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RAÍZ

- A raiz é um órgão da planta que desempenha as seguintes funções:


absorção, transporte, armazenamento, fixação além da produção de alguns
hormônios (citocininas e giberelinas) e aleloquímicos. .
- . Dependendo do tipo de raiz, podem ser atribuídas outras funções a ela,
como reprodução, respiração, fotossíntese, etc ;

- A raiz faz parte do eixo da planta. É em geral subterrânea e a planta mantém


um balanço entre a parte aérea e a parte radicular. ;
- A raiz tem sua origem na radícula, uma estrutura presente já no embrião.
Inicialmente ela é composta de tecido meristemático que vai se
diferenciando à medida que a raiz se desenvolve
- A primeira raiz de uma planta com sementes desenvolver-se-á a partir do
promeristema, a qual desenvolverá a raiz pivotante, em geral denominada raiz
primária.
- Nas gimnospermas e angiospermas eudicotiledôneas, com exceção das
monocotiledoneas, a raiz pivotante e suas raízes laterais, várias vezes ramificadas,
constituem o sistema radicular pivotante.
- Nas monocotiledôneas, a primeira raiz vive por apenas um curto período de
tempo e o sistema radicular da planta é formado por raízes adventícias que se
originam do caule, dando origem as sistema radicualr fasciculado (ESAU, 1974).

- Os sistemas radiculares pivotantes em geral penetram mais profundamente no


solo do que nos sistemas radiculares fasciculados.

- Apenas as raízes finas são absorventes. Elas têm um curto período de vida
e são constantemente produzidas pela planta. As raízes finas produzem os
pêlos radiculares que absorvem água e sais minerais
- A extremidade da raiz é revestida por uma estrutura chamada coifa. Ela é
responsável pela produção de mucilagem (carboidrato viscoso) que diminui o atrito
da raiz com as partículas do solo, facilitando assim, a penetração da raiz no solo.

- A coifa fornece proteção mecânica por ser bastante resistente. Ao mesmo


tempo, a columela da coifa também é responsável pelo gravitropismo
(geotropismo) que orienta o crescimento da raiz em direção ao solo .
- O crescimento radicular é subterminal. A região onde o ocorre o crescimento
(hiperplasia e hipertrofia) é logo abaixo da coifa e recebe o nome de região de
crescimento.

- O ápice da raiz pode ser fechado, quando coifa, procâmbio e córtex se


originam de células inicias diferentes, ou aberto, quando coifa, procâmbio e
córtex se originam do mesmo grupo de células iniciais .
- A raiz carece de nós e entre-nós; logo, as folhas estão ausentes.

- A epiderme geralmente é composta de pêlos radiculares, responsáveis pela


absorção, e freqüentemente constitui-se de apenas uma fileira de células. (Nas
orquídeas e aráceas epífitas, a epiderme multisseriada é chamada de velame e
ajuda na absorção da água atmosférica)
- Abaixo da epiderme, existe uma camada de células chamada de exoderme. A
exoderme tem origem em células corticais e não está presente em todas as
angiospermas.

- As células de exoderme são revestidas pelas estrias de Caspary. A estria


de Caspary é resultante da deposição de lignina e suberina externamente à
parede celular.
- Acredita-se que a função desta camada é diminuir a invasão das raízes por
microorganismos, como vírus, bactérias e fungos .
- Seguindo para o centro da raiz, existe o córtex. Ele certamente ocupa a maior
parte da área da raiz e é composto pelos tecidos fundamentais, parênquima,
colênquima e esclerênquima .
- Revestindo o cilindro vascular, existe uma outra camada semelhante à exoderme
que é denominada endoderme. Interiormente, existe o periciclo (que tem origem no
procâmbio) e por fim, o cilindro vascular composto de xilema e floema se
alternando em pólos .
-O cilindro vascular da raiz é constituído de periciclo – que desempenha funções
importantes, como a formação de raízes laterais –, câmbio vascular nas plantas
com crescimento secundário, tecidos vasculares primários (xilema e floema) e
células não-vasculares. O centro do órgão pode ser ainda preenchido por células
parenquimáticas, denominadas de parênquima medular (RAVEN et al., 2007).

-O crescimento secundário em raízes, bem como nos caules, consiste na


formação de tecidos vasculares secundários a partir do câmbio vascular e de
uma periderme originada no felogênio (câmbio de casca).

-O câmbio vascular se inicia por divisões das células do procâmbio, que


permanecem meristemáticas e estão localizadas entre o xilema e floema primários.
Logo a seguir, as células do periciclo também se dividem e as células-irmãs
internas, resultantes desta divisão, contribuem para formar o câmbio vascular.
-Um cilindro completo de câmbio da casca (felogênio), que surge na parte externa
do periciclo proliferado, produz súber para o lado externo e felogênio para o lado
interno. Estes três tecidos formados: súber, felogênio e feloderme constituem a
periderme (RAVEN et al., 2007).
-Nas raízes adventícias e de monocotiledôneas, pode existir medula e são
sifonostélicas. Já nas eudicotiledôneas e gimnospermas, as raízes são
protostélicas, pois o cilindro vascular é sólido.

-Durante o crescimento secundário da raiz, o câmbio vascular e o câmbio da casca


são produzidos e iniciam a produção dos tecidos secundários.

-. O câmbio vascular se origina em parte do periciclo e do procâmbio


indiferenciado. Resultado do desenvolvimento do câmbio vascular de origem
procambial, o xilema secundário e floema secundário são produzidos.

- . O xilema secundário passa a tomar a maior parte do corpo da raiz e


envolve o xilema primário. O floema primário pode degenerar-se devido à esta
expansão do xilema secundário, podendo restar apenas algumas fibras
floemáticas.

-Com o aumento em espessura da raiz, a epiderme se rompe e é


imediatamente substituída pela periderme. Do mesmo modo, o córtex junto
com a endoderme pode se destacar do corpo da raiz e ambos tecidos podem
estar ausentes em uma raiz com o crescimento secundário completo.
Estrutura Primária
Na estrutura anatómica da raíz de uma monocotilédonea - como é o caso do
milho (Zea mays L.) pode-se distinguir:

1. a epiderme (epd) constituída por uma camada de células vivas que reveste a
raíz com crescimento primário (sistema dérmico);

2. no sistema fundamental, a zona cortical ou córtex (ctx) constituída geralmente


por células de parênquima e cuja camada mais interna é designada
endoderme (end), formada por células cuja parede contém algumas zonas
suberificadas;

3. a parte externa da zona cortical pode designar-se de exoderme (exd) podendo


apresentar várias camadas de células compactadas;

4. o cilindro central (cc) que inclui o sistema vascular apresenta uma camada
exterior de células em geral parenquimatosas, formando o periciclo (per),
tecidos vasculares (feixes de xilema (xil) e de floema (flo) e, nas raízes
desenvolvidas, observa-se a medula (med) zona central da estrutura,
preenchida por células parenquimatosas.
- Na estrutura primária da raíz de monocotilédoneas os feixes vasculares são
simples alternos, apresentando as células mais precoces do protoxilema e de
protofloema numa posição mais periférica do feixe, e células tardias de
metaxilema e de metafloema na parte interna. No seu conjunto, pela existência
de vários feixes numa posição circular, pode designar-se essa disposição de
estrutura poliarca.

- Os feixes lenhosos (xilema) são constituídos por : elementos condutores,


traqueídos e elementos de vaso (evl) - dispostas estas últimas células em séries
longitudinais formando vasos lenhosos; por células de parênquima; e, por vezes,
células de suporte, fibras. As paredes das extremidades de cada elemento de
vaso apresentam placas de perfuração (ppf) que permitem a movimentação livre
da água de célula para célula.
- O floema (feixes liberinos) é, tal como o xilema, um tecido complexo
constituído por: elementos de tubo crivoso dispostos em séries verticais
formando os tubos crivosos; por células companheiras; por células de
parênquima e, por vezes, fibras.

- A estrutura da raíz de uma dicotilédonea, ainda em crescimento primário,


como é o caso do Ranunculus sp. apresenta as zonas anatómicas
características da anatomia da raíz, epiderme (epd), zona cortical (ctx) e cilindro
central (cc), limitado externamente pela endoderme.
Estrutura Secundária

-O crescimento secundário, tanto nas raízes como nos caules, é característico


de dicotiledóneas e de gimnospérmicas. Consiste na organização de estruturas
com tecidos vasculares secundários formados a partir do câmbio vascular e do
câmbio subero-felodérmico ou felogene.

-A formação e atividade do câmbio vascular (cv) cujas células desenham


cordões entre o xilema (xil) e o floema (flo), provoca a ruptura e destruição da
endoderme e de parte do cortex.
Regiões ou zonas da raiz

a) Coifa - é a zona apical e protege a raiz contra o atrito com o solo e contra a
ação de microrganismos.
b) Zona lisa ou de crescimento - região meristemática da raiz. Constituída de 3
regiões:
b.1) Zona embrionária ou meristemática - intensa divisão das células
meristemáticas
b.2) Zona de alongamento ou distenção - aumento significativo do volume
celular
b.3) Zona de maturação - diferenciação celular, células atingindo seu estado
adulto;
c) Zona pilífera ou de absorção - apresenta na epiderme células com pêlos que
aumentam a superfície de absorção de água e de sais minerais do solo.
d) Zona suberosa ou de ramificação - região onde surgem as radicelas ou
raízes secundárias. Auxiliam a planta na fixação e absorção da seiva.
e) Colo ou coleto ou zona de transição - região de transição entre a raiz e o
caule.
Classificação
a) Raízes adventíceas - surge do caule ou das folhas. Ex.: folha de fortuna, raiz
do milho
b) Raízes subterrâneas:
b.1) Raiz axial (= pivotante) - Ex.: gimnospermas e angiospermas
b.2) Raiz fasciculada (em cabeleira) - Ex.: pteridófitas e angiospermas
(monocotiledônias)
b.3) Raiz tuberosa - espessada devido ao acúmulo de substância nutritiva. Ex.:
cenoura, beterraba, mandioca, batata doce.
c) Raízes aéreas:
c.1) Haustórios ou raízes sugadoras - Ex.: em plantas parasitas (hemiparasitas
ou holoparasitas)
d) Raízes respiratórias ou pneumatóforos - raízes que crescem em direção ao ar
atmosférico, ou seja, tem geotropismo negativo. Apresentam aberturas especiais
para trocas gasosas, os chamados pneumatódios. Ex.: em plantas de locais
alagados, como os manguezais.
e) Raízes escoras ou suportes - Ex.: na base do “pé de milho” em plantas de
mangue (Rizophora)
f) Raiz cinta ou cintura - Ex.: em plantas epífitas, como orquídeas. Apresenta raiz
cintura com véu ou velame (epiderme pluriestratificada, células mortas).
Figuras 10.1 e 10.2 - Meristema apical e regiões derivadas da raiz. 10.1
- Mandevilla velutina possui três fileiras de iniciais (setas). Protoderme (Pt) e coifa
(Cf) têm origem comum na primeira fileira de iniciais. A futura exoderme (Ex) tem
origem na segunda fileira de iniciais e o restante do meristema fundamental (Mf) e
o procâmbio (Pc) têm origem comum na terceira fileira de iniciais. 10.2 - Em Allium
cepa, todas as regiões da raiz originam-se de um grupo de iniciais comuns (seta).
                                                                                                                                                                                                                                                                               

                                                                                                    

Figura 10.3 - Corte transversal da raiz hexarca de Mandevilla velutina. As setas


indicam as estrias de Caspary. Ep = epiderme; Pr = pêlo radicular; Ex = exoderme; Pc
= parênquima cortical; En = endoderme; P = periciclo; Xp = xilema primário; Fp =
floema primário.
                                                                                                                                                                           

Figura 10.4 - Corte transversal da raiz adventícia de Montrichardia liniferamostrando estrias de Caspary nas
paredes anticlinais (radiais e transversais) das células da endoderme (setas). (Fotografia gentilmente cedida
por Lins e Oliveira, 1994).
                                                                                                                                                                                                                                                          

Figura 10.5 - Corte transversal da raiz de milho ( Zea mays ) evidenciando a endoderme com
espessamento em "U". Pc = parênquima cortical; En = endoderme; P = periciclo; Px =
protoxilema; Mx = metaxilema; Fl = floema; M = medula.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            
        

Corte transversal da raiz de milho ( Zea mays) mostrando uma raiz lateral originada
de divisões do periciclo. A raiz lateral já atravessou o córtex e a epiderme,
alcançando o meio externo. Também são evidenciados a organização da coifa e do
meristema apical e o início da conexão vascular com a raiz de origem (seta). M =
medula.
Cortes transversais da raiz de feijão ( Phaseolus vulgaris ) em diferentes estádios de desenvolvimento. 10.9 -
Estrutura primária (a seta indica o câmbio). 10.10 - Passagem da estrutura primária para a secundária (a seta
indica o câmbio). 10.11 - Estrutura secundária mostrando a epiderme e parte do córtex sendo eliminados
(seta maior). As setas menores indicam os raios vasculares. Fe = felogênio; Rp = raios parenquimáticos mais
largos; C = câmbio.

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