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MOÇÃO
1
Ressalve-se, desde já, que os professores signatários do presente documento são
defensores de um modelo de avaliação que se norteie por efectivas preocupações de
valorização profissional dos docentes, numa perspectiva formativa e não penalizadora,
propiciadora de uma diferenciação positiva.
Assim, são de várias ordens os fundamentos que nos levam a solicitar a intervenção de
quem de direito:
2
“Recomendações” do Conselho Científico para a Avaliação de Professores, no
documento “Princípios Orientadores sobre a Organização do Processo de Avaliação do
Desempenho Docente” vão neste sentido. Evidencie-se o ponto 1.3 destas
“Recomendações”, que refere: “(...) Cada escola centre o seu esforço e atenção
fundamentalmente sobre a dimensão do desenvolvimento do ensino e das
aprendizagens, articulando-a com as restantes dimensões, de acordo com a própria
situação particular e a dos respectivos avaliados (...)”. Fica claro que o acima exposto
não é respeitado neste modelo de avaliação, dando enfoque a dimensões perfeitamente
marginais ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
Desta forma, este modelo de avaliação do desempenho está claramente orientado para a
melhoria estatística dos resultados dos alunos, promovendo eventuais resultados
artificiais, porque inflacionados, promovendo o facilitismo e despromovendo o rigor e a
exigência. Por outro lado, se, com este modelo, se pretende verdadeiramente avaliar o
desempenho dos docentes, evidenciado os bons ou muito bons daqueles que
desenvolvem um trabalho menos bom, ficam estas intenções goradas à partida, porque
este modelo potencia que sejam exactamente os docentes alvo desta última avaliação
aqueles que podem ter aqui um excelente meio de subverter os valores e engrossar as
estatísticas. Mais uma vez, fica demonstrado o carácter subjectivo e falacioso deste
modelo.
3
Este modelo de avaliação penaliza os professores na obtenção de Muito Bom ou de
Excelente, pelo uso de direitos constitucionalmente protegidos, como a
maternidade/paternidade, doença, nojo, cumprimento de obrigações legais, entre outros.
• Ainda que os signatários desta moção concordassem com este modelo de avaliação e
se sujeitassem à avaliação levada a cabo pelos seus pares, nunca seria possível dar-lhe
continuidade pelo excesso de burocracia e pelo tempo exigido aos avaliadores para
exercerem esta função. Para além de avaliadores, estes são também professores de
várias turmas. Têm uma carga de trabalho acrescido que é humanamente impossível
cumprir, entre reuniões de departamento, de conselho pedagógico, de conselho de
turma, de conselho disciplinar, preparação das actividades lectivas, análise e
acompanhamento do todo o processo de avaliação de cada um dos seus avaliados (aulas
assistidas, análise dos portfolios...).
E que dizer do trabalho da figura do presidente do Conselho Executivo, que terá de
suportar toda a avaliação atrás referida - a dos “professores” e a dos “avaliadores”?
Torna-se demasiado evidente a carga excessivamente burocrática de todo este processo,
que não pode, por estas razões, ser exequível.
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Por todos os motivos expostos, os docentes deste Agrupamento não reconhecem neste
modelo de avaliação qualquer efeito positivo sobre a qualidade da educação e sobre o
seu desempenho profissional.
Assim sendo, vimos junto de V. Exas. manifestar o nosso mais profundo desacordo
relativamente ao modelo de avaliação definido e solicitar: