Artes no Ensino

Fundamental
Aline Fontoura
Raquel Romero
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra

Nunca me esquecerei desse acontecimento

Na vida de minhas retinas to fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

 Mas cigarros so poemas
para quem no sabe o que falar
Fumo o cigarro da pena
Que eu tenho de quem lhe d uso
Engasgo-lhe a morte
Nuns pulmes negros de fumo
A conscincia no basta
Impe-se a vontade
Enquanto tempo

Maria Fernanda Reis Esteves

Uma gota de gua caiu no cho Era uma simples gota de gua,
Trazendo nela todo o Universo, Que ao mundo estava a gritar:
Emoo, razo, transformao, A vida est para alm da mgoa,
o sim, o no, o verso e o reverso... A Alegria est no acto de DAR.

Pura como uma criana sorrindo Jos Antnio.

Inocente como toda a Natureza
Bela como uma flor se abrindo
Sbia, com toda a sua Sageza...

Estava ligada a tudo o que existe

Na delicada fragilidade do SER,
Trazendo em si a fora que persiste
No olhar de quem a quisesse ver.
O dente de leo relacionado aos sonhadores, Ele se dispersa sem rumo a todos os cantos,
toda vez que o vento ou ns mesmos nos esforamos em despedaa-lo. Quantas vezes no
temos pessoas a nossa volta assim ao qual num gesto infantil, ou numa tolice boba, jogamos
fora para bem longe e perdemos algum que queria o melhor para ns.

POEMA: Dente de Leo, Annimo.

Eu sou dente de leo

Eu me disperso no vento,
eu crio asas mgicas, que me permitem voar
at o infinito,
bem acima dos cus, bem acima das nuvens
no topo da montanha eu farei o meu ninho junto das guias

Eu sou dente de leo

Com meus amigos eu partirei aos quatro cantos da terra
eles me levaro consigo em seus coraes, meu desejo, minhas esperanas
de que eles sejam felizes
As coisas devem ser bem grandes
Pra formiga pequenina
A rosa, um lindo palcio
E o espinho, uma espada fina

A gota d'gua, um manso lago

O pingo de chuva, um mar
Onde um pauzinho boiando
navio a navegar

O bico de po, o corcovado

O grilo, um rinoceronte
Uns gros de sal derramados,
Ovelhinhas pelo monte

Vinicius de Moraes