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2 REDE DE ASSINANTES

É a parcela do sistema telefônico que interliga a central local com o aparelho


telefônico. Além da voz, é usada também para comunicação de dados. Atualmente a rede
de assinantes é formada em sua maior parte por cabos de pares metálicos. Aos poucos tem
sido implantada rede de cabos ópticos na interligação entre a central e armários de
distribuição ou entre central pública e pabx.

2.1 COMPONENTES
Esquematicamente, a rede de assinantes é composta pelos seguintes elementos:

Central
Planta Externa Comutadora

DG
Caixa de
Cabo Primário Jumper
Distribuição

Telefone Tomada Armário


Cabo
Fio Drop
Secundário
Bloco de Bloco de
Proteção lado Proteção lado
vertical horizontal

A rede de Assinante

• Distribuidor Geral (DG) – localizado dentro da estação telefônica, faz a


interligação entre a central comutadora e a rede externa. No DG os pares das
linhas de assinantes são conectados a blocos protetores (conexão vertical) e
interligados a blocos de corte (conexão horizontal). Cada par de terminais do
bloco de corte recebe um par do equipamento comutador e corresponde ao
número do assinante. A interligação entre os blocos é feita através de fios
jumper.

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Para o telefone
3475 DG

Equipamento de Comutação
221- 3478
3476

Jump
3478
Cabo de
pares

Lado Lado Vertical


Horizontal

A estrutura do Distribuidor Geral

• Cabo primário (alimentador) – é o trecho da rede que interliga o DG ao armário


de distribuição. É um cabo de alta capacidade (> 200 pares) instalado em caixas
e dutos subterrâneos. Este trecho da rede é também chamado de rede primária.
• Cabo secundário (distribuidor) – é o trecho da rede que interliga o armário de
distribuição às caixas terminais. É um cabo de baixa capacidade (≤ 200 pares),
usado em instalações aéreas. Este trecho é denominado de rede secundária.
• Caixa de emenda – utilizada para emenda de cabos. Existem diferentes tipos de
emendas dependendo se o cabo é subterrâneo ou aéreo.
• Caixa terminal (ou de distribuição) – onde termina a rede de cabos e são
conectados os pares de cada assinante. Dentro da caixa são instalados blocos de
conexão. Existem caixas para instalação externa e caixas para instalação interna,
com seus respectivos blocos.
• Fio externo (FE) – utilizado em instalações externas, para interligar a caixa
terminal com a casa do assinante.
• Fio interno (FI) – utilizado em instalações internas. Para instalações internas
existem também os cabos internos (CI).
• Armário de distribuição (ARD) – é um armário instalado externamente onde são
feitas interligações entre os pares da rede primária e secundária.

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2.2 TIPOS DE CABOS E MATERIAIS DE SUSTENTAÇÃO
CTP-APL – é um cabo onde os condutores utilizam isolamento de plástico e ar. Para
evitar interferências externas o cabo é protegido com uma fita de alumínio lisa (APL).
Geralmente utilizado em instalações aéreas, necessita de uma cordoalha de aço (cabo
mensageiro) para sustentação junto aos postes.
CTS-APL – são indicados para redes subterrâneas. São constituídos por condutores
de cobre isolados por uma camada de polietileno expandido revestida por uma película de
polietileno sólido (Foam-Skin), núcleo enfaixado com material não higroscópico e
protegido por uma capa APL.
CTP-APL/G – geralmente usado em instalações subterrâneas, este cabo utiliza
isolamento de plástico e vem com uma geléia entre os condutores para proteção contra
umidade.
CTP-APL/AS – usado em instalações aéreas, é um cabo auto-sustentado não
precisando de cordoalha de aço. Este cabo possui internamente uma cordoalha de fibra de
vidro.
Cordoalha – utilizada para sustentação mecânica dos cabos aéreos que não são auto-
sustentáveis. É a cordoalha que é fixada ao poste e não o cabo.
Fio de espinar – usado para fixar o cabo telefônico à cordoalha.

A nomenclatura para identificação dos cabos leva em consideração também o


diâmetro dos condutores e a capacidade do cabo.
Exemplos:
CTP-APL 40/100 – cabo de 100 pares cujos condutores possuem 0,40 mm de
diâmetro.
CTP-APL 65/200 – cabo de 200 pares cujos condutores possuem 0,65 mm de
diâmetro.

A identificação dos pares telefônicos dentro do cabo é feita através de um código de


cores. Os pares são organizados em grupos de 25 pares dentro do cabo, sendo o código
composto por 25 combinações de cores diferentes. Cada grupo é identificado através de
uma fita colorida.

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Código de cores:
Par Cor Par Cor Par Cor
1 Branco-azul 11 Preto-azul 21 Violeta-azul
2 Branco-laranja 12 Preto-laranja 22 Violeta-laranja
3 Branco-verde 13 Preto-verde 23 Violeta-verde
4 Branco-marrom 14 Preto-marrom 24 Violeta-marrom
5 Branco-cinza 15 Preto-cinza 25 Violeta-cinza
6 Vermelho-azul 16 Amarelo-azul
7 Vermelho-laranja 17 Amarelo-laranja
8 Vermelho-verde 18 Amarelo-verde
9 Vermelho-marrom 19 Amarelo-marrom
10 Vermelho-cinza 20 Amarelo-cinza

2.3 PROTEÇÃO
A proteção elétrica se refere ao conjunto de precauções tomadas com relação a rede,
infra-estrutura e equipamentos dos sistemas de telecomunicações com o objetivo de
proteger a vida e a integridade física dos operadores e usuários do sistema , bem como,
garantir o funcionamento dos sistema quando submetido a perturbações.
As principais fontes de perturbação sobre a rede telefônica são as seguintes:
• Descargas atmosféricas
• Redes de energia elétrica
• Emissoras de Radiodifusão

2.3.1 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS


As descargas atmosféricas podem impor tensões sobre uma linha telefônica quando
um raio incide diretamente sobre a linha ou, quando o raio incide nas proximidades da
linha.
No caso das descargas indiretas, os campos eletromagnéticos gerados pela descarga
se propagam no espaço desenvolvendo tensões impulsivas na linha. Dependendo da
amplitude da descarga e da distância entre o ponto de incidência e a linha, essas tensões
podem provocar a ruptura do isolamento da linha e danos em equipamentos conectados à
mesma.

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As conseqüências de uma descarga indireta são bem menores do que a direta. No
entanto, a taxa de ocorrência da primeira é bem maior do que da segunda.
As pessoas que se encontram próximas ao local de incidência do raio podem ser
submetidos aos seguintes efeitos:
• Descargas laterais: ocorrem em pessoas que se abrigam sob árvores.
• Tensões de passo: quando aparece uma diferença de potencial entre os pés da
pessoa que se encontra sobre o solo, no qual há escoamento de corrente do raio.
• Tensões de toque: ocorre quando a pessoa está com a mão apoiada na estrutura
atingida pelo raio.

2.3.2 REDES DE ENERGIA ELÉTRICA


As linhas de energia elétrica podem operar em dois modos distintos: regime
permanente e regime transitório.
Numa situação de operação normal (estável) a linha está em regime permanente. A
indução eletromagnética originada pela linha neste estado depende da parcela de corrente
que circula pela terra. Este tipo de indução causa ruído audível que interfere na conversação
telefônica. Para que exista corrente fluindo pela terra e, portanto, indução (em regime
permanente) sobre a linha telefônica, duas condições são necessárias:
• Configuração de transformadores em estrela, com o neutro aterrado.
• Desequilíbrio entre as fases.

O regime transitório é um regime de curta duração e ocorre após a alteração das


condições normais de operação da linha. Essa alteração pode ser causada pelo chaveamento
de transformadores, curto-circuitos, etc. A indução eletromagnética gerada por curto-
circuitos pode causar sérios danos à rede telefônica devido às elevadas correntes
envolvidas, as quais provocam sobretensões sobre o par metálico.

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2.3.3 EMISSORAS DE RADIODIFUSÃO
Ao incidirem nas linhas de telecomunicações, os campos eletromagnéticos emitidos
por estações de radiodifusão induzem tensões nestas linhas que podem interferir com os
sinais da mesma. Esta interferência pode ocorrer tanto em linhas com sinais digitais quanto
analógicos. Nas linhas digitais tem-se erro na interpretação dos pulsos, enquanto nas linhas
analógicas ocorre a demodulação de sinais da emissora AM, o que faz com que o som da
rádio se sobreponha ao da conversação telefônica.

2.3.4 MEDIDAS PREVENTIVAS DE PROTEÇÃO


A fim de proteger o sistema de telecomunicação contra os diversos tipos de
perturbações são tomadas algumas medidas preventivas, tais como:
• Descargas atmosféricas: aterramento da rede e instalação de protetores de
sobretensão.
• Ruído (em regime permanente) causado pela rede elétrica: utilização de cabos
blindados e aterrados.
• Transitórios causados pela rede elétrica: aterramento da rede e instalação de
protetores de sobretensão.
• Emissoras de radiodifusão: utilização de cabos blindados e aterrados, redução da
potência da emissora.

Os aterramentos da rede externa devem ser distribuídos e instalados nos seguintes


elementos: DG, ARD’s, cabo mensageiro (cordoalha), blindagem dos cabos, equipamentos
multiplex, caixas terminais com protetores.
Os pontos de aterramento da rede telefônica devem ser sempre separados dos pontos
de aterramento da rede elétrica, com afastamento de no mínimo 20 metros.

Valores da resistência de aterramento:


• O aterramento da cordoalha deve ser menor ou igual a 13 Ω.
• O aterramento da blindagem do cabo deve ser menor ou igual a 30 Ω.

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• Em locais onde forem instalados protetores (caixa terminal ou protetor individual) o
aterramento deve ser menor ou igual a 15 Ω
• Na estação telefônica, o valor máximo admissível é de 5 Ω.

2.4 CONTAGEM DA REDE


Existem, basicamente duas topologias de rede metálica de assinantes: (1) a rede
rígida onde o cabo alimentador é conectado diretamente ao cabo distribuidor através de
emendas seladas (vedadas) e (2) a rede flexível onde as conexões entre o cabo alimentador
e distribuidor são flexíveis, através da substituição das emendas seladas por ARD’s.
Em função da operação e manutenção da rede é necessário identificar todos os
cabos, caixas e armários de distribuição instalados. Esta identificação é feita em campo
pintando-se as caixas e armários com sua respectiva numeração de cadastro e numerando-se
todos os cabos que saem do DG. É mostrado abaixo um exemplo de uma rede flexível com
as respectivas contagens dos cabos, caixas e armário.

ARD 52 / 1400

CTAPL 1200
3. 601 a 1800

CTAPL 52/ 20 52/ 1


CTAPL 1800 CTAPL 600 CA 200
Estação 200
3. 1 a 1800 3. 1a 600 3. 1 a 200 52/ 1- 200

52/ 30 52/ 21
CA 100
52/ 201- 300
CTAPL 400

3. 201 a 600

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2.5 ATENUAÇÃO
Representa a perda de potência do sinal através do par metálico devido a
característica resistiva, as correntes de fuga no dielétrico, e ao descasamento de impedância
entre a fonte de sinal e a linha ou entre a linha e a carga (aparelho telefônico). A atenuação
máxima entre a central telefônica e o aparelho do assinante é de 8 dB.

1500 m 2500 m
1A
# 0,40 mm # 0,50 mm
Central

600 m 800 m
# 0,40 mm # 0,50 mm

1C 1B

São dados a seguir os valores característicos de atenuação (a 800 Hz) do par metálico.
Cabo subterrâneo à 20 oC: Cabo aéreo à 45 oC:
0,40 mm – 1,59 dB/km 0,40 mm – 1,66 dB/km
0,50 mm – 1,29 dB/km 0,50 mm – 1,36 dB/km
0,65 mm – 1,00 dB/km 0,65 mm – 1,05 dB/km
Derivações: 0,8 dB/km

2.6 LIMITE DE RESISTÊNCIA DE ENLACE


É a máxima resistência admitida para o enlace de assinante. Pode ser determinada
pela seguinte expressão:
LRE = (V/Imin) – (Rp + Rt)
onde:
V – é a tensão de alimentação.
Imin – é a corrente microfônica mínima para funcionamento do telefone (20 mA).
Rp – resistência da ponte de alimentação.
Rt – resistência do telefone (300 Ω)

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São dados a seguir os valores característicos de resistência elétrica do par metálico.

Cabo subterrâneo à 20 oC: Cabo aéreo à 45 oC:


0,40 mm – 273 Ω/km 0,40 mm – 299,7 Ω/km
0,50 mm – 170 Ω/km 0,50 mm – 186,6 Ω/km
0,65 mm – 106 Ω/km 0,65 mm – 116,4 Ω/km

2.7 TRATAMENTO DE ENLACE


Existem duas maneiras de manter o enlace de assinante dentro dos limites de
transmissão e de resistência: (1) utilização de cabos com condutores de maior diâmetro ou,
(2) utilização de dispositivos eletrônicos. Quando é escolhida a segunda opção realiza-se o
denominado tratamento de enlace. Dentre os equipamentos para tratamento de enlace
temos: bobina de pupinização, extensor de enlace e repetidor de freqüência de voz.
A bobina de pupinização é um indutor ligado em série com a linha, com a
finalidade de se contrapor ao efeito capacitivo do par metálico e reduzir a distorção de
amplitude dos sinais transmitidos e baixar os valores de atenuação do enlace.
O extensor de enlace é um dispositivo eletrônico instalado na estação telefônica,
em bastidores apropriados, o qual é ligado em série com a fonte da central, fornecendo uma
tensão DC mais elevada que supri a corrente microfônica mínima.
O repetidor de freqüência de voz é um dispositivo eletrônico instalado na estação
telefônica, com a finalidade de proporcionar um ganho de potência no sinal de voz, nas
duas direções, para compensar o excesso de atenuação do enlace. As faixas de ganho dos
repetidores estão comumente entre 4,0 e 6,5 dB.

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