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1.

INTRODUÇÃO

A área de saúde apresenta um atraso na aplicação de tecnologia da informação.


As razões para esse atraso são os mais variados e vão desde a resistência de
profissionais da área até a falta de visão de como e quais os benefícios desta
implantação. A grande dificilculdade está em encontrar profissionais da área de
tecnologia da informação que entendam o suficientemente da área da saúde,
principalmente por se tratar de áreas bem distintas, além da complexidade da área de
saúde.
A inclusão de tecnologia na área da saúde é uma realidade que deve ser
acompanhada de investimentos no treinamento dos profissionais que vão operar os
sistemas e, principalmente, no desenvolvimento de sistemas que respeitam as
particularidades desses profissionais. O desenvolvimento desses sistemas deve ser
feito de forma integrada com os profssionais de saúde, para saber os problemas e
vantagens da utilização de cada sistema.
O intercâmbio de informações entre os profissionais de saúde e pacientes, tem
encontrado um grande apoio na tecnologia da informação. A Telemedicina, por
exemplo, presta suporte para a atuação do profissional de saúde à distância, tanto no
diagnóstico e tratamento de pacientes, quanto no acompanhamento. Isto só é possível
desde que os dados e sinais utilizem recursos de telecomunicações. Esse conceito faz
parte da “Declaração de Tel Aviv” reconhecida pela 51 ª. Assembléia Geral da
Associação Médica Mundial. Esta declaração trata das Normas Éticas na Utilização da
Telemedicina.

1.1 - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Com a evolução da medicina, com grande apoio da tecnologia da informação, a


expectativa de vida da população mundial tem um significativo aumento ao longo dos
últimos anos.
2. ECG

O eletrocardiograma (ECG) é um registro de uma tesão elétrica gerada durante


uma ativdade cardíaca. Este parâmetro passou a ser amplamente utilizado após o
estudo de Willem Einthoven, que montou um equipamento não invasivo e inserindo as
extremidades do corpo humano em soluções salinas e medindo a diferença de
potencial entre elas através de um galvanômetro. Einthoven ainda desenvolveu
estudos do traçado do ECG, denominando partes que compõem a resultado e fazendo
o relacionamento com doenças cardíacas.

Figura 1.1 – Galvômetro montado por Einthoven

A visualização que Einthoven gerou da diferença de potencial entre os membros


do corpo humano passou a ser conhecido como Triângulo de Einthoven.
Figura 1.2 – Triângulo de Einthoven

2.1 Eletrocardiografia Básica

Existem três técnicas básicas para a aquisição do eletrocardiograma:


1. ECG clínico padrão:
• 12 derivaçoes.
2. Vectocardiografia (VCG):
• Projeções de um sistema tridimensional;
• Três (3) derivações ortogonais.
3. Monitoração de longo prazo.

2.2 Derivações

As derivações são projeções dos vetores cardíacos. As três derivações que


compõem o triângulo de Einthoven estão representadas na figura 1.3 abaixo. A imagem
apresenta o triângulo azul formado por derivações de I, II e III, tomados pelos pontos R,
L e F do corpo humano. Um vetor impulso elétrico p que passa pelo coração contêm as
derivações e as derivações do plano transversal que podem ser visualizados na figura
1.4.
Figura 1.3 – Derivações do Triângulo de Einthoven segundo um vetor elétrico p

Figura 1.4 – Definição dos planos sagital, frontal e transversal


2.3 Geração do impulso elétrico

Segundo Ladislau Lengyel, a geração do impulso elétrico que forma as


derivações do ECG acontece quando uma ativação originada por estímulos de
natureza diversa que, sob esse efeito ocorre uma alteração do equilíbrio iônico,
referente ao potencial de membrana em repouso, assim tornando a superfície celular
negativa em relação ao meio intracelular. Este processo é chamado de processo de
despolarização. Após esse processo ocorre o inverso, onde a célula se polariza.
O processo de despolarização funciona como um dipolo, além de estimular as
células próximas do meio condutivo a despolarizarem, consequentemente, o pulso de
despolarização percorre todo o coração.
A figura abaixo apresenta a formação de um impulso elétrico que passa pelo
coração.

Figura 1.5 – Formação da curva do ECG durante o batimento cardíaco. Figura adaptada
de Schilling e Elzer (2002)

Na vista 1 e 2, curva P, ocorre o início do batimento cardíaco marcado por


um estímulo na região do átrio direito denominada nódulo sino-atrial (SA). Este
estímulo de contração é uma onda de despolarização que torna a região do músculo
cardíaco positiva em relação ao meio externo. Esse estímulo tende a se propagar pelas
células a partir de sua origem, o nódulo sino-atrial. Caso o nódulo SA não inicar o
batimento cardíaco, outras regiões do coração podem tomar essa tarefa para si,
gerando um ciclo irregular denominado de batimento ectópico.
A vista 3, onda Q, marca o início da despolarização dos ventrículos, quando a
onda P atinge o nódulo Átrio-Ventricular (AV) e, através das fibras de purkinge, o
estímulo passa a caminhar rapidamente pelos ventrículos.
Nas vistas 4 e 5, onda R, onda de maior amplitude do batimento cardíca. Já na
onda S, vista 6, a onda S representa o fim da despolarização ventricular (a
despolarização ventricular completa é visualizada no ECG como o complexo QRS).
Entre a onda S e a onda T (visualizada na vista 7) há uma pausa na atividade elétrica
denominada segmento ST. E a onda T representa a repolarização dos ventrículos, onde
os músculos cardícados retomam seu estado de repouso.

Figura 1.6 – Regiões importantes do coração e a ECG formada.

2.4 Importância da monitoração do ECG

O eletrocardiograma é considerado padrão ouro para o diagnóstico não invasivo


das arritmias e distúrbios de condução,além de ser muito importante nos quadros
isquêmicos coronarianos, constituindo-se em um marcador de doença do coração. Sua
sensibilidade e sua especificidade são maiores para o diagnóstico das arritmias e
distúrbios de condução, do que para as alterações estruturais ou metabólicas.
Existe, por outro lado, um grande número de anormalidades fisiopatológicas e
estruturais que pode ser reconhecido pelo eletrocardiograma, porém a sobreposição de
alterações resultante reduz a especificidade para várias formas de doenças do
coração. As alterações da repolarização ventricular são um bom exemplo disso, pois,
embora sejam as modificações mais comuns e mais sensíveis, são pouco específicas.
3. COMUNICAÇÃO VIA BLUETOOTH

Bluetooth é uma tecnologia global que tenta criar uma ponte entre as indústrias
de computadores e de comunicação. O padrão luetooth, no mínimo, promete eliminar
fios e cabos entre dispositivos fixos e móveis separados por pequenas distâncias,
facilitar comunicação de dados e voz e permitir a formação de redes Ad Hoc. A
tecnologia Bluetooth incorpora um chip com rádio transmissor pequeno e de baixa
voltagem. As características principais do Bluetooth são robustez, baixo consumo de
energia e custo baixo.

Figura 2.1 – Comparativo do tamanho do módulo bluetooth comparado com um palito de


fósforo (Mcgraw-Hill – Demistificando o Bluetooth, 2002)

A especificação do bluetooth compreende um sistema de solução considerando


hardware, software e a interoperabilidade requerida. Este sistema traz respostas a
necessidade de conexões sem fios em baixas distâncias. A implantação desta
tecnologia possui um custo muito baixo, por isso a utilização neste projeto.
O Bluetooth utiliza uma banda de freqüência denominada ISM( banda industrial,
cientifica e médica – Industrial, Scientific and Medical Band) entre 2,4 e 2,48 GHz.
Quando um dispositivo Bluetooth percebe um outro equipamento, eles
configuram automaticamente uma conexão entre si. Essa conexão é denomiada
piconet, uma rede pessoal. Nesse tipo de rede cada dispositovo pode se comunicar
concomitaneamente com até sete outros dispositovs. A comunicação é feita alternando
os canais de transmissão segundo sequencia determiinada pelo dispositivo
responsável pela comunicação, chamado de mestre.
Existem três classes diferentes de rádios Bluetooth definida na
especificaçãoBluetooth, a potência de saída é o que difencia cada classe, conforme
mostra tabela 2.1.
Classe de Potência Potência de saída Potência de saída Alcance
máxima mínima
1 100mW (20dBm) 1mW (0dBm) 100 m
2 2,5mW (4dBm) 0,25mW (-6dBm) 10 m
3 1mW(0dBm) - 1m
Tabela 2.1 – Potência de saída para cada dispositivo Bluetooth (Miller, 2004)

3.1 – PROTOCOLOS DE ACESSO MÚTIPLO

A comunicação entre os dispositivos Bluetooth é feita através do


estabelecimento de um canal FH-CDMA (Frequency Hopping -Code-Division Multiple
Access). Nesta técnica, o transmissor envia um sinal sobre uma série aparentemente
randômica de freqüências de rádio. Os rádios Bluetooth utilizam uma técnica
denominada salto de freqüência de alargamento de banda. Esse método consiste em
um sinal saltar de uma freqüência para outra durante o curso de uma única
transmissão. Os rádios Bluetooth estão constantemente e aleatoriamente alterando
freqüência entre um alargamento de banda de freqüência, saltando para uma nova
freqüência após transmitir ou receber cada pacote de dados. De acordo com a
especificação Bluetooth, os rádios Bluetooth podem executar até 1600 saltos por
segundo com o objetivo de minimizar potenciais interferências. O sinal salta entre 79
freqüências de 2,402 GHz a 2,480 Ghz em intervalos de 1MHz.
Figura 2.2 – Transmissão por salto de freqüência (Tecnologia Bluetooth, 2005)

A seqüência de saltos é determinada pelo clock do sistema mestre de uma


piconet. Basicamente, as unidades escravas sincronizam seus clocks internos com os
clocks da unidade mestre, que coloca todas elas na mesma seqüência de salto de
freqüência. Além do salto de freqüência reduzir a interferência com outros dispositivos
2,4GHz, também serve para aumentar a segurança das comunicações Bluetooth
(RAVAGNANI JUNIOR, 2005).

3.2 – VELOCIDADE E DUPLEXAÇÃO

Segundo o Site Tecnologia Bluetooth (2005) a especificação Bluetooth 1.0


considera uma taxa de transferência de dados total de 1Mbps. A taxa de transferência
de 1Mbps da tecnologia Bluetooth é o máximo teórico. As taxas de transferências
efetivas são ligeiramente mais baixas e diferem conforme o tipo de comunicação. A
transmissão de dados full-duplex é realizada a 432,6Kbps. A transmissão de dados
assimétrica ocorre a 721Kbps na ida e apenas 56Kbps na volta. Essas velocidades são
apenas para transmissão de dados, se você estiver transmitindo sinais de voz, a
especificação Bluetooth determina três canais de voz síncronos de 64Kbps cada.
Existem dois conceitos de fluxo de dados; o full-duplex refere-se a transmissão
de dados em duas direções, simultaneamente; A half-duplex permite comunicação bi-
direcional, porém não simultaneamente. As comunicações fullduplex também são
denominadas síncronas links SCO (Synchronous Connection-Oriented) e as
comunicações half-duplex são denominadas assíncronas links ACL (Asynchronous
Connection-less). Na especificação Bluetooth, a transmissão fullduplex utiliza um
esquema Time Division Duplex (TDD). Nesse esquema, cada freqüência é divida em
slots de tempo, cada um com 625ms de duração. Como mostra a Figura 2.3, o TDD
atribui slots de tempo subseqüentes para transmissão e 12 recepção; as unidades
mestre transmitem em slots pares, enquanto as escravas respondem em slots ímpares
(RAVAGNANI JUNIOR, 2005).

Figura 2.3 - Com o TDD, as unidades mestre e escrava Bluetooth alternam compartilhando
uma única freqüência

3.3 – REDES AD HOC

A rede ad hoc é definida como um sistema autônomo de roteadores móveis, ou


seja, é uma rede formada sem qualquer administração central, consistindo em nós
móveis que utilizam uma interface de rede sem fio para envio de informações. Os nós
de uma rede deste tipo podem trocar informações entre si, como mostra Figura 2.4 e
podem também executar o papel de um roteador. Os roteadores movem-se e
comunicam-se livremente e, por isso, a topologia da rede tende a mudar com
freqüência e de forma imprevisível. As estações não precisam ser iguais, podendo ter
diferentes alcances, capacidades de processamento e velocidades. Entretanto, todas
devem estar aptas a executar as mesmas tarefas na rede, como o roteamento de
pacotes para a comunicação com múltiplos saltos. A independência de infra-estrutura e
a liberdade de movimentação das estações possibilitam a rápida instalação de uma
rede ad hoc, bem como sua reconfiguração automática em caso de falhas de rota. Uma
rede ad hoc pode operar no modo de hop único (single hop) ou múltiplos (multiple
hops). No modo de hop único, a comunicação é direta entre dois dispositivos, não
havendo necessidade de determinação de uma rota.

Figura 2.4 – Redes Ad Hoc, retirado do site compnetworking

3.4 – PICONET

Uma piconet é uma rede Blootooth formada por até 8 dispositivos, sendo 1
mestre e os demais escravos. Todos os dispositivos estão sincronizados ao relógio e
sequência de salto de frequência (hopping) do mestre. Toda a comunicação ocorre
entre mestre e escravos. Não existe comunicação direta entre escravos em uma
piconet. Em um determinado local podem existir várias piconets independentes. Cada
piconet tem um canal físico diferente, isto é um dispositivo mestre diferente e um
relógio e sequência de salto de frequência independentes.
Um dispositivo Bluetooth pode participar concorrentemente em duas ou mais
piconets, não podendo ser no entanto mestre de mais de uma piconet. Como o canal
físico que caracteriza a piconet é definido pelo relógio e endereço do dispositivo mestre
é impossível ser o mestre de duas ou mais piconets. Um dispositivo pode ser escravo
em várias piconets independentes.

Figura 2.5 – Representação da uma rede piconet, retirada univ.nict.go.jp

3.5 – ARQUITETURA BLUETOOTH

Miller (2001), determinou que um dispositivo Bluetooth é qualquer produto


eletrônico completo que incorpora um rádio Bluetooth, sendo que o rádio propriamente
dito não é o dispositivo, é apenas um componente do dispositivo. Um dispositivo
Bluetooth poderia ser um telefone móvel, PDA, impressora, scanner ou headset. Desde
que o produto completo incorpore a tecnologia Bluetooth na forma de um rádio
Bluetooth e do software operacional, como mostra a Figura 2.6 abaixo.

Figura 2.6 – Arquitetura de um dispositivo Bluetooth

Na terminologia Bluetooth, a parte não Bluetooth de um dispositivo é


denominada host, já todos os componentes Bluetooth hardware e software são
combinados no módulo Bluetooth. As comunicações entre host e o módulo Bluetooth
são manipuladas pelo software Link Manager Bluetooth e pelo Host Controller do
módulo Bluetooth (MILLER, 2001).
O Controlador de Host é a parte do módulo Bluetooth que gerencia toda a
comunicação e interação entre o módulo Bluetooth e o dispositivo Host, interpretando
os dados recebidos do host e os direcionando ao componente apropriado do módulo
Bluetooth e vice-versa.
Para assegurar a interoperabilidade de módulos Bluetooth procedentes de vários
fabricantes, a especificação Bluetooth define uma interface padrão (e protocolo de
comunicações) que pode ser usada por todos os módulos Bluetooth e por todos os
dispositivos host que incorporam a tecnologia Bluetooth. Através dessa interface (Host
Controller Interface – HCI) um dispositivo host pode por exemplo instruir seu módulo
Bluetooth para criar uma conexão com um dispositivo Bluetooth específico, executar
procedimentos para verificar se existem outros dispositivos Bluetooth dentro de sua
faixa de alcance, requerer autenticação, passar uma chave de segurança de conexão,
solicitar ativação do modo de operação em baixo consumo de energia.

3.5.1 - PILHA DE PROTOCOLOS


De modo similar a outras tecnologias modernas de comunicação, Bluetooth
inclui uma pilha de protocolos em sua especificação. A pilha de protocolos não
representa uma pilha de protocolos convencional similar ao modelo de referência OSI
(Open System Interconnection), em sete camadas, da ISO (International Standard
Organization). Como o Bluetooth utiliza comunicação RF e interoperar com modems,
telefones e outros dispositivos, seria um pouco difícil categorizar sua pilha de
protocolos de maneira similar as sete camadas do modelo de referência OSI. A
especificação Bluetooth divide sua pilha de protocolos em quatro camadas, de acordo
com propósito do protocolo e se o Bluetooth SIG foi ou não envolvido na especificação
das camadas. A pilha de protocolos na figura 2.7 inclui os protocolos específicos do
Bluetooth LMP e o L2CAP e os protocolos não específicos como o OBEX e o PPP.
Figura 2.7 – Pilha de protocolos completa

Nem todas as aplicações utilizam todos os protocolos da pilha principal, em vez


disso, as aplicações individuais executam uma ou mais fatias verticiais dentro da pilha.
Os protocolos principais são listas na tabela 2.2.

Camada de Protocolo Protocolos


Protocolos Principais Bluetooth Banda Base, LMP, L2CAP, SDP
Protocolo de Substituição de Cabo RFCOMM
Protocolos de Controle de Telefonia TCS Binary, AT Commands
Protocolos Adotados PPP, TCP/UDP, IP, OBEX, WAP, vCard, vCal,
IrMC, WAE
Tabela 2.2 – As camadas da pilha de protocolos Bluetooth

Os protocolos não específicos, tem como objetivo principal garantir um grau de


interoperabilidade entre a tecnologia Bluetooth e as outras tecnologias de
comunicação.
Atualmente existem quatro protocolos que compõe a camada principal de
protocolo de protocolos Bluetooth. São eles: Banda Base, LMP, L2CAP e SDP.
Banda Base: O protocolo Baseband permite conexões de freqüência de rádio
(RF) física denominada link entre dois ou mais dispositivos Bluetooth formando assim
uma piconet. Essa camada também controla a sincronização, a seqüência de saltos de
freqüências a ser usada e os clocks dos dispositivos individuais Bluetooth em uma
piconet.
Os dois tipos diferentes de links físicos no protocolo da Banda Base são:
• Synchronous Connection-Oriented (SCO): Os pacotes podem conter
uma combinação de áudio e dados ou apenas áudio.
• Asynchronous Connection-Less (ACL): Os pacotes são reservados
apenas para dados.
A Banda Base prmite um uso flexível desses tipos de canais, de modo que
diferentes pares de dispositivos numa mesma piconet podem utilizar diferentes tipos de
canais e o tipo de canal pode variar arbitrariamente durante uma sessão. A largura da
banda utilizada em cada canal e a quantidade de banda liberada para cada dispositivo
escravo é controlada pelo dispositivo mestre.
Protocolo Gerenciador de Link: esse protocolo (Link Manager Protocol, LMP)
é o responsável por estabelecer o processo através do qual dois dispositivos
transferem informações de reconhecimento inicial que permitem a configuração e o
controle do canal a ser estabelecido entre os dois dispositovos. O LMP também é
responsáevel pela inclusão de diversos aspectos de segurança, como autenticação e a
criptografia, trata dos modos de gerenciamento de energia, consumo de energia e pelo
controle e a negociação de tamanhos de pacotes da Banda Base.
Protocolo para Descoberta de Serviço: Esse protocolo (Service Discovery
Protocol, SDP) permite que os serviços suportados por um dispositivo sejam
conhecidos, o que é um passo inicial necessário antes que uma conexão entre os dois
dispositivos possa ocorrer. Os atributos de um serviço incluem o tipo de classe de
serviço oferecido e a informação do protocolo ou mecanismo necessário para utilizar o
serviço. O SDP envolve uma comunicação entre um servidor e um cliente SDP. O
servidor mantém uma lista de registros de serviços que descrevem as características
dos serviços associados com o servidor, onda cada registro de serviço contém
informação sobre um únic serviço. O SDP também fornece funcionalidade para
detectar quando um serviço não está mais disponível.
Protocolo de Adaptação e Controle de Link Lógico: durante um processo de
conexão, esse protocolo (Logical Link Controle and Adaptation Protocol, L2CAP)
adaptará os protocolos de camada superior para a transmissão sobre a banda base e
vice-versa, sendo que o L2CAP funciona em paralelo com o LMP. O L2CAP fornece
serviços de dados orientados a conexão e não-orientados a conexão para os
protocolos de camada superior. As quatro tarefas principais desse protocolo são:
• MULTILEXÃÇÃO: L2CAP suporta multiplexação de protocolos, uma vez
que um grande número de protocolos (SDP, RFCOMM, TCS Binary, etc)
podem operar sobre ele.
• SEGMENTAÇÃO E REMONTAGEM: pacotes de dados excedendo a
Unidade Méxima de Transmissão (MTU), devem ser segmntados antes
de serem transmitidos. E, de outro lado, remontados, antes de serem
repassados para os protocolos de camada superior. O L2CAP fornece
suporte para protocolos e aplicações de mais alto nível trasmitirem e
receberem pacotes de dados de até ^4Kb de tamanho, uma vez que ele
suporta datagramas IP (Internet Protocol).
• QUALIDADE DE SERVIÇO: O estabelecimento de uma conexão L2CAP
permite a troca de informação relativas a Qualidade de Serviço corrente
para conexão entre os dois dispositivos Bluetooth.
• GRUPOS: A especificação do protocolo L2CAP suporta uma abstração
de grupo que permite implementações de mapeamento de grupos sobre
uma piconet.

Protocolo de Substituição de Cabos

Nestea camada o RFCOMM (Radio Frequency Communications Protocol) é um


protocolo que emula uma conexão serial RS-232 entre dois dispositivos. Em linguagem
simples esse é o protocolo de substituição dos cabos. O protocolo RFCOMM leva em
consideração a emulação de controle RS-232 e sinais de dados pelo Baseband
Bluetooth e também fornece recursos de transporte para serviços de nível superior, que
ao contrário, utilizariam uma conexão serial como seu mecanismo de transporte.
Embora, o protocolo RFCOMM tenha sido desenvolvido pela Bluetooth SIG, ele é
baseado em um subconjunto de um protocolo existente.
Esse protocolo é baseado no padrão TS 07.10 da European elecommunications
Standards Institute (ETSI) (MILLER, 2000).

Protocolos de Controle de Telefone

Presentemente existem dois protocolos que se encaixam nessa camada:


Telephone Control Protocol–Binary (TCS_BIN) e AT Command Set. Ambos usam a
emulação de porta serial (RFCOMM) para transmissão .
TCS-BIN: é um protocolo orientado a bit que define a sinalização de controle de
chamada para estabelecimento de chamadas de dados e voz entre dispositivos
Bluetooth, além de procedimentos de gerenciamento de mobilidade para tratamento de
grupos de dispositivos Bluetooth TCS.
AT Command Set: o conjunto de comandos AT define a maneira pela qual um
telefone móvel e um modem pode ser controlado

Protocolos Adotados
A quarta camada de protocolo, protocolos adotados, inclui uma mistura de
diversos protocolos existentes que são suportados e foram designados para rodar
sobre RFCOMM. Enquanto a maioria dos protocolos listados na Tabela 2.2 (PPP,
TCP/UDP, IP, OBEX, WAP, vCard, vCal, IrMC, WAE) pode parecer familiar, alguns
poucos merecem menção. Dentre os protocolos que merecem menção incluem-se
OBEX, vCard, e vCalendar (vCal).
O OBEX é um protocolo amplamente usado para transferências de arquivos
simples entre dispositivos móveis. Seu principal uso é nas comunicações em
infravermelho, onde é usado para transferências de arquivos genéricos entre
notebooks ou dispositivos Palm e também define um objeto listagem de pastas, que
pode ser usado para navegar no conteúdo das pastas que residem em um dispositivo
remoto (SITE BLUETOOTH, 2007).
Os protocolos vCard e vCal são especificações abertas controladas pelo
Internet Mail Consortium. Ambas especificações definem o formato para troca
eletrônica de cartão comercial e entradas de calendário pessoal e informações de
organização e agenda. Essas especificações não definem mecanismos de transporte,
mas apenas os formatos de dados para troca de informações. O transporte das
informações nesses formatos é feito pelo OBEX.

3.6 – ESTABELECENDO UMA CONEXÃO DE REDE

Antes que uma conexão de rede possa ser estabelecida, um dispositivo


compatível com Bluetooth deve estar ligado. Quando isso ocorre, a parte de
comunicação do dispositivo estará em um modo de operação standby. Neste modo o
dispositivo que não tem nenhuma conexão de rede estará periodicamente ouvindo por
mensagens. O dispositivo estará monitorando o espectro de RF a cada 1,28 s, voltando
sua atenção para um conjunto de 32 saltos de freqüência que são definidos para
aquele tipo de unidade (conforme Miller, 2001, a cada tipo de dispositivo Bluetooth é
atribuído um grupo diferente de saltos de freqüências; por exemplo, os telefones sem
fio saltam entre um grupo de freqüências diferente dos PDAs). Se um dispositivo
Bluetooth requer comunicação com algum outro dispositivo, o método a seguir
dependerá se o outro equipamento com o qual ele pretende se comunicar já tenha se
comunicado previamente ou não. Se já, o endereço do outro dispositivo é conhecido,
então uma mensagem do tipo PAGE será transmitida. Se o endereço do outro
dispositivo não foi obtido previamente, então uma mensagem INQUIRY será
transmitida.
Um dispositivo Bluetooth pode operar em qualquer dos dois estados principais:
Connection e Standby. O dispositivo estará no estado Connection se ele está
conectado ao outro dispositivo e envolvido em atividades correntes. Se o dispositivo
não estiver conectado - ou se estiver conectado, mas não envolvido ativamente com
outros dispositivos - então, ele automaticamente opera no estado Standby. A criação de
um estado Standby foi concebida como uma maneira para economizar energia.
Prolongar a vida da bateria é uma questão fundamental para equipamentos
portáteis, por isso Bluetooth oferece diferentes modos de operação de baixo consumo
de energia. Assim, uma vez que um dispositivo Bluetooth deixa o estado Standby e
entra no estado Connection, ele pode ser colocado em um dos quatro modos possíveis
de operação de conexão, sendo os últimos três, modos de baixo consumo de energia,
em três diferentes níveis, conforme descrito a seguir:
Active mode: um dispositivo Bluetooth está em modo active quando está
participando ativamente na rede, transmitindo ou recebendo. As unidades ativas são
automaticamente mantidas sincronizadas com a unidade mestre da rede.
Sniff mode: um dispositivo em modo sniff monitora a rede a uma taxa reduzida,
diminuindo assim o seu consumo de energia. A taxa sniff é programável e varia de uma
aplicação para outra.
Hold mode: esse modo de economia de energia é utilizado quando nenhum
dado precisa ser transmitido. Quando um dispositivo é colocado pelo mestre em modo
hold apenas seu clock interno permanece ativo, mas o dispositivo retém seu endereço
de membro da rede. Esse é um modo popular para dispositivos de baixo consumo de
energia com necessidades de transferência de dados relativamente simples, como por
exemplo sensores de temperatura.
Park mode: esse modo é similar ao modo hold, na medida em que o dispositivo
permanece sincronizado com o dispositivo mestre da rede, porém ele não retém seu
endereço, deixando de ser um membro ativo.
As necessidades de energia diminuem a medida que o dispositivo vai de sniff
para hold e para park mode. Mas deve-se notar também que tempo para retornar para
um estado ativo na rede Bluetooth é geralmente inversamente proporcional ao modo de
operação de energia de um dispositivo [HEL01]. Isto é, quando operando em sniff
mode, o dispositivo está ouvindo por transmissão e pode responder mais rápido do que
quando ele está em um modo de energia diferente.

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