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Chamou-se Renascimento o
movimento cultural
desenvolvido na Europa entre
1300 e 1650. Tal nome sugere
um súbito reviver dos ideais
greco-romanos, o que não é de
todo correto: mesmo no período
medieval o interesse pela cultura
clássica não desapareceu.
Exemplo disso é Dante Alighieri
(1265-1321), poeta italiano que
manifestou entusiasmo pelos
clássicos. Também nas escolas
das catedrais e dos mosteiros,
autores latinos e filósofos gregos
O homem vitruviano, de Leonardo da Vinci
eram muito estudados. sintetiza o ideário renascentista: humanista e
clássico.
Humanismo, o espírito do
Renascimento
Os artistas do Renascimento
expressaram sempre os maiores
valores da época: a racionalidade -
traduzida no rigor científico, na
experimentação e na observação da
natureza - e a dignidade humana.
Estudo de figura geométrica, Leonardo da
Vinci. Biblioteca Ambrosiana, Milão.
A arquitetura
Filippo Brunelleschi
Florença - 1377-1446
A Pintura
Note como Leonardo da Vinci organizou racionalmente a cidade: canais para transporte de
mercadorias; ruas por onde pudessem passar carroças transportando produtos necessários aos
moradores; ruas e espaços destinados apenas aos pedestres; ruas cobertas para protegê-los da chuva
e onde eles fizessem suas compras do dia-a-dia. Ele não se preocupou apenas com a beleza da cidade,
mas também com a limpeza e a saúde pública, por isso previu um sistema de esgotos.
Por volta de 1500 o artista passou a dedicar- se a estudos de perspectiva, óptica,
proporções e anatomia. Nessa época, fez milhares de desenhos com anotações e os mais
diversos estudos sobre anatomia humana, proporções de animais, movimentos, plantas de
edifícios e engenhos mecânicos.
O Da Vinci anatomista
Ilustração representando o
leão mecânico projetado por
Da Vinci.
Da Vinci pintou pouco: o afresco mural Última ceia e cerca de quinze quadros, entre os quais
destacam-se Mona Lisa e A virgem e o menino. Dominou com sabedoria o jogo de luz e sombra e
criou uma atmosfera que, partindo da realidade, estimula a imaginação do observador.
Feito para o refeitório do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, em Milão, esse afresco mural representa a última refeição de
Jesus com os doze discípulos, no momento em que ele anuncia que será traído por um deles. Da Vinci mostra, por meio do
rosto e dos gestos, principalmente das mãos, a reação de cada discípulo. Observe a impressão de movimento na cena: é como
se todos se interrogassem, tivessem suspeitos, quisessem afastar de si qualquer suspeita. Compare o contraste entre a
inquietação dos apóstolos e a imobilidade de Jesus. Note, ainda, dois outros aspectos: primeiro, a impressão de profundidade
criada pelos detalhes no forro da sala e pelas janelas abertas ao fundo; segundo, a claridade na parte direita da cena em
oposição à parte esquerda. Sua intenção, com tais recursos, foi integrar perfeitamente o mural ao refeitório, como se a sala
representada na pintura fosse uma continuação da sala real e a luz que ilumina a parte direita da pintura viesse das janelas
que havia à esquerda, no refeitório.
Estudo de Leonardo para a “ Santa Ceia ", contendo o nome de cada um dos apóstolos .
Monalisa
Também conhecida como Gioconda, esta é a mais
famosa pintura do mundo e também a obra mais
visitada do Museu do Louvre, em Paris. Alguns
visitantes, porém, se decepcionam ao constatar que ela
mede apenas 77 cm de altura por 53 cm de largura. O
que mais chama a atenção é o sorriso misterioso da
figura feminina. Muitos se perguntam: ela está mesmo
sorrindo? Talvez Da Vinci quisesse provocar essa
dúvida. Mais do que isso, note o efeito de
profundidade e luminosidade obtido pelo artista.
Observe a impressão de profundidade dada pelos
contornos cada vez menos nítidos das montanhas, à
medida que se distanciam do primeiro plano. A água
também se torna menos nítida, conforme se afasta do
primeiro plano. A paisagem de fundo, com traços e
cores pouco precisos, cria contraste com a figura
feminina em primeiro plano. Observe a fisionomia,
com traços bem nítidos, as mãos e o colo. Veja como a
pele reflete bastante luminosidade em contraste com as
roupas escuras. Tudo isso mostra a capacidade de Da
Vinci como pintor. Ainda assim, o que intriga o
observador é que, embora os traços da figura sejam
nítidos, os sentimentos expressos em seu rosto são
imprecisos.
Michelangelo: A expressão
da dignidade humana
Aos 13 anos, Michelangelo (1475-1564) foi aprendiz de Domenico Ghirlandaio,
consagrado pintor de Florença. Depois, freqüentou a escola de escultura mantida por
Lourenço Médici, também em Florença. Entre 1508 e 1512, trabalhou na pintura do
teto da Capela Sistina, no Vaticano,para o qual concebeu grande número de cenas do
Antigo Testamento.
Observe as duas figuras: Deus, representado por um homem de cabelos brancos e corpo vigoroso e
cercado por anjos, estende a mão para tocar a de Adão, representado por um homem jovem, de corpo
forte e harmonioso. As duas figuras expressam o ideal da beleza do Renascimento.
Rafael: a simplicidade e a harmonia
Rafael Sanzio (1483-1520) é considerado o pintor renascentista que melhor
desenvolveu os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e
cores. Tornou-se muito conhecido por pintar as figuras de Maria e Jesus, e seu
trabalho transformou-se em modelo para o ensino de pintura em muitas escolas
mais tradicionais.
Aristóteles e Platão, o próprio Rafael e uma visão geral da obra “ A escola de Atenas”.
Madona e o Menino Entronado
com Santos (Retábulo Colonna) –
Rafael, 1504-1505. Dimensões:
172cm x 172cm, óleo sobre
madeira.
Rafael - Transfiguração,
1518/20.
(Museu do Vaticano)
A Escultura italiana do Renascimento
Na escultura italiana do
Renascimento destacam-se
Michelangelo e Andrea dei
Verrocchio. Verrocchio (1435-
1488) trabalhou em ourivesaria,
o que influenciou sua escultura:
algumas de suas obras possuem
detalhes que lembram o
trabalho de um ourives - artesão
que trabalha com peças de ouro.
Entre elas, destaca-se Davi,
escultura da personagem bíblica
que venceu o gigante Golias,
poderoso soldado de um exército
inimigo do povo de Israel.
Quando a observamos,
inevitavelmente a comparamos
ao Davi de Michelangelo, pois as
duas figuras são extremamente
Davi (c. 1476), de Verrocch;o. Altura: 1,26 m.
Museo Naz;onale deI Bargello, Florença.
diversas entre si. Davi (1501-1504), de M;chelangelo.
Altura: 4,10 m. Museu da Academia, Florença.
Os dois "Davis"
O Davi de Verrocchio, em bronze, retrata um adolescente ágil e elegante, em
sua túnica enfeitada cujos detalhes lembram o trabalho de um ourives.
Pietà (1499), de Michelangelo. Dimensões: 1,74m x 1,95m x 64 em. Basíliea de São Pedro, Vaticano
Pietà, de Michelangelo
Esculpida em mármore quando o artista tinha apenas 23 anos, esta obra mostra um
surpreendente trabalho nos detalhes, que podemos ver nas vestes de Maria e no
corpo de Jesus. Mas é na figura de Maria que o artista manifesta seu gênio criador:
desafiando a passagem do tempo, ele retrata a mãe de Jesus como uma mulher
jovem. Sua expressão dócil contrasta com a dor do ato de recolher o corpo do
filho morto na cruz.
Pietà (1499), de Michelangelo. Dimensões: 1,74m x 1,95m x 64 em. Basíliea de São Pedro,
Vaticano
Fim