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Direito de acesso, os

novos recursos da Web e


a Justiça Eleitoral
Marcelo Soares
Correspondente especial – Los Angeles Times, Wired News,
International Consortium for Investigative Journalism
Comentarista de política do programa Notícias MTV
Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa (2006)

Natal, 23 de abril de 2009


I.
Direito de acesso a
informações públicas,
no mundo e no Brasil
Direito de Acesso a
Informações Públicas
 Primeiro país a ter lei de
acesso: Suécia –1766
 Iniciativa de luterano
finlandês, Anders Chydenius
 Liberdade de imprensa +
liberdade de expressão +
transparência de governo
 Todo cidadão recebe do
poder público informações
que pedir, em tempo hábil e
sem custo
 Desde os anos 70, lei sueca
fala em acesso a
documentos eletrônicos
 Desde 1998, considera e-
mails de autoridades
Hoje, no mundo
 70 países já têm lei de
acesso. Eles incluem o
Zimbábue e a Nigéria;
Brasil ainda não.
 Lei mais famosa é o
Freedom of
Information Act (EUA,
1966). Desde 1996, inclui
informação eletrônica.
 Governo Bush minou
eficiência da lei; Obama
solicitou presunção da
publicidade
 Há casos folclóricos,
como a demora na
entrega de arquivos
sobre Lennon
No Brasil
 Constituição, Artigo 5°, inciso 33: “Todos têm
direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade
(...)”
 Isso não acontece de maneira regular e
homogênea
 Debate atual foca mais nos documentos da
ditadura do que nos documentos da
democracia
 Projeto sobre acesso deve ser enviado pelo
governo ao Congresso até o final deste mês
 Ele inclui obrigação de incluir determinados
dados na internet, mas não cria um “guichê”
Na Justiça Eleitoral...
 O acesso às principais informações
vem melhorando, ano a ano,
especialmente por meio da internet
 O website do TSE é bastante bom,
com informações completas sobre
votações, por exemplo
 Ainda assim, há casos complicados
no entendimento do que é o acesso a
informações públicas
O caso das declarações de bens
 Declarações de bens de candidatos são
entregues por lei. Por definição, são
documentos públicos
 Em 2001, a Folha de S.Paulo consultou o
TSE a respeito – projeto “Controle
Público”.
 TSE topou, mas alguns TREs se negaram a
entregar – Espírito Santo, Piauí
 Os que o fizeram, fizeram de formas
diversas – sem procedimento padrão
O caso das declarações de bens
 Em 2004, jornal O Globo solicitou
declarações de bens para a série
“Bastidores do Poder” – 55 deputados
estaduais
 Mostrava crescimento patrimonial no
período do mandato.
 Em 2006, TSE determinou publicação na
Web de todas as declarações de bens dos
candidatos
 Ainda têm problemas: candidato que
declarou árvores
II.
Informações públicas na
internet brasileira
Open Government Data Principles
 Completos (todas as informações estão lá)
 Primários (conforme coletados na fonte)
 Atuais (tão novos quanto possível)
 Acessíveis (ao máximo de usuários e fins)
 Processáveis por máquinas (estruturados)
 Não-discriminatórios (abertos a todos)
 Não-proprietários (sem controle exclusivo)
 Livres de licenças (sem direito autoral)
 Fonte: http://resource.org/8_principles.html
Agregando dados: Excelências
 Projeto da Transparência Brasil,
criado em 2006
 Inicialmente, pôs no ar as fichas de
cerca de 500 candidatos a deputado
federal
 Todas as fichas eram feitas a partir
de informações públicas disponíveis
em websites oficiais
Agregando dados: Excelências
Agregando dados: Excelências

 Dados biográficos (Câmara)


 Patrimônio (TSE)
 Presenças em plenário (Câmara)
 Emendas ao Orçamento (Câmara)
 Financiamento de campanha, 2002/2004
(TSE/Às Claras)
 Financiamento de campanha, 2006 (TSE)
 Pendências judiciais (STF, TCU e TJs)

 Informações JÁ ESTAVAM DISPONÍVEIS na


internet, mas dispersas. Excelências só juntou
tudo.
Avaliação dos sites de tribunais
 Cada tribunal coloca as informações na
internet como bem entende
 Às vezes, só advogados podem ter acesso
às informações
 Muitas vezes, especialmente nos TJs, é
difícil descobrir a que se refere, afinal, o
processo
 Ah, sim: mesmo quando eles informam, é
preciso entender um tanto de juridiquês.
 Papel das assessorias acaba sendo
fundamental para entender o que eles
dizem
 Mesmo assim, às vezes nem elas
conseguem.
Website do TSE
Website do TSE: pontos fortes
 Dados de processos são
compreensíveis!
 Noticiário abrangente e acessível por
RSS
 Permite acesso à integra de dados
diversos:
 resultados de eleições (tem download!)
 financiamento de campanha (tem

download!)
 processos entre candidatos

 declarações de bens
Website do TSE: pontos fracos
 RSS das notícias é bagunçado
 Andamento de processos não é
acessível por RSS
 Acesso lento aos bancos de dados
(votações, financiamento de
campanha)
 Dificuldades na consulta aos bancos
de dados
 Menus pouco intuitivos
III.
Novas ferramentas da
Web – e seu uso possível
para a Justiça Eleitoral
Web 2.0
 Termo criado em 2004 – “2ª
geração”
 Refere-se à troca de informações e
colaboração dos usuários
 “Sabedoria coletiva”
 Ambiente dinâmico
 Usuários criam conteúdo
 “Remix” de conteúdos
 Serviços on-line (“cloud”)
Widgets
 Interfaces gráficas para usuário acessar
dados da fonte
 Janelas, botões, menus compartilhados
para uso em sites e blogs fora do gerador
dos dados. Podem ir na área de trabalho
do Windows Vista
 Usuário adapta à sua curiosidade
 Instituições tornam os dados públicos para
usuários programadores trabalharem em
cima
 Exemplos para eleições: acompanhamento
de candidaturas, apuração, financiamento
de campanha etc.
Widgets
Widgets
Widgets
Widgets
Widgets
Widgets
Widgets
Widgets
Widgets
RSS
 “Real Simple Syndication” –
XML, Atom
 Envia atualizações em tempo
real
 Monitora diversas fontes sem
ter que entrar em cada um
dos sites todo dia
 Pesquisa dentro do noticiário
já recebido e permite
compartilhar notícias
 Exemplos: notícias, processos,
datas, pesquisas
RSS
RSS
RSS
Mapas
 Permitem visualizar padrões no
território
 Estrutura disponível de graça na
internet
 Usuário pode criar seu próprio mapa
 Visitante pode cadastrar para
acompanhamento
 Exemplos: mapeamento de
propaganda eleitoral, locais de
comícios e passeatas, locais de
Mapas
Google Maps
“Crowdsourcing”
 Conteúdo gerado pelo usuário
 Celulares, computadores, máquinas
digitais
 Site recebe as contribuições e as
retrabalha
 Ajuda a substituir a falta de “olhos” e
pernas na rua
 Exemplo para a Justiça Eleitoral:
propaganda eleitoral, boca de urna
etc
Gafanhoto
Everyblock
Por que usar ferramentas 2.0
na Justiça Eleitoral?
 Facilitar monitoramento dos eleitores
e jornalistas ao processo eleitoral
 Estimular transparência dos
candidatos
 Convidar os eleitores a uma
participação mais ativa no processo
eleitoral
 Uso de equipamentos de que eles já
dispõem para uso corriqueiro torna
Grato por sua
atenção!
Marcelo Soares
msoaresds@uol.com.br
(11) 9889-8762
http://mtv.uol.com.br/evocecomisso/blog

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