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aleitamento

Simone Brito
R3 Gastroenterologia Pediátrica
Definições:
 AME: Somente leite materno;
 AMP: Leite materno + outros líquidos (água adocicada,
chás, sucos...);
 AMC: Leite materno + alimentos sólidos ou semissólidos;
 AMM ou parcial: Leite materno + outros tipos de leite;

OMS: “Exclusivo até 6 meses e complementado até 2 anos”


Composição do leite humano
 Colostro: Primeiro produto de secreção lática, produzido
desde o último trimestre de gestação até a primeira semana
após o parto.
 Rico em anticorpos (Imunoglobulina A), glóbulos brancos,
porcentagem maior de proteínas, minerais e vitaminas
lipossolúveis (A,E,K) quando comparado ao leite maduro.
 Entre o 7º e 14º dia, o leite é denominado leite de transição,
e após 2 semanas, é chamado de leite maduro.
 A principal proteína do leite humano é a lactoalbumina.
 Os aminoácidos taurina e cistina, essencial para o
desenvolvimento de prematuros, estão presentes em maior
concentração no leite humano.
Fontes de energia:
 Lactose é o substrato preferido para o crescimento de
bifidobactérias no cólon.
 Gordura: representa metade das calorias no leite humano. A
concentração de gordura aumenta no decorrer da mamada, sendo a
quantidade de gordura do final da mamada (leite posterior)
superior aquela do início.
 O leite do inicio da mamada, leite anterior, possui alto teor de água,
rico em anticorpos.
 O leite materno contém ácidos graxos poli-insaturados de cadeia
longa, o ácido docosa-hexaenoico (DHA) e araquidônico (ARA),
importantes para o desenvolvimento neurológico da criança.
 Os minerais ferro e zinco estão presentes em concentrações baixas
no leite humano, mas sua absorção e disponibilidade são altas.
PREMATUROS: +PROT/+GORD/+CAL/ +VIT A-E/ + ELETRÓLITOS /-LACT;
COLOSTRO: +PROT/IMUNOGLOBULINAS/VIT A-E/ -GORD E -LACTOSE;
Variações na composição do leite humano ao
longo da mamada:
 Leite anterior: Mais água, lactose, proteínas, vitaminas e
sais.
 Leite posterior: Mais gordura.
 Ao final do dia: Mais gordura.
Fatores imunológicos
 Na flora intestinal da criança amamentada: bifidobactérias. Os
lactobacillus bifidus são bactérias fermentativas que promovem
acidificação do meio intestinal e representam uma barreira que
protege o hospedeiro contra a proliferação de microorganismos
exógenos.

 Os componentes solúveis incluem imunoglobulinas (IgA**, IgM, IgG),


lisozima (ação bactericida e antiinflamatória), lactoferrina(proteína
bacteriostática que inibe a adesão da E.coli às celulas e indisponibliza
o ferro para diversos patógenos), fator bifidus, ácidos graxos
essenciais, enzimas, hormônios, fatores de crescimento, poliaminas e
outros compostos biologicamente ativos que desempenham papel
contra infecções.

 Os componentes celulares são os macrófagos, linfócitos, neutrófilos e


células epiteliais.
Benefícios da amamentação
 Composição nutricional, metabólica e imunológica
adequada para o desenvolvimento do TGI e renal;
 Redução da mortalidade infantil;
 Desenvolvimento adequado do sistema estomatognático;
 Durante a infância: diminuição do risco de
gastroenterites, infecções de vias aéreas, otite média,
septicemia, meningites bacterianas, infecção urinária e
enterocolite necrotizante.
Proteção do leite humano contra doenças
maternas
 No pós parto, o risco de hemorragia pode ser reduzido
em decorrência da contração uterina, em resposta a
liberação de ocitocina durante a mamada.
 Menor risco de câncer de mama, ovário e de DM2.
 A maior duração da amamentação reduz o risco de
fraturas decorrentes da osteoporose, depressão pós
parto e em relação ao retorno ao peso pré-gestacional.
Duração ótima da amamentação
 O aleitamento é recomendado como alimento exclusivo
até o 6º mês de vida do lactente e, a partir de então,
complementando com outras fontes nutricionais, até os
2 anos de idade ou mais.
 O leite materno atende a cerca de metade das
necessidades nutricionais de uma criança de até um ano
de idade, e até 1/3 durante o 2º ano de vida.
Orientação Clínica da amamentação
Produção do leite:
 A produção do leite depende da sucção da criança, que
determina estímulos nervosos com a transmissão de
mensagens para o hipotálamo materno, que as repassa para a
parte anterior da hipófise (adeno-hipófise); há então
liberação de prolactina , que estimula a produção de leite
pelas células alveolares.
 Os estímulos produzidos pela sucção chegam também à
hipófise posterior (neuro-hipófise) materna e são
responsáveis pela liberação de ocitocina. Esta promove a
contração de células mioepiteliais que envolvem os alvéolos,
com consequente ejeção do leite.
 Nos primeiros dias pós parto, a quantidade de leite
produzida é pequena , em torno de 100ml/dia. No 4º dia,
já produz aproximadamente 600ml/dia, chegando a
800ml/dia até o 6º mês.

 Em casos de interrupção da sucção da criança, o leite


deve ser removido por expressão (ordenha), para
manter a secreção do leite e evitar a estase do leite e
suas consequências (ingurgitamento e mastite).
Posicionamento e pega
Posicionamento:
 Bebê bem apoiado (sustentação nos quadris).
 Tronco e cabeça alinhados.
 Corpo do bebê bem próximo e voltado para o da mãe
(barriga com barriga).
 Rosto do bebê de frente para a mama.
 Nariz na altura do mamilo.
Pega:
 Queixo do bebê tocando ou quase tocando o peito.
 Aréola materna é mais visível acima do lábio superior do
que abaixo do lábio inferior da criança.
 Boca do bebê bem aberta.
 Lábio inferior virado para fora.
Posicionamento e pega
Consequências da pega incorreta:
 Remoção ineficiente do leite e frustração do bebê.
 Recusa em sugar o peito.
 Baixo ganho ponderal, além de dor, traumas mamilares,
bloqueio de ductos, ingurgitamento mamário e mastite.
Manejo da amamentação:
 Sempre encorajar seio materno se bebê tem condições,
aumenta vínculo afetivo.
 Livre demanda, sem determinar horários fixos.
 Tempo de sucção em cada mama não deve ser
estabelecido, respeitando as características do bebê e
assegurando o esvaziamento da mama para manutenção da
produção de leite.
 O bebê deve ser colocado no peito mesmo antes de
chorar.
◦ Sinais de fome: Abrir a boca, franzir a testa, procurar o mamilo,
colocar as mãos na boca e inquietação.
Manejo da amamentação:
 Deve ingerir o leite do inicio e do final da mamada. Iniciar a
mamada sempre pela mama que a criança mamou por
último.
 O bebê deve ser amamentado até soltar o mamilo
espontaneamente. Se for necessário interromper a mamada,
colocar o dedo entre a língua do bebê e o mamilo.
 Alguns RN prematuros ou enfermos podem necessitar
de complemento:
 Peso < 1500g
 Prematuros < 32 semanas
 Risco de hipoglicemia ou situações de demanda
aumentada de glicose.

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