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TRATAMENTO CIRÚRGICO

DAS CORONARIOPATIAS
OBSTRUTIVAS POR
ATEROSCLEROSE

Prof. Glauco Lobo

Departamento de Cirurgia
Universidade Federal do Ceará

Junho 09
TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS
CORONARIOPATIAS OBSTRUTIVAS POR
ATEROSCLEROSE

1. HISTÓRICO

2. ANATOMIA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS

3. INTRODUÇÃO

4. REVASCULARIZAÇÃO CIRÚRGICA DO MIOCÁRDIO

5. TRATAMENTO CIRÚRGICO DO INFARTO


AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) E SUAS
COMPLICAÇÕES
Abril 10
2
1. HISTÓRICO

Junho 09
HISTÓRICO

• Em 1920, Jonesco descreveu a


simpatectomia, e Blumgart, em 1935,
publicou a ablação total da tireóide como
opções para o tratamento da angina do peito

• Estudos subseqüentes demonstraram a


associação entre angina do peito e doença
coronariana

• Várias técnicas foram sugeridas com o


intuito de aumentar o aporte de sangue ao
miocárdio. Beck, em 1948, sugeriu a adesão
do pericárdio com o epicárdio com o uso de
talco
Claude S. Beck
(1894 - 1974)
Jonesco T. Bull Acad Med 1920; 84: 93-102
Blumgart et al . JAMA 1935; 104 (1):17-26 Junho 09
Beck CS et al. Ann Surg, 1948; 128 (4):854-64
HISTÓRICO

• Em 1951, Arthur Vineberg


relatou uma técnica de
revascularização indireta do
miocárdio, introduzindo a
artéria torácica interna esquerda
(ATIE) com seus ramos abertos Arthur M. Vineberg
na musculatura do VE (1903 - 1988)
• Foi o primeiro procedimento
eficaz no tratamento da doença
arterial coronariana (DAC)

Vineberg A M, Miller G. Can Med Assoc J 1951; 64:204


Junho 09
HISTÓRICO

• Sones, em 1960, desenvolveu a


Coronariografia na Cleveland Clinic

• Marco importante no desenvolvimento


do tratamento cirúrgico da DAC

• Em 1962, Sabiston realizou a primeira David C. Sabiston, Jr.


ponte de safena em humano, com uma
derivação da aorta ascendente para
coronária direita

Sones FM Jr., Shirey EK . Mod Conc Cardiovasc Dis 1962; 31:735


Sabiston DC Jr. Bull J Hopkins 1974. 134:314-329 Junho 09
HISTÓRICO

• Em 1967, na Rússia, Kolesov


realizou pioneiramente o
implante de ATIE na artéria
interventricular anterior (AIA)
sem circulação extracorpórea
(CEC) por toracotomia ântero-
lateral esquerda

Vasilii I. Kolesov

Kolesov VI. J Thorac Cardiovasc Surg 1967; 54:535-44


Junho 09
HISTÓRICO

• Em 1968, com os trabalhos de


Favaloro na Cleveland Clinic, a
cirurgia de revascularização
direta do miocárdio, “ponte de
safena”, foi divulgada e
absorvida em todo mundo
René Gerónimo Favaloro
• Cirurgia realizada com o
(1923 - 2000)
coração parado, utilizando-se
para tanto CEC

Favaloro RG. Ann Thorac Surg 1968; 5:334-339


Junho 09
2. ANATOMIA DAS ARTÉRIAS
CORONÁRIAS

Abril 10
ANATOMIA DAS ARTÉRIAS
CORONÁRIAS

• O Sistema Arterial Coronariano é integrado pela


coronária direita (CD) e coronária esquerda (CE)

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003 Abril 10
ANATOMIA DAS ARTÉRIAS
CORONÁRIAS
• A CE usualmente forma um tronco
com aproximadamente 2 cm de
extensão, bifurcando-se em artéria
interventricular anterior (AIA) e
artéria circunflexa (Cx)

• Os principais ramos da AIA são os


ramos septais e diagonais, irrigando
70% do septo interventricular, a
parede anterior e ântero-lateral do VE,
correspondendo a 50% do fluxo
sanguíneo total do VE

• Os principais ramos da artéria Cx são


os ramos marginais, que irrigam a
parte póstero-lateral e inferior do VE
Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic
criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
ANATOMIA DAS ARTÉRIAS
CORONÁRIAS
• A CD é dominante em 90% dos
casos, origina a artéria
interventricular posterior, que irriga
30% do septo interventricular e a
artéria ventricular posterior

• Os ramos marginais da CD irrigam


a parede livre do VD

• A CD emite ramos que irrigam o nó


sinusal e nó atrioventricular

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003 Abril 10
ATEROSCLEROSE DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS

Silbernagl S, Lang F. Fisiopatologia: texto e atlas. p.217.Artmed,2006 Junho 09


PRINCÍPIOS DA CIRCULAÇÃO
SANGUÍNEA

LEI DE POISEUILLE
O fluxo sanguíneo dentro de um vaso (Q) é diretamente
proporcional à diferença de pressão (∆ P) entre suas
extremidades e à quarta potência do raio (r4) sendo
inversamente proporcional ao comprimento do vaso (L) e a
viscosidade do sangue (n):

Q= π . ∆ P. r4
8.n.L
Guyton AC et al. Tratado de Fisiopatologia Médica. Guanabara Koogan, 1997
Abril 10
3. INTRODUÇÃO

Abril 10
INTRODUÇÃO

• A Doença Arterial Coronariana (DAC) clinicamente pode se


manifestar das seguintes formas:
- Angina Estável
- Angina Instável e IAM sem Elevação do Segmento ST
- IAM com Elevação do Segmento ST
Não Complicado
Complicado

• O diagnóstico é basicamente clínico, tendo importante auxílio


de exames complementares

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
Abril 10
INTRODUÇÃO

O Tratamento Cirúrgico pode estar presente em todas as


formas de apresentações da doença, dependendo do quadro
clínico e do padrão anatômico das coronárias. Compreende:

• Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM)

• Cirurgia para Correção das Principais Complicações do IAM


- Insuficiência Mitral
- Ruptura do Septo Interventricular
- Ruptura de Parede Livre de Ventrículo Esquerdo
- Aneurisma do Ventrículo VE

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
Abril 10
INTRODUÇÃO

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO COMPLEMENTARES


• Eletrocardiograma

• Marcadores Enzimáticos de Injúria Miocárdica

• Ecocardiograma

• Exames Cintilográficos e Testes Provocadores de Isquemia

• Estudo Anatômico das Coronárias com contraste, principalmente


pelo Cateterismo e Tomografia com múltiplos cortes

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
Abril 10
4. REVASCULARIZAÇÃO
CIRÚRGICA DO MIOCÁRDIO

Abril 10
REVASCULARIZAÇÃO CIRÚRGICA
DO MIOCÁRDIO
• As indicações (ACC/AHA) para CRM podem ser classificadas
em:
- Classe I: existe evidência e ou consenso geral de que o
procedimento é útil e efetivo

- Classe II A: forte evidência ou opinião a favor da utilidade ou


eficácia do procedimento
- Classe II B: a utilidade ou eficácia do procedimento é bem
menos estabelecida
- Classe III: existe evidência e ou consenso geral de que o
procedimento nem é útil nem é efetivo, sendo às vezes até
perigoso
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
ANGINA ESTÁVEL
INDICAÇÕES CLASSE I

1. Lesão significativa (maior que 50%) de tronco da CE

2. Lesão de tronco equivalente: estenose grave (igual ou superior a 70%) no


terço proximal da AIA e terço proximal de Cx

3. Paciente com lesão 3 vasos

4. Paciente com lesão de 2 vasos incluindo lesão proximal da AIA e ou FE <


50% ou isquemia demonstrável em teste não-invasivo

5. Paciente com lesão de 1 ou 2 vasos sem obstrução significativa da AIA, mas


com uma grande área de miocárdio viável e critérios de alto risco em teste
não-invasivo

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
ANGINA ESTÁVEL
INDICAÇÕES CLASSE I

6. Paciente com lesão de 1 ou 2 vasos sem lesão significativa de AIA que tenha
sobrevivido a uma parada cardíaca ou alguma taquicardia ventricular
sustentada

7. Paciente submetido previamente a angioplastia ou cirurgia de RM clássica


ou que tenham realizado angioplastia para estenoses recorrentes associados
com grande área de miocárdio viável ou que tenham critérios de alto risco
em teste não-invasivos

8. Paciente que desenvolve angina incapacitante apesar do tratamento clínico


adequado e que possa ser submetido a RM com risco aceitável

9. Paciente com lesão significativa proximal de AIA com isquemia extensa


demonstrada em teste não-invasivo e ou FE <50%

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
ANGINA ESTÁVEL
INDICAÇÕES CLASSE II A

1. Estenoses múltiplas de enxertos de veia safena especialmente


quando há estenose significativa do enxerto para AIA

2. Paciente com lesão de 1 ou 2 vasos sem lesão de AIA


significativa, mas com uma moderada área de miocárdio
viável e isquemia demonstrável em testes não-invasivos

3. Paciente com lesão significativa proximal isolada da AIA

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
ANGINA INSTÁVEL OU IAM SEM SUPRA DE ST
INDICAÇÕES CLASSE I

1. Lesão significativa do tronco da coronária


esquerda

2. Paciente com lesões tronco-equivalente

3. Paciente com doença dos 3 vasos principalmente


naqueles com FE < 50%

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
ANGINA INSTÁVEL OU IAM SEM SUPRA DE ST
INDICAÇÕES CLASSE I

4. Doença em 2 vasos com lesão proximal significativa da


AIA e FE < 50%

5. Paciente com doença de 1 ou 2 vasos sem lesão


proximal significante da AIA, mas com uma grande
área de miocárdio viável

6. Pacientes com má anatomia coronariana que têm


uma isquemia incapacitante apesar da terapia não-
cirúrgica otimizada

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
ANGINA INSTÁVEL OU IAM SEM SUPRA DE ST
INDICAÇÕES CLASSE II A

1. Paciente com estenoses múltiplas de enxertos de safena


especialmente quando há estenose significante no enxerto
para AIA

2. Paciente com doença de 1 ou 2 vasos sem lesão significativa


na AIA, mas com área moderada de miocárdio viável

3. Pacientes multiarteriais com diabetes mellitus. Nessa


última indicação estaria indicada formalmente a utilização
da ATIE

4. Paciente com lesão de 1 ou 2 vasos incluindo lesão


proximal de AIA
Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008
ACC∕AHA Guideline Update for Coronary Artery Bypass Graft Surgery 2004 Abril 10
Patient Profiling
Time : cirurgião e cardiologista
intervencionista.
Objetivo: Pontuação Sintaxe para
fornecer orientações sobre estratégias
de revascularização ideal para
pacientes com lesões de alto risco
www.syntaxscore.com
- Risco operatório do paciente available now
(EuroSCORE)
- Complexidade da lesão coronariana
(Pontuação sintaxe - recentemente
desenvolvido)
Sianos et al, EuroIntervention 2005;1:219-27
Valgimigli et al, Am J Cardiol 2007;99:1072-81
Serruys et al, EuroIntervention 2007;3:450-9
Abril 10
5. TRATAMENTO CIRÚRGICO DO INFARTO AGUDO
DO MIOCÁRDIO (IAM) E SUAS COMPLICAÇÕES

Abril 10
CRM NO IAM COM SUPRA DE ST NÃO
COMPLICADO
A CRM na fase aguda do IAM com Supra de ST está
indicada nas seguintes situações:

• Complicações decorrentes dos procedimentos


angioplásticos com anatomia coronariana favorável

• Impossibilidade técnica da realização de


procedimentos angioplásticos na presença de choque
ou instabilidade hemodinâmica grave com anatomia
coronariana favorável
Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic
criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003 Abril 10
CRM NO IAM COM SUPRA DE ST
COMPLICADO
Insuficiência Mitral
• Está geralmente relacionada com a isquemia ou ruptura
do músculo papilar póstero-medial
• Quando isquêmica dependendo do quadro clínico
geralmente a conduta é conservadora
• Quando decorrente da ruptura do músculo papilar, a
cirurgia é indicada em carater de emergência.
Apresenta uma mortalidade de 50% em 24 horas. A
mortalidade cirúrgica varia de 10 a 50% dependendo
do grau de comprometimento do VE

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003 Abril 10
CRM NO IAM COM SUPRA DE ST
COMPLICADO
Ruptura do Septo Interventricular (RSV)
• Complicação rara acometento 1 à 2% dos infartados
• De aparecimento súbito dentre as três primeiras semanas
pós infarto. O segundo dia é o crítico
• Cerca de 70% localiza-se no ápice do VE, 15% no septo
porterior, 10% na porção medial e 5% na porção basal
• Na presença de choque cardiogênico a indicação cirúrgica é
imediata
• A mortalidade cirúrgica esta na ordem de 25%, estando na
dependência da condição clínica e da localização da
ruptura no septo

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
CRM NO IAM COM SUPRA DE ST
COMPLICADO
Ruptura da Parede Livre do VE (RPLVE)
• A RPLVE origina um hemopericárdio maciço
incompativel com a vida, não permitindo tempo para
que se estabeleça o diagnóstico. Em pouquissimos
casos tratados é relatada a importância do
ecocardiograma demonstrando a presença de
derrame pericárdico. A cirurgia esta indicada em
carater de emergência

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


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CRM NO IAM COM SUPRA DE ST
COMPLICADO
Aneurisma de VE
• É encontrado em 12 a 15% dos sobreviventes de IAM
• É quatro vezes mais frequente nos infartos anteriores
• Geralmente a cirurgia esta indicada quando estão presentes
as seguites manifestações clínicas: 1. angina; 2. insuficiênca
cardíaca; 3. arritmia; 4. embolia periférica
• O resultado cirúrgico esta na dependência da área de
miocárdio envolvida, na viabilidade da musculatura
ventricular restante, na presença ou não de doença
coronariana associada e presença de insuficiência mitral. A
mortalidade varia entre 4 a 8%

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003 Abril 10
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRM

Os enxertos arteriais mais utilizados isoladamente ou em conjunto são:

• Artéria torácica interna esquerda (ATIE )

• Artéria torácica interna direita (ATID)

• Artéria radial

• Artéria epigástrica inferior


• Artéria gastroepiplóica direita

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRM

O enxerto venoso preferido é a veia safena magna (VSM). Não


deve ser utilizada quando apresentar anormalidades

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
DISSECÇÃO DA ATIE

Junho 09
INCISÃO DA ATIE PARA ANASTOMOSE

Junho 09
Abril 10
Abril 10
Abril 10
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRM

• Deve-se evitar a dissecção de ambas as artérias torácicas


internas em mulheres com sobrepeso, diabéticas e idosas devido
à incidência aumentada de complicações esternais

• Preferencialmente utiliza-se a artéria radial do membro não


dominante

• A artéria epigástrica inferior deve ser dissecada do lado oposto


ao que foi dissecada a artéria torácica interna no sentido de
evitarem-se problemas com a irrigação da parede abdominal

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRM

Abril 10
Máquina de Circulação Extracorpórea (CEC)
CRM COM CEC

Na maioria das vezes, utiliza-se :

• cânula arterial posicionada na porção superior da aorta


ascendente
• uma cânula para drenagem venosa no átrio direito, podendo
ser utilizada duas

Para realização das anastomoses dos enxertos com as coronárias,


o coração é parado, utilizando-se soluções cardioplégicas
sangüíneas ou cristalóides hiperpotássica, de forma
anterógrada ou retrógrada, ou parada anóxica intermitente

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
CRM COM CEC

Junho 09
CRM SEM CEC

• As anastomoses distais geralmente são realizadas com o


auxílio de estabilizadores coronarianos e em alguns casos
com a utilização de shunt intracoronário

• A ATIE e a ATID mantêm as suas origens nas artérias


subclávias, enquanto os outros enxertos a nível proximal
são anastomosados na aorta ascendente ou nas ATIs,
principalmente quando a aorta ascendente encontra-se
ateromatosa

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology, diagnostic


criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003
Abril 10
CRM SEM CEC

Abril 10
CIRURGIA SEM MANUSEIO DA AORTA
ENXERTO COMPOSTO – ATIE e VSM

Abril 10
CIRURGIA SEM MANUSEIO DA AORTA

R. Nottin, JTCS, 1996 Abril 10


CIRURGIA SEM MANUSEIO DA AORTA
PONTE INTERCORONARIANA

Abril 10
CIRURGIA SEM MANUSEIO DA AORTA
ESTENOSE DE ARTÉRIA SUBCLÁVIA

Abril 10
CRM SEM CEC

• O uso de hemoderivados está ficando cada vez mais


restrito nas cirurgias sem CEC

• A não-utilização de hemoderivados na CRM é um fator


independente de melhora da sobrevida tardia nesses
pacientes

• Na nossa experiência, aproximadamente 90% dos


pacientes operados eletivamente de RM sem CEC não
fazem uso de hemoderivados

Abril 10
RESULTADOS DA CRM

Morbidade no pós-operatório imediato:


• Acidente Vascular Encefálico está presente em
6%, sendo 3% com seqüela
• Insuficiência Renal Dialítica 1,4%
• IAM 2,5 a 5%
• Sangramento 2,1 a 2,8%
• Mediastinite 1 a 4%

Roach GW et al. N Eng J Med 1996; 335:1857


Mangano CM et al. Ann Intern Med 1998; 128:194
Klatte K et al. J Am Coll Cardiol 2001; 38:1070
Frankel TL. Eur J Cardiothorac Surg 2005; 27:494-500 Abril 10
Eagle KA. J Am Coll Cardiol 1999; 34:1262
RESULTADOS DA CRM

A taxa de perviedade dos enxertos de safena em 10 anos é de


50 a 70%, enquanto que os da ATIE é de 95%
A mortalidade da cirurgia de RM gira em torno de 3%. Os
mais potentes fatores preditores de mortalidade são:
• Idade
• Urgência da Cirurgia
• Cirurgia Cardíaca prévia
• Disfunção Ventricular Esquerda
• Percentual da Estenose de Tronco
• Número de Vasos com Doença Significativa
J Card Surg 85:488-493, 2006 Abril 10
JACC Vol. 31, No 4 Suppl B
March 15, 1998:1B-63B

1066 referências
Junho 09
IGL Fortaleza,
RESULTADOS DA CRM

EVIDÊNCIAS CLARAS
• Melhora da performance miocárdica
• Alívio de sintomas
• Melhora da qualidade de vida
• Aumento da expectativa de vida
• Redução da incidência de morte súbita e IAM
• Excelentes resultados a longo prazo
• Perviedade de 96% em dez anos para a ATIE
• A ATIE é preditor independente de sobrevida tardia
• A ATIE se ajusta à demanda fisiológica (aumento de seu diâmetro)
Favaloro RG. Am J Cardiol 1979;43:109-29
Barner HB. Ann Thorac Surg 1994;57:1526-8
Loop FD et al. N Engl J Med 1986;314:1-6 Junho 09
Johnson WD et al.Ann Thorac Surg 1989:48:19-25
RESULTADOS DA CRM
Hospital Monte Klinikum

•De Janeiro de 2000 a Março de 2008, 161 pacientes foram


submetidos exclusivamente a CRM

• 111 (68,9%) eram homens

• A média de idade foi de 66 anos, variando de 42 a 87 anos

• 144 (90 %) operações foram realizadas sem CEC

• A mortalidade em 30 dias foi de 0,62% (1 caso)

Abril 10
IGL
THE DOCTOR - 1890
Abril 10
Sir Samuel Luke Fields (1844-1927)
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

• 1. Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier,


2008.

• 2. Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery:


morphology, diagnostic criteria, natural history, techniques, results and
indications. 3.ed. Churchill Livingstone, 2003.

• 3. Nicolau JC at al. Guidelines for Unstable Angina and Non-ST-Segment


Elevation Myocardial Infarction of the Brazilian Society of Cardiology (II
Edition, 2007). Arq Bras Cardiol 2007; 89 (4): e89-e131.

• 4. Jonesco T. Angine de poitrine guérie par la résection du sympathique


cervico-thoracique. Bull Acad Med 1920; 84: 93-102.

Abril 10
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

• 5. Blumgart et al. Total ablation of the thyroid in angina pectoris and


congestive failure: summary of results in treating seventy-five patients
during the last eighteen months. JAMA 1935; 104 (1):17-26.

• 6. Beck CS et al. Revascularization of the heart. Ann Surg, 1948; 128


(4):854-64.

• 7. Vineberg A M, Miller G. Internal mammary coronary anastomosis in the


surgical treatment of coronary artery insufficiency. Can Med Assoc J 1951;
64:204.

• 8. Sones FM Jr., Shirey EK. Cine coronary arteriography. Mod Conc


Cardiovasc Dis 1962; 31:735.

Abril 10
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

• 9. Sabiston DC Jr. The coronary circulation. Bull J Hopkins 1974.


134:314-329.

• 10. Kolesov VI. Mammary artery-coronary artery anastomosis as method


of treatment for angina pectoris. J Thorac Cardiovasc Surg 1967; 54:535-
44.

• 11. Favaloro RG. Saphenous vein autograft replacement of severe


segmental coronary artery aclclusion. Ann Thorac Surg 1968; 5:334-339.

• 12. Roach GW et al. Multicenter study of perioperative ischemia research


group and the ischemia result and education foundation investigation. N
Eng J Med 1996; 335:1857.

Abril 10
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

• 13. Mangano CM et al. Renal dysfunction after myocardial revascularization: risk


factors, adverse outcomes, and hospital resource utilization. Ann Intern Med 1998;
128:194.

• 14. Klatte K et al. Increased mortality after coronary artery bypass grafting surgery is
associated with increased level of postoperative creatine kinase – myocardial band
isoenzyme release. J Am Coll Cardiol 2001; 38:1070.

• 15. Frankel TL. Risk factors for hemorrhage – related re-exploration and blood
transfusion after conventional versus coronary revascularization without
cardiopulmonary bypass. Eur J Cardiothorac Surg 2005; 27:494-500.

• 16. Eagle KA. ACC∕AHA Guidelines for coronary artery bypass grafting surgery. J Am
Coll Cardiol 1999; 34:1262.

Abril 10

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