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Cap.

3 Proteínas
Envolvendo Oxigênio
Objetivos
• Identificar as estruturas e as
propriedades físico-químicas das
metaloproteínas transportadoras de
oxigênio
• Reconhecer a importância dessas
metaloproteínas para os sistemas vivos
. Propriedades vibracionais e geométricas
das espécies dioxigênio.

Espécie ν(O-O) (cm-1) d(O-


O)
(Å)
O2+ 1905 1,12
O2 1580 1,21
O2- 1097 1,33
O22- 802 1,49
Diagrama ilustrando as mudanças
estruturais e de estado de spin que
ocorrem pela ligação do O2 na Fe-
porfirina. (a) Spin-alto FeII e (b) Spin-
Dados termodinâmicos para a
redução do O2 e do grupo Heme

Reação Eo’ (V
vs. NHE)
 
4H+ + O2 + 4e- → 2H2O
+0,82
2H+ + O2 + 2e- → H2O2 +0,27
H+ + O2 + e- → HO2 -0,45
Hb.(Fe3+) + e- → Hb.(Fe2+) +0,17
Principais proteínas envolvendo O2:
Hemoglobina, hemeretrina, Galactose
Oxidase, Hemocianina, Tirosinase, Catecol
oxidase
Hemoglobina (Hb) e
Mioglobina (Mb)

Mb armazena O2 no tecido celular enquanto que a


Hb transporta O2 no plasma sanguíneo. Mb e Hb
ligam O2 no estado reduzido (FeII) e os termos oxi-
e deoxi-Mb e Hb se referem a proteína no estado
Hemeretrina (Hr)

Se diferencia da Hemoglobina (Hb) e


Mioglobina (Mb) por não apresentar
grupos heme. É um transportador de
oxigênio em algumas classes de
invertebrados marinhos como o
Spinculids e Golfingia gouldii
Sua afinidade pelo oxigênio é
levemente menor quando comparada
à Hemoglobina, e não é encontrada
cooperatividade na reação de
Estrutura da forma
azidomethemeretrina
Estruturas propostas para as formas oxi e
deoxi-Hr e um possível mecanismo para a
sua interconversão.
Galactose oxidase

(GAO) é uma metaloenzima mononuclear de


cobre, secretada por alguns fungos, como o
Dactyllium dendroids e o Polyporus circinatus,
que catalisa a oxidação de vários álcoois
primários aos correspondentes aldeídos com a
redução acoplada do oxigênio molecular a
peróxido de hidrogênio
A função fisiológica precisa da GAO até o
momento não é bem clara, porém tem sido
sugerido que o H
RCH O produzido
2OH+O
2 2
é aparentemente
2→RCHO+H2O2 (1)
usado no processo de degradação de lignina.
RCHO + H2O + O2→RCO2H+H2O2 (2)
apoenzima pH 7.0 (água)

pH 4.5 (acetato)
+e- +e-
2+ • 2+
Cu -Tir -e- Cu -Tir -e- Cu+-Tir ( 3)
(GAOox) (GAO semi) (GAO red)

Formas UV-vis, λ, RPEa


(ε) nm, A x10-4
//
GAO M
444cm
-1 -1
cm-1
ativa (5194),
GAO 810
438 g// =
inativa (3211)
(1000),
b
2,277,
625 g⊥ =
GAO (1167) b
450 (≤ 2,055,
reduzida 500), A// = 175
d
Apo-GAO 650
450,(≤ g=
500)
800e
d
2,0055f
Mecanismo molecular proposto para a GAO
Tir-495

Cis-228

S RCH2OH H2O
O O S

N O Tir-272
N O
His-581
Cu II (i) Cu II
H
N O H N O CHR
His-496
H H

H2O2 (ii)
(v)
O2

OH S
OH S
N HO
CuI N O
N O CuII
H
C R N O CHR
H
(iv)
(iii)

OH S

N HO
II
Cu
N O R
C
H
Hemocianina (Hc)

A hemocianina é responsável pelo


transporte de oxigênio em
moluscos e artrópodes, sendo esta
a metaloenzima de cobre do tipo III
com mais informações estruturais
disponíveis na literatura. As formas
oxidada e reduzida da hemocianina
tiveram suas estruturas resolvidas
por difratometria de raios X.
Estrutura cristalina do sítio ativo da deoxi-
hemocianina (A) e oxi-hemocianina (B).

Distância CuI...CuI = 3.8 ± 0.4 ÅDistância CuII...CuII = 3,5 Å


A utilização de compostos modelo auxiliando na resolução
do sítio ativo da metaloenzima
A atribuição do estado de oxidação do
oxigênio está baseado em compostos
modelo, principalmente no complexo
[{Cu2[HB(3,5-iPr2C3HN2)3}2(O2)], (HB(3,5-
iPr2C3HN2) = hidridotris(3,5-diisopropil-1-
pirazolil)borato) apresentado por Kitajima
e colaboradores, e em estudos
espectroscópicos da metaloenzima
propriamente dita. As técnicas de
espectroscopia eletrônica, RPE, Raman
ressonante e magnetoquímica
comprovam que os dois centros metálicos
contém um íon peróxido coordenado em
2
Estrutura de um modelo para a oxi-
hemocianina; [{Cu2[HB(3,5-
iPr C HN ) } (O )]
Normalmente, compostos de Cu(II): uma banda
pouco intensa devido a transições d-d na faixa de
600-700 nm.
Espectro eletrônico da forma oxi-hemocianina é

dominado por bandas intensas em torno de 345


nm (ε=20000 M-1 cm-1) e 570 nm (ε=1000 M-1 cm-1)
atribuídas a transições de transferência de carga
do tipo ligante metal do íon peróxido para Cu(II).

Raman ressonante apresenta uma banda na


região de 750 cm-1 atribuída ao estiramento
vibracional O-O do íon peróxido coordenado.

Diamagnetismo devido ao forte acoplamento


antiferromagnético entre os dois íons Cu(II) (-2J >
600 cm-1), o que resulta em ausência no espectro
de RPE.
Tirosinase
A tirosinase é uma monooxigenase encontrada em
microorganismos, plantas e animais que catalisa a
hidroxilação de monofenóis a o-difenóis e a
oxidação de catecóis a o-quinonas conforme
mostrado abaixo:
Função de cresolase
OH OH
O2
+ H 2O + A
AH2
OH

Função de catecolaseou catecol oxidase

OH O
O2
2 2 + H 2O
OH O
tirosinase não disponível.

- Comparações das propriedades RPE, UV-Vis,CD


e RR da tirosinase com aquelas da hemocianina
revelam grande semilaridade, o que sugere
que a tirosinase também contém no seu sítio
ativo um composto binuclear de cobre que forma
um aducto estável com o íon peróxido.

- Estudos de EXAFS da tirosinase Neurospora


crassa revelam uma distância metal-metal de
3,6 Å para a espécie oxi-tirosinase e 3,4 Å para a
forma met-tirosinase, respectivamente.

- A forma met-tirosinase, corresponde a uma


espécie binuclear de cobre(II) que não contém o
íon peróxido coordenado e é caracterizada por
transições fracas na região de 600-700 nm e
pelo forte acoplamento antiferromagnético que
O O
O 2+ N
+ N 2+
Cu 2H
+
3H Cu
N N
O

+ H2O
HO OH
O O

O
N 2+ 2+ N N 2+ O 2+ N
Cu Cu N Cu Cu
N N 2+ O 2+ N
OH N Cu Cu O N
N N
met O + oxi
H

OH

HO OH

+ O2
2H
+ H 2O
O O H+ O O
N + N
N 2+ 2+ N +
Cu Cu
Cu Cu
N N N
OH N
deoxi

Mecanismo proposto por Solomon et al.


Catalisa a oxidação de catecóis
às correspondentes o-quinonas,
sem apresentar atividade sobre
tirosinas. As quinonas
resultantes são altamente
reativas e se auto-polimerizam
formando o pigmento escuro
melanina
Recentemente, as estruturas
cristalinas das formas oxidada e
reduzida da catecol oxidase
isolada da batata doce foram
determinadas por cristalografia de
raios X
. Estrutura cristalina do sítio
ativo da forma oxidada da
H N H H
N O
O N N N
N
Cu Cu Cu Cu
N N
N N N N
N N N N N N
N N N N
N N
CuII-OH-CuII CuI-CuI

Forma oxidada: dois centros de Cu(II)


com geometria pirâmide trigonal
CuII.....CuII = 2,9 Å.
Forma reduzida: CuI...CuI = 4,4 Å,
perda da ponte hidróxido. CuB assume
uma geometria quadrada planar com
O O HO OH

- H+

H2O
OH
CuA(I) CuB(I) CuA(II) CuB(II)

+ O2 - H2O

- H+ + 2 H+ -

O O
OH
HO OH -
O
O
- - H2O
CuA(II) CuB(II)
O-

Mecanismo proposto para a oxidação


de catecóis catalisada pela catecol
oxidase. Os ligantes N-doadores foram
Modelos Estruturais Relevantes
para Metaloenzimas de Cobre –
Karlin et al
Py Py Py
Py
Py (CH2)n
Py O
Cu N N Cu Cu N
N O O
Cu O
Py Py Py
Py (n=3-5)

λ=440 nm (ε=2000 M-1 Cu...Cu = 3,37 Å),


cm-1), 525 nm (ε= porém esta distância foi
11500 M-1 cm-1), 590 estimada por EXAFS e
nm (ombro, 7600 M-1 assim o modo de
cm-1) coordenação do
CuII...CuII = 4,36 Å ⇒ peróxido não fica
1.3 Å comparado com completamente
R R
R R
R R
N N
N N R R
N N
CuI O2 O N N
H B B H
N N H B CuII CuII
N N O
R R N N
N N R R
N N
R R
R R
R R
R = fenil, isopropil
Modelo para a oxi-hemocianina

Oxi-hemocianina [{Cu2[HB(3,5-
Pri2C3HN2)3}2(O2)]
Diamagnético Diamagnético
580 nm(1000 M- 551 nm(790 M-1cm-
1
cm-1), 1
), 349nm(21000 M-
340nm(20000 M-1 1ν(O-O)
ν(O-O) = 744-752 cm-1) = 741 cm-1
cm-1) cm-1
Cu...Cu = 3,5 – Cu...Cu = 3,56 Å
C(35)
C(36)
C(27)
C(26)
C(2) C(34)
C(21) C(4) C(31)
C(25) N(1) C(37)

C(17) C(3)
C(22) C(33)
N(5)
C(23) O(1) C(47)
C(24) N(32)
O(20)
C(16)
C(11) Cu(2) C(41)
Cu(1)
C(46)
C(15)
N(12)

N(42)
O(7)
C(13) O(6)
C(14) C(8)
C(43) C(45)
C(44)
C(9)

Modelo estrutural obtido por Neves et. Al


(Inorg. Chem. Commun. 1999, 2, 334
para o intermediário tirosinase – fenol
durante o processo de oxidação de
catecóis
Complexos Dinucleares de Cobre
como Modelos Estruturais e
Funcionais para as Catecóis Oxidases

Ademir Neves e Colaboradores em:


Inorg. Chem. Commun. 1999, 2, 334
Inorg. Chem. 2002, 41, 1788-1794.
CAPÍTULO 3 - Planejamento dos ligantes e complexos

LIGANTES

OH OH OH
N N N

N N N N N N
OH OH OH
N N N N N N

H3BBPPNOL H2BTPPNOL HTPPNOL

COMPLEXOS BINUCLEARES DE COBRE(II)

N N
Npy O N py
Cu Cu

Npy / O fenol Npy / O fenol


CAPÍTULO 3 - Síntese dos ligantes

H3BBPPNOL: N,N’-bis(2-hidroxibenzil)-N,N’-bis(2-piridilmetil)-2-ol-1,3-propanodiamina
OH OH
CHO MeOH
H2N NH2
+ 2
OH OH N N
OH

2-OH-SALPN

OH OH OH OH
NaBH4

N MeOH
N HN NH
OH OH
H3BBPNOL

OH OH

(Et)3N
N N N
H3BBPNOL + 2 Cl.HCl H2O
OH
N N

H3BBPPNOL

Neves, A. ; Erthal, S. M. et al. Inorg. Chim. Acta 1992, 197,121.


CAPÍTULO 3 - Síntese dos ligantes

H2BTPPNOL: N-(2-hidroxibenzil)-N,N’,N’-tris(2-piridilmetil)-2-ol-1,3-propanodiamina
O
O

Cl N
NK + O T=130ºC
O
O
O (A)

MeOH N
refluxo HN
N

EtOH/H2O
HAYASHI, Y. et al. 1 ) NH2NH2.H2SO4 O
N
J. Am. Chem. Soc. N NH2
Et3N
N
N
N N
1995, 117, 11220. OH 2) HCl OH
N

(C) O
(B)

1) MeOH
OH

CHO
2) NaBH4
HO
1)
Cl.HCl
N
N base N
N N
N NH 2) MeOH/∆ N N
N OH
OH
OH

(D) H2btppnol
CAPÍTULO 3: Síntese dos ligantes

HTPPNOL: N,N,N’,N’-tetraquis(2-piridilmetil)-2-ol-1,3-propanodiamina

NaOH N N
H2 N NH2 N N N
+ 4 Cl.HCl H2 O
OH OH
N N

HTPPNOL

Chan, M. K., Armstrong W. H J. Am. Chem. Soc. 1989, 111, 9121.


CAPÍTULO 3 - Síntese dos complexos

[Cu2(H2bbppnol)(µ-CH3COO)(H2O)2]Cl2.2H2O (1)
2+

N N
Cu(CH3COO)2.H2O OH OH
H3BBPPNOL O (Cl-)2
(C2H5)4NCl.H2O Cu Cu

MeOH N N
O O
H2O H2O

Analise elementar de CHN para C31H38N4O7Cl2Cu2.2H2O:


Calculado: C, 45.92; H, 5.22; N, 6.91.
Encontrado: C, 45.80; H, 5.31; N, 6.76.

Condutividade molar = 180 Ω-1 cm2mol-1.

Bandas no IV / cm-1: ν(O-H) 3358; νa(COO-) 1564; νs(COO-) 1458; ν(C=N, C=C) 1610,
1502, 1444; δ(O-H) 1384; ν(C-O) 1268; δ(C-H Arom.) 756.
CAPÍTULO 3: Síntese dos complexos

[Cu2(H2bbppnol)(µ-CH3COO)(µ-ClO4)]ClO4· H2O·EtOAc (2)


+
N N
OH OH
Cu(ClO4)2.6H2O O
H3BBPPNOL Cu Cu
CH3COONa.3H2O O O
ClO4-
N N
MeOH
O O

Cl
O O

Analise elementar de CHN para C35H44N4O16Cl2Cu2:


Calculado: C, 43.13; H, 4.55; N, 5.75.
Encontrado: C, 43.11; H, 4.63; N, 5.68.

Condutividade molar = 306 Ω-1 cm2mol-1.

Bandas no IV / cm-1: ν(O-H) 3386; νa(COO-) 1562; νs(COO-) 1458; ν(C=N, C=C)
1612, 1446; δ(O-H) 1384; ν(C-O) 1264; ν(ClO4-) 1112, 1080; δ(C-H Arom.) 762.
CAPÍTULO 3 Síntese dos complexos

[Cu2(Hbtppnol)(µ-CH3COO)](ClO4)2 (4)

2+
N N
OH N
Cu(CH3COO)2.H2O O
H2BTPPNOL Cu Cu (ClO4-)2
NaClO4 N O O N
MeOH

Análise Elementar de CHN para Cu2C30N5O12H33Cl2:


Calculado: C: 42,21%; H: 3,90%; N: 8,20%.
Encontrado: C: 41,49%; H: 3,88%; N: 8,13%.

Condutividade molar = 306 Ω-1 cm2mol-1.

Bandas no IV / cm-1: ν(O-H) 3240; νa(COO-) 1554; νs(COO-) 1442; ν(C=N, C=C) 1610,
1506, 1482; δ(O-H) 1368; ν(C-O) 1264; ν(ClO4-) 1092; δ(C-H Arom.) 764.
CAPÍTULO 3: Síntese dos complexos

[Cu2(tppnol)(µ-CH3COO)](ClO4)2 (5)
2+
N N
N N
Cu(CH3COO)2.H2O O
HTPPNOL Cu Cu (ClO4-)2
NaClO4 N O O N
MeOH

Análise Elementar de CHN para Cu2C29N6O11H32Cl2:


Calculado: C: 41,54%; H: 3,85%; N: 10,02%.
Encontrado: C: 41,66%; H: 3,92%; N: 10,54%.

Condutividade molar = 300 Ω-1cm2mol-1.

Bandas no IV / cm-1: ν(O-H) 3426; νa(COO-) 1556; νs(COO-) 1448; ν(C=N, C=C)
1606, 1476; ν(C-O) 1264; ν(ClO4-) 1088; δ(C-H Arom.) 768.

MURTHY, N. N., KARLIN, K. D., BERTINI, I. et al.J. Am. Chem. Soc. 1997, 119, 2156
CAPÍTULO 3 - Estrutura Cristalina do Complexo (1)

[Cu2(H2bbppnol)(µ-CH3COO) (H2O)2]Cl2.2H2O (1)

C16 C26 C25


C15
C9 Cu(1)-O(5) 1,885(8) Å
C11 C21
O1 O2
Cu(1)-O(3) 1,947(10) Å
C14 C24

C12
O3 O4
Cu(1)-N(31) 1,993(11) Å
C13 C22 C23
C8

C35
C36 C1
C2 C46 C45
Cu(1)-N(1) 2,024(11) Å
O5

C34 Cu1 Cu2


N41
Cu(1)-O(1) 2,433(10) Å
N31

N1 C6
C44 Cu(1)-O(1W) 2,695(17) Å
C32 N2 C42
C33 C43
C3
C5 C7
C4
Cu(1)-Cu(2) 3,40 Å
O1W
O2W Cu(1)-O(5)-Cu(2) 127,9º

Sistema Cristalino: Monoclínico R1 = 9,15%e wR2 = 31,88%


Grupo Espacial:P21/c
Dimensões da cela unitária: a = 15,050(3) Å, b = 22,447(5) Å, c = 11,843(2) Å
α = γ = 90 º, β = 100,71(3)º
CAPÍTULO 3: Caracterização do Complexo (1)

[Cu2(H2bbppnol)(µ-CH3COO) (H2O)2]Cl2.2H2O (1)

Espectro Eletrônico
N N
OH OH
O
Cu Cu

sólido 663nm N
H2O
O O
H2O
N

água 664 nm (ε =193 M-1 cm-1)


acetonitrila 669 nm (ε =364 M-1 cm-1) 448 nm (ε =285 M-1 cm-1)

Espectro de RPE
3000

2000

1000
g|| = 2,235
0
g|| > g⊥ > 2,04
Intensidade

-1000 g⊥ = 2,062
A|| = 185 x 10-4 cm-1
-2000

-3000

-4000

2400 2600 2800 3000 3200 3400 3600

Campo [G]
geometria octaédrica alongad
ou piramidal de base quadrad
Espectros de RPE ( espectro experimental e ⋅⋅
⋅⋅⋅⋅ espectro simulado) do complexo (1) em
CAPÍTULO 3: Caracterização do Complexo (1)

[Cu2(H2bbppnol)(µ-CH3COO) (H2O)2]Cl2.2H2O (1)


N N
OH OH
O

Propriedades Magnéticas N
Cu Cu

N
O O
H2O H2O

10000 2.5

8000 2.0
χ [ 10 cm / mol ]

6000 1.5 µ eff [ µ B ]


3

Acoplamento antiferromagnético
-6

4000 1.0

2000 0.5

0 50 100 150 200 250 300 350 J = -25 cm-1


g = 2,1
T [K]

xp = 5,7 %
CAPÍTULO 3: Estrutura Cristalina do Complexo (4)

[Cu2(Hbtppnol)(µ-CH3COO)](ClO4)2 (4)

Sistema Cristalino: Monoclínico Cu(2)-N(32) 2,211(12) Å


Grupo Espacial:P21 Cu(1)-O(1)-Cu(2) 130,4(5)º
Dimensões da cela unitária: Cu(1)-Cu(2) 3,425(3)Å
a=13,127(3) Å, b=14,134(3) Å,
c=19,120(4) Å Cu...Cu = 3,5 – 3,7 Å
α = γ = 90 º, β = 102,48(3)º – na Hc C(35)
C(36)
C(27)
C(26)
C(2) C(34)
C(21) C(4) C(31)
C(25) N(1) C(37)

C(17) C(3)
C(22) C(33)
N(5)
C(23) O(1) C(47)
C(24) N(32)
O(20)
C(16)
C(11) Cu(2) C(41)
Cu(1)
C(46)
C(15)
N(12)

N(42)
O(7)
C(13) O(6)
C(14) C(8)
C(43) C(45)
C(44)
C(9)
CAPÍTULO 3: Caracterização do Complexo (4)

[Cu2(Hbtppnol)(µ-CH3COO)](ClO4)2 (4) OH
N N
N
O
Cu Cu
Espectro Eletrônico N O O N

sólido 676nm; 928 nm


água 680 nm (ε =175 M-1 cm-1) ; 912 nm (ε =179 M-1 cm-1)
acetonitrila 687 nm (ε =179 M-1 cm-1); 858 nm (ε =146 M-1 cm-1);
428 nm (ε = 61M-1 cm-1)
3000
Espectro de RPE
2000

1000

0 g|| = 2,135
g|| > g⊥ > 2,04
Intensidade

-1000 g⊥ = 2,040
-2000
A|| = 130 x 10-4 cm-1
-3000

-4000
500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 geometria octaédrica alongad
Campo [G]
ou piramidal de base quadrad
Espectros de RPE ( espectro experimental e ⋅⋅
⋅⋅⋅⋅ espectro simulado) do complexo (4) em
acetonitrila a 77 K.
CAPÍTULO 3: Caracterização do Complexo (4)

[Cu2(Hbtppnol)(µ-CH3COO)](ClO4)2 (4)
Propriedades Magnéticas
180000 2.9

160000
2.8
140000

120000 2.7
χ[10 cm / mol]

100000
2.6 Acoplamento ferromagnético

µeff [µB]
3

80000

J = + 18,4 cm-1
2.5
-6

60000

40000
2.4

Jinter = -2,3 cm-1


20000
2.3
0

0 50 100 150 200 250 300


T [K] g = 2,1
dx2-y2 dx2-y2 dz2 O

dz2 dxy
O O
dxy,dx
2-y2
dxy dz2
dx2-y2 dz2
dxz, dyz dxz, dyz dxz, dyz
Sobreposição dos orbitais magnéticos para
Oh D4h C4V D3h
o complexo (4) mostrando a natureza não-
OctaédricoOctaédrico Piramidal Bipirâmide trigonal
complementar das interações.
distorcido base quadrada
(alongado)
CAPÍTULO 3: Complexo (5)

[Cu2(tppnol)(µ-CH3COO)](ClO4)2 (5)
MURTHY, N. N., KARLIN, K. D., BERTINI, I. et al.J. Am. Chem. Soc. 1997, 119, 2156

O
N N Cu(1)-O(1)(alcooxido) 1,898 Å
Cu Cu
N N Cu(1)-O(2)(acetato) 1,935 Å
O O Cu(1)-N(1) 2,029 Å
N N
Cu(1)-N(2) 2,007 Å
Cu(1)-N(3) 2,157 Å
Cu(1)-Cu(2) 3,417 Å
Cu(1)-O(1)-Cu(2) 128,8º

MURTHY, N. N., KARLIN, K. D comunicação pessoal


CAPÍTULO 3: Eletroquímica

Potenciais de redução, em V vs. NHE, para os complexos (1) a (5).

Complexo Ered1 a Ered2 b (∆


E)1,2c
-CH3COO)(H2O)2]Cl2⋅
[Cu2(H2bbppnol)(µ 2H2O (1) -0,527 -0,713 0,186

[Cu2(H2bbppnol)(µ -ClO4)]ClO4⋅
- CH3COO)(µ H2O⋅
EtOAc (2) -0,458 -0,742 0,284

[Cu2(Hbbppnol)(H2O)4](ClO4)2⋅
2CH3OH (3) -0,559 -0,677 0,118

[Cu2(Hbtppnol)(µ
-CH3COO)](ClO4)2 (4) –0,89 V –1,11 0,220

[Cu2(tppnol)(µ
-CH3COO)](ClO4)2 (5) –0,615 V –0,917 0,302

a
refere-se ao processo Cu(II)-Cu(II) → Cu(II)-Cu(I);
b
refere-se ao processo Cu(II)-Cu(I) → Cu(I)-Cu(I);
c
(∆E)1,2 = (Ered2 – Ered1)
CAPÍTULO 3: Estudos de Equilíbrio Químico

Hn-1C + H+ H nC

Ka1 = [H2C]/[HC][H+]
Ka2 = [HC]/[C][H+]

%
Curva de distribuição das espécies para
o complexo (1) em função de –log[H+]
para uma solução aquosa contendo 1 x
10-3 M de complexo.

Tabela 2 – Valores dos log das constantes de protonação (pKa) para os


complexos (1), (4) e (5), T = 25ºC e 0,100M KCl.

Espécies emsolução aquosa pKa1 pKa2


[Cu2(H2bbppnol)(µ
-CH3COO)(H2O)2]Cl2 (1) 5,70 7,42
[Cu2(Hbtppnol)(µ
- CH3COO)(H2O)2 ](ClO4)2 (4) 6,32 7,96
[Cu2(tppnol)(µ
- CH3COO)(H2O)2](ClO4)2 (5) 6,82 8,15
CAPÍTULO 3: Estudos de Equilíbrio Químico

Complexo (1)

N N
OH
O
OH pKa1 = 5,70 8.4

N
Cu Cu

N
pKa2 = 7,42 8.0
(5)
O O
H2O H2O 7.6 (4)
7.2 (1

pKa
Complexo (4) 6.8
)

6.4
N N
OH
O
N pKa1 = 6,32 6.0

pKa2 = 7,96
Cu Cu
5.6
N O O N 2.15 2.20 2.25 2.30 2.35 2.40 2.45

H2O H2O Distância (Cu-Ligante axial) média (A)

Complexo (5)
Correlação entre os valores de
pKa e as distâncias médias Cu
N N
N
N
pKa1 = 6,82 ligante axial para os complexo
O
Cu Cu (1), (4) e (5).
N O O N
pKa2 = 8,15
H2O H2O
CAPÍTULO 3 - Conclusões

❖ Os ligantes empregados mostraram-se capazes de formar complexos


binucleares de cobre(II) que servem de modelos estruturais para
metaloenzimas de cobre tipo III:

➤simulam a distância metal-metal de 3,4 Å da forma met das enzimas;

➤apresentam a coordenação axial de grupo fenol protonados a centros de


cobre(II) e representam os primeiros modelos estruturais para a coordenação
axial do substrato fenólico a um dos centros de cobre sugerido quando a
enzima tirosinase desempenha a função de cresolase;

❖ Os complexos são capazes de fornecer grupo nucleófilo (OH), através da


desprotonação das moléculas de água coordenadas ao metal, a pH próximo
da neutralidade, sendo adequados para estudos de reatividade e podendo
servir de modelos para metaloenzimas hidrolíticas;

❖ Os complexos são adequados para o estudo de reatividade frente a


substratos que necessitem da ação cooperativa de dois centros metálicos a
distâncias em torno de 3 Å, p. ex. catecol.
CAPÍTULO 3 - Modelos funcionais para hemocianina, tirosinase e
catecol oxidase

– ATIVIDADE CRESOLASE DA ENZIMA TIROSINASE:


hidroxilação de anéis benzênicos que fazem parte do ligante ou
de substratos contendo a função fenol
-
O
2+ +

COOMe
N N N N
CuI CuI
Py N CuI N N CuI N
O2 (O2) N O N O
N Cu
I N N N N N N
Py II
Py
Py Cu Cu CuII Cu
N Py Py Py Py OH
Py Py
CuI COOMe
Py Py
O2

2+
Py +

-
- OH
N
Py N N N N
O2
N OH CuII CuII N
CuI CuI N
N N
O
Py Py N O O N N N

COOMe
COOMe

Karlin, K. et al J. Am. Chem. Soc. 1984, 106, 2121 Casella, L. et al Inorg. Chem. 1996, 35, 7516
CAPÍTULO 3 - Modelos funcionais para hemocianina, tirosinase e
catecol oxidase

– ATIVIDADE CATECOLASE DAS ENZIMAS TIROSINASE E


CATECOL OXIDASE: oxidação de substratos com a função catecol

HO
O O
2+ 2+
Cu Cu + +
Cu .....Cu
O HO met O
oxi

2+ 2+ HO O
+ +
Cu .....Cu + Cu .....Cu +
met O
HO deoxi

OH O
+ O2
Reação modelo
OH O
CAPÍTULO

➤ SÍNTESE DO COMPLEXO DE Cu(I) E INTERAÇÃO COM OXIGÊNIO


+
N N
EtCN OH N
H2BTPPNOL + [Cu(CH3CN)4]ClO4 O ClO4-
Argônio Cu Cu
N N

CH3CN CH3CN

O2 / -80ºC ou TA

2+ +
N N N N
OH N OH N
O TA O
(ClO4-)2 ClO4-
Cu Cu Cu Cu
N N N N
OH H2O (O2)

Complexo (6)

verde marrom
CAPÍTULO 3 - Síntese do complexo de Cu(I) e interação com oxigênio
+ +
N N N N
OH N O2 OH N
O O ClO4-
Cu Cu
ClO4- Cu Cu
N N N
N
-80ºC ou TA (O2)

CH3CN CH3CN
800 (marrom)
600
marrom (amarelo)
giso = 2,1071
400

200
TA
Intensidade

-200 2+
-400 N N
OH N
-600 O
Cu Cu (ClO4-)2
-800
giso = 2,1071 N N
-1000 OH H2O
2400 2600 2800 3000 3200 3400

Campo [G]
Complexo (6)

(verde)

400 1.5

2-
200 O2 Cu(II)

0
g|| = 2,192;
Intensidade

1.0
marrom

Absorbância
-200
g⊥ = 2,085;
verde
-400
A|| = 124 x 10-4 cm-1) 0.5
verde

-600

-800
2400 2600 2800 3000 3200 3400
0.0
Campo [G] 400 500 600 700 800 900

λ / nm

Espectros de RPE em CH3CN a 77K.


Espectros eletrônicos em EtCN a TA.
CAPÍTULO 3 - Resultados e Discussão 2,0

➤ OXIDAÇÃO DO SUBSTRATO 3,5-DI-TERC- 1,5

BUTILCATECOL POR COMPLEXOS

Abs
1,0

BINUCLEARES DE COBRE(II) 0,5

0,0
300 400 500 600 700 800

λ , nm
OH O
+ O2
OH O
400 nm
(ε=1900 M-1cm-1)
EFEITO DO pH NA REAÇÃO DE OXIDAÇÃO
-7
4.0x10

Espécies pKa1 pKa2 pKa


-7
3.0x10 cinético
[Cu2(H2bbppnol)(µ
-CH3COO)(H2O)2]Cl2 (1) 5,70 7,42 7,8 ±
0,1
v0 (M s )
-1

-7
2.0x10

-7
1.0x10
[Cu2(Hbtppnol)(µ
- CH3COO)(H2O)2 ](ClO4)2 (4) 6,32 7,96 8,1 ±
0,1

0.0
[Cu2(tppnol)(µ
- CH3COO)(H2O)2](ClO4)2 (5) 6,82 8,15 8,2 ±
0,1
4 5 6 7 8 9 3,5-DtBC1 10,35 14,7
pH
1
TYSON, C. A., MARTELL, A. E. J. Am. Chem. Soc. 1968, 90, 3379 - 3386
Dependência da taxa de reação com o pH para a
oxidação do 3,5-DtBC catalisada pelo complexo (1).
CAPÍTULO 3 - Oxidação do substrato 3,5-di-terc-butilcatecol por complexos
binucleares de cobre(II)

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE SUBSTRATO NA REAÇÃO DE OXIDAÇÃO

-7
2.6x10
-7
2.4x10
-7
2.2x10
-7
2.0x10
Eq. Michaelis-Menten 1.8x10
-7

-7
1.6x10

vo (M s )
-7

-1
1.4x10

v = Vmáx [S] / (Km +


-7
1.2x10
-7
1.0x10

[S])
-8
8.0x10
-8
6.0x10
-8
4.0x10
-8
2.0x10
1/v = Km/Vm[S] + 1/Vmax 0.0
0.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010
[3,5-DtBC] (M)

Dependência da velocidade de reação com a concentração de 3,5-DtBC para as reação de


oxidação catalisadas pelos complexos binucleares de cobre(II): () 1, () 2, () 3, () 4,
() 5 e (×) branco . As reação foram realizadas em metanol saturado com O2 / tampão
aquoso TRIS pH 8,0 (30:1), [c] = 2,4 x 10-5 M, [3,5-DtBC] = 3,0 x 10-4 a 9,0 x 10-3 M a 25ºC.
Parâmetros cinéticos para a oxidação do 3,5-DtBC catalisada por
complexos binucleares de cobre(II)

Complexo Vmáx (Ms-1) Km (M) Kass (=1/Km)(M-1) kcat (s-1) kcat/KM (M-1s-1)

(1) 1,9 x 10-7 7,9 x 10-4 1,3 x 103 0,0079 10


(2) 1,4 x 10-7 8,4 x 10-4 1,2 x 103 0,0057 6,7
(3) 4,4 x 10-8 3,9 x 10-4 2,6 x 103 0,0018 4,7
(4) 1,9 x 10-7 9,5 x 10-4 1,0 x 103 0,0078 8,1
(5) 6,7 x 10-8 8,6 x 10-4 1,2 x 103 0,0028 3,3

13

Distância (Cu-ligante axial) média (A)


2.45
12
2.40
Correlação entre parâmetros 11

10 2.35
(1)
9 2.30

kcat/KM (M s )
-1 8
cinético: k2 (=kcat/KM): eficiência catalítica
-1
2.25
(4)
7
2.20
6
eletroquímico: (∆E)1,2 (= E(red)1 – E(red)2) 5
2.15

2.10
4
estrutural: distância média Cu-ligante axial 3 (5) 2.05

para os complexos (1), (4) e (5). 0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30 0.32
(∆ E)1,2 (V vs. NHE)
CAPÍTULO 3 - Oxidação do substrato 3,5-di-terc-butilcatecol por complexos
binucleares de cobre(II)

PROPOSTA DE MECANISMO PARA A REAÇÃO DE OXIDAÇÃO

N N N N
OH OH OH
O OH
II O
Cu Cu II
pH 8 Cu Cu
N O O N N O O N
H2O H2O OH OH

Complexo (1)

HO OH
OAc- O2

N N
N N
OH
OH OH OH
II
O II
O
I Cu Cu
Cu CuI
N N
N N
OH2 OH2 O O O

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