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UM POUCO DE HISTÓRIA
OS TEZCATLIPOCA
Também Tezcatlipoca era uma divindade solar e lunar, o sol cálido do estio
e a divindade noturna invisível. Agora falamos de um deus singular, um dos
rivais Tezcatlipoca, dado que foram quatro os filhos de Ometeotl, cada um
com uma das quatro cores simbólicas: branco, vermelho, preto e azul. Para
maior complicação da figura divina de Tezcatlipoca, muitas vezes aparece o
seu oponente Quetzalcóatl com a mesma caracterização que ele.
Tezcatlipoca andava na noite, aterrando os infelizes ou contribuindo para
cimentar a fama dos corajosos que mantinham a sua honra perante a
terrível presença do deus, que era tão temido como respeitado, dado que a
ele também lhe ofereciam sacrifícios abundantes, sacrifícios humanos. Uma
dessas festividades dedicadas a Tezcatlipoca era a do Toxcatl, para a qual
se preparava a um prisioneiro, sempre um homem jovem e bonito, durante
todo um ano. Três semanas antes do seu sacrifício ritual, o engalanado
prisioneiro, considerado como a própria personificação do deus, era unido
em casamento a quatro virgens escolhidas e estava com elas até que
chegava o dia da cerimônia. Então, acompanhado pela nobreza em pleno,
era levado ao templo do sacrifício; lá, já em solitário, ascendia a longa
escadaria com toda a majestade do deus encarnado. Na cimo, esperavam-
no os sacerdotes e a faca de obsidiana que teria que abrir-lhe o peito de um
único golpe, para que o seu coração pudesse ser levantado ao céu e
arrojado depois, com o corpo, pelas bancadas abaixo, de maneira similar
como se fazia para satisfazer Quetzalcóatl e o grande Huitzilopoctl.
OUTROS DEUSES
DIVINDADES DO MAR
Contam as lendas sioux que Ictinike, filho do deus do Sol, tinha ofendido o
seu pai e por isso foi expulso das regiões celestiais; era um jovem tão
batoteiro e tão sem palavra que foi ele quem ensinou aos homens toda a
maldade, até o ponto de ser chamado Pai da Mentira. Para a tribo omaha,
Ictinike também tinha ensinado a guerra aos humanos e, por isso mesmo,
era considerado como deus dos homens em armas. Dele se contavam
fábulas a favor e contra a sua astúcia, era associado com os
correspondentes animais totêmicos, como o coelho, o castor, o abutre, a
águia, a rata, o martim pescador, o esquilo, etc., e dessas fábulas se
extraíam as correspondentes lições morais. Também os sioux tinham as
suas lendas de heróis, como a vingança de Wabaskaha, a história de Pena
branca, o matador de gigantes, a história do Coelho e as muito abundantes
de espíritos-serpentes, como os vinte homens-serpente, a do monstro-
serpente, a da esposa-serpente, etc., mas a sua cosmogonia se limita a um
relato ancestral de um povo subterrâneo, que trepou pelas raízes de umas
vinhas até ver o maravilhoso mundo exterior. Ao conhecer-se a notícia,
todos trataram de alcançá-lo, mas a raiz cedeu e só a metade chegou ao
mundo de fora. Após a morte, os bons poderão chegar àquela povoação
submersa e os maus ficaram pelo caminho.