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ESPAÇOS

VIRTUAIS DE
ENSINO E
APRENDIZAGEM

Neide Santos
ESPAÇOS VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Neide Santos
nsantos@infolink.com.br

Resumo: A Internet torna-se cada vez mais um meio familiar de acesso à


informação e de trabalho cooperativo, alterando diversos setores sociais. As novas
tecnologias da comunicação começam também a provocar impactos no setor
educacional, com a promessa de construção de cenários inovadores, apoiados em
diferentes formas de Educação baseada na Web (EBW). Neste artigo,
apresentamos um estado da arte em EBW e analisamos o potencial dos espaços
virtuais, a partir de diretrizes traçadas para este fim.

1. INTRODUÇÃO

A Internet torna-se, gradativamente, um meio comum de trocas de informações, de acesso


a especialistas em inúmeras especialidades, de formação de equipes para trabalho
cooperativo, independentemente das distâncias geográficas, e de acesso a arquivos e
repositórios remotos de informação. De forma diferente das inovações tecnológicas
surgidas nos últimos anos, a Internet rompe as barreiras geográficas de espaço e tempo,
permite o compartilhamento de informações em tempo real e apoia a cooperação e
comunicação, também, em tempo real. Este novo cenário tecnológico, econômico, social
e cultural é cada vez mais familiar a todos nós. A educação formal, contudo, apresenta
uma tendência histórica em retardar a incorporação de inovações em suas práticas
pedagógicas. Os produtos do avanço tecnológico têm sido absorvidos, usados e
dominados primeiramente nos setores mais modernos da sociedade, a seguir nos setores
mais conservadores, depois em nossas casas e, por último, na escola.

O poder de sedução da Internet, entretanto, pode alterar este quadro, pois formas
efetivamente inovadoras de educação utilizando serviços da Internet podem ser pensadas e
postas em prática. Há muitas formas de uso das redes de comunicação, sendo algumas
delas roupagens novas para velhas concepções pedagógicas. O objetivo deste artigo é
apresentar um estado da arte em educação virtual e analisar seu potencial inovador, a partir
de diretrizes de análise colhidas na literatura disponível.

2. ESTADO DA ARTE EM EDUCAÇÃO VIRTUAL APOIADA NA INTERNET

O uso educacional das tecnologias de rede apoia-se em diferentes vertentes de pesquisa e


desenvolvimento e este uso pode ser reunido em seis modalidades:
♦ Aplicações hipermídia para fornecer instrução distribuída;
♦ Sites educacionais;
♦ Sistemas de autoria para cursos à distância;
♦ Salas de aulas virtuais;
♦ Frameworks para aprendizagem cooperativa; e
♦ Ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa.

Entre as aplicações hipermídia para instrução distribuída, encontram-se (i) cursos


multimídia, com objetivos educacionais definidos, tarefas a serem realizadas pelos alunos,
formas de avaliação e suporte para comunicação com pares e com o professor. De um
modo geral, tais cursos não são oferecidos gratuitamente; e (ii) cursos no formato
hipertexto, compostos de páginas Web, seguindo o modelo de livro texto, normalmente
sem tutoria. A imensa maioria dos cursos existentes na Internet pertence ao segundo
enfoque. Estes cursos seriam o que Schank (1994) denomina page-turning architecture,
adotando o formato “pressione o botão para a próxima página”. Pode-se, contudo,
encontrar cursos sobre quase todos os assuntos na Web.

Os sites educacionais reúnem um conjunto de funcionalidades, tais como biblioteca de


software educacional, espaços para comunicação, software para download, links para
outras páginas Web e jornais. Entre estes sites, destacam-se Study Web, The Internet
Public Library e The World Lecture Hall. Entre os sites brasileiros, são descritos
Aprendizagem Cooperativa à Distância do Projeto Kidlink-Br, Escolanet e Projeto
Aprendiz e. Há inúmeros sistemas de autoria para cursos à distância usando tecnologias de
Internet1. Neste artigo, descrevemos HM-Card, LearningSpace, TopClass, Virtual-U e
WebCT. As salas de aula virtuais estendem o conceito dos sistemas de autoria ao
ampliarem o espaço de interatividade e de comunicação e cooperação. Neste caso, estão
AulaNet e ClasseVirtual. Na perspectiva de frameworks, encontram-se Habanero,
Promondia e wOrlds. Belvedere, CaMILE, Collaboratory Notebook, CSILE e NICE são
exemplos típicos de ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa. QSabe e
WebSaber são exemplos brasileiros deste tipo de ambiente. Nas próximas subseções, estas
abordagens serão descritas.

2.1 SITES EDUCACIONAIS

Na categoria de sites educacionais, estão reunidas diferentes formas de apoio ao trabalho


docente e ao estudo autônomo dos estudantes. Os sites a seguir descritos podem ser
considerados como representativos desta modalidade de suporte à educação virtual.

1
Estudos comparativos sobre sistemas para cursos à distância estão disponíveis em: Center for Curriculum Transfer and
Technology. A Comparison of Web-Based Delivery Applications - http://www.ctt.bc.ca/landonline/index.html; Central
Queenslanad University. WebClass Tools Comparison - http://webclass.cqu.edu.au/Tools/Comparisons/index.html; MacGreal,
R. [1998]. Integrated Distributed Learning Environments (IDLEs) on the Internet: A Survey. Educational Technology
Review. No 9, 25-31.
♦ Study Web - http://www./s tudyweb.com
Study Web reúne uma coleção de 28.000 sites, entre sites educacionais sobre conteúdos
curriculares, classificados por disciplinas e por série escolar, e sites de referência. Uma
máquina de busca e mecanismos de orientação dos usuários tornam as consultas a Study
Web rápidas e seguras.

Análogo ao Study Web, há KStudio [http://beatles.les.inf.puc-rio/kstudio/], também do


Projeto Kidlink-Br, reunindo mais de 3.000 sites educacionais brasileiros.

♦ The Internet Public Library (http://www.ipl.org/ref/)


É uma biblioteca virtual, reunindo sites com informações/software sobre uma gama muito
variada de tópicos curriculares e de interesse geral. É dotada de uma interface amigável e
atraente. Os mecanismos de orientação dos usuários, tais como marcos de navegação,
mapas, pathfinders, entre outros, evitam a desorientação do usuário e tornam as consultas
seguras. A biblioteca virtual tem interface e conteúdos customizados para dois tipos de
usuários - adolescentes e jovens.

É importante assinalar a existência de pelo menos duas bibliotecas virtuais brasileiras: a


Biblioteca do Estudante Brasileiro, da Escola do Futuro [http://www.futuro.usp.br] e a
Biblioteca Virtual do Projeto Kidlink-Br [http://venus.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/bv/].

♦ The World Lecture Hall - http://www.utexas.edu/world/lecture/


É um site contendo links para cursos criados por professores de todo o mundo que estão
usando a Web para distribuir material didático. O site provê um serviço de tradução de
cursos para diversos idiomas, inclusive português, e permite que os autores incluam seus
cursos como páginas referenciadas a partir do site. No momento, os cursos estão
classificados em 75 categorias, tais como Artes, Bioquímica, Ciência da Computação,
Ciências Políticas, Engenharia Civil, Geografia, Humanidades, Saúde, Sociologia e
Zoologia.

♦ Site ACD - http://www.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/acd/acd_index.htm


O site ACD é dirigido a professores e estudantes do Projeto Kidlink-Brasil, com o objetivo
de incentivar e apoiar atividades de aprendizagem cooperativa e foi desenvolvido em torno
de três espaços principais de cooperação - Sala de Estudos, Sala de Aula Virtual e Oficina
de Aprendizagem. A Sala de Estudos é composta de uma Bancada de Estudo, de um Mural
de Dicas e de um Bloco de Notas. A Bancada de Estudos simula uma bancada real, com
links externos com informações para a realização das tarefas escolares. O Mural de Dicas
reúne informações úteis para o estudo individual, em grupo e com o apoio da Internet. O
Bloco de Notas funciona como uma agenda privada para a anotação de pontos importantes
das aulas, marcação de provas e de compromissos escolares, assim como para a
administração de suas tarefas e de seu tempo. A Sala de Aula Virtual é o local da ACD
onde ocorrem cursos interativos, tutorias e seminários virtuais, desenvolvidos com o
ambiente AulaNet. A Oficina de Aprendizagem é o local para construção social do
conhecimento. Para tanto, há uma Oficina do Texto, uma Oficina de Solução Cooperativa
de Problemas e os Espaços de Cooperação-Comunicação. A Oficina do Texto é voltada
para a produção cooperativa de textos sobre temas propostos pelos professores ou pelos
estudantes, com o apoio das listas de discussão e do chat do Kidlink. A Oficina de
Solução Cooperativa de Problemas tem o apoio do ambiente WebSaber [Santos, 1998a].
Nos Espaços de Cooperação-Comunicação, há a oportunidade de comunicação/cooperação
livre entre estudantes, entre professores e entre estudantes-professores, para a solução de
problemas, utilizando listas de discussão e chat do Kidlink.

♦ Es colanet - http://www.escolanet.com.br
O site põe à disposição dos usuários uma série de informações e serviços educacionais. Há
sites de estudos, cobrindo conteúdos da principais disciplinas do ensino fundamental e
médio, espaços para discussão e “bate papo”, páginas com diversão e dicas, esporte e
saúde, além de um guia do professor.

♦ Projeto Aprendiz - http://www.uol.com.br/aprendiz/


É um site de educação e cidadania voltada para professores, estudantes e aprendizes em
geral. O projeto compõe-se de um resumo semanal das notícias da área, colunas, relatos de
personalidades sobre professores que marcaram suas vidas, fórum de discussão sobre
experiências de ensino, prêmios, dicas de links e um livro didático interativo. Sua
concepção é bastante diferente da concepção do Escolanet, pois tem caráter mais
informativo.

Disponibilidade - todos os sites listados são de acesso público. Os sites Kidlink-Brasil e


ACD têm acesso livre, mas a participação nas listas de discussão e nas sessões de chat
estão restritas a usuários cadastrados.

2.2 SISTEMAS DE AUTORIA PARA CURSOS À DISTÂNCIA2

Foram selecionados para análise os sistemas LearningSpace, TopClass, Virtual-U e


WebCT, por serem os mais difundidos nos Estados Unidos da América. Estes sistemas
começam a ter uma comunidade de usuários também no Brasil. A possibilidade de criação
de repositórios de cursos foi um fator decisivo na escolha de HM-Card.

2
Esta parte do artigo baseia-se em Melo, W. [1998]. Sala de Aula Virtual Cooperativa. Dissertação de Mestrado, Rio de
Janeiro, COPPE Sistemas/UFRJ.
♦ HM-Card – http://www.iicm.edu/hmcard/
HM-Card permite a construção de repositórios de courseware, compostos de páginas Web,
imagens estáticas, vídeos, integrados em módulos interativos. O repositório é um site Web,
com o material educacional armazenado em um servidor Web e com o acesso simultâneo
de diversos clientes. Os módulos são as unidades principais do courseware, cujos
conteúdos podem ser desde páginas ligadas de forma linear até complexas unidades
interativas de courseware com gráficos, animação, facilidades de anotações, perguntas e
avaliação de respostas. O repositório de courseware é um pool de módulos HM-Card,
referenciados como documentos HTML. O sistema provê editores para confecção e
apresentação de cursos hipermídia: HM-Card Editor, HM-Card Linker e HM-Card
Viewer. A independência entre os editores permite a reutilização de conteúdos, mas torna
a autoria de cursos uma tarefa artificial. O acesso a cursos desenvolvidos com HM-Card
pode se dar a partir de link em página Web ou stand-alone. O sistema fornece suporte para
cooperação, através de ponteiros para e-mail e newsgroups. Esta funcionalidade não está
disponível na versão para fins avaliativos. A interatividade do material, considerada um
ponto alto do HM-Card, traduzida em tratamento de respostas e avaliação do desempenho
do aluno, também não pode ser testada, por não estar disponível o help do sistema na
versão usada.

♦ LearningSpace - http://www.lotus.com/home/nsf/tabs/leanspace
LearningSpace possui cinco bases de dados Notes interconectadas, fornecendo um
ambiente para desenvolvimento e entrega de cursos. O sistema é composto de:

♦ Agenda: módulo central para que os participantes naveguem através dos materiais de
curso de acordo com o projeto instrucional e a estrutura do curso criada pelo professor.
Através deste módulo, os estudantes podem conhecer os objetivos da aprendizagem, as
tarefas a serem realizadas, os prazos marcados para navegação nos materiais do curso e
as perguntas a serem respondidas. A agenda pode ser organizada por dias, semanas ou
meses bem como por módulos para instrução auto-dirigida.
♦ Centro de Mídia: base de conhecimento criada pelo professor ou pelo projetista, com o
conteúdo relacionado ao curso, como o acesso a fontes externas, como WWW e outros
repositórios de recursos educacionais. O conteúdo de cada curso pode ser texto, vídeo
clips, gráficos, planilhas eletrônicas, simulações, entre outros.
♦ Sala de Curso: ambiente interativo para que os alunos tenham discussões privadas e
públicas entre si e com o professor, para compartilhamento de informações e execução
de trabalhos em grupo. A sala de curso proporciona atualmente somente suporte para
cooperação assíncrona, mas está previsto suporte para cooperação síncrona através de
recursos de whiteboard e videoconferência.
♦ Descrição dos Participantes: homepages criadas pelos alunos e professores com
informação para contato, fotografias, experiência e interesses.
♦ Gerenciador de Avaliação: ferramenta de avaliação que permite ao professor enviar
perguntas e receber respostas dos alunos de forma privada. Para isso, as perguntas são
colocadas na agenda e são enviadas por correio eletrônico para os alunos que as enviam
de volta junto com a resposta acessível somente para o professor.

♦ TopClass - http://www.wbsystems.com/
TopClass integra ferramentas de aprendizagem colaborativa, de entrega e gerenciamento
de conteúdo e de gerenciamento de pessoas. A conectividade entre os participantes é
baseada na Web através de um browser padrão. O sistema roda sobre a Internet ou em
redes locais corporativas. Há um sistema de mensagem para comunicação entre alunos e
entre alunos-professor, a participação em múltiplas listas de discussão e atividades
personalizadas para alunos. Em TopClass, os cursos são construídos pelo professor a partir
de Unidades de Material de Aprendizado que podem ser livremente exportadas ou
importadas de curso para curso, podendo conter testes de múltipla escolha. Os estudantes e
professores são agrupados em “classes” e o acesso ao material do curso, grupos de
discussão e avisos são gerenciados automaticamente, de forma que somente os
participantes autorizados possam obtê-lo. TopClass indica, para cada usuário individual, o
status do material de curso definido para ele através de mensagens do tipo: novo, velho,
lido ou não lido. O professor também tem acesso a esse status para monitorar o progresso
do aluno.

♦ Virtual-U - http://emediadesign.com/sfu/index.html
Virtual-U é um sistema baseado em um servidor que possibilita a criação de cursos em
browser Web. O sistema possui os seguintes componentes:
♦ Sistema de Conferência: oferece a possibilidade de configurar grupos cooperativos,

definindo tarefas e objetivos e a criação de subconferências.


♦ Ferramenta de Estruturação do Curso: possibilita a criação de cursos on-line sem

conhecimento prévio de programação, através de templates que auxiliam o professor em


aspectos relevantes como leituras necessárias e definição de conferência de grupo.
♦ Livro de Grau: gerencia a base de dados onde estão armazenados os níveis de
desempenho dos alunos em um determinado curso. São apresentadas as atividades
avaliadas, realizadas em forma gráfica ou de texto.
♦ Ferramentas de Administração do Sistema: utilizadas pelo administrador do sistema,

incluindo criação e manutenção de cursos e definição de privilégios de acesso.

♦ WebCT - http://homebrew1.cs.ubc.ca/webct/
WebCT é um sistema para a criação de ambientes educacionais baseados na Web,
fornecendo uma variedade de ferramentas, como chat, trilha do progresso do aluno,
organização de projeto em grupo, auto-avaliação, controle de acesso, ferramentas de
navegação, investigações auto-marcadas, correio eletrônico, geração de índice automático,
calendário de curso, homepages dos alunos e pesquisas do conteúdo do curso. Um curso
em WebCT está organizado em torno de uma homepage principal, com ligações para
componentes de conteúdo do curso, como páginas de conteúdo, ou para outras páginas,
além de ferramentas do curso, como correio eletrônico, auto-avaliação e glossário. O
sistema proporciona diferentes visões do curso dependendo da classe do usuário. Há
quatro classes de usuários:

♦ Administrador: há um único administrador, que não pode configurar ou adicionar


conteúdo ao curso, mas apenas iniciar um curso e abrir um curso vazio para um
projetista. O administrador pode cancelar cursos e mudar a senha dos projetistas.
♦ Projetista: para cada curso somente um único projetista é considerado pelo sistema e,
normalmente, esse projetista é o professor do curso. O projetista pode manipular o curso
de diversos modos: criando perguntas, checando o progresso dos alunos, definindo
grupos de trabalho dos alunos, etc.
♦ Instrutor: cada curso pode ter um número qualquer de instrutores. O instrutor tem os
mesmos privilégios de um estudante mas também pode corrigir provas.
♦ Alunos: cada curso pode ter qualquer número de alunos. Os estudantes não podem
manipular o conteúdo do curso. O projetista do curso cria as contas dos alunos.

Disponibilidade - todos os sistemas estão bem descritos em suas homepages. Alguns


ambientes, como LearningSpace e TopClass, oferecem excelentes white papers. HM-Card
dispõe de uma versão para fins avaliativos e o download do sistema depende de senha
fornecida pelo administrador. Cursos desenvolvidos em LearningSpace podem ser
acessados via browser Web, após obtenção de senha. As ferramentas para construção de
cursos em Virtual-U e WebCT são freeware. TopClass pode ser usado gratuitamente por
120 dias.

2.3 SALAS DE AULA VIRTUAIS

Buscando facilitar a passagem gradual de professores e estudantes da sala de aula


presencial para a sala de aula virtual, alguns sistemas ampliam os espaços de
comunicação e cooperação entre os participantes de um curso. AulaNet e ClasseVirtual
podem ser vistos como exemplos de salas de aula virtuais.

♦ AulaNet - http://aulanet.les.inf.puc-rio.br/aulanet/
AulaNet é um ambiente para criação, manutenção e assistência de cursos baseado na Web,
desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Software do Dpto de Informática da PUC-
Rio [Lucena et al., 1998]. Um curso no AulaNet é um conjunto de aulas voltadas para a
apresentação de conteúdos aos alunos. Os conteúdos podem ser apresentados como
transparências, textos de aulas, vídeo e imagens. Para enriquecer o processo de
aprendizagem, AulaNet prevê a indicação de fontes complementares de informação. A
interatividade do curso é garantida por uma série de serviços Internet de comunicação e
cooperação, entre alunos e entre alunos-professor, simultâneos ou não simultâneos, tais
como, correio eletrônico, listas de discussão, grupos de discussão, sessões de chat e
videoconferências. AulaNet apoia-se nas seguintes premissas básicas:

♦ os cursos criados devem possuir grande capacidade de interatividade, de forma a atrair a


participação intensa do aluno no processo de aprendizagem;
♦ os mecanismos para a criação de cursos devem corresponder aos de uma sala de aula
convencional, acrescidos de outros normalmente disponíveis no ambiente Web;
♦ deve ser possível a reutilização de conteúdos já existentes em mídia digital, através da
importação de arquivos.

AulaNet considera como atores envolvidos no processo de criação/assistência:

♦ o autor: criador do curso, participando desde a descrição inicial do mesmo até a entrada
dos conteúdos. Poderá ser ou não o responsável pela aplicação do curso. Caso positivo,
assume também a função de Professor, podendo contar ou não com o auxílio de
professor co-autor;
♦ o aluno: usuário final, representando o público-alvo para quem o curso se destina. O
professor pode dar ao aluno status de co-autor de aulas do curso.
♦ o administrador: facilitador da integração professor/curso/aluno, tratando de questões de
natureza eminentemente operacional, como inscrição do aluno, divulgação da agenda e
das notícias do curso etc.

♦ Classe Virtual - http://www.cos.ufrj.br/~washi/classevv1.0/


Classe Virtual é um protótipo de sala de aula virtual cooperativa, implementado a partir do
modelo SAVIC, ambos desenvolvidos no contexto de uma dissertação de mestrado na
COPPE/Sistemas/UFRJ [Melo, 1998]. Como sistemas análogos, Classe Virtual tem três
classes de usuários - administrador, professor e aluno, mas se diferencia dos sistemas de
autoria por seu compromisso efetivo com atividades cooperativas. Classe Virtual tem dois
modos: autoria e aluno. O modo de autoria possibilita a criação ou determinação de
material educacional, através de um conjunto de recursos, tais como, Informações,
Conteúdo, Aulas, Prova, Nota, Discussão e Trabalho. O modo aluno permite assistir e
participar de uma disciplina. O compromisso com a cooperação entre os participantes
surge nas opções Discussão e Trabalho. Em Discussão, através de uma ferramenta de
cooperação assíncrona desenvolvida para este fim, os estudantes compartilham
conhecimento, obtém esclarecimentos e aprofundam tópicos estudados. Trabalho é
apoiado por uma ferramenta de edição cooperativa síncrona. Os trabalhos desenvolvidos
são gravados no servidor Classe Virtual com nome de arquivo e título definidos pelo
professor da disciplina. O ambiente de edição cooperativa, que possui um indicador de
presença dos participantes e chat, leva os alunos a cooperarem entre si para a elaboração
do trabalho e realizarem sessões de brainstorming.
O protótipo Classe Virtual foi desenvolvido usando alguns serviços disponíveis na
Internet, trazidos para o browser Web, através de scripts em Pearl. O software para chat
EveryChat foi estendido, passando a apoiar a edição cooperativa.

Disponibilidade - o ambiente de criação e aplicação de cursos do AulaNet é acessado


mediante senha fornecida pelo administrador do ambiente. A criação de disciplinas em
Classe Virtual requer senha, mas os conteúdos existentes são acessados livremente, sendo
necessário senha somente para as atividades cooperativas.

2.4 FRAMEWORKS PARA APRENDIZAGEM COOPERATIVA

Frameworks permitem o desenvolvimento de ambientes customizáveis integrando


ferramentas disponíveis. Existem alguns frameworks na Internet, unindo ferramentas para
aprendizagem cooperativa ou para trabalho cooperativo, mas que podem ser usados para
fins educacionais. Foram escolhidos para análise Habanero, Promondia e wOrlds,
desenvolvidos com propósito de pesquisa e que privilegiam a cooperação síncrona.

♦ Habanero - http://www.ncsa.uiuc.edu/SDG/Software/Habanero/Tools
Desenvolvido pelo National Center for Supercomputing Applications, o framework
permite o compartilhamento de objetos Java com pares distribuídos pela Internet. É
composto de uma Biblioteca de Ferramentas Cooperativas, com todas as facilidades
encontradas na rede, sendo dirigido para alunos da escola elementar e secundária. O
mecanismo de colaboração desenvolvido em Java permite que os usuários compartilhem
qualquer coisa que possa ser enviada pela Web (HTML, gráficos, dados), além de som e
vídeo ao vivo. A versão básica de Habanero inclui uma interface de software que permite
que qualquer aplicação se torne cooperativa. Habanero já superou a fase de versão beta,
sendo um ambiente relativamente seguro de trabalho, mas carece de suporte pedagógico
para que os professores desenvolvam tarefas cooperativas com seus alunos

♦ Projeto wOrlds - http://acsl.cs.uiuc.edu/kaplan/navigating.html


Focado no desenvolvimento de uma próxima geração de framework para trabalho
cooperativo, wOrlds fornece a seus usuários uma coleção de locais, se fundamentando na
Teoria dos Locais [http://acsl.cs.uiuc.edu/kaplan/theory.html]. Segundo a teoria, um local
é caracterizado por seus participantes (as pessoas que usam o local), seus objetivos (a
razão de estar lá) e suas especificidades (os instrumentos que se adaptam aos objetivos dos
usuários). Quando uma sessão wOrlds é iniciada, é apresentado o local casa, com uma
barra de ferramentas com recursos de áudio para discussão com outros visitantes. Estas
ferramentas dão acesso a facilidades e ferramentas padronizadas. Os ícones das
Ferramentas, quando selecionados, desempenham uma ação padrão. O framework utiliza
uma metáfora bastante interessante e as ferramentas disponíveis podem viabilizar
situações proveitosas de aprendizagem cooperativa.
♦ Promondia-http://www4.informatik.uni-erlangen.de/Projects/promondia.www6
Anteriormente denominado Como, o sistema padroniza a comunicação interativa entre
usuários da Internet. Ele opera com applets que implementam formas particulares de
comunicação, como sessão de chat, jogo, agenda de um encontro, sessão apoiada em
whiteboard. Os usuários podem começar uma sessão, se reunirem ou serem convidados
para as sessões. A interface comum entre usuários é uma applet IRCClient, que conecta o
usuário ao sistema e permite que ele veja quem mais está usando as demais partes de
Promondia, conversando ou começando uma nova sessão. O sistema é divertido e pode ser
potencialmente útil para aprendizagem cooperativa.

Disponibilidade - Habanero, ao lado de NICE, é talvez o ambiente mais bem descrito


entre os aqui apresentados. Além de homepage e das ferramentas desenvolvidas para fins
de aprendizagem, toda a programação em Java que compõe o framework está disponível
na Internet, permitindo que os usuários customizem uma aplicação. Promondia e wOrlds
não oferecem mais a possibilidade de download. Até recentemente, estes ambientes
forneciam a possibilidade de uso de algumas funcionalidades e nossa análise baseia-se no
teste destas funcionalidades.

2.5 AMBIENTES DISTRIBUÍDOS PARA APRENDIZAGEM COOPERATIVA3

É crescente o número de ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa.


Selecionamos, para apresentação, Belvedere, CaMILE, Collaboratory Notebook, CSILE e
NICE por serem os ambientes mais representativos desta linha de educação virtual. A
escolha de QSabe e WebSaber baseia-se no fato de ambos serem protótipos recentes
desenvolvidos em universidades brasileiras.

♦ Belvedere - http://advlearn.lrdc.pitt.edu/belvedere/
Belvedere é um ambiente para suporte à prática de discussão crítica de teorias científicas,
baseado no paradigma colaborativo. Este ambiente se resume em um groupware em rede
usado para a construção de representações de relações lógicas e retóricas dentro de um
debate, e cuja interface se assemelha a um editor gráfico. Belvedere provê os estudantes
com formas concretas de representar componentes abstratos e relacionamentos entre
teorias e argumentos. Idéias e relacionamentos são representados como objetos que podem
ser apontados, ligados a outros objetos e discutidos. Belvedere pode ser utilizado por
estudantes fisicamente próximos uns aos outros, trabalhando simultaneamente, de forma
síncrona; estudantes compartilhando argumentos em tempos diferentes, de forma
assíncrona; e estudantes trabalhando simultaneamente, mas localizados remotamente entre
si. Segundo Suthers [1996], o ambiente combina três abordagens para aprendizagem:
aprendizagem colaborativa, aprendizagem guiada, e aprendizagem baseada em problemas
3
Esta parte do trabalho baseia-se em Santoro, F.; Borges, M.; Santos, N. [1998]. Um Framework para Estudo de Ambientes
de Suporte à Aprendizagem Cooperativa. Anais do IX SBIE.
(forma de learning-by-doing). Cada um destes aspectos é coberto por uma categoria de
software educacional dentro do ambiente: groupware para aprendizagem, tutor inteligente
e simulação. Belvedere também provê facilidades para autoria de fontes de conhecimento
on-line que podem ser acessadas e copiadas pelos estudantes. A utilização destas
facilidades levou à construção de coleções de informações em vários campos de
conhecimento científico. O ambiente foi estendido para servir como um browser Web,
permitindo que os autores utilizem ferramentas HTML existentes e para referenciar
páginas WWW.

♦ CaMILE - Collaborative and Multimedia Interactive Learning Environment -


http://www.cc.gatech.edu/gvu/edtech/CaMILE.html
CaMILE é um ambiente assíncrono de suporte à colaboração para Web, com o objetivo de
estimular a aprendizagem, sendo voltado para a análise em um nível alto de agregação:
fóruns de discussões com grupos múltiplos ou uma classe inteira [Guzdial, 1997]. Todos
os acessos ao sistema são realizados através de browser Web que acessa um servidor
único. A interface do sistema é baseada em formulários e é igual para todos os usuários.
As discussões no CaMILE são contextualizadas como em um newsgroup, porém, o
contexto é persistente, e está sempre disponível para os usuários, não “desaparecendo”
após a visualização. Similar a CSILE, CaMILE provê uma facilidade na qual os estudantes
são solicitados a identificar o tipo de colaboração que estão apresentando (p. ex., uma
questão, uma nova idéia, uma refutação, etc.) e são oferecidas sugestões de frases
produtivas iniciais para serem usadas em cada um destes tipos de notas. As notas podem
conter tudo que uma página Web pode conter. De acordo com Guzdial [1997], uma
diferença importante entre newsgroups e CaMILE é que este ambiente apoia colaboração
ancorada, ou seja, cada nota individual pode ser referenciada unicamente através de um
browser Web. Isto quer dizer que o endereçamento direto de notas permite que páginas
Web contenham hiperlinks para um contexto de discussão CaMILE. As âncoras
funcionam como índices e lembretes do que estudantes discutiram sobre um determinado
contexto.

♦ Collaboratory Notebook - http:// typhoon.covis.nwu.edu/tech-support/nb.html


Collaboratory Notebook é um ambiente multimídia em rede para construção de
conhecimento, desenvolvido para ajudar estudantes, professores e cientistas a compartilhar
questionamentos sobre os limites do tempo e espaço. Desta forma, estende a metáfora do
notebook do laboratório do cientista com facilidades para compartilhar questionamentos
entre múltiplos parceiros em projetos que podem estar distribuídos por várias instituições.
Entre estas facilidades, o sistema provê uma estrutura de suporte para diálogo científico,
direcionada para as tentativas dos estudantes de aprender sobre ciência através de projetos
[O’Neill, 1994]. De acordo com O’Neill [1994], a estrutura de organização da base de
dados do ambiente é construída como a metáfora de uma biblioteca, tendo como elementos
primários de interface prateleiras de livros, notebooks e páginas. A cada página escrita por
um usuário, deve ser associado um ícone, que indica ou descreve aquilo que foi escrito
(informação, comentário sobre o que outra pessoa escreveu, questão, conjectura, evidência
a favor, evidência contra, plano para ação, ou passo dentro de um plano). As páginas que
possuem relacionamento com outras são ligadas pelo sistema através de links hipermídia
com os ícones correspondentes.

♦ CSILE - Computer-Supported Intentional Learning Environments


http://csile.oise.on.ca/demo.html
CSILE é uma base de dados coletiva, em rede, que contém idéias de estudantes, em
formato textual ou gráfico, disponível para todos os participantes. Neste ambiente
multimídia, os estudantes geram “nós”, contendo uma idéia, ou uma parte de informação
relevante a um tópico em estudo. Os dados são indexados e organizados de tal forma que
possa ser acessado por meio de uma série de canais, permitindo, então, que estudantes que
estão estudando um tópico em um determinado domínio possam acessar informação
relacionada em um outro domínio. Os estudantes produzem informação, formulam
questões, provêem feedback e avaliação, e organizam o conhecimento na base de dados
[Gay, 1996]. Segundo Gay [1996], CSILE é baseado em três linhas de pesquisa:
aprendizagem intencional (tentativa de alcançar um objetivo ativamente, diferente de
simplesmente tentar se sair bem em tarefas ou atividades escolares); o processo de
especialização (processo de solução progressiva de problemas e avanço além dos limites
de competências atuais); e reestruturação de escolas como comunidades de construção de
conhecimento. A ênfase do CSILE é na aprendizagem cooperativa, apesar da
responsabilidade por esta experiência ser do professor e dos estudantes.

♦ NICE - Narrative, Immersive, Constructionist/Collaborative Environments


http://www.ice.eecs.uic.edu/~nice/
NICE tem como objetivo a construção de ambientes virtuais de aprendizagem para
crianças, baseados em teorias de narrativa, construcionismo e colaboração. O sistema foi
projetado para ser executado no CAVE, um ambiente de realidade virtual do tamanho de
um sala, onde várias pessoas podem se mover livremente, tanto física como virtualmente
[Johnson et al., 1998]. Um framework teórico, que combina idéias da teoria de
aprendizagem construtivista, técnicas de narrativa e colaboração provê a fundamentação
para o ambiente. No NICE, é possível realizar a construção com blocos de construção
virtuais, que são modelos VRML e contém características que brinquedos físicos ou
ferramentas de aprendizado não possuem: as crianças podem pegar objetos pesados ou
grandes, transferi-los para outras crianças remotamente localizadas, combiná-los em novos
objetos, ou simplesmente observar modificações em seus atributos com o tempo. Um dos
produtos da atividade de construção no ambiente NICE é a narrativa, ou seja, as estórias
formadas e criadas pelas crianças que participaram de uma interação com o sistema. Todas
as ações ocorridas no ambiente são adicionadas à estória formada continuamente, mesmo
quando não representa uma interação das crianças. A sequência da estória passa por um
parser, que troca algumas palavras pela sua representação icônica e a publica em uma
página WWW. Os principais objetivos do NICE são aprendizagem a partir de múltiplas
perspectivas; aprendizagem sobre como colaborar com outras pessoas; aprendizagem pelo
controle e exploração ativa de variáveis do ambiente; programação por demonstração;
exploração de estruturas de estórias; e criação de um produto final.

Os ambientes descritos são apresentados com detalhes, incluindo a avaliação de seu uso
experimental em Santoro [1998].

♦ QSabe 4
QSabe, desenvolvido no Departamento de Informática da Universidade Federal do
Espírito Santo, é um ambiente inteligente para a troca cooperativa de informações apoiado
por uma rede de computadores, a partir de um serviço de perguntas e respostas. O sistema
é capaz de catalogar dinamicamente o perfil de colaboradores e atuar como um
distribuidor inteligente de mensagens. Utilizando a metáfora de ambientes groupware,
QSabe atua como um assistente interpessoal, permitindo que cada membro do grupo
participe dos trabalhos, formulando e respondendo perguntas.

♦ WebSaber - http://beatles.les.inf.puc-rio.br/websaber/ambiente/indice.htm
A 1a versão de WebSaber foi desenvolvida no Departamento de Informática da PUC-Rio,
no contexto da pesquisa de pós-doutorado da autora deste artigo. O ambiente é voltado
para a resolução cooperativa de problemas e é organizado segundo um modelo de
hipertexto, sendo apoiado por um editor cooperativo, um Bloco de Notas e ferramentas de
comunicação e cooperação da Internet. WebSaber direciona-se, preferencial mas não
exclusivamente, para alunos do ensino médio, coordenados por um tutor. Utiliza a
metáfora de uma sala de reunião - Meeting Room, como o local principal das interações
entre estudantes o tutor para a resolução cooperativa de problemas. Este local é composto
de um Hall, de uma sala de estar - SittingRoom e de uma sala de trabalho - WorkRoom.
No Hall, em um mural, são apresentados problemas à espera de solução. Se os
participantes aderem à busca da solução, entram na SittingRoom, o lugar das trocas
sociais. Os encontros de trabalho ocorrem na WorkRoom, onde há ferramentas para
comunicação e apoio à solução do problema. WebSaber diferencia-se de ambientes
análogos por oferecer ao tutor suporte para tutoria e propor e apoiar uma forma abrangente
de trabalho. A forma de trabalho proposta é uma variante dos passos utilizados no método
científico clássico.

Disponibilidade - Belvedere, CaMILE e WebSaber estão disponíveis na Internet. Há um


demo de CSILE também disponível na Internet. Collaboratory Notebook está disponível
somente para as escolas participantes do projeto CoVis
[http://www2.covis.nwu.edu/papers/papers.html]. NICE não está disponível e a interação
requer o uso de dispositivos de realidade virtual. Qsabe também não está disponível.

4
Na fonte consultada, a URL não está disponível.
3. PROPOSTA DE DIRETRIZES DE ANÁLISE PARA FORMAS DE EDUCAÇÃO VIRTUAL

A maioria dos ambientes apresentados neste artigo é bem conhecida no país, havendo no
momento uma comunidade de usuários dos sistemas de autoria para cursos à distância,
bem como de AulaNet. Escolanet, Aprendiz e Kidlink-Brasil são sites bastante difundidos
no Brasil. Os sites Study Web e The Internet Public Library também são conhecidos, pelo
menos pela comunidade acadêmica brasileira. O framework Habanero é uma referência
obrigatória na área. Os ambientes de aprendizagem cooperativa nem sempre oferecem uma
versão avaliativa, mas os pesquisadores em Computer-Supported Cooperative Learning
(CSCL) se referenciam sempre a NICE e CSILE, entre outros.

Desta forma, entendemos que a contribuição deste artigo pode ir um pouco além da
reunião e descrição das formas disponíveis de educação virtual. Dada a recente, mas
acelerada, disseminação dos tipos de educação baseada na Web é relevante a análise de
seu potencial. Com este propósito, procuramos critérios de análise na literatura específica
da área, porém só encontramos critérios comparativos para os sistemas para cursos à
distância 5. Estes sistemas atendem a uma forma particular de educação virtual baseada em
cursos/aulas/disciplinas, mas muitos dos ambientes apresentados operam com outras
metáforas. Procuramos, então, definir algumas diretrizes preliminares, extensíveis à
análise de outros tipos de ambientes virtuais, apresentadas na próxima seção do trabalho.

3.1 Diretrizes Preliminares para Análise de Formas de Educação Virtual

As diretrizes propostas são fortemente baseadas nos trabalhos do Center for Curriculum
Transfer and Technology e de Santoro, Borges e Santos [1998] e foram divididas em três
grandes categorias: Características Gerais, Ferramentas de Apoio ao Professor e
Ferramentas de Apoio ao Estudante. As diretrizes para análise das Características Gerais
dos ambientes englobam aspectos relacionados às formas de trabalho educacional, ao
desempenho e usabilidade dos sistemas. As diretrizes referentes ao tipo de apoio que os
ambientes fornecem a professores e estudantes são uma visão simplificada de trabalhos
voltados para a avaliação de sistemas de autoria para cursos à distância.

5
Ver nota de rodapé 1, neste artigo.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE
Suporte ao trabalho educacional
Enfoque pedagógico adotado ou Instrucionista
subjacente Construtivista
Tipo de Tarefa Desenvolvimento de conteúdos curriculares
Desenvolvimento de meta-habilidades cognitivas
• aprendizagem de conceitos
• solução de problemas

• desenvolvimento de projetos
• construção de conhecimento

• fórum de discussões

Formas de Interação Assíncrona


Síncrona
Qualidade ou Grau de Interação Pequena
Média
Grande
Atividades de Trabalho Coordenação de atividades
Cooperativo Tomada de decisão
Representação dos conhecimentos
Memória de grupo
Awareness
Usabilidade
Customização do ambiente a diferentes situações educacionais e diferentes usuários
Facilidade de uso para professores e estudantes
Facilidade de aprendizagem
Consistência de interface
Estabilidade do ambiente
Existência de mecanismos de segurança (senha)
Necessidade de conhecimento de HTML
FERRAMENTAS DE APOIO AO PROFESSOR
Suporte ao planejamento das atividades educacionais
Suporte à confecção de atividades educacionais
Monitoramento das atividades
Suporte ao progresso do aluno
Facilidades multimidia para a apresentação da atividade educacional
Apoio para propostas de trabalhos em grupo
Importação de recursos didáticos
Suporte para desenvolvimento de atividades em diferentes formatos pedagógicos
Suporte para desenvolvimento de atividades usando recursos didáticos variados
Acompanhamento do progresso do aluno
FERRAMENTAS DE APOIO AO ALUNO
Compartilhamento Assíncrono E-mail
BBS
Newsgroups
Compartilhamento síncrono Chat
Editor Cooperativo
Compartilhamento de aplicações
Videoconferência
Auto-avaliação
Trilha de progresso
Bookmarks
Máquina de busca para localização de material educacional
Anotações individualizadas

Neste ponto do artigo, cabe uma ponderação. Há, pelo menos, duas limitações sérias nos
estudos análogos ao presente trabalho:

♦ a pouca profundidade obtida na análise dos dados; e


♦ a dificuldade de testagem das funcionalidades dos sistemas com grupos de estudantes
em situação educacional real.

A realização de estudos setorizados pode resolver os problemas referentes à profundidade


de análise. A segunda limitação pode eventualmente ser minimizada através da análise
teórica dos ambientes. Neste sentido, estamos analisando os ambientes descritos desde
1996. Analisamos as possibilidades educacionais, sob a ótica do professor, dos sites Web
Study e The Internet Public Library. Analisamos também, a coleção de software
educacional de Escolanet e usamos alguns dos desafios de matemática, existentes no site,
para alimentar a banco de problemas de nosso ambiente WebSaber. Não nos detivemos na
investigação da natureza pedagógica dos cursos disponíveis em The World Lecture Hall.
Desenvolvemos o site ACD.

Interagimos com HM-Card, WebCT e TopClass, desenvolvendo pequenos módulos de


cursos. Logo, só testamos as ferramentas de apoio ao professor. Analisamos, em 1997, um
curso sobre sistema solar desenvolvido no LearningSpace, mas atualmente, mesmo
seguindo as instruções do site, a senha obtida apresenta problemas para acesso. Não
conseguimos, ao longo de quase dois anos, obter a senha de professor de Virtual-U.

Participamos do desenvolvimento de AulaNet e criamos dois cursos, sendo um deles


aplicado em três grupos de estudantes. Atualmente, os cursos não estão publicados no site
do ambiente. Classe Virtual é um protótipo desenvolvido em uma dissertação de mestrado
que orientamos. Participamos de todas as etapas do desenvolvimento, testamos a
funcionalidade do protótipo, através da importação de uma aula e avaliamos suas
ferramentas de cooperação.

Também desde 1996, temos estudado Habanero e as ferramentas cooperativas existentes


no site, mas não desenvolvemos uma aplicação customizada, usando as classes Java
disponíveis, por nos faltar a expertise necessária. Acessamos os espaços de comunicação
de Promondia e wOrlds, para agendar um encontro.

Não trabalhamos com nenhum dos ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa
descritos, pois eles requerem a existência de um grupo de participantes atuantes. Desta
forma, a análise dos ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa é baseada em
fontes secundárias, normalmente informações e papers disponíveis nos sites, em revistas e
anais de congressos e na troca de informações com outros pesquisadores da área.

A seguir, os tipos de ambientes descritos serão analisados, a partir das diretrizes


apresentadas.

3.2 Análise das Formas de Educação Virtual

Os sistemas descritos na seção 2 deste trabalho foram analisados, sempre que possível,
segundo as diretrizes propostas na seção anterior.

♦ SITES EDUCACIONAIS
Características gerais
Os sites educacionais, notadamente, The World Lecture Hall, Web Study, The Internet
Public Library e Escolanet, podem ser de grande valia para professores, interessados
em localizar fontes de informação para complementar a aprendizagem de seus alunos.
O Projeto Aprendiz requer análise mais apronfundada.
The World Lecture Hall oferece cursos de graduação e pós-graduação, mas há um link
que remete o leitor para o uso da Web em escolas elementares e secundárias
americanas. O material disponível em Study Web é direcionado para estudantes do
ensino fundamental e médio. O enfoque pedagógico adotado, as formas e o grau de
interação entre estudantes-site podem variar de acordo com os objetivos do
coordenador da atividade educacional.
O professor pode, por exemplo, fornecer um tema e solicitar que os estudantes
localizem, individualmente ou em grupos, as informações colhidas nestes sites. E a
seguir, usem os espaços de comunicação para discussões e debates. Um dos problemas
sérios com este tipo de educação virtual são as interfaces pouco consistentes, já que o
site reúne e classifica coleções de páginas Web desenvolvidas por diferentes autores.
A segurança e estabilidade do site dependem do desempenho da Internet.
Ferramentas de apoio ao professor
O ponto forte de sites Web não é, seguramente, o apoio ao professor para a criação de
cursos, já que os sites não são espaços de autoria. No caso específico de ACD, há
sugestões de trabalho para os professores nos locais disponíveis. Os usuários podem
construir cursos, a serem inseridos no site, com ferramentas de autoria ou de criação
disponíveis na Internet. Podem, também, desenvolver páginas Web, usando editores
HTML. Este material é posto on-line através do webmaster do site. Não há suporte
para avaliação dos estudantes.
Study Web categoriza os sites de conteúdos por disciplina e série escolar, já The
Internet Public Library fornece somente os conteúdos classificados por área de
conhecimento. The World Lecture Hall põe à disposição dos professores e estudantes
cursos categorizados por área do conhecimento, mas permite que novos cursos sejam
incluídos no site. Escolanet oferece uma coleção de cursos - páginas Web,
categorizadas por disciplinas.
Ferramentas de apoio ao aluno
O site ACD fornece aos estudantes ferramentas de comunicação e cooperação e bloco
de anotações. Study Web oferece máquina de busca e espaço de comunicação. The
Internet Public Library provê bookmarks, pathfinders e outros recursos de orientação
ao processo de navegação, bem como dispõe de interfaces customizadas para
adolescentes e jovens. Escolanet e Aprendiz põe à disposição dos estudantes fóruns de
debates e chats. Nenhum dos sites prevê apoio para auto-avaliação e trilha de
progresso.
Observações
Nos sites citados, com exceção de ACD desenvolvido com propósitos de incentivo à
aprendizagem cooperativa, a cooperação entre os pares não é, certamente, o foco
central. Talvez o ponto mais crítico nos sites Web Study e The Internet Public Library
seja o fato de todas as informações estarem em língua inglesa. The World Lecture Hall
merece ser melhor analisado, pois além de oferecer material didático construído em
HTML, oferece também cursos desenvolvidos nos sistemas de autoria disponíveis.

♦ SISTEMAS DE AUTORIA PARA CURSOS À DISTÂNCIA


Características gerais
Os sistemas atendem melhor ao enfoque pedagógico instrucionista, sendo um dos
pontos chave desta modalidade de sistema a apresentação de conteúdos curriculares. A
forma de comunicação entre participantes é fortemente centrada em ferramentas
assíncronas e não há necessariamente ênfase em atividades de trabalho cooperativo.
Mesmo que facilidades de uso e de aprendizagem de sistemas computacionais sejam
critérios subjetivos, os sistemas analisados atendem a estes critérios, não exigindo do
usuário conhecimentos de informática ou outro tipo de conhecimento especializado.
Neste caso, a única exceção é HM-Card. A versão usada ao longo de 1997 não é fácil
de usar nem estável. Os demais sistemas são seguros e estáveis.
WebCT é considerado o mais antigo dos sistemas de autoria para cursos virtuais, com a
maior comunidade de usuários, sendo o sistema melhor avaliado pelo Center for
Curriculum Transfer and Technology.
Ferramentas de apoio ao professor
Os ambientes fornecem bom suporte ao professor na construção e aplicação de cursos.
TopClass permite a reutilização de conteúdos já desenvolvidos. WebCT fornece a
maior variedade de ferramentas de comunicação. De um modo geral, há facilidades
multimidia para a apresentação da atividade educacional, apoio para propostas de
trabalhos em grupo, possibilidade de importação de recursos didáticos e suporte para
desenvolvimento de atividades usando recursos didáticos variados (slides, textos,
imagens)
Ferramentas de apoio ao aluno
Os estudantes dispõem de ferramentas para anotações, auto-avaliação, backtracking e
para buscas, bem como podem marcar sua trilha de progresso ao longo da assistência
de um curso.
Observações
Os sistemas de autoria oferecem ao professor um conjunto integrado de ferramentas
para criação e aplicação de cursos, fáceis de usar e baseadas na melhor tecnologia
disponível hoje na Internet. Mas, os cursos são mais facilmente desenvolvidos quando
transportam para a Internet o enfoque dos cursos presenciais tradicionais.
Com exceção de LearningSpace, os demais sistemas surgiram em universidades,
passando depois a ser produtos comerciais. Talvez este fato explique as constantes
alterações dos endereços de suas homepages e do status no acesso a versão freeware.
É conveniente verificar periodicamente os endereços dos sistemas.

♦ SALAS DE AULA VIRTUAIS


Características gerais
AulaNet apoia tanto o enfoque pedagógico instrucionista quanto o construtivista. É
estável, seguro e fornece plug-is dentro do ambiente para a incorporação das
ferramentas/software necessários. Sendo um ambiente para criação de cursos, é
baseado na importação de arquivos em diferentes formatos - texto, imagens, vídeo,
animações. As aulas são desenvolvidas a partir de um plano de aula, facilitando as
atividades de planejamento e confecção de cursos. Está prevista a introdução de novas
funcionalidades, entre elas, a customização da interface.
Ferramentas de apoio ao professor
O sistema fornece bom suporte ao professor na criação, manutenção e aplicação de
cursos, é fácil de usar e não requer conhecimento de programação. Opera com a
importação de conteúdos (arquivos de texto, som, vídeo, animações) construídos em
outros produtos de software. Oferece facilidades para a construção, aplicação e
correção de provas, através da ferramenta QUEST.
Ferramentas de apoio ao aluno
Na versão atual, há poucas ferramentas para que estudante gerencie sua aprendizagem,
ou seja, ainda não estão disponíveis anotações, trilha de progresso, auto-avaliação. No
entanto, AulaNet oferece ferramentas síncronas de comunicação (chat e
videoconferência).
Observações
A principal vantagem de AulaNet é a liberdade dada ao autor para criar cursos segundo
diferentes formatos pedagógicos. Esta característica o diferencia dos sistemas de
autoria, onde há um formato pedagógico de cunho instrucionista subjacente. O
potencial de Classe Virtual não pode ser claramente analisado, pois o ambiente,
mesmo tendo as principais funcionalidades implementadas, ainda está em fase de
testes.

♦ FRAMEWORKS PARA APRENDIZAGEM COOPERATIVA


Características gerais
Como permitem customização, os frameworks podem gerar uma série de novos
ambientes adaptados a necessidades e filosofias educacionais específicas. Ganhos em
flexibilidade quase sempre ocasionam perdas na facilidade de uso. Os sistemas de
autoria para cursos à distância são fáceis de usar, mas pouco flexíveis. Ou seja, os
sistemas geram cursos padronizados, não sendo possível alterar funcionalidades,
formato e formas de apresentação de conteúdos. Já os frameworks são flexíveis,
permitindo a partir de componentes básicos de interface e de objetos fornecidos pelo
software, o desenvolvimento de aplicações cooperativas personalizadas. Mas tal
customização parece requerer um esforço implementacional considerável.
Ferramentas de apoio ao professor
Os frameworks fornecem ao professor tão somente um conjunto de ferramentas para o
desenvolvimento de atividades cooperativas. Promondia e wOrlds oferecem a mesma
interface para todos os seus usuários. Habanero tem disponível um conjunto de
ferramentas para desenvolvimento de atividades cooperativas: um editor cooperativo,
que armazena até 50 K de informação textual, um editor gráfico, um espaço de
votação voltado, possivelmente para negociação e tomadas de decisão, entre outras
ferramentas.
Ferramentas de apoio ao aluno
As ferramentas de apoio ao aluno são as mesmas que estão disponíveis para o
professor- coordenador da sessão cooperativa. Há ênfase em ferramentas de
comunicação e cooperação síncronas.
Observações
Estes ambientes nem sempre são seguros. No site do Habanero são apresentados bugs e
limitações atuais. Uma pequena interação com Promondia, agendando um encontro,
mostra sua instabilidade. Promondia e wOrlds, com frequência, têm acesso negado ou
mudam de endereço Web. Mas, estes frameworks podem apoiar formas inovadoras de
aprendizagem. A restrição é que talvez os professores da educação básica – público a
quem, por exemplo, Habanero é dirigido – não explorem a potencialidade do ambiente,
por falta de suporte pedagógico.

♦ AMBIENTES DISTRIBUÍDOS DE APRENDIZAGEM COOPERATIVA


Características gerais
Estes ambientes adotam o paradigma construtivista, sendo voltados para o
desenvolvimento de meta-habilidades cognitivas. NICE, CSILE, CaMILE, Belvedere e
Collaboratory Notebook estão sendo usados experimentalmente e têm resultados de
pesquisa a apresentar. Segundo os relatos, os ambientes, mesmo voltados para a
aprendizagem cooperativa, nem sempre atingem o objetivo de cooperação entre os
pares, apontando para a dificuldade do trabalho educacional cooperativo,
especialmente à distância.
Ferramentas de apoio ao professor e Ferramentas de apoio ao aluno
Não se pode oferecer dados de análise, já que não houve interações e testes de
desempenho dos ambientes, mas estão disponíveis ferramentas de comunicação e
cooperação síncronas.
Observações
Os ambientes NICE, CaMILLE, Belvedere, QSabe e WebSaber rodam em browser
Web. CSILE roda em MacIntosh e UNIX. Collaborative Notebook foi desenvolvido
para MacIntosh, mas utiliza uma base de
dados Oracle com protocolo TCP/IP. Todos os ambientes dispõem de boa
documentação on-line.

4. CONCLUSÕES

Neste artigo é apresentado um estado da arte abrangente, mas não exaustivo, em espaços
virtuais de ensino e aprendizagem. Visando ampliar o escopo do trabalho, iniciamos a
tarefa de analisar o potencial técnico e pedagógico das novas formas de educação apoiada
nas tecnologias da Internet. Para tanto, tivemos que compor diretrizes básicas de análise
aplicáveis a todos os ambientes. As diretrizes propostas são fundamentadas nos trabalhos
apresentados pelo Center for Curriculum Transfer and Technology
[http://www.ctt.bc.ca/landonline/index.html] e por Santoro, Borges e Santos [1998].

Dada à variedade de formas de educação virtual, a análise mostrou-se pouco conclusiva,


sugerindo não haver, entre as formas descritas, uma que se destaque por apresentar maior
potencial técnico ou pedagógico. Parece, no entanto, existir formas mais adequadas aos
diferentes objetivos educacionais. Se o objetivo educacional a ser atingido está relacionado
com a transmissão e apreensão de conteúdos, os sistemas de autoria para cursos à
distância são a melhor escolha. Se o objetivo do professor é fornecer aos estudantes fontes
suplementares de informação, pode ser proveitosa a sugestão de consultas aos materiais
disponíveis em sites como The World Lecture Hall, The Public Library e Study Web. Se
há um objetivo educacional voltado para trabalho cooperativo entre estudantes, pode ser
interessante que o professor proponha o uso das ferramentas disponíveis, por exemplo, em
Habanero e nos espaços colaborativos do site ACD.

De toda forma, a complexidade de análise aponta para a necessidade de uma avaliação


formal e setorizada dos sites, sistemas, frameworks e ambientes disponíveis, com vistas a
fornecer subsídios técnicos e pedagógicos seguros para professores e desenvolvedores.
Uma análise do material disponível e das formas de trabalho nos sites Study Web e The
World Lecture Hall, por exemplo, poderia constituir-se em trabalho útil, fornecendo
indicadores sobre a viabilidade e pertinência da construção de sites brasileiros análogos.

Por outro lado, alguns dos ambientes de criação de cursos virtuais descritos dispõem de
versão freeware e podem, portanto, ser analisados através da construção e aplicação de
materiais educacionais. Sugerimos que pesquisadores interessados desenvolvam cursos ou
atividades educacionais e apresentem avaliações mais precisas. A análise dos frameworks
e dos ambientes para aprendizagem cooperativa descritos envolve maior complexidade,
uma vez que eles visam operar com formas menos estruturadas de aprendizagem. Nossa
sugestão é a criação de uma lista de discussão ou de um newsgroup para a análise e
discussão destes ambientes e de ambientes análogos. Outra sugestão refere-se a melhor
acesso a sistemas desenvolvidos por pesquisadores brasileiros. Dessa forma, poderíamos
analisar e usar sistemas/ambientes, disponíveis em língua portuguesa e mais adequados à
nossa realidade cultural e educacional.
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