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Itapeva
Junho/2008
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Resumo
A quantidade de indústrias madeireira e moveleira vêm crescendo nos últimos anos devido ao
aumento do consumo de matéria-prima utilizada nos processos produtivos. Esse aquecimento
na demanda aumenta a concorrência entre as empresas, pois essas passam a disputar
preferências dos clientes. Por sua vez, os clientes podem se tornar mais exigentes com relação
à qualidade do produto e do seu processo produtivo, ainda que isto ainda não seja
caracterizado. A International Standards Organization, mais conhecida como ISO é o
organismo que estabelece os padrões internacionais de trabalho e de garantia de qualidade nas
empresas. O setor madeireiro, especificamente, conta com o PNQM - Programa Nacional de
Qualidade da Madeira, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente – Abimci, além da Certificação CE exigida no mercado europeu
para painéis de madeira dentre outros produtos a serem exportados para este mercado. A
certificação florestal FSC é uma ferramenta voluntária que atesta a origem da matéria-prima
florestal em um produto. Com a globalização, se algum produto não possuir qualidade, não
for bem avaliado pelo mercado, estará simplesmente numa desvantagem irreversível, sendo
esmagado pela concorrência. Nenhuma empresa pode ficar acomodada, a disputa pelos
clientes é cada vez maior e um mínimo detalhe pode fazer com que o produto seja um
fracasso.
Abstract
The quantity of timber and furniture industries have been growing in recent years due to
increased consumption of raw materials used in production processes. This heating demand
increases competition among companies, because these are the preferences of customers
dispute. In turn, customers may become more demanding with respect to product quality and
its production process, even if it is not yet characterized. The International Standards
Organization, better known as ISO is the body that sets international labour standards and
quality assurance in business. The Forestry, specifically, has the PNQM - Programa Nacional
de Qualidade da Madeira, developed by Associação Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente – Abimci, in addition to the EC certification required in the
European market for wood panels, among other products for export this market. The FSC
forest certification is a voluntary tool that shows the origin of the raw material in a forest
product. With globalization, if any product has no quality, is not well evaluated by the market,
is simply a disadvantage irreversible, being crushed by competition. No company may be
room, the dispute by customers is increasing and a minimum detail may cause the product is a
failure.
Sumário
1 INTRODUÇÃO 4
2 SÉRIE ISO 9000 7
2.1 Os Elementos da ISO Série 9000 8
2.2 O Sistema de Documentação 10
2.3 A Implantação e Certificação 11
2.4 Auditoria final e Certificação 12
2.5 As Auditorias 13
2.6 Os Benefícios da ISO 9000 14
3 PNQM - PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DA MADEIRA 16
3.1 Estrutura 16
3.2 Processo de Certificação 18
3.3 Marcas de Certificação do Programa de Compensado de Pinus 18
3.4 PNQM - Compensado de Pinus 19
3.4.1 Tipos básicos de chapas 20
3.4.2 Dimensões e características construtivas 20
3.4.3 Classificação das chapas 21
3.5 PNQM - Compensado de Madeira Tropical 23
3.6 PNQM – Portas 24
3.7 PNQM – Fornecedores 24
4 CERTIFICAÇÃO CE (COMUNIDADE EUROPÉIA) 25
4.1 Exigência para Painéis 25
4.2 Responsabilidade do Fabricante 25
4.3 Como Obter a certificação "CE" 26
4.4 Passos Necessários 26
4.5 Auditorias 28
5 CERTIFICAÇÃO FLORESTAL FSC 29
5.1 O selo FSC 30
5.2 Princípios e Critérios do FSC 30
5.3 Tipos de certificação FSC 32
5.4 O processo de certificação 32
5.5 Custos da certificação 33
5.5.1 Custos diretos 33
5.5.2 Custos indiretos 33
6 CONCLUSÕES 34
REFERÊNCIAS 35
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1 INTRODUÇÃO
qualidade e, fornecer diretrizes para seleção e uso de normas que servem para gestão da
qualidade interna ( ISO 9004 ) e para garantia da qualidade externa ( ISO 9001, 9002 e
9003 ).
Existe uma tendência mundial no sentido do aumento das expectativas do consumidor,
em relação à qualidade. Acompanhando esta tendência, houve uma crescente tomada de
consciência de que melhorias contínuas na qualidade são freqüentemente necessárias para
atingir e assegurar um bom desempenho econômico. A maioria das organizações produzem
produtos ou serviços destinados a atender as necessidades do usuário. Estes requisitos são
freqüentemente incorporados em especificações, mas que por si só não podem garantir que
estes requisitos sejam consistentemente atendidos.
O setor madeireiro, especificamente, conta com o PNQM - Programa Nacional de
Qualidade da Madeira, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente – Abimci, além da Certificação CE exigida no mercado europeu
para painéis de madeira dentre outros produtos a serem exportados para este mercado.
A empresa participante recebe todas as orientações técnicas, visitas periódicas de
auditores independentes e assistência para os ajustes necessários para a certificação. São
considerados os processos de produção e recomendadas ações para a redução do risco de
perdas de mercado por falta de qualidade, redução de perdas, aumento da produtividade e
competitividade e incremento da qualidade.
Os processos de qualidade, dentro das organizações, mudam o comportamento dos
funcionários e dos empresários. Além da busca da qualidade total, a globalização da economia
força a competitividade e provoca a busca da eficiência. Com isso, muda radicalmente a
forma de produzir e atender o cliente, mas a verdadeira revolução dentro das organizações só
pode ocorrer se houver uma perfeita harmonia entre a alta tecnologia e a valorização das
pessoas.
A marca "CE" é uma marca de conformidade do Mercado Comum Europeu. Declara
que o fabricante atende às exigências da norma EN do(s) produto(s) em questão, com respeito
à Diretiva da Comunidade Européia aplicável a essa norma. A certificação “CE” tem sido
exigida na União Européia para diversos produtos, como: equipamentos de telecomunicação;
eletroeletrônicos; brinquedos; aparelhos médicos; produtos farmacêuticos; produtos de
construção, entre outros. Atualmente, a certificação “CE” é exigida para obter acesso aos 28
países que integram o Espaço Econômico Europeu (EEE): os 25 Estados-Membros da União
Européia (UE) e três dos Estados-Membros da Associação Européia de Livre Comércio
(EFTA). Em maio de 2004, a UE expandiu-se para o leste da Europa, passando a integrar 10
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A ISO série 9000 compreende um conjunto de cinco normas (ISO 9000 a ISO 9004).
Entretanto, estas normas, oficializadas em 1987, não podem ser consideradas normas
revolucionárias, pois elas foram baseadas em normas já existentes, principalmente nas normas
britânicas BS 5750.
Além destas cinco normas, deve-se citar a existência da ISO 8402 (conceitos e
Terminologia da Qualidade), da ISO 10011 (Diretrizes para a Auditoria de Sistemas da
Qualidade) e de uma série de guias ISO pertinentes à certificação e registro de sistemas da
qualidade.
As normas ISO 9000 podem ser utilizadas por qualquer tipo de empresa, seja ela
grande ou pequena, de caráter industrial, prestadora de serviços ou mesmo uma entidade
governamental.
Deve ser enfatizado, entretanto, que as normas ISO série 9000 são normas que dizem
respeito apenas ao sistema de gestão da qualidade de uma empresa, e não às especificações
dos produtos fabricados por esta empresa. Ou seja, o fato de um produto ser fabricado por um
processo certificado segundo as normas ISO 9000 não significa que este produto terá maior
ou menor qualidade que um outro similar. Significa apenas que todos os produtos fabricados
segundo este processo apresentarão as mesmas características e o mesmo padrão de qualidade.
As normas ISO 9000 não conferem qualidade extra à um produto (ou serviço),
garantem apenas que o produto (ou serviço) apresentará sempre as mesmas características.
As normas individuais da série ISO 9000 podem ser divididas em dois tipos:
● Diretrizes para seleção e uso das normas (ISO 9000) e para a implementação de um
sistema de gestão de qualidade (ISO 9004). Esta última usa frases do tipo: “O sistema
de qualidade deve...”.
● Normas contratuais (ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003). Chamadas assim por se tratarem
de modelos para contratos entre fornecedor (que é a empresa em questão) e cliente.
Utilizam frases do tipo: “O fornecedor deve...”.
É importante salientar que as empresas só podem ser certificadas em relação às
normas contratuais, ou seja, ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003. Segue uma breve descrição de
cada uma das normas contratuais:
● ISO 9001: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba as áreas de
projeto/desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.
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● ISO 9002: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba a produção e
a instalação.
● ISO 9003: esta norma é um modelo de garantia da qualidade em inspeção e ensaios
finais.
Pode-se dizer que a ISO série 9000 é um modelo de três camadas em que a ISO 9001
engloba a ISO 9002 que, por sua vez, engloba a ISO 9003.
A decisão sobre qual das normas contratuais da série ISO 9000 utilizar depende da
finalidade das atividades da indústria em questão. A ISO 9002 é a mais apropriada para a
maioria das fábricas baseadas em processos de manufatura bem estabelecidos. A ISO 9001
por sua vez é mais apropriada para processos que envolvem atividades de pesquisa e
desenvolvimento. A ISO 9003 engloba somente a inspeção e ensaios finais e, por isso, tem um
valor limitado. Na prática esta norma não é mais utilizada.
foram executadas.
2.5 As Auditorias
É uma auditoria externa que avalia se uma empresa (ou processo) está apta a receber o
certificado da série ISO 9000.
A empresa certificada é periodicamente avaliada por auditorias de acompanhamento
(realizadas de 6 em 6 meses). Estas auditorias são feitas para verificar se a empresa continua
atendendo aos requisitos estabelecidos e verificados em auditorias anteriores. No caso de a
empresa não atender aos requisitos estabelecidos anteriormente, duas atitudes podem ser
tomadas pelo órgão certificador:
● Se forem encontradas não-conformidades razoáveis, é determinado um prazo para uma
nova auditoria.
● Se forem encontradas não-conformidades graves, a empresa pode perder o certificado.
Alguns dos benefícios trazidos para uma empresa certificada com relação às normas
da série ISO 9000 são:
● Abertura de novos mercados.
● Maior conformidade e atendimento às exigências dos clientes.
● Menores custos de avaliação e controle.
● Melhor uso de recursos exitentes.
● Aumento da lucratividade.
● Maior integração entre os setores da empresa.
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Durante o ano 2000 o programa foi estruturado e implantado, tendo sido estabelecido
um Conselho, do qual participam representantes das diversas partes interessadas incluindo
produtores de compensado, consumidores, participantes da cadeia de comercialização,
fornecedores, pesquisadores e especialistas do setor. Entre as atribuições do Conselho
encontram-se as definições das políticas e estratégias do Programa, bem como garantir a
independência e assegurar a credibilidade do processo de certificação de qualidade.
Com base na experiência adquirida, e atendendo demandas de associados e do
mercado o Programa foi ampliado para envolver outros tipos de produtos de madeira sólida,
tendo sido transformado no Programa Nacional de Qualidade da Madeira - PNQM. Dentro
desta nova abrangência o Programa agora vêm desenvolvendo atividades para certificar além
do compensados de pinus o compensado de madeiras tropicais e portas. Outros produtos
deverão ser incorporados no futuro.
3.1 Estrutura
Para compensados de pinus o Programa considera dois tipos básicos de chapas, quais
sejam:
a) Interior – IR
Chapa colada com resina do tipo interior. As chapas de compensado produzidas com
este tipo de resina para utilização em locais protegidos da ação d' água ou alta
umidade relativa. Na maioria dos casos as resinas com base em uréia formaldeído são
utilizadas.
b) Exterior – EX
Chapa colada com resina do tipo exterior. As chapas de compensado produzidas com
este tipo de resina podem ser utilizadas em ambientes externos, locais com alta
umidade ou em contato direto com a água. Resinas fenólicas são as mais comuns, no
entanto, existem outras resinas que podem ser empregadas.
Segurança) será responsável por essa fiscalização. Nos outros Estados-Membros da UE, as
autoridades também estarão prontas para impedir a entrada de produtos não-conformes.
● Associar-se à ABIMCI;
● Aderir ao Programa Nacional de Qualidade da Madeira - PNQM;
● Certificar-se junto ao PNQM;
● Aderir ao Programa de obtenção da Marca CE de Conformidade;
● Adequar o Sistema de Qualidade implantado pelo PNQM aos requisitos das Normas
Européias (EN's);
● Separar e enviar para ensaios iniciais (ITT) amostra dos produtos a serem certificados,
de acordo com o estabelecido no item 5;
● Ensaiar as amostras dos produtos a serem certificados para determinação das
propriedades físicas e mecânicas dos painéis de compensados;
● Registrar os produtos certificados no Organismo de Certificação de Produto (OCP)
contratado pela ABIMCI (BM TRADA);
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4.5 Auditorias
O selo FSC atesta ao consumidor que toda a cadeia produtiva envolvida na fabricação
do produto foi certificada pelo sistema FSC, permitindo à sociedade valorizar as iniciativas
que promovem o manejo responsável das florestas.
● Princípio 10 – Plantações
As plantações de árvores devem ser planejadas de acordo com os princípios de 1 a 9, o
Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as plantações de árvores podem
proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos e contribuir para satisfazer
as necessidades globais por produtos florestais, elas devem completar o manejo,
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6 CONCLUSÃO
Com a globalização, se algum produto não possuir qualidade, não for bem avaliado
pelo mercado, estará simplesmente numa desvantagem irreversível, sendo esmagado pela
concorrência. Nenhuma empresa pode ficar acomodada, a disputa pelos clientes é cada vez
maior e um mínimo detalhe pode fazer com que o produto seja um fracasso.
Um erro mínimo, como a identificação de um composto perigoso ou qualquer defeito
que seja, coloca em xeque a qualidade do produto, e mais, a qualidade dos processos da
empresa. Sendo assim, a conscientização dos funcionários no processo produtivo com relação
à qualidade, às auditorias, faz com que a probabilidade de haver um erro estar reduzida a
níveis confortáveis.
Todos os setores de produção têm consciência disso, como o setor madeireiro. Com a
abertura de mercado e o aumento das exportações, cada vez mais torna-se essencial adequar
seu produto à normas européias, americanas, brasileiras, enfim, adequar seu produto seguindo
os controles de qualidade do país ou continente ao qual se deseja exportar, apesar dos custos
envolvidos nestes controles os resultados são muito satisfatório, compensando esses custos.
Com o controle de qualidade sendo bem realizado no processo de produção, seja de
painéis, móveis, qualquer produto derivado da madeira, as chances de aceitação tanto no
mercado são maiores.
Daí a importância da implantação destes controles de qualidade na produção, pois
produzir sem qualidade (e claro, pensando na questão ambiental, tão importante atualmente),
a produção gera prejuízos e no fim, o produto ganha um selo de incompetência de quem o
produz. E este selo, ninguém quer.
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REFERÊNCIAS