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Introdução
A Cozinha Goiana
O goiano faz um jeito de ficar mais perto e estar sempre em dia com o
que vai pelo resto do país. Mesmo antes de ter as honras de ser solo mãe do
atual Distrito Federal, Goiás já gostava de dar um ar de sua graça,
demonstrando que o goiano não é caipira, não se impressiona se São Paulo tem
progresso maior. Para ele Goiás é Goiás e isto representa muito.
Goiás que se vai visitar uma e se tem vontade de ficar para sempre por lá.
Terra de gente que procura saber o que há de glorioso no seu passado ou de
promissor no seu presente, para poder provar o belo futuro que tem pela frente.
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Felizmente, hoje ela tem sido vista sobre outros focos. Não se pensa,
simplesmente a gastronomia, como a mistura de vários ingredientes feitos por
pessoas comuns, mas, como oportunidades de negócios, como símbolo da
história de um povo e tradições de uma região
Doces da Região
Alfenim: o alfenim, doce de origem árabe que chegou ao país com os
portugueses durante a colonização, é uma massa de açúcar muito alva, vendida
em formato de flores, peixes, pássaros, chapéus etc. A cidade de Goiás é um dos
poucos redutos onde essa arte ainda é feita. Lá, mistura-se açúcar, água e limão
até dar o ponto de quebrar. Manipula-se rapidamente a massa, puxando,
estendendo e acrescentando polvilho (goma). Depois, esculpem-se rapidamente
os bichinhos, com a ajuda de uma tesourinha, para que a massa não endureça.
Receitas antigas incluíam água de flor-de-laranjeira. O jornalista Caloca
Fernandes, no livro “Viagem Gastronômica através do Brasil”, relata ter
encontrado alfenins também em Sobral, no Ceará, mas estes levam castanha-de-
caju torrada, sobre a qual a massa de açúcar é trabalhada.
Flor de coco: são fitas de coco, muito delicadas, trabalhadas em formato de flor
e coloridas. Uma tradição na cidade de Goiás. São apresentadas como docinhos
ou para decorar bolos confeitados. Assim como os alfenins, são disputadíssimas
por clientes de Brasília e Goiânia para festas e casamentos.
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Bolo de arroz: apreciado também no Mato Grosso do Sul (onde são enformados
em latas vazias de sardinha), é também tradicional na pequena cidade goiana,
vendido no mercado, pelas doceiras (por encomenda) ou servido no café da
manhã dos hotéis e pousadas. É feito basicamente com fubá de arroz, açúcar,
ovos, óleo ou banha de porco.
Verônica: feita com a mesma massa dos alfenins, é menos difícil de encontrar
do que os alfenins. Doce tradicional da Festa do Divino, é moldado em chavão,
fôrma de chumbo trabalhada em negativo com a estampa (tradicionalmente, a
pombinha com raios).
Pastelinho: feito com farinha de trigo, banha e ovos, faz lembrar os famosos
pastéizinhos de Belém portugueses. Recheados com doce de leite, são
encontrados por toda a cidade.
Pratos típicos
Galinhada com pequi: prato típico goiano, é feito com galinha cortada em
pedaços pequenos e com osso, frita e agregada ao arroz enquanto ele ainda está
sendo cozido, e acrescido de pequi.
Arroz de Puta Rica: o tradicional prato goiano é o arroz de puta pobre, que
leva arroz, sobras de carne e feijão. Atualmente, ficou mais rico e saboroso, até
requintado – leva costelinha de porco defumada, linguiça de lombo de porco,
toicinho defumado, sobrecoxa de frango, azeitona, palmito, tomates e ervilhas
frescas.
Arroz Maria Isabel: receita tipicamente goiana, feita com carne-seca em nacos
e arroz.
Jurubeba: fruto da região que lembra uma alcaparra, de sabor amargo, com
várias sementes e casca rígida. Costuma-se fazer conservas e come-se com
arroz.
Tylor, diz Laraia, definiu cultura como sendo todo o comportamento aprendido,
tudo aquilo que independe de uma transmissão genética, como diríamos hoje.
Além disso, Tylor procurou demonstrar que a cultura pode ser objeto de estudo
sistemático, pois se trata de um fenômeno que possui causas e regularidades,
permitindo um estudo objetivo e uma análise capazes de proporcionar a
formulação de leis sobre o processo cultural.
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Mostrando-nos como a cultura pode, até mesmo, decidir sobre a vida e a morte
dos membros do sistema, o autor apresenta um campo que vem sendo
amplamente estudado: o das doenças psicossomáticas, fortemente influenciadas
pelos padrões culturais. De acordo com o professor, a cultura também é capaz de
provocar curas de doenças reais ou imaginárias. Essas curas ocorrem quando
existe a fé do doente na eficácia do remédio ou no poder dos agentes culturais.
Laraia explica que embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema
cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do
mesmo. Além disto, este conhecimento mínimo deve ser partilhado por todos os
componentes da sociedade, de forma a permitir a convivência dos mesmos. Por
exemplo, um médico pode desconhecer qual a melhor época do ano para o
plantio do feijão, um lavrador certamente desconhece as causas de certas
anomalias celulares, mas ambos conhecem as regras que regulam a chamada
etiqueta social, no que se refere às formas de cumprimentos entre as pessoas de
uma mesma sociedade.
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Conclusão
Bibliografia