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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da

Comarca de (Competência)-SC. Nesse sentido é a doutrina:


“Não comparecendo o defensor do acusado, o juiz pode
determinar que se realize a audiência (...) Naquela hipótese, porém,
deve nomear para o ato um defensor (ad hoc), ou para que defenda o
réu até que o representante constituído volte a oficiar nos autos”
(Mirabete, Código de Processo Penal Interpretado, p. 685)

ANTÔNIO, devidamente qualificado nos autos do processo Requer, portanto, que seja declarada a nulidade do processo por
criminal nº 0000, que lhe move a Justiça Pública, vem, mui cerceamento de defesa, nos termos do artigo 564 do CPP.
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado infra
firmado, inconformado com a respeitável decisão de pronúncia proferida Mérito
pelo juízo a quo, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com
fundamento no artigo 581, IV, do Código de Processo Penal. 2. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA

Caso Vossa Excelência venha a manter a decisão recorrida, Ficou provado, durante a instrução processual, que o apelante
requer que o presente recurso seja devidamente processado e praticou o fato com a convicção defendendo o seu patrimônio, pois
encaminhado à instância superior, dando prosseguimento nos termos da acreditava que a vítima fosse um ladrão no interior do seu veículo.
lei. Razões em anexo.
Trata-se, portanto, de legítima defesa putativa, uma vez que o
Nesses termos, pede deferimento. apelante agiu em função de erro plenamente justificado pelas
circunstâncias.
(Local de Prova), 8 de outubro de 2006.
Dessa forma, a absolvição sumária, nos termos do artigo 411 do
FULANO DE TAL CPP, é a medida que se impõe, em função da causa de isenção de pena
OAB-SC 0000 prevista no artigo 20 § 1º do CP.

Assim se manifesta a jurisprudência:


“Pronúncia. Absolvição sumária. Sendo a única versão advinda
da prova e que aponta a legítima defesa putativa, correta a sentença de
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO absolvição sumária” (RJTJERGS 191/120)

Requer, portanto, a absolvição sumária do recorrente, pelo


Egrégio Tribunal, reconhecimento de causa de isenção de pena, nos termos do artigo 411
do Código de Processo Penal.

Colenda Câmara, 3. MEIO CRUEL

Para a configuração da qualificadora referente ao meio cruel,


Trata-se de processo criminal no qual o recorrente foi denunciado prevista no artigo 121, § 2º, III do CP, é necessário que a vítima fique
pelos seguintes fatos: sujeita a sofrimento físico intenso, excessivo, desnecessário.

O recorrente, primário e bons antecedentes, voltando de um bar Esse rigor excessivo não ocorreu no caso concreto, além do que a
noturno das redondezas, durante a madrugada, viu um vulto escondido simples reiteração dos disparos não qualifica o delito, por ser o meio
no interior de seu veículo. encontrado pelo recorrente para a sua defesa.

Temendo pela sua vida, disparou três tiros contra o vulto, Sobre o assunto, assim se manifesta a doutrina:
ocasionando a morte instantânea do mesmo. Posteriormente, verificou- “Qualifica também o crime a utilização de meio cruel, que sujeita a
se que se tratava de um amigo do recorrente, que pretendia assustá-lo a vítima a graves e inúteis sofrimentos físicos e morais, meio bárbaro,
título de brincadeira. brutal, que aumenta inutilmente o sofrimento da vítima. A reiteração de
golpes, por si mesma, não qualifica o crime” (Mirabete. Código Penal
Foi realizado exame de corpo de delito por dois peritos oficiais, que Comentado, p. 926)
constataram a morte em decorrência dos disparos. Na inquirição de
testemunhas de defesa, o defensor, devidamente intimado, não Assim, requer que a decisão de pronúncia seja reformada,
compareceu, tendo o juiz deixado de nomear substituto para o ato. desconsiderando a qualificadora referente ao meio cruel, prevista no
artigo 121 § 2º, III, do Código Penal.
Após a instrução processual, o recorrente foi pronunciado pelo
delito de homicídio qualificado por meio cruel e mediante recurso que 4. REQUERIMENTO FINAL
torne impossível a defesa do ofendido. Ante o exposto, requer que o presente recurso seja acolhido e
provido, como medida imprescindível à realização da justiça, reformando
No entanto, a respeitável decisão de pronúncia deve ser reformada, a respeitável decisão de pronúncia proferida pelo juízo a quo, nos
pelos fatos e fundamentos expostos a seguir: seguintes termos:
a) que seja declara a nulidade do processo por cerceamento de
Preliminarmente: defesa, nos termos do artigo 564 do CPP;
b) que seja declarada a absolvição sumária do recorrente, pelo
1. NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA reconhecimento de causa de isenção de pena, nos termos do artigo 411
do Código de Processo Penal.
Segundo o parágrafo único do artigo 265 parágrafo único do c) que seja desconsiderada a qualificadora referente ao meio cruel,
CPP, quando o defensor não comparece a determinado ato processual, prevista no artigo 121 § 2º, III, do Código Penal.
deve o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente ou só para o
ato. Nesses termos, pede deferimento.

No entanto, tal aspecto não foi observado no caso concreto, (Local de prova), 8 de outubro de 2006.
acarretando manifesto prejuízo à defesa. Trata-se, portanto, de nulidade
do processo por cerceamento de defesa, segundo o artigo 564 do CPP. FULANO DE TAL
OAB/SC – 0000

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