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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
LARISSA PRADO
BRENO PEREIRA
DANIELE AKEMI
NELSON PINCELLI NETO
VINNÍCIUS DE SÁ
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Índice
Capa......................................................................................................................1
Sumário.................................................................................................................3
1.Introdução...........................................................................................................4
2.História da Fotografia..........................................................................................6
2.1Entendendo a Fotografia................................................................................8
3.Fotojornalismo...................................................................................................11
3.1Reportagem Fotográfica...............................................................................13
3.2 O Olhar do Repórter Fotográfico..................................................................14
3.3Biografia do Fotógrafo Hélio Norio...............................................................16
4. Fotojornalismo no Brasil....................................................................................18
5. Jornalismo Esportivo.........................................................................................18
6. Histórias das Copas do mundo de Futebol da FIFA..........................................21
6.1 A Copa do Mundo de 1994..............................................................................24
7. A Copa do Mundo de 94 através das Lentes de Hélio Norio............................31
8.Conclusão............................................................................................................35
9.Referências.........................................................................................................36
10.Anexo.................................................................................................................38
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1. Introdução
Este projeto tem como tema: “O olhos através das lentes: fotojornaismo e a Copa
do Mundo de 1994”. Por meio dele, visa-se compreender o olhar do fotógrafo Hélio
Norio sobre o evento realizado nos Estados Unidos, com base no material coletado no
Jornal A Gazeta Esportiva.
A fotografia é hoje um dos principais meios veiculadores de informações, tanto
do ponto de vista profissional quanto por meio de seu uso em situações sociais
diversas.
Com advento da tecnologia digital, fotografar tornou-se mais popular, devido ao
barateamento das formas de produção e distribuição de imagens via internet.
A foto desvinculou-se do suporte papel, que a tornara significadamente onerosa.
Dessa forma, estudar a potencialidade da fotografia nos tempos atuais é mais do que
nunca oportuno dada a sua onipresença nos meios de comunicação.
Em razão do exposto, esse projeto de pesquisa tem como objetivo esclarecer o
surgimento do fotojornalismo, explicar de modo filosófico e técnico o olhar do fotógrafo,
e compreender como as imagens narram uma história de forma até mesmo
independente da história narrada pela linguagem verbal.
Parte-se da idéia de que a fotografia não se constitui em mera ilustração dos
textos jornalísticos, mas, sim, oferecem a possibilidade de uma leitura paralela do fato
e, ao unir-se a linguagem verbal, cria um todo de significado.
Dessa forma, nossa delimitação consiste em analisar o fotojornalismo esportivo
levando em consideração os ângulos e recortes escolhidos pelo profissional de
fotografia. Para tanto, fizemos um levantamento das fotos de Hélio Norio sobre a Copa
do Mundo de 1994, publicadas no Jornal A Gazeta Esportiva, com seus títulos e
legendas, nos períodos de abertura e encerramento desse evento esportivo.
A seleção de fotos deu-se a partir do seguinte critério:
- instantâneos da partida;
- fotos da torcida / comemoração;
- fotos de treino;
- fotos de jogadores extra-campo;
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- abertura / encerramento;
- técnico;
O resultado do projeto servirá como base de pesquisa aos interessados em
fotografia, cuja popularização cria interesses em variados tipos de pessoas, como
estudantes, profissionais da área, entre outras. Além disso, por ser a fotografia um meio
de comunicação, será útil principalmente a estudantes de Comunicação em geral, pois
abrirá ampla visão sobre a importância do significado da foto.
A equipe realizadora da pesquisa obteve como benefício o aprofundamento dos
conhecimentos em fotojornalismo, o que poderá servir como instrumento de base do
curso e aperfeiçoamento nessa técnica.
Na elaboração deste trabalho, baseamo-nos em autores como Barthes (1984),
Bussele (2001), Dubois (2003), Kossoy (2001), Lima (1983), Machado (1984),
Persichetti (2003), Barbeiro (2002), de modo que pudéssemos dar conta das
particularidades do uso da fotografia no jornalismo.
Além disso, foram reaizadas pesquisas na internet e entrevista com o
fotojornalista Hélio Norio, profissional de carreira já madura, que relatou sua
experiência. Segundo ele, o sentimento do fotógrafo transparece em seu trabalho.
“Pode-se, por meio de suas fotos, perceber até mesmo o seu sorriso”, declara Hélio.
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2. HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
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O que não é de conhecimento de todos é que, no Brasil, em Campinas, o francês
Hércules Florence fazia uso da fotografia desde 1833, produzindo diplomas e rótulos
farmacêuticos.
Florence saiu do anonimato graças aos estudos de Boris Cassoi, arquiteto,
historiador e professor da Universidade de São Paulo. Através dos estudos de Cassoi
divulgados mundialmente, Florence passou a figurar na galeria dentre os muitos
inventores da fotografia.
Após anos de experiências e tentativas, George Eastman lançou a primeira
câmera portátil com filme. Até então só era possível retratar uma imagem em uma folha
ou chapa de cobre como fazia Daguerre. Nesse processo, era necessário utilizar
materiais químicos sensíveis à luz para realizar a impressão de uma imagem.
Depois da invenção de Eastman, todas as pessoas poderiam tirar fotos
rapidamente com maior facilidade. Essa invenção veio para ficar, cada vez mais passou
a ser utilizada, e as técnicas de aperfeiçoamento acompanharam sua utilização.
A princípio a fotografia era de uso “artesanal” e se tornou mais popular nos
Estados Unidos. Havendo uma enorme aceitação da fotografia, capitais foram
investidos em pesquisas e produções de materiais fotossensíveis, proporcionando o
surgimento de verdadeiros “impérios” industriais e comerciais.
Com esta nova conquista, todos os processos diários do mundo passaram a ser
documentados por uma câmera, ampliando nossa comunicação que antes não passava
da tradição verbal.
No final do século XX e início do século XXI, tornaram-se populares as câmeras
fotográficas produzidas a partir de tecnologia digital.
Na era digital, a fotografia presinde do suporte físico (que era a película e o papel
sensíveis à luz) para tornar-se uma equação matemática armazenada na memória das
máquinas fotográficas e computadores. Para que se possa visualizá-la, é necessário
um leitor óptico que transforma essa equação matemática em pixels, que são pontos
luminosos em uma tela eletrônica.
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2.1 Entendendo a Fotografia
No livro Tudo sobre fotografia, o autor Michael Busselle diz que: “Ao
aprendermos a tirar fotos e a apreciá-las, não nos limitamos a passar por um mero
processo de alfabetização, pois a fotografia transcende a barreira da linguagem,
aumenta imensuravelmente nossa compreensão do mundo e de seus habitantes e
incorpora às nossas vidas cotidianas uma sensibilidade mais aguçada em relação à
beleza”.
Ele faz um paralelo interessante entre o olho humano e uma máquina fotográfica,
no qual explica: “A pálpebra corresponde ao obturador; a córnea e a lente do olho
trabalham em conjunto, focalizando as imagens sobre a retina fotossensível; a íris
controla a quantidade de luz que penetra no olho, e ainda coopera com o cristalino para
produzir uma imagem clara e bem definida, atuando exatamente como o diafragma de
uma câmara. A retina assemelha-se ao filme fotográfico, pois contém substâncias
químicas, e estas são modificadas pela luz de diversos comprimentos de onda”. Neste
ponto, porém termina a analogia, pois as informações captadas pelos olhos são
interpretadas pelo cérebro – e nisso é que há a grande diferença entre os dois: a
fotografia é tirada pelo fotógrafo e não por sua máquina.
O obturador tem como função principal algo muito simples, porém muito
importante: enquanto está fechado, o filme não é atingido pela luz, porém, quando se
aciona o propulsor, ele se abre, permitindo a exposição do filme à luz. A velocidade de
um obturador é capaz de “imobilizar” qualquer movimento, tornando tudo o mais nítido
possível.
Para Busselle, é necessário que o fotógrafo tenha consciência daquilo que se
deseja expressar e determinar a causa de seu interesse. Aprender a olhar com maior
atenção para as cenas de todos os dias precisa ser um hábito mecânico, para que se
possa saber escolher e utilizar-se de sua seleção que é muito importante para o seu
trabalho.
O fotojornalismo em essência, segundo Buselle, pode ser dividido em duas
categorias: a foto é o registro em um momento único, seja ele previsto ou espontâneo,
digno de manchete na imprensa ou corriqueiro; ou é elemento de uma série, destinada
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a formar uma história. Em ambos os casos, encontram-se um grande leque de
possibilidades, desde uma missão jornalística até um retrato informal não-premeditado.
A única contribuição do fotógrafo – fora, naturalmente, seu talento e experiência –
consiste na escolha do exato momento a ser registrado.
Ao compartilhar uma visão mais ampla do que seja a fotografia, Roland Barthes,
em seu livro A câmara clara (1980), faz emergir diferentes discussões sobre o tema,
muitas das quais perduram até hoje, pelo seu caráter atual.
Quando descreve a angústia que sente por não reconhecer sua mãe, em meio a
tantas recordações fotográficas, isto é, incapaz de assimilar a imagem materna pessoal,
interiorizada em si, com as que se apresentaram a sua frente, o autor revela a nós um
dado importante, que certamente serve de diagnóstico à frustração vivida. A essência
revelada nos olhos da mãe valia de argumento para descartar aquelas fotos que não
correspondiam a tal construção sentimental.
Em O ato fotográfico (1986), o escritor Philippe Dubois retrata o conflito com sua
reflexão sábia: “Por sua gênese automática, a fotografia testemunha irredutivelmente a
existência da referente, mas isso não implica a prioridade que ela se pareça com ele”.
O peso do real que a caracteriza como um fato e não nimese. Assim é possível inferir
que há mascaras cuja própria sociedade veste e faz vestir. No convívio social,
buscamos a todo momento passar uma mensagem de superioridade e confiança.
Contudo, ao confrontarmos essa prática com os auto-retratos do séc. XIX, nota-se que
a representação de uma identidade, pintada sobre uma tela, tinha a força de dar a ver a
sociedade todo o destemor, posição social da elite da época. Em uma das passagens
da obra, Barthes atribui à fotografia como um signo que traz dados culturais e que o
observador dela contextualizará a época, a partir da bobagem intelectual de quem tem
posse. Valendo-nos ainda de Philippe Dubois, concordamos com seus escritos que
agregam solidez a perspectiva de Barthes, eis os propósitos determinados pelos usos
antropológicos da foto, que mostram que a significação da mensagem fotográfica é de
fato determinada culturalmente, que ela não se impõe como uma evidência para
qualquer receptor, que sua recepção necessita de um aprendizado dos códigos de
leitura. Assim, das muitas fotografias que passam despercebidas por nós ou não, se
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justifica pelo fato de termos vivido o momento. As fotos narram a existência da vida de
alguém.
Outra visão interessante em A câmara clara é a fotografia querendo passar como
o real inquestionável. Barthes deixa claro que a fotografia autentifica a existência de um
ser, porém, não a cópia do real.
Conforme Dubois: “o valor de espelho, do documento exato, de semelhança
infalível reconhecida para a fotografia, deve ser simplesmente diferenciado do mundo
[...] ela não pode por essência revelar a verdade empírica”.
Devemos compreender que diante do fato precisamos revisar nossas
lembranças, no entanto, tais seres que ficaram gravados com certa aparência nas
imagens que guardamos na mente, mudam com o tempo. Com o avanço da tecnologia
e da informática, está se tornando mais difícil distinguir algo real entre tantas
representações. Softwares como o Photoshop, por exemplo, que tem por finalidade o
tratamento de imagens, permite realizar diversas alterações na ilustração e ao mesmo
tempo brincar com o real. Acreditar que uma foto é realidade torna-se “loucura”.
Questões técnicas e principalmente a sensibilidade, essencial de um bom
fotógrafo são deixadas de lado por um público que consome tecnologia a todo o
momento.
Enfim, a obra de Roland Barthes e as conclusões de Dubois, conseguem
despertar a reflexão sobre a leitura que fazemos de maneira consciente ou não das
mensagens fotográficas, onde buscamos resgatar nossas lembranças adormecidas e
que precisam ser reativadas de maneira que nos conforte e de certa forma, em um
mundo que manipula as imagens, a serviço do capitalismo, como é o caso da
publicidade.
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3. O FOTOJORNALISMO
Fig 1 – Foto tirada por Fenton no campo militar em Balaklava durante a Guerra da Criméia em 1855. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Crim%C3%A9ia
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Archer, era um positivo direto sobre vidro. Ele o obtinha com o branqueamento de um
Matriz: negativo subexposto. Colocado sobre papel aveludado, entre molduras
douradas, era um substituto barato para o daguerreótipo. Em 1855 houve na Europa
um aumento de galerias fotográficas consideráveis (de 66 galerias, dois anos mais
tarde para 147). O retratista e fotógrafo Gustav Oscar Rejlander, trabalhou na Inglaterra
em 1853. Um expoente notável de revelação fracionada, sua fotografia mais famosa
The two ways of life (Os dois caminhos da vida), foi feita em 1857.
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Fig 3 – Foto de Timothy H. O’Sullivan – A Colheita da morte (1863). Fonte:
http://www.girafamania.com.br/montagem/fotografia3.html
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Algumas de suas visões particulares sobre uma documentação fotográfica
resultam, depois de reunidas todas as fotografias do seu acervo, em uma exposição
aberta ao público, abre-se mais uma janela para realidade.
Numa primeira relação com a reportagem fotográfica no campo social, emerge,
no fotógrafo, a necessidade de aprofundar o seu trabalho, de se aproximar das
pessoas. A emoção forte de entrar em contato com elas, descobrir seus anseios mais
profundos revelados pela intimidade do olhar, muitas vezes, atônitos, clamando por
justiça, solidariedade ou até mesmo, por esperança, tornam o repórter fotográfico numa
testemunha ocular de uma realidade.
O profissional sabe que cada imagem traduz uma realidade parcial, não traz
todos os ingredientes que a compõe. Mesmo um olhar triste ou alegre não dá a
dimensão de sua dor ou felicidade, apenas incita. Entretanto para o fotógrafo, os
primeiros cliques de sua câmera não escondem a emoção do contato, da descoberta
daquelas pessoas simples que, à sua frente, se preocupam com a aparência pessoal e
de seus pertences.
Entre a dualidade de emoções, o repórter fotográfico, pode estar acostumado
com as turbulências de um país instável, mas, certamente, não concorda com o que
registra. Ele não faz história, apenas a registra e a compartilha com seus semelhantes
na tentativa de mostrar com os seus trabalhos o mundo real que cerca a todos.
Quando este tipo de imagem é publicado, torna-se eternizada pelo talento do
repórter fotográfico. Serve como um ponto de referência para relembrar dos
acontecimentos que a envolveram. Por sorte, tocaria os corações daqueles tão
distantes – física, financeira, política e emocionalmente – do palco dos tristes
acontecimentos onde eles mesmos são reconhecidos como autores.
Prédio da Gazeta Fundação Cásper Libero: Av. Paulista (Foto Hélio Norio)
Quando saiu da Gazeta, em 1996, Hélio fotografou para revistas e sites de times
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como Palmeiras e Santos. Em 2000, entrou no jornal Lance e na editora Escala e em
2002 começou a fotografar para a Petrobras.
Hélio em sua homenagem na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Daniele Akemi)
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Prédio da Petrobras: Av. Paulista (Foto: Hélio Norio)
4. O FOTOJORNALISMO NO BRASIL
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5. Jornalismo Esportivo
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6. História das Copas do Mundo de futebol da Fifa
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Fotógrafos dentro do Maracanã, Copa de 1950.
Fonte: http://www.campooubola.com/imagens/fotografosmaracanafinalde50.bmp
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Figura 2: Taça FIFA e Taça Julet Rimet.
Fonte: http://g1.globo.com/VCnoG1/foto/0,,14955743-EX,00.jpg
A Copa da Espanha foi a primeira Copa do Mundo com 24 seleções. Até 1978 o
número máximo de seleções era 16. Em 1998 novo alargamento, 32 seleções
disputavam a etapa final da Copa do Mundo de futebol. A partir de 1994 a vitória vale 3
pontos. O vencedor ganhava 2 pontos até a Copa de 1990. Em 1998 foi introduzido o
Gol de Ouro que durou até a Copa de 2002 apenas. No Gol de Ouro quem fizesse o
primeiro gol na prorrogação era o vencedor da partida.
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Figura 3: Brasil, time tetracampeão em 1994.
Fonte: http://www.shoptytus.net/loja/images/BRASIL%20COPA%20DE%2094.jpg
Apenas sete países ganharam a Copa do Mundo. Três da América do Sul: Brasil
(5), Argentina (2) e Uruguai (2) e quatro da Europa: Itália (4), Alemanha (3), França (1) e
Inglaterra(1).
Com a conquista do tetracampeonato da Itália a Europa empatou com a América
do Sul no número de títulos. Nove para cada continente. Os Europeus sediaram 11
Copas do Mundo e os sul-americanos apenas três (Brasil em 1950, Chile em 1962 e
Argentina em 1978).
A Copa do Mundo da Coréia do Sul e Japão de 2002 foi a primeira realizada em
dois países diferentes, também foi o primeiro mundial disputado fora do eixo Europa-
Américas,; primeira Copa que um time fora do eixo Europa-América chega entre os
quatro primeiros; primeira Copa em que pelo menos uma das seleções a Europa,
América do Sul, América do Norte, Ásia e África chegam às oitavas-de-final. A Copa da
Coréia do Sul e Japão foi uma Copa de novidades do mundo globalizado. A próxima
Copa do Mundo na África do Sul consolida esta tendência.
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6.1 A Copa do Mundo de 1994
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Figura 2: Copa do mundo Dos Estado Unidos,
Fonte: http://www.futbolwins.com/wp-content/
uploads/2007/11/WorldCupUSA94.jpg
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Figura 3: Zagalo e Parreira com a Taça FIFA em 94,
Fonte: http://www.v-brazil.com/culture/sports/football/
player/parreira-zagallo.jpg
Zagalo voltava à seleção depois do fracasso da Copa de 74, quando tinha sido
acusado de retranqueiro. Ao embarcar com a delegação para os EUA, Zagalo se
defendeu dizendo que preferia ser campeão jogando feio a perder a Copa jogando
bonito.
O Brasil de 94 era um time defensivo. O meio-de-campo, onde no passado
brilharam jogadores de talento como Zizinho, Zito, Didi, Gerson, Rivelino, Falcão e Zico,
era ocupado então pelos valentes e limitados Dunga e Mauro Silva.
A seleção Brasileira estreou contra a Rússia em São Francisco. Aos 27 minutos,
Romário abriu o placar com oportunismo. No segundo tempo, Raí fez o último gol do
jogo, cobrando pênalti sofrido por Romário.
No segundo jogo, o Brasil se soltou mais e ganhou com facilidade de Camarões por 3 a
0, com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto.
No último jogo da primeira fase, o Brasil enfrentou a Suécia em Detroit. Aos 23 minutos
do primeiro tempo Andersson fez o primeiro gol sueco. A Suécia se fechou dificultando
a penetração do ataque brasileiro.
Mas no começo do segundo tempo, Romário marcou. O empate de 1 a 1 garantiu ao
Brasil o primeiro lugar do grupo, mas a seleção saiu de campo vaiada, com a torcida
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mostrando claramente seu descontentamento com o esquema excessivamente
defensivo.
Ao fim da primeira fase a Argentina tinha despontado como grande favorita para o título.
Uma goleada de 4 a 0 sobre a Grécia mostrou um Maradona com ânimo renovado.
No segundo jogo a Argentina conquistou nova vitória, desta vez 2 a 1 sobre a Nigéria.
Mas para surpresa geral, o resultado do exame antidoping de Maradona tinha dado
positivo.
Ele tinha tomado medicamentos que continham substâncias proibidas pela FIFA.
Maradona foi suspenso da Copa e o excelente time argentino não conseguiu
reencontrar seu bom futebol e acabou eliminado pela Romênia nas oitavas-de-final.
Nesta fase, o Brasil enfrentou os donos da casa. O jogo estava marcado para 4 de
julho, o dia da independência dos Estados Unidos, e todo o marketing que promoveu a
partida exaltava um espírito nacionalista.
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Depois de um jogo duríssimo, onde o lateral Leonardo foi expulso por ter atingido
deslealmente um jogador americano com uma fortíssima cotovelada no rosto, o Brasil
venceu por 1 a 0, com um gol de Bebeto, marcado a 15 minutos do final.
Nas quartas-de-final, contra a Holanda, a seleção brasileira fez sua melhor partida no
mundial, vencendo por 3 a 2, com gols de Romário, Bebeto e do lateral Branco, em
cobrança de falta, aos 36 minutos, desempatando o jogo para o Brasil.
Na semifinal, o time brasileiro foi a Los Angeles para enfrentar a mesma Suécia com
quem tinha empatado na primeira fase.
Os suecos voltaram a jogar trancados na defesa, o que exigiu muita cautela e paciência
por parte do Brasil para vencer por 1 a 0, com gol de Romário, marcado a menos de 15
minutos do final.
Depois de 24 anos, a seleção brasileira voltaria a disputar a final de uma Copa do
Mundo. A Itália seria a adversária do Brasil.
Os dois times repetiriam, assim, a final da Copa de 70. Desta vez, o apito final revelaria
ao mundo um tetracampeão, pois cada país já tinha conquistado três Copas do Mundo
(o Brasil em 58, 62 e 70, e a Itália em 34, 38 e 82).
Os esquemas defensivos de Brasil e Itália tiraram parte do brilho do espetáculo e, a
exemplo da final do Mundial anterior, o jogo não teve a emoção de uma verdadeira final
de Copa do Mundo.
Quase não houve chances de gol, e ao final de 90 minutos regularmente e de 30
minutos de prorrogação, Brasil e Itália não tinham saído do 0 a 0, levando a decisão da
Copa para os pênaltis.
Pela primeira vez uma Copa do Mundo seria decidida em cobrança de pênaltis. O
capitão Baresi, da Itália, foi o primeiro a bater e desperdiçou a cobrança chutando para
fora.
Para o Brasil, o zagueiro Márcio Santos chutou forte, mas em cima do goleiro Pagliuca,
que não teve dificuldades em espalmar.
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Figura 4: Cobrança de Pênalti de Roberto Baggio,
que deu o titulo ao Brasil, Fonte: http://expertfootball.com/
history/wc/1994a.jpg
Daí para frente, Albertini e Evani converteram para a Itália. Romário e Branco também
fizeram seus gols para o Brasil. O goleiro brasileiro defendeu o pênalti cobrado por
Massaro e o capitão Dunga colocou o Brasil em vantagem.
Faltando uma cobrança para cada lado, o placar mostrava Brasil 3 a 2. O ídolo da Itália,
Roberto Baggio, foi encarregado da cobrança e bateu por cima do travessão, dando o
título ao Brasil.
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Apesar da vitória e do título inédito, a campanha da seleção deixou a desejar. Os
críticos não se conformavam em ver o time do Brasil com características defensivas.
A Copa de 94 marcaria o início do fim da carreira de um dos maiores jogadores de
todos os tempos, o argentino Diego Armando Maradona. Suspenso pela FIFA e lutando
contra a dependência de cocaína, Maradona nunca recuperou a forma física e técnica
com que levou a Argentina à conquista do Mundial de 86.
Outro registro lamentável da Copa dos Estados Unidos foi o assassinato do zagueiro
colombiano Escobar, morto a tiros num bar de Bogotá, por ter sido o autor do gol contra
que desclassificou a seleção da Colômbia, na partida contra os Estados Unidos.
A artilharia do torneio foi dividida pelo búlgaro Hirsto Stoichkov e pelo russo Oleg
Salenko, com seis gols cada. A Bulgária ficou ainda com a quarta colocação, depois de
perder o último jogo para a Suécia por 4 a 0, que assim assegurou o terceiro lugar na
Copa.
A seleção brasileira de 1994 era formada por Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha, Mauro
Silva, Bebeto, Dunga, Zinho, Raí, Romário, Márcio Santos, Leonardo, Ronaldão,
Branco, Zetti, Aldair, Cafu, Mazinho, Paulo Sérgio, Muller, Ronaldo, Viola e Gilmar.
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7. A Copa do Mundo de 1994 através das lentes de Hélio Norio.
31 Torcida
8 31
Jogadores
Extra-Campo
Técnico
53
Instantâneas
Das Partidas
Comemoração
17 dos jogadores
Abertura/Encer
161 3 ramento
3
Nota-se que o jornal deu mais destaque para Treino, como ilustram as fotos abaixo:
Treino 1 Treino 2
Em segundo lugar aparece o tema Instantâneos da Partida, conforme ilustram as
seguintes fotos:
Instantânea 1 Instantânea 2
Em Terceiro lugar, dois temas: Técnico e Jogadores Extra-Campo:
Técnico 1 Extra-Campo 1
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Ocupando o Quarto lugar, o tema Comemoração dos Jogadores:
Comemoração1 Comemoração 2
Em Penúltimo lugar Torcida, como mostra as seguintes fotos:
Torcida 1 Torcida 2
Último lugar o tema: Abertura/Encerramento:
3
Abertura/Encerramento 1 Abertura/Encerramento 2
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8. Conclusão
Conclui-se que a nossa pesquisa atingiu o objetivo, pois mostra que as fotos
podem narrar um fato por si só, elas têm a capacidade de dar vida a um
acontecimento. Vimos isso através da análise feita no trabalho do profissional
Hélio Norio que teve como um de seus trabalhos de maior destaque a cobertura da
Copa do Mundo De 1994. Onde o Brasil foi tetracampeão do mundo. Pode-se
descobrir e divulgar o importante papel que a fotografia tem tanto dentro das
reportagens, quanto para contar e eternizar uma história.
Em razão do alto número de fotos de treino dos jogadores, infere-se que, dada a
rapidez dos veículos eletrônicos, o jornal impresso, por meio das imagens de Hélio
Norio optou por uma cobertura de bastidores. Lembrando que a época ainda não
contávamos com os recursos da 36r36ernet, a diferença de tempo entre os
veículos impressos e o rádio e a televisão eram ainda maior.
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9. Referências
ACAMPORA, Ricardo. 1994: Brasil é tetracampeão. BBC Brasil, 05 de abril de 2002.
Acessado em 16 de abril de 2008. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020326_copa94.shtml>
BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. 1. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1984.
BELLOUR, Raymond. Entre – imagens: foto, cinema, vídeo. Campinas: Papirus, 1997.
BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Thomson Pioneira, 2001.
LIMA, Ivan. Sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Sindicato dos Jornalistas; Funarte,
1983.
3
PERSICHETTI, Simonetta. Imagens da Fotografia Brasileira. 2. ed. São Paulo:
Estação Liberdade, 2003.
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10. Anexo
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