You are on page 1of 20

V idália

Boletim da Associação Ecológica Amigos dos Açores nº 20 • 2003

• O Mocho
• Clube da Terra
• Incineração de Resíduos
• Direitos dos Animais
• Estagiar-L
Sumário

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 ÓRGÃOS SOCIAIS Vidália


PARA 2003-2004
Boletim da Associação Ecológica
O Mocho . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 DIRECCCAO Amigos dos Açores
Presidente
Teófilo José Soares de Braga
Participação dos Amigos dos Secretário
Açores na VIII Marcha Nacional Francisco Manuel Sousa Botelho
de Veteranos . . . . . . . . . . . . . . . 5 Tesoureiro Distribuição gratuita
Mário José Coelho Furtado entre os sócios
Vogais
Clube da Terra . . . . . . . . . . . . . . 6 Maria Manuela Borges Livro
Maria Judite Barros da Costa
Cardoso
Investigar o Ambiente nos Suplentes
Açores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Lúcia Maria Oliveira Ventura
Gilberto Manuel Gaspar Cardoso

A Incineração de resíduos . . . . . 8 CONSELHO FISCAL


Presidente
Paula Cristina Medeiros Santos
Estagiar - L . . . . . . . . . . . . . . . 14 Secretário
Eduardo do Jesus Santos Os artigos são da responsabilida-
Vogal de dos autores e não representam
Bem Estar Animal George Robert Eyre Hayes obrigatoriamente a posição ofi-
- A Incúria do ICN? . . . . . . . . 16 Suplentes cial da Associação.
António Onofre Costa Miranda
Soares É permitida a reprodução e
Código Europeu de Ética Vasco Amândio Botelho transcrição, desde que citada a
do Bom Caminhante . . . . . . . . 17 fonte e o autor
ASSEMBLEIA GERAL
Presidente
Publicações e Materiais João Carlos Carreiro Nunes
para venda . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Vice- Presidente
Luís Fernando Miranda Guimarães
Secretário
Novos Sócios . . . . . . . . . . . . . . 19 Luís Filipe Dias Silva
Suplentes
Maria do Carmo Melo Moreira
Boletim de Inscrição . . . . . . . . 19 Rodrigo João Medeiros de Sousa

Humor Verde . . . . . . . . . . . . . . 20 Sede Social


Está instalada no edifício da Junta
de Freguesia do Pico da Pedra, Apoio
Avenida da Paz, 14. Ali se encon- Direcção Regional do Ambiente
tram todas as publicações editadas
e uma biblioteca especializada na
temática ambiental. Os interessa-
www.virtualazores.com/amigosdosacores dos poderão visitá-la todos os dias
e-mail: mop88258@mail.telepac.pt úteis das 9h às 12h e das 13h às
17h. Aconselha-se a marcação da Execução Gráfica e Impressão
Tel. 296 498 004 visita. Contacto: Carla Oliveira, EGA
Fax 296 498 006 Tel. 296 498 004 Empresa Gráfica Açoreana, Lda.

Vidália 20 2
Editorial

Este segundo número do boletim Vidália, uma tomada de posição, criticando o modo
editado em 2003, tem como tema principal o como o processo decorreu e exigindo o apura-
dos resíduos sólidos urbanos que, sobretudo em mento de responsabilidades. Neste número
São Miguel, é um dos grandes problemas divulgamos o comunicado que, na altura, foi
ambientais sem solução à vista. divulgado pela Comunicação Social.

Por um lado, a qualidade de vida, nesta Por último, achamos importante deixar
sociedade consumista, em que vivemos, é erro- aqui registada a experiência das jovens recém
neamente identificada com quantidade de licenciadas, Luísa Cosme e Rafaela Anjos, que
objectos consumidos (e postos fora) pelo estiveram a estagiar, no âmbito do Programa
homem e, por outro lado, parece que, de propó- Estagiar-L, da Direcção regional da Juventude,
sito, nada de significativo tem sido feito para Emprego e Formação Profissional, de Janeiro a
educar o consumidor e para incentivar a redu- Junho de 2003, na nossa associação.
ção, a reutilização e a reciclagem dos resíduos. TB

Continuamos, neste número, a


divulgar a nossa fauna, através de
um artigo sobre o mocho, a nossa
única ave de rapina nocturna que,
devido ao seu regime alimentar,
desempenha um papel fundamen-
tal no equilíbrio biológico.

As experiências vividas pelos


nossos associados são transmiti-
das, neste número, através de dois
artigos. Um de Daniel Melo a rela-
tar a sua participação, de 3 a 5 de
Outubro último, na VIII Marcha de
Veteranos, realizada, pela primeira
vez, no Concelho de Sintra e outro
de Paula Tavares, a dar conta do
que serão as actividades do Clube
da Terra, da Escola BI Cardeal
Costa Nunes, da Ilha do Pico.

A forma como decorreu o


encerramento do denominado Par-
que Zoológico da Batalha mere-
ceu, por parte da nossa associação,

3 Vidália 20
Fauna dos Açores

O Mocho
Manuela Livro

ALIMENTAÇÃO:
Alimenta-se essencialmente de ratos, mas
também de insectos e algumas espécies de aves.

REPRODUÇÃO:
Entre Março e Abril o mocho emite sons que
podemos considerar de “grito pré-nupcial”.
Faz o seu ninho geralmente nos bosques, em
buracos de árvores e, às vezes, nos ninhos de
outras espécies de rapinas.
Põe 4 a 5 ovos brancos.
O período de incubação é de 27 a 28 dias e as
crias nascem penugentas.

CUIDADOS COM AS CRIAS:


As crias ficam junto dos pais até ao principio
do Outono.
São alimentadas pelos progenitores até Agos-
to, passando, a partir dessa altura, a aprender a
caçar.
NOME VULGAR: Mocho
CURIOSIDADES:
NOME CIENTÍFICO: Asio otus . Os mochos são úteis para o controle de ratos já
que estes são o seu alimento preferido.
HABITAT:
O mocho é uma ave de rapina nocturna e vive . O mocho caça as suas presas ao cair da noite e
sobretudo em zonas rurais onde pode encontrar aproveita a pouca luz que ainda existe para captu-
mais facilmente o seu alimento. Existe em todas as rar os ratos.
ilhas dos Açores, excepto nas Flores e no Corvo.
COMO PODES PROTEGÊ-LO:
ASPECTO EXTERIOR: - Não destruas os seus ninhos.
Tem um tamanho médio, com 90 cm de - Passa a informação aos teus familiares e ami-
envergadura. gos e conta-lhes o que aprendeste sobre a vida
A parte superior do seu corpo é castanha com destes animais.
malhas claras e escuras.
O peito é castanho amarelado com malhas
castanho escuro. BIBLIOGRAFIA
O bico é preto e curvo. . BANNERMAN, David Armitage,
Os olhos são cor-de-laranja. BANNERMAN, W. Mary – A History of the
As patas são castanho- amareladas e com gar- Birds of Azores, Vol. 3. Edinburg: Oliver and
ras fortes para segurar a presa. Boyd Ltd., 1966.
. LAMBERT, L., PEARSON, A. – Aves de Portu-
LOCOMOÇÃO: gal e da Europa. Lisboa: Plátano Edições
Desloca-se, sobretudo, voando e para isso uti- Técnicas, 1995.
liza as suas potentes asas.

Vidália 20 4
Pedestrianismo

Participação dos Amigos dos Açores na VIII Marcha Nacional de Veteranos

Decorreu, no final de semana, de 3 a 5 de aprazível de Azenhas do Mar, envolta em muita


Outubro último, a VIII Marcha de Veteranos, vegetação endémica característica do litoral
pela primeira vez no Concelho de Sintra, pois português, terminando na Praia do Magoito.
os eventos anteriores tiveram sempre lugar no De seguida fomos transportados em 4 autocar-
Norte do País. ros de turismo pertencentes a juntas de fregue-
Esta Marcha foi Organizada pela Federa- sias das redondezas para o acampamento em
ção Portuguesa de Campismo e do CIMO – Odrinhas, onde também estava o Secretariado
Clube Ibérico de Montanhismo e Orientação, da Organização. À noite houve um jantar con-
com sede em Almada. Contou com a participa- vívio bastante participado. Recebemos o troféu
ção de 150 Montanheiros de 22 clubes. A nossa do clube, que veio de mais longe para partici-
Associação esteve representada e foi muito aca- par.
rinhada por todos. No dia 5 de Outubro, foi efectuado o Per-
No dia 4 de Outubro, inaugurou-se o novo curso PR2 em volta da Serra de Sintra, com
percurso pedestre denominado por GR11-E9, uma duração de 2 horas de caminhada, logo
onde foram oradores o já conhecido amigo Joa- depois procedeu-se ao encerramento das activi-
quim Gonçalves, que participou com o seu puló- dades.
ver azul com o logotipo dos Amigos dos Açores, Aproveito esta oportunidade para encorajar
e a Dr.ª Teresa Ramilo da C.M. de Sintra, res- mais companheiros da nossa Associação a par-
ponsável pelo sector Desportivo, do Concelho. ticiparem em eventos do género a nível nacio-
Este novo Percurso tem início na Serra de nal, porque há muito poucos que nos conhecem
Sintra, na localidade de Azoia, entre o Cabo da e esta é uma forma de dinamizar o pedestria-
Roca e Colares, subindo pela orla marítima do nismo na nossa terra.
oeste numa distância de 11 km, passando pela Aqui fica um desafio: Vamos Organizar o
Praia Grande. Aqui, numa ravina, podem ser I º Encontro de Montanheiros nos Açores, a
observados vestígios de pegadas de Dinossau- data prevista para o evento será para a Prima-
ros, em muito bom estado de conservação e de vera de 2005 e terá um âmbito a nível ibérico.
alto interesse científico, englobados no Parque Precisam-se de ideias e gente com vontade de
natural de Sintra. Continuamos para a Praia das realizar algo inovador.
Maçãs, onde fizemos uma breve paragem para Daniel Melo
almoçar, seguindo depois para a localidade Email: Azimute@hotmail.com

5 Vidália 20
Clubes Escolares

Clube da Terra

O Clube da Terra da Escola Básica Integra- prática do pedestrianismo; criar hábitos sadios
da/Secundária da Madalena do Pico, criado no de convívio e de contacto com a natureza.
ano lectivo de 1998/1999 e após um ano de Se é fundamental desenvolver a consciên-
interrupção de actividade (2002/2003), prome- cia ambiental na população, não é mais certo
te dar que falar. que a realização, interdisciplinarmente, de acti-
Este ano lectivo, o Clube da Terra, que vidades de promoção do Ambiente, levadas a
conta com a participação de 20 alunos, sob a cabo pelo Clube da Terra, será um contributo
coordenação de uma professora do 8º Grupo A, imprescindível para toda a comunidade.
apresenta um programa bastante diversificado, Paula Tavares
que inclui actividades de ar livre, como pas- Madalena, 13 de Outubro de 2003
seios pedestres, e visitas de estudo e activida-
des artísticas, como a criação do logotipo do
clube, a elaboração de cartazes e textos varia-
dos, alusivos ao Ambiente e ainda a realização
de sketches dramáticos.
Assim, uma das actividades do Clube a
desenvolver nos meses de Outubro e Novem-
bro, em colaboração com a Associação Ecoló-
gica Amigos dos Açores, é a participação no
projecto de âmbito europeu Coastwatch Euro-
pe, que será realizado pela primeira vez numa
escola do Pico.
Atendendo à crescente relevância que o
Ambiente assume nos currículos escolares, o
Clube da Terra tem como objectivos promover
a formação e a educação ambientais, alertando
a comunidade escolar e local para a preserva-
ção dos habitats naturais terrestres e marinhos e
para a conservação e recuperação das zonas
protegidas dos Açores; aprofundar o conheci-
mento da flora e fauna endémicas; estimular a

Contributo Jovem

Investigar o Ambiente nos Açores: Missão Internacional 2003

Sendo um projecto europeu de Educação jornalismo e novas tecnologias.


Ambiental, promovido pela Associação Ban- No contexto deste projecto, foi realizado,
deira Azul da Europa, Secção Portuguesa da no passado mês de Setembro uma missão inter-
FEE (Foundation for environmental education), nacional, que, tendo como palco a bela ilha de
o projecto Jovens Repórteres Para o Ambiente São Miguel, reuniu um grupo de jovens oriun-
caracteriza-se por aliar investigação, ambiente, dos de Escolas Secundárias (e Profissionais)

Vidália 20 6
dos mais diversos pontos de Portugal e Irlanda. longe. Esse tapete nada mais é que cianobacté-
Estes, tendo em comum o interesse pelas temá- rias, microrganismos que consomem toda a
ticas ambientais, funcionaram durante uma matéria orgânica e oxigénio existente na água,
semana como verdadeiros ‘’enviados especiais destruindo assim todos os outros microrganis-
‘‘, percorrendo a ilha de lés a lés e relatando mos presentes na mesma.
tudo aquilo que lhes parecia oportuno. Os dias e os passeios multiplicaram-se, e
Esta aventura começou no dia 13 com a no final da semana, já muito tínhamos visto e
chegada dos participantes à ilha, todos ainda relatado. Num destes passeios tivemos a opor-
um pouco tensos e envergonhados, mas, com o tunidade de visitar aquele que é, sem dúvida,
passar das horas, o gelo foi-se quebrando e, no um dos locais mais bonitos da ilha, a Caldeira
final do dia, já todos estávamos integrados e Velha, onde passamos uma memorável tarde
prontos para aquilo que se iria revelar uma das em pleno contacto com a natureza. Um outro
mais proveitosas e divertidas semanas das nos- momento, que muito dificilmente se apagará
sas vidas. das nossas memórias, é o da observação de
No dia seguinte, logo pela manhã, foi feita cetáceos, a multiplicidade de sensações que
a recepção oficial e pouco depois partimos na sentimos é-me difícil de descrever.
companhia do Dr. Teófilo de Braga, para um Os dias passaram e quase sem nos darmos
percurso pela ilha, que nos introduziu, in loco, conta já estávamos a trocar números de telefo-
as temáticas que iríamos abordar nos dias ne e moradas, mergulhados numa enorme sen-
seguintes. Ao longo de todo o percurso o espan- sação de nostalgia e de dever cumprido.
to pelas belezas da ilha e pelas suas particulari-
dades foi geral, contudo alguns dos problemas
ambientais não tardaram a se fazer notar.
As vertentes das encostas pintadas pelo
amarelo das flores das conteiras foram referi-
das em quase todos os artigos elaborados nessa
noite. Esta planta herbácea é considerada uma
das infestantes mais bem sucedidas de todo o
mundo. Reproduzindo-se sem limitações, esta
espécie (à semelhança de todas as outras inva-
soras) põe em perigo a sobrevivência das espe-
cies indígenas, sobretudo as endémicas, que
são extremamente vulneráveis a perturbações
no seu habitat, razão pela qual as espécies inva- Esta foi, sem dúvida, uma das experiências
soras são, actualmente, uma grave ameaça para mais enriquecedoras com que já fui prendado e
a biodiversidade do planeta. O combate a estas não poderia de forma alguma acabar este artigo
deverá ser entendido como uma prioridade em sem demonstrar o meu mais profundo agrade-
qualquer estratégia de conservação da natureza. cimento a todos aqueles que possibilitaram esta
Outro grave problema ambiental, que não missão, em especial à Secretaria Regional do
passou despercebido, foi o da eutrofização das Ambiente dos Açores e à Associação Ecológica
lagoas, salientando-se o estado avançado deste Amigos dos Açores pelos excepcionais anfi-
processo na lindíssima Lagoa das Setes Cida- triões que demonstraram ser e por todas as
des. A eutrofização é um processo que provoca explicações e material que nos cederam, e claro
a ausência de oxigénio na água, eventualmente está, à Margarida, ao Pedro e à Renata pelo seu
levando à morte das espécies marinhas aí pre- empenho na realização missão, pela sua cons-
sentes. tante preocupação com o nosso bem-estar e
Os despejos de fertilizantes decorrentes das acima de tudo pela sua personalidade e manei-
actividades agro-pecuárias, ricos em matéria ra de estar na vida. A Todos um muito Obriga-
orgânica, levaram à manifestação de um dos do por tudo e espero ter a oportunidade de os
fenómenos científicos mais problemáticos dos voltar a visitar em breve.
últimos anos: as cianobactérias. Quem visita a
Lagoa das Sete Cidades não fica indiferente ao Ricardo Rocha
extenso tapete de algas verdes que se avista ao Samuel Pires

7 Vidália 20
Documento

A INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS:
uma tecnologia a desaparecer
Adaptado de um Relatório elaborado pela Aliança Global de Alternativas às Incineradoras

Sumário incompatibilidade com outros sistemas para


a gestão de resíduos. Também lida com os
As incineradoras são um método obsole- problemas específicos dos países do Sul.
to e insustentável de lidar com os resíduos. À
medida que a oposição global à incineração As dioxinas são os principais poluentes
continua a crescer, estão a ser desenvolvidas associados às incineradoras. Estas são as
e adoptadas em todo o mundo filosofias e causadoras de uma grande variedade de pro-
práticas inovadoras para uma gestão susten- blemas de saúde que incluem o cancro, danos
tável de resíduos. no sistema imunitário, problemas reproduti-
vos e de desenvolvimento. Esta tecnologia é
Secção 1: Os problemas da incineração a principal fonte de dioxinas a nível mundial.

A secção 1 lida com os problemas da As incineradoras são a maior fonte de


Incineração de resíduos: descargas de poluição por mercúrio, sendo a sua contami-
poluentes, tanto para o ar como para outros nação de vasto alcance, prejudicando tanto as
meios; custos económicos e custos de empre- funções motoras, sensoriais como cognitivas.
go, perda de energia, insustentabilidade e São também uma fonte significativa de polui-

Vidália 20 8
ção por metais pesados tais como o chumbo, nal é inaceitável; segundo, a verificação das
cádmio, arsénico, crómio e berílio. emissões é irregular e bastante imperfeita,
Outros poluentes que causam preocupa- deste modo não são verdadeiramente conhe-
ção incluem hidrocarbonetos halogénicos, cidos os actuais níveis de emissões; terceiro,
gases ácidos, que são percursores da chuva a informação existente indica que as actuais
ácida; partículas que prejudicam as funções incineradoras são incapazes de satisfazer o
pulmonares e gases que provocam o efeito de actual padrão regulamentar.
estufa. Contudo, a caracterização das descar-
gas de poluentes das incineradoras ainda está Quando o equipamento para o controle
incompleta; existem nas emissões gasosas e de poluição funciona, remove os poluentes
nas cinzas, muitos componentes não identifi- do ar, concentrando-os nas cinzas soltas,
cados. criando um fluxo perigoso de resíduos tóxi-
cos, que necessita de um tratamento adicio-
Os operadores das incineradoras afirmam nal. Deste modo o problema da libertação de
muitas vezes que as emissões estão sob con- poluentes não está resolvido; os poluentes
trole, mas as evidências indicam que este não são simplesmente transferidos de um meio
é o caso. (ar) para outro (sólido ou água). As cinzas
A Incineração de Resíduos: Uma libertadas pelas incineradoras são bastante
Tecnologia a Desaparecer, porquê? perigosas e são muitas vezes mal reguladas.
Nem mesmo os aterros sanitários são segu-
Primeiro, para muitos poluentes, tais ros, porque deixam passar subs-
como as dioxinas, qualquer emissão adicio- tâncias perigosas; em alguns C o n t i n u a

9 Vidália 20
lugares, as cinzas estão expostas ao ambiente des, nos Estados Unidos, endividaram-se
ou até espalham-se por áreas residenciais ou devido às suas incineradoras.
áreas de produção alimentar.
As incineradoras criam, de longe, menos
As incineradora estão, muitas vezes, empregos por tonelada de resíduos do que as
situadas em redor de populações minoritá- tecnologias alternativas e práticas, como a
rias, de baixo rendimento, com a alegação de reciclagem. Geralmente, também, substituem
que estes sectores da população, politica- o trabalho em rede de reciclagem informal, já
mente fracos, serão menos capazes de resis- existente, causando dificuldades adicionais
tir-lhes. Isto é uma violação dos princípios ao mais pobre dos pobres.
básicos da justiça ambiental.
Esta tecnologia é, muitas vezes, conheci-
As incineradoras modernas são, de longe, da como produtora de Energia, visto poder
a abordagem mais dispendiosa para a gestão produzir electricidade. No entanto, uma aná-
de resíduos, só os custos da sua construção lise detalhada do ciclo de actividade revela
podem chegar a centenas de milhões de dóla- que as incineradoras gastam mais energia do
res americanos. Os custos do edifício e do que produzem. Isto porque os produtos, que
funcionamento da incineradora são, inevita- são incinerados, deverão ser substituídos por
velmente, suportados pelos cidadãos. As novos produtos. Extraindo e processando
empresas que disponibilizam as incinerado- materiais virgens, transformando-os em
ras têm inventado vários esquemas complica- novos produtos, gasta-se muito mais Energia
dos de financiamento, para conseguirem o (causando também mais danos ao ambiente)
apoio do governo, em pagamentos a longo do que produzir materiais reciclados.
prazo, o que várias vezes provou ser desas-
troso para os governos locais. Muitas cida- A maior parte da história da Incineração

Vidália 20 10
de resíduos passa-se nos países do Norte. Os Os programas para a gestão de resíduos
contextos dos países do Sul são capazes de municipais devem estar adaptados às condi-
ser ainda mais problemáticos para a imple- ções locais para terem sucesso. Particular-
mentação desta tecnologia. Com efeito, a mente, os programas do Sul não devem
falta de capacidade de monitorizar significa seguir exactamente o modelo dos do Norte,
que no Sul as incineradoras poluirão mais porque existem diferenças nas condições físi-
do que no Norte. Problemas administrativos, cas, económicas, legais e culturais. Especial-
tais como orçamentos incertos e a corrup- mente no Sul, o sector informal (lixeiros ou
ção, podem interferir com a manutenção varredores de ruas) são componentes signifi-
necessária. As diferentes condições físicas, cativas de um sistema para o tratamento do
como o tempo, e as características dos resí- lixo já existente e o melhoramento das suas
duos podem tornar as operações de controle condições de trabalho deve ser a componente
difíceis ou até mesmo impossíveis. central de qualquer sistema municipal para a
gestão de resíduos. Um exemplo de grande
Finalmente, deve ser entendido que as sucesso é o do Zabbaleen, no Cairo, onde
incineradoras são incompatíveis com outras organizaram, por si próprios, um sistema de
formas de gestão de resíduos. Com efeito a recolha e reciclagem de lixo que desvia 85%
incineração subestima a ética de separação do lixo recolhido e, concomitantemente,
na fonte. emprega 40.000 pessoas.

Geralmente quer no Norte, quer no Sul,


Incineração de Resíduos: Uma os sistemas para a gestão de resíduos orgâni-
Tecnologia a Desaparecer Porquê? cos são os componentes mais importantes de
um sistema municipal para gestão do lixo. Os
Secção 2: Alternativas resíduos orgânicos deviam ser transformados
em adubo, vermiadubo ou servir de alimento
A secção 2 apresenta algumas alternati- para animais, reconduzindo, assim, para o
vas à Incineração. Os aterros sanitários não solo, os seus nutrientes. Isto também assegu-
são uma alternativa viável, visto serem insus- ra uma corrente de produtos recicláveis não
tentáveis e problemáticos para o ambiente. contaminados. Por seu lado, a reciclagem
As alternativas devem atacar, de preferência, cria mais empregos por tonelada de lixo do
a noção completa da deposição de resíduos, que qualquer outra actividade, produzindo
reciclando todos os materiais descartáveis, uma variedade de materiais que pode servir
processo muito favorável para a economia do de matéria prima para a indústria.
Homem ou mesmo para a Natureza, atenuan-
do, deste modo, a pressão sobre os recursos No entanto, a maior barreira para a reci-
naturais. clagem, neste momento, é o facto da maioria
dos produtos não serem feitos para serem
Em vez de se assumir que a sociedade reciclados, no final do seu tempo de uso. A
produzirá uma quantidade de resíduos cada Responsabilidade Alargada do Produtor é
vez maior, deve-se dar prioridade à redução uma política de abordagem que requer que os
dos resíduos. Estes devem ser separados, produtores levem de volta os seus produtos e
para que cada fracção possa ser transformada embalagens. Isto dá-lhes a iniciativa necessá-
em adubo ou reciclada, em vez do actual sis- ria para que voltem a “desenhar” os seus pro-
tema de despejo de resíduos misturados. As dutos com tempo de uso, recicláveis e sem
indústrias também poderão voltar a “dese- materiais perigosos
nhar” os seus produtos para facilitar a reci-
clagem. Por um lado, banindo o uso de determi-
nados produtos e, por outro, obrigando as
A não selecção dos resíduos municipais indústrias a procederem a alterações nos pro-
destrói muito do seu valor. Os resíduos orgâ- dutos que fabricam e, ainda, procedendo à
nicos contaminam os resíduos recicláveis e sua transformação em adubo e C o n t i n u a
os tóxicos destroem a utilidade de ambos. à sua reciclagem, é possível

11 Vidália 20
afastar a maior parte do lixo municipal, para quantidades, uma grande variedade de resí-
longe dos aterros sanitários e da incineração. duos químicos perigosos, incluindo produtos
Muitas comunidades têm alcançado taxas de farmacêuticos. Alguns, tal como o mercúrio,
desvio de 50% e até valores mais elevados, deviam ser eliminados através de mudanças
com o intuito de alcançar o estatuto de Lixo na sua aquisição; outros podem ser recicla-
Zero. dos e o restante deve ser cuidadosamente
recuperado e devolvido ao fabricante. Casos
Os centros de saúde e hospitais são uma estudados mostram como estes princípios
fonte significativa de produção de resíduos. resultam em ambientes bastante variados,
É essencial um sistema rigoroso para a sepa- tais como numa pequena clínica de materni-
ração do lixo, para que a pequena percenta- dade, na Índia ou num grande hospital urba-
gem de resíduos potencialmente infecciosos no nos Estados Unidos.
ou químicos perigosos fiquem separados dos
resíduos gerais. Os resíduos industriais não têm a ten-
dência de ser tão variados como os resíduos
Os resíduos potencialmente infecciosos hospitalares ou municipais, mas muitos des-
necessitam de tratamento e despejo. Para a tes são quimicamente perigosos (tóxicos). A
sua desinfecção, estão disponíveis várias Produção Limpa é uma nova abordagem à
tecnologias. Estas, geralmente não são dis- indústria, que, procura eliminar produtos
pendiosas, são tecnicamente menos compli- secundários tóxicos (perigosos), reduzir
cadas e menos poluidoras do que as incine- totalmente a poluição, criar produtos e sub-
radoras. sequentes resíduos que sejam seguros dentro
dos ciclos ecológicos.
Nestes mesmos locais (hospitais e cen-
tros de saúde), são produzidos, em pequenas Os Princípios da Produção Limpa são:

Vidália 20 12
Princípio da Precaução, o qual invoca a to de base, que anulou mais de 300 propos-
precaução face a uma incerteza científica; tas para incineradoras municipais de resí-
Princípio da Prevenção, que diz que é duos urbanos. Os activistas lutaram por
melhor prevenir o mal do que remediá-lo; padrões de controle mais elevados nas emis-
Principio da Democracia, que diz que sões e na remoção de resíduos, o que, prati-
todos afectados por uma decisão têm o direi- camente, provocou o fecho da indústria inci-
to de participar na sua resolução; neradora, no final do ano de 1990.
Princípio Holístico, que requer uma
abordagem integrada para a tomada de deci- No Japão, o país do mundo onde é mais
sões referentes a questões ambientais. intensa a luta contra as incineradoras, a
resistência à incineração é quase unânime,
Para a implementação da “Produção com centenas de grupos anti-dioxinas, ope-
Limpa”, estão a ser empregues uma varieda- rando em todo o país. Nos últimos anos, a
de de instrumentos como medidas políticas, pressão pública levou ao encerramento de
tais como o direito à informação, a reforma mais de 500 incineradoras.
dos impostos e o apoio das Nações Unidas às
empresas que implementam a Produção Na Europa, a resistência tem sido feita
Limpa. com a implementação de alternativas.
Mesmo com o aumento da população, em
A Produção Limpa não pode responder algumas áreas a produção de resíduos tem
ao problema dos resíduos perigosos já exis- diminuído. Como resultado, na Europa, há
tentes, amontoados ou armazenados, os pouco mercado para novas incineradoras.
quais necessitam, de alguma forma, de trata-
mento. Alguns programas estão a desenvol- Em Moçambique, os cidadãos organiza-
ver tecnologias destinadas a solucionar este ram-se, superando diferenças de classe ou de
problema. Os padrões estabelecidos para cor, e formaram a primeira organização indí-
estas tecnologias são gena ambientalista do país. A organização
- alta eficiência destrutiva; teve êxito na anulação de uma proposta para
- controle de todos os produtos tóxicos; a incineração de pesticidas numa fábrica de
- identificação de todos os produtos tóxi- cimento, situada na vizinhança de uma área
cos; residencial.
- não ocorrência de emissões descontro-
ladas. Noutros locais, os activistas tiveram de
recorrer aos protestos e à acção directa para
parar com a incineração. No entanto, a opo-
Secção 3: Apagar as Chamas sição pública tem vindo a ser cada vez mais
manifesta através da Lei. Em 15 países, a
A Secção 3 discute a crescente rejeição à jurisdição passou a proibir parcialmente a
incineração por todo o globo. A oposição incineração e nas Filipinas a incineração foi
pública tem rejeitado muitas incineradoras totalmente banida.
propostas e já existentes e tem sido incorpo-
rada nas leis locais, nacionais e até interna-
cionais. A resistência popular às incinerado- Elaborado por Neil Tangri
ras é global; centenas de organizações de
interesse público, em vários países, estão GAIA Secretariat
empreendidas na luta contra a incineração e Unit 320, Eagle Court
a favor de alternativas. 26 Matalino St., Quezon City Philippines
Phone: +632-9290376
Nos Estados Unidos, interesses econó- Fax: +632-4364733
micos e a notória crise dos aterros sanitários, E-Mail: manny.gaia@no-burn.org_
em 1980, levou a um aumento súbito da Website: www.no-burn.org
construção de incineradoras. Mas este
aumento súbito gerou um massivo movimen-

13 Vidália 20
Relatório

Estagiar-L
Luísa Cristina Cosme e Maria Rafaela Anjos

No âmbito do Programa Estagiar- L da vida por João Paulo Constância, dos Amigos
Secretaria Regional da Educação e Cultura, dos Açores), possibilitando assim um melhor
Direcção Regional da Juventude, Emprego e conhecimento deste Património Natural e a sua
Formação Profissional, as Licenciadas Luísa preservação, protecção e valorização, do ponto
Cristina Branco Cosme e Maria Rafaela Bote- de vista turístico e pedagógico.
lho dos Anjos efectuaram o seu estágio nos Procedeu-se igualmente à implantação
Amigos dos Açores – Associação Ecológica. das cavidades vulcânicas em cartas topográfi-
No âmbito do estágio, deu-se início aos cas, de modo a obter-se as respectivas coorde-
trabalhos relativos à gestão do Inventário do nadas geográficas, UTM e altitude, sempre que
Património Espeleológico dos Açores (IPEA), desconhecidas ou incongruentes.
procedendo-se à recolha e organização de todo Foram também realizadas digitalizações
o material bibliográfico (notícias de jornais e dos croquis e das topografias das cavidades,
da Internet, documentos bibliográficos e infor- bem como o tratamento de imagens, de forma a
mativos, topografias e croquis) referente às toda esta informação ser introduzida na Base de
grutas e algares existentes no Arquipélago. Dados.
Fotocopiou-se todo o material e fez-se a res- No âmbito das actividades do GESPEA
pectiva identificação bibliográfica. A informa- (Grupo de Trabalho para o Estudo das Cavida-
ção compilada foi lida e agrupada em pastas, des Vulcânicas dos Açores), participou-se na
correspondentes a cada uma das cavidades vul- Campanha Bioespeleológica PICOSPEL 2003,
cânicas em causa. que decorreu entre 30 de Março e 5 de Abril, na
Finda esta fase, iniciou-se uma leitura ilha do Pico, onde se fez o levantamento topo-
cuidada dos documentos, analisando e interpre- gráfico de grutas recentemente descobertas,
tando toda a informação, de modo a obter-se o sendo posteriormente realizada a respectiva
maior número possível
de dados para o preen-
chimento das Fichas de
Inventário das Cavida-
des Vulcânicas dos Aço-
res.
Com esta pesqui-
sa pretendeu-se actuali-
zar, também, as fichas
existentes para cada
cavidade vulcânica já
conhecida, que depois
de validada e uniformi-
zada foi carregada na
Base de Dados Informá-
tica do IPEA (desenvol-

Vidália 20 14
topografia e implantação em cartas de detalhe. No decorrer do estágio foi também dada
A equipa de trabalho do Picospel 2003 foi uma contribuição na elaboração do Roteiro dos
constituída pelos membros da comissão execu- vários Percursos Pedestres, que tem por objec-
tiva do GESPEA, os quais foram auxiliados por tivo apresentar nove percursos existentes na
um elemento da Sociedade de Exploração nossa ilha, bem como alguns conselhos úteis a
Espeleológica “Os Montanheiros” (F. Pereira). seguir ao longo dos mesmos.
Foram também efectuadas diversas visi- Visando a realização de acções de sensi-
tas de estudo à Gruta do Carvão, com várias bilização nas escolas, efectuaram-se diversas
escolas e instituições da ilha de São Miguel, apresentações em Power Point, com conteúdos
num total de 273 visitantes, como demonstra a relacionados com a Gruta do Carvão, a Fauna e
tabela abaixo. Flora dos Açores, o Dia Mundial da Energia e
Com estas visitas pretende-se dar a conhe- as Plantas Usadas na Medicina Popular da
cer aos visitantes a importância das cavidades Ribeira Grande.
vulcânicas e suas forma-
ções geológicas, para a
caracterização vulcanoló-
gica e geológica das nos-
sas ilhas, bem como alertar
para questões de educação
ambiental, nomeadamente
a preservação e a protec-
ção destas cavidades.
Com o intuito de pro-
mover actividades de Edu-
cação Ambiental, os Ami-
gos dos Açores
coordenaram, em São
Miguel, o projecto “Coas-
twatch Europe”, integrado
num programa de âmbito europeu que visa a Foi também efectuada uma visita de estu-
caracterização da orla costeira, através do do à Central Geotérmica da Ribeira Grande,
preenchimento de um questionário. Deste com 11 alunos e uma professora da Escola
modo, realizou-se a estatística dos questionários Básica 2,3 de Velas, da ilha de São Jorge.
em causa, bem como a elaboração do relatório A coordenação das actividades do estágio
final do projecto na ilha de São Miguel, tendo foi assegurada por Teófilo Braga e João Carlos
sido publicado um excerto do mesmo no nº19 Nunes.
do Boletim Vidália.

Tabela. Visitas de estudo à Gruta do Carvão


Escola / Instituição Número de Visitas Número de Visitantes
Escola Básica 3/S das Laranjeiras 4 115
Escola Profissional de Vila Franca do Campo 1 14
Escola Básica 3/S Domingos Rebelo 8 134
Instituto de Acção Social 1 10
Total 14 273

15 Vidália 20
Direitos dos Animais

Bem Estar Animal – A incuria do ICN?

A 31 de Janeiro de 2000, a associação actuou terá feito com negligência, pois da


Amigos dos Açores tornou pública a sua acção resultou a morte de três dos quatro
preocupação relativamente à manutenção felinos apreendidos.
nas devidas condições de bem-estar e saúde, De acordo com a reportagem “Crime na
higiene, segurança, cuidados médico- veteri- Arca de Noé”, transmitida pela RTP1, a ope-
nários e procedimentos post- mortem, não só ração terá sido realizada por técnicos não
do chamado Jardim Zoológico do Pico da qualificados, uma prática irregular, segundo
Pedra, mas também face à possível criação a própria Ordem dos Médicos Veterinários, e
de futuros Parques Zoológicos nos Açores. ficamos a saber que o Jardim Zoológico de
Para os Amigos dos Açores, a eventual Lisboa infringiu a lei ao vender animais a
criação de Parques Zoológicos, no nosso um parque não legalizado.
arquipélago, deverá ser condicionada, cumu- A associação Amigos dos Açores solici-
lativamente, às seguintes condições míni- ta um esclarecimento público por parte dos
mas: Ministérios do Ambiente e da Agricultura e
a. Estarem garantidas as condições de por parte da Secretaria Regional do Ambien-
segurança para os visitantes, para os te, que acompanhou a intervenção do ICN e
habitantes das vizinhanças e para os pró- exige que, depois de apuradas as responsabi-
prios animais; lidades, sejam punidos os responsáveis.
b. Estar assegurado que a observação diá-
ria, o maneio, a dieta e o tratamento A Direcção dos Amigos dos Açores
médico veterinário seja feito por pessoal Ponta Delgada, 23 de Setembro de 2003
habilitado para tal e em número
suficiente;
c. Estarem salvaguardados todos os
parâmetros de bem-estar para os
animais (alojamentos, factores do
ambiente, enriquecimento do
meio, agrupamento social, roti-
nas de maneio, alimentação e
abeberamento, etc.);
d. Existir um programa pedagógico,
dirigido para os visitantes e em
especial para as escolas que tenha
como conteúdos, entre outros, a
biologia, a ecologia e a protecção
das espécies existentes e dos seus
habitats naturais;
e. Existir um programa de conserva-
ção.
Temos conhecimento que algu-
mas entidades alimentaram ilusões
quanto a uma possível legalização do
Parque Zoológico do Pico da Pedra.
Além disso, o Instituto de Conserva-
ção da Natureza levou muito tempo a
actuar. Mas, pior do que isto, quando

Vidália 20 16
Documento

Código Europeu de Ética do Bom Caminhante

Em muitos países existem desenvolver a nível de diferentes culturas. Gosta-


normas de conduta para os pas- ríamos de descobrir o que essa palavra significa
seios pedestres. Não é possível, naquele país, onde caminhamos e queremos res-
nem é nosso desejo, uniformizar peitar esse conceito.
as mesmas. Estas normas têm-se 3. Queremos aprender quais são as regras de
vindo a desenvolver, ao longo de muitos períodos acessibilidade existentes naquela região onde
da história, e são, na sua maioria, baseadas na pretendemos caminhar.
experiência e na prática. Por exemplo, nalguns 4. Gostaríamos de nos aproximar da nature-
países os passeios pedestres são realizados em za e da cultura com uma mentalidade aberta, ten-
grandes grupos, enquanto que noutros os peque- tando aprender sem preconceitos.
nos grupos ou grupos de familiares são uma prá- 5. Quando caminhamos, respeitamos a pro-
tica normal do pedestrianismo. Enquanto que, priedade alheia, evitando qualquer tipo de distúr-
nalguns países, carregar grandes mochilas para bio e destruição. Não deixamos lixo nem desper-
percursos que duram dias são uma prática muito dícios.
popular, noutros países, os passeios pedestres são 6. Queremos mostrar consideração pelos ani-
de curta duração e apenas se carrega às costas o mais e pela vida selvagem e evitar perturbá-los
essencial. Nalguns países é obrigatório cingirmo- no seu habitat natural. Deixamos flores e plantas
nos aos percursos assinalados, enquanto que nou- onde elas crescem.
tros há toda a liberdade de fazer novos trajectos, 7. Todos têm o direito de usufruir os encan-
percorrendo áreas desconhecidas. tos/maravilhas da natureza. Devíamos evitar cri-
ticar outros caminhantes e utilizadores de percur-
O Código Europeu de Ética do Bom Cami- sos pedestres que, talvez, se regem por outras
nhante não pretende substituir as normas ou pro- normas diferentes daquelas que trazemos do
cedimentos nacionais. O nosso propósito é deli- nosso país/região.
near práticas universais adequadas de forma a
proporcionar aos caminhantes um ponto de parti- Walking Commission European Ramblers
da para se familiari- Association, 2002
zarem com os pas-
seios pedestres
noutros países euro-
peus.
1. A nossa heran-
ça Europeia é vista
como um tesouro
dada a sua diversida-
de. O nosso objectivo
é descobrir a Europa
ao ritmo que mais se
apropia aos seres
humanos, nomeada-
mente caminhar.
2. Caminhar sig-
nifica coisas diferen-
tes consoante os paí-
ses. Esta prática
tem-se vindo a

17 Vidália 20
Publicações e Materiais para Venda

LIVROS PREÇO Nº Valor


Grutas, Algares e Vulcões 5,00
Lagoas e Lagoeiros da Ilha de São Miguel 7,50
Lagoas e Lagoeiros da Ilha de Ponta Delgada 7,50
Paisagens Vulcânicas 5,00
Borboletas Nocturnas dos Açores 2,50
Moinhos da Ribeira Grande 2,50
BROCHURAS
Percurso Pedestre da Ribeirinha 1,00
Percurso Pedestre do Salto do Cabrito 1,00
Percurso Pedestre da Serra Devassa 1,00
Percurso Pedestre do Pico da Vela 1,00
Percurso Pedestre das Três Lagoas 1,00
Percurso Pedestre Praia- Lagoa do Fogo 1,00
Percurso Pedestre Pinhal da Paz 1,00
Percurso Pedestre do Sanguinho 1,00
Percurso Pedestre das Sete Cidades 1,00
Percurso Pedestre das Quatro Fábricas da Luz 1,00
Percurso Pedestre da Ponta da Madrugada 1,00
Percurso Pedestre da Fajã do Calhau 1,00
Percurso Pedestre das Furnas 1,00
OUTROS MATERIAIS
T-Shirt “Salvemos o Pombo Torcaz” 3,00
T-Shirt “ Golfinhos” 4,00
T- Shirt “Amigos dos Açores” 5,00
Bonés “ Amigos dos Açores” 2,00
Casacos para Protecção da Chuva 10,00
Sweat- shirt “Amigos dos Açores” 12,50
TOTAL

Formulário de Encomenda
Por favor envie as quantidades acima assinaladas para o endereço:

Nome

Rua e nº

Código Postal

Nota: todos os pedidos deverão ser acompanhados do respectivo pagamento em cheque ou vale postal.
Para o estrangeiro ao valor total deverá acrescentado 2

AMIGOS DOS AÇORES- Avenida da Paz,14 9600-053 PICO DA PEDRA


Telefones - 296 498 004 / 296 498 774 Fax - 296 498 006 E-mail - mop88258@mail.telepac.pt

Vidália 20 18
Novos Sócios
Os AMIGOS DOS AÇORES são uma asso- Porque é fundamental contribuir para a garantia
ciação regional de defesa do ambiente, inde- da existência de uma voz independente e firme
pendente do poder político-económico e aparti- na defesa do ambiente nos Açores, vimos con-
dária, que vem, desde 1985, trabalhando vidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores, para
ininterruptamente a favor da conservação da tal basta preencher a ficha que junto enviamos
maior riqueza dos Açores: o seu património e devolvê-la para:
natural.
Mas uma associação como esta, para desempe- AMIGOS DOS AÇORES
nhar ainda melhor o seu papel, tem de conti- Avenida da Paz, 14
nuar a aumentar a sua principal base de apoio: 9600-053 PICO DA PEDRA
os seus associados.

BOLETIM DE INSCRIÇÃO
SÓCIO Nº__ ________ QUOTA ANUAL: 10 ___ Outro valor________ , ____
(quota anual + donativo)
NOME _________________________________________________________________________
MORADA ______________________________________________________________________
LOCALIDADE ____________________ CÓDIGO POSTAL ____________________________
TELEFONE ___________________ PROFISSÃO ___________________________________
DATA DE NASCIMENTO _____/_____/_____ EMAIL _______________________________
TIPO DE COLABORAÇÃO _______________________________________________________
DATA ____/_____/_____ ASSINATURA _____________________________________________
• A associação passará recibo, como donativo, do contributo acima de 10 Euros, o qual poderá ser deduzido à colecta do ano para efeitos de IRS.

AO BANCO _________________________________
Agência de _______________________________

_________________, ___ de ___________ de ______


Exmos.Senhores,

Por débito na minha conta com o NIB _______________________________ nesse Banco,


solicito que transfiram para crédito da conta dos AMIGOS DOS AÇORES com o NIB
001200009399438830116 (Agência de Ponta Delgada do BANCO COMERCIAL DOS
AÇORES), a importância de ___________ , ____ , no primeiro dia útil de _________________
de cada ano, até instruções minhas em contrário. Agradeço ainda que, ao efectuarem as
transferências, indiquem sempre o nome completo e morada do ordenante. Esta ordem anula
todas as eventuais anteriores.

De V.Exas.
Muito Atentamente
_________________________________
(nome completo) (assinatura idêntica à existente no Banco)

19 Vidália 20
HUMOR VERDE

You might also like