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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO 17

UM PAÍS DE ÁREA REPARTIDA 19 OS HOMENS E O MEIO 80


A IMPORTÂNCIA DO MAR E A LOCALIZAÇÃO TERRITÓRIO, SUPORTE DAS GENTES 82
DO ESPAÇO PORTUGUÊS 20
A POPULAÇÃO 86
O MAR QUE NOS ENVOLVE 25 EVOLUÇÃO RECENTE 86
A MORFOLOGIA DOS FUNDOS 25 UMA DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL 86
CORRENTES OCEÂNICAS 26 BAIXOS NÍVEIS DE NATALIDADE E FORTES SALDOS
O MAR E A ATMOSFERA 28 MIGRATÓRIOS 93
VARIAÇÕES DE TEMPERATURA 29 UM ENVELHECIMENTO PROGRESSIVO 93
A TERRA QUE HABITAMOS 36 A EMERGÊNCIA DE NOVOS COMPORTAMENTOS 93
UNIDADES MORFOESTRUTURAIS 38 EDUCAÇÃO 94
EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO OESTE PENINSULAR 38 TERRA DE MIGRAÇÕES 98
O RELEVO DO CONTINENTE 43 A EMIGRAÇÃO 98
FISIONOMIA DAS REGIÕES AUTÓNOMAS 43 O REGRESSO 100
CLIMA E SUAS INFLUÊNCIAS 50 A IMIGRAÇÃO 102
ELEMENTOS CLIMÁTICOS 50 UMA POPULAÇÃO
A IRREGULARIDADE DO TEMPO NO CONTINENTE 54 QUE SE URBANIZA 104
AS ONDAS DE CALOR 59 UMA LEITURA ‘CLÁSSICA’ DO SISTEMA URBANO
O CLIMA DAS ILHAS 59 NACIONAL 104
A REDE HIDROGRÁFICA 61 UMA AVALIAÇÃO RECENTE 106
OS SOLOS 64 MUDANÇAS RECENTES 110
A VEGETAÇÃO ‘NATURAL’ 65 LISBOA E PORTO COMO REFERÊNCIAS 110
TIPOS DE PAISAGEM 66 ‘PRODUZIR’ CIDADE 111
DIVERSIDADE E GRUPOS DE PAISAGEM 66 COMUNICAÇÕES E MOBILIDADE
ÁREAS PROTEGIDAS 70
DA POPULAÇÃO 120
AS ILHAS 73
REDES DE COMUNICAÇÃO 120
REDE NATURA 2000 77
SISTEMA DE TRANSPORTES 123
ÁREAS DE PROTECÇÃO DE AVIFAUNA 77
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O PAÍS SOCIOECONÓMICO 130 PORTUGAL NUM MUNDO


ECONOMIA PORTUGUESA: ARTICULAÇÃO DIFÍCIL ENTRE DE RELAÇÃO 210
MUDANÇAS INTERNAS E AS EXIGÊNCIAS COMPETITIVAS 132 A LÍNGUA PORTUGUESA: UM TRAÇO DE UNIÃO À RODA DO MUNDO 212

ACTIVIDADES DA TERRA 138 COMUNIDADES PORTUGUESAS 216


A AGRICULTURA 139 TESTEMUNHOS DE UM PASSADO LONGÍNQUO 216
AGRICULTURA EM MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO145 EVIDÊNCIAS CULTURAIS DE HOJE 217
PECUÁRIA 145
IDENTIDADE E CULTURA
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 149
EM TEMPOS DE MUDANÇA 222
PRODUTOS TRADICIONAIS 150
RIQUEZA E DIVERSIDADE DE CULTURAS 222
A FLORESTA 154
FRONTEIRAS DE UM PORTUGAL CULTURAL 223
A CAÇA 162
ACTUAL SUPORTE À CULTURA 223
A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS EXTRACTÍVEIS 164
PORTUGAL NA UNIÃO EUROPEIA 228
RECURSOS VIVOS MARINHOS 168 PORTUGAL NA EUROPA 229
UM SECTOR ESTRATÉGICO 168
A INTEGRAÇÃO DA EUROPA 229
O SECTOR DAS PESCAS 172
TRANSFORMAÇÕES NA UE-15 230
ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO PRIORIDADES SOCIAIS DA UE 230
REGIONAL 176 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
CRESCIMENTO ECONÓMICO 176 E NÍVEL DE VIDA 231
OS SECTORES DE ACTIVIDADE E A DIFERENCIAÇÃO ENERGIA: A MAIOR FRAGILIDADE DA UE 232
REGIONAL 177 PRESIDÊNCIA PORTUGUESA NA UE 233
MERCADO EXTERNO E COMPETITIVIDADE 183 O ALARGAMENTO DA UE 234
A COESÃO SOCIAL 186 UMA CONSTITUIÇÃO PARA A EUROPA 235
O DESENVOLVIMENTO HUMANO 189

TEMPO DE TURISMO 190 O ATLAS E O POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO

O TURISMO BALNEAR 191 DE PORTUGAL 236

NOVOS PRODUTOS 192 ANEXOS 239


UM SECTOR ESTRATÉGICO DE FUTURO 195 PLANTAS ESPONTÂNEAS, SUBESPONTÂNEAS
E ORNAMENTAIS MAIS COMUNS EM PORTUGAL 240
POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 198 CARTA DE PORTUGAL CONTINENTAL ESCALA 1: 550 000
A ADMINISTRAÇÃO 198 CARTA DAS REGIÕES AUTÓNOMAS DOS AÇORES
O PLANEAMENTO 202 E DA MADEIRA ESCALA 1: 200 000 242
A QUALIFICAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ÍNDICE ONOMÁSTICO 260
SUSTENTÁVEL 204 DIVISÃO ADMINISTRATIVA POR CONCELHOS 268
NOTAS BIOGRÁFICAS DOS AUTORES 272
BIBLIOGRAFIA 273
CRÉDITOS 274
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O PAÍS SOCIOECONÓMICO

Carlos Pereira da Silva

TEMPO DE TURISMO
Terminada a II Guerra Mundial e a favor de uma considerável evolução
social e nos meios de transporte, iniciou-se um movimento de massas,
aparentemente imparável, desejosas de conhecer novos lugares e novas
gentes. Poucos locais no mundo escapam a esta apetência. Portugal possui
excelentes condições para as actividades do turismo e lazer graças à sua
grande diversidade paisagística – que possibilita a satisfação de um vasto
leque de motivações num pequeno espaço geográfico – ao clima ameno
e também à estabilidade social que, no mundo actual, é um factor cada vez
mais relevante na escolha dos destinos turísticos.

Receitas do Turismo, 1964/2003

Milhares de euros

7 000 000

6 000 000

5 000 000

4 000 000

3 000 000

2 000 000

1 000 000

0
1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001* 2002* 2003*

190 ATLAS DE PORTUGAL IGP


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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

Capacidade de alojamento dos estabelecimentos Taxa de ocupação dos estabelecimentos


hoteleiros, 2001 hoteleiros, 2002

%
%
60
40 50
20 40
5 30
1 20

0 25 50 km

O turismo balnear

A procura turística em Portugal continental concentra-se como zonas balneares no Continente, Açores e Madeira, 365
em duas regiões determinantes – Algarve e Lisboa. Fora des- praias, 162 das quais distinguidas com bandeiras azuis. Um
te território, a ilha da Madeira tem no turismo o principal reflexo da importância dada a este recurso é o investimento que
suporte da sua economia, graças a uma imagem de qualidade tem sido feito ano após ano na sua qualificação e que no ime-
já consolidada, ao clima ameno ao longo do ano e à excelên- diato se traduz pela atribuição deste galardão, que demonstra
cia da sua qualidade paisagística, onde importa destacar os não só uma exigência em termos de qualidade mas também a
valores naturais. No seu conjunto, estas três áreas reúnem atenção concedida a aspectos ligados à educação ambiental.
mais de 2/3 da capacidade de alojamento nacional, com des- A aposta no turismo balnear tem vindo a modificar por
taque para a Madeira que, em 2002, registou a mais elevada completo a região do Algarve, que concentra uma grande par-
taxa de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros a nível te da oferta e procura turística do nosso país e se mantém, até
nacional e um dos maiores valores em relação à estadia média hoje, como o principal destino estival para os portugueses e
de turistas. O seu parque hoteleiro destaca-se pela grande para os turistas estrangeiros provenientes maioritariamente
qualificação e pelo correspondente volume de receitas que é de vários países europeus. Esta situação, que foi responsável
capaz de gerar, independentemente da sazonalidade. por um forte dinamismo económico na região, teve como
A estes valores deve ainda ser acrescentada a oferta dos contrapartida problemas graves de ordenamento territorial,
parques de campismo, que concentram grande parte dos seus fruto de uma construção desenfreada, pouco planeada e que
quase 168 000 lugares disponíveis na faixa litoral, reforçando se traduziu numa grave descaracterização da paisagem, com a
a dependência do turismo balnear. evidente perda de qualidade ambiental que, actualmente,
O turismo balnear, o mais antigo e ainda o mais procurado também é responsável pelo declínio do poder de atracção
dos nossos produtos turísticos, aproveita uma extensa linha de turística que esta região começa a demonstrar, muito embora
costa onde estão registados mais de 500 locais identificados continue sendo o principal destino turístico português, e tenha
como praias. Deste universo, em 2004, foram consideradas mais de quatro dezenas de praias a hastear a bandeira azul.

ATLAS DE PORTUGAL IGP 191


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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

Estadia média por hóspede em estabelecimentos Parques de campismo, 2003


hoteleiros, 2002

Capacidade
30 000
Nº de dias 15 000
10 000
6 2 000
4 1 000
2
Número
23
Média nacional: 3,2 10
1

0 25 50 km

Novos produtos

A actividade turística em Portugal estende-se para além do O golfe é um dos novos produtos que embora ainda se con-
Algarve e do fenómeno balnear, uma vez que existem regiões centre em maior número nas regiões tradicionalmente turísticas
que se destacam em segmentos específicos. – como o Algarve, Lisboa e Madeira – tem vindo a merecer
A região da Grande Lisboa é um bom exemplo, pois apro- alguma descentralização. Esta realidade permite, simulta-
veita o facto de ser a cidade capital, ganhando uma crescente neamente, tirar melhor partido das condições climáticas do
notoriedade através da organização de reuniões, congressos, território português e da existência de um parque hoteleiro
acontecimentos desportivos e outros eventos internacionais de qualificado, atraindo turistas com maior poder de compra e
relevo, como foi o caso da Lisboa Capital Europeia da Cultura com tempos de permanência mais longos. Por tudo isto, é de
em 1994, da Exposição Mundial de 1998 – Expo'98 – e de um esperar que o golfe venha a ter um papel de maior destaque no
papel de destaque durante o Campeonato Europeu de Futebol turismo nacional, não sendo de recear a sua competição com
de 2004. O património cultural e histórico da cidade e a sua outros destinos e actividades.
situação geográfica privilegiada também têm contribuído para O termalismo é outro produto turístico que também come-
que um número crescente de navios de cruzeiro faça escala no ça a ganhar um maior destaque no panorama português. Até
Porto de Lisboa. há relativamente pouco tempo, e não obstante os estabeleci-
A procura de novos produtos turísticos – como o golfe, o mentos hoteleiros de qualidade que lhe estavam afectos, o
turismo de natureza ou o rural – impõe-se como uma das prin- termalismo era associado a doenças e a estratos etários mais
cipais medidas para diminuir a excessiva dependência do turismo elevados. Na sequência de novos hábitos de consumo e do
balnear e para permitir taxas de ocupação em estabelecimentos avanço da medicina, esta opção terapêutica começou a perder
hoteleiros mais constantes. À excepção da Madeira, Algarve, importância, o que se reflectiu na perda de clientes, de recei-
Grande Lisboa e Açores, os valores das taxas de ocupação dos alo- tas e na consequente degradação dos equipamentos.
jamentos turísticos no restante território nacional podem ser con- Esta fase parece ter sido ultrapassada, assistindo-se actual-
siderados fracos, na medida em que se situam abaixo dos 40%. mente a um novo vigor no desenvolvimento do termalismo

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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

Porto Covo, Sines


Exemplo de desenvolvimento
turístico baseado na procura balnear

ATLAS DE PORTUGAL IGP 193


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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

Praias com Bandeira Azul, 2004 Concelhos com estabelecimentos termais, 2002

Dois estabelecimentos termais


Um estabelecimento termal

Turismo rural, 2002 Campos de golfe, 2002

Capacidade de alojamento
884
600
400
200
100
Segredo estatístico
Número de estabelecimentos
95
25
1
N

0 25 50 km

194 ATLAS DE PORTUGAL IGP


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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

em Portugal, o que se reflecte não só numa maior qualificação Regiões de Turismo


da oferta mas também num maior aumento da procura, que
poderá estar relacionado com uma tentativa de fuga ao stress e
aos ritmos de vida urbanos, cada vez mais intensos. Obede-
cendo a uma relativa dispersão geográfica pelo país e marcan-
do a sua presença em áreas de menor tradição turística, o ter-
malismo pode ainda desempenhar um importante papel de
dinamização em áreas economicamente deprimidas, que
poderão encontrar nesta actividade turística de excepção um
novo fôlego.
Um outro tipo de produto que tem vindo a ser encarado
como uma forte possibilidade de diversificação e consequen-
te criação de riqueza é o turismo em espaço rural. As múltiplas
áreas rurais que assistiram à quase extinção da actividade agrí-
cola podem encontrar neste tipo de turismo uma forma de
gerar rendimentos complementares à agricultura; de recupe-
rar níveis demográficos; a conservação e/ou recuperação de
patrimónios arquitectónicos; a dinamização e divulgação de
produtos regionais como o artesanato ou a gastronomia e,
sobretudo, a manutenção da paisagem e de modos de vida tra-
dicionais. A oferta deste tipo de turismo encontra-se mais
concentrada no litoral norte de Portugal – cerca de 1/3 do total
nacional – e no Alentejo – com mais de 10% – duas áreas que,
tradicionalmente, não costumavam fazer parte dos destinos
turísticos mais comuns.
Assim se compreende a importância atribuída ao turismo
rural, cada vez mais procurado em virtude do respeito e valori-
zação da questão ambiental, que encontra em grande parte do
interior do Continente português e nas ilhas da Madeira e Aço-
res condições impares para o seu desenvolvimento. É de salien-
tar o caso emergente dos Açores, que procura atrair um merca-
do mais interessado no contacto com os valores naturais tirando
o melhor partido da sua grande qualidade paisagística, em detri-
mento da grande massificação turística. A reduzida capacidade
de alojamento e a menor acessibilidade são ainda entraves a um
maior desenvolvimento deste sector, embora se adivinhem
soluções nesse sentido para um futuro próximo, uma vez que
as campanhas de promoção deste destino turístico têm desenca-
deado um aumento da procura no mercado interno e externo.

N
Um sector estratégico de futuro 0 25 50 km

Reconhecido como um dos sectores estratégicos da econo-


mia portuguesa, o turismo desempenha um papel vital para o Alto Minho Leiria/Fátima
desenvolvimento do país, tal como mostram as receitas gera- Alto Tâmega e Barroso Templários
das. Desde os anos 60 que se assiste a um crescimento turísti- Nordeste Transmontano Oeste
Verde Minho Ribatejo
co continuado, embora com algumas inflexões pontuais, em Serra do Marão Norte Alentejano
que o momento mais crítico foi atingido em meados dos anos Douro Sul Costa Azul/Setúbal
Rota da Luz Évora
70 devido à instabilidade política então vivida. Dão Lafões Planície Dourada
A evolução nas receitas tem sido acompanhada pela evolu- Serra da Estrela Algarve
Centro Municípios não integrados
ção do número de turistas que tem visitado Portugal e que em regiões de turismo
passou de pouco mais de 1 milhão nos finais dos anos 60 para

ATLAS DE PORTUGAL IGP 195


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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

Exemplos de áreas de turismo litoral Exemplos de áreas de turismo rural


Armação de Pêra, Algarve Arrábida
Peniche Pinhão, Douro
Porto Covo, Sines Ilha do Pico

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O PAÍS SOCIOECONÓMICO
Tempo de turismo

Entrada de turistas em Portugal, 1967/2000 Evolução dos principais países Principais origens dos turistas
de origem de turistas, 1984/2002 entrados em Portugal, 2002

mais de 11 milhões em 2002. Estes números são o reflexo de privilegia o lazer e as viagens, transformando os espaços em
um processo que ainda mantém a sua principal aposta no espectáculos para consumo turístico, torna-se cada vez mais
turismo balnear mas que começa já a dar passos significativos evidente a necessidade de Portugal se abrir a novos mercados
noutros produtos turísticos que urge desenvolver, na medida e de apostar mais fortemente na promoção de produtos de
em que as quebras sentidas neste sector nos últimos anos excepção. Entretanto, também é urgente trabalhar melhor no
também se devem ao surgimento de novos destinos interna- campo da formação profissional para se atingirem melhores
cionais mais competitivos. padrões de qualidade.
O facto do turismo balnear permanecer como o principal O facto do sector turístico se encontrar sujeito a uma cons-
produto turístico em Portugal, e a sua incapacidade para esca- tante e crescente competitividade, torna-o o alvo da necessida-
par à condicionante sazonal, representa uma importante fragi- de de investimentos constantes de forma a permitir a inovação
lidade deste sector, que conduz simultaneamente à excessiva e a atracção evitando o declínio. A possibilidade ganha por
concentração regional do fenómeno, como demonstra o Algar- Portugal de organizar eventos de grande visibilidade como foi
ve. Entretanto, outra fragilidade importa apontar ao sector o caso da Expo'98 e do Euro2004, representou uma excelente
turístico português: a excessiva concentração da sua procura oportunidade de promoção turística de um país que, cada vez
turística num número reduzido de mercados. Portugal é um mais, procura a notoriedade através da dinamização e da con-
destino turístico procurado essencialmente por europeus (em solidação do sector turístico. Entretanto, também importará
2002, mais de 80% dos turistas estrangeiros eram oriundos de ter em conta que esta notoriedade depende bastante do espa-
5 países europeus), sendo metade provenientes de Espanha. ço, não só em termos de qualidades turísticas mas também de
Perante o reconhecimento do turismo como um dos mais equilíbrio e respeito pelo ambiente e pelas necessárias regras
importantes recursos económicos nacionais, num tempo que de construção e utilização.

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