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NOGUEIRA, C.R.F., Ruptura e permanncia: a cristianizao dos povos brbaros. In: RRBH, Revista Brasileira de Histria. So Paulo: v. 5, n 29,1995.

P.47-56.

No processo de cristianizao dos povos brbaros, o cristianismo revestira, sempre que possvel, as tradies antigas, buscando desse modo, uma converso que no enfrenta que no se antepe. Este processo, entretanto, no abolira as crenas anteriores que, miscigenadas ou no, vo permanecer vivas, pelo menos at o sculo XIX. O cristianismo ao mesmo tempo em que acolhera as crenas pags, tambm as controlara, tentando evitar que o culto se transformara em cerimnias pouco ortodoxas. H registros de um processo de bruxas na Alemanha do sculo XVII. A bruxaria era uma religio natural e fora a religio dos germanos pagos. Com o estabelecimento do cristianismo, o paganismo continuara vivo entre o povo comum, entretanto, com outro significado. Os cristes classificaram a tradio como um culto ao Diabo e, at mesmo os praticantes dos antigos rituais aceitaram. Durante a Idade Mdia, crenas pr-crists e tradies secretas dos povos germnicos, como danas e festas noturnas, se tonaram populares no meio acadmico. A catequizao da Europa durante a Alta Idade Mdia se desenvolvera sob o enorme conflito entre o cristianismo e paganismo. O cristianismo vencera as antigas tradies, especialmente convertendo os brbaros, isso s fora capaz por causa da grande capacidade da igreja de fundir todos em um mesmo rebanho cristo. Os cristes alm de negarem as antigas tradies, ainda apresentaram-nas como superadas.

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