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O PERFIL DO EDUCADOR

DO SÉCULO XXI

José Maria G. de Almeida Jr.


Consultor Legislativo da Área XV
Educação, Cultura, Desporto
Ciência e Tecnologia

ESTUDO
FEVEREIRO/2000

Câmara dos Deputados


Praça dos 3 Poderes
Consultoria Legislativa
Anexo III - Térreo
Brasília - DF
ÍNDICE

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................................... 3


SOCIEDADE EDUCACIONAL E SOCIEDADE EDUCATIVA .............................................. 4
UM EDUCADOR PARA O SÉCULO XXI ................................................................................... 5
A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DO SÉCULO XXI ................................................................ 6
O HOMEM A SER FORMADO NO SÉCULO XXI .................................................................... 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 8
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 9

© 2000 Câmara dos Deputados.

Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde que
citados o(s) autor(es) e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reprodução
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O PERFIL DO EDUCADOR DO SÉCULO XXI
José Maria G. de Almeida Jr.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

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m educador para o século XXI: Quem é esse
educador? Como capacitá-lo? Que
conhecimentos e aptidões serão necessários
à sua formação? Que adulto queremos formar com a participação
desse educador?
Esses são os quesitos centrais deste ESTUDO.
E é interessante observar, desde o início, que esses
quesitos são permanentes. Foram e continuam sendo propostos
a cada geração. Por quê?
Porque a educação é uma extraordinária força cultural
que está em perene estado de invenção e reinvenção social. De
fato, de tempos em tempos, sobretudo diante de ciclos históricos,
- como a atual transição de séculos e de milênios -, a sociedade
busca redefinir os pressupostos, os objetivos, os conteúdos e as
metodologias da educação. E faz parte integrante dessa busca
traçar o perfil do educador ideal, e, conseqüentemente, perguntar
que tipo de cidadão queremos formar com esse educador.
Há, assim, uma longa tradição em torno desse tipo
de questionamento e das respostas dadas, começando com
grandes pensadores da Antiguidade, como Platão, passando por
Pestalozzi, e chegando a Paulo Freire.
Portanto, diante da abrangência e da complexidade
do tema proposto, este ESTUDO deve ser encarado como um
breve ensaio de aproximação do assunto, à luz das características
do homem e da sociedade humana no mundo contemporâneo.
Por isso, a bibliografia que embasa este trabalho é a
atual, ou seja, dos últimos 20 anos. Parte-se do princípio, assim,
que as obras consultadas fundamentam-se em toda a rica tradição
educacional passada, sobretudo naquela que foi crucial em
modelar o mundo ocidental, cujas raízes se encontram nos
pensamentos judaico-cristão e greco-romano. Contudo, não se
deixa de reconhecer neste ensaio a enorme influência que as
tradições do mundo oriental vêm exercendo no nosso modo de
pensar e agir.

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SOCIEDADE EDUCACIONAL E SOCIEDADE EDUCATIVA

A educação, na sua acepção mais ampla - a antropológica - é tarefa da sociedade como


um todo. Nesse sentido, todas as sociedades humanas, em todos os tempos e lugares - tanto as não-
tribais como as tribais - têm que ser entendidas como sociedades educacionais, onde todos os indivíduos
e grupos sociais funcionam como agentes educadores - agentes que assistem e modelam o indivíduo
humano na direção de uma personalidade e uma cultura.
À medida que as sociedades foram se tornando cada vez mais complexas, as funções de
agentes educadores foi passando à esfera de agências sociais especializadas - as escolas. A educação
passou, então, a ser tarefa quase que exclusiva da escola e de seus professores.
Com a educação escolar, portanto, esvazia-se quase completamente o papel educacional
formal da família e de tantas outras agências da sociedade, e nasce a educação de base pedagógica -
planejada e organizada, com estrutura e funcionamento definidos, inclusive por força de lei, como
acontece entre nós, no Brasil.
Contudo, o esvaziamento do papel formador da família, dos grupos etários e, sobretudo
na atualidade, dos meios de comunicação de massa - a chamada mídia - não foi e nem pode ser
completo. Tornou-se então difuso e assistemático, mas continuou sendo um uma força atuante e de
grande poder, principalmente por meio da educação pelo exemplo. Quem, assim, questiona o papel
modelador das gangues, do cinema, do meio televisivo e, mais recentemente, da via computadorizada,
como a Internet?
Essas considerações, ainda que extremamente breves, pois o assunto é amplo e complexo,
são úteis para introduzir dois conceitos fundamentais para a compreensão do tema central deste
ensaio: sociedade educacional e sociedade educativa.
Toda sociedade humana é educacional, mas nem toda sociedade humana é educativa.
Educacional é gênero, educativo é espécie.
A família, os grupos etários, a mídia e todas as agência sociais, quer deliberadamente ou
não, passam valores, hábitos, costumes e até mesmo conhecimentos. São, portanto, agências
educacionais. Mas serão educativas apenas se contribuírem para a formação da pessoa - criança,
adolescente, adulto - em conformidade com os valores universais de verdadeiro, belo e bom, tanto
no plano individual como no social.
O mesmo se passa nas escolas, como agências especiais de educação, qualquer que seja
sua modalidade e o seu nível. Portanto, o sistema educacional é sempre educacional, mas nem sempre
educativo, exceto quando comprometido em realizar o verdadeiro, o belo e o bom.
Um exemplo basta para clarear esses pontos. Na Alemanha nazista, a sociedade como
um todo era marcadamente educacional, com um sistema escolar dos mais eficientes do mundo à
época; mas à medida que o compromisso social geral, em particular das escolas (salvo, claro, as
honrosas exceções) era com ideais e valores nazistas (superioridade racial dos arianos, discriminação
e intolerância étnico-religiosa, e assim por diante), não se pode compreender que tal sociedade e seu
sistema educacional fossem educativos.
Ora, isso nos leva ao ponto fundamental deste ESTUDO: Idealmente, qual deve ser o
perfil a ser buscado no educador do novo século?

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UM EDUCADOR PARA O SÉCULO XXI

Se se pretende que no século XXI a sociedade humana conte com um sistema educacional
que seja educativo, ou seja, voltado ao cultivo dos valores universais de verdadeiro, belo e bom, com
vistas à educação para a cidadania plena e para o desenvolvimento ecologicamente auto-sustentável
do planeta, o educador desse novo século deverá estar ciente dos pressupostos da educação, a saber:
pressupostos fundamentais e pressupostos instrumentais - aquelas pré-condições para que se dê o
processo educacional como prática pedagógica.
Esses pressupostos, como se verá a seguir, dizem respeito às finalidades da educação no
entender de educadores do mundo todo, como transmitido, com modificações, por HANNOUN
(1996).
Pressupostos fundamentais: Supõe-se que: - a humanidade seja capaz de operar a felicidade;
- seja positiva a imagem do homem que vai ser formado; - a pessoa humana seja perfectível; - a
pessoa humana esteja capacitada para a liberdade; - a pessoa humana esteja capacitada para a
responsabilidade.
Pressupostos instrumentais: Supõe-se que: - a educação seja um processo dialógico; - a
finalidade da educação seja fundamentada; - as estruturas escolares sejam adequadas; - os conteúdos
escolares estejam de acordo com a verdade; - a avaliação escolar não seja tendenciosa; - quem ensina
seja capaz de ensinar; - quem ensina tenha vontade de ensinar; - a mensagem coletiva possa ser
criticamente processada e individualizada por cada educando; - a motivação do educando seja real; -
a competência adquirida seja realizada na prática; - a educação não seja manipulação; - a virtude
possa ser ensinada pela vivência.
Entender esses pressupostos é abrir o caminho para a clara definição pedagógica dos
elementos curriculares: objetivos, conteúdos e metodologias - elementos que estão presentes em
todas as modalidades e em todos os níveis de escolaridade.
Mas esse entendimento é apenas a primeira faceta - a pedagógica - do perfil ideal do
educador que se pretende para os tempos atuais, dadas as características históricas, políticas, sócio-
econômicas e culturais, sobejamente conhecidas, desta transição secular.
Uma segunda faceta, de caráter epistemológico, diz respeito ao domínio de conhecimento,
geral e específico, sobretudo de metodologias para a produção, conservação, transformação, aplicação
e transmissão de conhecimento.
A terceira faceta, sem dúvida crucial, e, por isso, a mais importante no perfil de educador
que aqui se procura definir, tem caráter axiológico, - ético e estético -, pois diz respeito ao compromisso
individual e social com a realização do verdadeiro, do belo e do bom.
Esse compromisso deve ser entendido como a prática do pensamento e da ação no
universo valorativo, não apenas com ênfase nos valores em si mesmos, mas sobretudo nos sentidos
que estão por trás dos valores, cujas direções pressupõem uma consciência humana capaz de realizar
escolhas que podem ser benéficas ou maléficas, individual ou socialmente.
Nunca será demais enfatizar que todas as crises da humanidade, em todos os tempos e
lugares, têm como fundamentos subjacentes os valores. Na verdade, não os valores de per se, mas os
sentidos que a eles são dados e as direções escolhidas pelo indivíduo, pelo grupo social, pela sociedade.
De fato, não há crises políticas, econômicas, sociais ou de qualquer outra ordem. Há
crises de valores e, sobretudo, dos seus significados.

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Entender esse ponto não é fácil, mas é necessário. É claro que pensadores de todos os
tempos e lugares estiveram sempre conscientes disso, tanto na tradição oriental como na ocidental.
O que se faz mister no mundo contemporâneo, sobretudo nas injunções que caracterizam a atual
transição secular, é que políticos, líderes, profissionais e, claro, os cidadãos em geral, tenham
compreensão da importância de que se reveste o universo valorativo humano.
Daí, então, ser crucial atentar para a faceta axiológica na formação do educador, vale
dizer, de todos os cidadãos

A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DO SÉCULO XXI

Com o perfil de educador que acaba de ser alinhavado, pergunta-se: Como formá-lo -
com que capacidades e aptidões?
Obviamente, há diferenças marcantes no papel e na atuação de professores em diferentes
modalidades e níveis escolares. Mas o que aqui se pretende não é estabelecer como pode e deve
ser formado um mestre da pré-escola ou do ensino fundamental, tampouco uma professora de história
ou biologia do ensino médio ou universitário.
O que se pretende, isso sim, é dar um esboço da formação do educador que deve preceder
o professor, o diretor e qualquer outro profissional da educação, independentemente de modalidades
e níveis escolares.
Nesse sentido, é claro que o que este trabalho propõe acaba sendo válido a todas as
pessoas com papéis educacionais (espera-se educativos), como pais, cientistas, artistas, comunicadores,
empresários, operários e políticos. Mas também deve ficar claro que se está a visar, especialmente,
àqueles que profissionalmente se dedicam à educação.
No que tange à formação pedagógica, recomenda-se maior ênfase nas disciplinas de
fundamentação, como filosofia, antropologia e psicologia da educação, e nas de instrumentação,
sobretudo as que dizem respeito aos métodos e técnicas de ensino e de aprendizagem; recomenda-
se, em conseqüência, menor ênfase nas disciplinas próprias do formalismo educacional, como as
que são voltadas à legislação, à estrutura e ao funcionamento do ensino nas suas diversas modalidades
e níveis.
Quanto à formação de conteúdo, torna-se desnecessário enfatizar que ao educador incumbe
ter domínio pleno sobre sua área de atuação específica - orientação educacional, ciências, música,
geografia, educação física, bioquímica, e assim por diante. Contudo, dada a rápida obsolescência
que hoje afeta todos os campos de conhecimento, sobretudo os técnico-científicos, torna-se igualmente
importante, e talvez até mais importante, que o educador tenha amplo e seguro treinamento nas
metodologias de aquisição e aprimoramento de conhecimento.
Posto isso, recomenda-se aos educadores brasileiros em geral que tenham pleno domínio
da língua portuguesa, tanto oral como escrita, e que cultivem a norma culta da língua em todas
as situações, uma vez que o seu falar e escrever estarão sendo observados como exemplares.
O conhecimento de pelo menos uma língua estrangeira, a ser escolhida, certamente,
entre inglês ou espanhol ou francês, é da maior importância como instrumento que amplia, e muito,
a aquisição e o aprimoramento de conhecimentos específicos.

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O século XXI, pelas características que se anunciam, não poderá tolerar um educador,
qualquer que seja a modalidade e o nível de ensino de sua atuação profissional, que não tenha sólida
cultura geral, sobretudo de arte, filosofia, história, geografia e economia, e que tenha, senão conteúdo,
pelo menos ótima compreensão sobre o papel e as implicações da ciência e da tecnologia.
Quanto à informática, é e continuará sendo necessária apenas como instrumento e não
como conteúdo, salvo para os que a tem como área específica de trabalho, o que, nesse caso, demanda
conhecimentos formais.
No tocante à formação axiológica, a mais importante e complexa, faz-se absolutamente
necessário que o educador entenda que a verdade é buscada pelas faculdades racionais e intuitivas
do homem. Isso exige espírito crítico diante do conhecimento e de sua aplicação, o que inclui visão
independente e capacidade de julgamento racional do homem e da sociedade.
Por exemplo: incumbirá ao educador entender que a ciência e a tecnologia são meras e
transitórias aproximações da verdade; que o ordenamento jurídico, o sistema político e a organização
econômica são para o homem, enquanto ser livre e responsável, e não ao contrário; que o ambiente,
tanto o natural como o artificial, pode e deve ser compatibilizado com o desenvolvimento sócio-
econômico e cultural; que ao cidadão competem direitos e deveres; e assim por diante.
Ainda no âmbito de sua formação axiológica, o educador terá que entender a arte não
apenas como meio de expressão, mas também como instrumento de humanização e promoção da
pessoa. Isso, certamente, inclui o aprimoramento da emoção estética e, se possível, o desenvolvimento
de alguma aptidão artística específica.
Por fim, a formação axiológica do educador só estará completa com a compreensão e o
desenvolvimento de valores éticos, individuais e sociais, que digam respeito: à proteção e à promoção
da vida, humana e não-humana; aos ideais de vida comunitária cooperativa, nos âmbitos local, regional,
nacional e internacional; à interação e relação social que seja pacífica e solidária, sem discriminações
e intolerâncias de qualquer espécie; e ao equilíbrio entre desenvolvimento sócio-econômico e cultural
e preservação ambiental.

O HOMEM A SER FORMADO NO SÉCULO XXI

Um dos fenômenos mais insidiosos e preocupantes dos últimos 20 anos, no mundo todo,
mas que se manifesta mais acentuadamente no homem ocidental, é o do declínio da sensibilidade a
respeito do significado de se ser humano. Trata-se de fenômeno psicossocial e cultural que permeia
todas as dimensões da sociedade, e que tem origem no nosso cotidiano, nas pequenas coisas, como
modos de falar, vestir e agir, mas que atinge as relações humanas em geral e alcança todas as instituições
e organizações sociais.
De fato, basta lembrarmos de demonstrações aparentemente banais dos ambientes
escolares, em nome de uma pseudoinformalidade, e que se tornam cada vez mais comuns, como o
professor e o aluno que se dirigem um ao outro em linguagem vulgar e até mesmo chula, para termos
uma idéia do estado de decadência a que chegou o que foi e que deveria continuar a ser a sagrada
relação educador-educando. E o mesmo poder-se-ia falar sobre as relações entre mães, pais e filhos;
entre políticos e seus eleitores; entre governantes e governados; e assim por diante.

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Nas relações humanas, a falta de sensibilidade leva a crises de identidade e a confusões
no desempenho de papéis sociais, a comprometimento na comunicação e a manifestações de
manipulação e violência de todo tipo. Mães, pais e filhos se comportam mais como colegas e amigos
do que como mães, pais e filhos. A cordialidade e a cooperação entre vizinhos cederam lugar à
agressão com cães ferozes e à perturbação sonora. As mulheres, apesar de justas conquistas ao longo
deste século, estão atualmente, desde meninas, entre as maiores vítimas das manifestações de
insensibilidade e violência da sociedade, particularmente da parte de enorme parcela da população
masculina, por meio de explorações, assédios e abusos diversos.
Nas relações de produção e consumo, na mídia, na atuação de agências organizadas,
inclusive governamentais, percebe-se claramente que a sociedade atual vive sob o império do
desrespeito generalizado. Alimentos e medicamentos adulterados, jornalismo tendencioso e
inescrupuloso, corrupção nos negócios públicos e privados, narcotráfico e violência policial são apenas
alguns dos temas que se tornaram recorrentes no cotidiano do homem comum.
A degradação ambiental, a falta de equilíbrio e harmonia entre os poderes constituídos,
a intolerância étnico-religiosa e a constante tensão entre grupos locais, regionais, nacionais e
internacionais são apenas expressões maiores da perda de sensibilidade que grande parte da população
humana manifesta diante dos atributos humanos universais de verdadeiro, belo e bom.
Dado esse quadro do nosso tempo, não é de admirar, portanto, que um número crescente
de indivíduos e grupos sociais venha agora exibindo insensibilidade ao sofrimento humano. É a
barbárie - a desumanização absoluta. Questiona-se a existência do Holocausto. Velhos e crianças
morrem em filas de atendimento médico. Miseráveis são queimados enquanto dormem nas ruas.
Que homem queremos formar para o século XXI?
Queremos um homem que reaja diante da barbárie, e que lute, pacificamente, para reverter
o processo de desumanização que nos assalta e assombra.
Não cabem aqui, portanto, de um ponto de vista educacional, considerações sobre
conhecimentos e aptidões a serem adquiridos por esse homem que se quer formar; cabem, tão-
somente, considerações valorativas: há que se almejar, permanentemente, o verdadeiro, o belo e o
bom.
Entender isso é entender que o homem que a educação deve pretender formar para o
século XXI é o cidadão livre, mas com responsabilidade - alguém que seja capaz de resgatar, individual
e socialmente, a dignidade da cidadania plena, numa sociedade justa e solidária, e a possibilidade de
um planeta pacífico, harmônico e ecologicamente auto-sustentável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se se pretende que a Terra sobreviva e a humanidade retome sua trajetória de ascensão,


teremos, todos, que ser educadores e educandos, ao mesmo tempo, permanentemente, numa sociedade
educativa. Há escolhas a fazer da parte de cada indivíduo e de cada grupo social. A tarefa crucial da
educação no século XXI será contribuir para que homens e mulheres, pelo menos a grande maioria,
cada um no âmbito de suas capacidades e esfera de responsabilidade, escolha o verdadeiro, o belo e
o bom.

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A crise da humanidade nesta transição secular é valorativa, unicamente valorativa. Daí a
ênfase deste ensaio no universo valorativo humano e na revolução que nele terá que se operar se
quisermos nos desviar de uma rota de canibalização e suicídio. Focos de barbárie sempre existiram e
certamente sempre existirão; mas o mundo não foi e nem terá que ser sempre bárbaro.

BIBLIOGRAFIA

Adler, Mortimer J. THE PAIDEIA PROPOSAL - AN EDUCATIONAL MANIFESTO.


New York: Macmillan Publ. Co., Inc., 1982.
Almeida Jr., José Maria G. de, Org. e Ed. EDUCAÇÃO - UMA COLETÂNEA DE
ENSAIOS PARA O SÉCULO XXI. Brasília: EDUnB, 2000. (No prelo).
Fabry, Joseph B. A BUSCA DO SIGNIFICADO - VIKTOR FRANKL,
LOGOTERAPIA E VIDA. São Paulo: ECE Editora, 1984.
Gardner, Howard. O VERDADEIRO, O BELO E O BOM - OS PRINCÍPIOS BÁSICOS
PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda., 1999.
Hannoun, Hubert. EDUCAÇÃO: CERTEZAS E APOSTAS. São Paulo: UNESP, 1998.

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