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ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
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2.1 – INTRODUÇÃO
Um retificador é um circuito que converte um sinal alternado, AC em um sinal unidirecional, DC. São
bastante usados industrialmente podendo ser classificados de acordo com o sistema de alimentação alternado
de entrada (nonofásico ou polifásico ) e com a possibilidade de variação da tensão de saída (controlado ou não
controlado).
Um retificador é um potente processador que fornece um sinal de saída com uma quantidade mínima de
harmônicos. Ao mesmo tempo, ele deve manter a corrente de entrada na forma senoidal tanto quanto possível
e em fase com a tensão de tal forma que o fator de potência seja próximo da unidade. Portanto, embora o
sinal de saída seja contínuo, ele contém harmônicos. A qualidade da conversão de potência de um retificador
requer a determinação do conteúdo harmônico presente na corrente de entrada e na tensão e corrente de saída.
A aplicação da série de Fourier ajudará na determinação desses harmônicos.
PARÂMETROS
Há diferentes tipos de circuitos retificadores sendo que a sua performance é normalmente avaliada em termos
dos seguintes parâmetros:
1) Valor médio da tensão de saída (carga) – VDC, EDC, VMED
2) Valor médio da corrente de saída (carga) – IDC, IMED
3) Potência DC de saída - PDC = PMED = VDC . IDC
4) Valor RMS da tensão de saída - VRMS (RL)
5) Valor RMS da corrente de saída - IRMS (RL)
6) Potência RMS de saída – PRMS(RL) = VRMS (RL) x IRMS (RL)
7) Eficiência do retificador - η = (PDC/ PRMS(RL) ) x 100%
8) A tensão de saída pode ser considerada como sendo composta por duas componentes: DC + AC ou ripple
VAC é o valor eficaz da componente alternada presente na saída ( ripple).
10) Considerando as formas de onda abaixo, onde vS é a tensão senoidal de entrada, is é a corrente
instantânea de entrada e Is1 é a sua componente fundamental, tem-se:
Fator de deslocamento FD
FD = Cosφ
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12) FATOR DE POTÊNCIA, FP
É definido como:
ou
FP = (I S1/IS) Cos φ
ou ainda
FP = P/S
É definido como:
Ou
OBSERVAÇÕES:
• FH é uma medida da distorção da forma de onda e é também conhecido como Distorção Harmônica Total
(THD)
• Se a corrente de entrada IS é puramente senoidal, IS1 = IS e o FP é igual a FD. O ângulo φ torna-se o
ângulo da impedância .
• Um retificador ideal deve Ter:
η = 100%
VAC = 0
FR = 0%
FUT = 1
FH = 0
FP = FD = 1
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2.2 - RETIFICADORES MONOFÁSICOS - REVISÃO
di
VS = L + VR onde VS = Vmax Sen ωt
dt
• A solução da equação diferencial é representada pela expressão:
V max −t / σ
i0 = Sen (ωt - φ) – I (o) e
Z
onde
XL L
φ = arc tg ; XL = ωL = 2 π fL ; σ = e Z é a impedância da carga
R R
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Analisando a solução, pode-se notar que a corrente de carga é composta de duas componentes
distintas, representadas pelas equações abaixo:
V max
I1 = Sen (ωt - φ)
Z
−t / σ
I2 = - I (o) e
A componente I1 representa a parcela transitória da corrente e a componente I2 representa a resposta
em regime permanente da carga R+ L submetida à tensão alternada da rede.
V max −t / σ
i0 = [ Sen (ωt - φ) - Sen (- φ) e ]
Z
• Para que se possa estabelecer o valor médio da tensão na carga, é necessário que se conheça o ângulo
de corte β .
• Para i0 = 0 ⇒ ω t = β
• Substituindo na expressão da corrente, teremos:
− β / wσ
Sen(β - φ) + Sen (φ) . e =0
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− β / tgφ
Sen(β - φ) + Sen (φ) . e =0
• Esta função implícita, ao ser resolvida numericamente, dá como resultado a curva mostrada abaixo.
A) MEIA – ONDA
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B) ONDA COMPLETA
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2.4 CARACTERÍSTICAS DOS DIODOS DE POTÊNCIA
INTRODUÇÃO
Os diodos são componentes semicondutores unidirecionais em corrente. São formados por duas camadas
semicondutores tipo P e N colocadas em contato formando uma junção PN. A camada P recebe o nome de
Anodo e a N de Catodo. Ficarão polarizados diretamente se o anodo estiver a um potencial mais positivo do
que o catodo (0,6 Volts para materiais de silício e 0,2 Volts para germânio). Caso contrário estarão
polarizados reversamente. Portanto só conduzirão em um sentido. Durante a condução, a queda de tensão
sobre eles permanecerá praticamente constante (0,6 ou 0,2 volts) independente da corrente.
São aplicados em vários circuitos eletrônicos como retificadores, limitadores, detetores, isolamento, etc.
Eles podem ser classificados em duas categorias: diodo de sinal e diodo de potência. A diferença fundamental
entre eles é que o diodo de potência tem capacidade de manipular correntes e tensões mais elevadas do que
os diodos de sinal. Porém a capacidade de resposta de frequência ou velocidade de chaveamento é baixa
quando comparada aos diodos de sinal.
Um diodo ideal apresentará queda de tensão nula durante a condução (chave fechada) e corrente nula durante
o bloqueio (chave aberta), além de uma mudança de estado instantânea (ton=trr=0). Esta característica ideal
muitas vezes é considerada, porém em muitas aplicações (como alta velocidade de chaveamento) não se pode
assumir esta condição.
CARACTERÍSTICAS
Estas duas situações são ilustrados abaixo através das formas de onda de corrente e tensão para um diodo
ideal e real respectivamente.
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Condução
A injeção brutal de portadores dentro da junção proporciona a aparição de uma sobretensão entre o anodo e o
catodo que em alguns casos pode atingir a 40 volts e de um atraso na plena condução do diodo.
O que explica estes dois fatos é a existência de uma variação da resistência do diodo. O tempo de atraso pode
variar de 0,1 a 1,5 µS e pode ser minimizado com emprego de diodos rápidos. Porém, normalmente este
tempo é negligenciado. A sobretensão dependerá de di/dt.
Comutação
Durante a condução, uma carga elétrica Qs é armazenada a nível de junção. No momento do bloqueio, esta
carga deve ser evacuada a fim de que o diodo recupere seu bloqueio inverso.
Qs = Qrr + Qr
Onde Qr é evacuada por recombinação e Qrr é evacuada pela circulação de corrente reversa (devido a
portadores minoritários)
A corrente em um diodo polarizado diretamente é devido a portadores minoritários e majoritários. Uma vez
que um diodo está no modo de condução direta e então sua corrente direta é reduzida a zero (devido a um
comportamento natural do circuito ou por aplicação de uma tensão reversa), o diodo por um curto intervalo de
tempo continua a conduzir devido aos portadores minoritários que permanecem armazenados na junção PN.
Estes portadores requerem um certo tempo para se recombinarem com cargas opostas e serem neutralizados.
Este tempo é chamado de tempo de recuperação reversa (Trr) .
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Análise do gráfico
A corrente é ainda no sentido direto (If) mas decrescente caracterizada por uma velocidade de variação dif/dt
determinada pela indutância L. Como o diodo está conduzindo, toda a tensão Vr aparece nos terminais de L.
Fase 2 (t1 < t < t2) – Dissipação da carga armazenada na junção, Qrr
No instante t1, a corrente se anula para mudar de sentido devido à descarga do capacitor Ct (que representa
uma capacitância intrínseca da junção) que possui a carga Qrr armazenada durante a condução do diodo.
Quando a carga Qrr se anular atingiremos o instante t2. Portanto a superfície hachurada representa a carga
evacuada pela corrente inversa.
Neste instante o diodo se bloqueia e a corrente inversa atinge um valor máximo IRM que é um fator
importante no projeto de conversores. Também neste instante há uma mudança de esquema equivalente. A
corrente inversa Ir que então começa a diminuir corresponde à carga da capacitância equivalente, Ct,
necessária para a reconstituição da barreira de potencial do diodo.
Neste intervalo a tensão inversa aplica ao diodo terá uma sobretensão pois:
Até o instante t3 quando Ir se anula. Então teremos, Va = -Vr e esta terminado o processo de bloqueio.
Nesta fase podem acontecer dois comportamentos pois Ct, a indutância e a resistência do circuito formam um
circuito RLC série que dependendo dos valores pode ter um amortecimento rápido ou lento (soft) .
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O valor de Qrr é dado pelo fabricante do diodo, o valor de dif/dt depende do circuito e é estabelecido pelo
projetista. Segundo as expressões acima, tanto o tempo de recuperação do diodo como o valor de IRM
depende de Qrr. Quanto menor Qrr mais rápido será o diodo.
Os diodos considerados rápidos apresentam Trr menor que 200 nS.
Estes diodos são do tipo de Schottky que praticamente, devido a sua construção, não apresentam Qrr e
portanto possuem um Trr bastante reduzido. As suas aplicações são limitadas se comparadas com as dos
outros diodos mais lentos.
• Diodos Schottky: Devido a sua pequena queda de tensão direta e alta velocidade, são muito
empregados em conversores com pequenas tensões de saída (fontes chaveadas e conversores
CC-CC). São disponíveis com especificações de tensão até 100V e especificações de corrente
desde alguns amperes até centenas de amperes nos dispositivos de menor tensão;
• Diodos rápidos: esses diodos são projetados para operar em altas frequências, possuindo
tempos de recuperação reduzidos. A designação "soft-recovery" é utilizada para indicar que o
componente possui reduzida taxa de variação da corrente no intervalo tb da característica
dinâmica (Figura 2.2). Isto é importante para minimizar sobretensões ("ringing")nas
indutâncias série parasitas do circuito. Com relação ao tempo de recuperação reversa, os
diodos rápidos podem ser sub-classificados como:
Para efeito ilustrativo, a figura abaixo mostra os dados principais de alguns diodos de potência
comerciais.
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Diodos de linha
1N5408 800V 3A 1,2V -
SKN100/12 1200V 125A 1,55V -
Diodos Rápidos
SKN3F20/8 800V 20A 2,15 250ns
SKN340F/18 1800V 400A 1,9V 2200ns
Diodos Ultra-Rápidos
UF4007 1000V 1A 1,7V 50ns
MUR840 400V 8A 1,25V 50ns
BYT16P-400 400V 16A 1,5V 35ns
RHRG30120 1200V 30A 2,5V 70ns
Diodos Schottky
MBRD835L 35V 8A 0,41V -
1N5822 40V 3A 0,52V -
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