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Ministério da Educação e Cultura


Secretaria de educação tecnológica
Escola Agrotécnica Federal de Belo Jardim

CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

FEIRAS E MERCADOS PÚBLICOS UM RETRATO DO COOPERATIVISMO

Belo Jardim
Novembro 2008

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Feiras e mercados um retrato do cooperativismo

Jessica Alves, Jaynne Caroline, José Sergio, Vandeilson Silva,Fernando Claudio,


Gregory Laborde,

Projeto de pesquisa apresentado a


disciplina de Iniciação ao Trabalho Científico (ITC),
como requisito para conclusão do respectivo curso.

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
2- OBJETIVOS.........................................................................................................................7
3-JUSTIFICATIVA....................................................................................................................8
4-REVISÃO TEÓRICA..............................................................................................................9
5-METODOLOGIA...................................................................................................................12
6-CRONOGRAMA...................................................................................................................14
7-BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................................15
8-Considerações
finais.........................................................................................................................................17
9-ANEXOS................................................................................................................................18

INTRODUÇÃO

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Nos dias atuais onde o mundo passa por uma revolução nos cabe saber se uma das formas mais
antigas de comercializar produtos, as feiras livres continuam as mesmas ou passam por alguma
transformação acompanhando a modernização desta época.
Como já é sabido o cooperativismo é uma das formas melhores de incentivar o crescimento de um
determinado grupo, fazendo uso disto para melhorar e modernizar a feira livre e facilitar a compra
de produtos e outros subsídios.
É importante ver se os comerciantes fazem uma rota de comercio entre as cidades mostrando que
a cultura e tradição dos” cacheiros viajantes” ainda e valida onde vemos ainda um resquício de
passado presente nos dias atuais.
A produção, de que formas está sendo comercializada pelos próprios produtores ou por terceiros
dependendo de atravessadores e como se pode atuar para reverter este quadro que tanto
preocupa os órgãos públicos.
As feiras não atuam somente como um ponto de comercio mas sim como verdadeiros centros de
cultura onde encontramos variadas historias de vida e trabalho, restaurantes de comida popular
onde são produzidos os mais diversos tipos de alimentos que não deixam de serem exóticos, se
analisarmos todas as cidades crescem em junto com a sua feira fazendo desta um indicador do
crescimento demográfico .
Além de todas as características citadas nos dias atuais as feiras vieram tendo uma transformação
deixando de ser a simples forma de comercio corpo à corpo passando a expor os mais variados
produtos como veículos auto motores,casas,tecnologia,vestuário mas que não perde o seu sentido
real que e comercializar e mostrando esta diversidade que se faz a feira do futuro.
Qualificar todas as características em um só lugar unir o moderno e prático dos nossos tempos
com uma das mais antigas formas de comercio do homem dando uma nova roupagem mostrar
que existe toda uma inter dependência entre a rede de comercio pesquisada,conhecer o perfil
deste trabalhador que tanto interfere na vida cotidiana de grande parte da população modificando
a idéia da grande maioria da população que feira não possui uma organização.

OBJETIVOS

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Objetivo Geral
SABER SE O FEIRANTE POSSUI VINCULOS DE COOPERATIVISMO OU ASSOCIATIVISMO

Objetivos específicos
• Saber se o feirante e produtor do que está comercializando

• Identificar quais deles comercializam em outra cidades

• Relatar Quantos deles são alfabetizados e o seu grau de escolaridade

• Quantificar a faixa etária

JUSTIFICATIVA

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Saber como os feirantes se organizam para que assim seja traçando um plano de ação junto a
outras instituições pra que possam ser auxiliados.
Sugerir através dos dados coletados uma nova roupagem das feiras onde estes comerciantes
juntos podem ampliar o leque de produtos oferecidos aos seus consumidores sem perder o
compromisso com a qualidade.
Fazê-los um grupo de melhores profissionais para que melhorem o atendimento ao grande
público(participação do sistema S nesta ação) ,auxiliar a comunidade científica a compreender
melhor esta gama de profissionais que tiram o seu sustento desta forma de trabalho,na sua
maioria informal sem algum direito trabalhista na maioria das vezes realizando sues serviços
expostos a riscos muito grandes.
Traçar um plano de ação junto com ONG´S(Organizações Não Governamentais) e prefeituras dos
municípios pesquisados para que esta camada da população tenha melhores condições de
trabalho, estimular aqueles que deixaram de lado a educação para darem o sustento a família
incluindo-os em projetos sociais de alfabetização de jovens e adultos para que possam lutar por
um futuro mais digno.
Incentivar através de palestras e ações uma maior introdução dos produtos de caráter orgânico
nas bancas de comercio mostrando a estes comerciantes a vantagem de estar comercializando
produtos mais seguros para a população, trazer de volta para a feira o pequeno produtor que em
seu pequeno lote de terra produz alimentos e outros produtos.
Mostrar a população dos municípios pesquisados que a feira não e somente um lugar onde
compra-se alimentos mas um lugar de grande importância cultural para determinada região onde
podemos encontrar vários patrimônios vivos que podem mostrar a historia do lugar e seu
crescimento ao longo dos outros, portanto ensinar a população que a feira e um patrimônio vivo e
necessita ser cuidado para que as outras gerações tenham acesso a esta cultura tão ameaçada
pela globalização.

REVISÃO TEÓRICA

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Os dicionários da língua Portuguesa definem FEIRA como: 1. Local onde se expõe e


vendem mercadorias. 2. Local onde se vendem frutas,legumes e outros tipos de
produtos alimentares. ( Dic.Larousse.Pág.502)
“A feira pá gente e mais do que garanti o dinheiro pra sustentar meus filho,e tê a
certeza de num ta levando grito de patrão e nem ta limpando o banheiro dos ôto”
Parte da entrevista com os feirantes, Joana Cruz ex-empregada
domestica,atualmente trabalha na feira 2 filhos para criar. Sanharó-2008
Desta forma é claro compreender que os mercados e feiras livres são muito mais do
que um patrimônio cultural de determinada região, não fugindo de sua essência
natural mas muitos tem este como uma saída alternativa para a falta de estudo e
preparo para o mercado de trabalho atual, o qual cada dia mais exige qualificação e
grau de instrução para enfrentar a batalha de leões diária do mundo profissional,
mercado globalizado que com o passar do tempo vem influenciando a forma
organizacional e estrutural das feiras livres e mercados populares.
Com a queda do sistema feudal os europeus tentam novas formas de comercio tendo
em vista a rota para as Índias terra de muitas riquezas e especiarias, estes produtos
muitas vezes não chegavam a tocar em terra eram vendidos entre os navios em alto-
mar, na maioria das vezes estes suprimentos tinham seus pontos de distribuição nos
portos onde os navios atracam temos assim as primeiras feiras do comercio
globalizado onde os produtos de uma região muito longínqua chega nas mão dos
mercadores Europeus que atuavam como atravessadores facilitando o contato entre
mercador-consumidor.
As coisas não são tão diferentes nas feiras livres atuais existindo um contato quase
nulo com o produtor dos produtos que estão sendo comercializados, podendo ser
esquematizado da seguinte forma: agricultor de grande porte centro de
abastecimento comerciante consumidor final.
Diminuindo cada dia mais a participação da agricultura familiar como uma forma de
geração de renda para as camadas mais pobres da população que troca a produção
pela comercialização pois e bem mais lucrativo do que a produção,não sendo
somente isso o consumidor final sofre com a má qualidade do produto oferecido
contendo este um altíssimo nível de pesticidas utilizados nas lavouras para que se
tenha um melhor rendimento não levando em conta as ações danosas ao meio-
ambiente tais como eliminação de insetos importantes para o equilíbrio do
ecossistema de determinada região levando muitas vezes a extinção de espécies
endêmicas.
E notado que com o evoluir de determinada cidade as suas forma de comércio
primário ( as feiras) pode ser considerado um indicador não só do crescimento

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demográfico de uma região mas do aumento do IDH ( Índice de Desenvolvimento


Humano) potencializando a economia local.Sabemos que com o evoluir das
tecnologias da informação o mundo inteiro trabalhará em um só estilo( já funciona
assim) esta forma de comercio tão simples já da claros sinais de que sofre influencia
direta do mercado globalizado, vamos tomar como exemplo a feira livre de Santos-
SP nesta a grande maioria dos verdureiros já aceitam cartões de credito e
debito,deixando de lado o papel-moeda dando espaço ao dinheiro eletrônico que
domina cada dia mais o comercio.
Mas não é somente na forma de pagamento que a feira vem se revolucionando
também na sua estrutura física os antigos bancos de madeira estão sendo trocados
por boxes fixos de alvenaria, fazendo com que a feira perca toda sua estilística e
rusticidade ganhando assim um ar mais “civilizado” e o que a firmam os próprios
comerciantes, “ com os boxes a feira fica muito melhor para gente porque não
precisa mais se preocupar muito com os ladrão agora e tudo de tijolo e porta de
ferro”
(Dona Bel- proprietária de uma Box de ervas medicinais e artigos religiosos,
Caruaru-2008)
A feira que conhecíamos antigamente não é a mesma do século XXI, a feira da nova
hera é mercada por demonstração e comercialização de tecnologia dentro das mais
variadas áreas, nos levando a crer que este organismo chamado feira não se coloca
contrario ao processo de globalização e universalização do comércio, mas que se
mostra atraído por este processo de imposição de mudança abrindo mão muitas
vezes de suas raízes e tradições locais. “O problema aqui não é de “informação
imperfeita”: ao contrário, os laços sociais são de interconhecimento”
(Sicsù e Medeiros, 2002: 17).
Chegam a pensar que a antiga feira livre repleta de ‘bancos’ de madeira muito frágil
mal aprumados e com suas lonas coloridas, não chega a existir alguma organização
mas pelo contrário são construídos locos afetivos onde os indivíduos chegam a
tratarem-se como irmãos muitos deles se conhecem a longos anos pois dedicam a
vida a esta atividade.
Mostrando uma forma de cooperar-se entre si gerando um ambiente de trabalho
mais saudável e economicamente mais interessante de ser garimpado por estes
indivíduos que arduamente trabalham neste sistema.
Estes laços causam na feira uma correte de ajuda mercantilista onde os próprios
comerciantes abastecem uns aos outros de forma simples e prática diminuindo assim
o ônus com transporte de algumas mercadorias.“A origem da cooperação está na
própria origem da humanidade, no seu modo de ser, de viver e de agir diante das
necessidades vitais.”( Charles Gide)

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O homem organiza-se em grupos desde os primórdios formando comunidades que


estas por sua vez não deixam de ser instituições organizacionais formando um certo
cooperativismo entre os membros de determinada comunidade , como é datado nos
livros de história o povo romano possuíam uma comunidade cooperado criando gado
em sistema comum faziam uso dos recursos naturais de forma comum agindo com
cooperação, mas não foram somente os Romanos a instituírem um programa comum
mas também os Babilônios e todos os povos Germânicos.
“ROCHDALE SOCIETY OF EQUITABLE PIONEERS”, esta foi a primeira cooperativa do
sistema capitalista tendo como marca a revolução industrial, com a força desta os
funcionários passaram a lutar pelos seus direitos e a adquirir produtos a preços
muito mais baixos que eram de interesse dos cooperados com isso o movimento foi
tomando fôlego e hoje tem uma enorme força pois’ unidos somos mais’.
As feiras livres e mercados mostram-se não muito abertos a esta forma de
organização muitos dos comerciantes por não saberem o que é realmente, e outros
por não acharem de nem uma maneira vantajosa pois para se manter um sindicato
ou cooperativa paga-se taxas e para muitos isto não vem a ser interessante.
Uma das vantagens que os feirantes se organizassem na forma de cooperativas seria
a exigência de melhores produtos e estes certificados onde existiria uma fiscalização
sobre a qualidade e procedência do que esta sendo vendido ao consumidor
beneficiando todas as partes tanto quem compra e quem vende.Mesmo que alguns
continuem insistindo em dizer que não são cooperados mas sim
independentes,mostram-se involuntariamente cedendo a esta cooperação pois eles
interagem entre si estabelecendo relações sociais e muitas vezes econômicas.Pode
ser constatado através da pesquisa que os comerciantes da feira estão organizados
na forma de um cartel, pois se fossem filiados a uma cooperativa que unificasse e
fixasse preços não possuiriam lucro nem competitividade, o cartel continua até onde
o comerciante considerar interessante pois e necessário escoar a mercadoria
adquirida para que assim tenha lucro.Em síntese se a feira fosse unificada na forma
de uma cooperativa estaria perdendo totalmente sua raiz mercantilista
estabelecendo uma tabela única dos valores de cada produto cortando por vez a
concorrência e busca por uma melhor qualidade nos produtos oferecidos, o
consumidor recebe assim um maior leque e não uma forma única e padronizada do
mesmo produto perpetuando a diversificação da produção e comercialização.
“O poder do homem está na sua liberdade de escolha, isso que nos torna
diferentes”(Yvonne Maggie)

METODOLOGIA

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Esta pesquisa caracteriza-se como de ‘campo’ onde serão aplicados questionários claros e
objetivos diretamente aos feirantes por forma de entrevista durante o seu horário de trabalho, esta
formar foi escolhida por dar mais vivacidade ao trabalho onde os pesquisadores podem ter um
contato real com o entrevistado argüindo um pouco mais sobre sua vida e construindo conceitos
mais amplos sobre o deferido tema onde poderão contribuir mais para comunidade
compreendendo como funciona realmente o organismo organizacional e as personalidades ali
presentes.
Uma das indagações feitas no questionário foi a seguinte:
Você faz parte de algum sindicato ou cooperativa de trabalho? Com esta pergunta nos podemos
constatar se o entrevistado e ou não vinculado, facilitando o tratamento dos dados obtidos.
Quanto ao sexo do entrevistado, faz-se importante coletar este dado pois com ele nos podemos
saber o quantitativo de homens e mulheres que são ou não cooperados e qual é a que sexo
pertence a maioria dos trabalhadores.
2° indagação
Você gostaria de fazer parte de algum sindicato ou cooperativa? Esta pergunta caracteriza-se por
sim ou não simples e objetiva mas de uma importância extremamente grande com esta temos a
noção de como fazer o plano de ação e conscientização destes comerciantes.
3°indagação
Você e produtor dos produtos que está comercializando? Ter esta noção nos e de extrema
importância com ela podemos saber como o entrevistado sobrevive pois se ele responder que
não temos a certeza que este não e um trabalhador rural mas sim um comerciante. Quando a
respostar for produz e compra saberemos que o entrevistado não e apenas mais um comerciante
e sim um pequeno agricultor que esta utilizando a feira para escoar sua produção, como nas suas
terras ele não e capaz de produzir todos os produtos comercializados compra de outros
produtores para suprir a necessidade de seus clientes, a mesma idéia e aplicada aqueles que
responderem SIM.
4° indagação
Onde você compra os produtos que esta comercializando?
Esta pergunta será aplicada aqueles que compram produtos para revenda, nos auxilia a traçar um
mapa do abastecimento dos mercados públicos e das feiras livres dos municípios pesquisados, as
opções foram: 1Ceasa/Ceaca, 2Diretamente ao produtor, 3outros; caso a resposta for 1 teremos
Caruru como centro de abastecimento comercial para estes revendedores pois e única cidade que
possui CEASA, com a resposta 2 temos outro universo saberemos que este produto e oriundo de
um pequeno produtor daquela região.

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5° indagação
Você trabalha comercializando seus produtos e outras Feiras(cidades) qual?
Ainda com a visão de traçar a origem dos produtos comercializados sabendo onde e como atuar
com os comerciantes que trabalham com esta migração comercial, em termos simples ocorre as
seguinte forma quando uma ‘feira’ não e boa toda a mercadoria que não foi comercializada em
uma e levada para outra cidade para que lá seja escoada, fazendo uma migração pendular
comercial.
6°indagação
Qual o grau de escolaridade do entrevistado? Até que serie você estudou?
Sendo considerada uma das mais importantes pois com ele poderemos medir o grau de
escolaridade do entrevistado para que assim sejam planejadas as ações de alfabetização e
profissionalização nas feiras sejam melhor objetivadas tendo os objetivos alcançados com mais
rapidez.
7° indagação
Qual a faixa etária do entrevistado?
Sabendo isto nos auxilia na forma de como trabalhar com o publico ao na aplicação das melhorias
e constatar quais deles tem a sua vida trabalhando nesta profissão e quais deles iniciaram-se a
pouco tempo,agregada a esta pergunta encontra-se a seguinte: A quantos anos você trabalha na
feira? Sabendo a média de tempo trabalhado pode ser traçado planos de ação para
aposentadoria destes trabalhadores detectar com que idade eles começaram a trabalhar nestas
condições para que hoje não se repita com as novas gerações o que aconteceu com estes
trabalhadores submetidos a condições de trabalho não condizentes com suas respectivas idades.

Foram fontes de pesquisa as seguintes bibliotecas:


Biblioteca pública Municipal da cidade de Sanharó
Biblioteca pública Municipal da cidade de Caruaru
Biblioteca pública Municipal da cidade de Belo Jardim
Biblioteca da Escola Agrotécnica Federal de Belo Jardim- EAfBJ

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CRONOGRAMA

Mês/etapa SET OUT NOV DEZ

ESCOLHA DO TEMA x

ELABORAÇÃO DO PROJETO x

APRESENTAÇÃO DO PROJETO x

COLETA DE DADOS x

ANÁLISE DOS DADOS x

ORGANOZAÇÃO DO x
ROTEIRO/PARTES

REDAÇÃO DO TRABALHO x

REVISÃO E REDAÇÃO FINAL x

ENTREGA DO TRABALHO x

DEFESA DA PESQUISA x

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BIBLIOGRAFIA

SICSÙ, Abraham e MEDEIROS, Sônia (2002) “Perspectivas criadas, oportunidades


perdidas, desenvolvimento rural e políticas públicas: dois estudos de casos na Mata
Pernambucana” in SICSÙ, Abraham, PEREIRA, José M., SILVA, Keila S. e MEDEIROS,
S. M. G. (orgs) – Mata Sul de Pernambuco: Crise e perspectivas – pp. 7-125 - Ed.
Fundação Antônio dos Santos Abranches – Recife.
MORAES, Maria D. C. (2000) - Memórias de um sertão desencantado - Modernização
agrícola, narrativas e atores sociais nos cerrados do sudoeste piauiense - Tese de
doutorado em Ciências Sociais. Campinas: IFCH/UNICAMP.
FAVARETO, Arilson e DEMARCO, Diogo, coords. (2002) – Políticas públicas,
participação social e as instituições para o desenvolvimento rural sustentável - uma
avaliação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural. Relatório final de
pesquisa - Convênio Plural / IICA (SAF/MDA). São Paulo/Brasília, Maio de 2002.
BONELLI, Régis (2001) – “Impactos Econômicos e Sociais de Longo Prazo da Expansão

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Agropecuária no Brasil: Revolução Invisível e Inclusão Social” – Texto para discussão


838 – IPEA, Rio de Janeiro/Brasília.
ARAÚJO, Tânia B. (2000) – Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro – Heranças e
urgências – Editora Revan/Observatório CMG/UFPE – NESC/CPOAM-FASE/NE – Rio
de Janeiro.
BAIARDI, Amílcar (2002) - Revisitando o Oeste baiano: avaliação do desenvolvimento
rural regional em três municípios pólos – MDA/NEAD – Relatório final – Brasília.
ENECK, Dieter W. Cooperação & Desenvolvimento: O papelo das cooperativas no
processo de desenvolvimento econômico nos países de Terceiro Mundo, Porto
Alégre, Coojornal, 1980.
ORGANIZAÇAO DAS COOPERATIVS BRASILEIRAS. Manual de orientação para
constituição e registro de cooperativas, Brasília:Sescoop,2003.
ORGANIZAÇAO DAS COOPERATIVS BRASILEIRAS. O cooperativismo in-
ternacional, Brasilia, OCB, 1990.
PALMYOS, Paixão Carneiro. Cooperativismo: o princípio cooperativo e a força
existencial-social do trabalho. Belo Horizonte, FUNDEC, 1981.
PINHO, Diva Benevides. O pensamento cooperativo e o cooperativismo brasileiro,
São Paulo, CNPq, 1982.
MARSHALL, A. P. (1920). Princípios de Economia. Tratado Introdutório, São Paulo, Nova
Cultural, (1985).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notória a presença da globalização em todos os meio de produção e comercialização e com as


feiras livres não foi diferente mesmo sendo uma das formas mais antigas de expor e vender
produtos não se coloca inalterável, mostra-se totalmente aberta as mudanças impostas por esta
nova ordem de comercio.
A mudança de feira livre para “pólo de comercio ao ar livre” será muito breve porque a
modernização na estrutura física cresce a olhos vistos, a preocupação com estilo, conforto dos
compradores e segurança dos trabalhadores e uma das molas chefes desta mudança
arquitetônica nas feiras livres onde estão sendo abandonados pouco a pouco os bancos de
madeira.
Mais do que a exposição de mercadorias a feira e o patrimônio da região, políticas de investimento
em conservação da memória das feiras, fazer uma melhor estruturação de saneamento,e uma dos
investimentos maiores terão de ser no patrimônio vivo da feira a figura que faz,acontece e escreve
junto com o crescimento da cidade e das regiões o feirante pessoa de fundamental importância
para a alimentação de muitos servindo como um ele de ligação entre o produto e o consumidor
este sim e o verdadeiro e grande patrimônio.
Com o desenvolver da pesquisa foi possível constatar que o cooperativismo legal não existe mas
prevalece a cooperação de forma natural que os tornam amigos íntimos, se o cooperativismo
institucional existisse nas feiras livres não seria viável para o comerciante como seriam a plicadas
as concorrências se todos pegam os produtos ao mesmo valor? O lucro seria extremamente baixo
não sendo viável para estes comerciantes.

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O que vem a ser percebido e a existência de um cartel onde todos colocam a mostra o mesmo
valor com variações mínimas de centavos e que com o decorrer do dia existe uma variação de
preços entre os comerciantes, se ocorresse o sistema de cooperativismo institucional não haveria
isso e o consumidor não teria a opção de selecionar o preço que mais lhe conviesse.
E perceptível a necessidade de melhorias nos aspectos sanitários e sociais, durante a pesquisa o
risco de contaminação por a alimentos contaminados foi notado fácil mente t(vide anexo I figura
XII) isso traz preocupações pois pode representar um risco eminente para a saúde pública onde
os próprios feirantes sentem que e necessária mudanças rápidas nestes aspectos.

ANEXOS

Anexo I
As imagens coletadas:

Figura I Homem dormindo em posição extremamente


desconfortável mostrando sua exaustã - Sanharó

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Figura II Entrada da feira da cidade de Belo-Jardim

Figura III senhora de 80 anos trabalha desde os 7 Belo Jardim

Figura IV mendiga, foto tirada na entrada da feira Belo Jardim

Figura V senhor Lúcio e Gertrudes conheceram-se na feira, são


casados a 45 anos até hoje trabalham na feira Belo Jardim

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Figura VI Sandra vede Alface para sustentar a casa e três filhos


pequenos não estudou Belo Jardim

Figura VII Lau o vendedor de bananas muito simpático

Figura VIII Joana vendedora de verduras, concluiu o ensino médio


mas ama a feira. Caruaru

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Figura IX Maria do Socorro Mãe da Joana não estudou, não


assina o nome. Caruaru

Figura XII,métodos de armazenamento arcaicos e anti-sépticos


utilizado em plenos século XXI(mercado de carne da cidade de Sertânia-PE)

Figura XIII panorâmica mercado de carne Sertânia-pe

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Anexo II
Visões como cada integrante do grupo interpreta as pesquisas que foram realizadas.
Jessyca Alves

Feiras Livres
Existem feiras em várias cidades em todo o mundo, cada uma mais extensa que a outra. A
feira é o local onde vários comerciantes vendem seus produtos (frutas,verduras,roupas.etc).A
estrutura da feira pode ser vista como um ponto turístico,ela tem capacidade de abrigar mais de
1000 feirantes em cada área de trabalho,e se destaca pela variedades de coisas que nela é
vendida, e pelo local onde é comercializado cada produto. Mas a feira não se destaca pela
variedades de produtos mas também pela grande população que á faz crescer e se
desenvolver.Hoje apresenta forte relatividade de mão-de-obra,trazendo mais emprego para
pessoas que não apresentam um estudo no currículo de trabalho. Na feira algumas pessoas
trabalham em grupo chamado de cooperativismo, que é quando um determinado grupo de
pessoas juntam seus dinheiros para comprar produtos e dividem entre si, outros acham que
cooperativismo as vezes não é bom por não ter lucro em cada compra de produtos ,outras
pessoas nem conhecem o que é esse grupo de pessoas.
A feira está também se transformando junto com a tecnologia avançada,assim podem trazer
mais facilidades para cada produtor e comprador.Antes para poder comprar uma roupa na feira
só se vendiam com o dinheiro na mão,hoje existem cartões de credito,podendo comprar até uma
simples fruta, assim esse trabalho aumentou muito ao longo dos tempos, com o
desenvolvimento da globalização,além de crescer o mercado de trabalho em empresas e
industrias,cresceu também o comercio econômico,que mudou as inovações tecnológicas, esse
fator nos justifica as mudanças no mercado de trabalho e o crescimento da população.Mas com
tantas mudanças boas hoje ainda o país sofre com "a crise de alimentos"onde a cada dia é
jogado no lixo mais de 1000 toneladas de alimentos podendo ser aproveitados, mas como o
mundo está se desenvolvendo rápido pode ser que diminua essa crise que pode ocorrer de não
ter mais alimentos para serem consumidos.
Não só existe feiras de frutas e roupas mas sim feiras da automóveis onde tem a compra e
venda de carros usados mas são raras as cidades que ocorre essas feiras talvez porque a
cidade não tenha uma estrutura ampla para esse tipo de eventos.
Conhecendo a feira mais de perto , deu pra perceber que ela não é tudo o que a população diz,
que é um trabalho diferente dos outros,não, é um lugar onde existem pessoas com histórias pra
contar e que já passaram esse trabalho de geração em geração pessoas que trabalham lá há
mais de 20,30 anos e que viram o desenvolvimento e cada mudança que aconteceu no passar
dos anos.São pessoas que deixaram seus estudos de lado e foram trabalhar e mais na frente
não conseguiram um trabalho digno de seu sustento e tiveram uma única oportunidade
comercializar o que aprenderam quando eram pequenos,e encontraram a única solução a feira.

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José Sergio & Jainny

Antes tinha-se uma idéia muito fechada sobre a feira, os produtos comercializados e seus
comerciantes.Era suposto que so trabalhavam na feira pessoas que não freqüentaram a escola
ou não tinha conseguido um trabalho melhor, algumas apenas, chegaram a freqüentar a escola,
outras, no entanto, nunca estiveram numa sala de aula.
Hoje a feira trabalha com muitos produtos como: roupas, calçados, utensílios
domésticos, bijuterias, verduras e frutas etc. Foi possível observar grandes diferenças desde o
tamanho da feira quanto ao número de feirantes que nelas trabalham.A feira está mais
“globalizada” em termo de tecnologia, principalmente a de artesanato em Caruaru. A feira
funciona como uma grande empresa, onde os desempregados encontram a saída para muitos
de seus problemas. Muitas famílias tiram seu sustento do comércio nas feiras populares e
encaram quilômetros de estrada para conseguir vender seus produtos.
Nas três feiras que foram pesquisadas temos por objetivos:
Conhecer o trabalho realizado pelas famílias que ali trabalham.
Analisar o grau de escolaridade de cada feirante.
Levantar a faixa etária de cada feirante procurando sempre saber a quanto tempo trabalha
na feira.
Saber se os feirantes fazem parte de alguma cooperativa ou sindicato de trabalhadores
rurais.
Porque fazer parte do curso que estamos iniciando. O cultivo das verduras e legumes, os
sindicatos de trabalhadores rurais e cooperativas a que pertencem ou não.
Esta pesquisa tem como foco saber as origens de cada individuo entrevistado. São
pessoas humildes em sua maioria compostas por analfabetos ou ainda senhores e senhoras
aposentados que buscam na feira um complemento para sua renda.
Esse estudo da, grandes contribuições na área de agropecuária, pois, tem-se conhecimento
que após o termino do curso, pode se investir em alguma cooperativa ou mesmo criar uma para
auxiliar na compra das mercadorias, pois se fossem compradas por grandes números de pessoas
com certeza sairia mais em conta.Hoje nas feiras livres acontece boa parte do comércio possui
vários produtos para serem comercializados.Uma boa comercialização precisa-se de produtos de
boa qualidade se fertilizantes e com recursos naturais, sem que a natureza seja prejudicada ou
forçada a ser destruída.Nosso foco foi para saber se os feirantes trabalhavam legalizados se seus
direitos e deveres estavam sendo reconhecidos pela população para que isso haja da melhor e
sincera forma precisamos de união e usar nossos direitos como: trabalhar registrado por sindicato
ou cooperativa, com idade adequada, (criança tem direito a freqüentar a escola, idosos tem direito
a serem aposentados), ou seja, trabalhar com honestidade e não como escravos.As feiras livres
acorrem a muitos e muitos anos com a finalidade de comercializar os produtos cultivados com
recursos próprios.

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Vandeilson

Pesquisas aos feirantes


Foi percebido que a maiorias dos feirantes tem um grau de escolaridade baixo devido as
dificuldades que tinham quando mais novos, pode-se também presenciar certo medo ao serem
entrevistados por acharem que a pesquisa tem algum vínculo com prefeituras ou sindicatos.
Mas eles querem mudanças do tipo: um local maior, produtos melhores, e uma reforma em seus
bancos na feira, porque isso esta elevando o gasto e diminuindo o lucro.
Um dos feirantes respondeu que não fazia parte de nenhuma cooperativa devido a carência que
existe nessa região e porque seu lucro diminuiria bastante, mas aumentaria o padrão de
qualidade, assim favorecendo a população mais não a eles.
Uma boa partes dos feirantes comercializam seus produtos em outras feiras, mas todos os
entrevistados responderam que o que eles comercializam é de outros produtores.
Então o pequeno produtor esta perdendo o seu lugar nas feiras para grandes produtores devido
à falta de recursos ou de conhecimentos.
Mas as feiras vêm sofrendo algumas mudanças não aqui no sertão do estado, mas sim no
agreste do mesmo podendo assim da uma nova forma de conforto tanto ao cliente como ao
consumidor proporcionando facilidades e mais conhecimentos para todos.
A feira faz parte da nossa cultura porque as nossas maiores riquezas estão sendo
comercializadas ali para todos a um preço de custo podendo assim ser um local para todos e de
todos.
A feira como tantos outros e um local muito familiar por causa do convívio existente entre os
comerciantes que trabalham neste ambiente.

Fernando

Uma feira é um local público em que, em dias e épocas fixas, se expõem e vendem mercadorias
isto em barracas ou quitandas para exposição dos seus produtos.A história da humanidade está
repleta de referências a feiras. Não se sabe ao certo onde e quando apareceu a primeira feira, no
entanto há dados que nos permitem afirmar que em 500 a.C. já havia feiras no Oriente Médio, no-
meadamente em Tiro.
As primeiras referências a feiras aparecem misturas com referências ao comércio, às festividades
religiosas e aos dias santos. As feiras sempre revelaram um carácter comercial desde o início.
Mercadores de terras distantes juntavam-se, trazendo os seus produtos autóctones para troca por
outros. É também evidente que a religião andou de mãos dadas com o comércio. A palavra latina

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feria, que significa dia santo, feriado, é a palavra que deu origem à portuguesa feira, à espanhola
feria ou à inglesa fair.
Após a decadência do Império Romano, as feiras medievais representaram o momento no qual
ressurge o comércio na Europa, no final do século XI. A Europa saía do feudalismo, no qual as
pessoas viviam em territórios limitados, no qual produziam tudo o que precisavam, sendo que
quando algo faltava, conseguiam-no através de trocas.
No entanto, as Cruzadas reabriram o caminho pelo mar Mediterrâneo e possibilitaram aos euro-
peus um maior contacto com o Oriente, de onde traziam mercadorias raras e exóticas (cravo, ca-
nela, pimenta, seda, porcelana), muito cobiçadas no Velho Continente. Neste momento, podemos
falar no renascimento comercial, uma vez que essas mercadorias eram trazidas e fizeram com
que o dinheiro, até então entesourado, retornasse a circulação.
Estes produtos começaram a ser vendidos nas feiras que surgiam nas cidades que renasciam.
Como essas novas cidades foram chamadas burgos, em virtudes de seus muros fortificados, os
habitantes das cidades tornaram-se os burgueses, termo que posteriormente se aplicou somente
aos comerciantes enriquecidos com sua prática.
Durante a realização das feiras medievais interrompiam-se guerras, a paz era garantida para que
os vendedores, dispostos lado-a-lado, pudessem trabalhar com segurança. Da mesma maneira,
guardas vigiavam todo o perímetro de modo a evitar que algum desordeiro pudesse causar
incómodos àqueles que por ali passavam e desejavam efectuar suas compras. Os mercadores
medievais realizavam as transições comerciais e intermediavam trocas numa actividade
eminentemente itinerante.Enquanto dezenas de saltimbancos, fazendo malabarismos, procuravam
divertir o povo que se movia de barraca em barraca, prosseguindo nas compras.As feiras
medievais foram instaladas em locais estratégicos, como o cruzamento de rotas comerciais, e
algumas chegaram a ter abrangência internacional.O renascimento do comércio tornou necessário
o uso do dinheiro, prática que havia desaparecido.

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Anexo III
Os gráficos
cidade: Sanharó

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CARUARU

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Comparação Geral
Questões Sanharó Belo Jardim Caruaru

Quantos fazem parte Sim:20% Sim:25% Sim: 00,00%


de sindicato ou
cooperativa? Não:80% Não:75% Não:100%

Quantos gostariam de Sim:15% Sim:55% Sim:40%


fazer parte de
sindicato ou Não:85% Não:45% Não:60%
cooperativa?

Quais são produtores Sim:34% Sim:30% Sim:15%


do que estão
comercializando? Não:66% Não:70% Não:85%

Quantos Sim:68% Sim:80% Sim:40%


comercializam em
outras cidades? Não:32% Não:20% Não:60%

Faixa etária do Mais de 50 anos:14% Mais de 50 anos:60% Mais de 50 anos: 70%


entrevistado
17 à 50 anos: 86% 17 à 50 anos:40% 17 à 50 anos:30%

Escolaridade do 1° à 4° Série:96% 1° à 4° Série: 45% 1° à 4° Série: 45%


entrevistado(o
feirante) Nuca foi a escola: 4% Nunca foi à escola: Não estudou: 25%
55%
Concluiu o ensino
fundamental: 30%

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Anexo IV
Contribuições acadêmicas.

Trabalho Final: Segundo Exercício da Disciplina Comunicação nas


Organizações
Autoria:

Amanda Rafaela Martins de Albuquerque¹

Bárbara Vanessa Rodrigues Alves²

Claudiane Barbosa da Silva3

Fabiana de Santana4

Laísa Nathali de Amorim Souza5

Rúbia Machado de Melo6

Taiana Naiara Franco Arruda7

Resumo

Este artigo é o resultado da atividade de pesquisa realizada como requisito complementar para
conclusão da disciplina Comunicação nas Organizações, do curso de Administração de Empresas, do
Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco,
ministrada pela professora Shirley Santana. O objetivo deste é analisar a comunicação utilizada na
feira da sulanca do município de Caruaru a fim de entender como essa relação informal influencia a
promoção da feira e, consequentemente, de seus produtos. A análise do comportamento e da
comunicação empregada pelos vendedores da feira fundamentou-se na pesquisa descritiva e estudo
de campo. A análise teórica serviu como complemento aos dados coletados.

Como principal resultado pode-se destacar que há uma comunicação eficaz, mesmo não havendo por
parte dos feirantes recursos suficientes para o uso de uma comunicação formal.

A comunicação mercadológica, institucional e administrativa se faz presente entre os membros da


feira, embora eles não tenham este conhecimento teórico.

Palavras-chave: comunicação organizacional, comunicação informal, feira da sulanca, relação


vendedor-cliente.

1
Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do
Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: amanda_rafa@hotmail.com
2
Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do
Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: barbara_nessinha@hotmail.com
3
Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do
Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: claudiane_barbosa026@hotmail.com
4
Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do

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Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: faby.san@hotmail.com


5
Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do
Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: nattyeu_@hotmail.com
6
Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do
Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: rubia.mm@hotmail.com

7 Aluna do Curso de Administração de Empresas, do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do


Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: turiska@hotmail.com

1 Introdução

Comunicar-se é algo que surge ao nascer, todos são agentes de comunicação. Para Maria
Schuler a única maneira de haver organização é através da comunicação. Pode-se então concluir que
uma organização depende do sucesso de sua comunicação, onde “sua importância cresce na mesma
proporção que a sua concorrência” (Paulo Nassar e Rubens Figueiredo).

Porém, comunicar-se não é apenas fazer o bolo crescer e dividi-lo, mas sim disseminar
conhecimento. No campo empresarial é melhor definida esta afirmação, pois o consumidor hoje passa
a exigir mais, a ser mais consciente, procurando por produtos com preço justo, que promovam o
bem-estar de seus funcionários e que não poluam o meio-ambiente. "A sociedade e o mercado
consumidor tornaram-se bastante hostis às 'empresas analfabetas', que não aprendem a ouvir, falar,
se expressar e principalmente dialogar no ambiente onde atuam" (Ibidem, 1995:12). Para a produtora
cultural Vera Waissman a comunicação é um agente transformador. Para ela, imagem não se inventa –
se revela. Nossas ações refletem nossa imagem como num espelho. Essa é a realidade das
organizações contemporâneas. Se antes estavam apenas preocupadas em prestar contas
positivamente, apenas pensando em lucro, hoje é preciso prestar conta para a sociedade. O
diferencial está nas ações socialmente responsáveis que as empresas praticam com seus grupos
estratégicos. Precisam desenvolver ações estratégicas que visem o bem-estar daqueles que são seus
principais formadores de opinião; sua imagem institucional: a comunidade, o cliente, os
consumidores, a mídia e os funcionários. (Gabriel, Vanessa Sena. A ação cultural como ferramenta de
comunicação. Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e Artes. São Paulo, 2005)

Procurando melhor entender o processo de comunicação na feira da sulanca da cidade de


Caruaru, foi-se a campo e, a partir de um questionário elaborado contendo 10 (dez) perguntas (ver
quadro 1), foi coletada informações necessárias para responder à seguinte questão: Quais as
ferramentas de comunicação utilizadas pelos feirantes entre si e na relação com seus clientes afim de
promover a própria feira e os seus produtos. O principal objetivo é, contudo, observar esse fluxo de
comunicação diária, onde não há práticas com embasamento teórico, e onde o cliente reage, positiva
ou negativamente, aos meios utilizados. E no final, para melhor explicar, essa relação cliente-
vendedor será brevemente comparada à utilizada nas lojas mais formais, como as do Shopping. É
válido esclarecer, porém, que ambos tentam atingir clientes de perfis diferentes, o que não exclui
dizer que um não possa comprar no outro.

Metodologia

A coleta de dados deu-se através de uma pesquisa descritiva qualitativa. A realização do


estudo de campo ocorreu em conjunto com uma análise teórica no dia vinte e três de maio de dois mil
e oito, no período de 8:00 às 12:00 horas.

Através de contato direto com os feirantes foram elaboradas entrevistas diretivas nas quais foi

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aplicada a observação baseada na comunicação institucional, mercadológica e administrativa. Além


destas análises, o artigo se fundamentou nas teorias sobre Folkcomunicação elaboradas por Luiz
Beltrão. No estudo de campo observou-se o comportamento dos vendedores em promover seus
produtos. O grupo foi dividido em três subgrupos onde foram entrevistadas 22 pessoas. Para um
maior aprofundamento do conhecimento, os próprios graduandos venderam os produtos juntamente
com os feirantes, tendo como escopo entender suas linguagens, maneiras de agir, sua forma de
persuadir e influenciar os clientes entre outros fatores.

1) Qual ferramenta de comunicação é utilizada para chamar a atenção dos clientes?

2) O vocabulário usado entre os vendedores é o mesmo utilizado entre eles e os


clientes?

* Qual o vocabulário dos vendedores?

** Como os clientes reagem à comunicação dos vendedores?

3) A comunicação interfere no processo de venda do produto?

4) O que o feirante utiliza como diferencial de outras bancas?

5) O que está envolvido no processo de promoção do produto?

6) O preço é adequado ao ambiente e à qualidade do produto?

7) Qual é o público alvo dos feirantes?

*** Qual o público que eles de fato atingem?

8) O que o feirante acha do comportamento dos clientes em relação à feira?

9) Existe alguma norma que devam seguir?

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10) Há importância com o meio-ambiente; se eles procuram melhorar, de alguma


forma, o meio em que estão inseridos?

*, ** e *** são orientações destinadas aos entrevistados para serem observadas

Quadro 1: questionário

2 Desenvolvimento

A presente pesquisa foi realizada no município de Caruaru, localizado a 132 km da


capital do estado de Pernambuco. Segundo dados do IBGE 2007, a cidade possui 289.086 habitantes.
Considerada, geograficamente, a cidade centro da Região Nordeste, possui como principais fontes de
renda, o comércio, destacado como um dos maiores do interior nordestino; a indústria e o turismo,
pela tradição e pelo grande núcleo de produção artesanal do Estado, destacando-se o Alto do Moura,
considerado pela UNESCO como o “maior Centro de Artes Figurativas das Américas” e a Feira de
Caruaru, conhecida como a maior feira popular do Brasil, com cerca de 30.000 feirantes.

A Feira da Sulanca está localizada no Parque 18 de Maio, é considerada uma das maiores do
setor de comercialização de confecção no Nordeste. Cada dia, mais e mais pessoas a visitam, vindas
de cidades vizinhas ou do exterior, em busca do grosso ou do varejo. São em média 400 ônibus e
40.000 pessoas por feira. Conforme pesquisa realizada por 14 técnicos de uma consultoria, apuraram-
se os seguintes resultados dos consumidores: 10% são de Caruaru, 40% de outras cidades do
interior, 14% são de Alagoas ou da Paraíba, 6% vêm de outros países e o restante (30%) vem de
outros Estados. Calcula-se ainda que em cada feira comercializa-se em média R$ 1 milhão.

A cidade é um verdadeiro pólo sócio-econômico, exercendo a sua influência e suas capacidades


econômicas, sociais, culturais e políticas sobre, aproximadamente, quarenta municípios, englobando
uma população de mais de 1.200.000 habitantes.

Na feira de Caruaru, há produtos dos mais diversos destinos, onde comerciantes de várias
cidades compram e vendem mercadorias a partir de R$ 1,00 (um real).

Foto 1: (Entrada da Feira de Caruaru)

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A maneira como os feirantes utilizam a comunicação finda, consciente ou inconscientemente,


uma diferenciação para com os demais feirantes que estão situados no mesmo lugar vendendo
produtos muitas vezes similares e com preços igualmente baixos. Com tamanha concorrência é
essencial da parte dos vendedores o alcance da confiança por parte de seus clientes potenciais. Além
das práticas orais, os feirantes utilizam métodos não verbais, como os gestos, a fim de provocar a
atenção e conseqüente compra de seus produtos. Para tanto, os feirantes têm entre si uma
comunicação administrativa estratégica para promover a si mesmos e aos produtos por eles
apresentados. A expressão comunicativa, a criatividade espontânea e a alegria em laborar, também,
são fatores que chamam a atenção dos consumidores. O conceito de Comunicação Administrativa
pode, assim, ser definido:

Comunicação administrativa trata das estratégias e meios de comunicação a serviço das atividades de
Gestão das empresas, ou seja, do planejamento, da organização, da coordenação e do controle. Nela
se incluem todos os fluxos contínuos de informação, que interligam os diferentes setores da empresa,
vertical ou horizontalmente, de baixo para cima e vice-versa.

Um outro ponto interessante é a capacidade de persuasão que há nos vendedores, estes, além
de promoverem seus produtos, convencem seu público-alvo a comprar artigos complementares, que
na opinião daqueles combinam com o produto apresentado. Esta confiança vem também do clima
amigável gerado pela comunicação informal entre vendedor e comprador. Através da folkcomunicação
praticada pelos feirantes muitos consumidores vêm de várias cidades a fim de conhecer a ampla
variedade de produtos vendidos, em especial a área de vestuário que fornece para várias outras feiras
e lojas. Convém ressaltar que muitos dos vendedores da feira compram seus produtos nela mesma
devido ao alto custo para ir a outros lugares mais distantes.

Apesar do baixo nível de instrução, a comunicação realizada pelos feirantes acaba alcançando
seus objetivos, termos como: “na minha opção na feira é melhor de comprar do que na loja” ou “eu to
irrazado com a falta de segurança” entre outros, constituem a forma de tornar comum seus
pensamentos. Além de termos coloquiais, há os termos regionais como “oxente”, “vixe” e “iapôi”.

A falta de segurança cada vez maior traz um olhar mais negativo para com a feira atualmente,
que resulta na desconfiança ou medo, desviando a atenção para outros lugares, como para a feira de
Toritama, de Santa Cruz do Capibaribe ou até mesmo para as lojas e shoppings. Para firmar relações
duradouras com seus clientes é necessária, por parte dos feirantes, uma eficaz comunicação
institucional. De acordo com a professora Margarida Kunsh (2003, p.164), Comunicação Institucional
é:

A resposta direta, por meio da gestão estratégica das relações humanas, pela construção e
formatação de uma imagem e identidade corporativas fortes e positivas de uma organização. A
comunicação institucional está intrinsecamente ligada aos aspectos corporativo institucionais que
explicitam o lado publico das organizações, constrói uma personalidade creditável organizacional e
tem como proposta básica a influencia político-social na sociedade em que está inserida.

Para uma comunicação institucional eficaz e eficiente é necessária uma coesão por parte dos
feirantes, embora na prática isso não ocorra, pois muitos nem sabem que existe uma associação dos
feirantes na qual podem expressar suas opiniões e se ajudarem mutuamente.

A imagem da feira interfere drasticamente sobre a de seus participantes, assim como a destes
sobre a de seus produtos. Pode-se perceber isto através do modelo abaixo:

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Feira da Sulanca
Feirante
Produ
to

Quadro 2: Modelo I – Interdependência existente entre a feira, seus vendedores e produtos

A comunicação mercadológica é um fator determinante para o sucesso da feira e


conseqüentemente de seus vendedores e produtos. Entende-se comunicação mercadológica como:

Processo de administrar o tráfego de informações com o público-alvo, isto é, com aquelas parcelas do
público (interno ou externo) potencialmente interessadas em reagir favoravelmente às negociações e
transações oferecidas pela empresa ou entidade emissora.

Devido à diminuição de vendas decorrentes da concorrência com outras feiras, lojas e


shoppings, muitos vendedores se sentem desmotivados a permanecer com seus pontos de vendas na
feira de confecções de Caruaru. Muitos deles, inclusive, não sabem nem o porquê de seus clientes
permanecerem indo à feira. Abaixo seguem algumas características e opiniões dos vendedores
entrevistados:

Maria Santana – Uma senhora de 62 anos e com temperamento bastante explosivo, não parece
nenhum pouco entusiasmada com a feira e espera ansiosa por sua aposentadoria. Ela paga aluguel
pela banca em que está e sua mercadoria é comprada na própria feira. Espera as pessoas virem a sua
banca, e expõe seus produtos. Ela afirmou que os clientes pechincham muito e que usa o mesmo
vocabulário para com seus colegas de banco e para com os seus clientes.

Maria José – Tem sete anos de experiência na feira. Sua forma de conseguir freguesia é chamando

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os clientes e falando que a mercadoria é de boa qualidade. Ela tem outro banco em Toritama e
acredita que a variedade da feira é que atrai os clientes. Para D. Maria o principal fator para uma boa
venda é ser educada e atender bem.

Foto 2: (D. Maria José e seu filho)

Daniela: Indica como principal diferença entre as bancas e as lojas a comodidade e a tranqüilidade.
Devido à feira ser um ambiente desconfortável e turbulento, ela acredita que as pessoas só vão à feira
por causa do preço que na maioria das vezes é mais baixo que os das lojas. Ela complementa dizendo
que os gritos que por vezes usa atraem os clientes, muito embora, alguns se sintam incomodados e
reclamam.

Valdene e Daiane – Ambas possuem 18 anos. Elas dispõem na banca em que trabalham as roupas
com cores e modelos que estão de acordo com a tendência do momento. Possuem uma outra loja na
mesma feira e se comunicam com esta via walk-tolk. Para elas, os clientes da feira aceitam mais suas
propostas de combinação de peças de roupas do que os das lojas, que muitas vezes, segundo elas,
“nem escutam a opinião do vendedor”. Para Valdene, o diferencial da sua banca é vender no cartão de
crédito.

Foto 3: (Sr. Ronaldo e Valdene)

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Sr. Ronaldo: Durante a entrevista, demonstrou uma grande indignação com a insegurança que existe
na feira de Caruaru, e que por esse motivo os clientes estão indo para feiras vizinhas, sendo assim ele
está prevendo o fim ou quebra da tão famosa feira de Caruaru, pois diz que o movimento já caiu
bastante.

João Carlos - Apesar de sua timidez, com sua maneira educada e simples de vender, consegue
cativar seu público-alvo. Ele expõe os produtos e atende bem aos clientes. Para ele, a comunicação
com seus colegas difere da ocorrida na relação com seus clientes. Mesmo não sabendo explicar o
porquê.

Larissa: Destaca que a diferença fundamental entre as bancas e as lojas está na comunicação entre
vendedor e cliente: “aqui a gente chama de amor, amiga e nas lojas só pode chamar de senhora”.

Sr. José: Segundo ele: “não é preciso ficar gritando pra chamar o povo, isso só faz mais barulho”. Os
clientes já sabem o que querem e o que chamará sua atenção será o preço e a qualidade do produto.
A forma dele se comunicar com seus revendedores é mais formal, diferente de como trata seus
clientes. Seu público-alvo é variado, desde crianças a adultos, mulheres ou homens.

Foto 4: (Sr.José)

José Adelson da Silva – com seis anos de experiência na feira, suas peças vêm direto de fábrica.
Para ele a maneira como trata os colegas de banca é a mesma utilizada com seus clientes. Sr. Adelson
diz que prefere comprar na feira por ter mais variedade e por ser mais barata, mesmo acreditando
que as lojas são mais confortáveis para se comprar, além de poder comprar em cheque e no cartão.

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Foto 5: (Sr. Adelson)

Cristina: Diz que tem que estar atenta aos clientes, ser simpática, gentil e saber conversar, não deve
ser apelativa e insistente, pois o cliente não se sente à vontade. Sua prioridade é o bom tratamento
ao cliente mesmo quando se trata daqueles que bagunçam tudo sem necessidade e depois vão
embora sem levar nada. Ela enfatiza que a diferença entre as lojas e as bancas é que nas lojas o
vendedor apela muito para o cliente levar a mercadoria além de fingir serem simpáticos, pois estão
sempre sob observação do dono ou do gerente, enquanto que na feira é algo mais espontâneo, o bom
atendimento é por vontade própria, as pessoas ficam mais livres para olhar e voltar depois se não
puderem comprar no momento.

Dayse: Com a espontaneidade e com uma maneira inusitada de expor seus produtos ela se diferencia
das demais bancas, atraindo e mantendo seus clientes. A vendedora teve a idéia de colocar nomes
nos manequins como forma de chamar a atenção dos clientes, facilitando seu trabalho e
consequentemente sua comunicação.

Foto 6: (Modelos personalizadas)

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Como complemento, foram entrevistados alguns clientes, dentre eles alguns estrangeiros, para
saber o que eles acham da comunicação utilizada pelos vendedores:

Babete, Carolika e Paulina (Holanda): A falta de instrução e de apoio aos estrangeiros dificulta a
comunicação entre eles e os vendedores, assim como a conseqüente compra de produtos da feira.

Foto 7: (Holandesas)

Americanos: A ausência de segurança os amedronta. Segundo eles, “nós, americanos, somos muito
medrosos”. Ao contrário das holandesas, que estavam sozinhas, eles estavam acompanhados de uma
amiga bilíngüe que os auxiliou durante as compras. Para ela, a Feira de Caruaru por ser mundialmente
conhecida e visitada deveria fornecer maiores informações aos turistas, principalmente os
estrangeiros.

Foto 8: Fabiana, Claudiane, Amanda, os americanos e Bárbara V.

3 Conclusões

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Percebe-se nos feirantes um tipo de comunicação informal que contribui para o sucesso da
área mercadológica, como a utilização de gritos, disposição de produtos, atendimento amigável,
dentre outros fatores que favorecem a relação vendedor-cliente e conseqüentemente a compra e
venda de produtos.

Mesmo sem noção do que pode ser comunicação administrativa, é notável que essa exista na
feira, por mais falha que seja. As disposições das bancas e a divisão de toda a feira, em áreas de
calçados, de comidas, de confecções, importados, entre outras, fornece a organização e a estrutura
essenciais para os feirantes.

Através das entrevistas, percebe-se que há uma grande concordância nas opiniões dos
vendedores. Boa parte utiliza os mesmos meios de comunicação e não fazem divergência entre a
usada entre seus amigos e seus clientes. A maioria concorda com a falta de apoio aos turistas
estrangeiros, sentindo grande dificuldade em se comunicar com eles, fazendo uso de gestos como
forma de facilitar a comunicação. A forma como promovem seus produtos também é bastante
semelhante e indicam como principais diferenças entre a feira e as lojas, o desconforto, a turbulência,
o barulho e o preço baixo que a feira dispõe ao contrário das lojas. E por fim, é unânime a opinião
sobre a falta de segurança na feira. Um dos fatores prejudiciais para a imagem da feira é o
preconceito em relação à qualidade das roupas vendidas. As pessoas muitas vezes as taxam de
“roupas de feira”, de serem de má qualidade por causa do seu baixo preço, ou do seu local. Ocorre,
geralmente, uma supervalorização das “roupas de lojas”, muitas vezes a marca predomina sobre a
qualidade do produto e o cliente se ilude bastante com isso.

Em várias ocasiões, por exemplo, a mercadoria que é comercializada em lojas ou até mesmo em
shoppings é fornecida pelos próprios feirantes. Sendo assim, os comerciantes estão sempre
procurando desfazer esta imagem utilizando, assim, a Comunicação Institucional.

O fator limitante deste artigo reside no fato de não se poder generalizar o que aqui foi
afirmado. Foi pesquisada apenas uma pequena amostra e não toda a população, por isso não se pode
ter uma visão muito ampla do que realmente é a feira, suas necessidades, sua visão de si mesma e
da compreensão completa do que é comunicação e da importância desta para suas vidas.

4 Recomendações

O fato dos feirantes não acreditarem que a associação destinada a eles faça alguma diferença,
não os faz dispostos a se associar. Ocorre então uma perda de qualidade tanto na organização, quanto
do atendimento. Coorporativas são formas de ajudar os próprios feirantes a se estruturarem melhor,
para assim oferecer melhores atendimentos.

A falta de segurança cada vez maior, também traz um olhar mais negativo para a feira, que
resulta na desconfiança ou medo. As taxas pagas, as quais o destino é desconhecido pelos feirantes –
daí a necessidade de associações e\ou coorporativas –, deveriam ser destinadas a melhorar a
estrutura da feira de Caruaru e a própria segurança. Assim, muito mais pessoas seriam estimuladas a
visitarem-na, aumentando o fluxo de capital.

Devem também procurar melhor estruturar o serviço de apoio aos estrangeiros, visto que 6%
dos consumidores vêm de outros países. Este serviço apenas se preocupa em dar informações básicas
e não guiá-los.

Melhorando a comunicação administrativa, pode observar melhorias na parte institucional e na


mercadológica, o que mostra mais nitidamente que as três são interligadas, não devendo ser
trabalhadas separadamente.

5 Referências Bibliográficas

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BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados. São Paulo: Cortez, 1980

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e-mail de shirley: shirleysantana@gmail.com

shirley.arruda@ufpe.br

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