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SITUAÇÃO DA

TUBERCULOSE
NO MUNDO
Coordenadoria Estadual de Pneumologia Sanitária
Superintendência de Vigilância Epidemiológica

Enfermeira: Maria Lucia Alves Lima


Tuberculose

Ameaça a civilização igual


a violência e o terrorismo
mundial. Se o curso não for
mudado nos próximos 20
anos surgirão 1 bilhão de
novas infecções, 200
milhões de doentes e 35
milhões de mortes.
TUBERCULOSE
REALIDADE MUNDIAL, BRASIL E DE MINAS GERAIS

SITUAÇÃO SITUAÇÃO DE
PARÂMETRO SITUAÇÃO MUNDIAL
BRASILEIRA MINAS GERAIS
01 pessoa/
INFECTAM 03 pessoas/segundo 05 pessoas/minuto
minutos

01 pessoa/06
ADOECEM 15 pessoas/minuto 16 pessoas/dia
minutos

MORREM 04 pessoas/minuto 16 pessoas/dia 01 pessoa/dia

CEPS/SAS/SES/ MG-2000
MINAS GERAIS e a TB

4ª Maior Carga
(Média Simples de 6085 casos/ano nos últimos 06 anos)

4º Menor Coeficiente de Incidência


(Menor CI da Região Sudeste)
Brasil
18º Carga
108º C. Incidência
92.000 casos/ano
FONTE: Avances STOP TB Brasil, 2009 – SVS/MS.
Coeficiente de Incidência - 2008

Brasil: 50/100.000 hab

Sudeste: 55/100.000 hab

Minas Gerais: 23/100.000 hab

Belo Horizonte: 31/100.000 hab

C.S. Alto Vera Cruz: 145/100.000 hab

Fonte: Brasil – OMS / Sudeste – PNCT/MS / Minas Gerais – SES/MG / Belo Horizonte e CS AVC – SMSA/BH
TB x GRS
O
REGIONAL DE SAÚDE POPULAÇÃO N NOTIFICAÇÕES COEF. INCIDÊNCIA
Alfenas 460.477 96 16,94
Barbacena 495.089 60 10,30
Belo Horizonte 5.204.125 1.897 28,88 35% dos casos
Coronel Fabriciano 785.488 301 30,81
Diamantina 446.753 83 16,34
Divinópolis 1.167.306 207 15,42
Governador Valadares 677.585 264 31,73
Itabira 418.286 113 20,80
Ituiutaba 182.595 40 16,98 70% carga: 76 Municípios
Januária 411.357 147 31,12
Juiz de Fora 767.457 294 32,58 580 Municípios tiveram
Leopoldina 231.102 80 28,13
Manhumirim 453.201 90 16,77 no mínimo 01 residente
Montes Claros
Passos
1.047.007
393.166
235
71
17,76
15,26
com tuberculose,
Patos de Minas 390.130 59 13,33 em 2009.
Pedra Azul 314.580 61 15,58
Pirapora 139.185 46 25,86
Ponte Nova 340.289 67 16,75
Pouso Alegre 918.166 184 16,66
São João Del Rei 250.730 52 18,35
Sete Lagoas 597.761 139 18,23
Teófilo Otoni 507.788 261 41,55
Ubá 449.486 141 28,03
Uberaba 689.202 121 14,94
Uberlândia 1.017.313 149 11,89
Unaí 262.831 51 14,08
Varginha 831.617 162 15,63
MINAS GERAIS 19.850.072 5471 22,94
Fonte: SINAN-NET/TBC. CEPS/SE/SES-MG. 06/03/2009
Municípios Mineiros Considerados
Prioritários para a Controle da TB - MS
Belo Horizonte Pouso Alegre
Betim Ribeirão das Neves
Carangola Sabará
Contagem Santa Luzia
Coronel Fabriciano São João del Rei
Governador Valadares Sete Lagoas
Ibirité Teófilo Otoni
Ipatinga Timóteo
Ituiutaba Ubá
Juiz de Fora Uberaba
Montes Claros Uberlândia
Muriaé Vespasiano
Ponte Nova
* Existem mais 05 Municípios considerados estratégicos pela SES-MG para o controle da TB.
Foco das Ações (1)
POPULAÇÕES DE
“MAIOR PROBABILIDADE”
DE DIAGNÓSTICO DA TB
- SINTOMÁTICO
RESPIRATÓRIO
PESSOA COM TOSSE (E
EXPECTORAÇÃO?) POR 03 SEMANAS OU
MAIS
- CONTATOS DE CASOS DE TB
PRINCIPALMENTE NOS
02 ÚLTIMOS ANOS

- SUSPEITAS RADIOLÓGICAS

- PESSOAS EM CONDIÇÕES SOCIAIS


E/OU ECONÔMICAS QUE
PREDISPONHAM À TB
Fonte: Linha Guia - Tuberculose. CEPS/SESMG, 2006.
Foco das Ações (2)
POPULAÇÕES DE
“MAIOR RISCO” DE ADOECIMENTO

- RESIDENTES EM AMBIENTES FECHADOS;


escolas, presídios, manicômios, creches,
abrigos e asilos

-ALCOÓLATRAS, USUÁRIOS DE DROGAS,


POPULAÇÃO DE RUA E TRABALHADORES
DE SAÚDE;

- POPULAÇÃO INDÍGENA;
- IMUNODEPRIMIDOS
(POR USO DE MEDICAMENTOS OU POR
DOENÇAS, EX.: AIDS).
Fonte: Linha Guia - Tuberculose. CEPS/SESMG, 2006.
PROJETO
PALMITAL
Santa Luzia / MG

DOTS
COMUNITÁRIO

“A política de
cuidado com
o outro”

Foco no cidadão!
TB x HIV
1 - O QUE É TUBERCULOSE?
Doença infecto-contagiosa, causada
pelo Mycobacterium tuberculosis,
também conhecido como Bacilo de Koch.

Acomete principalmente os pulmões,


mas pode atingir qualquer outro órgão, como
ossos, rins,pleura, gânglios, intestinos e
cérebro.
3 - TRANSMISSÃO:
É feita pelo ar. O doente, ao tossir e espirrar,
elimina gotículas contendo no seu interior de 1 a 2 bacilos,
podendo atingir os alvéolos pulmonares e ai iniciar a sua
multiplicação.

Partículas Partículas
levitantes infectantes

FOCO CONTATO
(+++)

Partículas
maiores
4 - Partículas:
Levitantes com grumos de bacilos

Ressecadas - Gotículas-núcleo

Maiores se depositam no solo


Raios solares
infra-vermelhos
e ultra-violetas
matam os bacilos
Foco ou
Caso Index

Contato
5 – PRINCIPAIS SINTOMAS (SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO)

• Tosse por 3 semanas ou mais no


início seca, depois produtiva.
• Perda de peso e cansaço fácil
• Febre baixa, geralmente à tarde
• Dor no peito e/ou nas costas
• Suores noturnos
6 – BUSCA DE CASOS:
São ações organizadas para a procura de casos, que devem estar
voltadas para grupos com maior risco de apresentar tuberculose:
• SR (pulmonares bacilíferos são fontes infecção, mais importantes).

• Contatos de casos de tuberculose.

• População de maior risco de adoecimento (residentes em


comunidades fechadas).

• Atenção especial: Etilista, usuário de droga,

• imunodeprimido, portadores de AIDS, diabetes, RN de


mães bacilíferas e profissionais que mantém contato
próximo com o paciente.

7 – COMO E QUEM FAZER?


As equipes do PSF e outros profissionais de saúde, devem identificar

os S.R “tossidores crônicos, nas famílias, clubes, igrejas e comunidades

fechadas objetivando encaminhá-los para exame de escarro”.


8 – DIAGNÓSTICO:

8.1 História clínica:

• Contato intradomiciliar ou não.

• Apresentar sinais e sintomas


sugestivos de tuberculose

• História de tratamento anterior


para tuberculose

• Presença de fatores de risco para o desenvolvimento da


doença (HIV-diabetes, câncer e etilismo)-
8.2 EXAME BACTERIOLÓGICO:

A baciloscopia é o método universal, porque


permite descobrir as fontes mais importantes da infecção
– casos bacilíferos.
A baciloscopia deve ser solicitada para:
• Pacientes SR
• Pacientes com radiografia sugestiva
• Contatos de casos de TB bacilífera
 
Recomenda-se, para o diagnóstico, a coleta de 2(duas)
amostras de escarro:
• Uma por ocasião da primeira consulta;
• A segunda, independente do resultado da
primeira, na manhã do dia seguinte ao despertar
NORMAS E ROTINAS PARA:
COLETA DE ESCARRO:

• Primeira amostra:
amostra coletada quando o SR
procura o atendimento nas U.S (não necessário
jejum)

• Segunda amostra:
amostra coletada na manhã do dia
seguinte, em jejum ao despertar
ORIENTAÇÕES:
• Entregar o recipiente ao pte, pote de
boca larga, transparente, com tampa de rosca.

• Identificar o corpo do pote com o nome do paciente e data da coleta.


• Orientar o paciente quanto ao procedimento:
• Ao despertar pela manhã, lavar a boca sem escovar os dentes, inspirar
profundamente, prender a respiração por um instante, e escarrar após
forçar a tosse.

• Repetir essa operação até obter duas eliminações de escarro, evitando


que esse
escorra pela parede externa do pote.

• Acondicionar em saco plástico com a tampa voltada para cima.


• Orientar o paciente a lavar as mãos após esse procedimento.
• Quando o escarro for escasso, fazer micronebulização salinizada.
 A cultura para o M.tuberculosis é indicada para:

• Os suspeitos de TB pulmonar (-) ao exame direto de escarro;


• O diagnóstico das formas extrapulmonares;
• Os casos de suspeita de resistência da bactéria às drogas, quando
deve ser realizado o teste de sensibilidade;

• Os casos de suspeita de infecção por micobactérias não-


tuberculosas, notadamente encontradas em doentes HIV positivos,

quando deve ser realizada a tipificação do bacilo.


Qualidade e Quantidade da amostra:

• Uma boa amostra é a que provém da árvore brônquica.


• Volume 5 a 10 ml.

Local da coleta

• Local aberto, de preferência ao ar livre ou sala bem


arejada.
Conservação e transporte
• De preferência, enviar e processa-la no laboratório
imediatamente, após a coleta.

• Em temperatura ambiente, até 24 horas.


• Amostras coletadas fora da U.S, conservá-las sob
refrigeração até o seu processamento (2º C a 8º C) até 7 dias.

• Para o transporte observar: Proteção contra a luz solar e


condicionamento adequado evitando derramamento.

• Nunca colocar a requisição de exames juntamente com o pote

dentro do isopor.
8.3 Radiografia do tórax
Útil para diagnóstico de formas de difícil confirmação
bacteriológica, recomendada para detecção de casos nos seguintes
grupos: SR negativos a baciloscopia, comunicantes, crianças e
portadores de HIV.

- Os resultados dos exames radiológicos do tórax deverão


obedecer as seguintes classificações:

Normal – não apresentam imagens patológicas.

Seqüelas – apresentam imagens de lesões cicatriciais.

Suspeito – os que apresentam imagens sugestivas de TB

Outras doenças – os que apresentam imagem sugestivas de

pneumopatia não tuberculosa.


13 - Visita domiciliar:
a. A visita domiciliar, deve ocorrer imediatamente
após o diagnóstico. Deve ser feita em todos os
casos de tratamento supervisionado.

b. Objetivo:
1. Confirmar endereço.
2. Contatar a família para motivá-lo a aderir ao
tratamento.
3. Conhecer as reais condições sociais do paciente.
4. Convocar os comunicantes.

c. Levantar a partir da visita domiciliar, dados que


influenciam nas atitudes e reações do paciente
frente o cumprimento da disciplina do tratamento.
14 - Grupos com maior risco de adoecimento:

• Pacientes com: HIV, diabetes, neoplasias,


cardiopatias congênitas, pacientes em diálises,
usuários de drogas imunossupressoras,
transplantados e recém-nascidos de mães bacilíferas.

15 - Fatores que influenciam na progressão


da tuberculose

• Condições de moradia (intensidade do contagio


aglomerações).

• Deficiência nutricional.
• Pobreza.
16 - Considerações:
Importante:
• Quimioterapia correta e ingestão regular de drogas.

  Importância relativa:
• Gravidade da doença por ocasião do diagnóstico,condição
imunológica e hospitalização.

Sem importância:
• Repouso, condições de habitação, superalimentação,
suspensão das atividades, clima e cuidados específicos.
17 - O tratamento da tuberculose deve ser feito
ambulartoriamente, na U.S mais próxima à residência do doente.

Caso de hospitalização:
1. Meningite tuberculosa.
2. Cirurgia diretamente ligada à tuberculose.
3. Intolerância medicamentosa incontrolável em regime
ambulatorial.
4. Intercorrências clínicas e /ou cirúrgicas graves.
5. Multidrogas resistentes graves.
6. Problemas sociais importantes.
REAÇÃO ADVERSAS AO
USO DE DROGAS ANTI-
TUBERCULOSE
18 - EFEITOS MENORES
EFEITO DROGA CONDUTA
Irritação gástrica (náusea, Rifampicina Reformular os horários de
vômito) Epigastralgia e dor Isoniazida administração da medicação e
abdominal Pirazinamida avaliar a função hepática
Pirazinamida
Artralgia ou artrite Medicar com ácido acetilsalicílico
Isoniazida
Neuropatia periférica (queimação Isoniazida
Medicar com piridoxina (vit.B6)
das extremidades) Etambutol
Cefaléia e mudança de
comportamento (euforia, insônia, Isoniazida Orientar
ansiedade e sonolência)

Suor e urina cor de laranja Rifampicina Orientar


Isoniazida
Prurido cutâneo Medicar com anti-histamínico
Rifampicina
Hiperuricemia (com ou sem Pirazinamida Orientação dietética (dieta
sintomas) Etambutol hipopurínica)
Rifampicina
Febre Orientar
Isoniazida
18.1 EFEITOS MAIORES
EFEITO DROGA CONDUTA

Suspender o tratamento;
Estretomicina
Reintroduzir o tratamento droga a
Exantemas Rifampicina
droga após resolução;
Substituir o esquema nos casos
graves ou reincidentes
Suspender a droga e substituí-la pela
Hipoacusia Estreptomicina
melhor opção
Suspender a droga e substituí-la pela
Vertigem e nistagmo Estreptomicina
melhor opção
Psicose, crise convulsiva, Isoniazida
Substituir por estreptomicina +
encefalopatia tóxica e coma etambutol
Etambutol
Neurite ótica Isoniazida
Substituir

Hepatotoxicidade(vômitos, hepatite, Suspender o tratamento


Todas as temporiamente até resolução
alteração das provas de função drogas
hepática)
Trombocitopenia, leucopenia, Rifampcina
Dependendo da gravidade, suspender
eosinofilia, anemia hemolítica, Isoniazida
o tratamento e reavaliar o esquema
agranulositose, vasculite de tratamento
Rifampcina
Nefrite intersticial Principalmente Suspender o tratamento
intermitente

Rabdomiólise com mioglobinúria e Pirazinamida Suspender o tratamento


insuficiência renal
19) PREVENÇÃO

19.1 Avaliação dos Contatos Domiciliares de Casos de


Tuberculose Pulmonar com Baciloscopia Positiva
Adulto

Assintomático (I) sintomático

Orientação
Exames de Escarro

Positivo
Negativo

Tratamento

Orientação
Encaminhamento
Crianças até
15 anos

Não Vacinadas Vacinadas

PPD
Assintomático Sintomático (II)

Não Reator Reator


Orientação Raios X Tórax

BCG Raios X Tórax


Sugestivo de TB Normal e sem
+ Sintomas Clínicos Sintomas Clínicos

Sugestivo de TB Normal e sem


+ Sintomas Clínicos Sintomas Clínicos Tratamento Tratamento Medicação
Sintomática
Acompanhamento
Tratamento Quimioprofilaxia

(Serviço que dispuser do aparelho de raios X, o exame deverá ser realizado.


(Quando houver presença de escarro, realizar baciloscopia para diagnóstico de tuberculose.
19.2) A vacinação BCG
  A vacina BCG confere poder protetor às formas
graves da tuberculose.
• É prioritariamente indicada para crianças
de 0 a 4 anos de idade.
• É obrigatória para menores de 1 ano,
(portaria nº452/6/12176 MS).
• Revacinação: O Programa Nacional de
Imunização (PNI) suspendeu a revacinação
no momento.
VACINAÇÃO E CICATRIZAÇÃO DA
VACINA BCG
20 - MEDIDA DE BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DA
TRANSMISSÃO DE TUBERCULOSE EM
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medidas 
• Administrativas
• Controle ambiental
• Proteção respiratória

1. Administrativas:
Submeter aos profissionais
Exames pré-admissionais (PPD)
PPD não reator BCG
Controle periódico de saúde
Portadores de HIV, serem alocados nos setores
com menos risco de exposição
Educação contínua
Atendimentos de TB em horário apropriado.
2. Medidas de Controle ambiental
• Ventilação com pressão negativa

• Circulação do ar através de ventiladores, abertura de


portas e janelas em locais de risco.

• Filtro HEPA (high efficiency parttculate air).

• Irradiação UV.

3. Proteção respiratória
• Quartos individualizados (quando possível)
imprescindível para pacientes MDR.

• Máscaras cirúrgicas (pacientes).

• Máscaras tipo N95 – NIOSH de vários tamanhos


para funcionários.
22 - Atividades desenvolvidas pelos
profissionais de saúde Tuberculose
Responsabilidade
1) Suspeição diagnostica;
2) Diagnósticos;
3) Investigação Epidemiológica;
4) Tratamento do paciente com tuberculose;
5) Programar o quantitativo de medicamentos, como locais
adequado ao seu acondicionamento;
6) Organizar e Coordenar os Registros dos casos de Tuberculose;
7) Impedir o abandono do paciente.
Programa Nacional de Controle da
Tuberculose
DEVEP/SVS/MS

MUDANÇAS NO TRATAMENTO DA
TUBERCULOSE NO BRASIL
(ADULTOS E ADOLESCENTES)

Departamento de
Vigilância Epidemiológica
Conceito de caso de tuberculose

“todo aquele com diagnóstico confirmado


pela baciloscopia ou cultura ou com base
em dados clínico-epidemiológicos e no
resultado de exames complementares, o
médico firma o diagnóstico de tuberculose”
Fonte: Controle da tuberculose: uma proposta de integração ensino-
serviço. 5. ed. – Rio de Janeiro: FUNASA/CRPHF/SBPT, 2002.
Programa Nacional de Controle da Tuberculose/ CGDEN/
DEVEP

TRANSMISSÃO
• A TB é uma doença infecciosa e contagiosa. O agente etiológico
é o Mycobacterium tuberculosis .
• A transmissão ocorre através do ar, por meio de gotículas
contendo os bacilos expelidos por um doente ao tossir, espirrar,
cantar ou falar em voz alta.
• Quando estas gotículas são inaladas por pessoas sadias,
provocam a infecção tuberculosa e o risco de desenvolver a
doença.

“A tuberculose é transmitida de
pessoa a pessoa através do ar!”
Quais casos são de competência da APS?
A Multirresistência internacional e no Brasil

Multirresistência
Resistência à R + H
Relacionada ao abandono
TB-MDR (XDR)
Programa Nacional de Controle da Tuberculose/ CGDEN/
DEVEP

CASO ÍNDICE CONTATO

Forma pulmonar Proximidade


Bacilífera (BAAR+) Continuidade
Vigor da tosse Ambiente
“Um foco não tratado poderá infectar,
em média, de 10 a 15 pessoas por ano!”
Caso Índice:
Todo paciente com TB pulmonar ativa, prioritariamente com
baciloscopia positiva.

Contato:
Toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o caso índice
no momento do diagnóstico da TB. Avaliar o grau de exposição,
considerando: forma da doença, ambiente e tempo de exposição.

Fonte: III Diretrizes – SBPT, 2009.


Contatos...

Avaliação do grau de exposição:

Em caso de dúvida quanto ao grau de exposição, podemos considerar o


tempo de exposição medido em horas. Neste caso são consideradas sob
risco pessoas que tiveram pelo menos 200 horas de exposição a focos
bacilíferos ou 400 horas a focos com cultura positiva.

Fonte: III Diretrizes – SBPT, 2009.


Baciloscopia de controle mensal

CONVERSÃO BACTERIOLÓGICA

Se, BAAR positivo no 2º mês:

SOLICITAR:
CULTURA DO ESCARRO, IDENTIFICAÇÃO DA MICOBACTÉRIA E
TESTE DE SENSIBILIDADE

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS. III Diretrizes – SBPT, 2009.


Prova Tuberculínica

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS. III Diretrizes – SBPT, 2009.


Quimioprofilaxia

Tratamento da Infecção Latente

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS. III Diretrizes – SBPT, 2009.


Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS. III Diretrizes – SBPT, 2009.
Classificação dos Casos – Tipo de entrada

CASO NOVO: Paciente que nunca recebeu tratamento para TB por um período
igual ou superior há 01 mês.

RETORNO APÓS ABANDONO: Paciente que reinicia um tratamento após um


abandono prévio .

RECIDIVA: Adoecimento por TB após tratamento anterior com Esquema I , IR


ou EB com cura, independentemente do tempo em que esse primeiro episódio
ocorreu.

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS. III Diretrizes – SBPT, 2009.


Com tratamento anterior
(recidiva ou retorno após abandono)

 Os casos de recidiva ou de retratamento após


abandono que retornem a US devem ser investigados
da atividade da doença com baciloscopia e cultura

 Os casos com duas ou mais baciloscopia negativas


devem ser encaminhados para a Unidade de Referência
DEFINIÇÃO DE
SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO?

Fonte: III Diretrizes – SBPT, 2009.


Fonte: Linha Guia - Tuberculose. CEPS/SESMG, 2006.
Mutantes naturalmente
Medicamentos anti-TB
resistentes
Rifampicina 1:108 bacilos
Isoniazida 1:106 bacilos
Pirazinamida 1:104 bacilos
Etambutol 1:106 bacilos
Estreptomicina 1:106 bacilos
Quinolonas 1:106 bacilos
R+H 1:1014 bacilos
R+H+Z 1:1018 bacilos
R+H+Z+E 1:1024 bacilos

Fonte: Controle da tuberculose: uma proposta de integração ensino-


serviço. 5. ed. – Rio de Janeiro: FUNASA/CRPHF/SBPT, 2002.
Associação Medicamentosa

Rifampicina “Fogo cruzado”


1:108 bacilos resistentes
+
Isoniazida
1:106 bacilos resistentes 1 bacilo resistente
+ em
Pirazinamida
1024 bacilos
1:104 bacilos resistentes
+
Etambutol
1:106 bacilos resistentes

Fonte: Controle da tuberculose: uma proposta de integração ensino-


serviço. 5. ed. – Rio de Janeiro: FUNASA/CRPHF/SBPT, 2002.
Atividade dos medicamentos anti-TB

R
S R
H Z
H R
E E H
Z

Crescimento Crescimento Crescimento


geométrico lento intermitente

Fonte: Fiúza de Melo


Princípios gerais do tratamento da tuberculose (TB)

Associação medicamentosa
Proteção cruzada para evitar a resistência bacilar

Regime prolongado e bifásico


Fase intensiva: redução da população bacilar
Fase de manutenção: eliminação dos bacilos persistentes

Tratamento regular
Proteção da resistência adquirida
Garantia de cura duradoura da doença
Regime prolongado e bifásico

Crescimento Tratamento prolongado e bifásico


geométrico
Crescimento lento

1om 2o m
3om 4om 5om 6 om

Fase intensiva Fase de manutenção

Objetivo: reduzir a Objetivo: eliminar os bacilos persistentes


transmissibilidade, a proporcionando uma cura efetiva
morbidade e a resistência e duradoura da doença.
adquirida pela redução
da população bacilífera
Fonte: Fiúza de Melo
Mudanças no tratamento da TB (1)

Introdução do Etambutol como quarto medicamento na


fase intensiva do tratamento

Apresentação em comprimidos com dose fixa combinada


dos 4 fármacos (4 em 1) para a fase intensiva do
tratamento

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Mudanças no tratamento da TB (2)

Comprimidos formulados com doses reduzidas de


Isoniazida e Pirazinamida em relação às atualmente
utilizadas no Brasil

Ponto de corte da faixa de peso de


45 para 50 kg

Os esquemas IR e III não serão mais utilizados

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Vantagens da nova apresentação (1)

Redução do número de comprimidos


propiciando maior conforto

Impossibilidade de tomada isolada de medicamentos

Simplificação da gestão farmacêutica em todos os níveis

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Vantagens da nova apresentação (2)

O Esquema Básico com quatro medicamentos é


mundialmente utilizado

A introdução de um quarto medicamento deve aumentar o


sucesso terapêutico e
evitar o aumento da multirresistência,
pela maior adesão do paciente

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


R+H+Z+E (4FDC)
R+H+Z+E (4FDC)

Todos os agentes são facilmente absorvidos após a administração


oral, com ampla distribuição para a maioria dos tecidos e fluidos,
incluindo o líquido cérebro-espinhal.

Administração
Ingerir os comprimidos com um copo cheio de água,
1 h antes ou 2 h após a refeição, uma vez por dia.

Caso ocorra irritação gastrointestinal, os comprimidos podem ser


tomados com alimentos.

Fonte: Descrição da medicação - Cipla


Esquema Básico (EB) para o tratamento da TB

(adultos e adolescentes)
Regime Fármacos Faixa de peso Unidades/dose Meses

20 a 35 kg 2 comprimidos
RHZE
2RHZE 150/75/400/275 mg

comprimido
36 a 50 kg 3 comprimidos 2
Fase intensiva em dose fixa
combinada
> 50 kg 4 comprimidos
1 comp. ou cáps.
20 a 35 kg 300/200 mg
4RH RH 1 comp. ou cáps.
300/200 ou
150/100 mg 36 a 50 kg 300/200 mg + 1 comp. ou 4
Fase de
manutenção comprimido ou cáps. 150/100 mg
cápsula
2 comp. ou cáps.
> 50 kg 300/200 mg

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Fase de manutenção:

Rifampicina e Isoniazida
(300/200 mg e 150/100 mg) em cápsulas
ou comprimidos, até que estejam disponíveis
as novas apresentações
(300/150 e 150/75 mg) em comprimidos.

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Permanecem sem alteração:

Medicações em formulações individualizadas para uso nos


esquemas especiais

Esquema (RH + Z)
Z para crianças até 10 anos

Recomendação para supervisionar o tratamento

Testagem anti-HIV para TODOS os pacientes com


tuberculose

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Esquema para Meningoencefalite por TB (EM)
(adultos e adolescentes)

Regime Fármacos Faixa de peso Unidades/dose Meses

2RHZE RHZE 35 kg 2 comprimidos


150/75/400/275 mg

Fase comprimido
36 a 50 kg 3 comprimidos 2
em dose fixa
intensiva
combinada >50 kg 4 comprimidos
1 comp. ou cáps.
35 kg 300/200 mg
RH
7RH 300/200 ou 1 comp. ou cáps.
Fase de
150/100 mg
36 a 50 kg 300/200 mg + 1 comp. ou 7
manutenção
comprimido ou
cápsula de
cáps. 150/100 mg
2 comp. ou cáps.
>50 kg 300/200 mg
Associar Prednisona oral por 4 semanas ou Dexametasona intra-venosa nos casos graves,
por 4-8 semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subseqüentes

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Mudanças relacionadas à TBMR
Definição de TBMR:
TBMR resistência à R+H

Substituição da Ofloxacina pela Levofloxacina

Redução do tempo de uso do aminoglicosídeo de 12 para 6 meses,


porém mantendo a mesma dose total

Fase intensiva em duas etapas:


etapas
• 1ª: 2 meses do aminoglicosídeo 5 vezes por semana
• 2ª: 4 meses do aminoglicosídeo 3 vezes por semana

Uso da Amicacina quando a Estreptomicina:


• tiver sido usada anteriormente em tratamento para TB
• apresentar resistência ao teste de sensibilidade

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Esquema de Multirresistência (EMR)
(adultos e adolescentes)

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Indicações do Esquema de Multirresistência

• Resistência à RH
• Resistência à RH e outro(s) medicamentos(s) de 1ª linha
• Falência ao Esquema Básico

Observação:
A adesão ao tratamento deve ser verificada em todas as
suspeitas de falência concomitantemente à solicitação de
cultura, identificação e teste de sensibilidade.

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


Esquemas Especiais (EE)
Referência Secundária Referência Terciária
Mudança de esquema Monorresistência à R ou H

por hepatotoxicidade Polirresistência


por hepatopatia prévia R ou H + outro(s) medicamentos (s)
Esquemas individualizados, de
por intolerância grave
acordo com o teste de sensibilidade
por alergia medicamentosa
Resistência extensiva (XDR)
por alterações auditivas
RH + quinolona + injetável de 2ª linha,
por alterações visuais pelo menos
por alterações mentais Esquemas individualizados com
por alterações renais fármacos de reserva + teste de
outras causas sensibilidade

Fonte: Nota Técnica PNCT/DEVEP/SVS/MS


23 – Impacto social da Tuberculose
ORGANIZAÇÃO DO ORGANIZAÇÃO DA
COMUNIDADE
TRATAMENTO UNIDADE DE SAÚDE

Nº de casos
Procura de S.S
São Atendidos
Identificação de S.R
Realizam Exames
Pegam Resultados
Iniciam tratamento
Não abandonam
Cura Extraído da Conferência, apresentada no I Seminário de
Reciclagem e Atualização em Tuberculose, por Dr.
Miguel Aiub Hijjar – Belo horizonte/março/2000
Obrigada.
Maria Lúcia Alves Lima

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