1 JD SOUZA IRREGULAR 20 7377902,30 SIM
01/09/1964 - 309738,99 /
3 JD SAMPAIO IRREGULAR 200 SNM 7375795,65 não
309193,09 /
CHAC POTUVERÁ IRREGULAR 30 7377025,47 SIM
5 309432,41 /
CHAC POTUVERA II IRREGULAR 35 7376665,00 SIM
316759,67 /
CONDOMÍNIO DA PAZ CLANDESTINO 10 7377414,08 NÃO
317016,57 /
RUA JARAÚ (JD VERGADA) CLANDESTINO 7376707,91 NÃO
316815,34 /
7 CHAC STA MARIA IRREGULAR 250 1953 7377734,92 SIM
315917,24 /
JD VITÓRIA IRREGULAR 60 12/6/1976 7376137,47 SIM
316414,92 /
VL SANTA MARIA IRREGULAR 190 7379084,51 não
316867,85 /
8 GERSON FERNANDES DA COSTA CLANDESTINO 20 7373863,27 NÃO

317397,19 /
JD DO EDEN II CLANDESTINO 40 7372986,65 SIM
316518,26 /
PQ STO ANTONIO CLANDESTINO 80 7372744,24 não
9 315855,31 /
JD ANALÂNDIA I IRREGULAR 450 7372941,29 SIM
317421,02 /
JD DO EDEN I IRREGULAR 110 7373090,42 SIM
316677,46 /
JD JACIRA II/ARY IRREGULAR 50 7372737,44 não
315017,20 /
CHAC FISCHER IRREGULAR 50 30/10/1964 7370863,63 SIM
316211,71 /
CHAC REC DAS FLORES IRREGULAR 70 7371608,55 SIM
318061,18 /
10 JD MARIA CRISTINA IRREGULAR 37 7371612,73 não
317249,55 /
PQ JANDAIA II IRREGULAR 22 7371776,56 não
315412,26 /
VL DOS OLIVEIRAS IRREGULAR 280 7371372,63 SIM
307454,30 /
VALE DO LOIRE CLANDESTINO 3 7378504,03 SIM
11 310148,52 /
ESTÂNCIA DO LAGO IRREGULAR 40 7379399,19 SIM
304768,26 /
CLAUDINO DE OLIVEIRA CLANDESTINO 3 7368659,69 NÃO
12 305610,84 /
SHOGO YOSHIHIRO CLANDESTINO 40 7368296,46 NÃO
314386,92 /
MARINO KAZUMI IYONE CLANDESTINO 35 7377184,74 NÃO
13 312177,69 /
IRGA MIRIM IRREGULAR 10 7379634,00 não
313517,15 /
ADELINO RODRIGUES DE MORAES CLANDESTINO 20 - 2000 7374753,14 NÃO
313158,62 /
ANTÔNIO COLLET CLANDESTINO 40 1998 7370529,29 NÃO
14
VALE DOS AMIGOS (DOVER) CLANDESTINO NÃO
314529,23 /
DOVER IRREGULAR 15 7370745,82 SIM
309838,40 /
15 SOLAR DOS AMIGOS IRREGULAR 10 7371756,27 SIM

ANTÔNIO BENTO DE CAMARGO CLANDESTINO 50 1977 1977 NÃO

CHAC BALBINA III CLANDESTINO NÃO

JESUINO VIANA MENDES CLANDESTINO NÃO


FALTAM DADOS

JOSE ANTONIO DOMINGUES FILHO CLANDESTINO NÃO

MANOEL MESSIAS DE OLIVEIRA FILHO CLANDESTINO NÃO

MARIA AP. DE OLIVEIRA CLANDESTINO NÃO

NOLVALINA DE ARAÚJO BERRETA CLANDESTINO NÃO

PEDRO ANTONIO DA SILVA CLANDESTINO NÃO

PEDRO PANZA FILHO CLANDESTINO NÃO

CLARA FICHBERG CLANDESTINO NÃO

VL DOS APURADOS CLANDESTINO NÃO

GEIL IMÓVEIS (subdivisão) IRREGULAR NÃO

J.A.G. ITAQUACIARA IRREGULAR NÃO

Quadro 7. Informações disponíveis sobre assentamentos subnormais não-precários, coletadas junto à


PMIS em abril de 2007.

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Assim, à listagem dos assentamentos subnormais precários mapeados, foram


acrescentados 23 loteamentos clandestinos não precários e 21 loteamentos irregulares
não precários. Além destes, 13 loteamentos, sendo 11 loteamentos clandestinos e 2
loteamentos irregulares, ainda não foram totalmente localizados em suas Unidades
Territoriais de Planejamento (UTPs).

Tipo de Assentamento
No. de Assentamentos %
Subnormal
Precários

Favela 34 29,1

Loteamento Clandestino 21 17,9


Loteamento Irregular 05 4,2
Não Precários

Loteamento Clandestino 34 29,1

Loteamento Irregular 23 19,7

Total 117 100


Quadro 8. Quadro atual de assentamentos urbanos subnormais, de acordo com as informações disponíveis
em abril de 2007.

2.3. Elementos para a indicação de tendências da ocupação irregular no município.

2.3.1. Tipologias de ocupação quanto ao porte


O Mapeamento dos Assentamentos Subnormais (op.cit.) apontou características
especificas de ocupação. A principal característica em Itapecerica da Serra é que, parte
significativa dos assentamentos são ocupações irregulares pequenas, localizadas de
forma dispersa pelo território.
Esta constatação alerta à necessidade de um monitoramento de áreas vazias no
município, já que o processo de ocupação não se deu com a expansão de loteamentos
em grande escala.

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No de Imóveis no assentamento Assentamentos %


Com até 50 imóveis 19 31,2
Com 51 a 100 imóveis 16 26,2
Com 101 a 200 imóveis 13 21,3
Com mais de 200 imóveis 13 21,3

Quadro 9. Dimensão dos assentamentos subnormais (número de imóveis)

2.3.2. Tipologias de ocupação quanto à localização no município


O Mapeamento de assentamentos subnormais precários mostra a seguinte
distribuição destes assentamentos em termos das Unidades Territoriais de Planejamento
(UTPs) que dividem o município:

Loteamentos Loteamentos
UTPs Favela Total
Clandestinos Irregulares

UTP 01 - Centro 01 - 05 06
UTP 03 – Jd. Paraíso - - 04 04
UTP 04 – Delfim Verde 01 - 03 04
UTP 05 – Jd. Itapecerica - - 04 04
UTP 06 – Branca Flor - - 01 01
UTP 07 – Valo Velho 01 - 04 05
UTP 08 – São Pedro 01 - 02 03
UTP 09 – Jd. Jacira 05 03 07 15
UTP 10 – Crispim 06 02 03 11
UTP 12 – Potuverá 04 - 02 06
UTP 14 – Lagoa 02 - - 02
Quadro 10 . Tipo de assentamento por Unidade Territorial de Planejamento (UTP)

Pode-se perceber um agrupamento maior de assentamentos subnormais em duas das


quinze Unidades Territoriais de Planejamento (UTPs) que dividem o município:
• UTP 9 / Jd. Jacira - 15 assentamentos subnormais;
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• UTP 10 / Crispim - 13 assentamentos subnormais;


• Dispersos pelas demais UTPs - 33 assentamentos subnormais.

O fato de que as UTPs Jardim Jacira e Crispim, nas quais se verifica esta maior
concentração de ocupações irregulares, localizarem-se no limite com o município de São
Paulo, permite supor que este é o indutor predominante da ocupação.
=:

Figura 2. Unidades Territoriais de Planejamento (UTP) e divisa de Itapecerica da Serra com o município de
São Paulo.

As características específicas das 4 UTPs que fazem limite com o município de


São Paulo e que contribuem para compreender a dinâmica de ocupação diferenciada são
as seguintes:

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• A UTP 7 - Valo Velho apresenta um assentamento subnormal do tipo loteamento


clandestino e quatro assentamentos subnormais do tipo favela. Trata-se de uma UTP
localizada próxima ao centro da cidade, onde existe uma maior fiscalização por parte
da prefeitura municipal.
• A UTP 8 – São Pedro apresenta um assentamento subnormal do tipo loteamento
clandestino e dois assentamentos subnormais do tipo favela. É uma UTP com uma
pequena área urbana.
• A UTP 9 – Jd. Jacira apresenta cinco assentamentos subnormais do tipo loteamento
clandestino, três do tipo loteamento irregular e sete do tipo favela.
• A UTP 10 – Crispim apresenta oito assentamentos subnormais do tipo loteamento
clandestino, dois tipo loteamento irregular e três do tipo favela. Nestas duas UTPs é
onde se concentra a maior ocorrência de ocupação irregular no município.
Apesar de estarem localizadas longe do centro da cidade, as UTPs 9 e 10
apresentam uma área urbana maior, equipamentos e infra-estrutura e o limite com a
periferia do município de São Paulo como um forte indutor de ocupação, agravado pela
dificuldade de fiscalização por parte da prefeitura municipal. A maioria dos assentamentos
com mais de 200 imóveis está localizada nestas UTPs.

Relatos de funcionários da Prefeitura apontam também um programa de indenização


para famílias residentes em moradias precárias na periferia de São Paulo, ocorrido na
década de 80, como um dos indutores da ocupação irregular no Município.
Por outro lado, a Rodovia Regis Bittencourt, que atravessa o município passando
pela UTP 5 – Jd. Itapecerica, UTP 11 – Ressaca e UTP 12 – Potuverá, não se configura
como um forte indutor de ocupações irregulares. Analisando a incidência de
assentamentos subnormais nestas UTPs, não se pode afirmar que a Rodovia atuou como
indutor das ocupações irregulares existentes.
Na UTP 11 – Ressaca, não existem ocupações irregulares; na UTP 05 – Jd.
Itapecerica existem quatro assentamentos subnormais do tipo favela e na UTP 12 –

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Potuverá existem quatro assentamentos subnormais do tipo loteamento clandestino e dois


assentamentos subnormais do tipo favela.
As ocupações da UTP 5 estão relacionadas à proximidade ao centro da cidade. Já
as ocupações da UTP 12 estão relacionadas a casos específicos, como por exemplo, a
ocupação da área de uma antiga serraria e a ocupação iniciada por uma única família.
O eixo da Rodovia Regis Bittencourt está localizado em uma região caracterizada
pela existência de grandes glebas de terra e que, no entanto, está distante do centro da
cidade, dos equipamentos públicos e do acesso à infra-estrutura da área urbana. Estes
seriam os motivos reais do baixo índice de ocupações irregulares neste vetor (ver Figura
3).

Figura 3. Localização da Rodovia Regis Bittencout, Unidades Territoriais de Planejamento (UTP) e


proximidade ao centro da cidade.
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2.3.3. Possibilidade de expansão das ocupações irregulares


Uma das características investigadas pelo Mapeamento e Hierarquização de
Assentamentos Subnormais no Município (PMIS/URBIS, 2006), detectada em campo, foi
a possibilidade de expansão das ocupações. Este indicador de pontuação da
hierarquização dos assentamentos levou em consideração a existência de áreas vazias
contíguas aos assentamentos, o que potencializaria uma possível expansão da ocupação.
Dos 61 assentamentos mapeados, 29 estão implantados em locais onde existem
áreas vazias contíguas, mas ainda sem indício de novas construções; 23 estão
implantados em locais onde se verifica presença de novas construções em áreas
contíguas caracterizando a iminência de expansão da ocupação irregular e apenas 08
estão implantados em locais onde não existem áreas contíguas vazias.
Portanto, 86% dos assentamentos ocupam áreas com potencial para expansão da
ocupação irregular.

Possibilidade de expansão Assentamentos %


Existência de áreas contíguas vazias 29 48
Existência de áreas contíguas vazias com presença
de novas construções 23 38
Não existem áreas contíguas vazias 8 13

Quadro 11 . Possibilidade de expansão dos assentamentos subnormais em função da existência de áreas


vazias contíguas

São assentamentos que poderiam ter se expandido. A existência de área vazia


contígua potencializa, mas não é um forte indutor de expansão das ocupações.
Portanto, o que pode ser observado no município é que mais do que o
adensamento de áreas existentes prevalece a pulverização de ocupação de novas áreas.

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3. AS ÁREAS DE RISCO NO MUNICÍPIO

Este Capítulo associa o Programa de Fiscalização, Controle e Prevenção à


ocupação urbana irregular, com atenção especial àquelas moradias assentadas em áreas
de proteção ambiental e em áreas de risco.
Entende-se aqui por risco a probabilidade de ocorrência de um determinado
processo destrutivo que resulte em conseqüências danosas às edificações ali assentadas
ou aos seus moradores. A probabilidade de ocorrência está associada às características
do processo destrutivo, aos seus condicionantes e aos agentes predisponentes e efetivos.
As conseqüências são função da vulnerabilidade do meio exposto, o que pode explicar
que várias situações de risco aqui apresentadas devem-se principalmente à precariedade
dos assentamentos (da fragilidade da moradia à ausência de infra-estrutura e serviços) e
às intervenções realizadas pela ocupação urbana no meio físico (cortes, aterros,
lançamento de águas servidas, lixo e entulho nas encostas, obstrução de drenagens,
etc.).
No âmbito de um programa de monitoramento, fiscalização e controle podem ser
identificados em Itapecerica três tipologias de processos ambientais destrutivos de
interesse para a segurança e qualidade de vida da população assentada:
• Escorregamentos (deslizamentos de solo, rolamentos/quedas de blocos ou lascas
rochosas, rastejos) em encostas, erosão e solapamentos de margens de córregos;
• Enchentes e inundações de canais fluviais e alagamentos de terrenos rebaixados por
deficiência de drenagem ou infiltração;
• Contaminação do solo e da água por lançamento indevido de águas servidas e esgoto.

3.1. Riscos associados a movimentos de massas (escorregamentos e


solapamentos) e a erosão.

Estes dados foram obtidos no relatório “Elaboração de Plano Municipal de


Redução de Riscos no município de Itapecerica da Serra (SP)” – volume 1 (PMIS /
FUNEP-UNESP, 2006).
Os estudos para elaboração do diagnóstico de riscos associados a
escorregamentos em encostas e solapamentos de margens de córregos do PMRR foram

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executados em 35 áreas urbanas de Itapecerica da Serra (ver Quadro 12) . Estas áreas
estão localizadas em assentamentos precários subnormais, majoritariamente, mas
também em alguns trechos da cidade formal.

Coordenadas
Nome da Área Localização da Área
UTM
Chácara Macedo Rua Onofre da Silva Crispim 315.530/7.371.174
Chácara Santa Maria Av. PM Gilberto Agostinho 316.357/7.378.558
Entre as Ruas Presidente Arthur
Jardim Analândia 315.618/7.372.831
Bernardes e Rua J. K.
Jardim Campestre Rua Andradina 314.670/7.379.243
Jardim Cinira Rua Pindorama 316.227/7.377.123
Jardim do Carmo Rua Guarani 317.570/7.372.234
Estrada do Guatambu / Limite com
Jardim Idemori 317.379/7.377.512
SP
Jardim Itapecerica Rua Mirangaba 310.204/7.378.600
Jardim Jacira Rua Machado de Assis 317.090/7.372.836
Jardim Marilú I Ruas Terra e Itamar 310.904/7.375.172
Jardim Marilú II Rua Faria Lemos 310.902/7.375.173
Jardim Marilú III Rua Sílvio F. Domingues 310.904/7.375.172
Jardim Paraíso I Viela Mário Cardoso 311.041/7.375.792
Ruas Silvino Pedroso de Castro e
Jardim Paraíso II 311.096/7.375.987
Pedra Mole
Jardim Pelúcio Rua Agenor Viana 315.567/7.377.051
Jardim Potuverá Rodovia Armando Sales (SP 228) 309.628/7.376.422
Ruas Benedito Antônio Gonçalves e
Jardim Sampaio I 310.202/7.375.459
Primavera
Jardim Sampaio II Rua Diogo de Vasconcelos 309.696/7.375.750
Jardim Sampaio III Rua João Antônio de Moraes 309.761/7.375.919
Jardim Sampaio IV Rua Veraneio 309.491/7.375.808
Jardim Santa Amélia Rua Santa Maria Goretti 309.431/7.377.282
Jardim São Marcos I Avenida Constantinopla 310.515/7.374.083
Jardim São Marcos II Avenida Constantinopla 310.334/7.373.978
Jardim São Pedro I Rua Antônio Correia dos Santos 316.792/7.315.227
Jardim São Pedro II Rua Cedro 316.864/7.375.582
Jardim São Pedro III Rua Napoleão B. de Freitas 316.873/7.375.718
Entre as Ruas Américo Vazoni e
Centro 311.769/7.376.312
Virgílio Busnelo
Entre as Ruas Dona Anila e a
Mirante da Lagoa 312.077/7.375.739
Estrada João Rodrigues de Moraes
Parque Jandaia Rua Marialva 317.174/7.371.425
Parque Paraíso Formosa Rua Formosa 310.596/7.377.058
Parque Paraíso Gleba 7 - I Av. dos Legisladores 310.599/7.377.055
Parque Paraíso Gleba 7 - II Rua Orlanda Pazzoto Belosso 310.599/7.377.055
Parque Paraíso Guatemala Rua Jorge Fadlo 310.081/7.377.361
Parque Paraíso – Nova York Rua Nova York 310.219/7.077.562
Entre as Ruas Coxim, Erexim e
Vila Geni 310.414/7.378.511
Tapera.
Quadro 12. Relação e localização das áreas objeto do mapeamento de risco.

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Nessas 35 áreas foram delimitados 66 setores de risco. Um setor de risco é um


espaço definido dentro do assentamento, sujeito a sofrer um determinado processo
destrutivo, cujas evidências ou indicadores predisponentes foram identificados em campo.
Os setores de 33 áreas deste total foram delimitados em fotografias aéreas oblíquas de
baixa altitude, obtidas por meio de sobrevôo de helicóptero. A sua localização precisa
pode ser observada no volume 2 do relatório acima citado.
Para cada setor de risco identificado, há uma ficha no relatório citado, descrevendo
os indicadores e condicionantes do processo destrutivo potencial identificado, o número
de moradias que podem ser afetadas pelo processo destrutivo e estabelecendo um grau
de probabilidade de ocorrência deste processo (ver Quadro 13, a seguir)

Grau de
Descrição
probabilidade
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o desenvolvimento de
R1 processos de escorregamentos e solapamentos.
Baixo a Não há indícios de desenvolvimento de processos de instabilização de encostas e de
Inexistente margens de drenagens. É a condição menos crítica.
Mantidas as condições existentes, não se espera a ocorrência de eventos destrutivos no
período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos.
R2 Observa-se a presença de alguma(s) evidência(s) de instabilidade (encostas e margens de
Médio drenagens), porém incipiente(s).
Mantidas as condições existentes, é reduzida a possibilidade de ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de um ciclo
chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos.
R3 Observa-se a presença de significativa(s) evidência(s) de instabilidade (trincas no solo,
Alto degraus de abatimento em taludes, etc.).
Mantidas as condições existentes, é perfeitamente possível a ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de um ciclo
chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos.
As evidências de instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em
R4 moradias ou em muros de contenção, árvores ou postes inclinados, cicatrizes de
Muito Alto escorregamento, feições erosivas, proximidade da moradia em relação ao córrego, etc.) são
expressivas e estão presentes em grande número e/ou magnitude.
É a condição mais crítica. Mantidas as condições existentes, é muito provável a ocorrência
de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de
um ciclo chuvoso.
Quadro 13. Critérios para definição do grau de probabilidade de ocorrência de processos de instabilização
do tipo escorregamentos em encostas ocupadas e solapamento de margens de córregos.

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Uma tabela com a síntese dos resultados deste mapeamento é apresentada abaixo
(ver Quadro 14).
O PMRR, além dos resultados aqui apresentados, também sugere formas de
intervenção estrutural, quantitativos e estimativas de custos para as obras indicadas em
cada setor.

Situação
Grau de Probailidade
CórregoMargem de

Nome da Seto Nº. de moradias


Processo
Encosta

area r ameaçadas

- Ação direta da água (concentração do escoamento


Chácara superficial) ao longo da encosta;
1 X R2 09
Macedo - Escorregamentos localizados e pouco expressivos de
depósito de cobertura (aterro).
Não foram observados processos de instabilização. Segundo
Chácara os moradores, em algumas residências construídas em um
1 X R2 11
Santa Maria nível inferior às demais, ocorreram inundações por meio de
refluxo de água através da canalização.
- Escorregamento de solo induzido e natural;
1 X R2 10
- Ação direta da água.
- Processo erosivo;
Jardim 2 X R2 01
- Ação direta da água.
Analândia
- Processos erosivos;
3 X R2 06
- Ação direta da água.
4 X R3 Problema construtivo. 01
- Ação direta da água;
Jardim
1 X R2 - Solapamento pontual e de baixa magnitude em virtude do 18
Campestre
padrão retilíneo do canal.
Jardim
- Escorregamento de solo induzido;
Cinira / 1 X R2 02
- Processos erosivos por ação direta da água.
Primavera
- Escorregamento de solo (depósito de cobertura) induzido;
1 X R3 - Processos erosivos naturais e induzidos por ação direta da 06
Jardim do
água servida.
Carmo
- Inundação;
2 X R1 14
- Solapamento.
- Solapamento;
1 X R3 20
Jardim - Inundação.
Idemori - Escorregamento de solo induzido;
2 X R3 01
- Processo erosivo induzido.
- Processo erosivo em decorrência do rompimento da escada
1 X R2 hidráulica; 04
Jardim - Escorregamento do solo.
Itapecerica 2 X R2 Processos erosivos. 03
Ação direta da água, escorregamento de depósito superficial
3 X R3 05
de encosta.
- Escorregamento de solo;
Jardim
1 X R3 - Processos erosivos em virtude da concentração do 30
Jacira
escoamento superficial.
Jardim - Ação direta da água;
1 X R1 Zero
Marilú I / - Ruptura em cunha e tombamentos (pouco expressivo).
Jardim das - Ação direta da água;
2 X R2 02
Palmeiras - Ruptura em cunha e tombamentos.
Jardim
Marilú - Escorregamento planar de solo;
1 X R2 03
II/Jardim das - Processos erosivos.
Palmeiras

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- Escorregamento de aterro/solo;
1 X R2 04
- Ação direta da água.
Jardim
2 X R3 Erosão e escorregamento. 02
Marilú III
- Escorregamento de solo,
3 X R1 05
- Processos erosivos lineares.
- Processos erosivos;
1 X R3 ~ 20
- Escorregamento de solo.
- Escorregamento de aterro natural e induzido;
Jardim
2 X R3 - Processos erosivos; 01
Paraíso I
- Recalque
- Processos erosivos
3 x R4 04
- Escorregamento de solo
1 X R2 - Escorregamento de aterro e solo. 05
Jardim
- Escorregamento de aterro e solo;
Paraíso II 2 X R3 03
- Processos erosivos lineares.
- Escorregamento de solo;
1 X R3 18
- Processos erosivos.
- Escorregamento de solo;
2 X R2 08
Jardim - Processos erosivos.
Pelúcio - Escorregamento de solo;
3 X R2 03
- Processos erosivos.
- Escorregamento de solo;
4 X R2 03
- Processos erosivos.
1 X R3 - Escorregamentos translacionais rasos. 11
- Solapamento
2 X R2 05
Jardim - Inundação.
Potuverá 3 X R2 - Escorregamento de solo. 03
- Processos erosivos;
4 X R2 09
- Escorregamento de solo.
Jardim - Processos erosivos;
1 X R2 12
Sampaio - Escorregamento de solo e aterro.
Jardim
1 X R2 - Escorregamento de solo (translacional raso) 02
Sampaio II
Jardim - Escorregamento de solo;
1 X R3 10
Sampaio III - Processos erosivos.
Jardim - Escorregamento de solo;
1 X R1 03
Sampaio IV - Processos erosivos lineares.
1 X R2 - Escorregamento de solo induzido. 01
- Processos erosivos lineares;
Jardim 2 X R2 08
- Escorregamento de solo.
Santa
- Processos erosivos;
Amélia 3 X R2 01
- Escorregamento de solo.
4 X R2 - Escorregamento translacional raso. 02
- Escorregamento de solo/ lixo;
Jardim São 1 X R3 20
- Processos erosivos lineares.
Marcos I
2 X R2 - Escorregamento de solo. 03
Jardim São
01 X R2 - Escorregamento de solo. 03
Marcos II
1 X R2 - Escorregamento de Solo e Depósito de Cobertura. 28
Jardim São 2 X R2 - Escorregamento de solo. 01
Pedro - Escorregamento em aterro / lixo;
3 X R2 06
- Processos erosivos lineares.
Jardim São 1 X R2 - Escorregamento em aterro. 01
Pedro II 2 X R3 - Escorregamento de solo e aterro. 03
- Escorregamentos translacionais rasos em solo e no
Jardim São 1 X R2 02
depósito de cobertura.
Pedro III
2 X R2 - Escorregamento de solo induzido. 01
- Escorregamento de aterro;
Jardim 1 X R3 - Processos erosivos lineares. 05
Tereza
Maria / - Processos erosivos;
Centro 2 X R2 - Recalques; 04
- Escorregamentos rasos.

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- Escorregamentos em aterro e solo;
1 X R3 09
- Processos erosivos lineares.
-- Processos erosivos lineares;
2 X R2 03
- Escorregamentos em solo.
Mirante da - Escorregamentos em solo;
3 X R2 10
Lagoa - Processos erosivos lineares.
- Ação direta da água;
- Recalques;
4 X R2 08
- Rompimento total de muro e mobilização em volume
expressivo de aterro.
- Escorregamento em solo e aterro;
Parque
1 X R2 - Processos erosivos lineares. 03
Jandaia
Parque
Paraíso / 1 X R1 - Sem descrição do processo Zero
Formosa
Parque - Processo erosivo;
Paraíso / 1 X R2 - Tombamento de blocos; 01
Gleba 07 I - Escorregamento em rocha.
Parque - Ruptura em cunha;
Paraíso / 1 X R3 - Tombamento; 02
Gleba 07 II - Escorregamento do material de cobertura.
Parque
Paraíso / 1 X R3 - Escorregamento de Aterro/ entulho. 03
Guatemala
Parque
Paraíso / 1 X R1 - Processos de recalques superficiais. 09
Nova YorK
- Escorregamento de solo e aterro;
Vila Geni 1 X R3 05
- Processos erosivos lineares.
Quadro 14. Síntese dos resultados do mapeamento de risco do município de Itapecerica da Serra. Fonte:
PMIS/FUNEP (2006)

Deste quadro, podemos destacar os seguintes resultados principais:


 61 setores estão localizados em encostas e 5 setores em margem de córregos.
 Nos 66 setores delimitados, foi observado apenas 1 setor (2% do total) com grau de
probabilidade MUITO ALTO (Jardim Paraíso I – Setor 3), 20 setores (30%) com grau
de probabilidade ALTO, 39 setores (59%) com grau de probabilidade MÉDIO e,
finalmente, 6 setores (9%) com probabilidade BAIXA a INEXISTENTE.
 Em termos dos processos perigosos identificados, 52% das situações de risco
identificadas estão associadas a escorregamentos, 32% a erosão, 9% a ação direta
das águas, 4% a solapamentos e 3% a enchentes / inundação. Embora fora do escopo
do referido estudo, também foram observados riscos associados a problemas
estruturais de moradias e a recalques.
 Nos 66 setores de risco delimitados, foram identificadas 419 moradias que se
encontram ameaçadas, das quais 04 foram indicadas para remoção.
 Do total de 419 moradias ameaçadas, apenas 4 (1% do total) encontram-se em
situação de grau de probabilidade MUITO ALTO, 175 (50% do total) com grau ALTO,
209 (42%) com grau MÉDIO e 31 (7%) com grau BAIXO.
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Os assentamentos indicados como sujeitos a riscos de deslizamentos no Quadro 6


foram assim caracterizados com base nas informações do Mapeamento (PMIS/URBIS,
2006).

3.2. Riscos associados a enchentes, inundações e alagamentos.

Tendo como fonte de dados o Mapeamento, Caracterização e Hierarquização dos


Assentamentos Subnormais (PMSI/URBIS, 2006 e 2007), identifica-se o seguinte quadro
de riscos associados a enchentes e inundações.
Dos 61 assentamentos mapeados, apenas um apresenta risco de alagamento
causado por concentração de águas pluviais e 34 apresentam risco de inundação por
ocuparem planície de inundação de córregos ou margens de lagoa ou represa, que
também são Áreas de Proteção Permanente (APP). Nestas ocupações, é freqüente o
registro de inundações que provocam danos às famílias residentes. No entanto, sete dos
assentamentos ocupam faixa de APP, mas não apresentam risco de inundação. Esta
característica não descarta a necessidade de fiscalização e monitoramento de um avanço
da ocupação e de um possível enquadramento na situação de risco. Na tabela a seguir
estão caracterizados os assentamentos que avançam sobre Área de Preservação
Permanente – APP:
No mapeamento citado, foram caracterizadas três tipologias de assentamentos
subnormais: favelas, loteamentos irregulares e loteamentos clandestinos. Dos mesmos
34 assentamentos acima identificados com risco de inundação, 16 deles são favelas, 14
são loteamentos clandestinos e 3 são loteamentos irregulares.

Assentamentos % em relação ao no. de


Tipo de assentamento subnormal com risco de assentamentos do tipo
inundação mapeados
Favela 16 47

Loteamento Clandestino 14 66
Loteamento Irregular 3 60
Quadro 15 . Risco de inundação por tipo de assentamento subnormal.Fonte: PMIS/URBIS, 2006 e 2007

O número de ocupações em situação de risco de inundação por tipo de


assentamento subnormal é significativo quando relacionado ao número total de
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assentamentos do tipo mapeados. A grande maioria das ocupações irregulares está


localizada em áreas que colocam em risco a saúde da população e o meio ambiente.

3.3. Riscos associados à contaminação do solo e da água por lançamento indevido


de águas servidas e esgoto.

No mapeamento citado (PMIS/URBIS, 2006 e 2007), a caracterização do nível de


consolidação por salubridade dos assentamentos “se refere às características gerais de
implantação da Área, levando em conta as condições de salubridade do Assentamento
(padrão de saúde dos moradores relacionado ao meio ambiente), o comprometimento
ambiental (nível de degradação do local) e o resultado desta combinação em termos de
consolidação da ocupação”.
Para este indicador foram estabelecidas três pontuações que atendem às
diferentes características encontradas nas áreas:
Boa salubridade – Índice atribuído às áreas que apresentam maior consolidação da ocupação,
implantados em terrenos mais seguros, com redes atingindo a maior parte dos imóveis e
resultando em melhores condições de salubridade e menor comprometimento ambiental.
Insalubridade em parte significativa do assentamento – Situação das áreas que apresentam
alguma consolidação, têm condições de insalubridade inadequadas, em geral, associada à
presença de terrenos alagadiços e domicílios precários, ou redes inadequadas.
Insalubridade na maior parte do assentamento – São áreas cuja condição física de implantação é
marcada pela precariedade da urbanização em termos de condições dos terrenos, do
saneamento, etc., com níveis de insalubridade e insegurança que geram riscos diversos.

Nos resultados desta investigação, foi identificado um alto índice de insalubridade,


onde 70,5% dos assentamentos apresentam condições de salubridade que comprometem
a saúde pública e o meio ambiente. Apenas 29,5% dos assentamentos, com maior
consolidação e com redes de saneamento que atendem a maior parte da ocupação,
apresentam um menor comprometimento ambiental.

Nível de Consolidação por Salubridade Assentamentos %

Boa salubridade 18 29,5

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Insalubridade em parte significativa 13 21,3
Insalubridade na maior parte 30 49,2
Quadro 16 . Nível de consolidação por salubridade por assentamento subnormal .Fonte: PMIS/URBIS, 2006
e 2007

4. A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTAL INCIDENTE SOBRE A ÁREA A SER


MONITORADA
Neste Capítulo foram levantados e analisados os normativos federais, estaduais e
municipais incidentes relacionados ao tema. Os elementos principais para o presente
programa estão sintetizados a seguir.

4.1 Competências Normativas


A Constituição Federal, ao dispor sobre a organização político - administrativa da
República Federativa, instituiu a distribuição da competência legislativa entre seus entes
conforme a lógica de sistema jurídico fundamentado no Estado democrático de direito e
em razão das matérias.
A Competência Legislativa em matéria urbanística encontra-se assim repartida:
- à União compete a disposição das normas gerais, dos princípios regentes do assunto
(art. 21, XX da Constituição Federal);
- ainda à União e aos Estados concorrentemente cabe legislar sobre o direito urbanístico
(art. 24, I da Constituição Federal);
- aos Municípios decorre a competência complementar ( art. 30, I e VIII).
A Competência Legislativa em matéria relativa à proteção ao meio ambiente natural
é da União concorrentemente aos Estados (art. 24, VI da Constituição Federal). Vale citar
que, aos Municípios, cabe suplementar a legislação federal e a estadual no que for
necessário.
A competência da Legislação em matéria tributária tem a União como instituidora
dos princípios e normas gerais, cabendo aos Estados e Municípios instituírem e
arrecadarem os tributos de sua competência territorial.
A Legislação infraconstitucional, no âmbito federal, especialmente incidente nesta
caracterização, consubstancia-se na Lei 6.766/79, com as alterações introduzidas pela Lei
9.785/99, que dispõe sobre as normas gerais de Parcelamento do Solo Urbano e na Lei

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10.257/2001 – Estatuto da Cidade, que regulamenta e estabelece diretrizes da política


urbana em consonância aos artigos 182 e 183 da Constituição Federal.
Na Legislação Estadual de São Paulo, este estudo refere-se aos artigos 180, 181,
182 e 183 da Carta Constitucional do Estado, que dispõe sobre o Desenvolvimento
Urbano com as alterações introduzidas pela Emenda Constitucional 23/07; e na Lei
12.233/06, que dispõe sobre a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Guarapiranga, regulamentada pelo Decreto 51.686/07.
No âmbito do Município, dentre os normativos incidentes, este estudo abordou a
Lei 1.771/06 – Plano Diretor Estratégico e a Lei 1.279/01 – Reforma Administrativa.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Competência Legislativa dos Entes Art. 21, XX – União (Normas Gerais).
Federativos / Matéria Urbanística Art. 23, IX - Comum aos Entes Federativos
Art. 24, I – Estados (Concorrente).
Art. 30, I e VIII – Município (Suplementar)
Da Política Urbana Artigos 182 e 183
Sistema Tributário Art. 145, III – Contribuição Melhoria.
Art. 156, I – Progressividade razão valor.
Art. 156, II – Alíquotas diferentes face
localização e uso.
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL e NORMATIZAÇÕES
Lei 6.766/79 com alterações Parcelamento do Solo Urbano
introduzidas pela Lei 9.785/99
Lei 4.771/65 Código Florestal
Resolução CONAMA 369/06 Regularização Fundiária em APPs
Lei 10.257/2001 – Estatuto da Regulamenta e Estabelece Diretrizes Política
Cidade Urbana
Medida Provisória 2220/2001 – Instrumento regularização fundiária em áreas
Concessão Especial de Uso públicas.
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Constituição Estadual de São Paulo Arts. 180, 181, 182 e 183 – Do
Desenvolvimento Urbano
Emenda Constitucional 23/07 Nova Redação ao artigo 180 da Constituição
Paulista
Lei Estadual 12.233/06 Dispõe sobre a Área de Proteção e
regulamentada pelo Decreto Recuperação dos Mananciais da Bacia
51.686/07 Hidrográfica do Guarapiranga
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Lei Municipal 1.771/06 Plano Diretor Estratégico
Lei Municipal 1.279/01 Reforma Administrativa
Quadro 17. Legislação ambiental e urbanística incidente sobre a ocupação irregular no município

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4.2. Normativos Federais

a) A Política de Desenvolvimento Urbano na Constituição Federal


A Constituição Federal de 1988 tratou de lançar os marcos jurídicos legais dos
objetivos da política urbana, consubstanciados nos artigos 182 e 183, regulamentados
pela lei federal 10.257/2001 que, em síntese, dispõem que:
- a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes;
- o Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana;
- a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor;
- é facultado ao Poder Público Municipal, mediante lei específica para área incluída no
Plano Diretor, exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente de
parcelamento ou edificação compulsória, IPTU progressivo no tempo, e desapropriação
com pagamento mediante títulos da dívida pública.
O direito à moradia, inscrito na Constituição Federal por meio da Emenda 26/00, é
um direito social fundamental, portanto, auto-aplicável. O direito à moradia não pode se
dissociar dos objetivos fundamentais da República, entre os quais o da redução das
desigualdades sociais.
Sendo o direito à moradia o núcleo central do direito a cidades sustentáveis, pode-
se verificar que estes “dois direitos” se comunicam em seus elementos: moradia
adequada, saneamento ambiental, infra-estrutura urbana, transporte e serviços públicos.
Nesse sentido, é necessária a articulação entre a política habitacional e a política de

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desenvolvimento urbano-territorial, garantindo-se assim, o respeito ao direito a cidades


sustentáveis, à função social da propriedade e o direito à moradia.
Assim, vale ressaltar, o planejamento urbano – ordenamento territorial que dita o
controle da ocupação humana / habitacional no município, deve atender precipuamente à
fruição do direito a cidade sustentável para todos os habitantes, de forma a não violar os
preceitos de integração social dos setores desfavorecidos.
A ocupação desordenada para fins habitacionais em áreas urbanas, públicas ou
particulares, gera direitos constitucionais aos possuidores. Neste sentido vale referência
especial o disposto no artigo 183 da Constituição Federal, posto que fundamenta as
diretrizes dos instrumentos de regularização fundiária, devidamente regulamentados pelo
Estatuto da Cidade.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário
de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

b) O Estatuto da Cidade
Conforme mencionado, os artigos 182 e 183 da Constituição foram
regulamentados pelo Estatuto da Cidade – Lei Federal 10.257 em 2001, representando
marco fundamental para os municípios no desenvolvimento da política urbana.
O artigo 2º do Estatuto da Cidade, em seu inciso I, introduz o conceito legal de
garantia do direito a cidades sustentáveis, indicando a necessidade da construção de um
paradigma que alie o urbanístico e o ambiental, visando a sustentabilidade urbano-
ambiental. Este é um enorme desafio, pois tradicionalmente o urbano trata do construído
e o ambiental dos elementos naturais (solo, ar, água, fauna e flora), como se ambos não
estivessem analisando um mesmo objeto, qual seja, a cidade. Assim, trata-se de um

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conceito jurídico em aberto a ser completado e construído tanto nas legislações


municipais quanto nas políticas públicas.
Com o intuito de contribuir com a construção do conceito de sustentabilidade
urbano-ambiental são apresentados os seguintes elementos para reflexão que se entende
que devam integrá-lo: garantia do direito a cidades sustentáveis entendido como o direito
à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer para as presentes e futuras
gerações (inciso I do artigo 2º do Estatuto da Cidade); o direito à ordem urbanística; o
conceito de meio ambiente no espaço urbano; e, a diretriz da gestão democrática da
cidade.
Observe-se que o conceito expresso no Estatuto da Cidade dá conta do direito de
fruição dos benefícios da cidade em todas as suas dimensões.
O direito à ordem urbanística estabelece o direito à cidade como difuso, de todos,
assim como o é o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Há um claro
reconhecimento dos problemas urbanos como sendo problemas ambientais, na medida
em que o meio ambiente no espaço urbano contempla a dimensão construída e
modificada pelo homem e não somente o meio ambiente natural. Esta ordem urbanística
traz em seu bojo a gestão democrática como expressão deste direito difuso que exige a
participação da cidadania nas ações e decisões que afetam seu habitat. Da mesma
forma, esta ordem urbanística exige a parceria entre agentes públicos e privados na
construção da cidade. Ainda, o direito à ordem urbanística acentua a necessidade do
cumprimento da função social da propriedade urbana.
Instrumento jurídico fundamental para os programas de regularização fundiária, a
Usucapião Especial Urbana encontra-se regulamentada nos artigos 9º e seguintes do
Estatuto da Cidade. Sua aplicabilidade efetiva pressupõe a organização comunitária da
população habitante dos assentamentos, e esta é a principal ação a ser desenvolvida pelo
poder público local a fim de regularizar, através deste instituto jurídico, assentamentos
precários situados em áreas de propriedade particular.

c) Medida Provisória 2.220/2001


Esta Medida Provisória, editada conjuntamente ao Estatuto da Cidade, cria e
dispõe sobre a Concessão de Uso Especial. Trata-se da garantia ao direito de segurança
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na posse para os ocupantes de áreas públicas. Ao lado da Usucapião Especial de Imóvel


Urbano, a Concessão de Uso Especial configura a essência dos instrumentos de titulação
nos programas de regularização fundiária no direito brasileiro. Vale referência especial as
disposições contidas nos artigos 4º e 5º grifados.
Art. 1o Aquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel
público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem o
direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da
posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro
imóvel urbano ou rural.
§ 1o A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário
mais de uma vez.
§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, na posse
de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.

Art. 2o Nos imóveis de que trata o art. 1o, com mais de duzentos e cinqüenta
metros quadrados, que, até 30 de junho de 2001, estavam ocupados por população de
baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde
não for possível identificar os terrenos ocupados por possuidor, a concessão de uso
especial para fins de moradia será conferida de forma coletiva, desde que os possuidores
não sejam proprietários ou concessionários, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou
rural.
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar
sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 2o Na concessão de uso especial de que trata este artigo, será atribuída igual fração
ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada
um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os ocupantes, estabelecendo frações
ideais diferenciadas.
§ 3o A fração ideal atribuída a cada possuidor não poderá ser superior a duzentos e
cinqüenta metros quadrados.
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Art. 3o Será garantida a opção de exercer os direitos de que tratam os arts. 1o e 2o


também aos ocupantes, regularmente inscritos, de imóveis públicos, com até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que estejam situados em área urbana, na forma do regulamento.

Art. 4o No caso de a ocupação acarretar risco à vida ou à saúde dos ocupantes, o


Poder Público garantirá ao possuidor o exercício do direito de que tratam os arts. 1 o e 2o
em outro local.

Art. 5o É facultado ao Poder Público assegurar o exercício do direito de que tratam


os arts. 1o e 2o em outro local na hipótese de ocupação de imóvel:
I - de uso comum do povo;
II - destinado a projeto de urbanização;
III - de interesse da defesa nacional, da preservação ambiental e da proteção dos
ecossistemas naturais;
IV - reservado à construção de represas e obras congêneres; ou
V - situado em via de comunicação.

Art. 6o O título de concessão de uso especial para fins de moradia será obtido pela
via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de
recusa ou omissão deste, pela via judicial.
§ 1o A Administração Pública terá o prazo máximo de doze meses para decidir o pedido,
contado da data de seu protocolo.
§ 2o Na hipótese de bem imóvel da União ou dos Estados, o interessado deverá instruir o
requerimento de concessão de uso especial para fins de moradia com certidão expedida
pelo Poder Público municipal, que ateste a localização do imóvel em área urbana e a sua
destinação para moradia do ocupante ou de sua família.
§ 3o Em caso de ação judicial, a concessão de uso especial para fins de moradia será
declarada pelo juiz, mediante sentença.
§ 4o O título conferido por via administrativa ou por sentença judicial servirá para efeito de
registro no cartório de registro de imóveis.
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Art. 7o O direito de concessão de uso especial para fins de moradia é transferível


por ato inter vivos ou causa mortis.

Art. 8o O direito à concessão de uso especial para fins de moradia extingue-se no


caso de:
I - o concessionário dar ao imóvel destinação diversa da moradia para si ou para sua
família; ou
II - o concessionário adquirir a propriedade ou a concessão de uso de outro imóvel
urbano ou rural.
Parágrafo único. A extinção de que trata este artigo será averbada no cartório de registro
de imóveis, por meio de declaração do Poder Público concedente.

Art. 9o É facultado ao Poder Público competente dar autorização de uso àquele


que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, até duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel público situado em área
urbana, utilizando-o para fins comerciais.
§ 1o A autorização de uso de que trata este artigo será conferida de forma gratuita.
§ 2o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar
sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 3o Aplica-se à autorização de uso prevista no caput deste artigo, no que couber, o
disposto nos arts. 4o e 5o desta Medida Provisória.

d) A Lei Federal 6766/79 com alterações da Lei 9785/99


O normativo federal dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, com nova
redação introduzida pela Lei 9785/99, e estabelece que a legislação municipal, no âmbito
de programas e projetos de regularização, fixará parâmetros especiais inclusive a
proporção de áreas destinadas a sistemas de circulação, equipamentos urbanos e
comunitários e espaços livres de uso público, para cada zona de intervenção, ou plano de
urbanização.
Nestes casos, observa-se como característica fundamental, a irreversibilidade. A
maioria dos loteamentos irregulares ou clandestinos apresenta situações fáticas
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consolidadas, as quais não podem ficar desamparadas, pelo caráter social que o inciso
XXIII, do artigo 5º, da CF apresenta, ao determinar que a propriedade atenderá sua
função social.
A Lei 9785/99, que alterou a Lei 6766/79, atendeu dois objetivos essenciais para a
urbanização e regularização fundiária de assentamentos ou loteamentos irregulares ou
clandestinos. O primeiro diz respeito à regularização do registro público dos
parcelamentos populares implantados em áreas desapropriadas pelo Poder Público e
destinados à população de baixa renda. Esta alteração permite a dispensa do título de
propriedade para fins de registro do parcelamento popular de área desapropriada, sendo
necessário que o Poder Público já tenha judicialmente a posse do imóvel. Outra mudança
significativa é da lei permitir, nos parcelamentos populares, a cessão da posse para as
pessoas que adquiriram os lotes do Poder Público por instrumento particular tendo caráter
de escritura pública. A cessão de posse deve ser obrigatoriamente aceita como garantia
nos contratos de financiamentos habitacionais.
As mudanças introduzidas na Lei Federal de Parcelamento Urbano têm alcance
social importante, uma vez que um dos processos mais perversos de desrespeito ao
direito à moradia, é a falta de segurança jurídica para a população de baixa renda que
adquire os lotes ou unidades habitacionais dos empreendimentos efetuados pelo Poder
Público. O segundo objetivo é de alterar os requisitos e critérios urbanísticos para a
implantação de loteamentos urbanos, as responsabilidades e obrigações do loteador e do
Poder Público. São diversas as alterações efetuadas na Lei 6766 que resultam na
flexibilização do parcelamento do solo urbano, como:
• Eliminação da percentagem obrigatória (35%) de áreas públicas;
• Redução da infra-estrutura básica exigida para loteamentos populares;
• Aumento do prazo para as diretrizes e execução das obras;
• Eliminação de sanções por implantação de loteamento irregular ou clandestino
considerado de interesse público.
Em decorrência do citado acima, a legislação municipal ou os normativos regentes dos
planos de urbanização específicos a serem editados pela municipalidade devem atentar
para a autonomia que lhes foi conferida pela Lei Federal e regular urbanística e

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ambientalmente os parâmetros dos parcelamentos e loteamentos de interesse social, a


fim de não comprometer a sustentabilidade e a qualidade habitacional aos moradores.

e) A Resolução CONAMA 369/2006


Importante normativo para os programas de urbanização de assentamentos,
dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo
impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de
Preservação Permanente - APP.
Vale citar o dispositivo de principal aplicabilidade ao objeto deste estudo:

Art. 9o A intervenção ou supressão de vegetação em APP para a regularização


fundiária sustentável de área urbana poderá ser autorizada pelo órgão ambiental
competente, observado o disposto na Seção I desta Resolução, além dos seguintes
requisitos e condições:
I - ocupações de baixa renda predominantemente residenciais;
II - ocupações localizadas em área urbana declarada como Zona Especial de Interesse
Social-ZEIS no Plano Diretor ou outra legislação municipal;
III - ocupação inserida em área urbana que atenda aos seguintes critérios:
a) possuir no mínimo três dos seguintes itens de infra-estrutura urbana implantada: malha
viária, captação de águas pluviais, esgotamento sanitário, coleta de resíduos sólidos,
rede de abastecimento de água, rede de distribuição de energia;
b) apresentar densidade demográfica superior a cinqüenta habitantes por hectare;
IV - localização exclusivamente nas seguintes faixas de APP:
a) nas margens de cursos de água, e entorno de lagos, lagoas e reservatórios artificiais,
conforme incisos I e III, alínea "a", do art. 3º da Resolução CONAMA n. 303, de 2002, e
no inciso I do art. 3º da Resolução CONAMA n. 302, de 2002, devendo ser respeitada
faixas mínimas de 15 metros para cursos de água de até 50 metros de largura e faixas
mínimas de 50 metros para os demais;
b) em topo de morro e montanhas conforme inciso V, do art. 3º, da Resolução CONAMA
n. 303, de 2002, desde que respeitadas as áreas de recarga de aqüíferos, devidamente
identificadas como tal por ato do poder público;

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c) em restingas, conforme alínea "a" do IX, do art. 3º da Resolução CONAMA n. 303, de


2002, respeitada uma faixa de 150 metros a partir da linha de preamar máxima;
V - ocupações consolidadas, até 10 de julho de 2001, conforme definido na Lei 10.257, de
10 de julho de 2001 e Medida Provisória n o 2.220, de 4 de setembro de 2001;
VI - apresentação pelo poder público municipal de Plano de Regularização Fundiária
Sustentável que contemple, entre outros:
a) levantamento da sub-bacia em que estiver inserida a APP, identificando passivos e
fragilidades ambientais, restrições e potencialidades, unidades de conservação, áreas de
proteção de mananciais,
sejam águas superficiais ou subterrâneas;
b) caracterização físico-ambiental, social, cultural, econômica e avaliação dos recursos e
riscos ambientais, bem como da ocupação consolidada existente na área;
c) especificação dos sistemas de infra-estrutura urbana, saneamento básico, coleta e
destinação de resíduos sólidos, outros serviços e equipamentos públicos, áreas verdes
com espaços livres e vegetados com espécies nativas, que favoreçam a infiltração de
água de chuva e contribuam para a recarga dos
aqüíferos;
d) indicação das faixas ou áreas que, em função dos condicionantes físicos ambientais,
devam resguardar as características típicas da APP, respeitadas as faixas mínimas
definidas nas alíneas "a" e "c" do inciso I deste artigo;
e) identificação das áreas consideradas de risco de inundações e de movimentos de
massa rochosa, tais como, deslizamento, queda e rolamento de blocos, corrida de lama e
outras definidas como de risco;
f) medidas necessárias para a preservação, a conservação e a recuperação da APP não
passível de regularização nos termos desta Resolução;
g) comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental e de
habitabilidade dos moradores;
h) garantia de acesso livre e gratuito pela população às praias e aos corpos de água; e
i) realização de audiência pública.
§ 1º O órgão ambiental competente, em decisão motivada, excepcionalmente poderá
reduzir as restrições dispostas na alínea "a", do inciso I, deste artigo em função das
características da ocupação, de acordo com normas definidos pelo conselho ambiental
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competente, estabelecendo critérios específicos, observadas as necessidades de


melhorias ambientais para o Plano de Regularização Fundiária Sustentável.
§ 2º É vedada a regularização de ocupações que, no Plano de Regularização Fundiária
Sustentável, sejam identificadas como localizadas em áreas consideradas de risco de
inundações, corrida de lama e de movimentos de massa rochosa e outras definidas como
de risco.
§ 3º As áreas objeto do Plano de Regularizacão Fundiária Sustentável devem estar
previstas na legislação municipal que disciplina o uso e a ocupação do solo como Zonas
Especiais de Interesse Social, tendo regime urbanístico específico para habitação
popular, nos termos do disposto na Lei 10.257, de 2001.
§ 4º O Plano de Regularização Fundiária Sustentável deve garantir a implantação de
instrumentos de gestão democrática e demais instrumentos para o controle e
monitoramento ambiental.
§ 5º No Plano de Regularização Fundiária Sustentável deve ser assegurada a não
ocupação de APP remanescentes.

4.3. Normativos Estaduais

a. A Constituição Paulista e a Emenda 23/2007

O Capítulo II da Constituição do Estado de São Paulo, à época de sua edição, ao


dispor sobre as diretrizes e normas do Desenvolvimento Urbano a serem garantidas,
determinou a vedação à desafetação da destinação de áreas verdes ou institucionais
reservadas em projetos de loteamentos. Tal dispositivo, em vigência desde 1989, vem
dificultando programas e projetos de regularização fundiária nos municípios paulistas,
posto que os loteamentos projetados após o ano de 1989 (ano da promulgação da
Constituição Paulista), cujas áreas verdes ou institucionais tenham sido ocupadas e pelo
poder público tenham sido urbanizadas, ainda em quase sua totalidade, não dispõem de
regularização jurídica ou titulação aos beneficiários finais. Por isso, na última década,
muitas ações de urbanização e regularização foram possíveis nestas áreas através do
acompanhamento do Ministério Público Estadual e da formalização de Termos de
Ajustamento de Conduta correspondendo à compensação urbano ambiental conjugada
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com ações especiais de controle / congelamento sobre a área ocupada para a


implementação de planos de urbanização específica nestas áreas.
Em janeiro de 2007, decorridos três anos de debates na Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo, que envolveram parlamentares, representantes dos municípios e do
Ministério Público, além de movimentos sociais e ambientais, o Legislativo Paulista
aprovou a PEC 13/05, promulgada em Emenda Constitucional 23 de janeiro de 2007,
dando nova redação ao artigo 180 da Constituição Estadual.
Apresentam-se a seguir, os dispositivos da Constituição do Estado de São Paulo
incidentes sobre o planejamento urbano e, em grifo, destaca-se a nova redação:

Art. 180 - No estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento


urbano, o Estado e os Municípios assegurarão:
I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia do bem-estar de
seus habitantes;
II - a participação das respectivas entidades comunitárias no estudo, encaminhamento e
solução dos problemas, planos, programas e projetos que lhes sejam concernentes;
III - a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente urbano e cultural;
IV - a criação e manutenção de áreas de especial interesse histórico, urbanístico,
ambiental, turístico e de utilização pública;
V - a observância das normas urbanísticas, de segurança, higiene e qualidade de vida;
VI - a restrição à utilização de áreas de riscos geológicos;
VII - as áreas definidas em projeto de loteamento como áreas verdes ou institucionais não
poderão ter sua destinação, fim e objetivos originariamente estabelecidos alterados,
exceto quando a alteração da destinação tiver como finalidade a regularização de:
a) loteamentos, cujas áreas verdes ou institucionais estejam total ou parcialmente
ocupadas por núcleos habitacionais de interesse social, destinados à população de
baixa renda e cuja situação esteja consolidada;
b) equipamentos públicos implantados com uso diverso da destinação, fim e objetivos
originariamente previstos quando da aprovação do loteamento.
§1º - As exceções contempladas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII deste artigo serão
admitidas desde que a situação das áreas objeto de regularização esteja consolidada

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até dezembro de 2004, e mediante a realização de compensação, que se dará com a


disponibilização de outras áreas livres ou que contenham equipamentos públicos já
implantados nas proximidades das áreas objeto de compensação.

§2º - A compensação de que trata o parágrafo anterior poderá ser dispensada, por ato
fundamentado da autoridade competente, desde que nas proximidades já existam
outras áreas com as mesmas finalidades que atendam as necessidades da população
local.

Art. 181 - Lei municipal estabelecerá, em conformidade com as diretrizes do plano


diretor, normas sobre zoneamento, loteamento, parcelamento, uso e ocupação do solo,
índices urbanísticos, proteção ambiental e demais limitações administrativas pertinentes.
§ 1º - Os planos diretores, obrigatórios a todos os Municípios, deverão considerar a
totalidade de seu território municipal.
§ 2º - Os Municípios observarão, quando for o caso, os parâmetros urbanísticos de
interesse regional, fixados em lei estadual, prevalecendo, quando houver conflito, a
norma de caráter mais restritivo, respeitadas as respectivas autonomias.
§ 3º - Os Municípios estabelecerão, observadas as diretrizes fixadas para as regiões
metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas, critérios para regularização e
urbanização, assentamentos e loteamentos irregulares.

Art. 182 - Incumbe ao Estado e aos Municípios promover programas de construção


de moradias populares, de melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico.

Art. 183 - Ao Estado, em consonância com seus objetivos de desenvolvimento


econômico e social, cabe estabelecer, mediante lei, diretrizes para localização e
integração das atividades industriais, considerando os aspectos ambientais, locacionais,
sociais, econômicos e estratégicos, e atendendo ao melhor aproveitamento das
condições naturais urbanas e de organização especial.
Parágrafo único - Compete aos Municípios, de acordo com as respectivas diretrizes de
desenvolvimento urbano, a criação e a regulamentação de zonas industriais, obedecidos

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aos critérios estabelecidos pelo Estado, mediante lei, e respeitadas as normas


relacionadas ao uso e ocupação do solo e ao meio ambiente urbano e natural.

b. A Legislação Estadual de Proteção aos Mananciais incidente sobre o


território municipal

O Município de Itapecerica da Serra encontra-se totalmente inserido em área de


proteção e recuperação dos mananciais metropolitanos. Cem por cento de seu território
estão inseridos na sub-bacia de drenagem do reservatório Cotia-Guarapiranga, sendo
cortado pelo rio Embu-Mirim e seus afluentes. Incidem sobre o Município, portanto, os
normativos de proteção ambiental expressos na legislação estadual que correspondem a
restrições quanto ao uso do solo e índices urbanísticos nas áreas de proteção dos
mananciais paulistas, determinadas pela Lei Estadual 1.172/76, conforme as delimitações
espaço-territoriais referidas no artigo 2º da Lei 898/75, também Estadual. Assim, na
situação de menor restrição do uso do solo residencial, os índices urbanísticos a serem
observados conforme a legislação aplicada, correspondem à dimensão mínima de lote de
500m2 com taxa de ocupação 0,35, considerando-se a máxima densidade bruta
equivalente (dbeq) de 50 ocupantes equivalentes por hectare.
No ano de 1997, foi editada a denominada APRM – Lei Estadual de Proteção e
Recuperação dos Mananciais n°9.866/97 que, além de prever a proteção, incluiu
diretrizes de recuperação aos mananciais, descentralizando e regionalizando o
planejamento e a gestão das bacias hidrográficas para assegurar, desde que compatíveis,
os demais usos múltiplos. Basicamente propositiva, a Lei 9866/97 deve ser viabilizada
através de dois instrumentos de gestão: o Plano de Desenvolvimento de Proteção
Ambiental – PDPA, que define diretrizes gerais para uma gestão integrada e auto-
sustentada da bacia; e as Leis Específicas para todos os mananciais do Estado.

c. Lei Estadual 12.233/06 regulamentada pelo Decreto 51.686/07


Editada em janeiro de 2006, a Lei 12.233 revogou expressamente, no território da
Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Guarapiranga
– APRM-G, a Lei 898/75 e a Lei 1172/76. Neste sentido, a Lei Específica e sua

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regulamentação passam a reger com supremacia o parcelamento, uso e ocupação do


solo no território do Município de Itapecerica.
Dispõe a Lei que a APRM-G contará com um Sistema de Planejamento e Gestão
vinculado ao Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH,
garantida a articulação com os Sistemas de Meio Ambiente, de Saneamento e de
Desenvolvimento Regional, nos termos da Lei estadual nº 9.866, de 28 de novembro de
1997.
O órgão colegiado do Sistema de Planejamento e Gestão da APRM-G, de caráter
consultivo e deliberativo, é o Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê - CBH-AT, ou o
Subcomitê Cotia-Guarapiranga, desde que dele receba expressa delegação de
competência nos assuntos de peculiar interesse da APRM-G.
O órgão técnico do Sistema de Planejamento e Gestão da APRM-G será a Agência
de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, que atuará através de seu Escritório Regional da
APRM-G.
Aos órgãos da Administração Pública Estadual e Municipal, responsáveis pelo
licenciamento, fiscalização e monitoramento ambiental, fica atribuída a execução da lei.

São objetivos da Lei Específica:


I - implementar a gestão participativa e descentralizada da APRM-G, integrando setores e
instâncias governamentais e a sociedade civil;
II - integrar os programas e políticas regionais e setoriais, especialmente aqueles
referentes a habitação, transporte, saneamento ambiental, infra-estrutura e manejo de
recursos naturais e geração de renda, necessários à preservação do meio ambiente;
III - estabelecer as condições e os instrumentos básicos para assegurar e ampliar a
produção de água para o abastecimento da população, promovendo as ações de
preservação, recuperação e conservação dos mananciais da Bacia Hidrográfica do
Guarapiranga;
IV - disciplinar o uso e ocupação do solo na APRM-G, de maneira a adequá-los aos
limites de cargas poluidoras definidos para a Bacia e às condições de regime e produção
hídrica do manancial;
V - compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a proteção e recuperação do
manancial;
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VI - incentivar a implantação de atividades compatíveis com a proteção e recuperação do


manancial;
VII - estabelecer diretrizes e parâmetros de interesse regional para a elaboração das leis
municipais de uso, ocupação e parcelamento do solo, com vistas à proteção do
manancial;
VIII - disciplinar e reorientar a expansão urbana para fora das áreas de produção hídrica e
preservar os recursos naturais;
IX - promover ações de Educação Ambiental.

O artigo 10 da Lei criou as seguintes Áreas de Intervenção na APRM-G para a


aplicação de dispositivos normativos de proteção, recuperação e preservação dos
mananciais e a implementação de políticas públicas:
I - Áreas de Restrição à Ocupação;
II - Áreas de Ocupação Dirigida;
III - Áreas de Recuperação Ambiental.

As Áreas de Restrição à Ocupação - ARO são aquelas de especial interesse para a


preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais da Bacia,
compreendendo: as áreas de preservação permanente nos termos do disposto na Lei
federal nº 4771/65 (Código Florestal), e nas demais normas federais que a regulamentam;
e, as áreas cobertas por matas e todas as formas de vegetação nativa primária ou
secundária nos estágios médio e avançado de regeneração.
As Áreas de Restrição à Ocupação devem ser prioritariamente destinadas à
produção de água, mediante a realização de investimentos e a aplicação de instrumentos
econômicos e de compensação.
As Áreas de Ocupação Dirigida são aquelas de interesse para a consolidação ou
implantação de usos urbanos ou rurais, desde que atendidos os requisitos que assegurem
a manutenção das condições ambientais necessárias à produção de água em quantidade
e qualidade para o abastecimento público.

As Áreas de Ocupação Dirigida compreendem as seguintes Subáreas:


I - Subárea de Urbanização Consolidada - SUC;
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II - Subárea de Urbanização Controlada - SUCt;


III - Subárea Especial Corredor - SEC;
IV - Subárea de Ocupação Diferenciada - SOD;
V - Subárea Envoltória da Represa - SER;
VI - Subárea de Baixa Densidade - SBD.
Em cada Subárea das Áreas de Ocupação Dirigida, as leis municipais de
parcelamento, uso e ocupação do solo poderão observados requisitos dispostos na Lei,
remanejar os parâmetros urbanísticos básicos.
Áreas de Recuperação Ambiental - ARA são ocorrências localizadas de usos ou
ocupações que estejam comprometendo a quantidade e a qualidade das águas, exigindo
intervenções urgentes de caráter corretivo.
As Áreas de Recuperação Ambiental - ARA compreendem:
I - Área de Recuperação Ambiental 1 - ARA 1;
II - Área de Recuperação Ambiental 2 - ARA 2.
As ARA 1 são ocorrências de assentamentos habitacionais de interesse social,
desprovidos de infra-estrutura de saneamento ambiental, onde o Poder Público deverá
promover programas de recuperação urbana e ambiental em especial Programas de
Recuperação de Interesse Social - PRIS, que serão elaborados pelo Poder Público, em
parceria com agentes privados quando houver interesse público.
Os PRIS deverão contemplar os projetos e ações necessárias para:
a) reduzir o aporte de cargas poluidoras, mediante implantação de sistema de coleta e
tratamento ou exportação de esgotos;
b) implantar e adequar os sistemas de drenagem de águas pluviais, de abastecimento de
água e de fornecimento de energia elétrica;
c) adequar o sistema de coleta regular de resíduos sólidos;
d) adequar o sistema de circulação de veículos e pedestre, e dar tratamento paisagístico
às áreas verdes públicas;
e) recuperar áreas com erosão e estabilizar taludes;
f) revegetar áreas de preservação;
g) desenvolver ações sociais e de educação ambiental dirigidas à população beneficiada
pelos Programas, antes, durante e após a execução das obras previstas, de modo a
garantir sua viabilização e manutenção;
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h) reassentar a população moradora da ARA, que tenha de ser removida em função das
ações previstas nos Programas;
i) estabelecer padrões específicos de parcelamentos, uso e ocupação do solo.

As ARA 2 são ocorrências degradacionais previamente identificadas pelo Poder


Público, que exigirá dos responsáveis ações de recuperação imediata do dano ambiental.
A Lei, em seu Capítulo VIII, trata do Licenciamento, da Regularização, da
Compensação e da Fiscalização na APRM-G. Vale citar o que dispõe o artigo 59:

Artigo 59 - O licenciamento, a regularização, a compensação e a fiscalização dos


empreendimentos, obras, usos e atividades na APRM-G serão realizados pelos órgãos
estaduais e municipais, no âmbito de suas competências, de acordo com o disposto nesta
lei.
§ 1º - As leis municipais de planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano observarão as diretrizes e normas ambientais e urbanísticas de
interesse para a preservação, conservação e recuperação dos mananciais definidas
nesta lei.
§ 2º - O Subcomitê Cotia-Guarapiranga e o Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê -
CBH-AT deverão analisar as leis municipais de que trata o § 1º deste artigo, verificando
sua compatibilidade com as disposições desta lei.
§ 3º - No caso de não-observância pelos Municípios das diretrizes e normas ambientais e
urbanísticas a que se refere o § 1º deste artigo, as atividades de licenciamento e
regularização mencionadas nesta lei serão exercidas pelo Estado, ouvido o Município,
quando couber.
§ 4º - O Estado, para efeito do disposto neste artigo, deverá prestar apoio aos Municípios
que não estejam devidamente aparelhados para exercer plenamente as funções relativas
ao licenciamento, regularização, compensação e fiscalização decorrentes desta lei.

E, evidenciando as atividades da Fiscalização previstas na lei, reproduz-se a seguir


o disposto nos artigos 73, 74 e 75:

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Artigo 73 - A fiscalização na APRM-G será realizada de forma integrada e


compartilhada por agentes municipais e estaduais, que constituirão o Grupo de
Fiscalização Integrada da APRM-G, na forma a ser definida em regulamentação
específica, devidamente aprovada pelo Subcomitê Cotia-Guarapiranga.
§ 1º - Os órgãos responsáveis pela fiscalização poderão credenciar servidores da
administração direta e indireta para atuarem como agentes fiscalizadores, promovendo-se
sua capacitação técnica e treinamento prévio.
§ 2º - O Grupo de Fiscalização Integrada será sediado na APRM-G, no Escritório
Regional da Agência de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.

Artigo 74 - A fiscalização integrada na APRM-G será dirigida a todos os


empreendimentos, obras, usos e atividades referidos nas Seções I, II e III deste Capítulo.
Parágrafo único - A fiscalização dos empreendimentos, das obras, dos usos e das
atividades referidos no 'caput' deste artigo contará, necessariamente, com a participação
de agentes fiscalizadores designados por órgãos estaduais.

Artigo 75 - O Grupo de Fiscalização Integrada da APRM-G deverá ser notificado


quando da entrada, junto aos órgãos competentes, dos pedidos de licenciamento e
análise dos empreendimentos de que trata esta lei, bem como das propostas de
compensação a que se refere este Capítulo.
É indubitável que a Lei Específica da APRM-G de 2006 representa um novo marco
legal avançado no Direito Urbano Ambiental não só para a Região Metropolitana do
Estado de São Paulo, mas também deve se constituir paradigma para outros diplomas
legais que tratem da matéria. A Lei, construída através de processo participativo, busca
harmonizar os ditames para o desenvolvimento sustentável das cidades inscritos na
Constituição Federal e no Estatuto da Cidade.
Por outro lado, a efetiva aplicabilidade e seus resultados ainda não foram
operados, uma vez que a regulamentação da Lei só foi editada aos 22 de março do
presente ano, através do Decreto Estadual 51.686. E, neste sentido, cabe registrar, posto
que pertinente ao objeto do presente Programa, os dispositivos que regulamentam a
Fiscalização Integrada na APRM-G:

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Artigo 74 - A fiscalização do cumprimento da legislação de proteção e recuperação


dos mananciais, deste Decreto e dos padrões e exigências técnicas deles decorrentes
será exercida pelo Grupo de Fiscalização integrada da APRM-G, sem prejuízo das
atribuições do Estado e dos Municípios para a aplicação dos instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente, previstos na Lei Federal nº 6.938/81 e demais normas
federais, estaduais e municipais a respeito da matéria.

Artigo 75 - Comporão o Grupo de Fiscalização Integrada da APRM-G técnicos


representantes, no mínimo, dos seguintes órgãos e entidades, devidamente indicados
pelos respectivos dirigentes:
I - Secretaria do Meio Ambiente, por intermédio da Coordenadoria de Licenciamento
Ambiental e de Proteção dos Recursos Naturais;
II - Prefeitura do Município de São Paulo;
III - Prefeitura do Município de Cotia;
IV - Prefeitura do Município de Embu;
V - Prefeitura do Município de Embu Guaçu;
VI - Prefeitura do Município Itapecerica da Serra;
VII - Prefeitura do Município Juquitiba;
VIII - Prefeitura do Município São Lourenço da Serra;
IX - Polícia Militar Ambiental;
X - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB;
XI - Secretaria de Saneamento e Energia;
XII - Departamento de Águas e Energia Elétrica - AEE;
XIII - Concessionárias de serviço público de abastecimento de água, coleta e tratamento
de esgotos na APRM-G.

Artigo 76 - Cabe aos representantes do Grupo de Fiscalização Integrada, nos termos do


que dispõe a Lei Estadual nº 9.866, de 28 de novembro de 1997:
I - efetuar vistorias em geral, levantamentos e inspeções;
II - verificar a ocorrência de infrações e proceder a autuações, no âmbito de suas
competências;

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III - lavrar autos de inspeções, advertência, apreensão de materiais, máquinas,


equipamentos e instrumentos utilizados no cometimento da infração, embargo de obra ou
construção, multa simples, fornecendo cópia ao interessado;
IV - propor aos órgãos da administração pública encarregados do licenciamento e
fiscalização a multa diária, interdição, definitiva ou temporária, demolição, suspensão de
financiamento e de benefícios fiscais.

Artigo 77 - Os representantes dos órgãos e entidades estaduais e municipais do


Grupo de Fiscalização Integrada serão credenciados como agentes fiscalizadores pela
Secretaria do Meio Ambiente.

Artigo 78 - Quando obstados, os agentes fiscalizadores poderão requisitar força


policial para o exercício de suas atribuições.

Artigo 79 - Constitui objetivo do Grupo de Fiscalização Integrada, o


estabelecimento de ações conjuntas, para manutenção e melhoria da quantidade das
Águas da Bacia Hidrográfica do Reservatório do Guarapiranga, mediante ações e
projetos que visem:
I - a realização de trabalhos efetivos de controle e de fiscalização na área da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Guarapiranga, incrementando parcerias que busquem
otimizar a utilização dos recursos humanos e materiais;
II - a implantação de uma rotina de fiscalização, desencadeando ações técnicas e
administrativas, orientando e/ou punindo rapidamente os infratores;
III - atender aos objetivos previstos pela Lei estadual nº 12.233, de 16 de janeiro de 2006.

Artigo 80 - Os órgãos e entidades participantes do Grupo de Fiscalização Integrada


deverão:
I - dispor de recursos humanos e materiais para a operacionalização das ações conjuntas
de controle.
II - dispor dos recursos de imagens de satélite, levantamento aerofotogramétrico, banco
de dados e o Sistema Cartográfico Metropolitano - SCM para subsidiar as ações
conjuntas;
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III - efetuar treinamento referente ao sistema de fiscalização e licenciamento com base


nas Leis estaduais nº 9.866, de 28 de novembro de 1997 e nº 12.233, de 16 de janeiro de
2006, e demais legislações municipais incidentes que regulamentem as atividades de
fiscalização e penalidades;
IV - articular, através dos representantes das organizações sociais existentes na região,
um processo de participação da sociedade;
V - participar na elaboração e execução de projetos de divulgação e conscientização da
necessidade de proteger os mananciais, inclusive envolvendo a rede de ensino;
VI - organizar, orientar, integrar, definir estratégias de controle, visando coibir os
processos de ocupação irregular na APRM;
VII - colaborar na formulação e implantação de planos e projetos, compatíveis com a
preservação dos mananciais, que tenham por finalidade promover o desenvolvimento
econômico e social da APRM-G;
VIII - encaminhar às procuradorias jurídicas, tanto do Estado como do Município,
processos que viabilizem ações civis públicas para desocupação de áreas irregulares e
apuração de responsabilidades.

Artigo 81 - O Grupo de Fiscalização Integrada deverá elaborar, mensalmente,


relatório das atividades desenvolvidas e encaminhá-lo aos órgãos licenciadores e ao
Subcomitê Cotia-Guarapiranga para atualização do SGI - Sistema Gerencial de
Informações.

Artigo 82 - O Grupo de Fiscalização Integrada deverá ser comunicado,


mensalmente, pelos órgãos licenciadores, dos pedidos de licenciamento e das propostas
de compensação, conforme estabelece o artigo 75 da Lei nº 12.233, de 16 de janeiro de
2006.

Artigo 83 - A Secretaria do Meio Ambiente deverá elaborar normas, especificações,


e instruções técnicas relativas ao controle e fiscalização da APRM-G, em articulação com
os órgãos envolvidos na Fiscalização Integrada e a Câmara Técnica de Fiscalização do
Sub-comitê de Bacia Hidrográfica Cotia/Guarapiranga.

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4.4. Normativos Municipais

Após a promulgação da Lei Federal 10.257 – Estatuto da Cidade, aos municípios


foram apontados vários instrumentos que devem ser incorporados e regulamentados
pelos normativos municipais, especialmente no Plano Diretor e na Lei de Parcelamento e
Uso do Solo Urbano. As novidades previstas no Estatuto fundamentam-se em três pilares:
um conjunto de instrumentos de natureza urbanísticos voltados para nortear as formas de
uso e ocupação do solo; novas estratégias de gestão que incorporam a idéia de
participação direta do cidadão em processos decisórios e; a ampliação de instrumentos
jurídicos de regularização das posses urbanas.

a) Plano Diretor Estratégico do Município – Lei 1.771/2006


O novo Plano Diretor, que revisou a Lei Municipal 1.238/01, além de recepcionar os
instrumentos dispostos no Estatuto da Cidade, tratou também de harmonizar os
conceitos, diretrizes e proposições contidas na Lei Específica da APRM-Guarapiranga no
sentido de dotar o Município de elementos basilares para o cumprimento de funções mais
autônomas de controle urbanístico.
Conforme o Plano Diretor, são metas da Política de Desenvolvimento Urbano:
a) Relativas à preservação ambiental e a utilização adequada dos recursos naturais do
Município:
I - promover a educação ambiental como instrumento de planejamento para a
preservação ambiental;
II - utilizar o controle do uso e ocupação do solo na expansão urbana como instrumento
de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável;
III - implantar e gerir a política de preservação do meio ambiente, com ênfase na
aprovação e regulamentação do Código Ambiental do Município;
IV - estabelecer como condição fundamental para a regularização fundiária o atendimento
das carências de saneamento ambiental e a recuperação de áreas degradadas;
V - enfatizar a melhoria da qualidade dos mananciais como parâmetro para a elaboração
das políticas de desenvolvimento e de gestão;
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VI - impedir a implantação de atividades comprovadamente degradadoras do meio


ambiente, submetendo as atividades potencialmente poluidoras a procedimento especial
de aprovação e licenciamento;
VII - levantar, delimitar e proteger de forma especial às áreas com comprovada fragilidade
ambiental, ou com significativa importância quanto a diversidade biológica ou importância
paisagística;
VIII - privilegiar programas e projetos de recuperação ambiental, sobremaneira das áreas
degradadas, mediante prévio levantamento do território municipal;
IX - incentivar os projetos imobiliários e empreendimentos que privilegiem na sua
concepção e realização as questões ambientais, e potencializem o aproveitamento dos
recursos naturais de forma equilibrada e valorizem a paisagem natural e urbana;
X - incluir na gestão democrática da cidade a problemática ambiental com papel de
destaque, envolvendo a sociedade civil organizada, o Poder Público e a iniciativa privada
na discussão e na busca de soluções;
XI - promover estudos e programas relativos ao uso dos recursos hídricos, a drenagem
urbana e natural, a erosão e o assoreamento no processo de expansão territorial da
cidade, visando propor métodos de prevenção e controle;

b) Relativas aos processos de produção do espaço urbano e do território municipal:


I - garantir as políticas de desenvolvimento social, econômico e ambiental, assim como, a
gestão democrática da cidade como prevalentes na orientação dos processos de
produção do espaço urbano e estruturação do território do Município;
II - conter a expansão desordenada da área urbanizada do Município mediante a
consolidação e regularização dos sítios hoje ocupados que sejam ambientalmente
adequáveis, visando conter a poluição dos mananciais hídricos e garantir as condições de
manutenção da qualidade de vida da população;
III - proteger as áreas não urbanizadas dos usos e atividades inadequadas, garantindo
sua utilização de forma ambientalmente equilibrada com predominância dos usos com
baixa densidade de ocupação, inclusive mediante o controle da implantação de infra-
estrutura;
IV - consolidar a utilização de parcela da área não urbanizada destinada às atividades
econômicas aproveitando as condições específicas do território e suas vocações
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peculiares, utilizando de forma adequada tanto a vantagem locacional quanto as


vantagens oferecidas pelos recursos naturais;
V - aperfeiçoar os instrumentos tributários, o sistema de cadastro imobiliário e o sistema
de acompanhamento de despesa e receitas públicas para promover uma melhor
distribuição dos investimentos dentro do território municipal;
VI - ampliar o desenvolvimento das práticas relativas ao planejamento urbano por meio do
incremento dos instrumentos de avaliação, projeto e gestão ligados ao Poder Público que
garantam sua efetivação e aperfeiçoamento;
VII - garantir a participação do Município em sistemas integrados de planejamento
regional e metropolitano, visando fazer prevalecer os seus interesses peculiares, sem
prejuízo da ação solidária demandada pelo conjunto;
VIII - consolidar e ampliar o acesso e a participação democrática da sociedade civil e dos
cidadãos no sistema de planejamento urbano assumindo os objetivos, metas, programas
e ações previstas na política de desenvolvimento urbano, e melhoria da qualidade de vida
como de interesse coletivo prevalente;

O Plano Diretor Estratégico institucionaliza, legal e administrativamente, a Política


de Estruturação do Território; subordina conforme seus objetivos e diretrizes a ação de
todos os agentes públicos e privados participantes do processo de produção, apropriação
e gestão da cidade; e estabelece as normas e procedimentos definidos como obrigatórios
e recomendáveis que passarão a vigorar de imediato, ou mediante legislação
complementar.

São fatores condicionantes para a consecução da Política de Estruturação do


Território:
I - conter a expansão desordenada dos vetores metropolitanos de urbanização precária
que ameaçam os mananciais no Município e promover a consolidação e melhoria dos
bairros populares;
II - fortalecer no Município o vetor de expansão urbana originado a sudoeste da
metrópole, polarizador de atividades econômicas capazes de alargar e modernizar a base
econômica do Município;

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III - fazer da zona central do Município um pólo urbano dinâmico capaz de integrar a
coletividade itapecericana e valorizar aspectos adequados a sua requalificação no
contexto metropolitano;
IV - perenizar como eixo de desenvolvimento metropolitano o corredor junto a Rodovia
Régis Bittencourt (BR-116), abrigando atividades de importância metropolitana,
aproveitando as vantagens locacionais e a qualidade ambiental;
V - promover o desenvolvimento das macrozonas não urbanas nas quais se estabeleça o
padrão de ocupação territorial de baixa densidade designado "rururbano",
compatibilizando a preservação dos mananciais e o desenvolvimento de atividades
metropolitanas descentralizadas como as residenciais ou de serviços, preferencialmente
as voltadas ao turismo;
VI - promover a preservação e a utilização adequada de dois compartimentos do sítio
natural por seu valor ambiental:
a) a várzea definida como planície aluvial, do rio Embú-Mirim;
b) o compartimento central do Município abrangendo maciço montanhoso dotado de
excepcionais condições paisagísticas e vegetação.
VII - instaurar um sistema de vias e transportes que:
a) assegure acessibilidade e articulação dos núcleos e áreas de papel estruturador do
território;
b) possa ser implantado através da cooperação entre órgãos estaduais, federais do setor
e empreendedores privados que promovam a ocupação ordenada do território.
VIII – promover o desenvolvimento das macrozonas não urbanas estabelecendo
parâmetros visando garantir as propriedades rurais produtivas existentes com atividades
que promovam a recuperação, manutenção e preservação do meio ambiente.
A organização da estrutura territorial do Município tem quatro elementos básicos:
I - o sistema de cinco macrozonas de perfil funcional e com padrão de ocupação;
II - a estrutura viária integrada articuladora dos compartimentos urbanos e da ocupação
territorial;
III - os elementos especiais estruturais;
IV - o sistema de Unidades Territoriais de Planejamento.

As macrozonas (ver Figura 4) citadas estão divididas em:


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a) Macrozona Urbana - contendo todas as áreas mais urbanizadas do Município, mesmo


que situadas em descontinuidade com a mancha urbana que abrange o centro de
Itapecerica da Serra;
b) Macrozona Rururbana 1 - destinada a assentamentos de baixa densidade,
principalmente residenciais ou de interesse turístico;
c) Macrozona Rururbana 2 - destinada a assentamentos de baixa densidade com
atividades diversificadas, privilegiando as de interesse turístico;
d) Macrozona do Eixo Empresarial Metropolitano -destinada especialmente a
empreendimentos econômicos de maior porte;
e) Macrozona de Preservação - destinada à conservação ambiental, permitidas atividades
de manejo e de interesse turístico.
Os elementos estruturais especiais citados são:
a) as ZEPU - zonas especiais de planejamento urbano, situadas junto a área urbana
central e seus acessos;
b) o Parque da Várzea do Embu-Mirim - como peça chave para a preservação dos
mananciais.
Vale citar, dentre as metas para a consolidação e desenvolvimento da Macrozona
Urbana, os seguintes itens:
- implantar normas de uso do solo e organização administrativa de fiscalização capaz de
evitar a ampliação de loteamentos irregulares e urbanizações clandestinas existentes, ou
novas medidas que se promova regularização possível dos assentamentos;
- restringir a ampliação das áreas urbanizadas a zonas especiais definidas como Zonas
de Interesse Coletivo, objeto deste Plano Diretor Estratégico, destinadas a atender as
carências atuais e futuras das comunidades, notadamente as relativas ao assentamento
de habitações populares, ao assentamento de organizações e empresas que ampliem
emprego e renda ou a espaços necessários à preservação ambiental;
- qualificar as áreas urbanizadas mediante melhorias urbanas e habitacionais, reduzindo
seu potencial poluidor de forma a compatibilizá-las com a melhor preservação dos
mananciais da forma prevista pela Lei Específica da bacia hidrográfica;
- priorizar os programas de regularização de loteamentos e outros assentamentos
irregulares, sobremaneira os subnormais, buscando a regularização fundiária aliada aos
objetivos de preservação dos mananciais;
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- promover a ampliação da infra-estrutura e dos equipamentos coletivos locais que


venham a atender as necessidades de:
a) introdução de um sistema de saneamento ambiental, inclusive adotando soluções
isoladas de coleta e destinação dos efluentes quando necessário;
b) ampliação dos serviços públicos essenciais nas áreas de Saúde, Educação, Cultura,
Lazer e Segurança Pública;
c) ampliação das áreas públicas de uso coletivo, sobremaneira através dos programas de
regularização fundiária;
d) padronização das obras de urbanização e infra-estrutura, assim como, de limpeza
pública e de manutenção viária de forma a promover cenários favoráveis aos padrões de
preservação previstos na legislação específica da bacia hidrográfica.
- promover a requalificação urbanística do território mediante o desenvolvimento dos
Planos de Bairro e Operações Urbanas através de projetos específicos;
- desenvolver a Política de Habitação visando atender as necessidades da população, em
especial a porção de menor renda, abrangendo tanto:
a) a relocação dos habitantes das áreas de risco;
b) a reurbanização de favelas e de outros assentamentos subnormais;
c) a assistência técnica destinada à autoconstrução em áreas regulares;
d) a implantação de conjuntos de habitações para o aproveitamento das áreas urbanas
subutilizadas na forma da Lei.
- dar continuidade a elaboração sistemática dos Planos Diretores de Bairro, dentro da
sistemática da gestão democrática, integrando as diretrizes urbanísticas e programáticas
deste Plano Diretor Estratégico;
- promover os objetivos específicos para a zona central dentro da Macrozona Urbana
visando recuperar os espaços públicos e as paisagens, elevando o padrão ambiental e
urbanístico estimulando empreendimentos na área.
A Lei Complementar de Regulação Urbanística que regulamenta os dispositivos do
PD encontra-se em fase propositiva.

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Figura 4. Zoneamento do uso do solo em Itapecerica da Serra. Fonte: Plano Diretor 2000-
20015.

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5. A AÇÃO DE FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E PREVENÇÃO DE OCUPAÇÕES EM


ÁREAS DE RISCO E DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Neste capítulo são analisadas a legislação que regulamenta a ação de fiscalização


e a estrutura existente no município.

5.1. A legislação que regulamenta a ação

5.1.1. Fiscalização: o Poder de Polícia do Direito Administrativo e a ótica do Direito


Urbanístico e Ambiental

“Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para


condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em
benefício da coletividade ou do próprio Estado”. Este é o conceito de Poder de Polícia
explanado pelo jurista administrativista Hely Lopes Meirelles em sua obra acadêmica. E,
de fato, o Direito Administrativo brasileiro que tem como principal fonte doutrinária o
positivismo, fundamenta-se na égide do Estado soberano e autônomo. Atualmente, os
limites do poder de polícia administrativa são demarcados pelo interesse social em
conciliação com os direitos fundamentais do indivíduo, assegurados na Constituição
Federal.
O Poder de Polícia tem atributos específicos e peculiares ao seu exercício, que
são: a discricionariedade; a auto-executoriedade; e, a coercibilidade.
A evolução do Direito Urbanístico e Ambiental vem contribuindo para a construção
de um “novo olhar” para as atividades de Fiscalização e Controle com prevalência para o
planejamento urbano – ordenamento territorial que, debatido e apropriado pelos
habitantes da cidade compreenda e compartilhe a gestão pública sustentável do ambiente
natural e construído.
Em decorrência disto, divide-se a atividade de fiscalização em dois pilares:
a) O Controle Administrativo Preventivo: que diz respeito aos fluxos de controle
urbanístico de uso e ocupação do solo, desde as normas até as autorizações /
licenciamentos; bem como à leitura e acompanhamento dos vetores potenciais de
ocupação desordenada antecipando as ações de contenção.
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b) O Controle Administrativo Repressivo: que é feito mediante a utilização de


institutos básicos, classificados na teoria dos atos administrativos como atos punitivos e,
para tanto, é fundamental a legislação municipal apontar objetivamente as penalidades
(multa, embargo, interdição, demolição, etc) e os agentes públicos efetivamente dar-lhes
aplicabilidade. .

5.1.2. A organização institucional da fiscalização quanto aos órgãos executores


A organização institucional em Itapecerica é definida por dois instrumentos: o Plano
Diretor Estratégico e a Lei 1.279, de 17 de dezembro de 2001, com as alterações
introduzidas pela Lei 1.707 de agosto de 2006, que define a estrutura administrativa da
Prefeitura Municipal.

a) Situação Prevista no Plano Diretor Estratégico


O Plano Diretor Estratégico – PDE – aponta como órgão gestor da política de
parcelamento, uso e ocupação do solo no Município, a Coordenadoria Municipal de
Planejamento, Gestão e Habitação.
Com a Lei da Reforma Administrativa (n°1.279/01) foi criada a Secretaria de
Planejamento e Meio Ambiente, que incorporou as atribuições da Coordenadoria citada,
além da competência de coordenar as atividades de planejamento, gestão e habitação e
em especial a formulação e monitoramento da implantação das políticas públicas, assim
como, do processo de programação financeira do município.

A gestão compartilhada da política de planejamento no Município encontra-se


fundamentada nos objetivos básicos do Sistema de Planejamento Urbano consolidados
no Plano Diretor, que propõe dentre outros itens:
• Instituir um setor de planejamento urbanístico operacional que promova um novo
padrão de controle e cooperação entre os setores público e privado que produzem o
espaço construído, na qual participem empreendedores, proprietários e
autoconstrutores;
• Descentralizar o Sistema de Planejamento no sentido de assegurar a continuidade a
médio e longo prazo as ações executivas estratégicas exigidas pelo Plano Diretor

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Estratégico e pelos Planos Diretores de Bairro; e, atrair e incorporar sistematicamente


contribuições dos setores não governamentais e de recursos externos à Prefeitura
pelos quais as possibilidades de ação municipal sejam multiplicadas.

O Plano Diretor Estratégico dota a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente,


ainda, da competência de implantar, no âmbito do Sistema de Planejamento e Gestão
Urbana, o organismo responsável pela implementação da Fiscalização do Parcelamento,
Uso e Ocupação do Solo, apontando as seguintes atribuições:
• Formular diretrizes da política habitacional que contribuam para o sistema de
planejamento e gestão urbana, tanto no aspecto técnico, legal, administrativo e
tecnológico;
• Capacitar o Poder Público Municipal para intervir física e estrategicamente na questão
habitacional;
• Gerenciar a aplicação dos recursos destinados aos projetos de caráter habitacional do
setor público, ou aqueles de parcerias com o setor privado;
• Atuar no âmbito da habitação para a regularização fundiária das áreas de interesse
social e urbanístico.

b) Situação Prevista na Lei que define a Estrutura Administrativa


A Estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra é regida pela
Lei 1.279 de 17 de dezembro de 2001 com as alterações da Lei 1.707 de 14 de agosto de
2006, sendo composta pelos seguintes órgãos:
• Gabinete do Prefeito
• Secretaria Municipal de Governo
• Secretaria Municipal de Cultura
• Secretaria Municipal de Esporte, Turismo e Lazer
• Secretaria Municipal de Ação Social e Relações do Trabalho
• Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente
• Secretaria Municipal de Administração
• Secretaria Municipal de Finanças

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• Secretaria Municipal de Educação


• Secretaria Municipal de Obras e Serviços
• Secretaria Municipal de Saúde
• Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos
• Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes

Conforme a distribuição de competências, duas Secretarias Municipais - a de


Planejamento e Meio Ambiente e a de Obras e Serviços - vinculam-se à gestão das ações
de Fiscalização no Município.

c) Estrutura Prevista para a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente


O artigo 18 da Lei 1.279/01 relaciona as atribuições da Secretaria de Planejamento e
Meio Ambiente e, dentre elas, destacam-se as seguintes, diretamente relacionadas com o
objeto do presente trabalho:
• Coordenar e executar a política, os planos, os projetos de obras, edificações e
planejamento territorial do Município, aprovando-os ou não;
• Planejar o uso e ocupação do solo no Município, especialmente em Zona Urbana;
• Conceder, cassar ou recusar licenças, certidões e habite-se;
• Estabelecer normas de edificação, de loteamento, arruamento e zoneamento à
ordenação do território do Município;
• Promover a fiscalização e vistorias referentes às obras e edificações privadas;
• Promover, coordenar, gerenciar e executar a política habitacional de interesse público,
através da ação direta do Município ou através de convênios e programas com órgãos
e entidades nacionais ou internacionais;
• Assessorar o processo de planejamento e orçamento municipal visando orientar,
selecionar e integrar, com critérios compatíveis aos do Plano Diretor Estratégico, os
programas e projetos a serem implementados pelo Poder Público ou com sua
participação;

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• Implantar um sistema operacional de licenciamento de projetos e fiscalização do


parcelamento, uso e ocupação do solo adequado aos vários propósitos, diretrizes e
normas urbano-ambientais contidas no Plano Diretor Estratégico;
• Oferecer assistência técnica para elaboração de planos, programas e projetos de que
participe a população e, em especial, quando vinculadas aos Planos Diretores de
Bairro;
• Sistematizar e disponibilizar informações atualizadas sobre a realidade sócio-
econômica, e sobre o contexto ambiental e territorial do Município, de forma a atender
aos diferentes agentes e grupos sociais que pretendam contribuir para o
desenvolvimento planejado de Itapecerica da Serra;
• Coordenar e definir a política municipal de meio ambiente e recursos hídricos;
• Articular-se com órgãos públicos federais, estaduais, municipais ou particulares,
objetivando a complementação e aperfeiçoamento do sistema para consecução de
programas e planos elaborados para o Município;
• Executar a fiscalização ambiental.

O Escritório Municipal de Planejamento e Gestão Urbana tem prevista a seguinte


estrutura:
• Divisão Técnica de Edificações (Serviço de Apoio)
• Divisão Técnica de Uso e Ocupação do Solo (Serviço de Fiscalização)
• Divisão Técnica de Controle Ambiental e Georeferenciamento (Serviço de
Fiscalização e Licenciamento)
• Divisão Técnica de Urbanismo (Serviço de Apoio)
• Divisão Técnica de Desenvolvimento de Planos de Bairro (Serviço de Apoio e de
Implantação e Avaliação)

d) Estrutura Prevista para a Secretaria de Obras


A Secretaria de Obras e Serviços tem suas atribuições elencadas no artigo 26 da Lei,
marcadamente concernentes à infra-estrutura urbana, conforme elencadas a seguir:

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• Coordenar, promover a construção, conservação e manutenção dos próprios


municipais;
• Promover a construção, manutenção e conservação da rede viária do município, de
suas estradas e caminhos;
• Executar e fiscalizar serviços de pavimentação asfáltica, guias e sarjetas e outras
obras viárias;
• Promover a manutenção e conservação das praças, parques, jardins e demais áreas
públicas do município;
• Providenciar a limpeza das vias e logradouros públicos, a remoção do lixo e resíduos
de qualquer natureza;
• Participar da formulação de política e fiscalização das ações de saneamento básico;
• Gerenciar, fiscalizar e realizar acompanhamento técnico de convênios e das parcerias
populares referentes às obras públicas;
• Coordenar e implementar, através das Administrações Regionais do Jardim Jacira e
do Valo Velho, os serviços e manutenções pertinentes à Secretaria Municipal de
Obras e Serviços no perímetro Distrital dos Bairros do Jardim Jacira e do Valo Velho.

No Departamento de Habitação da Secretaria de Obras e Serviços existe a Divisão


Técnica de Fiscalização, que atua precipuamente na Fiscalização e Monitoramente de
Ocupações ou Usos em áreas públicas.

5.2. O quadro atual da ação de fiscalização sobre a ocupação urbana no município.


Para a caracterização da situação atual da ação de fiscalização no município, foram
realizadas entrevistas com os seguintes funcionários municipais:
• Rodrigo Moreira – Geoprocessamento – Secretaria de Obras e Serviços
• Gabriela Anesina – SPMA / Plano Diretor
• Eduardo Fadlo Bechara – fiscal da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
• José Hengles – Divisão Técnica de Mobiliário – Secretaria de Finanças
• Emilio Carlos Anselmo – fiscal da Secretaria de Obras e Serviços
• Atílio Leite – fiscal da Secretaria de Obras e Serviços

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• Marcelo Rodrigues da Motta – Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente


• João Vicente Paione – Secretaria de Assuntos Jurídicos
• Eliná Pedro – Departamento de Habitação da Secretaria de Obras e Serviços
As informações levantadas nestas entrevistas estão sintetizadas nos tópicos a seguir:

a) Recursos para informação sobre o território do município:


A Prefeitura de Itapecerica dispõe atualmente de grande acervo de informações, mas
este material ainda não gera um quadro totalmente consistente que norteie as ações da
gestão ambiental-urbana no município. Destacam-se os seguintes recursos atualmente
disponíveis ou em construção:
• fotografias aéreas obtidas em vôo realizado em 2002. Estas fotografias, em meio
digital, podem sofrer aproximação até a escala de 1:700, aproximadamente. A partir
delas, foi feita a restituição em cartas na escala 1:1.000. A maioria dos assentamentos
precários está em áreas cobertas por estas fotografias.
• Imagens de satélite IKONOS, obtidas em fevereiro de 2006. É possível obter, em meio
digital, aproximação de até aproximadamente 1:3.000.
• A equipe de Geoprocessamento da Secretaria de Obras e Serviços está construindo
um banco de dados, com apoio das equipes de diversas secretarias que estão
coletando e repassando as informações. Este banco de dados envolve: cadastro
imobiliário; cadastro referente ao zoneamento; cadastro de loteamentos regulares e
irregulares; cadastro de logradouros; cadastro de moradores.
• O mapeamento de riscos associados a escorregamentos e solapamentos realizado
pela FUNEP-UNESP (Plano Municipal de Redução de Riscos, 2006)
• Os relatórios finais da primeira e segunda etapa do Mapeamento, Caracterização e
Hierarquização de Assentamentos Subnormais do Município de Itapecerica da Serra
(URBIS, 2006 e 2007)

b) Quadro atual de agentes de fiscalização


A Prefeitura de Itapecerica conta atualmente com as seguintes equipes de
fiscalização:
• Na Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
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Eduardo Fadlo Bechara


Antonio Dias da Silva
Sonia Maria Pimenta Contier Moraes (afastada em outra função)
• Na Secretaria de Obras e Serviços
Emílio Carlos Anselmo
Atílio Leite
Cátia Cristina Ferraz de Aquino
• Na Secretaria de Finanças
12 fiscais de arrecadação (ISS)
Evandro
Luis Carlos Barbosa
Jair Lopes Silva
Adilson
Cleiton
Maria Goreti
Creusa de Morais Cavalheiro
Edice
José Luis
Benedito
Vânia
+ 1 fiscal de assuntos imobiliários
Cristiano Cardoso dos Anjos
• Na Secretaria de Saúde, 5 fiscais concursados, que trabalham na Vigilância
Sanitária
• No setor de Transporte e Trânsito, 12 fiscais de trânsito.
Considera-se insuficiente o número de fiscais atualmente existentes nas
secretarias de Planejamento e de Obras, com atribuição de fiscalização, controle e
prevenção de ocupações irregulares.

c) Entrevistas com os agentes fiscais e coordenadores

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Síntese da entrevista realizada em 18 de janeiro de 2007com Eduardo Bechara, fiscal


da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Atribuição: fiscaliza obras particulares, desmatamento, fossas, movimentos de terra,


invasão de áreas particulares, loteamentos clandestinos. Responde requerimentos de
informação da Câmara e do Ministério Público. Atende vistorias solicitadas e denúncias.
Sabe que tem lei com atribuição na Reforma Administrativa

Procedimentos :
Atende problemas e reclamações, mas se vê ocasionalmente algo irregular, para e
notifica. O mais freqüente é reclamação ou briga de vizinhos; numeração de imóveis;
processo de obra.
Quando aparece invasão em área privada: notifica proprietário; atua com a Policia
Ambiental. Em área pública, a fiscalização é executada pelo pessoal do Departamento
de Habitação da Secretaria de Obras e Serviços.

Equipamentos : prancheta com bloco e legislação + planta da EMPLASA (84) escala


1:10.000. Não têm gps. Déficit de veículos

Síntese da entrevista realizada em 28 de fevereiro de 2007 com Emilio Carlos Anselmo


e Atílio Leite, fiscais da Secretaria de Obras e Serviços.
Atílio é agente fiscal; Emilio é nomeado em cargo de confiança.

Atribuições – não sabem dizer as próprias atribuições legais


Sabem que:
Fiscalizam áreas públicas.
Os instrumentos legais que mais utilizam são o Código de Obras (Lei 636⁄ 90) art. 34 a
42 , que estabelecem alguns procedimentos.
Atendem principalmente denúncia (anônima ou não) ou atendimento de balcão,
requerimentos do Ministério Público ou de vereadores (principalmente vindo de outras
secretarias) e solicitações da Guarda Municipal.
Eventualmente fazem rondas de fiscalização.
Problema principal : falta de veículos. (existem 3 carros)
Têm que agendar carros; definir as prioridades. Vão para o campo todos os dias
Na área: verificam a situação; impedem ampliação e novas construções se estão
congeladas – área do DNIT fica também sob controle da PMIS.
Utilizam principalmente o Código de Obras como instrumento legal
Não há leis especificas para as áreas congeladas, informais ou irregulares em geral.
Fazem também vistorias de problemas ambientais em áreas públicas. Se avaliarem que
não tem capacitação, recorrem a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente.
Mas, todos os problemas das áreas públicas são enviados para eles.
Recorrem à policia ambiental quando a ocorrência se relaciona a movimentação de terra
e desmatamento
O problema mais encontrado é o adensamento em áreas públicas

Procedimentos

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Fazem notificação
Aguardam o prazo (não trabalham com multas)
Encaminham ao Jurídico
Atendimento a público é feito pela Flavia, Leonor, Andréia (da Área Social)

Opiniões:
Falta coordenação da informação
Emilio avalia que 30 a 40% das situações são resolvidas
A tendência de adensamento mais freqüente ocorre no Parque Paraíso
Ocorrem poucas invasões atualmente, sendo mais intenso o processo de adensamento
das ocupações já existentes.

Síntese da entrevista com Marcelo Rodrigues da Motta (Secretaria de Planejamento e


Meio Ambiente), João Vicente Paione (Secretaria de Assuntos Jurídicos), Eliná Pedro
(Departamento de Habitação da Secretaria de Obras e Serviços), realizada em 14 de
março de 2007

Opiniões sobre a fiscalização


Problemas de estrutura e recurso humanos. Pouca gente e falta de formação da equipe
Estrutura : Fiscalização de áreas públicas
Fiscalização de áreas particulares
Fiscalização tributária
Age principalmente por meio de denúncia
Não existe rotina
Não existe carreira
Não existe chefia de fiscalização
Desconexão dos fiscais dos setores a que estão associados

Prioridades de ação
Que cada auto de infração gerasse um processo, com fluxo de informações e de
procedimentos.
Coibir novas construções, parcelamento irregular e venda esparsa. Não vêem “piquetes
nem desmatamento” recentes.
Controle de áreas vazias e de APPs
Controle de adensamento e controle das áreas “ congeladas” com rotina de vistorias
Em termos de áreas prioritárias para controle, houve um consenso: Valo Velho, Jacira e
Potuverá

5.3. Parcerias e suportes

As parcerias e apoios com que a Prefeitura de Itapecerica da Serra pode contar na


fiscalização e controle da ocupação irregular no seu território de Itapecerica, desde os já
existentes, utilizados com maior freqüência ou aqueles possíveis de serem viabilizadas

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em curto prazo em função de campos comuns de atribuições e de políticas anunciadas,


estão vinculadas ao governo estadual.
Em razão da posse recente da atual gestão estadual, muitas de suas ações e
políticas ainda estão em fase de elaboração ou de detalhamento, mesmo aquelas
anunciadas publicamente em sua generalidade.
No dia 2 de abril deste ano, o Governador e o Secretário Estadual do Meio
Ambiente anunciaram um conjunto de 21 projetos para serem aplicados na área
ambiental até 2010 (Jornal O Estado de São Paulo, 3 de abril de 2007, p. A18). Uma
destas medidas está assim descrita: proteger e recuperar as bacias hidrográficas de
Guarapiranga, Billings e Cantareira. Também há previsão de tentar frear as ocupações
nessas regiões.
Foram realizadas, para levantamento destas relações, entrevistas com os
geógrafos Manuel Moreira Gomes, supervisor da equipe técnica do escritório do Embu,
Walter Pfannemuller, fiscal de toda a área oeste da Região Metropolitana de São Paulo, e
Celso Mazotini Saez, funcionários do DUSM – Departamento de Uso e Ocupação do Solo
Metropolitano; e com o gerente da Assessoria de Gestão Ambiental da DERSA, José
Fernando Bruno.
Com a equipe do DUSM, as entrevistas resultaram principalmente em informações
sobre a experiência recente de convenio de fiscalização integrada firmado entre o Estado
e o Município de São Paulo. Esta experiência poderá servir como referencia para
eventuais propostas deste trabalho, em função do disposto na Lei Estadual 12.233/06
regulamentada pelo Decreto 51.686/07 (ver item 4.1.2 e nos projetos do governo estadual
acima citados. A primeira versão deste convênio e um texto de análise e propostas
repassado pelos técnicos do DUSM são apresentadas em anexo.
Junto à Assessoria de Gestão Ambiental da DERSA, foi obtida a informação de
que, de acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre a DERSA e o
Ministério Público estadual para a construção do trecho sul do Rodoanel, há previsão de
construção e equipamento de duas sedes de fiscalização das áreas de proteção
ambiental para uso do DEPRN-DUSM e Policia Ambiental, sendo uma delas no município
de Embu. O prazo para a abertura da licitação está na dependência da definição do local
pelos órgãos acima citados.

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Do ponto de vista da capacidade de operação destes órgãos de suporte, as


equipes reduzidas constituem o principal problema apontado: atualmente, o escritório
regional do DUSM conta com apenas um agente fiscal e o posto da Policia Ambiental,
local, com três agentes.

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6. SÍNTESE DO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA E


RESULTADOS DA 2ª OFICINA TÉCNICA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

Dentro da metodologia de trabalho adotada, o diagnóstico da situação encontrada foi


consolidado com a equipe do município. Isto ocorreu em uma oficina técnica, na qual foi
realizado o exercício de relacionar problemas e suas causas por meio da construção da
“Árvore de Problemas” da questão da Fiscalização no município. Além de seguir a
metodologia do PES, o processo de construção desse diagnóstico contou com as técnicas
de facilitação e visualização do debate em cartelas (METAPLAN), possibilitando que a
configuração da “Árvore” fosse fruto da opinião dos participantes do encontro. As
seguintes perguntas nortearam o debate:

• QUAL É O GRANDE PROBLEMA DA CIDADE DE ITAPECERICA EM RELAÇÃO À


FISCALIZAÇÃO?
• QUAIS SÃO OS DESCRITORES / INDICADORES DESSE PROBLEMA?
• QUAIS SÃO AS CAUSAS DESTE PROBLEMA?

O resultado deste debate é a síntese do diagnóstico da questão da fiscalização do


município, a qual está transcrita a seguir.

O Grande Problema identificado foi que a fiscalização existente não impede a


ocorrência de novas ocupações irregulares, nem o adensamento das ocupações
irregulares já existentes.
São descritores deste grande problema:
• 62% dos assentamentos precários subnormais ocorreram em 2 décadas;
• Não existe sistemática de fiscalização definida;
• Não existem fluxos de informação e monitoramento pós autuação;
• Houve uma grande ocupação irregular no mês de março sem impedimento;
• Só três ações demolitórias foram executadas em 2 anos;
• Apenas uma demolição preventiva foi executada nos últimos dois anos.

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Esta situação está vinculada a situações estruturais, tais como o fato de o município
estar integralmente em área de proteção de manancial, a existência de muitas áreas
vazias e a falta de oferta de habitação regularizada para a população baixa renda.
Além das causas estruturais, foram consideradas causas diretas deste problema,
que se relacionam diretamente com a questão da fiscalização:
• Falta de ações preventivas;
• Impunidade para as irregularidades;
• A População alega não conhecer as Regras (do que é ocupação irregular);
• Falta de política de destinação de áreas públicas reservada em loteamento, as
quais ficam desocupadas;
• Falta de unificação e falta de chefia da fiscalização;
• Falta de política integrada de fiscalização;
• Falta de recursos e pessoal qualificado para executar as ações;
• Inexistência de procedimentos fiscalizatórios adequados explícitos;
• Aplicação de normativos legais inadequados;
• Inexistência de conexão entre a política urbana e a fiscalização;
• Desconhecimento das atribuições pelos fiscais;
• A falta de profissionalização da função;
• Falta de estrutura administrativa;
• Falta de normatização e padronização;
• Há forte interferência política para não se cumprir as notificações;
• Inexistência de uma pactuação com a administração quanto promover e manter as
alterações no sistema;
• Há medidas que dependem do judiciário.

Com este debate, têm-se a leitura conjunta dos problemas principais a serem
tratados o âmbito do Programa de Fiscalização, cujo objetivo deve ser a superação do
grande problema identificado, portanto, impedir o surgimento de novas ocupações
irregulares e impedir a expansão das ocupações irregulares existentes.

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7. Anexos
CONVÊNIO QUE ENTRE SI CELEBRAM O ESTADO DE SÃO
PAULO, POR INTERMÉDIO DA SMA E DA SSP, O MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO, POR MEIO DA SVMA, DA SEHAB, DA
SMSP E DA SGM, a CETESB, a SABESP e o DAEE, COM
VISTAS À FISCALIZAÇÃO INTEGRADA NAS ÁREAS DE
PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS LOCALIZADAS NO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.

Pelo presente instrumento o ESTADO DE SÃO PAULO, pessoa jurídica de direito público interno, sediado à
Av. Morumbi, n° 4500, neste ato representado por seu titular, Dr. Geraldo Alckmin, doravante designado
simplesmente ESTADO, e por intermédio das Secretaria de Estado do Meio Ambiente- SMA e da
Segurança Pública - SSP, neste representadas por seus titulares, pela Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental – CETESB, doravante designada simplesmente CETESB, pela Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, doravante designada simplesmente SABESP,
pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, doravante designada simplesmente DAEE, neste
ato representadas na forma de seus estatutos sociais e o MUNICIPIO DE SÃO PAULO, pessoa jurídica de
direito público interno, sediado no Viaduto do Chá neste ato representado por seu titular, Dr. José Serra
doravante designado simplesmente por MUNICÍPIO, por intermédio das Secretarias Municipais do Verde e
Meio Ambiente – SVMA e da Habitação - SEHAB, das Subprefeituras, SMSP e Governo Municipal – SGM,
neste ato representadas por seus titulares, resolvem celebrar o presente CONVÊNIO, mediante as
cláusulas e condições que se seguem:

CLÁUSULA PRIMEIRA: DO OBJETO

1.1 Constitui objeto do presente convênio o incremento das ações de fiscalização nas áreas de proteção
dos mananciais localizadas no Município de São Paulo, mediante a coordenação e a conjugação de
ações e de esforços dos partícipes, no âmbito de suas competências, com vistas a impedir o avanço
da ocupação irregular nas referidas áreas.

1.2 A área de abrangência do objeto do presente convênio corresponde às bacias hidrográficas do


Guarapiranga, da Billings e do Capivari-Monos, nas suas porções inseridas no território do Município
de São Paulo, abrangendo as Subprefeituras da Capela do Socorro, Parelheiros, M’Boi Mirim, Campo
Limpo e Cidade Ademar.

CLÁUSULA SEGUNDA: DOS MEIOS DE EXECUÇÃO DO OBJETO

2.1. Para alcançar o objeto ora pactuado serão criados:

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I – um Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais, responsável pela coordenação das ações de
fiscalização integrada; e

II – um Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais.

CLÁUSULA TERCEIRA: DAS ATRIBUIÇÕES DOS PARTÍCIPES

3.1. Para a execução do presente convênio, os partícipes têm as seguintes atribuições:

3.1.1 – Compete ao ESTADO e ao MUNICÍPIO:

I - dispor de recursos humanos e materiais para a operacionalização das ações conjuntas de fiscalização;

II - dispor de recursos de imagem satélite, levantamento aerofotogramétrico, banco de dados e Sistema


Cartográfico Metropolitano para subsidiar as ações conjuntas;

III - indicar representantes para integrar o Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais e para o Núcleo de
Fiscalização Integrada dos Mananciais;

IV - colaborar nas ações de capacitação dos representantes envolvidos da fiscalização integrada;

V - colaborar na articulação de envolvimento da sociedade civil organizada da região nas ações de


fiscalização integrada.

§ 1º – As atribuições do ESTADO serão executadas por intermédio da SMA e da SSP, no âmbito de suas
respectivas atribuições.

§ 2º - As atribuições do MUNICÍPIO serão executadas por intermédio da SVMA, da SEHAB, da SMSP –


SUBPREFEITURAS e da SGM – GUARDA CIVIL METROPOLITANA, no âmbito de suas respectivas
atribuições.

3.1.2 – Compete à CETESB, SABESP e DAEE:

I - dispor de recursos humanos e materiais para a operacionalização das ações conjuntas de fiscalização;

II - dispor de dados técnicos que possam auxiliar nas ações de planejamento e fiscalização integrada;

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III - indicar representantes para integrar o Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais

Parágrafo único - À SABESP compete, além das atribuições previstas nos incisos I a III do item 3.1.2,
indicar um representante para compor o Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais.

CLÁUSULA QUARTA: DO GRUPO EXECUTIVO DE PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS

4.1. O Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais será integrado pelos seguintes membros:

I – ESTADO: 2 (dois) representantes da SMA, sendo 1 (um) do Departamento de Uso do Solo


Metropolitano – DUSM e 1 (um) do Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais – DEPRN,
bem como 1 (um) representante da SSP;

II – CETESB: 1 (um) representante;

III – SABESP: 1 (um) representante;

IV – DAEE: 1 (um) representante;

V – MUNICÍPIO: 1 (um) representante de cada uma das seguintes Secretarias: Secretaria Municipal das
Subprefeituras - SMSP, Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente - SVMA e Secretaria Municipal da
Habitação - SEHAB; e 1 (um) representante de cada uma das seguintes Subprefeituras: Subprefeitura de
Capela do Socorro, Subprefeitura de Parelheiros, Subprefeitura de M’Boi Mirim, Subprefeitura de Campo
Limpo e Subprefeitura de Cidade Ademar.

§ 1º – A sociedade civil organizada, os Subcomitês de Bacia Hidrográfica Cotia/Guarapiranga e


Billings/Tamanduateí e o Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Municipal do Capivari-Monos
deverão ser convidados a integrar o Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais, com vistas a colaborar
nas ações de suporte à fiscalização integrada nas áreas de mananciais localizadas no Município de São
Paulo, mediante a indicação de 4 (quatro) representantes.

§ 2º – O Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais elegerá, entre seus membros, um coordenador e
deverá atuar de acordo com regulamentação específica, a ser expedida com estrita observância da
legislação pertinente.

CLÁUSULA QUINTA: DO NÚCLEO DE FISCALIZAÇÃO INTEGRADA DOS MANANCIAIS


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5.1. O Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais será composto por representantes das seguintes
categorias:

I - Agentes de fiscalização do Departamento de Uso do Solo Metropolitano - DUSM;

II – Técnicos fiscalizadores das Subprefeituras envolvidas;

III – Técnicos fiscalizadores da Secretaria do Verde e Meio Ambiente - SVMA;

IV - Policiais Ambientais da Secretaria da Segurança Pública - SSP;

V - Técnicos do Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais - DEPRN;

VI - Técnicos da SABESP;

VII - Guardas Civis Metropolitanos - CGM; e

VIII - Técnicos da Secretaria Municipal de Habitação – SEHAB.

Parágrafo Único – A coordenação do Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais será


compartilhada pela SMA, por intermédio do Departamento do Uso do Solo Metropolitano – DUSM, e pela
SVMA, por meio do Departamento de Controle Ambiental – DECONT e deverá atuar de acordo com as
regras estabelecidas em regulamentação específica, a ser expedida com estrita observância da legislação
pertinente.

CLÁUSULA SEXTA: DAS ATRIBUIÇÕES DO GRUPO EXECUTIVO DE PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS

6.1. São atribuições do Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais:

I – propor estratégias para a fiscalização integrada, coordenando e conjugação de ações e esforços dos
partícipes para a efetiva proteção dos mananciais;

II - avaliar os trabalhos de fiscalização realizados pelo Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais,
propondo aos partícipes a adoção de providências para o aperfeiçoamento das ações de fiscalização
integrada;

III - dar suporte humano e material ao Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais de acordo com as
necessidades apresentadas;

(suprimido o inciso IV e renumerados demais)


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IV – comunicar aos órgãos competentes os fatos considerados violadores das normas legais vigentes, com
vistas à adoção das providências cabíveis;

V – encaminhar à Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e à Procuradoria Jurídica do Município de


São Paulo pedido de proposição de ação civil pública, quando detectados graves danos ambientais nas
áreas de proteção dos mananciais;

VI - promover a divulgação da Política de Proteção dos Mananciais e das ações de fiscalização realizadas
na região.

CLÁUSULA SÉTIMA: DAS ATRIBUIÇÕES DO NÚCLEO DE FISCALIZAÇÃO INTEGRADA DOS


MANANCIAIS

7.1. São atribuições do Núcleo de Fiscalização Integrada dos Mananciais:

I - realizar fiscalização integrada na área de abrangência, produzindo relatório mensal circunstanciado das
ações praticadas dentro da área de competência das Secretarias de Estado, Secretarias Municipais,
órgãos e entidades envolvidas, ao Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais; (obs. Suprimida
referência a fiscalização semanal)

(incisos II e III – suprimidos, renumerando-se os demais)

III - mobilizar, com o apoio do Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais, os recursos humanos
necessários para ações de controle de invasões e degradação do meio ambiente;

IV - atender as demandas da comunidade relativas à fiscalização integrada.

CLÁUSULA OITAVA: DA VIGÊNCIA

8.1. O presente convênio terá vigência de 24 meses (vinte e quatro meses) a contar da data de sua
assinatura, podendo ser prorrogado por acordo entre os partícipes, mediante termo aditivo.

CLÁUSULA NONA: DO PLANO DE TRABALHO


9.1. O presente convênio prevê a elaboração de um Plano de Trabalho composto
pelos seguintes itens, no mínimo:

I - previsão da estrutura mínima de recursos humanos e materiais para o


funcionamento do Núcleo de Fiscalização Integrada;
II - definição das áreas críticas das bacias hidrográficas protegidas,
prioridades de atuação, programas de monitoramento das atividades
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impactantes;
III - definição da sistemática de recebimento, acompanhamento e monitoramento
das demandas da comunidade relativas à fiscalização integrada;
IV - programa de capacitação dos integrantes do Grupo Executivo e do Núcleo
de Fiscalização Integrada dos Mananciais;
V - programa de divulgação e comunicação da Política de Proteção aos

Mananciais e ao Meio Ambiente.

CLÁUSULA DÉCIMA: DOS RECURSOS

10.1. O presente convênio não importará na transferência de recursos entre os partícipes ou entre estes e
terceiros, correndo as respectivas despesas à conta das dotações ordinárias próprias de cada um dos
convenentes.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA: DA DENÚNCIA E DA RESCISÃO

11.1. O presente convênio poderá ser denunciado a qualquer tempo por desinteresse unilateral ou
consensual dos partícipes, mediante notificação por escrito, com prazo de antecedência mínimo de 60
(sessenta) dias, e poderá ser rescindido no caso de descumprimento de qualquer uma de suas cláusulas
ou condições.

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA: DAS ALTERAÇÕES

12.1 Qualquer alteração deste convênio será feita mediante a celebração de Termo Aditivo.

E, por estarem de acordo, os partícipes firmam o presente em 3 (três) vias.

São Paulo, ... de... de 2005.

Geraldo Alckmin
GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO.
José Serra
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Prof. José Goldemberg.

SECRETÁRIO DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE


Saulo de Castro Abreu Filho
SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA

Walter Feldmann
SECRETÁRIO MUNICIPAL DAS SUBPREFEITURAS

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Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho


SECRETÁRIO MUNICIPAL DO VERDE E MEIO AMBIENTE
Orlando Almeida Filho
SECRETÁRIO MUNICIPAL DA HABITAÇÃO
Aloysio Nunes Ferreira Filho

SECRETÁRIO DO GOVERNO MUNICIPAL


Antonio Rubens Costa de Lara
DIRETOR-PRESIDENTE DA CETESB
Dalmo do Valle Nogueira Filho
DIRETOR-PRESIDENTE DA SABESP
Ricardo Borsati
SUPERINTEDENTE DO DAEE
Coronel Rubens Casado
COMANDANTE DA POLÍCIA CIVIL METROPOLITANA

CONVÊNIO DE FISCALIZAÇÃO INTEGRADA ESTADO E PMSP.

Disposições principais do Convênio.

O Convênio de Fiscalização integrada das Áreas de Proteção aos Mananciais localizadas no


Município de São Paulo foi celebrado entre o Estado de São Paulo e o Município de São Paulo, no dia
05/06/2005, por intermédio das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente - SMA, de Energia, Recursos
Hídricos e Saneamento - SERHS, de Habitação - SH e de Segurança Pública - SSP e das Secretarias
Municipais do Verde e do Meio Ambiente - SVMA, das Subprefeituras - SMSP, da Habitação - SEHAB e de
Governo Municipal - SGM.
O acordo tem como objeto "... o incremento das ações de fiscalização nas áreas de proteção dos
mananciais localizadas no Município de São Paulo, mediante a coordenação e a conjugação de ações e de
esforços dos partícipes, no âmbito de suas competências, com vistas a impedir o avanço da ocupação
irregular...", nas bacias hidrográficas do Reservatório Guarapiranga, do Reservatório Billings e dos Rios
Capivari-Monos e dos rios integrantes dos mananciais da Serra da Cantareira.
O Convênio criou um Grupo Executivo de Proteção dos Mananciais, que é responsável pela
coordenação das ações de fiscalização integrada, sendo constituído de representantes das Secretarias
Estaduais, Municipais e Subprefeituras, além de quatro representantes da sociedade civil organizada,
indicados pelos Sub-comitês das Bacias Hidrográficas Cotia-Guarapiranga, Billings-Tamanduateí e pelos
Conselhos Gestores da Área de Proteção Ambiental - APA Municipal Capivari-Monos e da Reserva da
Biosfera.
Estabeleceu também o Convênio as atribuições dos partícipes e do Grupo Executivo de Proteção
dos Mananciais, ao qual cabe a elaboração de um Plano de Trabalho, composto pelos seguintes itens: a
previsão mínima de recursos humanos e materiais para a atuação da fiscalização integrada, a definição
das áreas críticas, das prioridades de atuação e de programa de monitoramento de atividades impactantes,
definição da sistemática de recebimento, acompanhamento e monitoramento das demandas da
comunidade e a elaboração de programa de divulgação e comunicação da Política de Proteção aos
Mananciais e ao Meio Ambiente.

As atividades desenvolvidas e a proposta de organização do trabalho integrado de fiscalização

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Os trabalhos iniciais foram organizados e planejados pelos representantes no Grupo Executivo dos
órgãos responsáveis pelo controle de uso e ocupação do solo, em conjunto com o corpo técnico
diretamente envolvido no trabalho de fiscalização.
Os representantes avaliaram, consensualmente, que os recursos atuais, principalmente humanos,
são insuficientes e apresentaram nas reuniões estimativa inicial de incremento desses recursos humanos e
materiais, necessários para o adequado desempenho no controle do uso e ocupação das áreas de
proteção dos mananciais.
Decidiu-se pela realização de oficinas de integração para conhecimento dos espaços geográficos e
das legislações utilizadas pelos órgãos fiscalizadores, com a participação de grande parte do corpo
funcional de fiscalização, para posteriormente definir-se a forma de organização da fiscalização integrada e
a apresentação do Plano de Trabalho aos Secretários e Subprefeitos signatários do Convênio.
As discussões conduziram à proposta de implantação de quatro Pólos de fiscalização integrada,
sendo três na região Sul, a se sediarem nas Subprefeituras de M' Boi Mirim, Capela do Socorro e
Parelheiros e um Pólo na região Norte, com local a ser definido.
Os Pólos de Fiscalização teriam a atribuição de coordenação das ações de fiscalização integrada e
possuiriam corpo funcional fixo, de dedicação exclusiva, composto por coordenador, funcionários
administrativos e técnicos dos órgãos com poder de polícia, ( SMA-DUSM/DEPRN, SVMA e
SMSP/Subprefeituras ) e o apoio da Polícia Ambiental, da Guarda Civil Metropolitana - GCM e das
estruturas das Subprefeituras ( Doc. 3 ).
O planejamento do trabalho de fiscalização e de outras ações integradas ou setoriais que possam
contribuir para o controle de ocupação irregular da área de mananciais, seria feito com a participação de
todos os representantes dos órgãos signatários do convênio.
A fiscalização integrada seria sistemática, preventiva e coercitiva, com metodologia de trabalho pré-
definida, a ser testada e avaliada periodicamente.
A proposta concebida partiu das seguintes premissas:
- as ações fiscalizatórias dos órgãos devem convergir e se complementar, respeitadas as
competências específicas de cada órgão;
- que a ocupação urbana irregular do solo por loteamentos e invasões é a forma mais degradadora
do meio ambiente e dos mananciais e, portanto, seu impedimento deve ser priorizado;-
- a fiscalização sistemática e preventiva das áreas de mananciais, com periodicidade proporcional
ao grau de prioridade definido, é fundamental para mostrar a presença dos Poderes públicos e para inibir e
conter processos iniciais de ocupação urbana;
- priorização das ações de fiscalização nas frentes de expansão urbana e nas áreas susceptíveis à
invasão, inicialmente nas identificadas e relacionadas nas oficinas de trabalho;
- adoção de medidas para o "congelamento das áreas" de continua expansão urbana irregular;
- necessidade de avaliação e de estudos das áreas consideradas complexas, de expansão
continua e de difícil controle e fiscalização, em conjunto com os setores de habitação e de planejamento,
entre outros, para definição de ações públicas integradas e mais abrangentes para o congelamento dessas
áreas;
- necessidade de sistematização das informações de fiscalização de todos órgãos e de criação de
banco de dados georeferenciado.

O Plano de Trabalho e a proposta da forma de organização da fiscalização integrada foi apresentada


às Secretarias signatárias do Convênio e às Subprefeituras envolvidas, no evento "Apresentação dos
trabalhos desenvolvidos e das necessidades para implantação do Convênio de Fiscalização Integrada",
realizado no dia 14/12/2005, quando também foi apresentada proposta de contribuição de recursos
materiais e humanos desses órgãos para a estruturação necessária à implantação dos Pólos ( Doc.0 4).
No inicio de 2006, os trabalhos foram retomados apenas na Região Sul e, a partir das áreas definidas
nas oficinas como as prioritárias para controle de expansão urbana irregular, foram realizadas vistorias
conjuntas visando o reconhecimento detalhado das áreas, de modo a subsidiar a definição de ações
sistemática de controle, de fiscalização e na avaliação das possibilidades de ações proativas, habitacionais
e de recuperação nessas áreas e do seu entorno.
A partir da perspectiva da dificuldade de incremento dos recursos humanos no curto prazo e das
limitações orçamentárias dos órgãos, decidiu-se pela instalação de um Pólo inicial, localizado na
Subprefeitura de M' Boi Mirim, sob a coordenação compartilhada da SVMA e SMA e responsável pelas
ações conjuntas de fiscalização em toda região sul dos mananciais.

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O Pólo foi instalado em abril/2006, com recursos materiais cedidos pela SMA, SMSP e Subprefeitura
de M' Boi Mirim e, seus representantes iniciaram a organização e execução de trabalho de fiscalização
preventiva e de ações de desfazimento e demolição no território da Subprefeitura de M´Boi Mirim, sem
contudo, conseguir ampliar a sistematização do trabalho de fiscalização integrada em toda área de
mananciais.

Análise das dificuldades na implantação do Convênio e algumas propostas para superação.


Apesar da existência de uma proposta consensual de organização sistemática de fiscalização
integrada e de uma metodologia de trabalho pré-definida, muitas deficiências estruturais e dificuldades
conjunturais foram verificadas no processo de implementação do convênio e nos trabalhos desenvolvidos
pelo Pólo de Fiscalização, as quais cabe relacionar:

- Falta de diretriz e de priorização política para a questão da ocupação irregular das áreas de proteção dos
mananciais por parte dos órgãos signatários e por conseqüência, do Convênio de fiscalização integrada
Estado-PMSP.
A participação ficou limitada aos representantes no Convênio e aos setores específicos de fiscalização, não
ocorrendo o envolvimento e a mobilização das estruturas das Secretarias e de outras áreas das
Subprefeituras, como o setores de obras, de assistência social, de educação ambiental, de informática,
etc.;
- A função do Grupo Executivo de Proteção aos Mananciais, instância política de decisão do Convênio
acabou sendo realizada em grande parte pela coordenação técnica, instância criada informalmente,
formada por representantes das secretarias signatárias do convênio e coordenada pela SMA e que foi
responsável pela condução dos trabalhos e da proposta de organização.
- Falta de recursos humanos envolvidos diretamente com a atribuição de fiscalização, em especial de
técnicos da SMA, de Policiais Ambientais e de agentes vistores em algumas Subprefeituras;
- Limitação de recursos materiais, destacando-se a falta de veículos e horas de vôo de helicóptero para
fiscalização sistemática;
- Estruturas limitadas de apoio às ações de desfazimento e demolições, com pequena disponibilidade de
máquinas e de equipe operacional;
- Ausência de abrigos ou alojamentos provisórios para remoção de ocupações irregulares;
- Dificuldade por parte do corpo técnico e policial de incorporar o objetivo do trabalho integrado na prática
cotidiana e, de superação da cultura institucional de sua origem.

A análise do trabalho desenvolvido e dos problemas enfrentados para a implantação da fiscalização


integrada, nos permite propor e sugerir alterações na forma de participação e de contribuição dos órgãos
signatários do Convênio, no intuito de buscar maior eficácia na contenção da expansão urbana irregular
nas áreas de mananciais e da Serra da Cantareira.
Assim, reiteramos propostas de maior abrangência e apresentamos abaixo outras específicas para
cada órgão signatário do Convênio de fiscalização:

Propostas:

1- Priorização política para implantação da fiscalização integrada pelo órgãos signatários do Convênio,
inclusive os que não tem competência legal de fiscalização. Neste sentido, o Convênio deve ser divulgado
internamente em cada órgão e receber apoio da estrutura operacional dos órgãos;
2- Estabelecer regulamentação específica para atuação do Grupo Executivo;
3- Criar uma instância técnica formada por representantes de todas secretarias signatárias do convênio e
coordenada pela SMA, com a função de planejar e acompanhar o trabalho operacional de fiscalização e de
sistematizar as necessidades para o Grupo Executivo;
4- Implantar abrigo específico para as ações de remoção na área de mananciais, para uso temporário das
famílias e com controle rigoroso;
5-Reavaliar a estrutura de criação dos Pólos, em função das reais possibilidades de ampliação dos
recursos humanos;
6 - Participação do Estado com equipes operacionais nas ações de demolições e desfazimentos.

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