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ESTUPRO:
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
1) Tipicidade objetiva:
“Não configura o crime de estupro a ameaça do acusado de prolatar as suas relações íntimas
com a vítima aos familiares desta e aos seus colegas para denegrir-lhe a honra” (TJSP – AC – Rel.
Adalberto Spagnuolo – RT 490/306).
“Sendo complacente o hímen da vítima, o exame médico-legal não vai positivar a realização da
conjunção carnal. Mas outras provas poderão comprovar tal fato” (TJRJ – AC – Rel. Raphael Cirigliano
Filho – RT 588/363).
“Conjunção carnal – Para que se configure, não é necessária a introdução total do membro,
quando se configura o coito vulvar, com o afastamento dos lábios e atrito com os órgãos externos” (TJDF
– AC – Rel. Helládio Monteiro – RT 220/189).
“A ameaça para configurar o estupro deve se referir a determinado dano material ou moral
considerável, capaz de inibir a vontade da vítima” (TJSP – AC – Rel. Weiss de Andrade – RT 501/282).
“A conjunção carnal deve ser obtida mediante violência ou grave ameaça. Em qualquer caso
exige-se o franco, positivo e militante dissenso da vítima. Não há estupro sem que tenha havido violência
(física ou moral) grave, exercida de modo a impossibilitar a resistência da vítima” (TJSP – AC – Rel.
Márcio Bártoli – RT 180/346).
“Aceitando a vítima sair em companhia do réu logo depois da prática do ato sexual e dele se
despedindo de forma carinhosa, com beijo na face, tais circunstâncias evidenciam a inexistência do crime
de estupro” (TJGO – AC – Rel. Juarez Azevedo – RT 712/437).
2) Tipicidade subjetiva:
3) Sujeitos do crime:
“Em sendo o crime de estupro catalogado como sendo crime próprio, pois pressupõe no autor
uma particular condição ou qualidade pessoal, nada impede a mulher seja partícipe desse delito contra a
liberdade sexual” (TJMT – HC – Rel. Mário Ateyeh – RT 704/369).
4) Consumação e tentativa:
“Se o agente manifesta por palavras inequívocas a intenção de manter relação sexual, mediante
violência, com a pessoa da vítima, caracterizado está o crime de estupro, na forma tentada” (TJDF – Ap.
– Rel. Lécio Resende – RT 752/639).
“Caracteriza-se o crime de estupro na forma tentada quando o agente, em lugar ermo e distante,
constrange a vítima à prática do ato sexual, iniciando a execução de seu intento interrompido diante da
reação eficaz desta, ainda quando não tenha chegado a haver contatos íntimos” (TJGO – AC – Rel. Pedro
Correia – RT 720/494).
5) Presunção de violência:
“O fato de a vítima de estupro ser menor de 14 anos não pode constituir agravante, por ser
elemento da figura criminosa” (TJMT – AC – Rel. Rui Dias – RT 673/353).
6) Formas qualificadas:
Quando resultar lesão corporal grave ou morte da vítima, de acordo com o art.
223, a pena a ser aplicada aumenta-se para 8 a 12 anos e 12 a 25 anos, respectivamente.
8) Concurso de crimes:
É possível o concurso do estupro com outros crimes sexuais, mesmo que a vítima
seja a mesma.
“Embora do mesmo gênero, os crimes de estupro e atentado violento ao pudor (CP, arts. 213 e
214) não são da mesma espécie, o que afasta a continuidade e corporifica o concurso material” (STJ –
Rel. Edson Vidigal – REsp. 221.634).
“O delito de atentado violento ao pudor somente é absorvido pelo de estupro quando certos atos
iniciais e atentatórios são praticados até o fim visado, que é a cópula vaginal” (TACRIM-SP – AC – Rel.
Camargo Aranha – JUTACRIM 51/271).
Se, em momentos seguidos, a mesma vítima for violentada várias vezes, pode ou
não haver o crime continuado. A jurisprudência diverge, não havendo posição pacífica
nem mesmo dentro do mesmo tribunal. Por exemplo, o TJSP ainda se divide quanto à
essa possibilidade.
9) Crime hediondo: