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A Meteorologia no dia-a-dia

Formação Contínua de Professores


Universidade dos Açores

Trabalho realizado por:


Teófilo Braga
Simão Melo
Dulce Moreira
Carlos Resendes
• A atmosfera é a mistura de gases que envolve
a Terra. O seu limite situa-se a cerca de 1000
km acima do nível do mar. Embora 99% da
massa que constitui a atmosfera se localize a
menos de 40 km de altitude.

• A atmosfera tem um papel fundamental para


assegurar a vida na Terra. Ela é um meio
gasoso que interage com a hidrosfera,
litosfera, biosfera e criosfera.
 Proteger o planeta em relação à matéria e
radiação que provêm do espaço;

 Manter a temperatura adequada à existência


de vida na Terra.
 A Terra formou-se à cerca de 4600 milhões
de anos. Nessa altura, as erupções vulcânicas
eram abundantes e havia grande libertação
de gases como o vapor de água (H2O) e
dióxido de carbono (CO2). Também era
constituída, em menor escala, por azoto (N2),
sulfureto de hidrogénio (H2S), amoníaco
(NH3), metano (CH4), monóxido de carbono
(CO) e hidrogénio (H2).
 Com o arrefecimento da Terra, o vapor de
água condensou formando-se assim os
oceanos.

 Após a formação dos oceanos, os primeiros


seres autotróficos começaram a realizar
fotossíntese e assim a utilizar o dióxido de
carbono espalhado na atmosfera.
 Forma-se o oxigénio, essencial à vida, que se
vai acumulando pela atmosfera terrestre.

 O azoto, que por sua vez também tem uma


grande influência na vida, é fixado em
bactérias capazes de produzir amoníaco,
desencadeando ciclos bioquímicos que
conduzem à formação de aminoácidos, as
unidades estruturais das proteínas que
entram na constituição dos seres vivos.
 O azoto era inicialmente pouco abundante
mas, como se trata de um gás pouco reactivo,
foi-se acumulando na atmosfera à medida
que se libertava da crosta terrestre.

 A partir do oxigénio desencadearam-se


outras reacções, nomeadamente, a formação
de ozono que existe na estratosfera.
 A atmosfera é um invólucro gasoso que
rodeia a Terra e gira em sincronia com ela.
 A divisão da atmosfera em camadas deve-se,
essencialmente a três pontos de inversão de
temperatura.
 A divisão da atmosfera em camadas baseia-
se na existência de pontos de inflexão na
curva que traduz a relação da temperatura
com a altitude.
 De um modo geral, a densidade da atmosfera
diminui com a altitude.
 Estas oscilações de temperatura estão
relacionadas com o predomínio de cada uma
das três fontes de calor disponíveis: absorção
directa da radiação solar ultravioleta;
reacções químicas exotérmicas, sobretudo a
formação do ozono; e absorção da radiação
infravermelha emitida pela Terra.
 As camadas da atmosfera são definidas
precisamente a partir de pontos mínimos e
máximos da variação da temperatura com a
altitude.

 As zonas de fronteira tomam o nome de


tropopausa, estratopausa, mesopausa e
termopausa, significando, respectivamente,
os limites da troposfera, estratosfera,
mesosfera e termosfera.
 A Temperatura, densidade e pressão
diminuem com o aumento da atitude.
 A maior parte dos fenómenos meteorológicos
que condicionam o estado do tempo passam-
se na troposfera, que é a região mais activa
relativamente a fenómenos observáveis.
 Ocorre efeito térmico da radiação: absorção
de radiação por parte do ar que origina
aumento de temperatura.
 A densidade e a pressão diminuem com o
aumento da atitude até se considerarem
praticamente constantes.

 A temperatura aumenta com o aumento da


atitude.

 Ocorre o efeito químico da radiação:


decomposição do ozono devido à absorção
de UVB.
A temperatura diminui com o aumento da
atitude.

 Nestacamada a densidade do ar é já muito


reduzida, praticamente não ocorrem
reacções químicas.
 A temperatura aumenta muito com o
aumento da atitude.
 É uma camada muito sensível à intensa
radiação solar.
 A pressão atmosférica e a densidade são
praticamente nulas.
 Ocorre o efeito químico da radiação:
ionização das moléculas de O2 e N2 devido à
absorção de UVC.
 Camada mais exterior da atmosfera

 As temperaturas nesta camada atingem


valores superiores a 1000 K.
Características
das camadas
da atmosfera
 Todos estes componentes são de origem natural,
mas muitos deles resultam também da actividade
humana, ex. CO2 e CO.

 Na atmosfera existem ainda outros componentes


(provêm apenas da actividade humana), ex.
clorofluorocarbonetos – os CFCs usados nos
sprays, nos frigoríficos e nos aparelhos de ar
condicionado.

 Todos os gases resultantes da actividade humana


dizem-se de ORIGEM ANTROPOGÉNICA.
 A concentração dos componentes vestigiais
da atmosfera têm sofrido nos últimos anos
alterações significativas.
 Óxidos de carbono
 Óxidos de enxofre
 Óxidos de azoto
 CFCs
 Compostos orgânicos volateis (COV)
 Matéria Particulada
Poluentes Fontes dos poluentes Consequências
atmosféricos antropogénicos

•Óxidos de •Desflorestação •CO2 agravamento


carbono CO2 e CO •Incêndios florestais do efeito de estufa
•Queima dos • CO veneno
combustíveis fósseis
•Óxidos de • Queima de combustíveis •Contribuição
enxofre SO2 e SO3 fosseis para as chuvas
•Indústria do papel ácidas
•Indústria petrolífera • Contribuição
•Incêndios florestais para o smog
•Óxidos de azoto • Agricultura • Contribuição para as
NO2, NO e N2O •Queima de chuvas (NO2).
combustíveis nos •Produção de O3 junto
meios de transporte do solo (NO2)
• Contribuição para o
smog (fumo +
nevoeiro)
•Clorofluorocarbonetos • Sprays • Destruição da
CFC • Indústria do frio camada de ozono na
• Aparelhos de ar estratosfera
condicionado
• Metano e Etano •Funcionamento de • Agravamento do
CH4 e C2H6 motores efeito de estufa
• Agricultura • Reacções
•Ruminantes alérgicas

• Matéria • Indústria • Doenças


partículada metalúrgica e pulmonares
Fumos, Poeiras petroquímica
O Sol, cuja superfície se encontra a cerca de 6000ºC,
emite radiações electromagnéticas de todos os tipos
com maior intensidade na zona do visível, mas
também nas zonas do ultravioleta e infravermelho.
A radiação solar que atinge a atmosfera
terrestre interage com ela, podendo:

◦ Ser reflectida pelos átomos e moléculas


constituintes do ar e pelas partículas em
suspensão na atmosfera;

◦ Propagar-se nos meios materiais;

◦ Ser totalmente ou parcialmente absorvida pelos


átomos ou moléculas.
 A Terra absorve, reflecte e emite radiação.

 O albedo é considerado a fracção de radiação


que é reflectida por uma planeta.

 A Terra apresenta diferentes albedos


consoante a superfície em que incide a
radiação proveniente do Sol.

 O albedo médio da Terra é de 30%.


 A atmosfera constitui um filtro das radiações
mais energéticas provenientes do Sol, sem a
qual a vida na Terra não seria possível.

 A radiação ultra-violeta é uma gama


importante do espectro electromagnético
sendo comum subdividi-la em 3 tipos:
◦ UV-A
◦ UV-B
◦ UV-C
 Radiação UV-A – (menos energética) – é
pouco retida pela atmosfera.

 Radiação UV-B – (moderada) – é retida pelo


ozono(O3) estratosférico e pelo oxigénio (O2).

 Radiação UV-C – (mais energética) –


absorvida pelo oxigénio(O2) e azoto (N2).
 O Ozono (O3) é uma molécula constituída por
3 átomos de Oxigénio. Caracteriza-se por ser
muito reactiva e ter um forte poder oxidante.
 Há dois tipos de ozono:
◦ Ozono estratosférico – existe na estratosfera,
desempenhando um papel vital ao filtrar a radiação
solar ultravioleta permitindo a vida na Terra;

◦ Ozono troposférico – existe na troposfera,


causando efeitos negativos na saúde do ser
humano, na vegetação e nos materiais.
 O ozono troposférico é um poluente
secundário, ou seja, não é directamente
emitido para a atmosfera pelas fontes
emissoras, sendo formado através de um
conjunto de reacções químicas entre outros
poluentes, nomeadamente os NOx e os COV.

 O aumento de ozono junto ao solo deve-se


em grande parte ao aumento de tráfego
automóvel – libertação de CO.
 Os mecanismos físico-químicos de formação
e destruição de ozono troposférico são
processos lentos e complexos, não podendo
ser analisados apenas à escala local uma vez
que este pode ser transportado pelas massas
de ar.

 Nas áreas urbanas, na proximidade das


fontes emissoras, o monóxido de azoto
emitido pelos veículos automóveis pode
reagir com o O3, reduzindo a nível local a
concentração deste poluente.
Na estratosfera o ozono tanto
se forma como se decompõe:
O. + O 2  O 3
O3  O . + O 2

A formação e a decomposição
do ozono constituí um
equilíbrio dinâmico, o qual
tem vindo a ser alterado pela
presença de poluentes
atmosféricos - os CFCs.
Os CFCs provêm de sistemas de refrigeração como
os frigoríficos, ar condicionados e dos aerossóis –
os sprays

Os CFCs:
 São derivados do metano (CH ) e do etano (C H )
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 São gases à temperatura ambiente e têm um ponto


de ebulição aproximadamente de 30ºC.
 Não são corrosivos, nem inflamáveis ou tóxicos
 São muito estáveis, podendo durar até 100 anos.
As moléculas ascendem na troposfera sem
sofrerem alteração química, atingindo a
estratosfera onde sofrem dissociação por
acção das radiações UV, originando
quantidades significativas de radicais livres
(Cl.) que interagem com o ozono,
consumindo-o.

CCl3F + radiação UV  Cl2F. + Cl.


Uma das reacções mais importantes para a
destruição do ozono, contribuindo de forma
significativa para a redução deste gás na
atmosfera e provocando o buraco na camada de
ozono é:
Cl. + O3  ClO. + O2

O radical Cl. é regenerado


ClO. + O.  Cl. + O2
Cl. + O3  ClO. +O2
ClO. + O. …
É a diminuição da espessura da camada de ozono.
O clima sempre variou por motivos naturais.
No entanto, dados recentes demonstram que,
nas últimas décadas, têm ocorrido variações
acima do normal, devido a actividades
humanas, industriais e agrícolas.
A radiação solar aquece a superfície
terrestre. Uma parte dessa radiação
é absorvida ou reflectida novamente
para a terra pelos gases com efeito
de estufa presentes na atmosfera,
como o dióxido de carbono, o vapor
de água, o óxido nitroso, o metano e
o ozono.

Este processo natural denomina-se


efeito de estufa e torna possível a
vida no nosso planeta. Sem este
efeito, a temperatura média global
seria de -18°C.
Ao longo do último século, a actividade humana deixou
as suas marcas no ambiente e a concentração de gases
com efeito de estufa na atmosfera, dos quais 80% são
CO2, é agora mais elevada do que nos últimos 650 000
anos.

O resultado é que a temperatura média global


aumentou 0,74°C e na Europa este aumento atingiu 1°C.

Ao queimar combustíveis fósseis como o gás, o carvão,


o petróleo e seus derivados para produzir energia, a
Humanidade libertou enormes quantidades de CO2 na
atmosfera. Outros gases com efeito de estufa são
emitidos por algumas actividades industriais, pela
agricultura e até pelos aterros sanitários.
Europa

Açores
As calotes polares estão a derreter.
A área de mar coberta por gelo
árctico no Pólo Norte diminuiu 10%
nas últimas décadas e a espessura
do gelo sobre a água diminuiu
cerca de 40%. Do outro lado do
mundo, as plataformas de gelo do
continente antárctico tornaram-se
instáveis.

Os glaciares estão a recuar. É


provável que 75% dos glaciares dos
Alpes suíços desapareçam até
2050.
O nível do mar está a aumentar. Ao
longo do último século, o nível do
mar aumentou entre 12 e 22 cm e
prevê-se que este aumento atinja
59 cm durante este século.
Contudo, esta previsão não inclui
as rápidas alterações que se
observarão no fluxo de gelos da
Gronelândia e da Antárctica – não
se podem excluir valores mais
elevados.
Fenómenos climáticos extremos – tempestades, inundações,
secas e ondas de calor.
Na última década, houve três vezes mais catástrofes naturais
relacionadas com o clima do que nos anos 60. A partir de
2070, pode ocorrer na Europa uma onda de calor semelhante
à de 2003 de dois em dois anos. O Verão escaldante de 2003
contribuiu para a morte precoce de cerca de 35 000 europeus
nas primeiras duas semanas de Agosto, desencadeou
incêndios florestais de larga escala e provocou prejuízos
agrícolas com um valor superior a 10 mil milhões de euros.
Perda de biodiversidade.
Muitos animais e plantas
não conseguirão suportar
as alterações nas
temperaturas. Espécies
como o urso polar, a foca,
a morsa e o pinguim são
particularmente
vulneráveis.
. Em 1992, na Conferência do Rio de Janeiro,
foi adoptada a Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Alterações Climáticas cujo
objectivo é estabilizar a concentração de
gases de efeito de estufa na atmosfera, a um
nível que impeça uma ruptura perigosa , de
natureza antropogénica, do sistema climático.

Em 1997 foi assinado o Protocolo de Quioto


que instituiu a obrigatoriedade das emissões
de 6 gases com efeito de estufa serem
reduzidos de 5%, expressas em quantidade de
aquecimento global, até um limite entre 2008
e 2010, relativamente aos valores de 1990
Para além de pressionar os governos dos
seus países no sentido de implementarem
medidas, nomeadamente nos sectores da
produção e consumo da energia, na industria
e nos transportes, alterarem os cidadãos
deverão alterar os seus comportamentos.

Alguns exemplos:
-sempre que possível andar a pé e usar os
transportes públicos ou partilhar o uso do
automóvel;
-em casa, usar racionalmente a energia, quer
evitando gastos desnecessários quer
utilizando equipamentos mais eficientes;

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