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O tenentismo foi um movimento

social de caráter político-militar que


ocorreu no Brasil nas décadas de
1920 e 1930, período conhecido
como República das Oligarquias.
Contou, principalmente, com a
participação de jovens tenentes do
exército.
Este movimento contestava a ação política e social dos governos
representantes das oligarquias cafeeiras (coronelismo). Embora
tivessem uma posição conservadora e autoritária, os tenentes
defendiam reformas políticas e sociais. Queriam a moralidade
política no país e combatiam a corrupção. 
O movimento tenentista defendia as seguintes mudanças: 
- Fim do voto de cabresto (sistema de votação baseado em
violência e fraudes que só beneficiava os coronéis);
- Reforma no sistema educacional público do país;
- Mudança no sistema de voto aberto para secreto;
Antecedentes
Durante a campanha eleitoral de 1921, o jornal "do Povo", na
 

edição de 9 de outubro, publicou uma carta manuscrita,


atribuída ao candidato do governo, Artur Bernardes,
governador de Minas Gerais. Nele o ex- presidente da
República Marechal Hermes da Fonseca era chamado de
"sargentão sem compostura", acusando o Exército de ser
formado por elementos "venais". Artur Bernardes negou
veementemente a autoria da carta, vindo o mesmo periódico
a publicar uma segunda carta, no mesmo tom da primeira e
como ela, atribuída ao mesmo candidato. A comoção causada
foi enorme, principalmente entre os militares. Nas eleições de
1° de março de 1922 Artur Bernardes saiu-se vencedor. . Com
o clima político tenso, em Pernambuco, o Exército foi
chamado para conter rebeliões populares.No dia 29 de junho,
Hermes da Fonseca telegrafou ao Recife, exortando os
militares a não reprimirem o povo, sendo, por essa razão,
preso no dia 2 de julho e o Clube Militar fechado.A prisão de
Os tenentistas chegaram a promover revoltas como, por
exemplo, a revolta dos 18 do Forte de Copacabana.
Nesta revolta, ocorrida em 5 de julho de 1922, foi
durante combatido pelas forças oficiais. Outros
exemplos de revoltas tenentistas foram a Revolta
Paulista (1924) e a Comuna de Manaus (1924). A Coluna
Prestes, liderada por Luis Carlos Prestes, enfrentou
poucas vezes as forças oficiais. Os participantes da
coluna percorreram milhares de quilômetros pelo
interior do Brasil, objetivando conscientizar a população
contra as injustiças sociais promovidas pelo governo
republicano.
A Revolta do Forte de
Copacabana
Quem comandava o Forte de Copacabana, na ocasião, era o capitão Euclides Hermes da
Fonseca, filho do marechal Hermes da Fonseca. No dia 4 de julho, Euclides exortou os seus
comandados, tendo feito escavar trincheiras desde o portão do Forte até o farol, minando-se o
terreno.Tendo sido estabelecido que o movimento se iniciaria a uma hora da madrugada do dia
5, a uma e vinte o tenente Antônio de Siqueira Campos disparou um dos canhões, sinal
combinado. A guarnição aguardou em silêncio a resposta de. outras unidades, o que não
aconteceu. Siqueira Campos, então, disparou contra o Quartel-General do Exército (no Campo
de Santana, atual Palácio Duque de Caxias, o da Marinha (na Praça Barão de Ladário), o
Depósito Naval e o Forte do Leme, matando quatro pessoas neste último. Durante todo o dia 5,
o Forte de Copacabana sofreu intenso bombardeio pela artilharia da Fortaleza de Santa Cruz. Na
madrugada do dia 6, o Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, telegrafou ao Forte, exigindo a
rendição dos rebeldes. O capitão Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos permitiram,
então, a saída de todos aqueles que não quisessem combater. Dos 301 homens da guarnição,
saíram 272. O Ministro Calógeras telegrafou uma vez mais, passando Governo e rebeldes a
parlamentar. Como consequência, o Capitão Euclides Hermes saiu ao encontro do Ministro no
Palácio do Catete, combatendo.Às 13 horas do dia 6 de julho, iniciaram a marcha pela Avenida
Atlântica. Um número até hoje não determinado se rendeu ou debandou. Na altura do antigo
Hotel Londres, restavam dezessete militares revoltosos , aos quais se juntou o engenheiro civil
gaúcho Otávio Correia, amigo do tenente Siqueira Campos. Após alguns tiroteios, ao
alcançarem a altura da antiga rua Barroso (atual Siqueira Campos), os dez homens restantes
(nove militares e o civil) foram confrontados pela tropa legalista (integrada por cerca de três mil
homens). No confronto final, um tiroteio que durou aproximadamente trinta minutos, foram
capturados, feridos, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, e dois soldados.
A revolta de 1924 ocorreu em São Paulo no dia 5 de julho com cerca
de 1000 homens que se posicionaram em locais estratégicos, com
o objetivo de tirar do poder o presidente Artur Bernardes. 

Mais uma vez o grupo de tenentes viu a derrota e rumaram em


direção ao interior de São Paulo, e depois para o oeste do Paraná,
onde em 1925 a coluna paulista encontrou-se com uma coluna
revolucionária, que estava sob o comando de Luiz Carlos Prestes,
vindo do Rio Grande do Sul, um tenente que também estava em
oposição à administração política brasileira. Com a união dessas
duas colunas surge a Colunas Prestes.
A Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida somente por
Coluna Prestes, foi um movimento político-militar brasileiro existente entre
1925 e 1927 e ligado ao tenentismo, corrente que possuía um programa
bastante difuso, mas algumas linhas gerais podem ser delineadas:
insatisfação com a República Velha, exigência do voto secreto, defesa do
ensino público e a obrigatoriedade do ensino primário para toda população.
O movimento contou com lideranças das mais diversas correntes políticas, mas a maior
parte do movimento era composta por capitães e tenentes da classe média, donde
originou-se o ideal de "Soldado Cidadão".O movimento deslocou-se pelo interior do país
pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo do então presidente Artur
Bernardes e, posteriormente, de Washington Luís. Em sua marcha pelo Brasil, os
integrantes da Coluna Prestes denunciavam a miséria da população e a exploração das
camadas mais pobres pelos líderes políticos. A Coluna Prestes percorreu mais de
24000km pelo interior do Brasil, durante dois anos e meio. Apesar dos esforços, a Coluna
Prestes não conseguiu a adesão da população. A longa marcha foi concluída em fevereiro
de 1927, na Bolívia, perto de nossa fronteira, sem cumprir seu objetivo: disseminar a
revolução no Brasil.Dentre estas, a mais aguerrida e que forçou a retirada de Prestes
para a Bolívia foi a organizada pelo Coronel do sertão baiano, Horácio de Matos: o seu
Batalhão Patriótico Chapada Diamantina iniciou a perseguição aos revoltosos, até a saída
destes do território brasileiro, retornando como vitoriosos à cidade de Lençóis. Com o
sucesso da marcha, a Coluna Miguel Costa-Prestes ajuda a abalar ainda mais o prestígio
da República Velha e a preparar a Revolução de 1930. Projeta também a figura de Luís
Carlos Prestes, que posteriormente entra no Partido Comunista Brasileiro (PCB),
tornando-se um mito. Prestes foi chamado por esta marcha de cavaleiro da esperança.
O movimento tenentista perdeu força após a
Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas
ao poder. Vargas conseguiu produzir uma
divisão no movimento, sendo que importantes
nomes do tenentismo passaram a atuar como
interventores federais. Outros continuaram no
movimento, fazendo parte, principalmente, da
Coluna Prestes.

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