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RCG1001 – módulo Embriologia

Prof. Dr. Klaus Hartfelder


Depto. Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos
fone: 3315 3063 email: klaus@fmrp.usp.br

Bibliografia
- Moore KL & Persaud TVN – Embriologia Clínica, 9ª ed., 2013, Elsevier
- Moore KL & Persaud TVN – Embriologia Básica, 9ª ed., 2013, Elsevier
- Schoenwolf GC et al. – Larsen Embriologia Humana, 4ª ed., 2010, Elsevier
- Sadler TW – Langman, Embriologia Médica, 12ª ed, 20013,
Guanabara-Koogan
- Carlson BM – Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento, 5ª ed,
2014, Elsevier
Temas a serem abordadas
1) Gametogênese, Fertilização, Clivagem e Implantação
2) Formação do disco bilaminar e gastrulação
3) Neurulação/formação do sistema nervoso e somitogênese
(esqueleto axial e musculatura associada
4) Organogênese: celomas, sistemas cardíaco, urogenital e
digestório
5) Osteogênese, formação dos membros
6) Desenvolvimento da face, sistema olfatório e bucal
7) Desenvolvimento fetal, placenta e introdução à
teratogênese
CONCEITOS E FASES GERAIS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Conceptus: do latim, derivados do zigoto (ovo fertilizado),
inclui todos os elementos do desenvolvimento (embrião e
anexos membranas extraembrionárias (âmnio, saco
vitelínico e placenta);
Geralmente usado como denominador do
desenvolvimento das 3 primeiras semanas
Embrião: se refere ao embrião propriamento dito a partir
da fase de gastrulação.
Geralmente usado como denominador da fase do
desenvolvimento da semana 4 a 9/10. Nessa fase todos
os órgãos e sistemas do corpo humano são definidos.

Feto: se refere à fase do desenvolvimento durante qual os


órgãos e sistemas ganham as caraterísticas
específicamente humanas (10 semana até o parto)
ovogênese
Descrição detalhada da foliculogênese: Reinier de Graaf
(1641-1673)
Descoberta do óvulo humano: Karl Ernst von Baer, em 1827

Fase embrionária: proliferação mitótica de células


germinativas primordiais (ovogônias), seguida por alta
taxa de morte celular programada e entrada em prófase
de meiose (ovócito primário) já na fase embrionária

Fase juvenil adulto: bloqueio meiótico persiste até


ovulação;
controle hormonal garante e sincroniza desenvolvimento
do folículo dominante e do endométrio uterino em cada
ciclo
Ciclo ovariano
crescimento de folículos
competição entre folículos,
o “folículo dominante”

ovulação
atividade do corpo lúteo
proliferãção das
camadas do
endométrio e
das glândulas,
vascularização
regulação hormonal
da ovogênese e do
desenvolvimento do
endométrio

hipotálamo: GnRH

hipófise: FSH e LH

folículo: estrógeno e
progesterona

pico de LH quebra
bloqueio da meiose I,
formação e liberação de
ovócito secundário na
ovulação
espermatogênese
inicia na puberdade sob controle de
testosterona

duas fases da espermatogênese:


- meiose gera 4 espermátides
- na espermiogênese ocorre a
diferenciação dos espermátides Hartsoeker
em espermatozóides (1694)
resumo esquemático da espermatogênese
A1 A1
espermatogônias A2
A3
mitoses A4

intermediária
B
meiose I espermatócitos I
meiose II espermatócitos II
espermátides

espermiogênese

corpos residuais

espermatozóides
espermatogênese e espermiogênese no túbúlo seminífero
espermiogênese

aparelho Golgi forma o condensação da cromatina perda de parte do


vesículo do acrossomo (inativação) - substituição de citoplasma
(síntese de enzimas líticas) histones por protaminas

mitocôndrias migram para a base do do centríolo inicia--se a


flagelo e formam agregado (energia) formação do flagelo
Fertilização

I migração - capacitação dos espermatozóides


II reação acrossômica
III fusão da membrana das gametas
IV termino da meiose II pelo ovócito
V bloqueio de poliespermia
V descompactação do pronúcleo paterno
VI centrossoma paterno gera astro mitótico
passagem dos espermatozóides pelo sistema
reprodutivo masculino

migração dos espermatozóides dos túbulos seminíferos para


o epidídimo
- retenção de água (mediado por esteróides andrógénicos)
- concentração de espermatozóides (maior # no ejaculado)
- redução do metabolismo (pouco reserva de ATP)
emissão e ejaculação: contrações musculares (peristálticas)
dos ductos deferentes garantem transporte rápido de
espermatozóides maduros
mistura com secreções das glândulas acessórias: glândulas
seminais (frutose), bulbo-uretrais e prostata (prostaglandinas,
etc.) - líquido seminal

ejaculado de 2-6 ml contém 100-600 milhões de


espermatozóides (média 300 milhões)
passagem dos espermatozóides pelo sistema
reprodutivo feminino e capacitação
viabilidade de espermatozóides no trato genital feminino:
max. 48 horas

primeira barreira: retenção de espermatozoides com baixa


motilidade no muco vaginal - ácido
segunda barreira: muco do colo do útero, altamente
viscoso (menos na ovulação - controle hormonal)

passagem pelo útero: mudança de pH para alcalino


aumenta motilidade
passagem pelas trompas: retenção nas pregas, epitélio
ciliado (contrafluxo laminar)
dos ~300 milhões de espermatozóides ejaculados
apenas ~200 chegam na ampola do oviduto,
duração da passagem 5 - 45 min
capacitação de espermatozóides
espermatozóides necessitam de capacitação para que possam
fertilizar o óvulo
capacitação ocorre no trato reprodutivo feminino, por fatores
secretados
capacitação envolve:
- remoção de colesterol da membrana do espermatozóide
por ligação com proteínas albumínicas no útero
(aumento de pH intracelular e abertura de canais de
cálcio - ativação de cascata de transdução de sinal
intracelular)
- perda de carboídratos específicos da superfície do
espermatozóide (desbloqueio de sítios de ligação com
proteínas da zona pelúcida)
espermatozóides
precisam passar
pela barreira da
corona radiata e
zona pelúcida

contato com
proteínas da zona
pelúcida (ZP2 e
ZP3) causa
interação com
proteínas do
espermatozóide,
que elicita reação
acrossômica
reação acrossômica e fusão das membranas do
espermatozóide e do ovócito

- liberação de enzimas do acrossomo para digestão da zona pelucida


- polimerização de actina
- exposição de fertilinas da membrana interna do acrossoma
(reconhecimento espécies específica com óvulo)
fusào das membranas
após penetração da zona pelúcida:
contacto da zona equatorial da cabeça
do espermatozóide com membrana do
ovócito secundário

fertilinas da membrana interna


acrossómica e Izumo interagem com
proteínas com áncora GPI e CD9
(tetraspaninas) na membrana do
ovócito e
iniciam fusão de membranas das
gametas, seguida por reação cortical
do ovócito e desbloqueio da meiose II

apenas cabeça do espermatozoide e


centríolo e alguns mitocôndrios
entram no ovócito; inicia-se a
descompactação do cromatina paterno
término da meiose II e bloqueio contra poliespermia

- penetração de um só espermatozóide (bloqueio contra poliespermia)


- ovócito completa meiose II
- cariogamia dos pronúcleos, duplicação de DNA, mitose (clivagem)
reação cortical - bloqueio contra poliespermia

- contacto do primeiro espermatócito com membrana do ovócito


causa influxo de cálcio
- onda de cálcio induz exocitose dos gránulos corticais
- liberação de N-acetil glicosaminidase causa clivagem de
ZP2/ZP3 que impede ligação de outros espermatozóides
onda de cálcio na fecundação
local de entrada do
espermatozóide

elicita reação cortical


e desbloqueia metáfase da meiose II
por ativação do Fator Ativador da Maturação (MPF,
complexo ciclina-CDK1)
o prónucleo paterno é descompactado e
centrossoma paterno gera astro mitótico
a entrada do centrossoma paterno reativa o centrossoma
materno; causa polimerização dos microtúbulos do ovócito

o centríolo/centrossoma é a segunda mais importante


contribuição do espermatozóide
óvulo
fecundado,
óvulo pós-
ovulatório pronúcleo
em materno em
metáfase início da
meiose I meiose II

pronúcleo
paterno com
centrossoma

kariogamia metáfase da
1ª divisão
posiciona- mitótica
mento (clivagem)
oposto dos
centríolos
Clivagem, implantação, gastrulação – as primeiras 3 semanas

5-6 d p.o. 1,5 - 4 d p.o.


2 blastômeros membrana
pelúcida
útero mórula

1a. clivagem

oviduto

~1d p.o.

fertilização
blastocisto
ovário

início da implantação
ovulação fímbrias
clivagem: divisões mitóticos sequenciais a partir do óvulo
fecundado (zigoto) gerando blastômeros
fertilização cariogamia 1ª clivagem

4 blastômeros 8 blastômeros compactação

morula blastocisto

- assincronia a partir da segunda divisão (estágio com 3 blastómeros)


- compactação da mórula a partir de 8 blastómeros
- cavidade blastocistica formada por cavitação
blastocisto: trofoblasto e embrioblasto
trofoblasto polar

embrioblasto

hipoblasto

cav. blastocística

trofoblasto mural

trofoblasto: contribui somente á formação da placenta


no útero: blastocisto escapa da zona pelúcida

zona pelúcida

blastocisto

- zona pelúcida impede implantação precoce, no oviduto


- liberação de proteases pelo trofoblasto
implantação do blastocisto no útero

trofoblasto
blastocistos
cav. blastocística

embrioblasto

endométrio
implantação do
blastocisto no endométrio
uterino

trofoblasto polar prolifera e secreta enzimas para facilitar


penetração no epitélio uterino
Blastocisto humano (7dias) parcialmente implantado

fase I (7,5 d)
- penetração gradual do blastocisto no endométrio
- proliferação do citotrofoblasto e transformação em sincíciotrofoblasto
- embrioblasto forma disco bilaminar: epiblasto e hipoblasto
- aparecimento da cavidade amniótica por cavitação no epiblasto
Blastocisto humano com 9 dias

fase II (9 d)
- implantação completa no endométrio
- formação de lacunas no sinciciotrofoblasto
- expansão do hipoblasto resultando em saco vitelínico primário
- absorção da secreção de glândulas uterinas
fase III (12 d)
- sincíciotrofoblasto abre vasos sanguineos maternos para lacunas do
trofoblasto
- expansão de mesoderma extra-embrionária e formação de celomas extra-
embrionários
embrião 13,5d:
disco bilaminar, com saco vitelínico primário em fase de
degeneração (membrana de Heuser (seta) em desintegração; A,
cavidade amniótico; Y, conteúdo do saco vitelínico primário
aumento da cavidade
exocelômica

citotrofoblasto +
revestimento do
mesoderma extra-
embrionário forma placa
coriônica

degradação do saco
vitelínico primário e
formação do saco
vitelínico secundário
fase IV (14 d)
preenchimento
das lacunas
trofoblásticas
com sángue
materno
iniciação de
formação de
vilosidades
placentarias no
trofoblasto
(trofoblasto
frondoso)
Blastocisto
humano
(13 dias)
disco embrionário conecta com placenta via pedúnculo placentar (futuro
cordão umbilical), pédúnculo é invadido pelo broto alantóide
gastrulação: formação do disco trilaminar
embrião humano (14 dias): cavidade amniótica e saco
vitelino, epiblasto e hipoblasto quebra de
simetria:
eixo
anterior–
posterior
(cranial-
caudal) é
definido

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