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Universidade Federal da Bahia

Escola de Medicina Veterinária


Departamento de Patologia e Clínicas
Disciplina de Toxicologia Veterinária
Profa.: Lídia Oliveira

Intoxicação por Rodenticidas


Anticoagulantes
INTRODUÇÃO
“Rodenticidas”

 Conceito

 Importância Toxicológica na Medicina Veterinária


HISTÓRICO
“Rodenticidas”

 Compostos Inorgânicos (USO PROIBIDO)

 Compostos Orgânicos (USO PROIBIDO)


 Fluoracetato de sódio
 Aldicarb (Temik®-Chumbinho)
 Estricnina

 Rodenticidas Anticoagulantes (USO LEGAL)


CLASSIFICAÇÃO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Derivados Cumarínicos:
 Primeira Geração:

- Dicumarol, Varfarina e Difenacoum


 Segunda Geração:

- Brodifacoum, Bromadiolona

 Derivados Indanediona:
 Primeira Geração:

- Pindona, Clorfacinona
 Segunda Geração:

- Difacinona
EXPOSIÇÃO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Ingestão Acidental
 Iscas (grânulos ou pastas)

 Ratos envenenados

 Pós de arrasto (gatos)


TOXICIDADE
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Potencializadores da toxicidade dos anticoagulantes:


 Fenilbutazona / Sulfonamidas / Cloranfenicol
 Acetoaminofen / Glucagon / Salicilatos
 Metronidazole / Neomicina / Cimetidina

Ligação às Proteínas Plasmáticas

Biodisponibilidade dos Rodenticidas Anticoagulantes


TOXICOCINÉTICA
“Rodenticidas Anticoagulantes”

CORRENTE
SANGUÍNEA DISTRIBUIÇÃO:
ABSORÇÃO:
↑ Ligação Proteínas Fígado, pulmão,
- Via Gastrintestinal
Plasmáticas baço e rins

BIOTRANSFORMAÇÃO:
ELIMINAÇÃO: - Fase I (OFM)
- Urina - Fase II (Glicina, Ác. Glicurônico
e Sulfatos)
COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

 Etapas da coagulação sanguínea:

 1ª Etapa: Agregação plaquetária e Vasoconstricção

 2ª Etapa: Formação do coágulo

 3ª Etapa: Fibrinólise
CASCATA DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

Via XII VII III Via


Intrínseca Extrínseca
XI

Ca++ IX Ca++
(IV)
VIII
X

V
Via
Ca++ II Comum

XIII
Fibrina Instável Fibrina Estável
(insolúvel)
COÁGULO
(solúvel)
Fatores de coagulação Fatores de coagulação
II, VII, IX e X II, VII, IX e X
(INATIVOS) (ATIVOS)

CARBOXILAÇÃO

Vitamina K (ATIVA) Epóxido da quinona de


(Hidroquinona) Vitamina K

Vitamina K
Epóxi redutase
redutase Vitamina K
(Quinona)
ANTICOAGULANTES ANTICOAGULANTES
TOXICODINÂMICA
“Rodenticidas Anticoagulantes”

PRINCIPAL MECANISMO DE AÇÃO


Inibem competitivamente as enzimas Vitamina K
epóxido redutase e Vitamina K redutase

Interferência na ativação dos fatores II, VII, IX e X da


cascata de coagulação sangüínea

MANIFESTAÇÕES HEMORRÁGICAS
TOXICODINÂMICA
“Rodenticidas Anticoagulantes”

Foto: Michico Sakate


 Fragilidade capilar
SINTOMATOLOGIA
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Primeiros sinais:
 Hematoma subcutâneo
 Epistaxe
 Hemorragia gengival
 Fezes escuras
 Hematemese
 Anemia, mucosas pálidas, fraqueza, ataxia e dispnéia
SINTOMATOLOGIA
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Hemorragias:
 Internas: Anemia aguda, cianose e choque
 Cerebral: Ataxia, paralisia, depressão, convulsões ou
morte súbita
 Placentária: Aborto
 Peri ou Intra-articular: Claudicações, edema das
articulações e dor

 Hematúria

Manifestação dos sinais clínicos um a dois dias após a exposição


DIAGNÓSTICO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Clínico

 Laboratorial:
 Testes Hemostáticos:

 Tempo de Coagulação Ativado (normal 90-120 seg) 2 a 10x


 Tempo de Protrombina (normal 7,5-10,5 seg) 2 a 6x
 Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (normal 10,5-16,5 seg) 2 a 4x

Tempos Aumentados
DIAGNÓSTICO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Laboratorial:

 ↓ Nº de Plaquetas (Trombocitopenia)

 Hemograma (Anemia)

 Proteínas plasmáticas (Hipoproteinemia)


DIAGNÓSTICO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Toracocentese / Abdominocentese:
 Efusão sanguinolenta

 Radiografia:
 Torácica:
Efusão pleural
Infiltrado pulmonar
Espessamento cranial do mediastino
Compressão da traquéia
 Abdominal:
 Perda no detalhe da imagem
DIAGNÓSTICO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Diferencial:
 Coagulação Intravascular Disseminada (CID)
 Trombocitopenia Autoimune
 Coagulopatias de origem hereditária (Hemofilias)
 Hepatopatias

 Análises Toxicológicas:
 Cromatografia Líquida de Alta Pressão (HPLC)
 Cromatografia de Camada Delgada (TLC)
DIAGNÓSTICO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Lesões Anatomopatológicas:
 Hematomas múltiplos
 Sangue livre em órgãos e músculos
 Necrose hepática centrolobular
 Hemorragia generalizada:
Cavidade torácica e abdominal
Cardiomegalia, coração globoso e flácido
Tecidos periarticulares e subcutâneos
Espaço subdural no cérebro e canal espinhal
TRATAMENTO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Tratamento de Emergência:
 Carvão ativado + catártico
 Lavagem gástrica ou eméticos
TRATAMENTO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Tratamento de Suporte:
 Sedar ou anestesiar superficialmente
 Transfusão

Plasma fresco ou congelado (9mL/Kg PV)


Sangue total (20mL/Kg PV)
 Oxigenoterapia

 Toracocentese
TRATAMENTO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Tratamento Antidotal:
 Fitonadiona (Vitamina K1): Hipovita K®, Vitamina K®, K-Vitan®

Rodenticida Terapia com Vitamina K1


Dose (mg/KgPV) Duração do tratamento
0,25 -5,0 10-14 dias
Varfarina (1ªG) 2,5 - 5,0 3-4 semanas
Difacinona (2ªG) 2,5 - 5,0 4 semanas
Brodifacoum (2ªG) 2,5 - 5,0 3 semanas
Bromadilona (2ªG)
Fonte: DORMAN, 1990 (Modificada)
PROGNÓSTICO
“Rodenticidas Anticoagulantes”

 Favorável a reservado

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